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Amâncio Oliveira
João Paulo Gundo
José Mário Luís
Rafael Hélder Martinho
Zulmira Gustavo
Universidade Licungo
Beira
2020
Abel Zumba
Amâncio Oliveira
João Paulo Gundo
José Mário Luís
Rafael Hélder Martinho
Zulmira Gustavo
Universidade Licungo
Beira
2020
Índice
1. Introdução............................................................................................................................3
2. A EDUCAÇÃO E LUTA CONTRA AS EXCLUSÕES: A EDUCAÇÃO DA RAPARIGA
COMO INSTRUMENTO DE EMANCIPAÇÃO E LUTA CONTRA AS EXCLUSÕES...........4
2.1. O Sistema de Educação em Moçambique.........................................................................4
2.2. O que é educação inclusiva?.............................................................................................6
2.3. Educação da rapariga como ferramenta de combate a exclusão.......................................7
2.4. As Acções do Governo Moçambicano para a Promoção do Acesso da Rapariga à
Educação......................................................................................................................................9
3. A DIVERSIDADE COMO FACTOR DE ENRIQUECIMENTO PESSOAL E SOCIAL. 11
3.1. Conceitos........................................................................................................................11
3.2. Diversidade Cultural nas escolas....................................................................................11
4. Conclusão...........................................................................................................................14
Bibliografia................................................................................................................................15
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1. Introdução
O presente trabalho, da cadeira de Tema Transversal IV, tem como principal objectivo
trazer reflexões acerca de dois temas de particular importância para o crescimento
académico, profissional e pessoal dos estudantes. O primeiro tema é referente a
educação e luta contra as exclusões. A educação da rapariga como instrumento de
emancipação e luta contra as exclusões, dentro do qual iremos falar sobre as
dificuldades que as mulheres, tidas como um género frágil, enfrentam as dificuldades
impostas no dia-a-dia, principalmente no quesito educação. Iremos ainda falar do
processo de educação para a emancipação da mulher no seio da nossa sociedade.
Não obstante a isso, iremos também falar sobre a diversidade como factor de
enriquecimento pessoal e social, ao longo do qual iremos aqui falar sobre o conceito de
diversidade, este que é entendido como um factor enriquecedor em qualquer esfera de
nossa sociedade. Não iremos nos esquecer também de falar sobre a forma com que a
educação formal e informal deverá encarar o factor diversidade, pois algumas pessoas
ainda o vêem como um motivo para gerar discórdia dentro de uma sociedade.
A educação é um aliado muito forte na redução do índice de pobreza, pois este pode
influenciar positivamente a produtividade de um país, determinando assim padrões de
vida e fazer com que diferentes países possam competir economicamente.
Nos países em que a educação ocupa o topo em termos de investimentos feitos pelo
Governo, os resultados não tardam chegar porque a qualidade do ensino faz com que
homens e mulheres se terem cada vez mais produtivos e fortemente engajados na luta
para o desenvolvimento do seu país. E, neste contexto, vários países têm vindo a
discutir formas cada vez mais eficazes para que a educação chegue a todos os cidadãos
e com qualidade. Moçambique é um dos países que tem vindo a elevar as discussões em
torno da educação de qualidade aos cidadãos e uma educação inclusiva.
Neste âmbito, o nosso país dispõe de vários instrumentos que promovem a educação,
dentre eles se destaca a Constituição da República de Moçambique que define a
educação como um direito de todo cidadão (Artigo 88.º) e como um caminho para a
unidade nacional, a erradicação da desigualdade social. (MAVULULA, 2011).
Como já dizíamos, a educação moçambicana sempre foi marcada pela exclusão, racial e
género, por isso, é importante que conheçamos um pouco a história da educação do
nosso país.
A presença portuguesa no território foi muito débil até ao século XIX, não se
verificando qualquer preocupação do estado português com a implementação de um
sistema de ensino.
A colonização efectiva de Moçambique é marcada por uma política profundamente
economicista, de realização de capital, baseada na exploração da mão-de-obra
“indígena”.
A partir desta data dá-se a separação entre o ensino dos brancos e o ensino dos negros e
a legislação impede o ensino das línguas nacionais moçambicanas, excepto como
recurso para o ensino da religião. O ensino passa a ser obrigatório e há um aumento no
número de missões e igrejas católicas, por oposição à diminuição e mesmo
discriminação da presença de outras religiões.
O ensino passa, nessa altura, a ser dividido entre Ensino Primário Elementar (para os
brancos e assimilados) e Ensino Primário Rudimentar. Este facto aponta para exclusão
no processo de ensino, tal exclusão estava directamente ligado ao racismo pesembora se
ache aqui maiôs de ligar ao facto da política colonial.
social mais aceitado pelos colonos, os assimilados. O saber ler, escrever e falar o
Português eram produtos duma instrução e posteriormente um caminho para a auto-
emancipação destes indivíduos.
Mais tarde, o novo governo (da FRELIMO) criou, assim, um sistema de ensino
igualitário e extensivo a toda a população (deixando de haver escolas para negros e
brancos, para rapazes e raparigas) e fez um grande esforço na construção de estruturas
que permitiram o acesso da maior parte da população à educação. No entanto, apesar da
explosão de matrículas verificada nos primeiros anos da independência, a percentagem
de alunos a frequentar o ensino primário vai diminuindo gradualmente e o abandono da
escola e o insucesso escolar vão atingindo valores cada vez mais elevados.
Um dos aspectos importantes a mencionar é que, além da educação colonial ser racista
sempre privilegiou os interesses do país colonizador e promoveu-se um sistema de
ensino desigual e excludente para os negros. Nesta fase, as questões de género
associadas à educação implicavam também mais factores de exclusão para as mulheres
indígenas, que por pertencerem ao género feminino viam os seus direitos de cidadania
restritos e o seu direito à educação limitado e desvalorizado, o que reflectia o retrocesso
a que o estado ditatorial português votou o desenvolvimento da igualdade de género e
das liberdades em geral, sobretudo em Portugal, mas também nas colónias de então.
Neste caso, a educação pode ser vista como uma ferramenta poderosa no combate a
exclusão e também ela pode expressar grande contributo na organização social e no
poder económico do país. Isto é, de acordo com esta visão, investir na educação não só
oferece aos cidadãos o conhecimento (científico), mas também ajuda ao cidadão a
munir-se de ferramentas que lhe vão abrir seus horizontes a fim de que este tenha um
pensamento crítico na sua forma de interpretar a sua sociedade e os mundos que este
indivíduo se sente inserido.
A educação é uma força capaz de dar ao indivíduo directrizes que lhe façam sentir
responsável, não só pela sua família originária, mas também pela sociedade em que ele
vive. Portanto, é importante perceber que, é a educação que faz com que os indivíduos
tenham capacidades de resolução dos problemas que a sociedade enfrenta no seu
quotidiano.
Como já nos referimos, a educação é o elemento que faz com que as sociedades sejam
diferentes. Por exemplo, a forma como os Governos dirigem seus países e a forma como
estes gerem os recursos existentes em seus países depende, em grande parte, do grau de
instrução que estes receberam quer seja pelos conhecimentos culturais, como também
do conhecimento que estes carregam sobre a governação. Tudo vai depende do grau de
instrução, ou seja, da educação que estes adquiriram durante a vida.
A educação pode tornar as sociedades num órgão que respeita os valores humanos e
outras num pacote fortemente preconceituosa. Sendo assim, nós encontramos nalgumas
sociedades a equidade e noutras uma total divisão de papéis sociais, isto é, uma
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sociedade em que uns tem direitos e outros vivendo só para cumprir deveres. Neste
caso, o elemento capaz de mudar uma sociedade é a educação.
Por mais que a visão exista, os Governos devem fazer esforço para que os objectivos
das políticas de educação seja efectivadas e colocadas no auge das necessidades do
povo e em particular do Governo porque o mundo está cada vez mais dependente dos
meios tecnológicos. A ser assim, é importante que os Governos compreendam a
necessidade de preparar seus concidadãos para o manuseamento destes meios.
A educação fez com que as mulheres deixassem de ser oprimidas e aos poucos foram
ganhando seu espaço no mundo da política, na economia e principalmente na
governação deste país.
Numa sociedade que se percebe cada vez mais multicultural, cuja “pluralidade de
culturas, etnias, religiões, visões de mundo e outras dimensões das identidades infiltra-
se, cada vez mais, nos diversos campos da vida contemporânea” (Moreira, 2001, p. 41)
o multiculturalismo surge como um conceito que permite questionar no interior do
currículo escolar e das práticas pedagógicas desenvolvidas, a “superioridade” dos
saberes gerais e universais sobre os saberes particulares e locais. A diversidade cultural
aumenta as nossas possibilidades de escolha, designada como fontes de
desenvolvimento, “entendido não somente em termos de crescimento económico, mas
também como meio de acesso a uma existência intelectual, afectiva, moral e espiritual
satisfatória”
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Disponível em <https://definicao.net/diversidade/>, acedido em 11 de Junho de 2020.
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As diferenças culturais são essenciais em todas as sociedades, pois são as diferenças que
fazem a diferença, é a diversidade que oferece oportunidade de conhecer o outro, de
respeitar, entender, analisar e estudar os conhecimentos culturais passados, na busca de
enriquecer as diversas culturas do presente.
Vale ressaltar que a escola quando não contempla as diferenças individuais e sociais
eticamente, essa assume uma postura antidemocrática que reduz a diversidade,
homogeneizando-a, desconsiderando de fato as características socioculturais próprias e
resultantes das vivências dos alunos.
2
Disponível em <https://ria.ua.pt/bitstream/10773/16372/1/Tese.pdf>
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Muitos autores consideram que a educação tem um papel duplo: primeiro, reproduzir
determinados aspectos da sociedade actual; segundo, preparar a transformação da
sociedade através dos alunos.
Os estabelecimentos de ensino poderão adoptar diferentes políticas educativas face à
diferenciação étnico-cultural, nomeadamente: políticas assimilacionistas em que se
pretende a homogeneização e procura-se eliminar as características que diferenciam os
grupos; as políticas multiculturais em que se promove o respeito pelas diversidades e
motiva-se a sua valorização; e por outro lado as políticas interculturais que visam o
inter-relacionamento entre indivíduos de diferentes culturas procurando que exista
compreensão pelo outro.
4. Conclusão
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https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/diversidade-cultural#21-A-IMPORTANCIA-
DAS-DIVERSAS-CULTURAS-NO-ENSINO-APRENDIZAGEM
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Terminado o trabalho, que teve como principal finalidade fazermos uma reflexão sobre
a educação e luta contra as exclusões: a educação da rapariga como instrumento de
emancipação e luta contra as exclusões, dentro do qual chegamos a conclusão de que a
maior preocupação de muitos governos é a educação da rapariga com vista a suplantar
as dificuldades que as mesmas têm enfrentado na actual sociedade. De salientar ainda
que a escola tem vindo a desempenhar um papel muito importante para que essa
iniciativa tenha sucesso.
Bibliografia
CHAMBAL, Luís Alfredo. As políticas de inclusão escolar em Moçambique e a
escolarização de alunos com deficiências: uma trajetória de pesquisa; Curitiba:
Universidade Católica do Paraná, 2011.