O fluido hidráulico é um componente crítico na operação de
uma transmissão automática. É utilizado para transferir força dentro do conversor de torque e provê a pressão necessária para aplicação das várias embreagens e cintas.
Arrefecer, lubrificar e limpar os componentes da transmissão.
Essas são as funções do fluido. Antes de completá-lo ou substituí-lo, no entanto, certifique-se de estar utilizando o tipo correto. O uso de um fluido incompatível com a transmissão poderá mudar suas características e danificá-la. Nem sempre o fluido que serve no sistema de direção hidráulica pode ser utilizado para a transmissão. Para saber o tipo correto, consulte o manual do proprietário do veículo, um profissional que conheça a transmissão, o fabricante ou o concessionário.
Radiadores – O fluido é arrefecido por um radiador de óleo
específico para a transmissão, localizado na maioria das vezes junto com o radiador do sistema de arrefecimento do veículo. O fluido aquecido troca seu calor com o ar ambiente por meio das aletas e pelo líquido do sistema de arrefecimento do veículo. Se o fluido da transmissão superaquecer, perderá sua capacidade de arrefecer e lubrificar e vai alterar as características de mudança das marchas. Portanto, quando o sistema de arrefecimento apresentar problemas, tais como uma válvula termostática emperrada ou junta de cabeçote avariada, por exemplo, o funcionamento da transmissão automática poderá ser afetado, levando ao diagnóstico de que a peça está defeituosa. No entanto, o problema estará em outra parte.
Por este motivo, o sistema de arrefecimento deve ser checado
cuidadosamente quando uma transmissão automática apresentar problemas de mudança de marchas. Nas transmissões mais modernas, seu radiador está separado do radiador do sistema de arrefecimento, facilitando o diagnóstico. A faixa de operação normal do fluido é de 85oC a 110oC. Algumas das causas mais comuns de superaquecimento da transmissão, podem ser reboque de trailers, dirigir em estradas montanhosas, alta temperatura ambiente, nível de fluido excessivamente baixo ou alto, problemas com o sistema de arrefecimento do veículo, utilização de marcha errada.
Nível de fluido – Uma transmissão automática operada
corretamente não deve consumir fluido durante seu trabalho. Contudo, é uma boa prática inspecionar o nível do fluido periodicamente, para evitar perdas por vazamento. Ao mesmo tempo, a condição do fluido também deve ser verificada.
As transmissões automáticas variam, respeitando o
procedimento apropriado para verificação de seu fluido. Consulte o manual do proprietário para se familiarizar com as técnicas recomendadas pelo fabricante.
Os procedimentos mais comuns para se fazer uma verificação
efetiva são:
1. Aquecer previamente a transmissão, andando com o veículo
por pelo menos 10km. 2. Colocar o carro em um piso plano. 3. Posicionar a alavanca seletora de marchas em “P”. 4. Manter o veículo em marcha lenta durante a verificação. 5. O nível deverá estar entre as marcas “C” (Cold,Frio) e “H” (Hot,Quente) ou entre os pontos mínimo e máximo da marcação “Quente”. Não é recomendada a verificação do nível com o motor frio.
Se o nível do fluido estiver baixo, certifique-se de
adicionar somente a quantidade necessária para alcançar a marca correta. Se o nível estiver acima do normal, retire o excesso imediatamente. O excesso é mais prejudicial que a falta, porque gera espuma por contato com as partes móveis da transmissão, causando cavitação da bomba e perda de pressão nos componentes da transmissão, gerando desgaste.
O exame do fluido poderá indicar ao técnico as seguintes
situações, quando:
1. Apresentar um aspecto leitoso. Essa aparência indica que
o fluido foi contaminado com água. Nesse caso, o primeiro passo é descobrir como a água entrou na transmissão. Pode ser porque o veículo passou por enchente ou porque o sistema de arrefecimento está com problemas. Antes de substituir o fluido, o defeito precisa ser sanado. 2. Aspecto demasiadamente escuro, opaco, e com cheiro de queimado. Provavelmente, existem partículas provenientes dos discos revestidos queimados ou cintas danificadas. Nessa situação, não adianta substituir somente o fluido, uma vez que a transmissão está comprometida e deverá ser reparada. 3. Fluido escuro porém translúcido e com cheiro característico indica desgaste normal da transmissão, devendo ser substituído por outro de mesmas características. Em uso normal, a troca do fluido deve acontecer a cada 40.000 ou 50.000 km, conforme recomendações do fabricante.
Para realizar a inspeção, utilizar um pano branco limpo, sem
fiapos, que facilita a visualização do fluido.
Na próxima lição, trataremos da utilização da escala de
marchas e como orientar o cliente sobre a melhor maneira de utilizá-la, evitando problemas prematuros.