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Docente: Nizângela Tomo / correio electrónico: nchamussora@gmail.com


Disciplina: Direito das Obrigações I
Turma: 3º Ano
Ano:2020
Universidade Licungo

DIREITO DAS OBRIGACOES I


AULA 01

INTRODUÇÃO AO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

CONCEITO

O direito das obrigações tem por objecto determinadas relações jurídicas que a nível da
doutrina podem denominar por direitos de crédito ou direitos pessoais/obrigacionais.
O vocábulo “obrigação” comporta vários sentidos. Em todos eles, o conceito de
obrigação é, na essência, o mesmo: a submissão a uma regra de conduta, cuja autoridade é
reconhecida ou forçosamente se impõe.
O direito das obrigações, todavia, emprega o referido vocábulo em sentido mais restrito,
compreendendo apenas aqueles vínculos de conteúdo patrimonial, que se estabelecem de
pessoa a pessoa, colocando-as, uma em face da outra, como credora e devedora, de tal modo
que uma esteja na situação de poder exigir a prestação, e a outra, na contingência de cumpri-
la.

Pode-se dizer que o direito das obrigações consiste num complexo de normas que regem
relações jurídicas de ordem patrimonial, que têm por objecto prestações de um sujeito em
proveito de outro. A nível da lei, define-se o obrigação como sendo o vínculo jurídico por
virtude do qual uma pessoa fica adestrita para com a outra à realização de uma prestação1.

Disciplina as relações jurídicas de natureza pessoal, visto que seu conteúdo é a


prestação patrimonial, ou seja, a acção ou omissão do devedor tendo em vista o interesse do
credor, que, por sua vez, tem o direito de exigir o seu cumprimento, podendo, para tanto,
movimentar a máquina judiciária, se necessário.

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Vide, o art. 397º do Código Civil

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Desse modo, quando, por efeito de um contrato, de uma declaração unilateral da


vontade ou de um acto ilícito de alguém que cause prejuízo a outrem, nasce uma relação
obrigacional, o direito das obrigações procura resguardar o direito do credor contra o devedor,
que resultou directamente desse acto ou facto jurídico.

ESTRUTURA DA RELAÇÃO JURÍDICA OBRIGACIONAL

Entendida a obrigação, faz-se necessário analisar a sua constituição estrutural.


Em outras palavras: que elementos compõem a relação jurídica obrigacional?
Pablo Stolze entende que a relação obrigacional é composta por três elementos
fundamentais:

Elemento subjetivo
O elemento subjetivo da obrigação ostenta a peculiaridade de ser duplo: um sujeito
activo ou credor, e um sujeito passivo ou devedor. O sujeito activo é o credor da obrigação,
aquele em favor de quem o devedor prometeu determinada prestação. Tem ele, como titular
daquela, o direito de exigir o cumprimento desta.

Os sujeitos da obrigação, tanto o activo como o passivo, podem ser pessoa natural ou
jurídica, de qualquer natureza, bem como as sociedades de facto. Devem ser, contudo,
determinados ou, ao menos, determináveis. Só não podem ser absolutamente
indetermináveis.
Algumas vezes o sujeito da obrigação, activo ou passivo, não é desde logo determinado.
No entanto, a fonte da obrigação deve fornecer os elementos ou dados necessários para a sua
determinação. Assim, por exemplo, no contrato de doação o donatário pode não ser desde logo
determinado, mas deverá ser determinável no momento de seu cumprimento (quando se
oferece, p. ex., um troféu ao vencedor de um concurso ou ao melhor aluno de uma classe etc.).
Ocorre a indeterminação inicial e posterior determinação do sujeito, também, quando o
ganhador na loteria apresenta o bilhete premiado; quando se promete recompensa a quem
encontrar determinado objecto ou animal de estimação; e quando a unidade condominial é
alienada, passando o adquirente, como novo proprietário, a responder pelo pagamento das
despesas condominiais, que têm natureza propter rem2, dentre outras inúmeras hipóteses.

2
Obrigação propter rem é a que recai sobre uma pessoa, por força de determinado direito real. Só existe em razão
da situação jurídica do obrigado, de titular do domínio ou de detentor de determinada coisa. Figura híbrida.

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Elemento objectivo

Objecto da obrigação é sempre uma conduta ou acto humano: dar, fazer ou não fazer
(dare, facere, praestare). E se chama prestação, que pode ser positiva (dar e fazer) ou negativa
(não fazer).
O objecto da relação obrigacional é, pois, a prestação debitória. É a acção ou omissão a
que o devedor fica adstrito e que o credor tem o direito de exigir.
Qualquer que seja a obrigação assumida pelo devedor, ela se subsumirá sempre a uma
prestação:

a) De dar, que pode ser de dar coisa certa ou incerta e consiste em entregá-la ou restituí-
la (p. ex.: na compra e venda o vendedor se obriga a entregar a coisa, e o comprador, o preço;
b) De fazer, que pode ser infungível ou fungível (CC, arts. 207º e 208º) ou, ainda;
c) De não fazer.

A prestação (dar, fazer e não fazer) é o objecto imediato (próximo, directo) da obrigação.
Na compra e venda, o vendedor se obriga a entregar, que é modalidade de obrigação de
dar, a coisa alienada. A obrigação de entregar (de dar coisa certa) constitui o objecto
imediato da aludida obrigação.
Para saber qual o objecto mediato (distante, indireto) da obrigação, basta indagar: dar,
fazer ou não fazer o quê? No citado exemplo da compra e venda, se o vendedor se obrigou a
entregar um veículo, este será o objecto mediato da obrigação, podendo ser também
chamado de “objecto da prestação”.

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O objecto mediato ou objecto da prestação é, pois, na obrigação de dar, a própria coisa.


Na de fazer, a obra ou serviço encomendado.
Não se confunde, pois, o acto da prestação, a que o obrigado se encontra vinculado, com
a coisa material, sobre o qual aquele acto incide.

A prestação ou objecto imediato deve obedecer a certos requisitos, para que a obrigação
se constitua validamente. Assim, deve ser lícito, possível, determinado ou determinável.

Elemento imaterial

Vínculo jurídico da relação obrigacional é o liame existente entre o sujeito activo e o


sujeito passivo e que confere ao primeiro o direito de exigir do segundo o cumprimento da
prestação. Nascem dos: contratos, das declarações unilaterais da vontade3 e dos actos
ilícitos4.

TPC
 Consultar figuras afins do Direito das Obrigações.

Características de Obrigação
O direito das Obrigações, apresenta algumas características, cuja sua relevância jurídica é
notória. Para tal, seguem abaixo as seguintes:

i. A Patrimonialidade5
A patrimonialidade é a susceptibilidade de a obrigação ser avaliável em dinheiro, tendo,
portanto, conteúdo económico. A doutrina mais antiga entendia que a obrigação não se poderia
constituir se não fosse suspcetível de avaliação pecuniária.
Com estes argumentos, invoca-se o facto de a execução apenas se poder exercer sobre o
património do devedor e, como esta execução pressupõe sempre liquidação do crédito numa
soma pecuniária, dai resultaria a necessidade de a prestação ter valor pecuniário.

3
De acordo com Maria Helena Diniz: “A declaração unilateral de vontade é uma das fontes das obrigações
resultantes da vontade de uma só pessoa, formando-se a partir do instante em que o agente se manifesta com a
intenção de se obrigar, independentemente da existência ou não de uma relação creditória, que poderá surgir
posteriormente”.
4
Tem-se no nosso diploma legal o ilícito como fonte da obrigação de indenizar danos causados à vitima. Logo, a
lei impõe a quem o praticar o dever de reparar o prejuízo resultante.
5
Cfr., o art., 398º do CC

Direito das Obrigações I


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Para além disso, estaria em princípio excluída a ressarcibilidade dos danos morais, causados
pelo incumprimento das obrigações. Ao fim disso, concluímos que, o Direito das Obrigações
apresenta-se como sendo um direito predominantemente patrimonial.

ii. A Mediação ou Colaboração Devida6

O direito das Obrigações é um direito mediato. O credor não pode exercer directa e
imediatamente o seu direito, necessitando da colaboração do devedor para obter a satisfação do
seu interesse. Neste sentido, se fala em mediação, uma vez que só através da conduta do devedor
o credor consegue obter a satisfação do seu interesse.

iii. A Relatividade

Entende-se a relatividade em dois sentidos:


Prisma estrutural: onde, refere que o direito de crédito se estrutura com base numa relação entre
credor e devedor.
Prisma de eficácia: refere que o direito de crédito7 apenas eficaz contra o devedor-que só a ele
pode ser oposto e por ele pode ser violado

iv. A Autonomia
A grande maioria da doutrina não assume como sendo uma característica obrigacional. Porque
esta característica entende que a estrutura de A prestar uma obrigação ao B é entendida como
sendo a própria do direito das obrigações, por isso, que o direito das obrigações não aceita como
característica por haver noutro ramo de direito a mesma estrutural obrigacional.

6
Cfr., o art., 786º ao 787º do CC
7
Entende-se como sendo o direito de exigir de outrem uma prestação e que pode ser exercido pelo titular do
direito – credor contra a pessoa determinada que tenha o dever de prestação- devedor.

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Bibliografia

Obras:
 António Menezes Cordeiro, Tratado de Direito Civil Português, Almedina, 2010
 Luís Manuel Teles de Menezes Leitão, Direito das Obrigações, 15ª Ed, Reimpressão,
Almedina, 2018;

Legislação
 Decreto-Lei n° 47344 de 25 de Novembro de 1996- que aprova o Código Civil de
Moçambique.

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