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Introdução
Esse trabalho pretende abordar algumas pesquisas sobre as neurociências relativas
a emoções, mais propriamente o “amor”, compreendidas por estas como epifenômenos
do cérebro. O arcabouço teórico da abordagem parte dos Estudos Sociais em Ciência e
Tecnologia (ESCT) para compreender discursos neuroéticos acerca de pesquisas
laboratoriais com duas espécies de ratazanas, que buscaram alterar comportamentos
poligâmicos e monogâmicos dos animais mediante intervenções neuroquímicas. Essas
pesquisas laboratoriais geraram ampla discussão de caráter neuroético, encabeçada por
um grupo de neuroeticistas da Universidade de Oxford, a respeito das possíveis
intervenções em humanos relacionadas ao que podemos nomear por medicalização1 do
amor.
Assim, abordarei uma das argumentações desses pesquisadores, em defesa de tais
intervenções, a partir dos ESCT, pois compreende-se aqui que a produção do
conhecimento científico é resultado da amálgama de instrumentos de pesquisa, elementos
estudados, animais não humanos, discursos e práticas sociais em interação. Desse modo,
é apresentada, na próxima seção, uma breve introdução da constituição do campo dos
ESCT, para situar a abordagem proposta.
1
Por medicalização, de acordo com Peter Conrad (2007), se compreende "um processo pelo qual problemas não
médicos passam a ser definidos e tratados como problemas médicos, frequentemente em termos de doenças ou
transtornos" (Conrad, 2007, p.4).
1
consumo das inovações tecnológicas; contextos de produção e difusão dos conhecimentos
científicos e tecnológicos, etc. (PREMEBIDA, et al, 2011). Tais abordagens buscam
mostrar a prática científica
como uma ação para além da pura contemplação humana na apreensão
do mundo em seu caráter material e abstrato, algo muito diferente do
que aparece em muitos livros-texto de cursos de graduação. A ciência
envolve uma socialização, uma execução rotineira de aprendizado
formal e informal. Ela exprime uma ativa diligência sobre substâncias,
seres vivos, moléculas, proteínas, compostos químicos e artefatos
técnicos, não apenas em um reflexo da realidade tal como é, mas
construindo-a através de relatos provisórios com a ajuda de máquinas e
equipamentos de análise e organização de dados. (PREMEBIDA, et al,
p. 24, 2011)
2
da ciência do século XX, e é considerada precursora da análise sociológica utilizada por
abordagens relativistas do conhecimento que influencia o Programa Forte (LIMA, 2002).
Entretanto, muitas convergências são apontadas entre Merton e Kuhn, como a
preocupação central de ambos em considerar os determinantes socioculturais nas
estruturas e desenvolvimento da ciência (KROPF e LIMA, 1999). No entanto,
diferentemente de Kuhn, Merton buscava compreender apenas os contornos institucionais
da comunidade científica, tendo como questão central compreender “em que medida a
organização social da atividade de pesquisa contribui para favorecer ou entravar o livre
exercício do método científico” (KROPF e LIMA, p. 14, 1999). Enquanto que a teoria
kuhniana pode ser considerada precursora de estímulos para pesquisas tomarem como
objeto de estudos sociológicos os conteúdos científicos, pois sua perspectiva aborda
aspectos sociais e cognitivos da ciência como indissociáveis (KROPF e LIMA, 1999).
Desse modo, o Programa Forte, originado na Escola de Edimburgo, tendo como
figuras centrais David Bloor e Barry Barnes, tomam a interpretação “radical” da noção
de paradigma2 de Kuhn para suas análises, sobretudo a partir da apropriação de Barnes
(1986), a qual concebe a atividade científica a partir de sua natureza sócio-cognitiva.
Desse modo, abrem caminho para os estudos que tomam o próprio conhecimento
científico como objeto, para além de seu caráter institucional (KROPF e LIMA, 1999).
O Programa Forte possuía quatro princípios programáticos, a saber: causalidade,
imparcialidade, reflexividade e simetria. Este último se torna, introdutoriamente, o mais
importante segundo Premebida et al (2011), o qual propunha a busca pelo tratamento
equivalente entre as concepções científicas de verdadeiro e falso e os aspectos científicos
e sociais relativos à ciência. Alguns autores, como Bruno Latour, desenvolvem este
conceito de modo a compreenderem analiticamente humanos e não-humanos (organismos
biológicos de qualquer espécie e objetos, por exemplo) de forma equivalente e simétrica
nos processos sóciotécnicos. Assim, o conceito de ator-rede de Latour toma a diversidade
de atores de modo simétrico, de forma a romper com uma perspectiva radicalmente
antropocêntrica (PREMEBIDA, et al, 2011).
No processo de construção e nomeação de um artefato tecnológico, por
exemplo, parte-se geralmente de ensaios experimentais em laboratórios
que, aos poucos, vão caracterizando as qualidades esperadas e não
esperadas de um produto, bem como seus atributos e sentidos sociais.
Estas experimentações mobilizam um conjunto de respostas incluídas
2
"toda a constelação de crenças, valores, técnicas etc., partilhadas pelos membros de uma comunidade
determinada" (KUHN, 1989, p. 218), ou seja, aspectos sociais e cognitivos partilhados grupo.
3
em um sistema de provas e considerações metodológicas para a
validação do artefato no campo científico ou, seguindo a matriz
conceitual da teoria do ator-rede, no interior das redes sociotécnicas. O
produto ou objeto antes inexistente vai substantivando-se através de um
sistema de representação que envolve uma estreita relação entre
equipamentos laboratoriais, teorias, conceitos, agendas de pesquisa,
agências de fomento, divulgação científica e debate entre os pares. A
ciência e a tecnologia emergem dessas pesquisas, não como
provenientes de uma natureza ou realidade pré-existente, e sim como
realização da prática humana, como um movimento incessante de
entrechoques e acomodações entre atores, princípios teóricos e dados
empíricos (PREMEBIDA, et al, p. 28-29, 2011)
4
Cérebro como lócus do desenvolvimento das emoções e comportamentos
5
organismos, entre outros métodos. Assim, ocorre uma exclusão das dimensões
psicológicas e afetivas dos estudos das emoções, de modo a serem, as emoções,
apreendidas de modo padronizado, e, em algumas pesquisas, como mero reflexo (DROR,
2001).
Como vemos, a compreensão do “espírito”, das emoções e comportamentos, a
partir de um substrato materialista, e a tensão entre essa concepção (acerca do “sujeito
corporal”, biológico) e o “sujeito falante” (compreendido a partir de seu contexto social)
não são novas, como apontado por Alain Ehrenberg (2009). Entretanto, com a fusão da
neurologia e psiquiatria pelas neurociências, entre outras disciplinas, com o
desenvolvimento de tecnologias, e a intensa e progressiva preocupação contemporânea
com o sofrimento psíquico, faz da perspectiva biologicista uma perspectiva prática,
produtora de terapêuticas diversas, sobretudo medicamentosas (EHRENBERG, 2009).
Ehrenberg divide as neurociências em dois programas, que possuem dois tipos de
interesses, a saber: o “programa fraco” - que se preocuparia com as doenças neurológicas
(como Parkinson e Alzheimer) e com a descoberta de aspectos neuropatológicos das
doenças mentais, como é o caso da esquizofrenia - e o “programa forte”:
que identifica, filosoficamente falando, conhecimento do cérebro e
conhecimento de si mesmo e, no plano clínico, acredita poder fundir
neurologia e psiquiatria, quer dizer, in fine, tratar as psicopatologias
neuropatologicamente e, talvez num prazo mais longo, agir mais eficazmente
sobre nossa maquinaria cerebral para aumentar nossas capacidades de decisão
e ação. Tal versão maximalista visa construir uma biologia do espírito, “uma
neurobiologia da personalidade”, dito de outro modo, uma biologia do
indivíduo (p. 2, 2009)
6
Tais projetos, que podem ser nomeados por medicalização do amor, tratam-se de
propostas emergentes relativas a intervenções neuroquímicas em indivíduos que estariam
insatisfeitos ou sofrendo por conta de relacionamentos amorosos. Essas propostas são
discutidas e defendidas por um grupo de pesquisadores e professores que compõe um
Instituto para Estudos Neuroéticos (The Oxford Centre for Neuroethics - OCN), da
Universidade de Oxford.
3
E.g.: http://istoe.com.br/356120_O+AMOR+PODE+TER+CURA/
7
oxitocina e vasopressina e da distribuição de seus receptores em cada uma das espécies.
Assim, a expressão do receptor da vasopressina (um dos hormônios considerado relevante
para a construção do vínculo) foi concebida, nas ratazanas da montanha, sensivelmente
menor, o que explicaria o comportamento sexual poligâmico.
Wudarcyk, et al, (2013) explicam que mamíferos “socialmente monogâmicos”
possuem uma profusão de receptores de oxitocina, vasopressina e dopamina. Estas
substâncias são consideradas hormônios neuromoduladores que são liberados através do
toque, sexo, orgasmo e amamentação, desempenhando papel fundamental na formação e
manutenção dos vínculos entre parceiros sexo-afetivos e entre mães e seus filhos.
Desse modo, a manipulação no aumento dos níveis de oxitocina nas ratazanas
fêmeas e vasopressina nas ratazanas macho, da espécie polígama (da montanha),
intensificou o vínculo entre os pares. O experimento também foi feito de modo inverso,
bloqueando os receptores de oxitocina e dopamina das ratazanas fêmeas, fazendo com
que alterassem o comportamento monogâmico da preferência por copular com um único
parceiro.
Entretanto, ainda que não tenha sido comprovado de forma conclusiva que o
sistema hormonal das ratazanas seja equiparável ao dos humanos, no que diz respeito ao
apego (attachment), acreditam que a seleção natural teria “conservado” o mesmo sistema
bioquímico. Essa teoria é complementada por pesquisas que lançam mão da
neuroimagem, as quais mapeiam alterações nos níveis de vasopressina, oxitocina e
dopamina quando mães observam imagens de seus filhos ou indivíduos apaixonados
observam imagens do(a) parceiro(a) (EARP, et al, 2013).
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apresentam reflexões acerca dos experimentos que estão sendo realizados com a
administração de oxitocina. Ainda que tais experimentos em humanos sejam insipientes
e, portanto, os resultados não sejam conclusivos, os autores se antecipam e defendem a
prescrição e o uso futuros de oxitocina intranasal para a manutenção e aprimoramento
(enhancement) de relacionamentos sexo-afetivos.
O argumento central dos pesquisadores em neuroética de Oxford para defenderem
a medicalização pró-amor, diz respeito a uma tensão, considerada por eles, entre natureza
e cultura. A partir de uma perspectiva evolucionista alegam que a seleção natural teria
moldado quimicamente o cérebro de nossos ancestrais para relações monogâmicas
somente no Pleistoceno (época geológica da Terra), quando, todavia, estariam no auge da
vulnerabilidade. Assim, nessa época, a monogamia teria sido fundamental para o sucesso
reprodutivo. Entretanto, passado este período não havia mais necessidade biológica de
relações monogâmicas, de modo que a exclusividade sexual não teria se desenvolvido
entre os homo sapiens. Desse modo, o que prevê as relações monogâmicas, das
sociedades ocidentais, não seria uma predisposição psicobiológica, mas sim a cultura
baseada em um ideal moral de amor. Assim, existiria uma tensão entre valores morais
(cultura) e predisposições biológicas não-monogâmicas (natureza), sendo que tais
predisposições superariam nossos valores morais na contemporaneidade.
A superação dos valores morais, pelas predisposições psicobiológicas, seria então
responsável pelas relações extraconjugais e pelo aumento do número de divórcios. Desse
modo, apesar dos indivíduos buscarem iniciar e manter um “relacionamento saudável”,
de acordo com Wudarcyk, et al, (2013), tal intento seria difícil sustentar por conta da
insatisfação conjugal influenciada por fatores psicobiológicos referentes às
predisposições poligâmicas.
Os autores apontam que apenas 37% dos indivíduos norte-americanos asseguram
ser felizes no casamento. No entanto, defendem que um “bom casamento” traria
importantes benefícios para a saúde dos indivíduos. Entre muitos benefícios citados, eles
destacam a diminuição dos níveis de stress; taxas mais baixas de distúrbios
diagnosticados; maior expectativa de vida; diminuição de problemas de saúde
diagnosticados; maior realização na carreira profissional; diminuição de problemas
financeiros; e o aumento da própria atividade sexual como fator relevante para a
promoção da saúde (EARP, et al, 2012). Em contraste, o “casamento fracassado” traria
conflitos emocionais, problemas de saúde e na vida social.
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Por outro lado, advogam que crianças pequenas não apenas precisam da presença
de ambos, pai e mãe, como também necessitam que o par possua um “vínculo positivo”
para seu desenvolvimento saudável, pois, caso contrário, as tensões entre o casal
poderiam gerar danos às crianças. Este seria o principal caso a ser medicalizado.
No que diz respeito às principais indicações feitas pelos autores para o uso de
“tecnologias do amor”, tais como a infusão de oxitocina, no artigo Natural Selection,
Childrearing, and the Ethics of Marriage (and Divorce): Building a Case for the
Neuroenhancement of Human Relationships (EARP, et al, 2012), fazem menção a uma
defesa anterior4, realizada por dois dos autores deste artigo mencionado, relativa ao
direito dos indivíduos escolherem moldar livremente seus cérebros e, consequentemente,
seus relacionamentos, através de substâncias farmacológicas, baseados em princípios
liberais.
The argument was liberal. In general, individuals should have the freedom to
alter their own brain states—through drugs or other means—in order to pursue
their personal goals or realize their conception of the good life, so long as they
do not harm or infringe upon the rights of others. Marital autonomy extends
this sort of reasoning to the activities of individuals who are in committed
relationships and who wish to give their mutual love a “helping hand” through
science-based neurochemical intervention (p.2).
But how could someone have a duty to take love drugs at all? There is a general
argument and a more specific one. In the case of marriages generally, the
individuals involved have voluntarily placed themselves under a mutual oath
to stick together “for better or worse” and “until death do us part”. The relevant
duty is simply to honor that marital oath with the full strength of one's efforts,
4
Savulescu, J., & Sandberg, A. (2008). Neuroenhancement of love and marriage: the chemicals between
us. Neuroethics, 1, 31–44.
10
instead of abandoning it too easily when things go “worse” (EARP, et al, 2012,
p.2).
Além da obrigação moral que existiria com o casamento, existe a obrigação moral
vinculada aos filhos. Desse modo, como o divórcio seria algo danoso e traumático para
uma criança, seus pais teriam a responsabilidade de melhorar seus relacionamentos em
prol, não apenas de seus votos de fidelidade ou mesmo de preservar suas saúdes, mas de
não prejudicar seus filhos (EARP, et al, 2012). No entanto, ainda que defendam que um
casamento infeliz seja menos traumático, para toda a família, que o divórcio, contemplam
casos de violência doméstica, por exemplo, os quais não deveriam ser tratados com
substâncias “pro-amor” e sim com o que nomeiam por biotechnology anti-love (EARP,
et al, 2013).
Tais tecnologias, ou biotecnologias, “anti-amor”, ainda que não estejam
circulando no mercado, se encontram em substâncias que circulam em medicamentos
como antidepressivos, as quais diminuiriam a libido de seus usuários. Mesmo que a
diminuição da libido não aja de forma seletiva, ou seja direcionada para um indivíduo
determinado, existem esperanças que no futuro essas tecnologias se desenvolvam a tal
ponto (WUDARCYK, et al, 2013).
Reflexões
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Para além dos registros possíveis de compreensão da humanidade, gostaria de
levantar a questão sobre qual o tipo de tecnologias e intervenções queremos. Construo
essa pergunta com base em uma hipótese e uma questão, relativa aos argumentos do grupo
de Oxford, que objetiva o exercício da reflexão.
Para defenderem o uso da oxitocina, os pesquisadores neuroéticos apontam para
o crescente número de divórcios e de insatisfação conjugal, o que geraria sofrimento e
desenvolvimento de inúmeras doenças e baixa do desempenho na vida cotidiana. Se
generalizarmos este sofrimento, o tomarmos como um dado e trabalharmos com a ideia
de que ele pode ser considerado um problema de saúde, podemos nos perguntar: o
sofrimento causado pela efemeridade dos relacionamentos não seria um fenômeno
passageiro? De outra forma: o ideal do amor romântico não estaria caindo por terra? Por
um lado, podemos pensar, como o grupo de Oxford, nos relacionamentos e no amor por
meio de um registro utilitarista, instrumentalista, por outro, podemos pensar
relacionamentos e o amor num registro vinculado a diferentes modelos de família, e a
ideias de “relacionamento aberto”, “amor livre”, “poliamor”, noções que cada vez mais
ganham espaço entre os jovens (SHEFF, 2005). Ambos registros prescindem, ou se
afastam, do ideal romântico de amor, o que pode nos levar a pensar que talvez o
sofrimento incapacitante ensejado pelas rupturas e insatisfação dos e nos relacionamentos
seja transitório, e por que não necessário?
Gostaria de encerrar com uma passagem de Ehrenberg (2009) que ressalta a tensão
entre os discursos acerca de nossa constituição e questiona a necessidade que teríamos
das emoções:
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Referências bibliográficas
DROR, Otniel. Techniques of the brain and the paradox of emotions (ano)
EARP, B. D., Sandberg, A., & Savulescu, J. Natural selection, childrearing, and the ethics
of marriage (and divorce): Building a case for the neuroenhancement of human
relationships. Philosophy & Technology. v. 25, n. 4, p. 561-587, 2012.
JASANOFF, Sheila. States of knowledge: the co-production of Science and the social
order. International Library of Sociology. London and New York: Routledge, 2004.
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KUHN, T. A estrutura das revoluções científicas. 3ª edição. São Paulo: Perspectiva,
1989.
LATOUR, B. Reassembling the Social: an introduction to actor-network-theory. New
York: Oxford University Press, 2005.
WUDARCYK, O. A., Earp, B. D., Guastella, A., & Savulescu, J. Could intranasal
oxytocin be used to enhance relationships? Research imperatives, clinical policy, and
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3935449/ Acesso em 25/08/2016.
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