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Anjos, José Carlos dos. 2006. No Território da Linha Cruzada: A Cosmopolítica Afro-Brasileira.

Porto Alegre: Editora da UFRGS / Fundação Cultural Palmares.

Intro – dos Anjos é militante do MNU (13)

Remoção de 113 domicílios da Vila Mirim, dos quais 6 terreiros. (13)


Virou filho-de-santo (14)

Propõe substituir sincretismo por encruzilhada. Não apenas no plano das representações religiosas,
mas também nas estruturas de organização do grupo.

1. A Encruzilhada

noções espacoiais, religiosas afro-brasileiras, toda uma cartografia. Linha cruzada,encruzilhada


fechada, encruzilhada aberta, cruzamento de praia, assentamento, ir ao chão, isolar, cruzar.

Encruzilhada como intensidade territorial.

Exu abre os caminhos. Ou bará.

“Para aquele que cruza as três linhas, a encruzilhada pertence ao exu – na gira; ao bará – na nação; e
ao Ogum, como orixá, como caboclo, como exu. A questão fuindamental aqui é o jogo das
diferenças. Em lugar de uma identidade definida e precisa correspondendo ao nome de uma
divindade, a linha cruzada apresenta uma multiplicidade para um nome-intensidade em
metamorfose.”
“A encruzilhada é o ponto zero no processo de subjetivização.
“… [Relação do exu coiom as cabeças] não demarca um território de indentidade, trata-se de um
laço fluido, relação de reciprocidade seguindo um modelo próximo das relações clientelistas. Já o
orixá é, de forma compllexa, elemento constitutivo da pessoa que o incorpora”

orixá territorializam exu desterritorializa.


(18)

Encruzilhadas em T, X ou + onde se fazem rabalhos … empreendimentos da vida são caminhos.


“As linhas da vida devem ser mantidas livres de obstrução espiritual”.
Exu-destranca-rua
(19)

Noções fluidas de bem e mal. Formas de significação de fechamento e abertura de relações sociais.
Bem se propaga em linhas de dádiva nômades, o mal se fecha num circuito de reciprocidade restrita
(20)

Lomba - cemitério. Encruzilhada entre vida e morte. Passado e presente.

Ritual (via L-S, “finale”) pensar com o corpo, que não atinge, é bastardo. Dos Anjos o vê como o
pensamento da diferença atingindo seu mais alto grau. Quando o exu “encosta”, “se ocupa”, a
desterritorialização do corpo ocorre, na encruzilhada do eu cotidiano com as entidades que ocupam
(20-1).

Modelo de pensar as diferenças diferentes da democracia racial e seu modelo biológico da síntese
mulata/sincrética de espécies/raças diferentes. Modelo rizomático: no encontro de caminhos
diferentes, eles não se fundem em uma unidade, seguem como pluralidades. (21)
Encontro entre a filosofia das diferenças de Deleuze e aquela da afro-religiosidade.

Cruzamento das nações não segue o princípio da identidade e da não-contradição.


“… conecta o diferente ao diferente deixando as diferenças subsistirem enquanto tal. Um
caboclo permanece diferenciado de um orixá mesmo se cultuados no mesmo terreiro e sob o mesmo
nome próprio (como por exemplo, ogum).”
“... diversidade de nações (Jeje, Ketu, Angola...) não são essências identitárias pertencentes
a indivíduos, mas territórios simbólicos de intensidades diversas, passíveis de serem percorridos por
multiplicidades de raças e indivíduos.” (22)

terreiro como patrimônio simbólico, espaço para percursos nômades, dessencializados.

“… Sendo a racialidade vivenciada como um ponto de vista que se “ocupa” de um corpo, como
intensidade histórica que se faz corpo, a distribuição de gradientes dessa intensidade é possível para
efeitos compensatórios sem que as linhas assim traçadas constituam essências” (23)

2. O Território da “Linha Cruzada”

Descrição do espaço da Vila Mirim.

Estranhamento clichê – “A precariedade, a violência e o perigo tendem a se transformar nos signos


da alteridade, produtos consumíveis por uma classe média que normalmente se encarcera sob as
grades dos aparamentos vigiados exaramente contra esse tipo de exterioridade” (28).

Romper com as imagens reificadas pela ideologia do antropólogo para chegar a um realismo
mágico (a la Taussig) (29-31)

Vivência no campo, as privações sensórios afeitcas, propõem produzir uma intuição poarticular, um
estado de percepção extra-cultural.

Ao ir ao lado, a um bairro popular, não estaríamos sistematizando a distância proposta pelo senso
comum entre as classes médias e populares? (31)

“as identidades tendem a se sobrepor e a se dissolverem para se reconstruírem momentaneamente


mais adiante”

Maquina de guerra – “processo em que a forma-Estado, sua estrutura centralizada, é constantemente


desmantelada no interior do grupo.” -
“O grupo como estrutura externa ao Estado, do lado de fora, ameaçando-o por se apresentar como
um outro modelo de organização, a possibilidade efetiva de descentralização: das identidades, e
correlativamente, a das relações de forças internas” (33).

Bastide … menos autoridade para fora do terreiro, menos modelo familiar no batuque que no
candomblé. … Anjos: na Umbanda o modelo não é a família é o caboblo, o cacique, o indígena.

E na linha cruzada, quando se ajuntam a orixás e caboclos os exus. Desterritorialização da família


sobre a tribo. Passagem constante de um terreiro a outro, mais que no batuque puro.
“ … não o deslocamento espacial, mas uma forma de se constituir como coletividade:
indiferença formal entre grupos e uma intensa circulação de pessoas, consequentemente de
informações quanto à forma dos cultos.”

Nem todos os moradores estavam dispostos a lutar pela permanência – bnem mesmo a vizinhança
aparece como corpo sólido prévio, organizado em prol da permanência.

Minha hipótese é a seguinte: nesse ethos, nem o “eu”, nem a família-de-santo, nem a família carnal,
nem a vizinhança se constituem como corpos sólidos para uma identidade territorializada. O que
não impede que, na fluidez dessas múltiplas constituições, se empreenda um processo intenso de
resistência localizada à remoção da vila. (36).

“Segato define esse pensamento desterritorializado como sem essenciualmente avesso à reivindação
de direitos. Prandi, em linhas similares, vê a religiosidade afro-brasileira essenciualmente voltada
para interesses dompesticos equacionados por meio da magia. ….
De minha parte, vejo no nomadismo das formas afro-brasileiras a possibilidade de
organização política sem os riscos de asfixia burocratizante por fixação demasiadamente mecânica
numa identidade de grupo. Existe uma forma desterritorializada de fazer política que não deixa de
reivindicar direitos e territórios, mas o faz de um modo essencialmente diferente da forma
tradicional de se constituir como grupo político … identidade sociodegradável” (36-7).

3. Mirim em Desterritorialização

Frieza e impessoalidade da cidade moderna.

“O Estado se apresenta como um fator externo de reconstrução da localidade, delimitando as


fronteiras para determinadas políticas e com maior ou menor sucesso restabelecendo uam lógica
territorial de identidade … Nessa tentativa, o Estado produz um “feito” de territorialização que a
antropologia corre o risco de levar demasiadamente a sério. O perigo para a antropologia pe ode
tomar esses “efeitos” por realidades independentes do sistema mais amplo que o cria e o apresenta
sob essa pretensa autonomia” (41)

Movimento territorializando vindo do ethos do grupo – mas isso nem a pressão estatal faz do grupo
um todo em si mesmo.

Memória pessoal e coletiva com relação à comunidade. Territorialização é seu efeito, reconhece
origem, estabele delimitações, coloca o passado sobre o presente. (45-6)
A memória se reconfigfura em função à remoção.

Classificação étnica e racismo: 56ss

Identidade contrastiva é reterritorialização, aparece sobretudo em momentos de crise (e em


entrevistas o IBGE).

Na macumba, ou melhor, na linha cruzada, a noção de encruzilhada substituía a síntese mestiça,


propondo um outro equacionamento das diferenças entre as tradições religosas. A linha cruzada
constitui um território onde as diferentes linhas se cruzam sem a fusão numa síntese. Num paralelo,
vejo as diferentes tonalidade de cor de pele serem afirmadas sem que isso impeça que se constituam
territorios contrastivos de identidade étnica. Tanto na constituição do território religioso quanto na
afirmação de uma identidade étnica, recusa-se a fusão numa raça totalizadora, “a raça brasileira”,
como fusão das três raças: o branco, o negro e o índio. Afirmando as minuciosas diferenças
internas, as classes populares fazem estilhaçar o mito das três raças para jogarem na multiplicidade
que foge ao estigma ou no contraste que enfatiza o conflito, conforme as estratégias momentâneas.
Se isso for certo, o mito mestiço, como a aspiração nacionalista da umbanda têm um epsaço
social restrito onde vigoram de modo hegemônico: nas convicções das classes médias. (60-1).

O racismo sutil aparece para esses grupos como a verdade que substitui o mito da democracia
racial.

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