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DO
ADOLESCENTE
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Índice
1. Do Direito à Vida e à Saúde pag. 03
2. Do Direito Assegurado à Gestante pag. 06
3. Das Obrigações dos Hospitais pag. 09
4. Das Obrigações do Poder Público pag. 12
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“OS DIREITOS FUNDAMENTAIS DA CRIANÇA
E DO ADOLESCENTE”
1.1. Legislação
Υart. 5° do CF88, caput: ”Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantido-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,
nos termos seguintes: (...)”
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Pena - reclusão, de 3(três) a 10 (dez) anos.”
Υart. 127° do CP: ”As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas
de um terço, se, em conseqüência do aborto ou dos meios empregados para provocá-
lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por
qualquer dessas duas, lhe sobrevêm a morte.”
1.2. Escólio
A vida de todo ser humano começa no útero da mulher. O direito à vida é obviamente, é o
mais importante de todos.
Como sabemos, todos os seres humanos ao nascerem com vida tornam-se, para legislação
brasileira, sujeitos de direito e adquirem no mesmo instante personalidade jurídica. Esta
capacidade jurídica “une-se” a vida física do ser humano, porque o acompanha deste o seu
nascimento, até a fim de seus dias.
Pela lei brasileira, só nos tornamos sujeitos de direito ao nascer com vida, ou seja, ao cortar
o cordão umbilical e ao respirar (mesmo que seja apenas uma aspirada), a criança
considera-se pessoa para tal legislação, independente do tempo de gestação e deformidades
portadoras. Evidente que para muitas pessoas comuns o que importa é se a criança contínua
a viver, mas para a legislação nacional, o que vale são os pressupostos a acima citados. Tal
aspecto se destaca principalmente em questões de herança, onde a ordem desta se altera
totalmente com inclusão de um novo herdeiro(art. 1.603).
Voltando ao ângulo principal sobre o direito à vida, encontramos o nascituro (ser humano de
vida intra-uterina). Pela legislação brasileira, ele não é considerado pessoa, uma vez que
ainda não nasceu, não se separou do ventre materno, não possuindo vida própria. Não
possui vida própria, mas possui vida e carga genética própria. No Brasil, deste o momento
que houve a concepção (óvulo foi fecundado), já se considera nascituro. A lei concede a ele
direito à vida de forma subjetiva (aborto) e expectativa de direito no que ser refere aos casos
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de herança, doação, e ser legisdatário. Esta expectativa só transforma em direito de fato se
nascer com vida.
A legislação brasileira pune em seu Código Penal, quem vir a interromper a gestação,
privando o nascituro do seu direito fundamental à vida. Abre-se aqui, duas exceções a este
direito: no caso da gestante correr risco de vida e no caso dela ser vítima de estupro. Estas
duas exceções criam enormes conflitos entre ideologias: um grupo de pessoas, e
principalmente, os religiosos não aceitam de maneira alguma a quebra deste direito,
alegando que a criança será lesada em seu direito sendo inocente, que o aborto é um
assassinato, uma pena de morte (que a nossa CF não permite), etc. Outro grupo, baseia-se
no mesmo direito à vida, no que se refere a mãe e em mais uma série de leis que amparam
subjetivamente a gestante estuprada. A bem da verdade, ambas correntes tem lógicas
aceitáveis; atualmente contra o aborto, concordo que é difícil decretar um parecer pessoal e
definitivo, porque em ambos os casos tem conseqüências graves que não podem ser
ignoradas.
Outra discussão, de menos abrangência, gerada em torno do direito à vida, foi a “pílula do
dia seguinte”. Proibida no Brasil, por ser entendido que a vida começa no momento da
concepção.
Tal direito encontra-se dentro dos princípios do ECA: atendimento integral (art. 3°, 4° e 7°
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do ECA) e da garantia prioritária (art. 4° do ECA).
O direito a vida e a saúde são direitos fundamentais de qualquer ser humano, principalmente
das crianças e adolescentes, que são “indefesos”, e precisam de cuidados redobrados pelo
fato de que eles tem toda a vida pela frente; é mais grave ver uma criança com paralisia do
que um senhor de 80 anos, é mais grave matar um bebê do que um homem, não ressalto
1
Artigos do ECA citados no item 3.1.
2
Alexandre de Moraes, pg. 608
5
que a tais princípios não sejam importantes aos adultos e idosos, mas a uma criança ou
adolescente é com certeza, muito pior.
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2. DO DIREITO ASSEGURADO À GESTANTE
2.1. Legislação
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Υ Lei 8.112 de 11/12/90
art. 207°: “Será concedida licença à servidora gestante por 120 dias consecutivos,
sem prejuízo da remuneração:
§ 1° - A licença poderá ter início no primeiro dia do 9° mês de gestação, salvo
antecipação por prescrição médica.
§ 2° - No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a partir do parto.
§ 3° - No caso de natimorto, decorridos 30 dias do evento, a servidora será
submetida a exame médico, e se julgada apta, reassumirá o exercício.
§ 4° - No caso de aborto atestado por médico oficial, a servidora terá direito a
30 dias de repouso remunerado”.
2.2. Escólio
Dar atendimento a gestante é o primeiro passo para a garantia do nascimento; por isso,
podemos dizer que o art. 8° está diretamente ligado ao art. 7°; porque resguarda o direito
vida e a saúde.
Estatisticamente, que no mundo, a cada minuto morre uma mulher por problemas com a
gravidez ou com o parto, estes dados demostram a importância da assistência a gestante;
O art. 8° garante à criança um direito antes mesmo de nascer: o direito de que sua mãe,
grávida, tenha atendimento pré-natal. E perinatal, inclusive amamentação.
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O art. 9° do ECA garante a gestante o direito de amamentar seu filho da ação de terceiros e
obviamente dá direito a criança de mamar no peito. O direito de mamar no peio está
garantido nesta lei e determina que o Poder Público, as instituições e os empregadores
devem criar condições para o aleitamento materno, um direito até para os filhos de mães
presas. Quem não respeitar este direito também está sujeito a um mandado de segurança.
“O aleitamento materno é assunto que hoje está sempre na ordem do dia. Até então os
esforços em incrementá-lo, na população de mães, eram isolados e resultado, praticamente,
de trabalho de idealistas. Agora que o problema chegou ao nível da televisão, parece que o
enfoque vai ter a dimensão e o alcance que merece. Hoje, governo e entidades privadas se
estão mobilizando com tal desinderado. Ao tornar a população consciente da importância da
própria mãe aleitar, estará colaborando-se para reduzir os índices de mortalidade infantil que,
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aliás, são elevadíssimos, e, assim, criar um filho mais forte.”
Seguindo nos direitos da gestante e da criança, vem o art. 10° do ECA garantir que o recém-
nascido e a mãe não sejam separados logo após o nascimento, este artigo garante o direito
de alojamento conjunto. Veremos este tema especificamente no item seguinte.
Alguns autores como Walter Moraes afirmam que a gestante não possui direito algum, quem
possui direito, mesmo que subjetivamente, é somente a criança, e em nome dela devem ser
feito os processos, transformando qualquer ação envolvendo a gestante como uma forma de
“tutora do nascituro”.
3
Antônio Chaves. pg. 88.
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3. DAS OBRIGAÇÕES DOS HOSPITAIS
3.1. Legislação
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3.2. Escólio
O objetivo maior da obrigatoriedade da identificação se faz em fazer com que haja registros,
que perdurem a um grande lapso de tempo, a fim de que, em qualquer dúvida sobre o menor
e sua mãe, possam ser consultados. A lei determina que quem lida com grávidas e bebês
tem que manter registro de todas as atividades desenvolvidas no atendimento a eles, através
de prontuários individuais, pelo prazo de 18 anos. Da grávida porque pode haver a
necessidade, em uma segunda gestação, das informações da primeira. Do bebê porque
pode haver a necessidade das informações sobre o período pré-natal, sobre as dificuldades
do parto, sobre os remédios que precisou tomar, para psicólogos e psiquiatras. Obviamente,
além de tudo isto, ter um registro de local de nascimento, que nos casos de investigação de
paternidade posterior possam ser consultados, além do não fornecimento à parturiente, na
alta, de declaração de nascimento, onde constem as ocorrências do parto e do
desenvolvimento do recém-nascido.
Deve-se proibir ao neonato a permanência junto à mãe. Na prática, parece-nos bem difícil o
cumprimento desta exigência, em face da crise no setor de saúde.
O art. 10° do ECA garante que o recém-nascido e a mãe não sejam separados logo após o
nascimento, tendo direito de alojamento conjunto. Entre outras coisas, determina também a
obrigatoriedade dos hospitais e maternidades fazerem exames “visando ao diagnóstico e
terapêutica de anormalidades no mecanismo do recém-nascido, bem como prestar
orientação aos pais.” Este artigo refere-se a hospitais públicos e particulares, preceituando-
os de uma série de obrigações, que têm por finalidade a proteção da saúde da criança, bem
como a sua identificação.
Em caso de desrespeito aos incisos I e IV aplica-se como sanção o art. 228 do ECA. Assim,
se houver a vontade deliberada de descumprir por parte do agente (crime doloso), a pena vai
de 6 meses a 2 anos. Mas se o encarregado do serviço ou o dirigente do estabelecimento
tiver agido culposamente, isto é, sem vontade de descumprir as normas, porém fazendo-o,
por negligência ou imprudência, a pena se reduza a detenção de dois a seis meses, ou
apenas multa. No caso de crime culposo, sendo primário o agente, pelo bom senso basta
uma boa multa. Evidentemente que a detenção ou multa são penas alternativas, uma vez
aplicada uma, não será aplicada outra.
O dirigente do estabelecimento responderá por omissão quando não houver uma pessoa
determinada para as referidas funções. Se forem 2 ou mais responsáveis, devem ser
renunciados em concurso (art. 29 do CP).
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Embora com os direitos resguardados sobre pena de perda de liberdade (punição mais grave
dada ao ser humano), continuam os casos de trocas de bebês nos grandes hospitais, assim
como ainda é freqüente o diagnóstico tardio de diversas patologias, mesmo com o médico
pediatra na sala do parto. Certos exames, necessariamente, devem ser feitos nas duas
primeiras horas de vida, para permitir que a criança seja atendida a tempo. Na verdade, não
bastam os exames: se houver omissão de tratamento, o crime está configurado.
Uma pequena observação se diz respeito ao que diz respeito ao método de identificação: as
impressões digitais são usadas pelo fato de que não se descumprir ainda impressões digitais
iguais em duas pessoas (nem em gêmeos) no mundo inteiro. Por isto ele é o único método
totalmente infalível conhecido até hoje. Nos bebês usas-se as impressões dos pés porque as
linhas da mão, mesmo já definidas deste o 6° mês de gestação, não possui cristas salientes
porque a mão é muito lisa; por isto usas-se a dos pés que possui cristas papilares mais
salientes.
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4. Das Obrigações do Poder Público
4.1. Legislação
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Υ Decreto - Lei n.200 de 25/02/67
art. 156° : “Dispõem-se sobre a organização da administração federal, que a
formulação e coordenação da política nacional da saúde, em âmbito nacional e
regional, caberá ao Ministério da Saúde, acrescenta-se:
§ 1° - Com o objetivo de melhor aproveitar recursos e meios disponíveis e de
obter maior produtividade, visando a proporcionar efetiva assistência médico -
social á comunidade, promoverá o Ministério da saúde a coordenação, no
âmbito regional, das atividades de assistência médico - social, de modo a
entrosar as desempenhadas por órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal,
dos territórios e das entidades do setor privado.
§ 2° - Na prestação da assistência médica dar-se-á preferência á celebração de
convênio com entidades públicas e privadas, existentes na comunidade.
§ 3° - A assistência médica da previdência social, prestada sob a jurisdição do
Ministério do Trabalho e previdência Social, obedecerá, no âmbito nacional e
regional, à política nacional da saúde.”
4.1. Escólio
4
Antônio Chaves, pg. 77.
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O Poder Público deve propiciar apoio alimentar à gestante, assegurar atendimento médico à
criança e ao adolescente, através do Sistema Único de Saúde, garantir ao menor portadores
de deficiência atendimento especializado e fornecer gratuitamente àqueles que necessitarem
de medicamentos, próteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou
reabilitação.
Bibliografia
ELIAS, Roberto João. Comentários ao Estatuto da Criança e Adolescente. São Paulo, Ed.
Saraiva, 1994.
LOBOS, Luiz. O que é este estatuto? 1° edição. Rio de Janeiro, Ed.Lidador, 1997.
MORAES, Alexandre. Direito Constitucional. 5° edição. São Paulo, Ed. Atlas, 1999.
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