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teorias da comunicação
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COMUNICAÇÃO: VEREDAS Ano IV - Nº 04 - Novembro, 2005
RESUMO
Este ensaio faz uma análise das origens históricas dos estudos sobre
Comunicação, enfocando as relações entre conceitos fundamentais
utilizados nas Ciências Sociais (Sociologia) e os paradigmas que
fundamentam os Estudos da Comunicação, fomentando
considerações sobre as Teorias da Comunicação e o campo de estudo
da Comunicação Social.
ABSTRACT
This essay analyses the historical origins of Communication studies,
focusing on the relations among basic concepts used in Social
Sciences (Sociology) and the paradigms that fundament the
Communication Studies, fomenting considerations on
Communication Theories and Social Communication study fields.
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Introdução
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Um pouco de história
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Conceito de Comunicação
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Ainda assim, é possível citar definições como a de Breton & Proulx (1994),
que destacam a existência de quatro domínios de trabalho, que podem confundir-
se ou cruza-se nos estudos sobre comunicação: o primeiro é a própria prática da
comunicação, atividades jornalísticas, publicitárias, relações públicas e outros gêneros;
o segundo diz respeito ao estudo da comunicação como fenômeno social e humano;
o terceiro, aos aspectos técnicos de comunicação, às questões tecnológicas e de
planejamento físico que fazem as mídias funcionarem; e o quarto, pelos estudos da
realidade física e matemática do processo da comunicação.
Tendo como base o modelo de Lasswell, que entende que propõe que “[...]
uma forma adequada para se descrever um ato de comunicação é responder às
perguntas seguintes: quem – diz o quê - por meio de qual canal - para quem – com
que efeito”.(apud WOLF, 1999, p. 29); as tendências atuais da investigação da
comunicação também pode ser analisada a partir de temas, ou núcleos de interesses,
que trabalhem a partir dos estudos que enfocam a questão do receptor (ou da
recepção), e se preocupam com os efeitos imediatos das mensagens, tendo como
base as teorias conducionistas e/ou behevoristas; estudos dos conteúdos, que em
geral fazem uma análise do conteúdo dos veículos de comunicação em uma
perspectiva estruturalista; os trabalhos centrados na análise do emissor, que se
preocupam com a organização e as intenções das forças produtivas; os trabalhos
se preocupam com os meios de comunicação e valorizam as questões tecnológicas,
e as análises de causa-efeitos, que trabalham a partir de uma visão mais processual
da comunicação.
Igualmente não pode ser esquecida citada por Umberto Eco, que separa os
estudos de comunicação em Apocalípticos, aqueles que vem na cultura das mídias
(ou cultura de massa) a desintegração da cultura culta e do bom gosto, e
conseqüentemente uma a barbárie cultural e a degradação social; e Integrados, os
estudos que atribuem aos meios massivos as condições para a superação de diferenças
e desigualdades e a soberania do popular, em uma sociedade articulada e dinâmica.
No entanto, o desenvolvimento dos estudos em comunicação mostrou que
nem sempre essa separação era ideal ou mesmo suficiente.
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sentido, existe uma tendência a se considerar esse paradigama como a base para
estudos sobre informação, e não sobre comunicação.
Outro importante ponto de partida para os estudos da comunicação é o
Paradigma Lingüístico Semiótico, fundamentado nas teorias ligadas ao estudo
da mensagem.
O ponto inicial desses estudos ocorreu entre os anos de 1907 e 1911, na
Universidade de Genebra, quando Ferdinand de Saussure, um lingüista suíço propõe
a criação de uma ciência geral dos signos, da qual a Lingüística seria apenas uma
parte.
Saussure definindo como o objeto da Lingüística a própria língua, concentra
seus trabalhos exclusivamente da linguagem verbal. Roland Barthes dá seqüência
aos estudos desse autor, desenvolvendo a Semiologia, uma ciência cuja proposta
de estudo dos signos é fundamentada na noção de que compreender o significado
da mensagem não depende apenas das intenções de quem as transmite, mas das
regras que constituem os códigos sociais.
Na mesma época em que Saussure formulava seu pensamento sobre a
Lingüística, do outro lado do mundo, nos Estados Unidos da América, o cientista,
lógico, filósofo e matemático Charles Sanders Peirce, dava corpo à ciência dos
signos, batizada por ele de Semiótica5 , que tem como ponto de partida a noção de
que a própria vida humana é uma constante elaboração e re-elaboração de signos.
A partir dessa análise, o universo simbólico cria e reinterpreta a ordem social, dá
forma à ordem das coisas, permitindo aos indivíduos receber e reconhecer suas
regras: o que podem, quando podem e como podem ver e conhecer a sociedade e,
por extensão, a própria realidade.
A influência da Lingüística e da Semiologia é grande na França, que começou
a reagir ao domínio parcial da pesquisa em comunicação americana em 1960 com
a iniciativa do sociólogo Georges Friedmann na criação do Centro de Estudos das
Comunicações de Massa (CECMAS).
No entanto, logo os franceses desenvolveram novos estudos mais centrados
em uma visão estruturalista e em uma proposta de estudar as relações entre a
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e da análise estrutural6 , que são usados para entender como a cultura de massa
interfere nas estruturas sociais e na vida social e doméstica de grupos e indivíduos.
Enquanto as diversas correntes de estudiosos dos meios de comunicação de
massa dedicavam-se aos estudos do conteúdo das mensagens e da reação dos
receptores, no continente norte americano pesquisadores começam a trabalhar um
novo enfoque, voltados para a preocupação com os efeitos dos próprios meios de
comunicação como tecnologia.
O trabalho desenvolvido a partir do Paradigma Midiológico-Tecnológico,
um modelo histórico- técnico-evolucionista que entende que o desenvolvimento
humano é conseqüência ou está diretamente ligado ao domínio das ferramentas e a
seu desenvolvimento tecnológico, teve como pioneiro Harold Adams Innis, mas
sem dúvida o nome de maior destaque é Marshal McLuhan. Esse autor, um
canadense, historiador da economia, propõe-se entender como os meios de
comunicação se articulam no processo básico de construção da sociedade, partindo
do princípio que principal força da transformação cultural são as transformações
ocorridas nas tecnologias e, principalmente, nas tecnologias da comunicação.
O Paradigma Midiológico-Tecnológico focaliza a influência cultural e política
da mídia no nível de sua própria forma, independente dos conteúdos veiculados
(BRETON & PROULX, 2002, p. 176), e enfatiza a importância dos meios de
comunicação de massa na modernidade. Ainda que venha sendo amplamente
questionado, as grandes mudanças nos meios de comunicação de massa resultante
de transformações tecnológicas vêm despertando a atenção de vários pesquisadores.
Nomes como Alvin Toffler, Alan Swingewood, Daniel Bell e Edward Shils, entre
outros, têm se preocupado com o tema, embora, em alguns casos, não sejam
pesquisadores específicos da área de comunicação.
Enquanto os estudos sobre comunicação se desenvolviam no hemisfério norte,
na América Latina os limites da dependência cultural determinaram um lento avanço
no desenvolvimento dos estudos sobre comunicação.
Esses estudos, porém, tiveram seu ritmo acelerado a partir de 1960, implantado
pela UNESCO – com amplo apoio do governo Norte Americano, o Centro
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deve esquecer sua aplicação prática. Além disso, a aplicação prática deve ser
motivada pelo compromisso ético de contribuir com as políticas de comunicação e
com a qualidade de vida dos receptores. Um exemplo disso passa a ser o grande
número de pesquisas de recepção que funcionam como estratégias de ação, dando
origem ao que se convencionou chamar de Pesquisa-Ação.
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NOTAS
1
Nesse caso, é necessário fazer um recorte histórico, pois o modelo de democracia
da Grécia Antiga está distante dos padrões que atualmente consideramos democráticos.
Ainda assim, trata-se de um sistema diferenciado no mundo antigo quando predominava
a persuasão por meio da força.
2
O verbo comunicar vem do latim comunicare, cujo significado seria tornar comum,
partilhar, repartir, trocar opiniões, conferenciar (RABAÇA & BARBOSA, 1987).
3
Termo desenvolvido por Paul Lazersfeld, a Pesquisa Administrativa é uma estratégia
para introduzir ou localizar hipóteses que possam ser testadas empiricamente por
meio de estudos comparativos ou outros métodos de pesquisa, ou ainda, uma pesquisa
administrada por meio de questionários ou outros métodos de interrogação do receptor.
Pode também ser definida como uma abordagem dos estudos de comunicação que se
desenvolve por meio de uma relação direta com a prática e mantém relações de
dependência com as empresas. (TEMER, 2004, p. 57)
4
A expressão “indústria cultural” foi criada por Teodor Adorno com a intenção de
substituir a expressão “cultura de massa”, pois esta induz ao engodo que satisfaz aos
interesses dos detentores dos veículos de comunicação de massa. A indústria cultural
é a responsável pela produção cultural em série ou industrializada, ou seja, o produto
cultural industrializado ou produzido em “em massa”, mediante a utilização do uso de
técnicas de reprodução, por uma classe diferente daquela que vai consumir o produto.
5
Ainda que autores façam a distinção entre os termos semiologia e semiótica (a
semiologia seria o estudo dos signos lingüísticos, enquanto a semiótica seria o estudo
dos signos em geral) o uso de um ou de outro termo revela, sobretudo, as tendências
ou autores de referência, ou seja, os de filiação saussureana, com tendências
nitidamente lingüísticas, literárias; e os de filiação peirceana, com tendências lógico-
filosóficas-matemáticas.
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Um exemplo seriam estudos sobre a construção de mitos, a questão ideológica e
outros estudos que trabalhem a questão das relações estruturais dos símbolos como
construtores do sentido.
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O termo foi utilizado pela professora Maria Imaculatta Vasalo Lopes, em Pesquisa
em Comunicação. 3. ed. São Paulo: Loyola, 1997.
8
Para a filosofia grega, Paradigma é o ato e o fato de “fazer-se aparecer” ou
“representar-se de maneira exemplar” (POLISTUCHUK & TRINTA, 2003 p. 55).
Paradigmas são formas de organizar idéias, de estruturar maneiras de perceber o
conjunto, de afirmar identidades a partir de pontos em comum e reduzir complexidades;
Um paradigma, portanto, representa um ponto de partida, um direcionamento da análise
e da percepção.
REFERÊNCIAS
CITELLI, A. Linguagem e persuasão. 5. ed. São Paulo: Ática, 2001. (Série Princípios)
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A linguagem ficcional do cinema na
internet: a interação entre o usuário e o
computador na perspectiva das teorias da
Estética da Recepção
RESUMO
O presente trabalho tem por finalidade efetuar uma análise da
interação entre o usuário e o computador dentro das linhas gerais
da Estética da Recepção, no que diz respeito à visualização de
produtos audiovisuais por meio da internet. O texto traça as
principais abordagens desta teoria e também espera que nos estudos
dos efeitos da recepção de audiovisual pela internet esta nova opção
de veiculação de mensagens possa ter alguns de seus signos
identificados e analisados.
ABSTRACT
The present study has the purpose of analysing the interaction
between the user and the computer under the Aesthetic of Reception
general lines, referring to the audiovisual products’ visualization in
the Internet. The text draws up the main approaches of this theory
and also hopes that in the studies of the effects of audiovisual
reception by the Internet, this new option of messages propagation
can have some of its signs identified and analysed.
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Suely Fadul Villibor FLORY e A linguagem ficcional do cinema na internet: a interação entre o
Francisco MACHADO FILHO usuário e o computador na perspectiva das teorias
da Estética da Recepção
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