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Aula 03_Parte A - O Ofício do Mestre do Ensino de Wolfgang

Ratke

Temática: O Ofício do Mestre do Ensino de Wolfgang Ratke

Nesta aula vamos seguir com a concepção de Wolfgag Ratke sobre o trabalho
docente. Outro aspecto que merece destaque no ofício do mestre-do-ensino,
expresso no“ Método Geral da Didática” (Ratke, 2008, p. 37-45) é a
organização do trabalho. Segundo Ratke, o mestre-do-ensino:

“Deve ser aplicado na sua tarefa, isto é, deve organizar todo o seu estudo
e todo o seu trabalho a fim de que a criança não fique atordoada no
trabalho penoso, não seja levada ao descontentamento e a um grande
desgosto, como se constata nas aulas das atuais escolas. Ao contrário, o
quanto possível deve empenhar-se com aplicação e trabalho.” (RATKE,
2008, p. 41, grifos nossos).

A partir da citação anterior, podemos concluir que, apesar de haver sido escrita
há mais de quatro séculos, a obra de Ratke ainda nos deixa perguntas para
refletirmos sobre o trabalho docente e a organização das situações de
aprendizagem contemporâneas.

Repare na referência de Ratke à organização do estudo do “mestre-do-ensino”.


A preocupação de Ratke com o estudo do mestre-do-ensino é coerente com o
seu posicionamento de que se não conhecer bem o que pretende ensinar o
“mestre-do-ensino” não poderá ajudar seus discípulos. Ratke está sinalizando a
necessidade do estudo constante do docente. Lembre-se que o século XVII foi
um século de profundas transformações.

Voltando à citação anterior, também destacamos que há mais de quatro


séculos atrás, Ratke já observava o “descontentamento” e o “desgosto” dos
alunos nas escolas, e concluía que tal descontentamento estava relacionado
com o modo do mestre-do-ensino organizar as atividades para a
aprendizagem. Vamos destacar mais uma passagem dessa obra de Ratke que,
deixa novas perguntas para refletirmos sobre as situações de aprendizagem
contemporâneas. Ratke observava que o mestre-do-ensino:

 
“Deve ser prudente e ter clareza tanto no ensinar quanto na tarefa de
recapitulação. Com respeito ao ensino deve:

1. Perceber com precisão as inclinações naturais das crianças, comprová-


las e diferenciá-las, pois se tem o costume de dizer que não se pode
esculpir uma figura elegante em qualquer pedaço de madeira. Da mesma
forma, não se desenvolve um talento igual ao de um outro. O professor
deve estudar a maneira de cada aluno comportar-se.

2. A seguir deve cuidar que o ensino e as repetições tenham lugar em


horas certas. Há que consagrar uma hora ao ensino e à leitura; outra hora
ao repouso e à diversão ou empregar as crianças num exercício de
recreação ou de passatempo. Isso para que as habilidades intelectuais,
naturalmente frágeis na criança, não sejam fatigadas ou rejeitadas. Por
isso a criança não deve ser mantida na lição por mais de uma hora. 3. O
preceptor também deve, às vezes, controlar a leitura e as exposições,
perguntar aos alunos se conseguem acompanhar ou não, em que ponto
estão realizando a leitura e se, com aplicação, estão ouvindo a lição e a
seguindo no livro.” (RATKE, 2008, p. 41, grifos nossos).

  

Nesta última citação chama nossa atenção o fato de Ratke destacar que não
se desenvolve um talento igual ao outro e que o professor deve estudar a
maneira de cada aluno comportar-se. Apesar da sua “racionalidade
econômica”, ou seja, sua proposta de colocar em uma mesma sala um “mestre-
do-ensino” para vários alunos ao mesmo tempo, Ratke sinaliza que a
aprendizagem dos alunos não será igual entre eles. Além de afirmar que os
alunos não aprendem do mesmo modo, Ratke indica ao docente “estudar a
maneira de cada aluno comportar-se”.

A partir dessa citação, podemos concluir que Ratke já sinalizava para os


diferentes estilos de aprendizagem, pois “não se desenvolve um talento igual
que outro”. Ao compreender as diferenças existentes entre o modo de aprender
dos alunos, Ratke, sinaliza um profissional que, apesar de ensinar, deveria
continuar “estudando” tanto o comportamento de seus alunos como o conteúdo
a ser ensinado. Apesar dos quatro séculos que nos separam dessas
afirmações de Ratke, esses são aspectos do saber/fazer docente que ainda
estão em aberto no debate da educação contemporânea.

Na próxima aula continuaremos com a análise da obra de Wolfgang Ratke.

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