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Aula 6 - PODERES ADMINISTRATIVOS

São instrumentos e prerrogativas conferidas ao agente público para que, no desempenho


de suas atividades, satisfaçam o interesse público. Trata-se de um poder dever o dever
poder, uma vez que o exercício é irrenunciável.
Não se confundem com Poderes do Estado (elementos estruturais – Executivo, Legislativo e
Judiciário).
O caráter finalista cu da função administrativa revela que os poderes administrativos são
prerrogativas instrumentais que deve ser exercidas para o atendimento das finalidades
estatais.

Características

• São deveres. Não se trata de mera liberdade do administrador.


• Irrenunciáveis, em razão do princípio da indisponibilidade do interesse público. O
administrador exerce função pública, exercendo atividade em nome do interesse do
povo, que é o titular do poder. Função pública significa atividade em nome e no
interesse do povo.
• Os limites estão previstos em lei. Deve respeitar a regra de competência legal (lei
ou CF).
• Cabe responsabilização do agente público, seja por ação ou omissão. Se o
responsável pela aplicação do poder disciplinar deixa de aplicar a penalidade
também é responsabilidade.

Abuso de Poder – Éxcesso e desvio de poder


O exercício abusivo dos poderes administrativos deve ser evitado e reprimido, pois revela
conduta ilegal. Assim, quando o agente, pratica o ato além dos limites necessários à
busca do interesse publico, diz-se que houve abuso de poder.

Nesse sentido, a doutrina aponta como abuso de poder situações nas quais a autoridade
pública pratica o ato extrapolando a competência legal ou visando uma finalidade
diversa daquela estipulada.

Excesso de poder
Abuso de poder
Desvio de poder
(finalidade)

• O excesso de poder: A atuação do agente extrapola a competência delimitada na


lei. A autoridade pública atua fora dos limites de sua competência. (policial que
utiliza força desproporcional para impedir determinada conduta)
• O desvio de finalidade estará presente sempre que o agente do Estado praticar o
ato, mas visando a alcançar outra finalidade que não aquela prevista em lei, ou
seja, que não o interesse público. Aqui, ele até atua dentro de sua competência, mas
desvia-se da finalidade. (edição de ato administrativo para beneficiar parentes)

Seja em decorrência de excesso ou desvio de finalidade, o abuso de poder enseja a


nulidade do ato administrativo a ser discutida na esfera administrativa, por meio de
impugnação administrativa ou mediante provocação do Judiciário, em virtude do poder que
lhe é conferido de controlar a legalidade da atuação administrativa.

PODER DISCRICIONÁRIO E VINCULADO

Classificação, que leva em conta o grau de liberdade conferido ao administrador.


Destaca-se, ainda, que um poder nem é totalmente vinculado, nem totalmente discricionário.

• Poder vinculado é aquela situação em que o administrador não tem liberdade, juízo
de valor, conveniência e oportunidade. Preenchidos os requisitos legais a autoridade
tem que praticar o ato.
Ex.: licença para construir, licença para dirigir, concessão de aposentadoria.

• Poder discricionário – há a conveniência e oportunidade do administrador. Essa


discricionariedade tem de estar dentro dos limites da lei, sob pena de se tratar de
conduta arbitrária, sendo considerada ilegal. Conveniência: modo de atuação,
oportunidade, momento.
Ex.: permissão de uso de bem público, autorização para veículo acima do peso
permitido.

CONTROLE JUDICIAL DA ATIVIDADE DISCRICIONÁRIA - De acordo com Rafael Carvalho, o Poder


Judiciário não pode e não deve substituir a decisão do administrador, não pode fazer análise de
interesse público, não pode, enfim, julgar o mérito de um ato administrativo discricionário (mérito é a
conveniência e oportunidade do administrador em praticar o ato dessa ou daquela maneira – Motivo e
objeto)

Isso porque, o mérito é a área que coincide com o campo opinativo do administrador público,
extrapolando a atuação do Poder Judiciário. Contudo, ainda que o ato administrativo seja
discricionário, ele fica sujeito a controle jurisdicional no que diz respeito à sua adequação com
a lei, principalmente a partir do fenômeno da constitucionalização do direito administrativo.

O dever do poder público de fornecer acesso à pré-escola e creche se submete a um juízo de


discricionariedade administrativa?Em novembro de 2005, no RE 436.966, o STF reconheceu o
direito constitucional à educação, afirmando que é dever dos municípios oferecer creche e acesso à
pré-escola a todas as crianças que precisem, sendo uma OBRIGAÇÃO CONSTITUCIONAL
VINCULANTE, não havendo que se falar em discricionariedade da Administração Pública. No mesmo
diapasão, tem-se o seguinte julgado: AgRg no Resp 1.198.737/RS.

ESPÉCIES DE PODERES ADMINISTRATIVOS

1 – Poder Normativo ou regulamentar


É a prerrogativa reconhecida à administração pública para editar atos administrativos gerais
para fiel execução das leis.

É uma consequência do caráter relativo do princípio da separação de poderes que,


segundo a doutrina do checks and balances, permite a cada um dos “Poderes” o
exercício de funções atípicas de forma a controlar o outro “Poder”.

Assim, cada “Poder” exerce funções típicas, correspondentes ao seu nome (Poder Executivo
executa a lei; o Legislativo cria as leis, inovando na ordem jurídica; e o Judiciário resolve,
com definitividade, as lides, além de controlar a constitucionalidade de leis e atos
normativos), bem como funções atípicas que seriam, em princípio, inerentes aos outros
“Poderes” (o Chefe do Executivo pode exercer poder normativo com caráter inovador
mediante a edição, v.g., das medidas provisórias e da lei delegada, conforme previsto,
respectivamente, nos arts. 62 e 68 da CRFB).

O poder normativo da Administração Pública, que o exerce em sua função atípica, pode ser
exercido basicamente por meio da delegação legislativa ou do próprio poder regulamentar.
• delegação legislativa possibilita a prática de ato normativo primário, com força de
lei (ex.: medidas provisórias e leis delegadas, previstas, respectivamente, nos arts.
62 e 68 da CRFB),
• o poder regulamentar encerra uma atividade administrativa, de cunho normativo
secundário. Dar fiel execução as leis através de Regulamentos (decretos) de forma a
possibilitar a sua concretização. Em algumas situações, a própria Constituição da
República confere a possibilidade de a Administração editar regulamentos sem a
necessidade de intermediação legislativa, como se analisará no tópico abaixo.
ESPÉCIES DE REGULAMENTO

São editados com fundamento na Lei e necessários para sua execução. Não pode
inovar o ordenamento jurídico, mas somente pode complementar a lei. Art. 84, IV CF/88:
Regulamentos
Art. 84: Compete privativamente ao Presidente da República: IV - sancionar, promulgar e
executivos
fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel
execução;

Regulamentos Possui fundamento direto na constrição e têm o condão de inovar o ordenamento


Autônomos jurídico, determinando normas sobre matérias não disciplinadas em lei. Em consonância
com o entendimento majoritário da doutrina e jurisprudência brasileiras, só são
admissíveis duas espécies de Regulamentos Autônomos no ordenamento jurídico pátrio,
quais sejam, as duas situações previstas no art. 84, VI da Carta Magna.

Decisão Recente do STF sobre decreto autônomo. O Governador da Bahia editou um


decreto prevendo que, em caso de greve, deverão ser adotas as seguintes providências: a)
convocação dos grevistas a reassumirem seus cargos; b) instauração de processo
administrativo disciplinar; c) desconto em folha de pagamento dos dias de greve; d)
contratação temporária de servidores; e) exoneração dos ocupantes de cargo de provimento
temporário e de função gratificada que participarem da greve. O STF decidiu que este
Decreto é constitucional. Trata-se de decreto autônomo que disciplina as
consequências — estritamente administrativas — do ato de greve dos servidores
públicos e as providências a serem adotadas pelos agentes públicos no sentido de dar
continuidade aos serviços públicos. A norma impugnada apenas prevê a instauração de
processo administrativo para se apurar a participação do servidor na greve e as condições
em que ela se deu, bem como o não pagamento dos dias de paralisação, o que está em
consonância com a orientação fixada pelo STF no julgamento do MI 708. É possível a
contratação temporária excepcional (art. 37, IX, da CF/88) prevista no decreto porque o
Poder Público tem o dever constitucional de prestar serviços essenciais que não podem ser
interrompidos, e que a contratação, no caso, é limitada ao período de duração da greve e
apenas para garantir a continuidade dos serviços. STF. Plenário. ADI 1306/BA, Rel. Min.
Cármen Lúcia, julgado em 13/6/2017 (Info 906).

OBS: Poder regulamentar e poder regulatório

Não se confundem.
O poder regulamentar possui as seguintes características:
a) Competência privativa do chefe do Executivo (art. 84, IV, da CRFB);
b) Envolve a edição de normas gerais para fiel cumprimento da lei;
c) Conteúdo político.
O poder regulatório apresenta as seguintes características:
a) Competência atribuída às entidades administrativas, com destaque para as agências
reguladoras (art. 174 da CRFB);
b) Engloba o exercício de atividades normativas, executivas e judicantes;
c) Conteúdo técnico.

OBS: Na doutrina de Rafael Carvalho, o art. 84, VI, “a”, da CRFB, alterado pela EC 32/2001,
consagra hipótese de reserva de administração, uma vez que a organização da
Administração Pública Federal (por simetria, estadual e local também) deixou de ser tratada
por lei e passou para o domínio do regulamento, evidenciando uma verdadeira
deslegalização efetivada pelo próprio texto constitucional. A desligalização É a
transferência de determinadas matérias do campo legislativo para o campo dos atos
administrativos. O fenômeno tem sido justificado pela crise da concepção liberal do
princípio da legalidade e da democracia representativa, especialmente pelo ausência
de celeridade e de conhecimento técnico do legislador para tratar de determinadas
questões complexas.

2 – Poder Hierárquico

Trata-se de uma relação de subordinação administrativa entre agentes públicos que


pressupõe, a distribuição vertical de funções, no interior da organização administrativa. A
hierarquia, é uma característica encontrada exclusivamente no exercício da função
administrativa, inexistindo, portanto, hierarquia nas funções típicas jurisdicionais e
legislativas.

Trata-se da prerrogativa que garante ao administrador estruturar, escalonar e hierarquizar os


seus quadros. Ele vai organizar, estabelecendo a relação hierárquica de subordinação.

O exercício do poder hierárquico traz algumas faculdades: dar ordens, fiscalizar o


cumprimento dos atos praticados pelos subordinados, rever os atos praticados pelos
subordinados, delegar e avocar funções, aplicar sanções e penalidades (exercício de poder
hierárquico e disciplinar, uma vez que o poder disciplinar decorre do poder hierárquico).

OBS: Avocação e delegação de competências

• Avocação: desde que as atribuições não sejam da competência exclusiva do órgão


subordinado, o chefe poderá chamar para si, de forma temporária, a competência
que deveria inicialmente ser exercida pelo agente subalterno.

• Delegação: Trata-se de exceção. Art. 11 Lei 9784:


Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi
atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.
É extensão de atribuições de um órgão a outro de mesma hierarquia ou de
hierarquia inferior, desde que não sejam exclusivas. A delegação também é
exercida de forma temporária. Nesse sentido, é importante salientar que a
delegação não configura uma transferência, mas sim uma extensão ou ampliação de
competência, ou seja, o agente delegante não perde a competência delegada.
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal,
delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam
hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de
índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
Súmula 510/STF: Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência
delegada, contra ela cabe o mandado de segurança ou a medida judicial.

Por fim, cumpre salientar que a Lei expressamente proíbe a delegação de competência (e
consequentemente a avocação) nas três situações a seguir descritas: Art. 13 da Lei 9784,
• No caso de competência exclusiva, definida em lei;
• Para decisão de recurso hierárquico;
• Para edição de atos normativos.

Prerrogativas e deveres hierárquicos

O poder hierárquico confere uma série de prerrogativas aos agentes públicos


hierarquicamente superiores em relação aos seus respectivos subordinados, a saber:

a) Ordens: expedição de ordens, nos estritos termos da lei, que devem ser cumpridas
pelos subordinados, salvo as ordens manifestamente ilegais;
b) Controle ou fiscalização: verificação do cumprimento por parte dos subordinados
das ordens administrativas e das normas vigentes;
c) Alteração de competências: nos limites permitidos pela legislação, a autoridade
superior pode alterar competências, notadamente por meio da delegação e da
avocação;
d) Revisional: possibilidade de rever os atos praticados pelos subordinados para
anulá-los, quando ilegais, ou revogá-los por conveniência e oportunidade, nos
termos da respectiva legislação;
e) Resolução de conflitos de atribuições: prerrogativa de resolver, na esfera
administrativa, conflitos positivos ou negativos de atribuições dos órgãos e agentes
subordinados; e
f) Disciplinar: apurada eventual irregularidade na atuação funcional do subordinado, a
autoridade superior, após o devido processo legal, garantindo a ampla defesa e o
contraditório, deverá aplicar as sanções disciplinares tipificadas na legislação.

A insubordinação do agente público, caracterizada pelo descumprimento das determinações


superiores, configura infração funcional, punível com a sanção disciplinar de demissão.

Subordinação e vinculação

No âmbito da organização administrativa, existem relações de subordinação e de vinculação


que não se confundem.
• relação de subordinação decorre naturalmente da hierarquia existente no
interior dos órgãos e das entidades administrativas, pois há hierarquia em toda e
qualquer desconcentração administrativa, seja entre órgãos da Administração Direta,
seja no interior de determinada entidade da Administração Indireta. Portanto, a
subordinação tem caráter interno.
• a relação de vinculação é encontrada entre entidades da Administração
Indireta e os respectivos entes federados. Entre pessoas jurídicas distintas, em
razão da autonomia dessas entidades, não existe hierarquia, mas apenas os
controles previstos expressamente a legislação (vinculação). Trata-se de relação
externa, envolvendo pessoas jurídicas dotadas de personalidade jurídica própria e
autonomia.

3 – Poder Disciplinar

É a prerrogativa reconhecida à Administração para investigar e punir, após o


contraditório e a ampla defesa, os agentes públicos, na hipótese de infração funcional, e
os demais administrados sujeitos à disciplina especial administrativa. O poder disciplinar é
exercido por meio do Processo Administrativo Disciplinar (PAD). Fundado, normalmente, na
hierarquia administrativa, o poder disciplinar relaciona-se com as relações jurídicas
especiais administrativas, englobando duas situações:

a) Relações Funcionais travadas com agentes públicos, independentemente da


natureza do respectivo vínculo jurídico – legal ou negocial (ex.: demissão do servidor
público); e
b) Relações Particulares inseridos em relações jurídicas especiais com a
Administração, mas que não são considerados agentes públicos (ex.: aplicação de
multa contratual à empresa contratada pela Administração, sanções aplicadas aos
alunos de escola pública e aos usuários de biblioteca pública etc.).

Ao contrário do poder de polícia, exercido no âmbito de relações jurídicas genéricas entre


Estado e cidadão, o poder disciplinar refere-se às relações jurídicas especiais,
decorrentes de vínculos jurídicos específicos existentes entre o Estado e o particular
(Administração – agente público, Administração – contratado, Administração –usuário de
serviços públicos etc.).

• O Poder Disciplinar consiste em um sistema punitivo interno e por isso não se pode
confundir com o sistema punitivo exercido pela justiça penal muito menos com o
exercício do Poder de Polícia. As pessoas que são atingidas por esse Poder
possuem uma sujeição especial, um vínculo com a Administração Pública.

DISCRICIONARIEDADE DO PODER DISCIPLINAR


É tradicional a afirmação de que o poder disciplinar é discricionário, tendo em vista a menor rigidez da
legislação administrativa, quando comparada à legislação penal, que confere liberdade, sempre
regrada (limitada), para que a autoridade administrativa determine a adequação da conduta ao Estatuto
funcional e escolha, motivadamente, a sanção que deve ser aplicada ao agente.

Ressalte-se, no entanto, que a discricionariedade não se confunde com liberdade total ou


arbitrariedade. No exercício de competências discricionárias, a Administração deve respeitar os
princípios e regras vigentes (juridicidade) e, no caso específico da aplicação de sanções, deve
observar, especialmente, os princípios da razoabilidade, da proporcionalidade, do devido processo
legal, da ampla defesa e do contraditório. Ademais, toda e qualquer sanção estatal deve ser
necessariamente motivada.
Dessa forma, discricionariedade sofre sérias limitações na atualidade. A autoridade
administrativa, ao tomar conhecimento de suposta infração funcional, tem o dever-poder de
apurar o fato para eventual punição do agente, inexistindo liberdade na hipótese.

4 – Poder de Polícia

É a prerrogativa que tem o Estado de restringir, condicionar, limitar, com fundamento na


lei, a atuação do particular em razão do interesse público. No âmbito legal, o conceito de
poder de polícia formado pelo art. 78 CTN
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou
disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em
razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à
disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de
concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.

Conceito - CTN: o CTN define o Poder de Polícia como função da Administração Pública de
limitar ou disciplinar direitos, regulando a prática de ato ou abstenção de fatos, em
razão do interesse da coletividade, concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos
costumes, ao exercício de atividades econômicas que dependem de autorização e
concessão, bem como aos direitos individuais e coletivos.

Polícia Administrativa Polícia Judiciária

Polícia de administrativa, se exaure em si mesmo A judiciária preparatória para a função


jurisdicional penal

sobre atividades, bens e direitos dos indivíduos Incide sobre os próprios indivíduos, aqueles a
quem se atribui o ilícito penal

Tem caráter eminentemente preventivo É predominantemente repressiva

Ex: órgãos de vigilância sanitária - quando Ex: a polícia civil exerce polícia judiciária quando
fiscalizam os proprietários de restaurantes que investigue infrações penais, com a finalidade de
comercializam produtos com prazo de validade identificar autoria e a materialidade dessas
expirados ou em condições de higiene e infrações, remetendo o resultado do seu trabalho
insatisfatório ou titular da ação penal.

Características

• Incide sobre os direitos à liberdade e à propriedade: não retira o direito. O Estado


apenas define a forma de se exercer o direito. Ex.: só pode construir até seis
andares. Não há indenização se a sua manifestação for legítima. Incide sobre bens,
direitos e atividades, mas não atinge diretamente as pessoas.

• Há possibilidade de cobrança de taxa de polícia art. 78 do CTN. Taxa é tributo


vinculado à contraprestação estatal, de forma que só pode ser cobrada e houver o
efetivo exercício do poder de polícia. Há exercício do poder de polícia na concessão
de licença e também na sua renovação, desde que diante da existência de estrutura
administrativa capaz de verificar a continuidade da existência das condições para o
exercício do poder

• Pode ser praticado em três momentos: preventivo – definir a quilometragem/


fiscalizatório – condições sanitárias/ repressivo – penalização diante do
descumprimento.
• pode se expressar através de atos normativos (gerais: portarias, resoluções) ou
punitivos (multas, licenças, autorizações).

• A competência para o exercício do poder de polícia precisa de previsão legal. Se o


interesse é nacional a competência para legislar é da União. Regional do estado e
local do município. No caso de competência concorrente pode haver gestão
associada, por meio da celebração de convênio ou consórcios públicos. Súmula 19
STJ – A fixação do horário bancário, para atendimento ao público, é da competência
da União. Súmula 645 STF – É competente o Município para fixar o horário de
funcionamento de estabelecimento comercial.

• Fundamento e limite: O fundamento de toda e qualquer ação estatal deve ser a


promoção e a proteção dos direitos fundamentais. Em consequência, no estado
democrático de direito, os direitos fundamentais exercem uma dupla função em
relação ação estatal: fundamentam e limitar o exercício das três nativas públicas

OBS: Ele não pode ser delegado a pessoas privadas, sob pena de comprometer a
segurança jurídica. O STF analisou essa questão na ADI 17171, na qual afirmou que os
conselhos de classe não poderiam fazer parte da esfera privada, por exercerem poder
de polícia. No entanto, é possível a delegação de atos materiais, atos instrumentais e atos
preparatórios, através de contrato com pessoas privadas. Elas são responsáveis unicamente
pelas constatações de fato, como, por exemplo, os pardais de trânsito. Pode ser delegado,
no entanto, às pessoas da Administração indireta que exerçam função pública (poder de
polícia delegado. Originário seria o das pessoas políticas), através de previsão legal, apenas
para fiscalizar, não podendo criar qualquer norma. Nessa caso, pouco importa o regime de
dos agentes públicos, estatutário ou celetista.

O STF definiu a tese de que é constitucional a atribuição às guardas municipais do exercício


do poder de polícia de trânsito, inclusive para a imposição de sanções administrativas
legalmente previstas (ex: multas de trânsito). STF. Plenário.RE 658570/MG, rel. orig. Min.
Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 6/8/2015 (Info 793).

De acordo com o Prof. Diogo Figueiredo, o poder de polícia pode ser dividido em quatro
ciclos:

É a norma legal que estabelece, de forma primária, as restrições e as


Ordem de Polícia
condições para o exercício das atividades privadas;

É a anuência do Estado para que o particular desenvolva determinada


atividade ou utilize a propriedade particular. Nesse caso, o consentimento
estatal pode ser dividido em, pelo menos, duas categorias:

Licença: trata-se de ato vinculado por meio do qual a Administração


Consentimento de reconhece o direito do particular (ex.: licença para dirigir veículo automotor ou
polícia para o exercício de determinada profissão); e

Autorização: é o ato discricionário pelo qual a Administração, após a análise


da conveniência e da oportunidade, faculta o exercício de determinada
atividade privada ou a utilização de bens particulares, sem criação, em regra,
de direitos subjetivos ao particular (ex.: autorização para porte de arma);

É a verificação do cumprimento, pelo particular, da ordem e do


Fiscalização de consentimento de polícia (ex.: fiscalização de trânsito, fiscalização sanitária
polícia etc.). A atividade fiscalizatória pode ser iniciada de ofício ou por provocação de
qualquer interessado; e

Sanção de polícia É a medida coercitiva aplicada ao particular que descumpre a ordem de


polícia ou os limites impostos no consentimento de polícia (ex.: multa de
trânsito, interdição do estabelecimento comercial irregular, apreensão de
mercadorias estragadas etc.).

Obs: Licenças x Autorizações: Relativização

Em regra, as licenças são atos vinculado, ou seja, não conferem margem de liberdade ao
administrador, que deve expedi-las desde que cumpridos os requisitos legais pelo particular;
já as autorizações sempre ostentaram caráter discricionário, ou seja, conferem margem
de liberdade ao administrador que decidirá sobre a conveniência oportunidade de sua
expedição.
No entanto, a mencionada de distinção entre licença e autorização, ato vinculado ou
discricionário, respectivamente, apresentada pela doutrina como absoluto, tem sido
relativizada pelo ordenamento jurídico.

Hoje, há determinadas hipóteses em que autorizações terão caráter predominantemente


vinculado, ex. art. 131, p. 1 da Lei 9472/97, que trata da autorização de serviço de
telecomunicação, bem como encontramos, licenças conforte margem de discricionariedade e
precariedade, como as licenças ambientais, que são emitidas com prazo determinado fixado
pelo CONAMA, mas podem ser revistas conforme dispõe o art. 9, IV da Lei 6938/81.

Concessionária pública e poder de polícia: Através da sua Administração Pública, o Estado fiscaliza
os atos individuais dos seus administrados para que estes não venham a prejudicar os interesses da
sociedade como um todo. O direito-dever que tem o Poder Público de intervir nas ações ou omissões
dos particulares em prol da coletividade é exercido através do seu Poder de Polícia. Este poder
possibilita a limitação do exercício dos direitos e garantias individuais do cidadão diante da
necessidade de tutelar um interesse maior, coletivo.

A doutrina é divergente quanto à possibilidade de delegação de poder de polícia.

O STJ, no REsp 817.534/MG (julg. 10/11/09), discutindo a possibilidade de sociedade de economia


mista (pessoa jurídica de direito privado) exercer o poder de polícia (no caso, aplicação de multa de
trânsito por sociedade de economia mista), esclareceu que as atividades que envolvem o exercício
do poder de polícia podem ser de forma sumária divididas em 4 grupos: (1) Poder de legislar (é a
legislação que define determinada situação); (2) Poder de consentimento (a corporificação da vontade
do Poder Público); (3) Fiscalização; (4) Aplicação de sanção.

Segundo o STJ, podem ser transferidos ao particular somente os atos de consentimento (como
a concessão de CNH) e os atos de fiscalização (como instalação de equipamentos eletrônicos de
velocidade).
Atributos do Poder de polícia

• DISCRICIONARIEDADE - É a liberdade concedida em lei ao administrador para


decidir o caso concreto. Em regra, o exercício do poder de polícia caracterizado
pela liberdade conferida pelo legislador ao administrador para escolher, por
exemplo o melhor momento de sua atuação ou a sanção mais adequado no
caso concreto quando a previsão legal de duas ou mais sanções para
determinada infração.

• AUTOEXECUTORIEDADE - A autoexecutoriedade está frequentemente presente


nas medidas de polícia onde a Administração pode executar suas próprias decisões
sem interferência do Poder Judiciário.
Ressalte-se, por oportuno, que alguns atos de polícia não possuem o atributo
da autoexecutoriedade. É o caso da multa que não pode ser satisfeita (adimplida)
pela vontade unilateral da Administração e a respectiva cobrança é realizada,
normalmente, por meio da propositura da execução fiscal.

• COERCIBILIDADE - A Coercibilidade torna o ato obrigatório, devendo este ser


obedecido independente da vontade do administrado, caso em que a Administração
pode usar meios indiretos de coerção para cumprir a determinação.

Limites do Poder de Polícia – Doutrina Moderna

Tradicionalmente, entende-se que o fundamento principal do poder de polícia é a supremacia


do interesse público sobre o interesse privado. Autoridade estatal tem como objetivo maior a
manutenção da ordem pública.

Todavia, em razão da constitucionalização do direito administrativo e da centralidade dos


direitos fundamentais, o professor Rafael Oliveira entendi que seria mais adequada
afirmar que o fundamento de toda e qualquer ação estatal deve ser a promoção e a
proteção dos direitos fundamentais. Em consequência, no estado democrático de direito,
os direitos fundamentais exercem uma dupla função em relação ação estatal: fundamental
limitam o exercício das prerrogativas públicas.

Com isso, atividade de polícia passa necessariamente por ponderações entre direitos
fundamentais conflitantes. A legislação realiza, em primeiro lugar, ponderações, que
norteiam a atividade administrativa. Tais ponderações, devem estar motivada mente
descritas na atuação administrativa, Como instrumento que viabilizar o controle de
legitimidade dos atos estatais.
A legitimidade da atuação de polícia depende do respeito ao ordenamento jurídico,
destacando-se aqui a necessidade de respeito aos princípios da proporcionalidade,
legalidade, entre outros.

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