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SOLO GRAMPEADO
1
Projeto, Execução,
Instrumentação e
Comportamento
t
30 de outviJ^ro 2003
Sâo Paulo -SP
●1 (
A B SindusCon SP
M S
A B SindusCon^SP
M S
Sindicato da Indústria da
Associação Brasileira de
Mecânica dos Solos e Construção Civil do
Engenharia Geotécnica Estado de São Paulo
2003/2004 Diretoria
Sede
R . D o n a Vo r í d i a r i í i , 5 5
01238-010 São Paulo -SP
Tet.:(11) 3334 5600
Fax: (11) 3224 8266
sindusconsp @sindusconsp. com. br
WWW. sindusconsp. com. br
M S SindusCon^SP
Associação Brasileira de Mecânica dos Solos eEngenharia Sindicato da Indústria da Construção
Geotécnica -Núcleo Regional de São Paulo Civil do Estado de São Paulo
W O R K S H O P
SOLO GRAMPEADO
Projeto, Execução,
Instrumentação e
Comportamento
ADiretoria
índice
SOLO GRAMPEADO
Cairbar Azzi Pitta; George Joaquim Teles Souza; Alberto Casati Zirlis
2.SISTEMASDECONTENÇÃOEMSOLOGRAMPEADONACIDADEDEPORTOALEGRE,RS. 21
Eduardo Azambuja; Marcos Strauss; Felipe Gobbi Silveira.
5.
PROJETO
ECOMPORTAMENTO
DEESCAVAÇÕES
ESTABILIZADAS
COM
SOLO
GRAMPEADO
EM SÃO PAULO 57
Luciano Décourt; Alberto Zirlis; Cairbar Azzi Pitta
6.
PROJETO
ECOMPORTAMENTO
DEESCAVAÇÕES
ESTABILIZADAS
COM
SOLO
GRAMPEADO
EM SALVADOR 105
LucianoDécourt;LuisEdmundoPradodeCampos;MoacyrSchwabdeSouzaMenezes
10.SOLOGRAMPEADO(SOILNAILING);MODELAGEMNUMÉRICAEASPECTOSCONSTRUTIVOS 161
Roberto Kochen
11.
SOLO
GRAMPEADO
SEM
CONCRETO
PROJETADO
PROPOSIÇÃO
PARA
ESTABILIZAÇÃO
DETALUDES
RODOVIÁRIOS 175
Urbano Rodrigues Alonso; Frederico Fernando Falcone
12X0MPARAÇÃ0DEPROCESSOSDEDIMENSIONAMENTODEESTRUTURASEMSOLOGRAMPEADO.. 179
WaldemarCoelhoHachich;VíctorEnriqueLeónBuenodeCamargo
SOLO GRAMPEADO
ALGUNS D E TA L H E S EXECUTIVOS
ENSAIOS -CASOS DE OBRAS
( r e v i s ã o fi n a l d e 0 6 . 1 0 . 2 0 0 3 )
Índice
LAPRESENTAÇÃO
4. DESEMPENHO DE UM PROJETO
6. CONCLUSÕES/DISCUSSÕES
7. BIBLIOGRAFIA
8. AGRADECIMENTOS
9. TABELA 14
1
^Cond. Vila Anialfi, RDr José Gustavo Bush -
l . A P R E S E N TA Ç A O Morumbi/SP, foto 3, foto 15 efigura 18. Nesta
situação orevestimento do talude égramado
Este artigo objetiva divulgar algumas particularidades executivas, para arrimos em Solo embora oparamento tenha sua superfície
Grampeado, que os autores tem executado recentemente. Trata-se de continuidade e inclinada entre 60 e80 graus, ealturas entre
complemento das publicações anteriores dos mesmos autores(4,5,6). Esta vivência advém da bermas de até 8,3m .
execução, acompanhamento eobservação de 72.763 m2 de obras conforme tabela 1. As obras
executadas apartir da
Período A u t o r Area (m2) Area total(m2)
publicação destes
2 3
2.3. CHUMBADOR I N J E TA D O
2 . 2 . C O N C R E T O P R O J E TA D O - T R I N C A S / J U N TA S F R I A S
Sendo ochumbador oelemento que estabiliza omaciço, sua execução deve ser criteriosa eem
Para construção de arrimos em corte, portanto de cima para baixo, ocorrem dois tipos de etapas bem definidas. Aseguir ilustramos os passos de execução:
juntas :verticais ehorizontais. As considerações para as verticais foram apresentadas no item Perfuração- Perfurar n o
2.1 eseu tratamento se dará pela construção de juntas. No
comprimento de projeto, com diâmetro da
c a s o horizontal, nenhum tratamento énecessário, apenas
ferramenta de 75mm, que resulta num
duas ações construtivas aseguir descritas. diâmetro acabado superior. Garantir a
a)Após otérmino de uma etapa eimediatamente após a estabilidade da parede durante aperfuração,
escavação de nova faixa horizontal, devemos aplicar pelo uso de água limpa, lamas ou
trechos verticais de concreto projetado, apoiando-o na base
revestimento metálico provisório, figura 5.
daberma,figura3..Estesnãonecessariamenteadjacentese
contínuos, devem sustentar provisória everticalmente o
>JU -
He anlirar.ãn 12mm de diâmetro, dotadas de A u m e n t o c a ’ anti-corrosiva
variada. válvulas de injeção, figura 6e7. espessura i\
1® nível de
2 b)Oconcretoprojetadodeveraseraplicadoemespessura
Considera-se necessário pelo ■y t i
Naemendasuperiordotrechojáexecutado,teráaespessurafinal, .;í
iy
^seuníca (02ur>. no
2 sureirão trincas longo do chumbador, pelo menos a mbiimo
2® nível de “
Sj horizontais. '<à
cada 0,5m defasadamente uma
cflcavaç|o tubulação da outra. Figura 7-Detalhe da armação metálica eacessórios.
V 'aji
rv.
Injeção -Como material de injeção utilizamos caldas de cimento cágua. São
● t .
●/
figura 4-Fases ‘ir
:ynível de construtivas- ●a
t '
preparadas em misturadores de alta turbulência para que seja produzida uma suspensão
Concreto Projetado
\
. t
estável, sem oque ainjeção não éeficiente. Seu traço varia numa relação água/cimenlo em
:fasel, ' l -
peso entre 0,5 e0,7. As bombas de injeção, de pistão, devem ter capacidade para trabalho
f'. . .
fase2,...fasel,
fase2,...
C ^ ' com pressões de injeção de até 4,0 MPa evazões de 60 l/min. Somente épossível uma fase
4 ' de injeção para cada composição de injeção instalada. Ovalor das pressões cvolumes é
Foto 6-Detalhe das damas provisórias entre compilado eanalisado. Oresultado desta análise, oferecerá odiagnóstico do chumbador.
chumbadores
4 5
yt,t iiy
podendo sugerir para os próximos anecessidade da instalação de mais mangueiras de injeção 3.1-Obra 130 R.Indubel-Cumbica, Guarulhos/SP m v d i a n a n K / r l o
mofe, vermo
130-SiUo Argiloso I=4m. Perfuração 075 mm. Aço CA50A 020mm
ou até sua redução, figura 8. Carga íarga Ruptura por Melr
Comando de
Chumbador
Bainha
Fase única
\/olum€ P r e s s ã o
\
Ruptura Linear do Chumbador Argto sil3sa [ouco ivenoui >t>oío a
Bomba de (litros) (litros) (Mpa) (KN) ( K N / m ) mi<! nw«rrrftihA
1 3 5 77 1 9
lnjeção\ 2 6 0 7 7 19
3 4 0 8 4 21
1® fase da injeção localizada Só Bainha
4 8 5 7 7 19
^ 4 3 0
5 5 0 7 0 1 8
a ’.'aa u .
6 9 0 97 2 4
CuUiisUiw
sn» «renoM peuco Qrsl«»o.
■^ 0 r r « i c e o . e o m i e T- e & â e c t K i a ç i t o . _
7 4 5 6 5 1,5 11 9 3 0
Bainha + 4redi3r4m«nl« corr^uKto Aeo'n>
8 P4KI9. roxo.
Misturador coloidal de 10 ●5< ● 5 0 5 0 1.5 11 2 2 8 P
Fase
9 7 0 8 0 1,2 11 9 3 0 27/.
turbulência Única
1■ 2’ 3'ríiscs 1 0 6 0 7 0 1.5 11 2 2 8
20
» 4 0
1 0 - —
Enésima fase da injeção iocalizada, 3.2 -Obra 268 -Av. Oscar Americano-Morumbi/SP-Hospital São Luiz
protensão eligação com aestrutura 266-Argilo Arenoso I=6m. Perfuração 075 mm. Aço CASPA 020mm
Fase única Carga Carga Ruptura por Melro 7 <
3 0 Bainha
Chumbador Volume Pressão Ruptura Linear do Chumbador lOS, IArgila silto arenosa, média,
Figura 8-Fases de injeção do 20 (litros) I(litros) (Mpa) (KN) (KN/m) 'vermelha eamarela
1 4 0 9 8 16
chumbador 1 0 2 50 9 8 16
Só Bainhs 3 3 5 105 18
,x 2- 3' Fases 4 40 105 18 ..V ::n "t —v - \
\Argila slllo arenosa, média
5 40 98 16
Na rija. cinza eamarela
6 4 5 70 1.2 161 27
\ \ \
3.ENSAIOS DE TRAÇÃO EM CHUMBADOR Bainha + 7 5 0 50 1,5 147 25
I7 ~7 .TL"
Aseguir são apresentados resultados de ensaios de rutura àtração em chumbadores para 5
Fase
Única
8
9
10
6 0
35
40
4 0
90
50
1,0
1,5
1,5
161
140
154
27
23
2 6
3 IOota da Base da[
49/ascavaçâo97.?d
casos de obra. Afigura 9apresenta um resumo geral dos casos que serão individualmente a V^JAy/AW>fMÁ\
j'
^Argilasíliosa.
seguir apresentados. Oobjetivo principal dos ensaios era de se constatar ede alguma forma h
Ta b e l a 3 - D a d o s d o e n s a i o d e r u t u r a d e rija adura,
quantificar, as melhorias decorrentes da injeção. Todos os chumbadores foram especialmentc chumbadores, Av. Oscar Americano 71 cinza
7T T
eamarela
T
executados para ensaio ese localizavam entre 2e4metros abaixo da crista do talude. Os Figura 11 -Sondagem apercussão SPT-T ,
ensaios foram todos do tipo rápido, em estágios de carga de 10 kN, com aplicação de carga típica, Av. Oscar Americano
por macaco ebomba hidráulicos. Seguem também as respectivas sondagens com os ensaios
SPT e/ou SPT-T disponíveis. 3.3 -Obra 479 -Rua Bahia 945/965 -Higienópolis/SP
SP*
479-Argila Vermelha Paulista I=6m, Perfuração 075 mm,- Aço CA50A 020mm
Só bainha
Resumo de Ensaios eArrancamento Fase única Carga Carga Ruptura por Metro
Bainha -»■ 1Fase Bainha *Argila porosa siUo arenosa.
Chumbador Volume Pressão Ruptura Linear do Chumbador
Bainha *2Fases »/ //muito mole amole, vermelha;
(litros) (litros) (Mpa) ( K N ) (KN/m) 0 -
Só Bainha
bainha +1
1
2
4 8 53
479-Argila Vermelha Paulista I=4m, Perf. 075 mm, Aço CA50A 020mm
^1V\''7.C
Obra (500) Obra (479) ,Obra (130) Obra (268) Obra (490) Argila siKo arenosa, médi:
Fase única Carga Carga Ruptura por Metro
Bainha adura. amarela ecinza
Chumbador Volume Pressão Ruptura Linear do Chumbador
Argila Argila Silto Argilo Saprolito (litros) (litros) (Mpa) (KN) (KN/m) |7*'
Vermelha Ve r m e l h a ;A r g i l o s o Arenoso de Gnaisse
13 4 8 5 3 13 d .
Paulista Paulista \Cumbica Morumbi Morumbi Só Bainha
Areia fina emédia argilosa, medi-
1 2 4 8 7 7 19
Só bainha 2 5 9 2 0 1 9 anameme compacta acompacta,
17 Bainha +1 11 4 8 4 0 0.4 146 37 vermelha eamarela
3 3 2 2 2 9 Fase de
Bainha +1Fase I
2 6 3 3 10 4 8 4 0 146
0,4 37 ,y{
injeção 1
Bainha +2Fases 3 6 3 0 r 3 5
Bainha + 9 4 8 4 0 0.6 123 31 1 i ;
»
Figura 9-Resumo comparativo dos dados de ensaio de ruptura de chumbador em 5casos de obra. 2Fases de
8 4 8 4 0 0,6 108
2 7
injeção Figura 12 -Sondagem apercussão SPT ,
típica, R. Bahia
Ta b e l a 4 - D a d o s d o e n s a i o d e r u t u r a d e c h u m b a d o r e s . R . B a h i a
6 7
eprofundas. Estas escavações para os quatro subsolos, deixaram 2.841 m2 de paredes
3.4 —Obra 490 -Ed. Urban Loft-Rua Samia Haddad 151- Morumbi/SP verticais com alturas variáveis entre 10,0 e13,50m. Numa primeira etapa, foram executados
490-Saprolilo da Gnaissa Morumbi I=6m, Perfuração 075 mm. Aço CA50A 020mm ■ K
Chumbador
Bainha
Fase única C a r g a Carga Ruptura por Metro
V o l u m e P r e s s ã o Ruptura Linear do Chumbador
1.905 m2 entre maio esetembro de 2000 eocomplemento final de 936 m2 entre novembro de
r = r = 2 = 2 Z 2 r r r :
(litros)
S
(litros) (Mpa) ÍKN) (KN/m)
115 19 tisi Sillo argiloso pouco arenoso
2002 efevereiro de 2003, figura 15 ,foto 7efoto 8.
Só Bainha
Bainha IFase
6
7 v
48
48
Não foi possível realizar oensaio
2.0 146 24
cr detritos vegetais, muito
mole 0mole. marron
Foram realizadas medidas de recalque edeformação horizontal da crista do talude, em vários
(chumbadores verticais) 8v 48 2.0 185 31 IIS
1
«- \\\= pontos da obra.
Bainha *1Fase de 1 48 4 0 1.1 170 28
Siito argiloso pouco arenoso
injeção 2 4 8 4 0 1.3 224 37 «
mole amòdio. marrom e
Bainha +2Fases de 3 4 8 2.0 232 39 « cinza fi
Injeção 4 4 8 8 0 1.3 193 3 2
íf »tfÊI
. 6
5
*Foi realizada ainjeção em mã»lma pressão (20Kg/cm ), porem sem consumo
-.X31
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101 l-J
n tir.-
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1» \-_
l i Silto argiio pouco
Cota íM
arenoso duro. marrom
●y 101 V) i/lSl
IS
ecinza
Figura 13 -Sondagem apercussão SPT, típica, K »
8
R. Samia Haddad
i6)
-1(
Fundo da Fscava;âo
8_Q5J5 I4Í Argila sillo arenosa
Tabela 6-Dados do ensaio de rutura de chumbadores, Hosp. V
iJO
mole adura. vermelht
Benef. Portuguesa
4. DESEMPENHO DE UM PROJETO
Foto 8-Visa Geral da obra durante afase final, com vizinhos, na divisa, Hosp. Benef Portuguesa
Relatamos abaixo um caso de obra, em que
houve u m
rigoroso e específico
acompanhamento técnico do projeto eda ApresentamosnaTabela7,paraquatroprumadas,fotos9elO,osvaloresemporcentagemdas
relações das defonnações
execução da obra, com arealização de muitos Deformação medida da crista do muro
( 0
■ D medidas com aparelho ótico,
ensaios emedidas. Aexplicação edescrição dos ( 0
Altura verticais ehorizontais, com
E Horizontal Ve r t i c a l
critérios de projeto eanálise dos ensaios, não é 5 H(m)
S.OOm D-
5H hHIH hy 5V/H suas alturas. Ressalta-se que
escopo deste artigo, nem da competência dos I
(mm) (mm) (%)
autores. 13.6Dm V
8V
os pinos foram colocados nas
A 3 10.42 11 0.11 12.7 0.12 e d i fi c a ç õ e s lindeiras,
Para implantar as ampliações do Hospital da
0.13 conforme fotos, 9A elOA,
Beneficência Portuguesa, em área de 2.900 m2, H
B2 10.5 5 0.05 12-7
cerca de 5,0m acima da crista
densamente urbanizada, localizada à i 0.13
C2 12.16 24 0.2 16.8
da escavação, para que fosse
R.Martiniano de Carvalho 969, na cidade de
Figura 15 -Corte esquemático do projeto D l 13.5 5 0.04 18.4 0.14 possível atomada de
São Paulo, foram necessárias escavações verticais (cortina 7), Hosp. Benef Portuguesa
Tabela 7-Deformações Junto acrista do muro, Hosp. Benef. deformação, ao longo de toda
Portuguesa
8 9
aobra. Observamos variações da relação da deformação horizontal com aaltura entre 0,04% e
5.ALGUNS CASOS PECULIARES DE OBRAS RECENTES
0,20%, eda relação da deformação vertical com aaltura entre 0,12% e0,14%.
Para ilustrações reais de sua aplicabilidade, seguem alguns exemplos onde foi adotada a
Ver Detalhe. ^ \
1
r. o o n i
■i- ,●
-*s ●
ll.OOm
DHP
Figura 16 -Coite esquemático do projeto, R
Indubel
ií
● /
U Í V - Foto 13 Vista do talude rompido.Suzano Foto 14 Vista do talude contido em Solo Grampeado,
Suzano
10 11
C e n t r o E m p r. P e r e i r a B a r r e t o . A v. P e r e i r a B a r r e t o l 3 9 5 - S t o . A n d r é / S P ^ 2 0 0 1 , 1 9 6 0 m 2
Anecessidade da aplicação do Solo Grampeado era estabilizar pemianentemente corte
■V vertical visando aimplantação de 4subsolos do edifício, figura 20 efoto 17.
E
8 V
8.00m
o >
E
o
CO
E <o
o E
CO o 11 . O m
0 0
0 5
DHP
C o n d . V i l a A m a l fi , R D r J o s é G u s t a v o B u s h - M o r u m b i / S P, 2 0 0 1 , 8 5 8 m 2 Figura 20 -Corte esquemático do Foto 17 -Vista geral da obra durante aexecução, Sto André
projeto, Sto André
Neste caso foi necessária aexecução de cortes para permitir oacesso junto aentrada do
condomínio. Por questões estéticas, orevestimento do paramento deveria ser Ed. Urban Loft-Rua Samia Haddad 151- Morumbi/SP ,2002. 770 m2
obrigatoriamente orgânico. Oprojeto especificou efoi aplicado revestimento de grama fixada OSolo Grampeado foi aplicado para conter permanentemente corte vertical visando a
com tela. Aestabilidade permanente da encosta foi alcançada pela execução de chumbadores implantação de edifício. Neste caso há uma grande peculiaridade, em que por razoes estéticas
com cortes que tinham até 80^ ,ealtura entre bermas de até 8,3m, foto 3, foto 15 efigura 18. omuro teve sua geometria em planta convexa, com relação aescavação ealtura máxima de
18.80m, figura 21 efoto 18.
lê. 2* Pavimenta
8.30m I t o i fl
7joam ttíMkví! ^
cg 1*Süb»olD
e.Q3m CO i ; -
>● 2*54Jb*úiâ
^S.OOm
■ í.r-S
Figura 18-Corte esquemático do projeto, Foto 18 -Vista geral da face convexa do arrimo,
Foto 15 Vista do talude contido em Solo Grampeado, paramento com grama, Cond. Vila Figura 21 -Corte esquemático do projeto, RSamia HaHHaH
paramento com grama, Cond. Vila Amalfi A m a l fi R. Samia Haddad
Neste caso objetivava-se estabilizar permanentemente talude em movimento, resultante de Anecessidade para aplicação do Solo Grampeado
depósitos antigos de resíduo de pedreira, junto àavenida de acesso àPoços de Caldas. Como era estabilizar corte vertical visando aimplantação ■
no caso anterior oparamento foi estabilizado pela aplicação de grama eotalude pelos de 3subsolos do edifício, figura 22, foto 19. A **1
R.OOm
15.00m Dl IP
1 2 13
QuestãoZ. Qual acarga que chega ao paramento? Será necessário sempre aaplicação de
revestimento de concreto ?
í: .
compõemsãobasicamente:perfuraçãoparachumbador;fornecimentopreparoeinstalaçãodo
6.CONCLUSÔES /DISCUSSÕES aço com centralizadores pintura anticorrosiva etubos de injeção com válvulas; injeção de
algumas paraasquaisoferecemosuma calda de cimento sob pressão com controle de volume; preparo fornecimento eaplicação de
Visando promover odebate colocamos concreto projetado armado com fibras; fornecimento eaplicação de drenos de paramento;
atuai.
resposta,querepresentanossaopimão perfuração fornecimento einstalação de DHP; escavação parcializada; andaimes. Estes itens
éiHTia tCCIlíca de melhoria d,* ofaU c. . não podem ser comparados com outros serviços geotécnicos, mesmo que da mesma forma
■Questgol, Por defmição, oSolo |„temacionalmeiUe
^ aceito,
Qi,n|
g construídos. Adespeito dc lermos para cada projeto específicos comprimentos de chumbador,
conceito com oqual concordaiUOS eCji j brasilçjrnt.^ ll^*-Canisnio espessura de concreto projetado ou comprimento de Ulll’, deve ocorrer uma contratação pelo
projeto global, ou por unidade dc área contida, por exemplo metro quadrado.
Nestes casos, onde passa asuperfície ferrenn
eri^t
.IOi»
chumbad ores, ou o
14 15
Adiferença dos valores da carga de rutura eda carga medida no chumbador émuito grande,
Referência A n o AJtura(m} Del horíz./attura(Vo)
H ou seja ovalor medido émuito menor. Shen (14) lembra que ométodo construtivo deve ser
,Guilloux(12) 1980 14.0 0 , 11 2 0 criteriosamente descrito, normalizado erepresentar aquilo efetivamente executado. Sugere
Shen-Samaritan (16) 1981 13,7 0,29 que aavaliação do desempenho, deva advir da observação das deformações, que éamesma
Shen-Davis(17) 1981 9,2 0,17
6,0
opinião de Guimarães Filho (2). Na apresentação do “Estado da Arte”, para ocongresso de
Gassler(11) 1981 0,25
Blondeau &Ledeuil(12) 1982 16,5 0,15
X
São Francisco, Shlosser(18), declara necessária aavaliação das defonnações, bem como
Nicholson(12) 1982 9.1 0,04 1 0 X . considera osolo como principal “material de construção” na confecção do arrimo em Solo
,Nicholson(12) 1985 12,3 0,08
1991 5,0 0,21
Grampeado.
Clouterre(IO)
Benef. Portuguesa -A3 10,42 p,1i 5 Pelos dados acima entendemos que há muito por se aprender sobre 0Solo Grampeado.
Benef. Portuguesa -B2 X 2 0 0 2
10,50 0,05 Listamos alguns pontos muito importantes que tentam responder como se poderia avaliar o
tJoMof. Portuguesa -C2 12,16 0,20
desempenho de um arrimo em Solo Grampeado:
Bonof. Portuguesa -Dl 13,50 0,04 0 0.1 0,2 0.3 0 . 4
Trthfiln 0-Valnrf*.<; Ha %Hp. Hpformar.ãn hnrÍ7nntal r.nm h amitH i Aobservação por meio das deformações deve ser obrigatória durante aconstrução dos
I I : n r i i r
Na tabela 10 se encontram valores da relação da deformação horizontal com aaltura, para a airimos em Solo Grampeado.
mobilização do empuxo ativo, conforme Bowles (8). Na tabela 11 tem-se valores para valas Ométodo executivo émuito importante cdeve ser detalhadamente padronizado c
escoradas conforme Peck (15). fi e l m e n t e e x e c u t a d o .
R. Samia Haddad-Morumbi silte argiloso 1 9 24 a39 Seguem alguns artigos da bibliografia nacional einternacional, que os autores se referem ou
Grande São recomendam como consulta.
R.Bahia-Higienópolis argila porosa paulista 9 a 1 9 22 a37
Paulo
Av. Oscar Americano-Morumbi argilo arenoso 16 a18 23 a27
Nacional :
R. Indubel-Guarulhos silte argiloso 18 a24 28 a30
16 17
Adiferença dos valores da carga de rutura eda carga medida no chumbador émuito grande,
Referência Ano Altura(m) Def. horíz./altura(%)
H ou seja ovalor medido émuito menor. Shen (14) lembra que ométodo construtivo deve ser
Guilloux(12) 1 9 8 0 14,0 0 . 11 2 0
criteriosamente descrito, normalizado erepresentar aquilo efetivamente executado. Sugere
Shen-Samaritan (16) 1981 13,7 0,29 que aavaliação do desempenho, deva advir da observação das deformações, que éamesma
Shen-Davis(17) 1981 9,2 0,17
1981 6.0 0,25
opinião de Guimarães Filho (2). Na apresentação do “Estado da Arte”, para ocongresso de
Gassler(11)
Blondeau &Ledeuil(12) 1 9 8 2 16,5 0.15 X São Francisco, Shlosser(18), declara necessária aavaliação das deformações, bem como
Nicholson(12) 1982 9,1 0,04
10
JC .X considera osolo como principal “material de construção” na confecção do arrimo em Solo
Nicholson(12) 1985 12,3 0,08
Clouterre(IO) 1991 5,0 0,21 Grampeado.
■
Benef. Portuguesa -A3 10,42 0.11 5 Pelos dados acima entendemos que há muito por se aprender sobre oSolo Grampeado.
Benef. Portuguesa -B2
X 2002
10,50 0,05 Listamos alguns pontos muito importantes que tentam responder como se podería avaliar o
B e n e f . P o r t u g u e s a ■C 2 12,16 0,20
Benef. Portuguesa ●Dl 13,50 0,04 0 0.1 0.2 0.3 0 . 4
desempenho de um aiTÍmo em Solo Grampeado:
Ta b e l a 9 - Va l o r e ! 5 Ha %He Hefnrmar.ãn horizontal eom leiarmi hm iH iiii ('.(iim
Aobservação por meio das deformações deve ser obrigatória durante aconstrução dos
Na tabela 10 se encontram valores da relação da deformação horizontal com aaltura, para a arrimos em Solo Grampeado.
mobilização do empuxo ativo, conforme Bowles (8). Na tabela 11 tem-se valores para valas Ométodo executivo émuito importante edeve ser detalhadamente padronizado e
escoradas conforme Peck (15). fi e l m e n t e e x e c u t a d o .
Ainjeção do chumbador éfundamental para aeficiência do Solo Grampeado, muito
Tabela 10 -Deformação para S o l o 5H/H (%)
mais qualitativamente que quantitativamente devendo sempre ser realizada, eavaliada.
mobilização do empuxo ativo, Arenosos compactos. 0.1 a0.2
Apud Bowles (8). Arenosos fofos. 0.2 a0.4 Aobservação da geologia ehidrogeologia previamente ao detalhamento do projeto, e
Argilosos rijos. 1 a 2 odiário acompanhamento dos trabalhos definem os passos de um projeto, que somente
Argilosos moles. 2 a 5 se encerra após otérmino da execução da contenção.
As análises matemáticas, por meios eletrônicos ou manuais, não permitem definir
Tabela 11 —deformação junto àface da Solo 5H/H (%) previamente por si só qual oprojeto mais seguro ou econômico, quer pelas
escavação para valas escoradas para Areias eargílas moles eduras. 0.1a 0.2 insuficientes informações do subsolo usualmente oferecidas para projeto, quer pela
prédios de Chigago, Oslo, com Argilas moles emuito moles (com este 1 a 2 grande dificuldade em simular ocomportamento específico dos solos brasileiros,
profundidades variáveis de 9.00 à material até abase da escavação.
especialmente dos residuais edos sedimentos terciários.
22.00m, Apud Peck (15). Argilas moles emuito moles (com este
material abaixo do fundo do vale.
> 2
Para se compreender em todos os âmbitos atécnica do Solo Grampeado, seria
necessário melhor estudá-lo. Oestímulo para odesenvolvimento de teses de pós-
Segue resumo da faixa de variação de valores da carga de rutura por metro linear, resultante graduação deve ocorrer, diretamente ligado às reais condições de aplicação n a
R. Samia Haddad-Morumbi silte argiloso 19 24 a39 Seguem alguns artigos da bibliografia nacional einternacional, que os autores se referem ou
Grande São recomendam como consulta.
R.Bahia-Higienópolis argila porosa paulista 9a 19 22 a37
Paulo
A v. O s c a r A m e r i c a n o - M o r u m b i 16 a18 23 a27
argilo arenoso Nacional :
R. Indubel-Guarulhos silte argiloso 18 a24 28 a30
França(12) Ve r s a i l l e s - C h a n t i e r, c o r t e F e r r o v i á r i o areia fontainbleau 2 2 1. GUIMARÃES FILHO J.D.(1984)-Consolidação de solos por injeções: Discussão sobre
uma prática bem sucedida, mas que não está de acordo com as teorias clássicas existentes.
Tabela 12 -Valores da carga de rutura de chumbador por metro linear
Revista Solos eRochas, Volume?, p.99-107.
2. GUIMARÃES FILHO J.D.(1994)-0 Alívio controlado de tensões na técnica de Solo
Na tabela 13, extraímos dos artigos de Shen(16), eClouterre(lO) valores da carga máxima
Grampeado. Revista Solos eRochas, VolumelV, n.3, p. 195-201.
mobilizada no chumbador, por metro linear. 3. lYOMASA, W.S., RODRIGUES, J. E.(2002)- Fraturamento Hidráulico eInjeção de Solo-
Carga meefida no churrtiador
Referência Cimento em Maciço Terroso, Revista Solos eRochas, São Paulo, 25,(2),p. 105-118.
íkl^m)
1.1 a1.3
4. ZIRLIS, A.C.; PITTA, C.A.; SOUZA, G.J.T eOliveira, M.(1992)-Soil Nailing:
Prejet Qouterre(1991)
3.5 a3.7
Chumbamento de Solos, Experiência de uma Equipe na Aplicação do Método. In:
Shen-Davis(1981)
COBRAE -Conferência Brasileira de Encostas, vol. l-Rio de Janeiro, pp. 81 a99
16 17
5ZIRLIS,A.C.(1998)-ReforçodoTerreno-SoloGrampeado,Livro:FundaçõesTeoriae 9. TABELA 14 -Obras executadas por estes autores apartir de 1996 a2003.
Prática/PINI-ABMS-ABEF,
Capítulo
18.3.1,
SãoPaulo,
p.
641-642
e656-66^8. A r e a
Ta l u d e Chumbador (mm) RevestConcr.Projeíado ^ a
6ZIRLIS A.C. PITTA, C.A.(2000)-Chumbadores Injetados: AQualidade do Solo Identificação A n o Solo Alt. I n c ! Compr Armação Espaçam Esp.
Armação
T a x a ^^
Grampeado.
SEFE
IV-
Seminário
de
Engenharia
de
Fundações
Especiais
eGeotecnia, 130 96 Residual
(m) (2Í
60
Diam Hor Verí
(mm) aço _
7.BAUER(1989)-SoilNailing-TheBauerSystem-CatálogodeServiços^~
7. R.Sâo Nicolau, SP 4 0 9 7 Solo residual 4,0 6 0 4,0 2 0 1,6 1,5 60 1Q138 3 7
15
Votorantim, SP
10.CLOUTERRE(1991)-RecommandatíonClouterre,ProjetNationalClouterre,Pressesde 1.200 9 7 Siltoso 6,0 9 0 4,0 1,0 2.1 100 10 92
I‘ENPC, Paris. ^ ^ u-
11. GASSLER G. ,GUDEHUS, G.(1981)-Soil Nailing some Aspects of aNew Technique. Colégio ,Sto. André, SP
Av. J o ã o P a u l o A b i a s ,
248 9 8 Aterro 6.5 9 0 6,0 2 0 1,0 1.2 100 F. de Aço 40 X
Anaisdo10o.Cong.Int.deMec.SoloseEng.deFund.Estocolmo,Vol.3p.665-670.
Part 1.
S P 170 98 Aterro 4.0 9 0 4.0 2 0 1.7 1.3 70 F. de Aço 4 0
12. BRUCE D.A., JEWELL, R.A.(1986)-Soil Nailing: Application and Practice - Sorocaba, SP 700 98 Areia Argilosa 9,7 90 5,0 20 1,5 1,5 150 2 0 2 8 3 60
Ground Engineering, November, p. 10-15. Taboão da Serra, SP 150 98 Aterro 8,5 80 10,0 2 0 1,4 1.2 130 F.de Aço 35
Part 2.
13, BRUCE D.A., JEWELL, R.A.(I987)-Soil Nailing: Application and Practice - Creche Cardeal Mota,
SP 300 98 Residual 11,0 7 0 4,0 20 1,5 1,5 7 0 F. d e A ç o 40
Ground Engineering, January, p.21-33, 38. 98 99 Residual 20
R.Jacatirão, SP 5,2 9 0 3,0 1.0 1,0 7 0 F. d e A ç o 40 X
14. GASSLER G., GUDEHUS G.(1981) -Soil Nailing some Aspects of aNew Technique- S.B.Campo, SP 160 9 9 Residual 6,0 9 0 3,0 2 0 1,0 1,0 7 0 F. d e A ç o 35
Anais do 10o. Cong. Int. de Mec. Solos eEng. de Fund. Estocolmo, Vol. 3p.665-670. Av. Oscar Americano,
15.PECK,RALPHB.(1969)-DeepExeavationsandTunnellinginSoftGround-Proceding S P 1.160 9 9 Residual 8,0 9 0 5,8 2 0 1,5 1,5 100 F. de Aço 40
of the Seventh IC. On S. M. F. E, -The State of Art Volume, p.266. Taboão da Serra. SP 500 9 9 Residual 15,0 7 0 6,0 2 0 1.5 1,5 100 F. de Aço 40
16. SHEN C.K., BANG S., HERMANN L.R.(1981) -Ground Movement Analysis of Earth R. Antônio Lc Voei,
SP 512 9 9 Residual 6,5 9 0 8,0 2 0 1.7
2
1,4 7 0 F. d e A ç o 40
18. SCHLOSSER F., MAGNAN J.P., HOLTZ R.D.(1985)-Geotechnical Engineered André.SP 11 0 9 9 Sedimento 9.8 9 0 6,8 2 0 1,4 1.4 N ã o N ã o Não X
Construetion -State of the Art- Proceedings of the Eleventh Internacional Conference on Ed. Lumiere, Slo
André. SP 1.350 0 0 Residual 10,5 9 0 8,0 20 1.4 1,5 100 35 X
F. de Aço
Soil Mechanies and Foundation Engineering -Volume 5, p.2499-2504. Hangar Congonhas, SP 225 0 0 Residual 6.0 6 0 7 0 F. de Aço 3 5
CEF, Diadema. SP 263 00 Residual 7.2 90 8,0 20 1,6 1,4 100 F. de Aço 35
8. AGRADECIMENTOS
Rod. Raposo Tavares,
S P 130 0 0 Coluvio 6,0 9 0 4,0 20 1,5 1,5 7 0 F. de Aço 30 X
Ed. Millenium,Sto.
Os autores gostariam de agradecer atodos os profissionais dos escritórios de projeto e André, SP 130 00 Coluvio 4,2 90 6,0 20 1.4 1,3 IQQ F. de Aço 30 X
consultoria, de alguma forma envolvidos neste trabalho: A.H. Teixeira, Ceppolina, R.Prata, Taboão da
1.048 00 Coluvio 2a7.5
70 a
20 8 0 F. d c A ç o 3 0
Consultrix, Godoy &Maia, Interact, Luciano Decourt, M. Hosken, Roma. Scrra.SP
Pq Pinh., Taboão da
9 0 6,0 1,5 1,5 X
Ipelandia, Suzano, SP 2.050 01 Solo residual 11.4 75 3 a 4 20 1.5 1.5 100 F. de Aço 30 X
Queluz ,SP 595 01 Solo residual 10,0 90 4.0 25 1.2 1.3 50 Q138 44
SP280 Marginal
Leste.SP 821 01 Solo residual 8,0 90 8.0 20 1,5 1.5 80 F. dc Aço 30
SP280 Marginal
Oeste,SP 1.625 01 Solo residual 10,0 90 6al0 1 20 1.5 1.5 8 0 F. d c A ç o 3 0
S. Bernardo do
Campo.SP 51 10 Coluvio 4,5 9 0 6,0 1 2 0 U 1,1 7 0 F.de Aço 3 0 X
C. E. Kennedy, SB
Campo.SP 571 01 Coluvio 10,0 9 0 8,0 I 2 0 1.0 1,4 100 F-dcAço| 30 X
1 8 19
Ta l u d e Chumbador R e v e s t . C o n c r. P r o j e t a d o
A r e a Q
o
Espaç
Identijtcação Solo &
Alt. I n c l Compr Armação Esp. Taxa |-«t'
a m
Armação
1.2
Ve r t
1.1
(mm)
80 F. de Aço
aço
3 0 X
Sistemas de Contenção em Solo Grampeado na Cidade de
Cotia, SP
Al. S.Caetano, Sto André,
270 01 Solo residual 5,5 90 4 1 2 0 1.2 1.2 100 F. de Aço 3 0 X
Porto Alegre, RS
S P 3 7 4 01 Solo terciário 11 , 5 9 0 6,0 2 0 1.2 1,3 7 0 F. de Aço 3 0
Eduardo Azambuja
Diadema -SP
Cond. V.Amalfi,
878 01 Solo terciário 8.3 8 0 6,0 2 0 1.1 1,4 100 F. de Aço 3 0
Azambuja Engenharia eGeotecnia Ltda. EPUCRS, Faculdade de Engenharia, Porto Alegre, RS
Morumb, SP 858 01 Solo residual 8.3 80 5a9 20 1.3 1.3 Grama
Suzano.SP 99 01 Solo residual 6.0 90 4,0 20 1.5 1.5 50 F. de Aço 30 Marcos Strauss,
AvHigienópolis-
Sto.André.SP 195 01 Solo residual 4.7 6 0 6,0 2 0 1,2 1.1 70 4 0
Azambuja Engenharia eGeotecnia Ltda.
F. de Aço
Ed. M.AdventS.B.
Campo.SP 595 01 Solo Sedimentar 10,3 9 0 4 a 8 2 0 1.3 1,1 7 0 F. de Aço 40 X Felipe Gobbi Silveira
P.M. Poços de
Caldas.MG 2.739 01 Solo residual 23,0 6 0 10a 16 2 0 1,5 1.3 Grama X
Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
C . E . P. B a r r e t o - S t o
Andre.SP 1.960 0 1 Solo residual 11 , 0 90 3a8 20 1.2 1,5 70 F. de Aço 40 X RESUMO:Opresentetrabalhorelatadoiscasos,nacidadedePortoAlegre,ondeosistemadesolo
Ta m b o r é / S P 697 0 1 Solo residual 4,5 90 5.0 20 1.3 1.5 100 F. de Aço 40 X grampeado foi adotado como solução. Existem demais obras executadas com esse sistema nessa
Taboâo da Serra/SP 2 1 0 01 Coluvio 7,0 75 6.0 20 1.2 1,5 70 F. de Aço 40 X
cidade,entretanto,paraestetrabalho,selimitouaapresentaçãodestesdoiscasos,cujosprojetos
Cons. Construtor,SP 400 01 Solo residual 2.5 80 4,0 16 1,1 1,5 80 Q196 39 X
foramdesenvolvidosnaempresaAzambujaEngenhariaeGeotecniaLtda,easobrasjáforam
Ta m b o r é I V. S P 2 . 1 6 4 01 Solo residual 3 a 7 90 4 a 6 2 0 1,2 1,2 80 F. de Aço 35 X
concluídas.OprimeirocasodescritointegraoconjuntodeobrasdaterceiraPerimetral,ondefoi c o m
Solo residual
C o n s . C o n s t r u t o r.
Te r r a A z u l - S t o .
565 01 6,0 90 4.0 2 0 2.0 2,0 7 0 F. de Aço 35 X
realizadaumaescavaçãoprofundatipocaixão,possuindoduasparedesopostas,cadauma
André.SP 4 1 0 0 1 Solo residual 11.6
i
9 0 6 i. 0 2 0 1.2 1,3 7 0 F. de Aço 40 X aproximadamente 350m de extensão ealturas variando de 3,5m a1Im. Osegundo caso apresentado
Margraf.Tamboré.SP 687 0 2 Solo residual 3a 6 9 0 5.0 20 1.3 1,3 100 F. de Aço 40 X tratadoprojetodaRuaSantaMaria,ondeexistemváriostrechosdecontençãoemsoloreforçado,
M a e c a n - Ta b o â o . S P 265 0 2 Solo residual 5,8 a9,3 7 0 6.0 2 0 1.2 1,5 7 0 F. de Aço 40 X
totalizandoaproximadamente70m,comalturasdeaté4m.Osresultadosdascampanhasde
P r o m o n Te l e f ô n i c a / S P 9 0 0 2 Residual 6,0 80 3,0 2 0 1.2 1.5 7 0 F. d e A ç o 3 0
investigaçãogeotécnicaeoscritériosdeprojetoecontroledasobrasdecontençãosãodescritos,
Savol -Sto Andrc.SP 2 4 0 0 2 Coluvio 6.4 9 0 5,0 2 0
12,5a
1.2 1.3 7 0 F. d e A ç o 30 X
bem como alguns detalhes particulares dos processos construtivos.
Mormom -Embu/ SP 194 0 2 Silte Arenoso 6,0 6 0 4 a 6 2 0 1.3 1,3 80 2telas
PA L AV R A S - C H AV E : Solo Grampeado, Contenção, Escavação profunda
R. Bahia /SP 277 02 Argila-Paulista 5,0 9 0 10,0 2 0 1,2 1.2 100 2telas
R.A. Arg.Tabo3o da
Serra/SP 400 0 2 Aterro 10,0 90 4a8 20 1.2 1,2 7 0 F. d e A ç o 30
Sãoentãoapresentadosdoiscasosdeobradenominadoscomo:PerimetraleRuaSantaMaria. a
R.M. Mizumoto-
Aprincipal obra do sistema viário de Porto Alegre nesta última década é O
ajuste da sua 3
Liberdade/SP 316 02 Argila Siltosa 10,2 90 8,0 20 1,5 1,5 70 F. de Aço 30
R.Samia Hadad Morumbi Avenida Perimetral afim de tomá-la uma via rápida de ligação das zonas sul enorte, com alta
/SP 770 02 Solo residual 18,8 90 9,0 20 1.2 1.2 70 F. de Aço 30
capacidadedefluxo.Paratal,foiprevistaaampliaçãodonúmerodepistaseacriaçãodeum
SSo José dos Campos /SP 1 . 0 2 9 0 2 Silte Arenoso 5.1 90 4,0 20 1.3 1.3 70 F. de Aço 30
corredordeônibus.OprojetodesenvolvidoparaaPerimetral,aquiapresentado,tratadeuma
NíqucItocantins/GO 770 02 Solo residual 8.2 80 4,0 20 1.5 1.5 70 F. de Aço 30 X passagemdenívelentreasavenidasTarsoDutraeProtásioAlves,compostaporquatroviadutose
Agua Mineral-Utinga /SP 2 2 9 02 Solo residual 8.4 90 6,0 20 1,2 1.2 70 F. de Aço 30 X
umapassageminferior.Aexecuçãodapassageminferiorfoirealizadaatravésdeumcortetipo
Hosp. Benef, Port. Fase
H,SP 936 02 Argila Porosa 12,0 90 3,8al0 20 1.3 1.4 80 F, de Aço 40 caixão,gerandoumvolumedeescavaçãodeaproximadamente120.000m^Ostaludesdecorte
Ed.Maria Antonia-Mooca verticais,comalturasdeatéllm,obviamentedemandaramsistemasdecontençãoespeciais.Entre
.SP
Col.Imp.Leop.a,Sa
848 02 Argila Siltosa 8.0 90 6.0 2 0 1.2 1,1 70 F. de Aço 4 0
váriasalternativasestudadas,foiescolhidaatécnicadesologrampeado,faceaoseumelhor
ntana,SP 640 03 Argila Siltosa 8.0 90 6.0 20 1,2 1.2 70 F. de Aço 40 X desempenho econômico eco mpatibilidade com as condições de subsolo.
Ed.Amsterdãn-Sto Argila organica
Andrc.SP 547 0 3 silt.
Argila silto
6a9,5 90 4 a 6 20 1,3 1.1 70 F.Polipro. 6 X
AscontençõesemsologrampeadodaRuaSantaMariafazempartedeumprojetomaisampo,
Ed.Grafos-Sto Andre.SP 916 03 a r e n o s a 5,4 a9,7 90 4 a 9 20 1.2 1,2 70 F.Polipro. 6 realizadoparapermitirapavimentação,reperfilamentoealargamentodavia,ecompreendeos
Saargummi -São Argila porosa 16ou2 projetos:viário,dedrenagempluvialedecontenções.Dentreosprojetosdecontençãoforam
Catano.SP 690 03 silt.
Argila organica
6,8all.8 90 4a 10 0 1.5 1,5 70 F.Polipro, 6 X
utilizadoscomosoluçõesmurosdesoloreforçado,murodesolocimentoecontençãoemsolo
Osasco-CPTM.SP
Ed.Residencial-Sto
193 03 silt. 4.8 9 0 3 a 6 16 1.2 1.0 150 F. de Aço 4 0
grampeado. Serão
apresentadas
as
contenções
emsolo
grampeado,que
totalizam
aproximadamente
Argila Silt.
Andrc.SP 257 03 porosa 6,0 90 5,0 20 1,2 1,2 70 F.Polipro. 6 X
70m de contenção com alturas de até 4m.
Sub- total Área 96 a
2003
46.054
AscondiçõesgeológicasgeotécnicasenvolvidasnocasodacontençãodaPeiimetialsãode
maiorcomplexidadedoqueasdaRuaSantaMaria.Devidoaestascomplexidadeseaoporteda
Obs: Aúnica obra instrumentada foi ado Hospital da Beneficência Portuguesa. Esta foi também aúnica obra da Perimetral foi possível arealização de instrumentação da obra euma campanha de
considerada provisória, mas passou 2anos sem aconstrução do prédio. investigação geotécnica, envolvendo ensaios de campo ede laboratório. Desta forma aobra da
2 0 21
Perimetral gerou uma quantidade maior de dados aserem apresentados, tonando-a mais Entre os estudos importantes, eque servem de orientação para os projetos de sistemas desse tipo,
“interessante” tanto do ponto de vista acadêmico como de prática de engenharia. destaca-se o“Programa CLOUTÉRRE”, oqual foi divulgado recentemente por diversas instituições
no mundo (FHWA-SA-93-026, 1993).
2 P E R I M E T R A L
2.3 SISTEMA CONSTRUTIVO
2.1 GEOLOGIA LOCAL
Na obra em questão, acontenção em solo grampeado está constituída dos seguintes elementos:
Ocruzamento das avenidas Tarso Dutra eProtásio Alves situa-se no Morro Petrópolis, próximo chumbadores, faceamento edrenagem de contato.
ao seu cume, com cota máxima de aproximadamente 60 macima do nível do mar.
2.3.1 Chumbadores
Os chumbadores utilizados foram feixes de 3barras de vergalhões 02Omm CA-50, cuja carga de
trabalho éde 240 kN.
Aancoragemcomofaceamentoérealizadaporganchose,porestarazão,dispositivosespeciais
de suspensão efretagem foram previstos.
Aproteção contra acorrosão desses grampos foi por galvanização afogo eorecobrimento
mínimo da pasta de cimento foi de 3cm. Uma vista dos chumbadores, já com centralizadores e
tubos de injeção, éapresentada na figura 2.
Aperfuração para instalação dos chumbadores foi realizada com processo roto-percussivo com
diâmetro mínimo de lOOmm, destacando-se oprocesso na figura 3.
Figura 1: Arranjo do túnel da Av. Protásio Alves, em destaque as cortinas de contenção.
2.3.2 Faceamento
Geomorfologicamente está situado na crista da matriz, alto topográfico formado por rochas
graníticas, com predominância do granito Independência (Menegat et. al., 1998).Adespeito desta ofaceamentofoiconstruídoemconcretoprojetadocom12cmdeespessurareforçadocomduas
predominância,nazonadeabrangênciadoprojetodesologrampeadonãoocorremformações
graníticas, mas sim duas outras ocorrências geológicas: um dique de riolito na face leste da
camadasdetelaeletrossoldadacoml,38cmVm.Afigura4apresentaoprocessodeexecuçãoda
escavaçao e solo residual de paragnaisse na zona central eface oeste da escavação. últimacamadadeconcretoprojetadojuntoàseçãodemaioralturadacortinadesologrampeado.
Odique de riolito possui uma orientação norte-sul eestá encaixado entre um maciço granítico 2.3.3
Drenagem de contato
gnáissico. Embora possua uma massa principal com limites laterais relativamente bem definidos o
dique impôs aintercalação de veios de pegmatito recorrentes em meio ao gnaisse.
Adrenagemdecontatofoirealizadaatravésdefaixasdegeocompostoscom0,45mdelargura,
2.2 CONCEPÇÃO DA SOLUÇÃO dispostosininterruptamentedacristadacortinaatéseupé,espaçadoshorizontalmentede2,5m.O
geocompostoutilizadoconsistedeumnúcleodrenantedepoiietilenoentreduasmantasdegeotexti
Oprojeto original previa aexecução de paredes diafragma atirantadas como contenção. No
nãotecidodepolipropileno.Afotodafigura5destacaosgeocompostosjáinstaladosemummvel
entanto,umacampanhadesondagenspreviamenteaoiníciodasobrasindicouapresençaderocha desologrampeadoepreparadoparaaescavaçãodonívelsubseqüente.
aolongodeumaextensãoconsideráveldaposiçãoprevistaparaaparedediafragma,inviabilizando
tal técnica, pela impossibilidade de escavação com ouso de clam-shell..
Como alternativa, optou-se pela técnica de contenção por solo grampeado.
2.3.4 Etapas construtivas
Esta opção foi tomada frente às seguintes vantagens inerentes aesta técnica:
♦Execução descensional; Aseqüência construtiva pode ser entendida apartir da descrição aseguir.
♦Possibilidade de ajuste do projeto com oavanço das escavações; Apósaescavaçãomecânica,foirealizadaumaescavaçãomanualcriteriosajuntoaofaceamento.
Sobre esta superfície, são fixados os geodrenos através de grapas metálicas.
♦Custo final inferior àtécnica de cortina atirantada.
Umaprimeiracamadadeproteçãodeconcretoprojetadoéentãoaplicada,comumaespessurade
EmboranoBrasilnãoexistaumanormatécnicaqueregulamenteosprojetosdesologrampeado 3cm.Essaproteçãopermiteaexecuçãodasperfuraçõeseinjeções(atividadesmaismorosas)sem
essas contenções são utilizadas aqui desde oinício da década de 70. queocorraadegradaçãodossolos,alémdegarantiraproteçãodasarmadurasdofaceamentocontra
acontaminação por interposição de solo.
2 2 2 3
Realizada as perfurações, os grampos são instalados eéprocedida ainjeção de primeiro estágio, vVerificação da estabilidade global.
liberando aface para ainserção de armaduras egabaritos para oacabamento do faceamento.
Ao fim dos trabalhos de armação, um segundo estágio de injeção éentão realizado nos grampos.
Por fim, oconcreto projetado pode ser finalizado em duas camadas, aprimeira de 5cm ea
segunda de 3cm. Essa última camada recebe ainda um tratamento manual de polimento com
desempenadeiras (réguas) de forma aproporcionar uma textura mais uniforme ao concreto
projetado.
um» Hlh
Afigura 6apresenta uma vista geral, no sentido norte-sul, do sistema de contenção em solo
grampeado executado na Avenida Carlos Gomes.
Quando do início do projeto, haviam sido realizadas 13 sondagens mistas (SPT erotativas), o
que permitiu oconhecimento do perfil geológico, mas inadequado para adeterminação dos
Figura 3: Perfuração 01OOmm com
parâmetros geotécnicos necessários ao dimensionamento, frente àcomplexidade geológica do local.
I■● ■ perfuratriz roto-percussiva.
'-fe r Portanto, foram executados 12 ensaios CPT complementares.
1 A i
f
2.4.2 Interpretação dos resultados
Em função dos resultados obtidos com as sondagens, dividiu-se aobra em seis zonas com
propriedades mecânicas próprias, conforme indicado na Figura 7.
Uma vez que oBrasil ainda não dispõe de uma norma técnica arespeito de solo grampeado, o
dimensionamento foi realizado segundo as orientações das publicações “Programa CLOUTÉRRE”
(FHWA, 1993) e“Reinforced Soil Structures -Design and Construction Guidelines” (Christoplier Figura 7: zonas de solo de propriedades semelhantes.
et.al, 1990).
Utilizando-se correlações empíricas (Robertson eCampanella, 1993) epartindo de uma hipótese
Oprocesso de dimensionamento consistiu das seguintes etapas;
preliminar de material puramente friccional, obteve-se um valor de 0cq. Apartir daí, considerando-
vObtenção dos parâmetros geotécnicos; se aexperiência regional foram determinados parâmetros de resistência ao cisalhamento coesivo-
friccional que implicassem em resistências ao cisalhamento semelhantes às obtidas apartir de 0eq,
vVerifícação da estabilidade interna da região reforçada;
2 4 2 5
para níveis médios de tensões confinantes ao longo da obra. Os resultados são apresentados no considera-se que seus resultados são muito mais representativos que os obtidos por CPT ou
Quadro 1. qualquer ensaio de laboratório.
Quadro 1: Parâmetros para as zonas de subsolo. Quadro 2: parâmetros obtidos nas investigações complementares.
Z o n a
descrição c' (kPa)
1 2 3 4 5 6
Veio de pegmatito 24 14
0 4 4 50' 40' 40° 39° 42°
eg. (retro análise)
0 ’ 35° 40' 32' 32° 32' 32'
Gnaisse com juntas 20 8
c’ (kPa) 22 22 22 22 2 2 2 2 (retro análise)
Y(kN/m^) 18 18 18 18 18 18
Gnaisse com juntas 20 7,5
(retro análise)
Gnaisse com juntas 20
2.4.3 Arranjo preliminar 4,5
(retro análise)
Compressão triaxial 24 22
Com tais parâmetros, foram realizados dimensionamentos internos apartir dos métodos em gnaisse
cinemáticos eanálises de estabilidade externa fundamentadas no equilíbrio limite apartir das
formulações de Spencer.
2.5.2 Redimensionamento
Os arranjos resultaram em chumbadores com comprimentos variando de 3m a8m e
espaçamentos horizontais everticais variando de l,5m a2m.
Considerando os parâmetros obtidos por retro análise, corroborados pelos resultados dos ensaios
2.5 DIMENSIONAMENTO FINAL triaxiais, foi redimensionado todo osistema de solo grampeado, seguindo-se metodologia e
hipóteses idênticas às utilizadas no dimensionamento preliminar.
Já que osistema de solo grampeado permite arevisão do projeto enquanto se avança com a s
Desta forma, optou-se por criar uma série de escavações internas àobra (portanto sem prejuízo 1.2S
F
10.6
dos sistemas de contenção) onde as rupturas dos taludes foram intencionalmente provocadas.
1.25
Estes novos parâmetros de resistência são sensivelmente inferiores aos obtidos via correlações
com os ensaios CPT. De fato, em sistemas onde ocomportamento mecânico écomandado por
Juntas estruturais dos maciços (como éocaso de contenções), os ensaios como oCPT não são Av. Tarso Dutra
capazes de identificar os parâmetros de interesse, ou seja, os parâmetros das próprias juntas. LNkn
Entendendo que aretroanálise, uma vez que se conheça bem as condições de contorno, possui o Figura 8: seção transversal de maior altura da contenção em solo grampeado.
mérito de praticamente ser um “ensaio” em verdadeira grandeza sem perturbações de amostragem.
2 6
2 7
287
2.6 CONTROLE TECNOLÓGICO
237
Para que adinâmica de um projeto de solo grampeado seja racional, ocontrole do desempenho
do sistema éestritamente necessário. Desta forma, um controle tecnológico, em especial dos ^ 1 8 7
deslocamentos, assume um papel muito importante.
^ 1 3 7
Além dos controles de qualidade convencionais dos materiais empregados, foram previstos os
seguintes procedimentos: 87
vEnsaios de arrancamento; 37
0 2 4 6 8 10 12 14 1 6
vControle de deslocamentos na crista do faceamento;
deslocamento (mm)
vinstrumentação de grampos einstalação de inclinômetros em duas seções críticas.
Figura 9: Gráfico dos ciclos de carga em um ensaio de arrancamento.
Desse plano inicial, apenas os inclmômetros não foram instalados, em virtude de alguns
embaraços construtivos ede logística da empresa construtora. Afigura 10 mostra os locais onde foram realizados os ensaios de arrancamento, oensaio 06 não
está representado em planta porque foi realizado na mesma seção do ensaio 05, em uma cota 2,5
2.6.1 Ensaios de arrancamento inferior. Ainda érepresentada na figura alocalização dos pontos para medida de deformações ea
'realização das seções de grampos instrumentados.
Os ensaios de arrancamento foram realizados com afinalidade de verificar arelação tensão
deformação dos grampos utilizados no sistema de contenção.
Paraissoforamexecutadosgramposprotótipos,semfunçãoestrutural,aolongodaobra n o s
locaisespecificadospelaprojetista.Estesgramposprotótiposobedeceramosmesmoscritenosde
execução
dos
demais
grampos
executados
na
obra
quanto
aperfuração
emjeçao.
No entanto o s
grampos utilizados nos ensaios de arrancamento são compostos por uma unica arra eaço, são de
menorcomprimentodoqueosutilizadosnaobraenecessitamdeumtrecholivreentreotrecho
ancorado eofaceamento.
Oarranjodosistemaempregadoconstituiu-sedeumconjuntobombamacacohidráulicoscorn
capacidadenominalde600kN,instaladosnacabeçadogrampocomautilizaçãodeumacargueira
metálica. Acarga aplicada no sistema éconvertida em pressão everificada através de U m
defletômetro mecânico com resolução de 0.01 mm fixado aum sistema independente de referência.
Aexecução dos ensaios se da através de ciclos de carga. Oensaio éiniciado com uma carga da
ordem de 25% da carga de trabalho eos incrementos de carga adotados foram da mesma Figura 10: Locais dos pontos de controle einstrumentação.
magnitiude, cada incremento de carga produz um ciclo. Onúmero de ciclos de carga utilizados éo
número necessário para que se alcance acarga de arrancamento (ruptura do contato solo-grout). Os resultados destes ensaios podem ser verificados no quadro 3, onde são descritas a 9 9
profundidade média do trecho ancorado, atensão de trabalho especificada para ogrampo, o“qs
Em cada estágio de carregamento foi verificado ocomportamento tempo-dependente, d o mobilizado eodeslocamento referente àruptura do grampo.
grampo para aquela tensão eainterpretação dos resultados deu-se por ajuste auma regressão não
l i n e a r.
Aresistência última éverificada quando da instabilidade dos deslocamentos para cargas Quadro 3: Resultado dos ensaios de arrancamento.
constantes, oque resulta na tensão máxima mobilizada (qs).
Ensaio Prof. (m) ay (kPa) qs (kPa) d e s l . ( m m )
Ainterpretação dos resultados dos ensaios bem como averificação da consistência do niesmo 1 200 260
2,50 6,50
seguiram os métodos sugeridos pelo “Programa CLOUTERRE”, (FHWA, 1993). Sendo analisadas 2 6,76 75 264 7,80
aresistência última na interface solo-grout (qs) bem como ocomportamento tempo dependente n a s 3 4,60 150 261 15,76
tensões de maior interesse (tensões de trabalho). 4 4,30 125 270 9,30
5 1,50 120 210 5,40
6 4,0 150 204 10,73
2 8
2 9
2.6.2 Deslocamentos da crista superaram os deslocamentos esperados para aestrutura. Além dos deslocamentos de crista elevados,
as bacias de deformações foram mais amplas que oesperado. Amaioria dos registros reporta-se a
Osistema de contenção de solo grampeado apresenta os deslocamentos mais acentuadas na crista deformações verticais nulas adistâncias da crista inferiores a1,5 vezes aaltura escavada. Nas
da escavação. Para se ter ocontrole destes deslocamentos foram instalados cachimbos ao longo da contenções da 111 Perimetral, foram observadas trincas de tração erecalques adistâncias de até 2
crista logo no início das escavações. Estes cachimbos consistem em uma peça metálica instalada vezes as alturas escavadas.
junto ao faceamento que serve de suporte para um prisma. Este prisma uma vez colocado no
cachimbo possibilita aleitura das coordenadas do ponto utilizando um nível de precisão. As
medidas foram realizadas periodicamente, especialmente antes edepois dos eventos de escavação. 2.6.3 Seções instrumentadas
Desta forma foi possível acompanhar os deslocamentos da estrutura tanto horizontal como
Foram executadas duas seções de grampos instrumentados, alocação destas duas seções pode ser
verticalmente ao longo do tempo. Os resultados apresentados neste trabalho se restringem aos
deslocamentos horizontais everticais da parede 2, conforme aparecem nas figuras 11 e12. visualizada na figura 10.
Figura 1: Gráfico dos deslocamentos horizontais da parede 2 Cada seção écomposta por um total de 5grampos com comprimentos variáveis entre 9e11
80
metros. Estes grampos estão instrumentados com strain-gauges com objetivo de verificar as
7 0
-o- Ponto E deformações e, consequentemente, adistribuição das tensões ao longo dos grampos.
Ponto F
6 0
-A- Ponto G
Os resultados obtidos nestes grampos não serão apresentados neste trabalho por ainda se
-X- Ponto H
E
-X— Ponto I
encontrarem em fase de processamento, porém épossível antecipar-se que adistribuição das
ã, 50
o
e
Ponto J deformações apresentaram-se compatíveis com os modelos estruturais atribuídos ao projeto.
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Ponto L
4 0
E —Ponto M
n
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Ponto N
●2 30
( A
Ponto N1
Q
Afigura 13 apresenta uma vista geral da obra concluída.
20
10
3RUA S A N TA MARIA
Tempo (dias)
3 0 31
omorro da Cruz écomposto por rochas graníticas, mais especifícamente ogranito Santana, o 5.4 DIMENSIONAMENTO
granito Santana característico apresenta acor laranja avermelha euma textura equigranular média
agrossa. Ele constitui amaior parte da crista de Porto Alegre, estendendo-se desde azona sul até a Assim como no caso anterior odimensionamento teve como referência as publicações:
zona norte da cidade. “Programa CLOUTÉRRE” (FHWA, 1993) e“Reinforced Soil Structures Design and
Construction Guidelines” (Christopher et.al, 1990).
Os perfis de solo encontrados são predominantemente solo saprolítico desta rocha, tendo
ocorrência de matacões. Ocorre também aterros de caliça em toda aextensão projetada, com Os parâmetros utilizados para odimensionamento foram:
espessuras variáveis. ♦ c ’ = 2 8 k P a
Como já foi descrito anteriormente, várias soluções de contenção foram propostas para aRua ♦Y^17kN/m^
SantaMaria,murodesoloreforçado,murosdesolocimentoecontençõesemsologrampeado.
Valores estes apresentados por Bastos (1991) apartir de campanhas de ensaios geotécnicos
Osistema de contenção em solo grampeado foi utilizado nos locais onde apresentava-se realizados em solos residuais de rochas graníticas em unidades geotécnicas semelhantes às do local.
vantajosaautilizaçãodeummétodoconstrutivodescencionalcomvolumesminimizadosdecortes,
locaispróximosaedificações.Aprevisãodedeformaçõesfoiadmitidacomoaceitavetendo e m
Afigura 14 apresenta uma seção tipo da solução proposta em solo grampeado.
vista as propriedades do solo eotipo de edificações envolvidas.
5.5 SISTEMA CONSTRUTIVO
3.3.1 Chumbadores
Os chumbadores utilizados foram compostos por barras de aço tipo ST 50/55 filetado com
3.3.2 Faceamento
Figura 14: Seção tipo do sistema de contenção em solo grampeado da Rua Santa Maria.
Ofaceamentofoiconstruídoemconcretoprojetadocom12cmdeespessurareforçadocomduas
camadas de tela eletrossoldada com 0,75cmVm. 5.5 CONTROLE TECNOLÓGICO
Nas obras da Rua Santa Maria foram executados ensaios de arrancamento nos grampos, não
3.3.3 Drenagem de contato sendo executada instrumentação das estmturas.
Os ensaios de arrancamento atenderam as condições especificadas em projeto no que tange a
Adrenagem de contato foi realizada através de faixas de geocompostos com 0,50m de largura, resistência edcformabilidade da interface solo xgrampo
dispostos íninterruptamente da crista da cortina até seu pé, espaçados horizontalmente de l,75m. O
geocomposto utilizado consiste de um núcleo drenante de polietileno entre duas mantas de geotêxtil Não foram verificadas patologias significativas das edificações associadas adcformabilidade do
sistema de contenção.
não tecido de polipropileno. Sendo aágua coletada no pé da contenção através de um tubo de
PEAD.
Afigura 15 apresenta uma vista geral de uma das obras em solo grampeado executada na Rua
Santa Maria.
3 2
3 3
utilização de Solo Grampeado em Zona Urbana
Engenheiro José Eduardo Moeller Hosken
Graduado em Engenharia Civil pela Escola de Engenharia de São Carlos
da Universidade de São Paulo -1972
Especialização em Mecânica dos Solos eFundações pela mesma.
A. Resumo:
Este trabalho tem oobjetivo de divulgar ao meio técnico nossa experiência em projetos e
acompanhamento técnico da execução de Solo Grampeado em Zona Urbana; que totaliza
até apresente data 66 projetos com área total de contenção superior à26.000 m^.
Figura 15: vista geral de uma das obras em solo grampeado na Rua Santa Maria.
B. Introdução:
4CONCLUSÕES
Osistema de solo grampeado mostrou-se competente tecnicamente ecom bom desempenho Descreveremos as várias formas de utilização do Solo Grampeado relacionando as obras
esuas características.
econômico para os empreendimentos propostos. Entretanto há que se ter cuidado com as
deformaçõesinerentesdosistema.Emcontençõescomobraslindeirasadistânciasinferioresa2
vezes a altura escavada, uma análise mais detida arespeito das deformações na massa de solo é I - E s t a b i l i z a ç ã o d e Ta l u d e s E x i s t e n t e s
necessária. Nossos primeiros projetos de Solo Grampeado foram feitos no ano de 1994, com o
objetivo de estabilizar taludes pré-existentes com problemas de instabilidades localizadas.
Em solos residuais onde ocomportamento mecânico das contenções pode ser comandado pelas
propriedadesdeinterfacenasjuntasoudescontinuidades,asinvestigaçõesgeotécnicascomensaios II -Substituição eReparação de Muros de Arrimo Rompidos
de campo mais comuns podem conduzir asuperestimativas dos parâmetros de comportamento Àpartir de 1995 projetamos Solo Grampeado para reparar esubstituir muros de arrimo
mecânico. Nesses casos, ensaios de laboratório que permitam aavaliação dos parâmetros de junta empíricos ou não, que se romperam pelos mais diversos motivos.
podem ser mais eficientes. Mesmo assim, aavaliação mais confiável dessas propriedades
geotécnicas são obtidas na avaliação do comportamento da obra durante os primeiros estágios III -Arrimos em Solo Grampeado
construtivos, razão pela qual um monitoramento ostensivo éimprescindível. Em 1997 iniciamos os projetos de arrimos aserem executados por meio da Técnica de
REFERÊNCIAS Solo Grampeado.
CHRISTOPHER, B. R., GILL, S. A., GIROUD, J., JURAN, I.,MITCHELL, J. K., SCHLOSSER, IV -Cortinas de Edifícios com Subsolos
F. &DUNNICLIFF, J., 1990. Reinforced Soil Structures, vol 1: Design and Construction Passamos àprojetar as cortinas de edifícios com subsolos em Solo Grampeado como
Guidelines. Rep. n° FHWA-RD-89-043, Federal Highway Administration, McLean, Virgínia alternativa às cortinas de perfis metálicos eparedes diafragmas àpartir do ano de 1999.
USA.
V- R e f o r ç o d e M u r o s d e A r r i m o E x i s t e n t e s
FHWA, 1993. Recomendations CLOUTERRE 1991. Rep. n” FHWA-SA-93-026, Federal Àpartir de 2000 iniciamos oprojeto de Solo Grampeado para reforçar muros de arrimo
Highway Administration, Washington, D.C., USA. existentes com indícios de instabilidade sem anecessidade de demolições e
ROBERTSON, P.K. &CAMPANELLA, R.G. 1997. Interpretation of Cone Penetration Test: reconstruções.
Part I: Sand. Canadian Geotechnical Journal, 20(4), 718-733.
MENEGAT, R., Porto, M.L., Carraro, C.C. &Fernandes, L.A.D. 1998. Atlas Ambiental de Porto
Alegre. Ed. Universidade/UFRGS, Porto Alegre, RS.
3 4 3 5
C. Descrição dos Projetos:
Substituição de Muros de Arrimo Rompidos
muito argilosa
3 6
3 7
S e ç õ e s Tr a n s v e r s a i s T í p i c a s Obra 5
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I V. Cortinas de Edifícios com Subsolo
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GEOMETRIA CHUMBADORES CONCR.
1 Edifício Metropolitan aterro de argila com 3 90° 95 8.5 20 8 6/8/1999 argila silto
entulhos, argila silto arenosa média
mole arija
NA =2,5m
muito mole
média arija
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- 1 . 0 0 - 1 . 0 0 O B R A S O L O Â N G U L O Á R E A A LT U R A DIÂMETRO COMP P R O J . D A T A
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- 2 . 0 0
1 Edifício Millenium 90° 1 2 0 4,2 2 0 8 10 14/01/00
m argila porosa:
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-3.00
silto argilosa
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-6.00
diversos, argila silto
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arenosa mole, areia
- 7 . 1 -7.00
R.OW'! fina emédia argilosa
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- 8 . 0 0 -8.00
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-8.90
“ST" g^
t n S U B S O L O
- 9 . 0 0
o ^ ^ 5 -9.00 Obs: altura do nível d’água contado apartir da base do muro.
<01 CANALETA
R.OfT^
CHUMBAOOR VERTICAL
- 1 0 . 0 0 -10.00
CORTE 3-3
Seções Transversais Típicas
Obra 3
Obra 10
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CORTE TÍPICO
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CHUMBADQR VERTICAL
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CORTE 5-5
4 6 4 7
U M C A S O D E O B R A D E S O L O G R A M P E A D O N A E N C O S TA D A B R - 1 0 1 E M A N G R A
DOS REIS. RJ
RESUMO
ABSTRACT
Asoil nailing case history is presented, which was carried out on aslope located above
AngradosReisNuclearPo\A/erPlant.Sitegeologicalandgeotechnicalcharacterization,
slidehistoryanddesignandbuildingmethodsarepresented,aswellasnailpullouttest
resuits.
INTRODUÇÃO
Apresenta-seaquiumcasodeobradecontençãoutilizandoatécnicadesologrampeado
(“soil nailing”). realizada em talude rodoviário localizado amontante da Usina Nuclear de
Angra dos Reis, no estado do Rio de Janeiro.
No local, ocorreu um deslizamento por volta de 1999, tendo atingido apista da BR-101
(Rio-Santos).Nofinalde2002,emdecorrênciadenovasmovimentaçõesobservadasno
localantesdamobilizaçãodaobra,foielaboradooprojetoexecutivoemobilizadaaobra.
Foram realizados seis ensaios de arrancamento de grampos para verificação das
premissas assumidas no dimensionamento.
CARACTERÍSTICAS GEOLÓGICO-GEOTÉCNICAS
AregiãodolitoralsuldoestadodoRiodeJaneiroécaracterizadapelapresençadaSerra
do Mar junto àcosta. ASerra do Mar éformada por rochas graníticas egnáissicas,
gerando mantos de alteração de pequena espessura devido àdeclividade média aalta
das encostas.
Esteescorregamentoocorreuemumaencostanaturalque,paraimplantaçãodaBR-101,
sofreu um corte na sua base de aproximadamente 40 m, com inclinação de 40 ,escavado
em solo coluvionar eresidual. Os escorregamentos observados foram provocados pelas
49
águas das chuvas, tanto pela erosão superficial quanto pela saturação das camadas Os parâmetros geotécnicos adotados para ocálculo foram: peso específico de 19 kN/m^,
superiores do solo ângulo de atrito de 30° ecoesão de 5kPa. Estimou-se para os grampos uma resistência
de 30 kN/m. Ométodo de dimensionamento utilizado foi ode Davis (ver Shen et al, 1981).
Na figura 1éapresentado operfil do subsolo no local do deslizamento. As sondagens
mistas executadas antes do deslizamento mostram que oterreno éconstituído de uma Oprojeto contemplou, ainda, drenagem superficial eprofunda do talude, além de um
camada de solo coluvionar com cerca de 6m de espessura, sobrejacente auma camada muro de gabiões no pé da encosta, junto àBR-101, além de proteção da superfície
de solo residual com espessura variável de 5m a15m, (sendo maior espessura no trecho remanescente ajusante da contenção com tela vegetal.
amontante da BR-101), que por sua vez está assente na rocha muito fraturada e
alterada.
S E Q U Ê N C I A E X E C U T I VA
Asondagem mista SM-1301 foi executada em 1992, na base do primeiro deslizamento, a
aproximadamente lOm acima da elevação da rodovia, Esta sondagem atingiu 16,94 mde Aseqüência básica de execução foi aseguinte:
profundidade, sendo 7,65 mem solo e9,29 mem rocha. Acamada superficial com 1,6m a) regularização da superfície do terreno eremoção do material escorregado;
de espessura écomposta de blocos de pedra esolo silto-arenoso proveniente do material
escorregado. Acamada inferior éconstituída de solo residual areno-siltoso compacto a b) execução dos 6ensaios de arrancamento;
muito compacto (SPT variando de 14 a35 golpes/30cm), com 6,5m de espessura. Não foi c) reavaliação do projeto;
constatada apresença do nível d’água até aprofundidade de 16,94 m.
d) execução dos grampos edrenos suborizontais;
Para definição do projeto, foram executadas no local três sondagens atrado para definir
os horizontes geológicos. Observou-se uma capa pouco espessa (da ordem de 1m) de e) execução do concreto projetado;
solo coluvionar eresidual maduro, composto por areia fina argilosa vermelha /alaranjada, f) execução da drenagem superficial;
sobrejacente ao solo residual jovem composto por areia siltosa esbranquiçada, com
g) implantação da tela vegetal.
pedregulhos esparsos de feldspato eespessura variando de 2a6metros.
Aescarpa da Serra do Mar está muito próxima ao oceano, provocando chuvas orográficas
de grande frequência eintensidade que, por sua vez, causam saturação das capas de ENSAIOS DE ARRANCAMENTO
solo coluvionar eresidual jovem econseqüentes escorregamentos, deixando exposto o
embasamento de rocha sã ou alterada. Os ensaios de arrancamento foram executados com tirantes de aço com diâmetro de
25mm ecarga de escoamento de 319 kN, instalados em furo de 50mm de diâmetro e
inclinação média de -25° com ahorizontal, ecom comprimento total de 6m. Quatro
PROJETO EMÉTODO DE CÁLCULO grampos foram ancorados com comprimento de 3medois com 5m, com utilização de
Uma vez que não foram identificadas trincas amontante da “concha” de deslizamento, calda de cimento com fator água /cimento igual a0,5. Otrecho livre foi garantido pela
decidiu-se regularizar asuperfície exposta eimplantar osolo grampeado com inclinação colocação de graxa emangueira plástica em volta da barra, até asuperfície.
média de 65°, àexceção dos locais onde havia blocos de rocha sã de grandes dimensões Inicialmente foram executados 4ensaios de arrancamento com comprimento de
(de 2a8metros, aproximadamente), onde se adaptou osolo grampeado ao terreno
existente. ancoragem de 3m (grampos 1, 2, 33 e44), apoiados numa placa de concreto de 0,8 x
0,8 m^. Em cada ensaio, foi realizado um ciclo de carga-descarga, até aatingir acarga de
Os painéis tiveram sua geometria definida pela forma da cicatriz do escorregamento. Na 93 kN (pressão de 90 kg/cm^), que corresponde aaproximadamente àresistência dos
figura 2, apresenta-se uma seção típica da obra. Os painéis têm altura típica de 6a7 grampos estimada no projeto (30 kN/m). No carregamento foram aplicados 6estágios de
metros, com inclinação de 65°, àexceção de pontos limitados por grandes blocos de carga («15 kg/cm^), com tempo de estabilização mínimo de 30 minutos para cada
rocha remanescentes na massa arrimada, que permaneceram praticamente verticais, com estágio. Odescarregamento foi feito também em estágios até acarga inicial do teste,
alturasdeaté4metros.Emfunçãodacurvaturadacicatrizdoescorregamento,ospainéis porém sem tempo de estabilização.
foram executados com comprimentos em torno de 6metros cada. Aárea total da 2
contenção éde 250 m^. Após este ciclo foi feito oteste de arrancamento, adotando-se até apressão de 90 kg/cm
os mesmos estágios do 1° ciclo, porém sem tempo de estabilização. Apartir desta
Adensidadedegramposadotadavariouentre3e4m^porgrampo.Osgrampos,deaço pressão, para melhor definição da carga de arrancamento, foram adotados estágios de
CA-50com25mmdediâmetro,foraminstaladosperpendicularmenteàfacedospainéis, carga com pressões de 5kg/cm^.
mantendo-se uma inclinação mínima de 10° com ahorizontal, nos painéis verticais, e
tiveram comprimentos de 6a8metros, nos painéis típicos. Oconcreto projetado se Na figura 1são apresentados os gráficos esforço xdeformação dos quatro ensaios
estendeu até 1,5 macima da crista e1,0 mabaixo do pé do talude da cicatriz. realizados com comprimento de ancoragem de 3m.
5 0 51
CONCLUSÕES
-Os ensaios dos grampos 1e2apresentaram um comportamento bem
semelhante, com esforços de arrancamento da mesma ordem de grandeza Nas figuras 5, 6e7apresentam-se fotografias tiradas antes eapós aexecução da obra.
43kN).
Apenas um ensaio com comprimento de ancoragem de 5m foi levado abom termo, mas
-No ensaio 44, oarrancamento ocorreu com 48,7 kN/m; houve concordância entre os valores de carga de ruptura por metro de ancoragem com os
-Oensaio 33 foi suspenso quando estava com carga de 161 kN (53,7 kN/m), grampos com 3metros de ancoragem.
porque oêmbolo do macaco estava próximo do alongamento máximo. Foi feito Foi observado deslocamento da placa de reação (afundamento) em alguns ensaios,
odescarregamento ereensaiado novamente ogrampo 33, que foi arrancado
devido ao longo tempo de exposição da superfície do talude. Isto foi corrigido na análise
(ensaio arrancamento grampo 33) com carga de 166 kN (58,7 kN). dos resultados.
Na figura 2são apresentados os gráficos esforço xdeformação para 2ensaios (grampos Os ensaios confirmaram as premissas de projeto, tendo sido sua execução fundamental
2e3), executados posteriormente com comprimento de ancoragem de 5m, utilizando para aliberação da obra com segurança.
placas de 0.9 x0,9 m^.
-Oensaio 3não foi levado àruptura, tendo sido interrompido quando ocorreu o
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
afundamento da placa de apoio, ao atingir apressão de 200 kg/cm2 (206 kN).
Independentemente da grande deformação oesforço obtido foi ligeiramente SHEN, C. K.; Bang, S. &Romstad, J. M. (1981). Field Measurements of an Earth Support
inferior aos obtidos nos grampos 1e2(marcado com asterisco na tabela); Systern. ASCE, Journal of Geotechnical Engineering, 107:12.
-Ogrampo 4apresentou problemas relativos àinjeção, segundo informações
fornecidas pela executora /fiscalização, de forma que seu resultado foj
desconsiderado na presente análise.
SI-02 S R
1 2 0 \
COMPRIMENTO ESFORÇO DE
terreno antes da
110 ✓
G R A M P O ESTACA ANCORADO ARRANCAMENTO implantaçAo da rodovia ^RA
(m) (kN/m) 1 0 0 + + ,
+\ +
BR-101 ✓ +
1 20 3 42,3 ✓
+ +
9 0 / 6^ + DESLIZAMENTO
✓
2 11 / 2 2 3 44,3 + (1999)
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3 24 5 41,2 (*) + +
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4 25 5 13,2
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+
60
33 24 3 58. 7 +
4 4 25 3 5 0
48, 7
Os ensaios apresentaram resultados bastante coerentes entre si ecom oesperado. 30 SR -SOLO RESIDUAL
projeto original éde 30 kN/m, ao qual se aplicou um fator de segurança de 1,5, de forma ALTERADA
5 2 5 3
COTA (m)
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GRAMPO DE AÇO
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SOLO GRAMPEADO /
SEÇÃOTÍPICA
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0 5 10 15 20 25 30 35 4 0 4 5
dtformaçáo (mm)
Figura 2—seção típica de projeto da contenção em solo grampeado Figura 4-resultados dos ensaios de arrancamentos em grampos com
comprimento de ancoragem de 5metros
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deformação (mm)
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5 4
5 5
rí-v
RESUMO
Nesse trabalho são apresentados os casos de duas obras situadas na
cidade de São Paulo, com desníveis entre 11,0 e14,0m. Os projetos de
contenção foram elaborados pela firma do primeiro autor, utilizando a
conceituação de solo grampeado eexecutadas pela firma dos outros
dois autores.
5 6 57
tipo de solo em São Paulo e, conseqüentemente, aausência de CURVA GRANULOWIÉTRICA
documentação relativa acontenções nesses materiais utilizando a
técnica de solo grampeado. fino médio g r o s s o fi n a média grossa fi n o médio grosso
argila silte areia pedregulho
100,Op
Uma amostra deformada dessa areia foi enviada ao laboratório para ser
80.0
submetida aensaio de granulometria. Oresultado de uma das
sondagens da obra (a mais perto da região aser estabilizada), assim 60.0
e
Nas figuras 3e4são apresentadas duas fotografias da cortina já
concluída.
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5 8 59
Figura 6: Vista frontal.
1 . 3 Projeto de Contenção Concfelo projeado
Oprojeto de contenção foi elaborado com autilização do conceito de ^e-8cm
s o l o g r a m p e a d o , fi g u r a s 5 , 6 e 7 . D H P
●B n ( i B a o «
●
a « 9
●
B Segundo essa concepçãO/ osolo tratado pelas inclusões se
B a n « R B 1 « 0
comporta como um monólito, atuando como um muro de arrimo
B a B B a a
de gravidade para orestante do maciço.
O
O a a D D B a B R B
B O B a B B
Ahipótese de amaior dimensão do "muro de arrimo de gravidade" ser
a a B B B
exatamente igual àextensão da área tratada pelas inclusões éapenas
B O B R B
uma simplificação. Omodelo fundamentalmente não se altera se
0
amanhã se concluir que adimensão aser considerada não deva ser
0
exatamente igual ao comprimento da projeção h o r i z o n t a l d o s
D H P
18.50 chumbadores, mas sim uma dada proporção desse valor.
6 0
61
oefeito das injeções em várias fases nos chumbadores ou inclusões, escola que tem um muro divisório em fundação direta, apresentou uma
além de dar umdo maciço, possibilita melhoria de suas
"raio X nítida trinca vertical auma distância aproximada de 12,50m da mesma.
condições geomecânicas, criando u m n o v o m a t e r i a l , d e m a i o r
estabilidade. Considerando que as inclusões tem 8,0m de comprimento, com 15° de
inclinação, otrecho tratado teria uma dimensão horizontal aproximada
São, pois, as inclusões aquelas que têm a m a i o r c o n t r i b u i ç ã o n o de 7,70m. Atrinca situava-se auma distância aproximada de 4,80m
p r o c e s s o d e e s t a b i l i z a ç ã o , fi c a n d o a c o r t i n a d e c o n c r e t o p r o j e t a d o além da área tratada. Isso corresponde aum valor da ordem de 43,6%
apenas como função coadjuvante, responsável pela contenção localizada da altura arrimada.
do maciço pulverulento. Éaté possível que, em um futuro próximo, a
mesma possa vir aser, em alguns casos, considerada dispensável. 4,8
tga = =0,44
11,0
Pelo fato de seu papel ser secundário tem sido adotada de forma
sistemática esem maiores considerações, aespessura de 8,0cm. Além a=23,7° -)● 4) =42,5
do mais, teias de arrc\a<^àQ não vem mais sendo utilizadas, sendo
substituídas por concreto com fibras, de aço emais recentemente de
polipropileno, que pela facilidade de aplicação epelo fato de não Esse valor de ééum certo tanto maior do que oque seria de se
exigirem trespasse como onecessário às telas, diminuíram esperar, não obstante esses resultados aparentemente corroboram a
enormemente os prazos de execução do solo grampeado. hipótese de comportamento da contenção como muro de gravidade.
Observe-se no desenho da figura 7acolocação de duas linhas de drenos 2. NOVO HOSPITAL DA BENEFICÊNCIA
profundos sub-horizontais. Não obstante não haver evidências de nível 2 . 1 G e n e r a l i d a d e s
freático elevado, aeventual presença de infiltrações localizadas podería Um novo hospitai da Beneficência Portuguesa está em construção àRua
Martiniano de Carvalho.
vir acomprometer aestabilidade do sistema, daí aimportância desses
drenos.
Oterreno total escavado compreende uma área de 2.900,00m^ a
1 . 4 Análise do Comportamento arrimando 2.841,00m^ de paredes verticais. As escavações para a
Essa obra não foi objeto de instrumentação específica. Entretanto, face implantação dos quatro subsolos, além de estruturas auxiliares,
àexistência de uma escola, em plena atividade, em situação de grande atingiram profundidades variáveis entre 10,0 e14,Om.
proximidade da cortina, procurou manter-se um acompanhamento
visual diário da mesma, com oobjetivo de detectar-se eventuais trincas. 2 . 2 Investigações Geotécnicas Realizadas. Considerações
Iniciais
Tem os autores procurado avisar, sistemática eantecipadamente seus As investigações geotécnicas foram desenvolvidas em duas etapas.
clientes, que se omodelo por eles idealizado for correto, h a v e r á ,
possivelmente, osurgimento de trincas paralelas àcortina. De fato o 2.2.1 Primeira Etapa
"muro de gravidade" deve apresentar um movimento de rotação em Os estudos foram efetuados ao longo do ano de 1999 enos quatro
torno de seu "pé" de forma apermitir que oempuxo ativo venha aser primeiros meses do ano de 2000 ese destinaram apropiciar elementos
mobilizado. Segundo Lambe &Whitman (1969), omovimento horizontal para aelaboração dos projetos de contenções ede fundações da obra.
maximo deveria ser da ordem de 0,25% de H, onde "H" éaaltura
arrimada. Ainda em consonância com essa hipótese, aplena mobilização Nessa primeira etapa foram realizados os seguintes ensaios:
0empuxo ativo deveria provocar osurgimento de uma trinca auma -Sondagens tipo SPT-T, executadas pela Engesolos, Engenharia de
istancia da cortina da ordem de, aproximadamente, 50% de "H". Solos eFundações Ltda., relatório número SP/174-99 de29 de abril
de 1999. Nesse relatório são apresentados os resultados de nove
Com já observado, oedifício da escola, por ter fundações profundas, foi sondagens, sendo que em sete delas as medidas de torque foram
pouco afetado pela movimentação da cortina. Já uma das divisas da
6 2 6 3
realizadas em todas as profundidades enas outras duas, somente em contenções ede fundações, não só aqui no Brasil como também em
algumas profundidades. todo omundo.
Ensaios de laboratório: foram executados ensaios de laboratório dos Cumpre salientar que essa segunda etapa das investigações geotécnicas
seguintes tipos: granulometria completa; peso específico dos grãos; foi executada com oterreno já totalmente escavado, estando a
limites de Atterberg; compactação Proctor Normal; adensamento; superfície do mesmo situada àcota 806,Om, enquanto que os ensaios
triaxial rápido (ensaio não adensado enão drenado) ecoluna da primeira etapa foram todos conduzidos com oterreno entre as cotas
ressonante. Esses ensaios foram em parte executados no laboratório 813,04m e818,66m (cotas originais).
da Engesolos, relatório SP-145/00EG de 14 de março de 2000, eem
parte no laboratório do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado Como poderá se observar no exame dos resultados dos ensaios
de São Paulo, IPT, relatório técnico número 45.596 de 26 de maio de executados, ofato de osolo estar em sua cota original ou em cota
2000.
inferior, após aescavação, influencia, de forma não desprezível, os
Ensaios de arrancamento dos chumbadores: esses ensaios foram resultados dos mesmos.
executados objetivando avaliar amelhoria do solo decorrente dos
efeitos da injeção. Na tabela I, abaixo, são apresentados os dados Um único ensaio dessa segunda etapa foi efetuado em terreno não
dos ensaios realizados. Detalhes específicos dos chumbadores, bem escavado, face àimpossibilidade de se chegar com ocaminhão até o
como, ademonstração da eficiência deste tratamento, são relatados fundo da escavação. Trata-se do ensaio com opressiômetro auto-
em trabalho deste mesmo simpósio, apresentado pelos autores Pitta p e r f u r a n t e , C a n k o m e t e r.
et al.
Oobjetivo dessa segunda etapa foi ode se aprofundar no conhecimento Prova de Carga Estática
dos solos lateríticos, solos esses com extraordinárias propriedades de Uma prova de carga estática em um bloco de fundação de l,0m xl,0m,
rigidez eque tem sido pouquíssimo estudados sob ponto de vista de especialmente construído para esse ensaio, foi executada pelo IPT e
6 4 6 5
apresentada em um relatório informativo datado de 6de novembro de
2000. x ;
●'s
L ‘ V,
I
s/f
2 . 3 Investigações Geotécnicas Realizadas. Análise s
D e t a l h a d a -«>● ' s .
r
2.3.1 Primeira Etapa o
●<N
2.3.1.1 Reconhecimento das argilas locais como sendo o
lateríticas
Asuposição inicial de que as argilas locais fossem lateríticas, inferida a I
1
p a r t i r d o s r e s u l t a d o s d a s s o n d a g e n s , c o n fi r m o u - s e c o m a e x e c u ç ã o d e !
6 i
Or
L/ H I
T T
i *
. / /
Aprova final de que essas argilas eram lateríticas foi dada com os j
<
6 6 6 7
N a fi g u r a 9 é a p r e s e n t a d o o r e s u l t a d o d e t r ê s d a s n o v e s o n d a g e n s T/Nspt da ordem de 1,2, que aliás são os valores típicos para todos os
executadas. solos da bacia sedimentar terciária de São Paulo.
i ç . p o
4- ' A 1
X
N profundidades.
2 2
p i ^ /
2 6
(ms,.46) Inicialmente foram determinadas as profundidades para as quais O S
7^
1 ) 0
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/ 2
i y Essas profundidades, na grande maioria dos casos, eram de cerca de
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\ 4 ,
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2
. \ 7
extremos.
11 1 0
0
6
9 1 2
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Amédia dos valores médios de T/Nspt de cada uma das sete sondagens
\
7
U 2 0
\ t d
I
8 0 5 ) 1 6
f 6
foi de 2,65, variando entre um valor médio mínimo de 2,27, sondagem
\
1 i 1 8
11 1 6
í 3
S-2 eum valor médio máximo de 3,17, sondagem S-1.
1 0 2 0
\ Q U
\
\
9 M
6 i 4
1 6 . 6 0 ^
n t o X.
1 Q
2.3.2Segunda Etapa
7 1 0
X
2.3.2.1 Objetivo da nova campanha de ensaios
N * \
6 0 0 9 1 0
T.
a
\ N
1 0 1 ?
7
6
O
outros ensaios, Os objetivos dessa nova campanha de investigações
S 1 6 1 4
1 2
foram os seguintes:
X i 7 1 4
X .
7 9 - S X
utilizados no caso de
1 6 1 2
1 6
1 6 i 6
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2 6 2 2
1 9
« A 1 7
usuais;
> 0 2 0
2 1
f x X 2 0
2 2 6
^
com os dos ensaios convencionais, para permitir afamiliarizaçao aos
2H 7 0
2 1
1 6 1 6 1 9 7
2 0 ?
U I 6
7 8 :
á 1 2
I®5 geotécnicos executados antes edepois da escavação do terreno, no
caso uma escavação variando entre 7,0m e14,Om.
2.3.2.2 Nova Campanha de Sondagens
(ii AirpRo oc wGKÁ s^io AneiiosA. ua»rsm
Com oinício das obras, foi oterreno escavado até acota 806,Om, sendo
Figura 9; Resultados das sondagens Sl, S3 e55. que os taludes foram estabilizados com osistema de solo grampeado
("soil nailing"), ficando completamente na vertical.
2.3.1,3 Colapsibilídade
Découit (1992) observou que as argilas porosas da Av. Paulista s a o Como uma prova de carga estática havia sido planejada em locai
próximo às sondagens S-6, S-7 eS-9, u m a nova campanha de
colapsíveis para valores do índice de Torque (T/Nspt) acima de dois, ou
mais precisamente, em torno de 2,45 eestáveis para valores médios de sondagens foi levada aefeito.
6 8 6 9
demonstraram que aheterogeneidade dos solos varia na razão inversa
Uma sondagem profunda, com 20,45m de comprimento designada por do tamanho do elemento que esteja sendo utilizado para auscultá-lo.
SI, foi executada exatamente no eixo do futuro bloco de fundação aser
ensaiado. Éobvio que ta! raciocínio se limita aos ensaios executados em uma
mesma camada de solo, não sendo, evidentemente, válido misturar-se
Três outras sondagens foram executadas em volta da sondagem SI, a valores de Nspt ede Tpara solos diferentes, não obstante estejam eles
distâncias de cerca de 2,0m da mesma formando um triângulo. situados numa mesma cota ou profundidade.
Os comprimentos dessas três sondagens foram só de 2,45m, pois Nas figuras 10 e11 são apresentados os valores médios de Nspt ede Ta
destinavam-se apenas adetalhar melhor as características do subsolo cada cota para as nove sondagens inicialmente executadas, assim como
nas profundidades de maior interesse àinterpretação dos resultados da os valores correspondentes àsondagem SI, executada com oterreno já
prova de carga no bloco de fundação. Essas últimas três sondagens escavado, ou seja, apartir da cota 806,Om.
foram designadas por SIA, SIB eSIC. Os resultados dessas sondagens
estão apresentados no relatório SP326/00 da Engesolos, de 28 de
setembro de 2000.
825
825
810
810
7 8 5
0 10 20 30 4 0 5 0
0 5 10 15 2 0 2 5 30 3 5 T
N S P T
7 0 71
não os diretamente obtidos. Observa-se uma certa tendência de os
valores de NSPT da sondagem SI se situarem próximos aos da média das
nove sondagens anteriores, ou serem um pouco inferiores aos mesmos,
Va l o r e s de T
e m b o r a a s d i f e r e n ç a s n ã o s e j a m m u i t o s i g n i fi c a t i v a s . N o c a s o d o s
Va l o r e s de NS P T
valores de torque, atendência éamesma, porém os valores
8 2 5
5 c o r r e s p o n d e n t e s à s o n d a g e m S I s ã o s i g n i fi c a t i v a m e n t e i n f e r i o r e s a o s
8 2 0
médios das sete sondagens anteriores.
5
815 Éimportante, porém, frisar não ser essa comparação muito válida, pois
de um lado estão valores médios de nove sondagens (sete no que se
8 1 0
refere ao torque), edo outro lado estão valores correspondentes auma
B 5
^805 única sondagem. (Exceto nos 2,45m iniciais, onde os valores são a
ü
7 9 5
Conclui-se, pois, ainda que com um grau de confiabilidade não muito
5
elevado, que as sondagens executadas com oterreno escavado deram
7 9 0 resultados de resistência apenetração Nspt um pouco inferiores aos
correspondentes às sondagens iniciais (terreno não escavado), enquanto
7 8 5
que aredução nos valores de Tfoi bastante mais significativa. Em
780
particular, na região de interesse para aprova de carga, as sondagens
1 0 1 5 2 0 2 5
0 5 1 0 1 5 2 0 25 iniciais apresentaram um valor médio de Nspt de 9,77 cerca de 1,15
ISPT T(kgf.m)
vezes maior que ovalor médio obtido nas sondagens novas, Nspt =8,5.
No caso da sondagem SI, para profundidades até 2,45m, os valores de Fica evidente que essa reta representa não só ocomportamento da
Nspt ede Tindicados são as médias das quatro sondagens executadas, e camada de argila porosa, mas também olimite inferior da argila rija. A
7 2 7 3
argila rija apresenta uma tendência de variação dos valores de Nspt com
aprofundidade que não segue nenhuma tendência clara, ora crescendo,
o r a d e c r e sce n d o co m a p ro fu n d i d a d e .
8 2 5
Aimpressão que se tem éque os valores de Nspt seriam função apenas ●Amostras indeformadas extraídas de poço
do processo de laterização, sendo, pois, aparentemente não 8 2 0 exploratório (antes da escavação)
correlacionáveis com profundidades ou cotas. oAmostras indeformadas extraídas após a
8 1 5 escavação do terreno até acota 806,Om
Quanto àargila porosa, apresenta amesma um comportamento de £
u
: 8 1 0
argila normalmente adensada, conforme aliás tem sido admitido na
literatura.
8 0 5
o o
cota. Para uma resistência nula, obter-se-ia da equação acima: 0 100 200 300 400 500 6 0 0 700
a*p (kPa)
N=0 ^ C=823,21m
Isto significa que acota do terreno teria atingido onível 823,21m, nível Figura 14: Valores da pressão do pré-adensamento, a'p.
esse muito próximo do que tem se admitido como nível máximo para os
sedimentos da bacia sedimentar terciária de São Paulo, que seria algo Resumindo as análises relativas aos valores de Nspt, Tecr'p pode se
entre 820,Om e825,Om. dizer que :
Repetindo-se oraciocíhio para os valores de T(embora com I. Tanto acamada porosa superficial quanto arígida mais profunda
interpretação ainda não totalmente convincente) obter-se-ia um valor parecem ser normalmente adensadas.
de 821,05m para acota máxima desses sedimentos, figura 4. II. Acamada porosa superficial deve ser colapsível até profundidades
de 6,0 a7,0m, onde oíndice de torque (T/Nspt) apresenta valor
2.3.2.3 Ensaios de Adensamento. Pré-Adensamento dos Solos médio de 2,65.
L o c a i s III. Os valores relativamente mais elevados de Nspt, de Tede a'p
Raciocínio semelhante foi feito com relação às pressões do pré- obtidos na camada de argila rija, não guardam nenhuma relação
adensamento op obtidas nos ensaios de adensamento executados e m com apressão devida ao peso de terra, sendo provavelmente
oito blocos indeformados, figura 14. Nessa figura éapresentada uma função apenas do grau de laterização aque esses solos foram
reta tracejada que se supõe represente avariação da pressão de pré- submetidos.
adensamento, devida apenas ao peso de terra, com aprofundidade. I V. Estima-se em função desses dados que onível máximo dos
sedimentos tenha atingido cotas entre 821,05m e823,21m.
V. Ainfluência da pressão de peso de terra parece ser bastante
maior nos valores de Tdo que nos valores de Nspt-
VI. Aanálise das diversas sondagens executadas na segunda etapa
permitiu que se definisse ovalor de Nspt (ou de Neq derivado do
torque) aser considerado nas análises da prova de carga
executada como sendo Nspt =8,5, inferior ao valor de 9,77
adotado em projeto, com base nas nove sondagens executadas na
primeira etapa.
7 4 7 5
VII. Os valores de o'p obtidos nos ensaios de adensamento executados Fica, pois, muito difícil proceder-se acomparações entre essas duas
n a s quatro amostras indeformadas extraídas aproximadamente na séries de ensaios. De fato não apenas as profundidades dos blocos
cota 804,0m também dão uma idéia da grande heterogeneidade foram razoavelmente diferentes (diferença de cerca de 4.0m), mas,
desses solos quando oelemento auscultador éde pequenas principalmente, por apresentarem envoltórias diferentes ((])u =zero eC
dimensões.
e(])). Apenas para se ter uma idéia das diferenças de resistência ao
2.3.2.4 Ensaios Triaxiais
cisalhamento, calculou-se para os ensaios executados na segunda etapa
a, -a, a, +03
Ensaios triaxiais do tipo rápido, isto é, não adensados enão drenados, ovalor médio de para pressões entre 250kPa e600kPa e
2
foram executados, tanto na primeira etapa (bloco retirado àcota
800,35m) quanto na segunda etapa, blocos retirados do local da prova comparou-se com ovalor da coesão não drenada (Cu) obtida nos
de carga, entre as cotas 804,Om e806,Om. ensaios da primeira etapa, obtendo-se arelação de 63%.
Os resultados desses ensaios estão apresentados nos relatórios do IPX, relação =131,66/208,75 =0,63
números 45.591, de 26 de outubro de 2000 e52.191, de 16 de
setembro de 2001, eestão transcritos resumidamente na figura 15. 2.3.2.5 Reconfirmação do Caráter Laterítico dos Solos Locais.
Os Ensaios MCT
300
Embora não existisse dúvida alguma quanto ao fato de as argilas locais
serem lateríticas, resolveu-se ensaiá-las segundo ométodo MCT,
2 5 0 desenvolvido por Nogami eVillibor (1981). Essa decisão foi tomada pelo
fato de ser esse método considerado como omais indicado para a
200 classificação dos solos tropicais.
r s
f t
7 6 7 7
TA B E L A II Considerou-se que as variações obtidas nas duas direções ortogonais
Valores do Módulo de Cisalhamento nas Duas Direções entre si não sugeriam anisotropia horizontal bem caracterizada, razão
Ortogonais (Gi eG2) eValores Médios (Go) pela qual passou-se ainterpretar omaciço analisado como sendo
isótropo (para uma dada cota).
C O TA -C(m) P R O F. ( m ) Gi (MPa) G2 (MPa) Go(MPa)
804,0 2 ^ 240,0 203,0 221,5 Procedeu-se então auma regressão linear entre os valores médios
803,0 3,0 266,0 223,0 244,5 obtidos em cada profundidade com aprofundidade, obtendo-se a
802,0 4 ^ 260,0 235,0 247,5 seguinte equação
801,0 5,0 281,0 266,0 273,5
800,0 6,0 297,0 274,0 285,5 Go =201,33 +12,16 z
799,0 Z A 266,0 260,0 263,0
798,0 8,0 287,0 289,0 288,0 =0,856
797,0 9,0 289,0 314,0 301,5
796,0 10,0 323,0 364,0 343,5 Em particular, para aprofundidade de 2,70m, considerada característica
para 0ensaio de carga do bloco de fundação, obteve-se ovalor
Go =234,16 MPa
8 0 6
Considerando-se que Go varia linearmente com aprofundidade (z),
procurou-se obter para que cota ter-se-ia um valor nulo para Go.
8 0 5
o 8 0 0
u TA B E L A III
7 9 9 Estimativa da Cota Máxima dos Sedimentos
d a B a c i a Te r c i á r i a d e S ã o P a u l o
7 9 8
0 1 0 0 2 0 0 3 0 0 4 0 0
Ovalor médio dessas três avaliações éde 822,27m.
Go (MPa)
Figura 16: Variação de Go com aprofundidade. Procurou-se aseguir comparar os valores médios de Go obtidos nos
ensaios Cross-Hole com aqueles dados pela correlação com oNspt
estabelecida por Barros eSousa Pinto (1997).
7 8 79
2.3.2.7 Ensaios de Coluna Ressonante
Observa-se uma concordância quase que perfeita entre as cotas 802,5m Ensaios de coluna ressonante foram feitos nas duas etapas. Na primeira
e804,5m. Para cotas entre 802,5m e796,Om, os valores da correlação etapa foi retirado um bloco de argila porosa no local da sondagem S7,
foram, sistematicamente, inferiores aos medidos. Dessa cota até acota profundidades de 6,0 ma6,30m, cota média 808,75m, etrês blocos da
786,Om, os valores obtidos pela correlação oscilaram em torno dos a r g i l a m é d i a a r i j a , p r o f u n d i d a d e s 11 , O m a l l , 3 0 m , 1 2 , 5 0 m a 1 2 , 8 0 m e
valores obtidos por extrapolação dos resultados do ensaio Cross-Hole. 14,40m a14,70m, cotas médias 803,75m, 802,25m e800,35m. Os
resultados obtidos (argila média arija) estão apresentados na figura 18.
Uma das possíveis explicações para esses desvios éade que os valores
individuais de NS P T apresentam sabidamente ampla dispersão por Na segunda etapa foram retirados mais quatro blocos indeformados na
interessarem uma massa de solo de apenas 5,0 a6,0cm, enquanto que escavação feita para aexecução da prova de carga, ou seja, entre as
os valores determinados nos ensaios Cross-Hole, por interessarem uma cotas 804,Om e806,Om. Em cada um desses blocos foi feito um ensaios
massa de solo muito maior (tipicamente 3,0m a6,0m) tendem adar de coluna ressonante. Os resultados obtidos estão apresentados na
resultados mais consistentes.
fi g u r a 1 9 .
p 2 0 0
^800 O
u
log Gq =1,9880 +0,1987 log Qa
eq 100
=0,998
O
çj 795
0
Go =201,33 +12,16z
\ O 0 100 200 300 4 0 0 500
=0.856 \ o a3(kPa)
7 9 0
Zq —cota 806,Om o
O '
o Figura 18: Valores de Go (MPa) em função da pressão confinante as
0 ‘ (kPa), primeira etapa
o '
7 8 5
8 0 81
Para apressão as igual alOOkPa ter-se-ia:
300
Go (segunda etapa) =152,76MPa
Go (primeira etapa) =242,80MPa
250
152,76
- . 2 0 0 =0,63
( ü 242,80
Q.
2150
. o
Para apressão as igual aISOkPa ter-se-ia:
o
100
Go (segunda etapa) =174,90MPa
Go (primeira etapa) =263,26MPa
5 0
174,90
0 =0,66
263,26
0 1 0 0 200 300 400 500
Cs (kPa)
Para apressão as igual a600kPa ter-se-ia:
Figura 19 Va l o r e s d e G o ( M P a ) e m f u n ç ã o d a p r e s s ã o c o n fi n a n t e a s
(kPa), segunda etapa Go (segunda etapa) =278,41MPa
Go (primeira etapa) =346,75MPa
Procederam-se aregressões lineares entre os logaritmos dos valores
278,41
m é d i o s d e G o p a r a c a d a p r e s s ã o c o n fi n a n t e , e o s l o g a r i t m o s d a s =0,80
pressões confinantes as, obtendo-se as seguintes equações: 346,75
Primeira Etapa Observa-se que arelação entre os valores de Go (segunda etapa) eGo
log Go (MPa) =1,988 +0,1987 log as (primeira etapa) varia com apressão confinante, as, passando de um
=0,998 valor de 0,57 para as =50kPa aum valor de 0,80 para as =600kPa.
Segunda Etapa Estima-se que apressão octaédrica atuante no solo na área de interesse
log Go (MPa) =1,5140 +0,3350 log as da prova de carga seja de aproximadamente 40 a50kPa, devendo pois
=0,997 arelação entre os valores de Go ser igual ou inferior a0,57.
Aseguir, para diversas pressões aa foram comparados os valores de Go Na prática da engenharia considera-se que oensaio Cross-Hole fornece
obtidos na segunda etapa com os valores obtidos na primeira etapa. valores de Go mais confiáveis do que aqueles obtidos no ensaios de
coluna ressonante. As razões disso seriam os efeitos deletérios do
Para apressão aa igual a50kPa ter-se-ia: amolgamento da amostra, da sua manipulação em laboratório edo não
conhecimento exato das tensões "in situ".
Go (segunda etapa) =121,10MPa
Go (primeira etapa) =211,63MPa Porém, éatravés do ensaio de coluna ressonante que se pode avaliar a
degradação de Go com oaumento da deformação cisalhante.
121,10
=0,57
211,63
8 2 8 3
Os ensaios de coluna ressonante permitem-se obter alguns valores de através da expressão de Santos eGomes Correia (2001), anteriormente
G/Go, mas jamais cobrem todo onível de deformação cisalhante de citada.
interesse para aprática da engenharia de fundações.
Na figura 20 transcrita de Barros (2001) essas comparações são
Existem outros ensaios tais como os torcíonais cíclicos que permitem apresentadas. Observa-se que os dados experimentais concordam
obter adegradação de Go de forma mais completa, porém esse tipo de bastante bem com acurva teórica de Santos eGomes Correia (2001).
ensaio ainda não éfeito no Brasil.
l . O i ^
● H
Considerando-se aconveniência de se estimar G/Go para níveis de O.i
●a^
●-H-
CD
0.7
nível de deformação yqualquer pode ser avaliada por: 0.5 Eeiperiaental teórica
E
G 1 0.4
G 0 0.3
l+0,385x
0.7.
Yo,7
0.1
8 4 8 5
colaboração com aEngesolos, Engenharia de Solos eFundações Ltda., havia sido escavado, estando asuperfície do terreno àcota 813,04m,
e n s a i o s p r e s s i o m é t r i c o s c o m a u t i l i z a ç ã o d o C a n k o m e t e r. aproximadamente.
Os resultados obtidos estão apresentados no relatório da Escola Auma profundidade de 2,70m abaixo da cota 806,Om, considerada
Politécnica, de 21 de março de 2001 .Desse relatório, irá se destacar característica para aprova de carga, apressão vertical éde
apenas dois aspectos: aproximadamente 45 kPa. Qual seria então apressão horizontal?
-Ovalor médio de Gpara uma deformação yde 10'^(%), obtido nos Seria a'h =0,44 ou seja 0,44 x45 =19,8 kPa?
ensaios B12-T2 eB12-T4, executados aprofundidades de 9,50m e
11,Om, cotas 807,50m e802,.Om foi de: Seria a'h igual aanteriormente medida ou seja 66 kPa?
G = 11 3 , 7 5 M P a Não há dados para se saber ao certo. Uma coisa porém parece evidente.
Apressão horizontal certamente ésuperior a19,8kPa, pois ovalor de Ko
Para valores de ysuperiores a10“^(%), os valores de G/Go,i% podem ser para essa nova condição ésuperior a0,44. Também não parece
avaliados por extrapolação: razoável admitir-se que apressão medida de 66kPa se mantenha
inalterada. Sabe-se apenas que para acondição do terreno escavado
log G/Go,i% =-0,6945 -0,7143 log y ter-se-ia:
=0,9914
19,8 kPa <a'h <66,0 kPa
Assim, para y=0,5% ovalor de G/Go,i% será de 0,33, conduzindo aum
valor de Gde 37,54MPa (0,33 x113,75) para as condições do ensaio e Considerando-se que atensão vertical característica para aprova de
G=22,52MPa (0,6 x37,54) para as condições de terreno escavado. carga éde ordem de 45kPa, parece lícito supor-se que nas condições de
terreno escavado, ovalor mais provável de Ko seja da ordem de um.
Ovalor de Ko, segundo esse relatório, éde:
Outras avaliações de Ko poderiam ser feitas através de algumas
Ko=0,41 expressões que têm sido propostas na literatura eque se baseiam no
conhecimento de Ko para acondição normalmente adensada, (Ko)n.a e
Observa-se entretanto que esse valor decorreu da estimativa de pressão na relação de sobre-adensamento (RSA). Segundo Terzaghi, Peck e
vertical com base em um peso específico único de 17kN/m^. Mesri (1996), Ko de argilas pré-adensadas pode ser estimado por:
Alternativamente, atribuindo-se para aargila porosa um yn de 15kN/m^ sen ^
epara aargila rija um yn de 17kN/m^, ter-se-ia Ko =(1 -sen (|)cv) (op/a\) c v
Yn =6X15 +3,5 X17 =149,5 kN/m^ Essa expressão conduz aum valor de Ko de 0,92, ou seja, pouco inferior
a u m .
8 6 8 7
2 . 4 Projeto de Contenção
2.4.1 Generalidades ( i D I< ( Ii
Nas figuras 21, 22 e23 são indicadas as principais características do I t « < t 00C“C- o0r í. 0 0 ■) o0 0
havia casas muito antigas eem estado precário, praticamente « < < ● I i i <
- — L
T r -
(36 Chumbadores L=3,8m 1.35
Ccfrffna1A*^ P12
1
PI . *€ « 0 0 0 P■; 000üQ0'0090(●
I A X
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O o o 0<* 0 o O o i J O O O O P -
O Corüna 1G 805.95
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( O ^A2
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c P 2 Cortina 5-Fase 2
■●C
o
O Cortina 2 ü
P 3
X
33.57m
▶A 3
§ P13 *B1 P5 P^ *B2
Figura 23: Vistas frontais eseções das cortinas 2e5.
(T
<
u
LU
0 9
Procedeu-se então aum sub-muramento executado com concreto
fO
L n c
Q
E
●e
o
projetado. Sob esse reforço foi executada em Luma estrutura de
O concreto armado. Essa estrutura recebeu inclusões verificais ("estacas")/
= o r o
análogas às utilizadas para estabilização do terreno, com oobjetivo
cc.
<
Pg. inicial de reduzir as deformações verticais (recalques) dessas
< C2
Q^D2 construções. Após aexecução do solo grampeado, por traz das estacas,
P 8 estas receberam os empuxos verticais definitivos, provenientes das
o :
Cl* P7 ?*\D1
^P6 lajes, pela construção das vigas que as englobavam ecujos arranques
CoíSna"'
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1?’ 0 8 r > Aplanta apresentada na figura 21 ilustra as paredes contidas, bem
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como aposição das prumadas de leitura das deformações horizontais
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A, B, C, D" edos recalques "P".
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na edificação lindeira. Os pontos "P" foram tomados Imediatamente
1 ;
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4 i;* jsj « 01
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8 ● 4 0; 4B S C - 9 4 C f I
0
i
z
Cortina 2
Fase 2 Fase 1
Nas figuras 24 a31 são apresentados os resultados dessas medições.
8 8 8 9
355 -BE NEFICENCIA PORTUGUESA 355 -BENEnCENQA PORTUGUESA
H = A LT U R A E S G AVA D A in.Sm
<3 a e o
e e a < » e e
● - o .
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.-t
/ A
D a u
MÁXIMA: 18/4itun
P I O P 1 4
ni =nIJ« AH
9 2 93
Na tabela Vsão resumidos alguns valores de recalque medidos edas Nas figuras 33 a36 são apresentados os resultados dos deslocamentos
relações As/H. horizontais, tanto na direção ortogona! àescavação quanto na direção
TA B E L A V paralela àmesma.
Va l o r e s T í p i c o s d e A s / H
Pino Recalque (s) Altura Escavada As/H (%) bclbÔB t(ZQ SM -Dir.l*2 bclhsB (Os SM ●Dir.3-(
10,42 0,12
●033 0 3 0
P-1 1 ^ 0 3
0 3
t 3
3 3
4, 3 » ^13 ●
Á S
a
*g Í3 V í
2.4.2.2 Inclinômetros Q B
1 0 3
10,9
Dois inclinômetros foram instalados, um deles junto àdivisa com amais II.O
1S4 '
1 4 4
I
U 4 U 4
11 , 0 P 4
y--'
O
SI-2 (/)
1*2 i/i
●3-4 8
12,3 m <
^818 m
Rua Martiniano de Carvalho, 969
9 4 95
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Pttecamsntos (cm) Dalocamdntos (cm)
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Deslocamentos a3m do topo (cota 814,6) eevoluçfio da escavação
0 . 0 0 . 0
1.0 1.0
1.5 n -r 816
2 . 0 2 . 0
1.0 8 1 4
4.0 4 . 0
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S.0 6 . 0
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10.0 16.0
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17.0 17,0 14/11/D2 24/11/02 4/12/02 14/12TO2 24/12/02 3/1/03 13/1/03 23/1®3 2 / 2 / 0 3
N a s fi g u r a s 3 7 a 4 4 s ã o i n d i c a d o s o s v a l o r e s d o s d e s l o c a m e n t o s 1,5 -T 816
horizontais em função da evolução da escavação. ●●815
SI-1
o
O - 0 . 5 808 u
topo (817,5 m)
I0.0 810 g- o
I V escavaçSo ●● 807 ?
I 8 0 9
V I
o
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Data
23/1/03 2 / 2 / 0 3
Figura 39: Inclinômetro SI-1. Evolução dos deslocamentos horizontais
(cota 811,50m) com oavanço da escavação.
Figura 37: Inclinômetro SI-1. Evolução dos deslocamentos horizontais
(topo, cota 817,50m) com oavanço da escavação.
9 6 97
‘ S I - 2
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Deslocamentos a3m do topo (cota 815) eevolução da escavação
0,5 812 o 8 11 a
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SI-2
Deslocamentos a6m do topo (cota 812) eevolução da escavação
1.0 814 ■ 8 1 3 ua
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escavação <
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-1.0 ●806
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-1,0 - 8 0 6 8 0 5
Data Figura43:InclinômetroSI-2.Evoluçãodosdeslocamentoshorizontais
Figura 41; Inclinômetro SI-2. Evolução dos deslocamentos horizontais (cota 812,OOm) com oavanço da escavação.
(topo, cota 818,05m) com oavanço da escavação.
9 8 9 9
Sl<2
Nesse local odesnível era de cerca de 10,42m eas inclusões tinham
Deslocamentos a9m do topo eevolução da escavação
comprimento de 6,0m.
1.5 - 8 1 6
a
da trinca do limite da área tratada pela altura arrimada (Al/H) éde
Q .
6 5 % :
E* 0.5 812 o
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-807 ■3
-1.0 -806
Esse valor de 24° parece ser razoável para 0solo local.
8 0 5
Data
Já foi mencionado anteriormente que um muro de arrimo de gravidade
necessita que seu topo desloque cerca de 0,25% da altura para que
Figura 44: Inclinômetro SI-2. Evolução dos deslocamentos horizontais haja pleno desenvolvimento do empuxo ativo.
(cota 809,OOm) com oavanço da escavação.
T R I N C A S
SEÇÃO A Observaram também esses autores que os deslocamentos verticais
eram da mesma ordem de grandeza dos deslocamentos horizontais.
6 2 0 i \
\ \ ' \ \ '
6 2 0
\«caú
\ No caso da obra da Beneficência Portuguesa foram medidas
t i v v \
deformações horizontais máximas dos inclinômetros de cerca de 5,0 a
8 1 0 S I O 7,0mm.
fw&»cto wQgu
fu<MC«o DA oam
J
12.60m ConsiderandO'Se que odesnível nesses locais éde cerca de 12,Om o
8 0 0 a o o
deslocamento relativo máximo ede 0,06% para oSI-1 e0,05% para o
SI-2.
I
fl O m S O m 7 0 m 6 0 m f t O m 2 0 m > 0 m O m
AOm S O m
3. RESUMO ECONCLUSÕES
Nessa comunicação são relatados dois casos de obras em solos muito
Figura 45: Seção transversal mostrando trinca na construção adjacente.
peculiares, ou seja, uma areia quase pura euma argila laterítica. Esses
100 101
resultados não podem, pois, serem generalizados para os solos de São
Paulo. Décourt, L. (1992) "SPT in Non-Classical Materials", Proc. US/Brazil
Geotechnical Workshop ''Appiicability of Classical Soil Mechanics
As investigações realizadas na argila laterítica foram muitíssimo mais Principies to Structured Soils, p.p. 64-100, Belo Horizonte
completas do que as que rotineiramente são feitas.
Décourt, L. (1994) Fundações eInteração Soio-Estrutura. Relato Geral:
Nos dois casos analisados ficou comprovado oexcelente comportamento XCOBRAMSEF, vol. 5, p.p. 179-206, Foz do Iguaçu
de escavações contidas com essa tecnologia.
Décourt, L. ^9991 "Behavior of Foundations Under Working Load
Os deslocamentos horizontais medidos com os inclinômetros foram Conditions. Proc. of XI Panamerican Conference on Soil Mechanics and
cerca de cinco vezes menores do que aqueles que tem sido medidos no Geotechnical Engineering", vol. 4, p.p. 453-488, Foz do Iguaçu
exterior em obras consideradas como bem executadas. Em princípio,
atribui-se esse excelente comportamento, em parte àmaneira como as Décourt, L. fZOQll "Behavior of Shallow Foundations on aLateritc Clay",
obras de contenção foram concebidas eexecutadas e, em parte, às Proc. XV ICSMGE, vol. 1, p.p. 675-678, Istambul
características de compressibilidade muito favoráveis das argüas
lateríticas. Iqnatius, 5. C. Í19911 Solos Tropicais, Proposta de índice Classificatório.
Solos eRochas, vol. 14, no. 2, p.p. 89-93
De qualquer forma, casos como esses se constituem em evidências
adicionais da excelência desse tipo de contenção, que, tanto sob aspecto Lambe, T. W. eWhitman, R. V. ('1969j "Soil Mechanics", John Wiley &
de segurança quanto sob aspecto de custos, vem se comparando Sons, Inc.
favoravelmente com relação às demais alternativas existentes.
Noqami, J. S. eViilibor, D. F. Í1981j Uma Nova Classificação de Solos
4. REFERÊNCIAS para Finalidades Rodoviárias. Proc. Simpósio Brasileiro de Solos
Barros, J. M. C. (1997") Módulo de Cisalhamento Dinâmico de Solos Tropicais de Engenharia do Rio de Janeiro, vol. 1, p.p. 30-41
Tropicais. Tese de Doutoramento junto àEPUSP
P l u m e l l e , C ., S c h i o s s e r, F., D e l a q e , P. e K n o c h e n m u s , G. Í'1 9 9 0 J "Fr e n c h
Barros, J. M. C. (2001) Comunicação Pessoa! National Research Project on Soil Nailing: Clouterre", "Design and
Performance of Earth Retaining Structures", "Geotechnical Special
Barros. J. M. C. eSousa Pinto. C. ri997J "Estimation of Maximum Publication N° 25", p.p. 660-675
S h e a r M o d u l u s o f B r a z i l i a n Tr o p i c a l S o i l s f r o m S t a n d a r d P e n e t r a t i o n
Tests". Proc. XIV ICSMFE, vol. 1, p.p. 29-30, Hamburg Santos, J. A. eGomes Correia, A. QQOl) "Reference Threshold Shear
Strain of Soil. Its Application to Obtain na Unique Strain -Dependent
B r i a u d , J . L . e J e a n i e a n , P. ( 1 9 9 4 ) " L o a d - S e t t l e m e n t C u r v e M e t h o d f o r Shear Modulus Curve for Soil". Proc. of XV ICSMGE, vol. 1, p.p. 267-
Spread Footings on Sand. Proc. Vertical and Horizontal Deformations of 270, Istambul
Foundations and Embankments", vol. 2, p.p. 1774-1804, College
S t a t i o n , Te x a s Te r z a q h i , K . , P e c k , R . B , , M e s r i , G . ( 1 9 9 6 ) " S o i l M e c h a n i c s i n
Engineering Practice" 3^*^ Edition, John Wiley &Sons, Inc.
B o r l a n d , J . B . Í 1 9 8 9 J " S m a l l i s B e a u t i f u I - T h e S t i ff n e s s o f S o i l s a t S m a l l
Strains". "Ninth Laurits Bjerrum Memorial Lecture Canadian 5. AGRADECIMENTOS
Geotechnical Journal no. 26", p.p. 499-516 Esse trabalho de pesquisa não teria existido não fosse ointeresse pelo
tema eapreciosa contribuição de inúmeros colegas, que dedicaram boa
Cudmaní, R. Q., Schnaid, F. eConsoli, N. C. fl994J Comportamento de parte do seu tempo aessa causa. Aeles desejam os autores expressar
Sapatas Assentes em um Solo Estruturado Através de Ensaios de Placa. seus melhores agradecimentos.
XCOBRAMSEF, vol. 1, p.p. 127-134, Foz do Iguaçu
102 103
Contribuíram para essa pesquisa os profissionais aseguir relacionados: P R O J E T O E C O M P O R TA M E N T O D E E S C AVA Ç Õ E S
E S TA B I L I Z A D A S C O M S O L O G R A M P E A D O E M S A LVA D O R
Do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo -IPT
- D r. S u s s u m u N i y a m a
-Dr. José Maria de Camargo Bastos Luciano Décourt, Engenheiro Consultor eProf. Universitário
-Dra. Gisleine Coelho Campos Luis Edmundo Prado de Campos, Prof. Titular da Escola Politécnica da UFBA
-Geólogo Wilson Shojí Lyomasa Moacyr Schwab de Souza Menezes, Engenheiro Consultor eProf. Universitário
-Geólogo Renato Luiz Prado
-Geólogo Rubens Paschoa! Cordeiro
-Físico Vicente Luiz Galli
-Tecnólogo Edvaldo Peres da Silva
-Tecnólogo Geraldo Antunes Pereira
-Tecnólogo Luis Gonzaga de Sousa R E S U M O
-Tecnólogo Mário Antonio Reis Nesse trabalho são apresentados os casos de duas obras situadas na
cidade de Salvador, Bahia, com desníveis de até 14,Om. Os projetos de
Da Enqesolos, Engenharia de Solos eFundações Ltda. contenção foram elaborados pela firma do primeiro autor, utilizando a
-Eng. Artur Rodrigues Quaresma Filho conceituação de solo grampeado econtaram com acolaboração em obra
-Eng. Orozimbo Arthur de Lima Campos dos outros dois autores.
-Enga. Maria Rosana Rodrigues B. Dragone
Essas duas obras foram selecionadas por apresentarem algumas
Da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo características que, de alguma forma, as diferenciavam das demais.
-Prof. Dr. Carlos de Sousa Pinto
-Eng. Doutorando João Luiz Castro Sampaio Júnior Ambas situam-se na Av. Sete de Setembro eserão aqui designadas por
obra Ieobra II.
Os autores desejam, também, expressar seus agradecimentos aos
e n g e n h e i r o s K e n s h o Ta i r a , M i k l o s S u t o e E d w a l H i r o m i S a n o m i a d a
B e n e fi c ê n c i a P o r t u g u e s a p e l a d i s p o s i ç ã o e m c o l a b o r a r c o m e s s a 1. OBRA I
104 105
PMTRAÇAQtOOt^aOQcfPj e o u p K O ^ . m
s vaeieçado(róseo).poueocofnpacla (Provável
4.Mt t . O Ü _ 1 aterro).
0 3
Í S f 6 Areia fma omMra pouca siltosa, eom podreguilios.
3
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Figura 4: Divisa lateral A.
Figura 1: Sondagem típica do local da obra I. I
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' DIVISA COM ARUA
Figura 2: Vista da cortina junto àrua.
Figura 5: Divisa lateral B.
106 107
condição em 09/03/2002
Condição em 12/03/2002
1.4 Instrumentação . . T
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um inclinômetro. 3
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No croquis da figura 6está indicada, em planta eem corte, alocalização Figura 1-Situação em 09/03/02 Figura 2-Situação em 12/03/02
desse inclinômetro.
Condição cm 15/03/2002 Condição em 19/03/2002
Planta Baixa Corte ■ U M
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grampeado '3> Inclinômetro Figura 3-Situação em 15/03/02 Figura 4-Situação em 19/03/02
‘ 3 ●P Condição em 22/03/2002 Condição em 26/03/2002
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CI^TRECHO
SEM
ESCAVAÇto
Figura 6: Localização em planta eem corte do inclinômetro. Figura 5-Situação em 22/03/02 Figura 6-Situação em 26/03/02
efetuadas. 0
\ \
Observa-se uma grande aceleração dos deslocamentos após
26/03/2002, que até então haviam chegado apouco mais de 2,0mm.
s
5,0m de profundidade.
B
I
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1 0
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2
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02«ant
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108 109
2. OBRA II
2.3 Projeto de Contenção
2.1 Generalidades
Nas figuras 9a13 são apresentados detalhes do projeto de contenção.
Essa obra II foi realizada em um terreno substancialmente mais largo do
que aobra I, em loca! onde existe um casarão aser preservado. Nas figuras 14 e15 são mostradas duas fotos da obra.
2.2 Sondagens
Na figura 8éapresentada uma sondagem típica do local.
rehcao
PENETRAÇÃO i t
. — A a A . M R . N .
m Pemi DESCRIÇÃO OAS AMOSTRAS i
i F G r d fl c o 1
Nhr.)
marrom, mole f
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4 5/33 (Aterro)
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\ cuucot a
4 -5
5/34 7 4.30 NV SI 10
3
4
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4.65 ■s r
variada
■R 1 6
●8
16 2 0 OEPdSrtOS
N V. 9 0 5 0
9 -10 9.00
1 2 2 0 Silte argiloao clareia fna
varlegado (vernrelho), dtao atljo
●10
14 18 I
// 10.69
Mom, ídMIo
6 9 Zi ●11
*●51
●12
6/33 10/31 .02 - j j . . .
-ÕÍ9 -
■13 13.00
8 11 W 7 . Sllte argiloao c/arela Ura
varlegado (vemtelho), rijo amâdio
(Solo realdial)
14 -15
8/32 11/32
Figura 9: Planta.
●15 15.00
7/33 10 Sllte aranoeo
varlegado (arrarelo), medianamente
compacto
●16 (Solo realdual)
7/35 10/31
16.89
●17
110 111
I R t C í W i
I» CK;Ua<ÚORCS A=379.80m2
1-Jt 2S^2
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Ntv Ç&.98 NIV 66,03 w e $ . 0 4
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112 113
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Na figura 17 são apresentados diversos estágios da contenção e
deslocamentos medidos do inclinômetro 1.
114 115
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Inclinometro 1
Deslocamento (mm)
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1 5
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20
Figura 19: Leituras do inclinômetro 4.
116 117
constatadas tenham provocado oagravamento de algum dano pré- 13.30
existente na caixa d'água, que trincando, passou avazar, introduzindo
no terreno grandes quantidades de água que acabaram por provocar
novas deformações.
FISSURA PISO /TETO
6p *0
2 . 5 P e s q u i s a d e Tr i n c a s
Foi detectada uma trinca vertical no casarão.
e-ri 00
N a fi g u r a 2 0 é a p r e s e n t a d a u m a f o t o d e s s a t r i n c a . N a fi g u r a 2 1 é
apresentado um desenho esquemático da mesma. CHUMBADOR L=10
I
5 . M 0
Al _3,65 = 0 , 2 8 3
tga =
H~12,90
Não se deve esquecer, porém, que omodelo adotado énão mais que
uma aproximação da realidade, necessitando receber ajustes para
melhor se adequar àmesma.
118 119
ESTABILIZAÇÃO DE TALUDE POR SOLO GRAMPEADO EM MANAUS-AM
(*)
3. RESUMO ECONCLUSÕES Luciano Jacques de Moraes Jr, Eng. Civil, M.Sc., Geotechnia Consultoria eProjetos Ltda.
Essas duas obras se constituem em evidência adicional de que n
Edgard G. A. Arduino, Eng. Civil, M.Sc., Geomecânica S.A.
estabilizações com solo grampeado, quando bem conduzidas, são muito
seguras eeconômicas.
RESUMO
No caso específico dessas duas obras em Salvador, não obstante osolo
ser silto-arenoso de compacidade média, os deslocamentos relativos Apresenta-se aqui um caso de obra de contenção utilizando-se solo grampeado (“soil nailing”),
máximos foram de 0,07 +0,01%, valores esses muito menores dos que realizada em encosta localizada na borda de um platô, distrito industrial da Zona Franca de Manaus,
tem sido obtidos no exterior, mesmo para obras consideradas bem estado do Amazonas. Oartigo descreve as características geotécnicas do local, ohistórico do
projetadas ebem executadas. escorregamento, ametodologia empregada no projeto eapresenta resultados de ensaios de
arrancamento de grampos realizados no local imediatamente antes da execução da obra,
Omodelo adotado, se bem que ainda imperfeito, permite modelagens comparando-os com as premissas de projeto.
razoavelmente precisas do comportamento de contenções estabilizadas
com atecnologia do solo grampeado.
ABSTRACT
4. REFERÊNCIAS Asoilnailingcasehistoryispresented,whichwascarriedoutonaslopelocatedattheflankofa
Décourt, L., Zirlis, A. ePitta, C. A. ÍZOOBj Projeto eComportamento de plateau, industrial district of the Manaus Duty Free Zone,Amazonas State. Site geotechnical
Escavações Estabilizadas com Solo Grampeado em São Paulo. A s e r
characterization,slidehistoryanddesigncriteriaarepresented,aswellasnailpullouttestresults.
publicado.
1. INTRODUÇÃO
Ümaindústriaimplantadaem1988naZonaFrancadeManausnumdosplatôstípicosdesce
daregião (em
até aEl.
tomo da El. 90 m) tem adivisa leste do seu terreno constituída por uma encosta que
40 m, onde corre um igarapé.
Napartemaisaonortedaencosta(estetrechofoidenominadodeENCOSTANORDESTE),em
canaletas
setembrode2000,devidoachuvasexcepcionaiseextemporâneas,quetransbordaramas
dacristadaencosta,ocorreuumdeslizamentodeterras-semvítimas-daordemde20.000m.Um
projetobásicofoielaboradonoiníciode2001econstruídonodecorrerdosegundosemestredeste
mesmo ano. Foram realizados dois ensaios dearrancamentodegramposparaconfirmaçãodas
premissas de projeto, tendo em vista não haver dados disponíveis na literatura técnica sobre
parâmetros de projeto de solo grampeado em Manaus.
2. CARACTERÍSTICAS GEOTÉCNICAS
Oplatô onde se situa aindústria éconstituído por solos argilo-arenosos de consistência crescente
com aprofundidade (média passando arija) com cerca de 8a10 mde espessura, confoime -se um
exemplificadopeloboletimdasondagemSP-03apresentadoresumidamentenaFig.1.Segue
solo areno-siltoso compacto.
Aencostatemdeclividademédiade29°.Oníveld'águaoscilasazonalmentedentrodacamadade
areia sütosa.
(*) Na ocasião (início de 2001) do desenvolvimento do projeto em pauta, os autores prestavam serviços na EnviioGeo -
Serviços de Geologia eEngenharia Consultiva Ltda.
120 121
■
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Aja—>f »<qr ^ 1
Uma vez que não foram identificadas trincas amontante da crista do deslizamento, decidiu-se
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regularizar asuperfície exposta eimplantar os painéis de solo grampeado no talude resultante, que
5 6
ficou com inclinação média de 50° a60°. Os grampos foram instalados perpendicularmente aos
r o 5 S
Os parâmetros geotécnicos adotados para ocálculo foram: peso específico de 18 kN/m^, ângulo de
S.93 1 0 1 }
i )
atrito de 30° ecoesão de 5kPa. Estimou-se em 100 kPa aaderência solo-grampo, oque resultou
7 3 2 1 6
Argila cooi iroa lima emédia, amaidada, rija.
para os grampos uma resistência de 17 kN/m. Face ànão disponibilidade de dados amazônicos -na
LU 14 18
M S literatura técnica -referentes àaderência solo-grampo, foi decidido proceder adois ensaios de
●Umiicda Sendagem.
Paniiáfio por (cr aliogido terreno resútenie, arrancamento, para averiguar esta aderência.
No início de agosto de 2001, foram realizados dois ensaios (um no Painel II eoutro no Painel VI)
Aruptura ocorreu no interior da camada mencionada de argila arenosa amarelada, na profundidade de arrancamento em grampos executados da mesma forma einstalados em locais adjacentes a o s
e m que há um decréscimo de consistência (de 3,5 a4,5 mde profundidade). Toda amassa rompida grampos definitivos. Acarga máxima de ensaio prevista foi de 11,2 tf, equivalente àtensão de
depositou-se no igarapé, deixando asuperfície de deslizamento totalmente exposta. escoamento do aço. Acarga foi aplicada em estágios de, no máximo, 25% (2,8 tf) da carga máxima,
com tempo de estabilização mínimo de 30 minutos para cada estágio. Em um dos ensaios (Painel
As laterais desta superfície foram suavizadas eprotegidas por plantio de gramíneas bem adaptadas
VI), foi realizado um ciclo de carga-descarga, ao se atingir aproximadamente ametade da carga
na região. Abase da superfície recebeu drenagem superficial eproteção vegetal. máxima esperada.
Acrista do deslizamento foi protegida com aimplantação de solo grampeado, com altura dos
Os grampos foram preparados com comprimento total de 6mecom comprimento de ancoragem de
painéis variando de 3,5 a6m, num total de 49 grampos numa área de 180 m^, aproximadamente. Os 3m. AFig. 3mostra oinício do ensaio do arrancamento do grampo do Painel VI.
grampos de aço CA-50 e020 mm da linha inferior tem comprimento de 4m, eos das linhas
superiores 6m.O detalhe típico do grampo está apresentado na Fig. 2. Os furos para os grampos
foram feitos com diâmetro nominal de 75 mm.
C O N C R E TO 2 ‘ E S T Á G I O
T E L A M E TA L I C A E L E T R O S O L D A D A T I P O
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Fíq. 2 D E TA L H E T Í P I C O D O G R A M P O Na Fig. 4estão apresentados os gráficos carga aplicada xdeslocamento medido relativos aos dois
ensaios realizados.
122 123
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Deslocamento (mm)
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5. CONCLUSÕES SI í.;l i ; - . .
.T.
Oexame dessas curvas mostra que houve arrancamento após oestágio de 8,4 tf.. Como otrecho f
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injetado especificado foi de 3m, aresistência unitária na ruptura foi superior a8,4/3 =2,8 tf/m =
21 Yi kN/m. Este valor corresponde auma aderência solo-grampo de 162 kPa, superior ao adotado t-
^ * .
Osgramposapresentaramcomportamentosimilarebastantecoerentecomoesperado.Sendoassim, > r
- »
Uma visão geral do caso está apresentada nas duas fotos em anexo, tendo sido aprimeira obtida í
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logoapósarupturaeasegundaapósasobras. J
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6. REFERÊNCIAS
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SHEN, C. K. et alU (1981) “Field measurements of earth support system”, ASCE Jornal of i * ' # .
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v. r
GeotechnicalEngineeringDivision, vol. 107, GT 12, pp. 1609-1624.
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124
SOLOS GRAMPEADOS -COMPORTAMENTO EPROCEDIMENTOS DE ANÁLISE
Mauricio Ehrlich
Coordenador do Programa de Engenharia Civil
RESUMO:Discutem-senesseartigoocomportamentoeosprocedimentoscomumenteutilizados
paraanáliseeprojetodeescavaçõesemsologrampeado.Busca-seevidenciarosfatores
intervenientesnocomportamentodeformaamelhorembasaradiscussãodastécnicasdeanaise.
Casoshistóricoseresultadosdeestudosnuméricossãoapresentadosobjetivandoilustraralgunsos
aspectos levantados.
m a i s
mecanicamente
INTRODUÇÃO comportamento
favorável. Ogrampeamento possibilita que
Atécnica de solo grampeado vem se firmando cortes
sejam
implantados
em
grandes
desníveis
como uma excelente opção para estabilização einclinaçõesemlocaisquedeoutraforma
de escavações em geral. Trata-se de uma seriam instáveis -cortes verticais em solos
solução de custo relativamente baixo, ede fácil arenosos, por exemplo.
erápida execução. Otrechoreforçadopodeserentendidocomo a
terreno natural. Os reforços comumente são estabilidade da zona não reforçada. Concreto
barras de aço protegidas por argamassa em projetado comumente compõe a f a c e . n Oa
furos pré-abertos. Aargamassa éinjetada por faceamento não tem função principa
gravidade, aderida àbarra ao longo de todo o estabilização.Nosologrampeadoafacetem
comprimento eogrampo não éprotendido. Em porobjetivosgarantiraestabilidadelocale
obras provisórias as barras podem ser evitar odesenvolvimento de processos
simplesmente cravadas sem aproteção de e r o s i v o s , a o contrário do que se verifica nas
a face éo
argamassa. Em geral, aexecução da escavação cortinas ancoradas nas quais
se processa em etapas, vertical e promotor direto da estabilidade da zona
horizontalmente, minimizando os movimentos, potencialmenteinstável(zonaativa),
Figurala.^
estabilidade e
que normalmente apresentam-se inferiores a No solo grampeado a
0,2% a0,3% da altura da escavação, garantida
pelas
forças
de
atrito
desenvolvidas
A face tem função secundária na nocontatosologrampo.Atravésdosgrampos
estabilização, compreendendo basicamente em promove-se a“costura ”da zona potencialmente
evitar roturas localizadas egarantir ocontrole i n s t á v e l e d a z o n a resistente, melhorando a
dos processos erosivos. Comumente o estabilidade do conjunto (Figura Ib).
faceamento éefetuado em concreto projetado ● n r ' 7 7 K
Aeii«c Noil
Z o n t Rtildonl
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Anehor
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MECANISMO E C O M P O RTA M E N TO
Os solos, em geral, desde que adequadamente (a) cortina ancorada (b) solo grampeado
compactados, -apresentam boa resistência à
compressão eao cisalhamento, no entanto, a
resistência àtração que ébaixa. Aintrodução Figura 1. Mecanismo de estabilização (Mitchell
de reforços traz ao material composto eVillet, 1987)
127
No caso de reforços flexíveis, somente a quantidade suficiente de reforços para se evitar deformáveis, (Sj)i, pemiitem ao conjunto estrutural. Cobertura vegetal pode ser adotada
resistência àtração responde pela estabilização arotura eum comprimento de transferência
deformações suficientes para aplastificação da sem prejuízos àestabilidade nesse caso esua
(Figura 2a). Em geral um grampo por sua suficiente de forma agarantir que não haja zona potencialmente instável etem-se osolo função objetiva principalmente garantir o
rigidez pode ser solicitado àtração, àflexão e arrancamento dos grampos da zona resistente. nesta zona num estado de tensões mais controle dos processos erosivos.
a o císalhamento (Figura 2b). Aeficiência próximo ao ativo. Nestas condições as tensões
dá-se quando sua ZONA HessTCNrE
no grampo se apresentam mais baixas.
máxima dos grampos ^ ,
inclinação coincide com adireção principal ZONA A I I VA
ESTUDOS NUMÉRICOS
maior de deformação da massa reforçada, ei. r e p o u s o
unicamente são equilíbrio
Nesta condição os grampos solo Através de simulação numérica efetuou-se
submetidos àtração, independentemente da T
m a x estudo paramétrico de uma escavação em solo
ativo
rigidezàflexãodesseselementos. grampeado (Lima, 1996; Ehrlich et al., 1996).
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È.
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■> Sy Sh Amodelagem da escavação ecolocação dos
suPcanoE de rotura u j U w o
(S;) grampos foi realizada em etapas de fonna a
(Si)2 representar oprocesso executivo. Na Figura 6
s
apresenta-se operfil adotado nessa simulação.
Figura 3. Força máxima mobilizada no grampo Considerou-se nessas análises os seguintes
Figura 4. Influência da rigidez do grampo nas parâmetros:
Sob condições de trabalho, pode-se
deformações etensões mobilizadas
considerar nulas as movimentações relativas
(a) Solo: peso específico, coesão eângulo
solo reforço (Dyer eMilligan, 1984, Jewell,
Ofaceamento tem função secundária na de atrito igual a20 kN/m^, 15 kPa e30°
1980). I s t o s i g n i fi c a q u e n ã o o c o r r e
estabilização, compreendendo basicamente em ,respectivamente,
deslizamento no contato eque são as mesmas evitar roturas localizadas. Em taludes mais (b) Grampo: 100 mm ebarra de aço: 25
as deformações no solo eno reforço nessa
verticalizados, próximo ao pé da escavação, o m m .
grampo
como mecanismo hiperbólico de Duncan et al. (1980); Pa éa
n o s grampos
prepondera
estabilizador. Nas análises convencionais, as pressão atmosférica (constante unitária); Sv e
contribuições da resistência àflexão eao Sh são os espaçamento vertical ehorizontal do
grampo (definem aárea de influência). nissots c^vioAs Figura 6. Simulação numérica escavação em
cisalhamento do grampo comumente são
rCNSttS BAUS
128
129
grampos favorece auma menor plastificaçao. A (EI/10) (EI) (lOEI) Na Figura 9apresenta-se avariação de I m F. i / 2 n F. T
e x t e n s ã o d a á r e a p l a s t i fi c a d a d i m i n u i u com arigidez einclinação do grampo. Oíndice I
0019'
sensivelmente com oaumento da rigidez à o.on
I m
assinala aimportância relativa dos
flexão dos grampos (EI para 10 EI). Observa-se, momentos fletores frente as tensões axiais nas
no entanto, que lOEI representa um grampo 0.010
tensões atuantes nos grampos (flexão X
6 ^
plastificada. 5.0
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(d) H
0l2-
0 . 0 0 0 1 6 0 . 0 0 1 6 0 0 1 6 Figura 9. Importância relativa dos momentos
S i
1.4-
(d) lOEI (Ehrlich et al., 1996) Figura 8. Influência da rigidez da grampo: (a) Na Figuras 11 verifíca-se que arigidez do Ef
E5'9„2'V
deslocamento horizontal da face; (b) força axial faceamento pouco i n fl u e n c i a a s
Nas Figuras 8observa-se, como esperado, no grampo; e(c) momentos fletores (Ehrlich et movimentações da face eas forças axiais
quegramposmaisrígidospermitemmenores al., 1996) mobilizadas nos grampos. Na análise na qual Figura 11. Influência da rigidez da face: (a)
movimentações da face ese verificam maiores desconsiderou-se aface observou-se, no deslocamento horizontal da face; (b) força axial
mobilizações da força axial emomentos Tabela 1. Importância da rigidez dos grampos entanto, certo aumento nas movimentações em no grampo; e(c) momentos fletores (Ehrlich et
fletores no grampo. Avariação da inclinação nas movimentações da face enas tensões função de deformações localizadas em zonas al., 1996)
do grampo de zero a30“ com ahorizontal não atuantes nos grampos (0 =20°). situadas entre grampos. Entretanto, os
s e mostrou como um fator principal nas Diâmetro Va l o r relativo m o m e n t o s fl e t o r e s a u m e n t a m c o m a
Já as tensões atuantes no Tabela 2. Importância da rigidez da face nas
movimentações. Rigidez equiv. do Desloc. Força M o m e n t o diminuição da rigidez da face movimentações da face enas tensões atuantes
g r a m p o foram influenciadas pela inclinação. d o grampo horiz. axial fl e t o r significativamente (Figura 11c). Tal se dá
Na Tabela 1destaca-se, em termos relativos, nos grampos (9 =20°).
grampo (mm) máx. da max. no m a x i m o visto que, com oacréscimo da rigidez, aface
qu antitativamente, aimportância da rigidez dos face grampo n o
passa, além de restringir os movimentos Va l o r r e l a t i v o
nos resultados. Os valores (6™.) (Tmax) laterais, também alimitar os movimentos Rigidez Desloc. Força Momento
grampos grampo
da face
a presentadosnessatabelacorrespondema (M„,a.,) verticais eaatuar como uma espécie de apoio horizontal axial m áx . fl e t o r m a x .
grampos com 20° de inclinação. Note que (1/10)EI 5 6 1.22 0.57 0.16
para aextremidade dos grampos, oque redunda
máx. da face grampo grampo
100 1.00 1.00 I.OO (Smax) (Tn^ax) (Minn.\)
grampos típicos têm arigidez situada entre
El(ref) na diminuição dos momentos fletores.
sem face 1.66 0.94 1.50
EI/10 eEI (diâmetros equivalentes situados l O E I 178 0.86 1.14 6.66
Na Tabela 2destaca-se, em termos relativos,
(1/20) El 1 . 11 0.92 1.40
entre 56mm e100 mm). quantitativamente aimportância da rigidez da
face nos resultados. El (ref.) 1.00 1.00 1.00
130 131
válidos em solos homogêneos econdições de cisalhamento dos grampos. Esses métodos têm
MÉTODOS DE ANÁLISE colapso plausíveis de serem representadas por 0.6
avantagem de levar em conta a
superfícies de rotura planar passando pelo pé heterogeneidade edas pressões de água no
Amassa reforçada pode ser entendida como da escavação (fundo estável). solo, com facilidade. Entretanto, deve-se
0.5
um muro de gravidade, garantindo a Observe que as expressões clássicas de observar que, em geral, ahipótese de superfície
estabilidade da zona não reforçada. Os Rankine são válidas somente para escavações de rotura circular éinadequada para representar
procedimentos convencionais de análise de com faces verticais eterraplenos horizontais. Já 0 . 4 - omecanismo de rotura real.
estabilidade externa de muros convencionais 0método de Coulomb permite com facilidade a
comumente são adotados nesta fase de projeto. consideração de cargas externas, taludes grampos
Alargura da zona reforçada deve ser definida inclinados irregulares, cortes com inclinações E0.3
de forma aevitar-se oescorregamento, o quaisquer epressões de água. Ea
m a s s a
de solos comumente apresentam-se com l
\
estabilidade interna. Deve-se estabelecer uma onde: yéopeso específico do solo; Héa xAi
adequado para cortes com faces verticais em
quantidade de reforços suficiente aevitar a altura da escavação; e(|) éoângulo de atrito do terrenos homogêneos com fundo estável.
rotura dos reforços eoarrancamento dos solo.
Figura 14. Superfície potencial de rotura
mesmos da zona resistente (Figura 3). A Este procedimento élimitado para solos não (Leschinsky eBoedeker, 1989)
determinação das forças máximas atuantes nos coesivos, reforços horizontais efundo estável. (a) (b)
grampos, T ébásica nessa etapa de projeto.
maxip Adesconsideração da coesão em situações n a s Outros procedimentos usualmente adotados
Normalmente, considera-se que os reforços quais ela éimportante, pode levar aresultados são os que adotam ahipótese de superfície de Tmax
deformação suficiente para muito conservativos. No entanto, com relação à rotura bi-lineares ou circulares (Figura 15).
permitam
mobilização do estado ativo edesprezam-se as inclinação do grampo, aaplicação do método Tais métodos permitem aconsideração
7 ^
contribuições da resistência àflexão eao para situações típicas, nas quais tem-se a simultânea de aspectos de equilíbrio externo e
cisalhamento do grampo. Desta forma inclinação do grampo cerca de 15 , n ã o interno. Nas análises são consideradas as
considera-se que osomatório das forças redunda em erros significativos nos resultados. contribuições somente dos grampos que Figura 16. Distribuição de tensões nos grampos
máximas mobilizadas nos grampos, IT m a x 5 Ométodo assinala que, amedida que decresce cruzam asuperfície de rotura. Nas análises de com aprofundidade, cortes verticais: (a) fundo
deve-se ser suficiente para estabilização da ainclinação da face (mV:lH), as superfícies de rotura circular, em geral, adotam-se métodos estável; e(b) fundo instável
cunha ativa, isto é, ao menos se igualar ao rotura tornam-se não planares (Figura 14). convencionais de análise de estabilidade de
e m p u x o ativo, Ea. taludes (Bishop, Fellenius entre outros) No caso de instabilização do fundo,
Sob determinadas condições os métodos adaptados de forma alevar em consideração o significativa alteração na distribuição dos
clássicos de Rankine eCoulomb podem ser grampo. Normalmente desconsidera-se a esforços pode ocorrer, inclusive com aumento
adotados para esse cálculo. Tais métodos são c o n t r i b u i ç ã o d a s f o r ç a s d e fl e x ã o e na magnitude dos esforços, similarmente ao
132 133
discutido por Bjerrum et al. (1972) para valores inferiores ao estado ativo, próximo ao Neste local (Rua Ati) ena Rua Cardoso 100 kPa a300 kPa, conforme aconsistência do
escavações escoradas. Figura 16b. pé. Osomatório das forças máximas nos Junior em Laranjeiras, foram também terreno eaprofundidade de assentamento do
Dantas eEhrlich (2000) sugerem para grampos aproximou-se do valor correspondente efetuados ensaios de arrancamento em grampos grampo. Não se verificou diferenças nos
taludes inclinados com fundo estável a ao repouso, oque denota aelevada rigidez e resultados de resistência de arrancamento
instrumentados de 3me6m de comprimento,
distribuição apresentada na Figura 17. O número de grampos adotados. Figura 20 (Feijó eEhrlich, 2001 eFeijó e unitária para os grampos de 3e6mde
procedimento proposto ébaseado em estudos Ehrlich, 2003). comprimento.
numéricos eestão condizentes com resultados O 6 0 0 1 2 0 0
(ps r)'
obtidos experimentalmente em centrifuga Tma X
\V\, iT>cta
pr*oí
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Considerando faces com inclinação, w, tem- i
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1 Figura 18. Escavação em solo 'grampeado, 'I l
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em amostras na umidade natural
superfície forças máximas mobilizadas nos grampos ^ - ü .
local h Si Sf 4
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potencial (Cartier eGigan, 1983). Y c
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de diâmetro e3m de comprimento são 0 ,' 0
(kN/m3) (kPa) G
constituídos de barra de aço CA-50B de 25 mm RA(A) 16 32 70 14 6 3 6
5
CASOS DE OBRAS de diâmetro eprotegidas por argamassa em RA(B) 17 46 83 16 31 25
furos pré-abertos. C J l 16 56 95 18 11 2 7
134 135
1.
apresentaram-se 50% e70% dos valores areia siltosa
vegetal para proteção da face, no caso de Walls, JGD, ASCE, Vol. 120, No 4, abril ,
calculados utilizando ométodo de Coulomb taludes inclinados. 625-645.
- {
para acondição ativa ao final da escavação, Fez-se um relato dos procedimentos Ehrlich, M., Almeida, M.S.S eLima, A.M.L
quando atuaram nos grampos somente as forças usualmente adotados para análise, buscando (1996). Parametric numerical analysis of soil
oriundas do peso próprio do terreno, equando areia siltosa
destacar aaplicabilidade eevidenciar suas nailingsystems.2"^InternationalConference
5<SPT<8
da aplicação de sobrecarga no topo de até 240 limitações. on Soil Reinforcement, Fukuoka, Japão,
kPa, respectivamente. Estudos paramétricos demonstraram que: (a) novembro, 747-752.
areia siltosa grampos mais rígidos permitem menores Feijó, R.L. eEhrlich, M. (2001). Resultados de
10<SPT<20
movimentações da face e m e n o r e s ensaios de arrancamento em grampos
f(kN/m« I plastiflcações da massa de solo; (b) avariação injetados em dois pontos do município do
rocha alterada
; \ I SPT>25 da inclinação dos grampos não se mostrou Rio de Janeiro. III COBRAE -Conferência
£ >
136
137
Algumas Experiências em Solo Grampeado
Autores:
Resumo
No final apresenta-se uma tabela resumo dos casos apresentados eoutros; além
das considerações dos autores sobre oassunto.
Procedimentos Básicos
139
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1° Caso -Jaraguá 1 r -
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Problema
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Trata-se de um talude parcialmente escavado em um ângulo de 85° ealtura de 12 C O
mem solo silto argiloso (Anfibolito-Formação São Roque) ocupado na crista por o
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edificações, onde se deve garantir uma segurança adequada, principalmente, face c
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aos ocupantes da crista. Acota de escavação iria prosseguir até otalude atingir O
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(kN/m^)
{kN/m=’) n 120
situação antes eapós escavações pretendidas. Trata-se de um talude de escavação antigo esem proteção superficial com
inclinações entre 2V;1H e1V:1H ealtura variando de 7a10 mem soio areno
argiloso (Migmatitos) ocupado na crista por edificações de alto padrão ena parte
inferior uma escola particular. Havia preocupação com onivel de segurança do
1 2 0
talude.
11 0
Apresenta-se aseguir o(PGG) perfil geológico geotécnico eaface do talude.
110 n
105 SP-01
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14 19 10
100 14 17 15
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Diagnostico de segurança 2 2 25 20 27|31 26
I7R 23 19 @Solo
Residual
Superficial-
Areia
argilosa,
cor
variegada
1 5 17 10
23 T? 15|1715 0SoloResidual-Areiaargilosa,corvariegada
Aescavação pretendida para omaciço apresenta fatores de :segurança abaixo do @
1 ●SOÍ47I6
@Solo
Residual
-Areia
pouco
argilosa,
corvariegada
9 5
que se considera recomendado. Assim para execução da escavação jugou-se 15 10 04
PROF- 12.45 _Nível d'água
necessária aexecução de um reforço em solo grampeado de modo agarantir um
nível de segurança adequado.
142 143
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144 145
M a s s a Angulo de Diagnostico de segurança
C o e s ã o
C a m a d a Caracterização Tátil Visual N SPT E s p e c i fi c a atrito
(kN/m=^)
(kN/m®) (°) Conforme os resultados obtidos, verifica-se que para círculos profundos otalude
1 Argila arenosa, cor varlegada. 4 a 8 17,00 1 0 2 0
apresenta condições de estabilidade satisfatórias, com fator de segurança (FS) de
1,65. Porém para condições superficiais verifica-se um fator de segurança (FS) de
2 Argila arenosa, cor marrom. 5 a 11 17,00 1 0 2 0 1,30, valor abaixo do que considera-se recomendado.
3 A Areia argilosa, cor variegada. 17,00 10 2 0
Estadeficiênciaéacarretadajustamentepelaacentuadainclinaçãodotalude^
3 Areia argilosa, cor varlegada. 8 a 2 2 18,00 2 0 2 5 aliada afalta de proteção superficial neste trecho, onde osolo sofre intensa açao
4 1 5 a 2 3 2 0 3 0
dos fatores naturais com saturação por exposição achuvas eressecamento pelo
Areia argilosa, cor variegada. 18,00
sol, oque deve ter conferido aesta camada superficial aresistência inferior ado
interior do maciço, apesar de apresentarem caracterização tátil visual
Os parâmetros das camadas 3e3A, consideradas amais representativas, foram semelhantes.
adotados apartir dos ensaios realizados, onde verificou-se inclusive que a - s e
saturação do material não interfere na sua resistência. Para conferir ao trecho do talude condições adequadas de segurança jugou
convenienteefetuarumreforçosuperficialdotaludeatravésdechumbadores
Nas camadas 1e2os parâmetros foram adotados em função de experiências rasos. Apresenta-se aseguir aseção de cálculo com os chumbadores, eoaor
anteriores epesquisa bibliográfica, em função de sua caracterização tátil visual e segurança resultante.
Nspt, epara camada 4majorando-se os valores da camada 3.
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45/26 I>50 >50 -43/22:
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48/23 jj >4n
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PROJEÇÃO DA 3Õ)Í?
42 I>50 >50
0 >50 >50
CONTENÇÃO 48/23
45B>50>50 >50 >50
4 5
95 >50 >50
LEGENDA:
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0 Aterro -Argila arenosa, com entulho, cor marrom escuro
0 Solo Residual -Argila silto-arenosa. cor amarela com manchas cinza evermelho X
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154 155
Considerações Finais
3. Modelo de Cálculo
Aseguir são apresentadas algumas considerações dos autores sobre oprojeto e
execução de solo grampeado atitulo de colaboração adiscussão sobre oassunto Conhecidas as condicionantes geotécnicas do maciço em questão eoprovável
sem apresunção de ser uma verdade última. modelo de ruptura passa-se ao modelo de cálculo.
1. Questão de Nomenclatura Omodelo adotado ébaseado num incremento do fator de segurança obtido
através dos chumbadores. Oesforço que um chumbador poderá absorver
Quanto àquestão de nomenclatura entende-se que solo grampeado seja um depende da adesão entre osolo eanata de cimento edo comprimento deste
maciço de terra com chumbadores com finalidades diversas de proteções, reforço, dentro da zona passiva.
estabilização ou contenção; independente da densidade destes chumbadores e
seus respectivos comprimentos. Azona ativa éseparada da passiva pela superfície de ruptura, daí aimportância
de seu conhecimento, conforme discutido no item anterior.
Entende-se que, no momento, adiscussão sobre nomenclatura não seja oportuna.
Os chumbadores localizados na região inferior, em superfícies de ruptura que
2. As Investigações Geotécnicas geralmentepassampelopédotalude,apresentam,emmuitassituaçõesde
projeto observadas, um trecho muito grande na zona passiva em relação aativa.
Para metodologia de cálculo as pesquisas de círculos críticos, ou superfícies Isto podería estar acarretando uma carga considerável no paramento.
potenciais de rupturas são determinantes no projeto de solo grampeado.
Entende-sequeodesejávelseriaterumcomprimentodemesmaordemde
Ora, oconhecimento de superfícies de rupturas mais prováveis para cada caso grandeza entre otrecho nas diferentes zonas atribuindo esforços pequenos ate
está, intimamente, ligado às investigações geotécnicas. Isto é, conhecimento da desprezíveis ao paramento.
geometria, geologia epropriedades de resistência das camadas do maciço.
Oesforçodecadachumbadorpromoveummomentoestabilizantequepodeser
Oengenheiro geotécnico só poderia adotar um modelo de cálculo após vislumbrar adotado numericamente através do Método de Fellenius. Projeta-se assim um
omodelo de ruptura que vier ajulgar mais conveniente ao caso em estudo. E, númerodechumbadoresquevenhamapromoveraelevaçãodonívelde
portanto após adevida interpretação das investigações conforme parágrafo acima. segurança obtida na condição anterior.
Para efeito de exemplificação, considerando-se uma geometria bem definida eum Ressalta-seapossibilidadedehaverváriassuperfíciesderuptura,assimdevem
modelo geológico sem feições preferenciais de ruptura, as principais ser verificadas possibilidades de rupturas internas, globais emistas, com
interpretações ficariam por conta da definição das camadas de mesmo implemento dos chumbadores.
comportamento geotécnico eseus respectivos parâmetros de resistência.
4. Adesão
Os parâmetros de resistência, na prática corrente, têm sido adotados em função
da experiência. Ora, será justo simplificar os problemas às custas de tal Aadesão pode ser avaliada na fase de projeto de três formas diferentes,
experiência? E, quem as tem eou como acessá-las? de correlações existentes com Nspt, com valores de torque ecom resulta o
ensaios triaxiais onde se pode considerar oefeito de peso de terra.
Este trabalho apresenta quatro casos onde foram desenvolvidos os ensaios
triaxiais de camadas interpretadas como mais representativas para oproblema. Aseguirapresenta-seumatabelaresumoparavaloresdeadesão(fs)calculados
Sendo os resultados dos ensaios de resistência interpretados em função das para ooitavo (8°) caso da tabela resumo, apresentado anteriormente, eobti os
deformações edesenvolvimento das pressões neutras. através de resultados de ensaios de arrancamento efetuados em alguns
chumbadores nesta obra.
Sabe-se que as interpretações são imprecisas eque outros colegas talvez teriam
outras interpretações. Entretanto, será justo remeter tais ignorâncias sobre 0
comportamento dos solos àexperiência de cada um sem procurar uma forma de
universalizar ainterpretação do problema com aexecução edocumentação mais
adequada sobre as investigações geotécnicas?
156 157
Cuidado especial deve ser observado com relação aos problemas de água quer
Adesão de
pré-existentes no sub solo, quer originados por infiltrações. Assim deve-se projetar
Adesão de cálculo na ruptura campo na
dispositivos que impeçam aentrada de água eoutros que facilitem sua saída.
ruptura
Caracterização
Solo Correlação com Ensaio Ensaio de Também há necessidade de evoluir-se no controle tecnológico eno
To r q u e
SPT (1) Triaxial Arrancamento
comportamento do concreto projetado de modo que não venham apresentar
Geológica Granulométríca NSPT S P T m
fs To r q u e fs{2) qs -fs f s problemas patológicos futuros.
(kPa) (kgf.m) (kPa) (kPa) (kPa)
Solo Areia silto-
A 3 a 6 5 87,50 6 33,24 35 a75 5 4 . 11 7 . C o n t r o l e Te c n o l ó g i c o
Residual argilosa
Solo Areia silto-
B
Residual argilosa
8a 13 10 125,00 12 66,48 70 a 11 0
Ocontrole tecnológico deve ser exercido durante oacompanhamento técnico em
C Alteraçao de Areia silto-
> 1 5 1 5 162,50 20 11 0 , 8 0 95 a180 127,32
diversas fases da obra conforme apresentado aseguir.
Rocha argilosa
Quanto àinjeção entende-se que seja indispensável uma fase de reinjeção após oatendimento ao previsto em projeto.Caso os resultados de arrancamento nao
execução da bainha. atendam ao previsto dever-se-á ajustar ométodo executivo eou oprojeto.
Julga-se também indispensável realizar ensaios de arrancamento através dos Sobre oconcreto projetado deve-se realizar ensaios de resistência etenacidade.
quais pode-se verificar aeficácia do método executivo em relação ao Deve-se socorrer aos especialistas de tecnologia do concreto para desenvolver
comportamento dos solos envolvidos no problema eaquantificação da adesão procedimentos mais seguros principalmente quanto àdurabilidade.
admitida em projeto.
6. OParamento
Assim podemos ter otradicional concreto projetado, com ou sem tela, tela egrama
(grama armada), blocos de concreto, perfis de aço com pranchas eetc.
158 159
Solo Grampeado (Soil Nailing ): Modelagem Numérica eAspectos Construtivos
Roberto Kochen
1. Resumo
OpresentetrabalhotemcomoobjetivoaabordagemdotemaSoloGrampeado,comênfase
namodelagemnuméricaeanálisedeestabilidadedestetipodecontenção,bemcomoos
aspectos construtivos relacionados aeste tipo de obra.
2. Introdução
Atécnicadesologrampeadovemsendoutilizada,comoreforçodosolo,desdemeadosda
décadade70.Jánessaépocaosfrancesestinhamdesenvolvidotécnicasdemurosem
aterrosreforçadoscomtirasmetálicascomfacedeplacasdeconcretopré-moldado,
conhecidascomo"TerreArmée"(TerraArmada,tambémconhecidaporAterroArrnado).
Logoemseguida,osfrancesesdesenvolveramtambématécnica'terreclouée,quefoi
denominadapelosinglesesde“SoilNailing”,equeéconhecidanoBrasilpelonomede
Solo Grampeado.
Solo Grampeado éum sistema de contenção, aplicado acortes, que emprega^ um aores,
ConcretoProjetado,eDrenagem(superficialeprofunda).Parasuautilização,eimportante
queosoloasercontidoapresentecoesãopermanentenão-desprezível.Temporobjetivoa
estabilizaçãodetaludesdecorte,temporáriaoupermanente.Suaprincipalcaracterísticaéa
rapidezdeexecução,eobaixocusto,comparadoaobrasdecontençãoequivalentes.
4. Aplicação:
Atécnicatemaplicaçãonaestabilizaçãodetaludesdecorte,principalmentenasseguintes
condições :
161
●Taludes existentes com condição de estabilidade insatisfatória; 7. Perfil Geológico -Geotécnico Local
●Taludes Rompidos;
Atabela 1aseguir mostra operfil geológico -geotécnico no local da contenção em solo
●Escoramento de escavações; grampeado, indicado pelas sondagens:
As análises realizadas serão descritas nos itens aseguir. Os parâmetros geotécnicos para projeto emodelagem numérica das contenções em solo
grampeado foram definidos apartir das sondagens realizadas no local, ede ensaios
dilatométricos feitos pela Damasco Penna Engenharia Associados. Os resultados dos
ensaios dilatométricos, csua interpretação, são apresentados nas figuras 1e2.
162 163
D M T- 1 C o e s ã o N ã o - D r e n a d a
● M a t e r i a l I r s o l o d e c o b e r t u r a ^ , r e p r e s e n t a n d o a s c a m a d a s m a i s s u p e r fi c i a i s :
0 10 20 30 40 50 60 70 60 90 1001101201301401501601701601902002102202302402SG
0,00
-3.00
}
●Material II ('solo de alteração em rocha), representando as camadas mais profundas:
-4,00
0 )
T 3
( O D M T- 1
c=35 kN/m^ (coesão) T
T
C
3
3
- s . o o
RMÉDIA
(p =25 graus (ângulo de atrito) O
- 6 . 0 0
-e.oo
< r
●9.00
t
●10.00
Figura 2-Coesão Não -Drenada obtida através de ensaio DMT “in situ
RMÉDIA
Amodelagem numérica do solo grampeado foi realizada com os programas Reactiv e
FLAC-Slope, para as seguintes características adotadas no projeto:
Figura 1-Módulo Dilatométrico obtido através de ensaio DMT “in situ Afigura 3mostra um exemplo da saída do programa Reactiv.
164 165
b) Características Principais
^4 c) Vantagens
OFLAC-Slopeofereceasseguintesvantagenssobreprogramasdesenvolvidosatravésdo
Método de Equilíbrio Limite:
OFLAC-Slope usa omesmo método de cálculo que osoftware FLAC, com um ambiente
de modelagem simplificado, que oferece ferramentas efacilidades exclusivas para aanálise
da estabilidade de taludes. Oresultado cum programa que oferece modelagem rápida, alta
capacidade analítica, eobtenção de resultados bastante rápida, simples eexpedita.
167
166
J08 TITLE :MURO DA RUA ESMERALDA ●El 139 -MODELO cirii .
LEGENO F L A C / S L O P E ( Ve r s i o n 4 . 0 0 ) .2.0M
ISOO
10-Fcb-03 15.-53
L E G E N D
.Isoo
IO-Fob-03 15:53
Factof of Safety 1.65 . I 0 0 0
y: 'Solos:Silte Argiloso'
Useriargila sittosa'
o s o o
U : '-●í-Lof.r.cú Gtcup'.;
Gfid ptcl
'So1os:Silto Argiloso'
§
OSOO
'U$or;orgl1a slltosa'
0 1E 1 .0000 Axial Forco on
Cablc p!ot i& >.-* rr itf c. BBas StructufO M a x . Vo l u o
f-iC! .*.pp!io<l Fc-rcos tf 1(Cablc) -1.500E+05
0 0 0 0
St 7(Cabio) -9.433E+04
st &íCablo) -1.266E+05
Boundary plot ● r o o o
.●I soo
0 1E 1
no*«j
168 169
l
170 171
. , '>y-
,. v:t
172 173
S O L O G R A M P E A D O S E M C O N C R E T O P R O J E TA D O
PROPOSIÇÃO PARA AESTABILIZAÇÃO DE TALUDES RODOVIÁRIOS
Este trabalho apresenta asolução de estabilização do talude junto àAv. Wenceslau Brás, que serve de ligação
entre as cidades de Poços de Caldas eBelo Horizonte. Foi empregada asolução de solo grampeado {soil nailing)
substituindo-se oconcreto projetado por grama armada. Esta solução, além de ser economicamente competitiva com
outras estudadas, apresenta avantagem de um visual agradável aos usuários da rodovia, que não percebem, ao passar
próximo ao talude, otratamento de estabilização empregado.
A B S T R A C T
This paper presents amethod of stabilization near ahighway link Poços de Caldas to Belo Horizonte. It was
used soil nailing systcm but substituting the shotcrete by grass fixed by geogrid as asuperficial treaíment. This solution
was found to be economically adequate when compared with other ones beside the fact that was sympathetic to the
people who rides the highway because they do not notice the stabilization treatment used.
1- INTRODUÇÃO
Durante os serviços de duplicação da Av. Wenceslau Brás, em 1.995, nas proximidades da cidade de Poços de
Caldas, houve ruptura de uma região do talude voltado para esta avenida. Aconfiguração deste talude, antes da ruptura,
apresentava uma inclinação da ordem de 25° com altura de cerca de 27 m.
Vista de Trecho de Contenção, com Concreto Projetado, Barbacãs, Uma análise visual do material desse talude, mostrou tratar-se de um aterro lançado, bota-for proveniente do
solo não aproveitável da extração do minério de bauxita. Na região onde se extraiu abauxita formou-se uma “lagoa'
Drenos Perimetrais eGrampos já executados pelo acúmulo de água de chuvas. Estas águas acumuladas, devido aalta permeabilidade do solo, ocasionava surgóencias
na superfície do talude, nos pontos mais permeáveis.
Sondagens realizadas no local, logo após aruptura de 1.995, mostraram que esse aterro era constituído por
argila silto arenosa, com consistência mole amuito mole eespessura variando de 4a17 m(Figura 1).
R u a
107.00
12. Considerações Finais
10S.OO
modelagem numérica avançados, como os programas FLAC Slope eReactiv. Além das SP 02
realizados ensaios dilatométricos “in situ” (DMT ), que permitiram estimar com maior inicial (aproximado) 2/57
2/f
confiabilidade eprecisão os parâmetros de resistência edeformabilidade do perfil 1/45
N A
Ki
geológico -geotécnico local. 90 00
T
5 9 0
26
SP Q},'' 11
Tudo isto levou aum projeto mais econômico eseguro, que foi executado sem imprevistos SP 01 87<TQ^
14
15
84.60^--"'’'
ou acréscimos de quantitativos ou custos, mostrando os benefícios de um projeto detalhado 'Oí
N A
aterro de argila 6
9 ”
ecriterioso para obom andamento da obra. Av Wensceslau ' 1/45~. _silto arenosa. 8
1/45 7
N A
Brü| U 2 / 4 0 - T T ●i' 8 0
T T 4 » ● 4 4» 4 /
B 3 11
4 » 17 ●4' 4 4 » ♦ ♦ 4 » 23 4 » 4 » 4 ^ 4 » 4 ^ 4 » 4
16 10
4 4
46
55/25
4
1 1
45/25
4 (solo residual) 4 4 4
4 4 4 9 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
36/17 ^ 4 50/12
4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
i U n . ±m. 2lm. i m .
i 2 m
I
Engenheiro Consultor -Rua Flávio Queiroz Morais, 217 -Pacaembu -São Paulo -SP
^ZACLIZ FALCONI -Rua Embaixador Leão Veloso, 102 -Água Branca -São Paulo -SP
174 175
2- SOLUÇÃO DE ESTABILIZAÇÃO permitir um melhor visual para os usuários da rodovia. Hoje, concluídos os serviços, os usuários não percebem qualquer
intervenção no talude que está gramado ecom ageogrelha totalmente encoberta.
Olevantamento planialtiméírico realizado após oescorregamento permitiu verificar que aruptura apresentava
configuração conchoidal, indicando escorregamento rotacional. Esta configuração de ruptura eageometria da Figura 1 3- DIMENSIONAMENTO DO SOLO GRAMPEADO
permitiu fazer uma retro-análise para adeterminação dos parâmetros de resistência ao cisalhamento dos solos
envolvidos. Para esta retro-análise empregou-se ométodo de Bishop simplificado chegando-se aos seguintes valores, Para odimensionamento do solo grampeado usou-se ométodo proposto por Falconi eAlonso (1.996)
para aregião de aterro: chegando-se auma malha típica de 1,50 x1,30 m(HxV), com chumbadores constituídos por 1barra ({) 20 mm instalada
m furo de 4”de diâmetro preenchido com calda de cimento com fator água/cimento de 0,5 (em peso). Para este
peso específico natural acima do nível de água : Y= 18 kN/m^ e
peso específico natural abaixo do nível de água : y=20kNW dimensionamento, utilizaram-se os parâmetros de resistência citados no item 2, complementados, para osolo residual
intercepto de coesão: c= 10 kPa sob oaterro, conforme abaixo:
ângulo de atrito interno: 9= 15°
peso específico natural (abaixo do nível de água): Y=20kN/m^
Com esses parâmetros foram estudadas várias alternativas de estabilização, todas tendo como premissa oreaterro c=25 kPa
intercepto de coesão:
da “lagoa” formada àmontante do talude, para reduzir asurgência de água na superfície do talude.
ângulo de atrito interno: 9=25°
Após análise econômica das diversas alternativas, optou-se por uma cortina atirantada, executada de cima para
baixo, com 5m de altura, afastada 5mda rua existente paralela àcrista do talude ecom otopo 2m abaixo da cota dessa
rua. Orestante do talude, àfrente da cortina, foi retaludado com inclinação 1:2,3 (V:H) euma berma intermediária, com Este procedimento de dimensionamento consiste em se obter asuperfície de ruptura crítica, sem levar em conta
cerca de 4m de largura, conforme se mostra na Figura 2. No pé do talude foi projetado um dreno de pé complementado aaçãoestabilizadoradoschumbadores(Figura3.a).Estecálculoéfeitoportentativasassumindo-sevaloresderaioRda
por DHP’s (drenos horizontais profundos). Esta geometria forneceu um fator de segurança 1,2, portanto inferior ao superfície de ruptura até se obter FS| =1, usando-se, por exemplo ométodo de Fellenius:
necessário que é1,5.
Para que se obtivesse este fator de segurança mínimo, projetou-se, na região do talude eàfrente da cortina, um
Xc,../,.+S(A^,.
reticulado com estacas raiz, verticais einclinadas, interligadas por uma viga de concreto armado. Cada cavalete de F S .I = (1)
estacas raiz foi projetado com três estacas (duas inclinadas a20° euma vertical, central) eespaçamento de Im. As xt;
estacas, de 20 cm de diâmetro, foram armadas com um feixe de 4barras de 11/4”, em todo comprimento.
Aseguir, tomando-se como referência esta superfície de ruptura, introduz-se aação das forças ¥■, dos
R u a
107 OD
chumbadores ecalcula-se seu valor para se garantir um fator de segurança FSf=l,5 (Figura 3.b).
20 cm-
F S/ r = h S = + =FS, + (2)
cortina atirantada
X Z R . z r
100 00
>0,5
R . Z T (3)
90 00
canaleta
e m queTiéaforçatangencialdecorrentedopesodalamelai(Figura3a),F;éaforçaresistidapelochumbador 1 e R 0
A v. W e n s c e s l a u T raio do círculo pesquisado (Figura 3b) (ver Nota).
80 00
Conhecidasasforçasatuantesnoschumbadores,seucomprimentoéfixadoemfunçãodeseudiâmetroexternoe
dreno de pé/
w m m
__ D H P. S
(f^ilgidoÔ40
IV
m
7
m
da sua adesãocomosolo.Nestecálculodeve-seatenderadoisrequisitos:
reticulado de estacas raiz
perfurado)
a)ocomprimentomínimodochumbador,contadoapartirdasuperfíciederupturacomFS=1,deveseraquele
que atinja, no mínimo, asuperfície com FS =1,5.
b)aarmaduradochumbadorserácalculadaadmitindo-sequeamesmapoderásofrercorrosão,analogamentea
umaestacametálica,vistoquehaveráfíssuraçãodaargamassaqueaenvolve.Paralevaremcontaesteefeitoa
Figura
2:
Solução
de
estabilização mais econômica entre as estudadas em 1.995 áreadecálculoresistenteseráaquelaresultanteapóssedescontar1,5mmemtodaasuperfícielateraldoaçodo
chumbador. Além disso, para se garantir adurabilidade do chumbador, abarra deverá ter um tratamento anti-
Por falta*-^95,decidiu-seexecutarapenasacortinaatirantadaeaumentararededeDHP’s(em corrosivo(duasdemãosdetintaabasedealcatrãodehulha,porexemploIGOLousimilar).
quanti aeeem iae)parareduziroefeitodasaturaçãodosoloquecausavaainstabilidadeeaumentar
ligeiramente
ofator
de
segurança.
Deixou-se,
também,
de
executar
odreno
de
pé
indicado
na
Figura
2.
ora01UIaemagostode1.995epennaneceuestávelatésetembrode2.000,quandoapósperíodode
intensascuvasromnovamente,danificandooasfaltoeinterrompendootráfegonumadaspistasdaav.Wenceslau
Brás.
Aposasobrasernepencia.sdepraxe(selagemdacunha,coberturadotalude com lona de plástico, etc) foi
executado odreno do pe do talude, inicialmente previsto, ao longo do trecho rompido eliberado otráfego, cm caráter Nota:Aexpressão(3)eaFigura4.bdotrabalhodeFalconieAlonso(1996)deverãosersubstituídaspelaexpressão(3)
provisório. eFigura3.bacima,jáquehouveerronaimpressãonaqueletrabalho.
Oórgãoresponsavepelaobraretomouoprojetoinicial,comoreticuladoderaizeverificouseucustocombase
nasnovascondicionantesdeexecução,diferentesdaquelasde1.995,quandoestavamemandamentoasobrasde
duplicaçãodaavenida.Oautor,calcadoemumaexperiênciaanterior(GotlicbeAlonso,1.997),propôsumasoluçãoem
sologrampeadocomsubstituiçãodoconcretoprojetadoporgeogrelha.Estasoluçãofoiconsideradadecustosimilare
com algumas vantagens executivas (uso de equipamentos “manuais” cpouca interferência com arodovia) além dc
176 177
0 0 C O M PA R A Ç A O D E P R O C E S S O S D E D I M E N S I O N A M E N TO D E E S T R U T U R A S E M
SOLO GRAMPEADO
Superfície com
FS=1
RESUMO
●õ-
— - Fi
Otrabalho tem como objetivo comparar os processos mais usuais em nosso meio técnico para 0
W i Ni
dimensionamento de estruturas de solo grampeado. Para tanto são analisadas duas situações. A
Ti
primeira delas éhipotética efoi publicada por Juran et al (1990) no artigo no qual éapresentado o
seuprocessodecálculo.Sãocomparadosastraçõeseoscomprimentosdegramposresultantesda
a) sem ação dos chumbadores b) efeito adicional dos chumbadores
aplicaçao de cada um dos processos de cálculo estudados. Asegunda utiliza dados de um solo
Figura 3: Método de cálculo brasileiro, sendo comparados os comprimentos de grampos efetivamente adotados na obra com
aqueles obtidos pelos diversos processos de cálculo.
4- ENSAIOS DE ARRANCAMENTO
1. Exemplo hipotético do artigo de Juran et al (1990)
Para verificar aadesão real ecompará-la com ade projeto foram executados dois ensaios de arrancamento que
mostraram que aadesão adotada de 50 kPa (na ruptura) foi conservadora. Para se garantir esta adesão nunima de
projeto,foraminstalados,juntoàbarradochumbador,doistubosdePVC,com10mmdediâmetro{"'espaguetis'^ FoiescolhidoumexemploparaoqualJuranetal(1990)apresentamasuperfíciederuptura
dotados dc válvulas acada 50 cm para posteriores injeções de calda dc cimento após apega da argamassa do emdeta^lheseosesforçosparacadagrampo,calculadospeloprocessoporciesproposto.A
chumbador. Essas duas fases de injeção foram intercaladas por um período de 12 horas eapressão máxima foi de 12 escavaçãopossuigeometriasimples,comfaceverticale12mdealtura.Afigura1 resume as
(t)' =35°
y=20 kN/m3 Em seu artigo, Juran et al
(1990) otimizam ocomprimento
dos grampos com base em um
valor adotado de 120 kPa para o
atrito solo-grampo, valor esse
que foi aqui mantido para as
comparações (e que equivale a
um atrito unitário de 37,7 kN/m).
Figura 1. Características do exemplo analisado.
178 179
2. Comparações efetuadas
Afigura 2compara graficamente as trações resultantes segundo cada processo.
Todos os processos estão baseados no Método do Equilíbrio Limite, mas cada um deles tem ±
critérios específicos para introduzir asegurança: 500
809
450
o > 412
Fellenius modificado (Falconi eAlonso, 1996 eFalconi eAlonso, 2002) cprocesos p ' ( fl
o
400
.j3 O 352
similares (baseados em Bishop simplificado, Spencer, etc): FS no equilíbrio de momentos e o r e
350
E %
299
no arrancamento dos grampos; o
a g
«
f 300
291
256 250
Jewell {in HA68, 1994) esimilares (Stocker et al, 1979): FS nos parâmetros (c' e(|)'); tn
u -
s)
n
250 225.
’5> o
Davis (Shen et al, 1982): FS nos parâmetros (c' e(|)'); 2 c
ib 0) 200
<A E m
Juran et al (1988 e1990): FS no arrancamento dos grampos; também édefinido um FS 150
<9
parcial, aplicado ao momento fletor resistente do grampo; oautor adota valor unitário para ● o
a u
100
n v >
esse FS; o
c u
50
(fí
Estável (Hachich, 1997): por ser uma extensão dos processos de Bishop simplificado e 0
íb'^
Spencer, utiliza um único FS que se aplica tanto ao equilíbrio de momentos eforças quanto <s>
(indiretamente) ao arrancamento; /■
Multicritério (Schlõsser, 1982 eENPC, 1993): FS no equilíbrio de momentos ena tensão
normal na interface do solo com os grampos (“corte” do terreno pelo grampo), FS unitário (*) Processos que coasideram arigidez transversal dos grampos
(**) Fellenius modificado: calculados segundo Falconi eAlonso (1996) eFalconi eAlonso (2002).
no escoamento do aço eno arrancamento. ("') Esta média excliu oprocesso de Fellenius de acordo com oartigo publicado por Falconi eAlonso (2002)
JURAN 352
materialdasbarras(Juranetal,1990,utilizagramposdealumínionesteexemplo).Poressarazão
21,2 a41,1 (média: 39,1) s i m
nãoseriaadequadaacomparaçãodiretadoscomprimentosdosgrampos.
J E W E L L 32,3 291 n a o
*
dimensionamento, já que ocírculo crítico, para oqual FS =1,5, intercepta azona grampeada
{ )Espaçamento dos grampos: l,lm xI,lm. Calculado de acordo com oartigo publicado no 1" CLBG (Falconi e
Alonso, 2002). (círculos externos teriam FS maior).
(**) Cialculado de acordo com oartigo publicado no 3° SEFE (Falconi eAlonso, 1996)
180 181
Aaplicação do processo de Fellenius Modificado 2002 (Falconi eAlonso, 2002) resultou 5. Exemplo real de uma obra no Brasil
em trações ecomprimentos muito maiores do que aqueles obtidos com aprimeira versão desse
processo (Falconi eAlonso, 1996). Esse fato se deve ànão consideração, na versão de 2002, do Analisa-se um caso real, com desempenho satisfatório até omomento, tanto em termos de
acréscimo de resistência na base das lamelas devido àcomponente normal do esforço nos grampos. estabilidade quanto em termos de deslocamentos. Odimensionamento resultante da aplicação de
Em solos com ângulo de atrito elevado oefeito pode ser muito significativo. cada processo écomparado com aobra efetivamente executada. Adotou-se um FS de projeto igual a
1,5. Oprocesso de Juran não pode ser aplicado pois depende, em uma de suas etapas, da utilização
As figuras 3e4apresentam, respectivamente, aposição das superfícies críticas eos de “software” específico não disponível.
comprimentos totais de grampos, calculados por metro longitudinal de obra.
Aescavação foi executada em uma argila silto arenosa epossui geometria semelhante àdo
JURAN caso anterior (12 metros de altura, face vertical), sendo os espaçamentos dos grampos ligeiramente
j r w diferentes: en =1,3 meev =1,4 m. Osolo apresenta coesão de 44kPa, ângulo de atrito de 14° epeso
MULTICRITÉRIO
/ / específico de 17 kN/m^, parâmetros esses determinados em ensaios de laboratório. Olimite de
FELLENIUS MOD. escoamento do material das barras do grampo éde 500 MPa. Na falta de ensaios de arrancamento,
/ /
ESTÁVEL para oatrito solo-grampo foi adotado ovalor mínimo recomendado pela Georio (2000), 60 kPa.
'//
JEWELL, ST&COUL.
Os grampos foram executados, na obra, com comprimento uniforme de 12 m. Afigura 5
D AV I S 7! apresenta as superfícies críticas dos diversos processos.
f/// FS= 1,5
i r 7
(sem grampos) / /
M U LT I C R I T É R I O
FELLENIUS MOD.
W
ESTÁVEL / ,
Figura 3. Exemplo hipotético -Superfícies críticas de cada processo esuperfície crítica (sem
JEWELL, ST&COUL. y
os grampos) com FS =1,5.
D AV I S y
300
246
/ 7 '
§Ü250 FS =1.5
S- 2
§ ^ (sem grampos)
S, °200
O) o
W " D
!<3 sT3 1 5 0
Q 3
o O I
c
c
o
1 0 0
7 3 7 2
Figura 5. Exemplo real -Superfícies críticas de cada processo esuperfície crítica (sem os
grampos) com FS =1,5.
0) —
60 57
I S 4 8 45 41
Q. 0> 50
I
E E
o I r
Atabela 2eográfico da figura 6, por sua vez, apresentam o s resultados encontrados em
^ § . 0 foi
termos de comprimento dos grampos. Neste exemplo, nas análises com todos os processos
,6 possível manter os espaçamentos de grampos utilizados na obra, razão pela qual épossível a
.y comparação direta dos comprimentos dos grampos, sem a necessidade de recurso ao comprimento
total por metro longitudinal de obra (utilizado no item 4).
(*) processos qus consideram arigidez (rans\ersal dos grampos
('■) Esta média excliu oprocesso de Fellenius de acordo com oartigo publicado por Falconi eAlonso (2002) o
NovamenteosmaiorescomprimentosresultaramdoprocessodeDavis(excluindo-se
Figura 4. Exemplo hipotético -Comprimentos totais de grampos por metro longitudinal de processodeFelleniusModificado,versão2002),enquantoosprocessosdeJewcll,Multicritérioe
obra. Estávelresultaramnosmenorescomprimentos,todoselesbastantepróximosdoexecutadonaobra.
As diferenças máximas em relação àmédia foram da ordem de 10% em termos de comprimentos
Ocomprimento total médio dos grampos foi de 57 mpor metro longitudinal de obra dos grampos ede 30% em termos de trações.
(excluídoapenasoresultadodoprocessodeFalconieAlonso,2002).Emboraastraçõesresultantes
cheguemaapresentardispersõesdeaté40%emrelaçãoàmédia,emtermosdecomprimentototal
de grampos por metro longitudinal de obra essas dispersões caem para cerca de 30%. Isto ocorre
porqueocomprimentototaldogrampoédefinidonãosópelatração,mastambémpelaposiçãoda
s u perfície crítica determinada em cada processo.
182 183
Os processos de Davis eFellenius Modificado 2002 resultaram em trações ecomprimentos
Ta b e l a 2 maiores nos dois exemplos analisados. As discrepâncias encontradas na comparação com os demais
PROCESSO Lpassivo (m) Ltotal (m) processos decorrem provavelmente das falhas nas expressões do equilíbrio de forças de ambos os
FELLENIUS MODIFICADO (2002) 8,6 16,2 processos.
18
1 6
16,2 REFERÊNCIAS
E. 1 4 13,5
13,0 Bridle, R. J. Soil nailing -analysis artddesign. Ground Engineering. Set., 1989. p. 52-56.
12,0 11 , 8 12,0
11 , 4
a
E
1 2
ENPEC -L’Ecole Nationale des Ponts et Chaussées. Recommendatiom Cloníerre, 1991.
O )
1 0
(English translation: Washington, D.C., Federal Highway Administration, 1993)
8 12
T3
Falconi, F. F.;Alonso, U. R. Considerações sobre odimensionamento de uma estrutura de
E
6
contençãoemsologrampeado.In3°Semináriodeengenhariadefundaçõesespeciaisegeotecnia,
a .
4
São Paulo, 1996. Vol 2, p. 301-308
E
2 a
o Falconi, F. F.; Alonso, U. R. Solo grampeado sem concreto projetado -proposição para
0
Í5-
estabilização de taludes rodoviários. In 1° Congresso luso brasileiro geotecnia, São Paulo, 2002
../■
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184 185
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