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ECONOMIA

POLÍTICA

Filipe Prado
Macedo da Silva
Revisão técnica:

Gustavo da Silva Santanna


Bacharel em Direito
Especialista em Direito Ambiental Nacional
e Internacional e em Direito Público
Mestre em Direito
Professor em cursos de graduação
e pós-graduação em Direito

S586e Silva, Filipe Prado Macedo da.


Economia política [ recurso eletrônico ] / Filipe Prado
Macedo da Silva, Ariel Dutra Birnkott, Jaíza Gomes Duarte
Lopes; [revisão técnica: Gustavo da Silva Santanna]. – Porto
Alegre: SAGAH, 2018.

ISBN 978-85-9502-408-3

1. Política econômica. I. Birnkott, Ariel Dutra. II. Lopes, Jaíza


Gomes Duarte. III.Título.

CDU 338.2

Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB -10/2147


Banco central
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Descrever o que é um banco central.


 Explicar as funções econômicas de um banco central.
 Discutir sobre a política monetária de um banco central.

Introdução
O banco central é uma instituição pública que administra o Sistema
Financeiro Nacional (SFN) de um país. Além disso, é o principal responsável
pela estabilidade da moeda, pelo equilíbrio dos preços e pela execução
da política monetária. Em poucas palavras, o banco central é o “banco dos
bancos” e do próprio governo. Atualmente, o banco central é uma das
instituições econômicas mais importantes em uma sociedade capitalista,
já que deve estabilizar a moeda nacional, manter o desemprego baixo
e prevenir a inflação.
Neste capítulo, você vai entender o que é um banco central e
quais são as suas funções econômicas. Por fim, vai ver como essa
instituição econômica executa a política monetária do governo central
(ou federal).

O que é um banco central?


Um banco central é uma instituição pública que administra a moeda de um
país ou grupo de países — como é o caso da União Europeia — e controla
a oferta de dinheiro, ou seja, a quantidade de dinheiro em circulação. Em
poucas palavras, o banco central é o “banco dos bancos” e do próprio governo.
2 Banco central

Foi na Suécia que surgiu o primeiro banco central do mundo, em 1668. Depois, surgiu
também no Reino Unido, em 1694. Na França, o banco central foi criado, em 1800, por
Napoleão Bonaparte. Já nos Estados Unidos, o banco central só surgiu em 1913. No
Brasil, o banco central foi criado em 1964. E, na atual zona do euro, o Banco Central
Europeu foi formado, em 1998, com o propósito de substituir os bancos centrais dos
países signatários da moeda europeia (CUKIERMAN, 1996).

Mas você sabe qual é o principal objetivo do banco central? Fundamental-


mente, o principal objetivo de muitos dos bancos centrais é a estabilidade da
moeda e, consequentemente, dos preços. O detalhe é que, em alguns países, os
bancos centrais também são obrigados por lei a agir em prol do pleno emprego.
Em suma, o banco central contemporâneo deve estabilizar a moeda nacional,
manter o desemprego baixo e prevenir a inflação.
Hoje, existe um grande debate sobre a independência do banco central
em executar esses objetivos. Isso porque, em alguns países, o banco central
é influenciado pelas autoridades políticas, que manipulam os dados econô-
micos e as políticas monetárias para atingir determinado objetivo político.
Ou seja, em termos práticos, os bancos centrais podem tomar decisões não
técnicas, afastando-se da razão econômica ou do pragmatismo econômico
(MENDONÇA, 2000).
Nesse contexto, uma das principais ferramentas de qualquer banco central
é estabelecer as taxas de juros — ou seja, o “custo do dinheiro” — como
parte da execução de sua política monetária. Em termos práticos, é impor-
tante observar que um banco central não é um banco comercial. Assim,
um agente econômico não pode abrir uma conta em um banco central ou
solicitar um empréstimo.
Por ser, geralmente, um órgão público, o banco central não é motivado pelo
lucro, mas por interesses mais políticos e técnicos. Assim, o banco central é
uma autoridade governamental (com objetivos políticos) que guia a economia
nacional (com objetivos técnicos e econômicos) de forma autônoma e inde-
pendente. Em outras palavras, o banco central está alinhado aos objetivos da
política econômica do país e do governo, entretanto está (ou deve estar) livre
de influência política nas operações do dia a dia.
Essa linha tênue entre a função política e a função técnica-econômica
deve-se ao fato de que, na maioria dos bancos centrais pelo mundo, o seu
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presidente (ou diretor) é nomeado pelas autoridades políticas — em geral,


o presidente do país ou o ministro de economia, finanças ou fazenda. Além
disso, em muitos países, ao ser nomeado o presidente (ou o diretor) do banco
central, o órgão legislativo nacional é responsável por aprovar o nome, na
maioria das vezes submetendo-o a uma sabatina técnica e política.
Fundamentalmente, o banco central é responsável pela política monetária
do país. Mas um banco central contemporâneo pode ainda acumular uma
ampla gama de tarefas, além da política monetária. Portanto, somam-se à
gestão monetária do país mais duas atividades principais:

 a regulamentação e a fiscalização do SFN;


 outros serviços financeiros de suporte aos agentes econômicos, como
pesquisas econômicas.

Com relação à política monetária, os bancos centrais afetam diretamente


o crescimento e o desenvolvimento econômico ao controlar a liquidez do
sistema financeiro. De maneira resumida, os bancos centrais possuem três
ferramentas de política monetária (CUKIERMAN, 1996):

1. as reservas compulsórias, que eles controlam a fim de monitorar quanto


os bancos possuem para emprestar;
2. as operações de mercado aberto para a compra e a venda de títulos
públicos ou de bancos membros, com o intuito de colocar ou retirar
moeda do mercado;
3. as taxas de juros, que são fixadas a fim de guiar o “custo” dos em-
préstimos, hipotecas, financiamentos e títulos da economia em geral.

Como você deve imaginar, executar a política monetária não é uma tarefa
fácil para os bancos centrais. Isso ocorre até porque suas atividades pos-
suem efeitos internos (ou nacionais), mas as economias sofrem um conjunto
variado de efeitos adversos externos, ou seja, efeitos que são produzidos no
exterior e que afetam a economia nacional. Muitas vezes, os efeitos da gestão
monetária levam meses para fluir pela economia. Atualmente, o foco das
políticas monetárias é sempre o controle da inflação — que é vista como
uma “praga” econômica.
Já a regulamentação e a fiscalização do SFN impõem aos bancos centrais
a difícil tarefa de evitar que a economia seja afetada por riscos adversos que
produzam “efeitos negativos em cadeia” no sistema financeiro. Basicamente,
isso envolve monitorar as atividades das instituições financeiras, com o
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intuito de garantir a estabilidade financeira e proteger os fundos dos depo-


sitantes. Além disso, os bancos centrais monitoram as “falhas” do mercado
a fim de antecipar possíveis crises financeiras (e bancárias).
Por fim, os bancos centrais fornecem serviços financeiros de suporte
aos agentes econômicos, sobretudo para as instituições financeiras e o
governo nacional. Por exemplo, os bancos centrais normalmente cuidam
das moedas estrangeiras, armazenando-as para controlar o fluxo financeiro
para o exterior e as relações de câmbio com elas. Além disso, é comum os
bancos centrais produzirem estatísticas financeiras da economia, a partir
de pesquisas econômicas sobre o comportamento da atividade produtiva,
dos depósitos, do crédito e do financiamento, da inflação, entre outros
(KISHTAINY et al., 2013).

Banco Central do Brasil


O Banco Central do Brasil (BCB) foi criado em 1964, pela Lei nº. 4.595. O
BCB surgiu no pacote de reformas financeiras executadas pelo governo militar
que, naquele momento, ocupava o poder central no Brasil. Foi estabelecido
que o BCB seria, e ainda é, uma autarquia federal, vinculada ao Ministério
da Fazenda — que é a “pasta” do governo federal responsável por administrar
a economia e as finanças do país.
Dentro do SFN brasileiro, o BCB tem o escopo de executar as orientações
do Conselho Monetário Nacional (CMN). Acompanhando a tendência mundial,
o BCB administra a política monetária, a política cambial, a política de crédito
e as relações financeiras com o exterior. Além do mais, exerce a regulação e a
supervisão do SFN, além de administrar o Sistema de Pagamentos Brasileiro
(SPB) e os serviços do meio circulante (SANDRONI, 2005).
Nesse sentido, o BCB tem a missão de assegurar a estabilidade do poder
de compra da moeda nacional e um sistema financeiro sólido e eficiente
(SANDRONI, 2005). Para isso, a sede do BCB está em Brasília, a capital
política do país. A ideia, portanto, é manter uma comunicação transpa-
rente e permanente com as demais autoridades políticas e econômicas do
governo federal. Em síntese, o BCB opera nos moldes dos bancos centrais
internacionais e em conformidade com as normativas e as recomendações
internacionais.
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No Brasil, o BCB administra o SPB. Mas você sabe o que é o SPB? Segundo informações
do próprio BCB (BANCO CENTRAL DO BRASIL, c2018), o SPB compreende as instituições
financeiras, os sistemas (reais e eletrônicos) e os procedimentos relacionados com o
processo, o processamento e a liquidação das operações de transferência de fundos,
de operações com moeda estrangeira ou com ativos financeiros e valores mobiliários.
Em poucas palavras, é tudo o que envolve, de ponta a ponta, as transações financeiras
e, consequentemente, as comunicações entre os agentes econômicos e as instituições
financeiras.
Assim, são integrantes do SPB os serviços de compensação de cheques, de com-
pensação e liquidação de ordens eletrônicas de débito e crédito, de transferência de
fundos e outros ativos financeiros, de compensação e de liquidação de operações com
títulos e valores mobiliários, de compensação e de liquidação de operações realizadas
em bolsas de mercadorias e de futuros, e outros, chamados de entidades operadoras
de Infraestruturas de Mercado Financeiro (IMF) (BANCO CENTRAL DO BRASIL, c2018).

Funções econômicas de um banco central


Como você viu anteriormente, os bancos centrais possuem diversas funções econô-
micas. Essas funções podem variar de país para país — mas, em geral, referem-se
ao controle da quantidade de moeda na economia e à estabilidade de preços.
No caso brasileiro, o BCB tem diversas atribuições ou funções econômicas,
entre as quais você pode considerar:

 emitir papel-moeda e moeda metálica;


 executar os serviços do meio circulante;
 exercer o controle de crédito;
 receber recolhimentos compulsórios e voluntários das instituições
financeiras;
 realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições
financeiras;
 regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros
papéis;
 efetuar operações de compra e venda de títulos públicos federais;
 exercer a fiscalização das instituições financeiras;
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 autorizar o funcionamento das instituições financeiras;


 estabelecer as condições para o exercício de quaisquer cargos de direção
nas instituições financeiras;
 vigiar a interferência de outras empresas nos mercados financeiros e
de capitais;
 controlar o fluxo de capitais estrangeiros no País.

A seguir, você vai ver cada uma dessas funções.


A mais clássica das funções econômicas que o BCB possui é a de emitir
papel-moeda e moeda metálica. Em outras palavras, o BCB é responsável
por controlar o “volume de moeda física” no País. Assim, ele fornece o
numerário necessário para que as instituições bancárias atendam a socie-
dade em geral — pessoas físicas e jurídicas. No Brasil, o BCB controla a
emissão do papel-moeda e da moeda metálica, mas quem imprime é a Casa
da Moeda do Brasil.
Outra função econômica do BCB é a execução dos serviços do meio circu-
lante. Ou seja, o BCB gerencia o ciclo do numerário na economia brasileira. Em
poucas palavras, ele efetua a supervisão do numerário por meio de fiscalizações
“nas instituições custodiantes” — no caso brasileiro, o Banco do Brasil.
Além disso, o BCB exerce o controle de crédito na economia brasileira.
Isso quer dizer que ele é o órgão responsável por controlar o fluxo de crédito
disponível no País para empréstimos e financiamentos. Para isso, utiliza os
instrumentos de política monetária a fim de fazer com o crédito seja ora
expansionista, ora contracionista — conforme as demandas da política eco-
nômica do governo. Assim, somente o BCB tem os instrumentos adequados
para controlar a oferta de crédito no Brasil.
Paralelamente, o BCB cuida dos recolhimentos compulsórios e voluntários
das instituições financeiras do SFN. Assim, o BCB é o custodiante nacional
das reservas bancárias obrigatórias e voluntárias.
Nesse contexto, o BCB é o único órgão do SFN que pode realizar operações
de redesconto e empréstimos às instituições financeiras. Mesmo quando as
instituições financeiras bancárias realizam empréstimos entre si, por meio
do “interbancário”, o BCB é o responsável por autorizar e supervisionar tal
operação, para manter o equilíbrio do SFN (SANDRONI, 2005).
O BCB também regula a execução dos serviços de compensação de
cheques e outros papéis do SFN. A execução da compensação segue os
parâmetros de comunicação e as normativas estabelecidas pelo BCB. Essa
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atividade é fundamental para dar transparência e confiabilidade às transações


realizadas pelos agentes econômicos nas mais diferentes instituições finan-
ceiras. Essa compensação de cheques e de outros papéis entre instituições
financeiras é determinante para o funcionamento do SFN.
Também é função econômica do BCB efetuar as operações do mercado
aberto (ou open market), que são a compra e a venda de títulos públicos
federais. É importante você notar que o governo federal se financia por
meio de títulos da dívida pública federal — o que significa “pegar dinheiro
emprestado na sociedade”. E, na prática, quem executa essa “mesa de ope-
rações” para o governo federal é o BCB.
Outra função clássica e muito importante dos bancos centrais, e que o BCB
também exerce no Brasil, é a autorização para o funcionamento e a fiscalização
(continuada) das operações das instituições financeiras. Assim, o BCB tem
a “tutela” das instituições financeiras — bancárias e não bancárias — que
operam nos mercados de moeda, de crédito, de capitais e de câmbio.
Além dessas duas funções — de autorização para funcionamento e de
fiscalização —, o BCB também monitora e estabelece as condições (mínimas
necessárias) para o exercício de quaisquer cargos de direção nas instituições
financeiras que operam no Brasil. Logo, o BCB tem o poder legal para retirar
e/ou proibir que pessoas físicas sem condições ocupem os cargos de direção
nas instituições financeiras e coloquem-nas em risco operacional.
O BCB vigia ainda a interferência de outras empresas nos mercados finan-
ceiros e de capitais. Ou seja, juntamente com a Comissão de Valores Mobiliários
(CVM), o BCB tem o papel de “xerife” no que tange ao cumprimento das
normas legais, de concorrência, de transparência e de operacionalização dos
mercados financeiros e de capitais. O BCB protege o mercado contra fraudes,
informações privilegiadas e esquemas de corrupção financeira.
Por fim, o BCB tem a função financeira de controlar os fluxos de capitais
estrangeiros que saem e que acessam o País, sejam eles para investimentos
diretos ou para investimentos especulativos. O fato é que o BCB, em razão de
o real ser uma “moeda legal”, tem o controle sobre as moedas estrangeiras que
entram e que saem do País — o que significa fiscalizar os bancos de câmbio
ou as casas de câmbio.
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No Brasil, o real (R$) é considerado uma “moeda legal”. Mas você sabe o que é uma
moeda legal? A moeda legal é aquela emitida pelas autoridades monetárias de um
país e que circula com curso forçado, isto é, por força de lei, e não pode ser recusada
para efetuar pagamentos. No caso brasileiro, a lei impede que outra moeda (estrangeira)
seja usada para liquidar operações no País. E isso faz com que o real seja utilizado
cotidianamente pelos agentes econômicos.

Política monetária de um banco central


A política monetária se refere à atuação do governo sobre a quantidade de
moeda, de crédito e de taxas de juros. Atualmente, a política monetária é uma
das formas mais utilizadas pelos governos para intervir na economia e alcançar
os objetivos macroeconômicos (VASCONCELLOS, 2009). Nas economias
modernas, quem executa a política monetária é o banco central do país.
Nesse sentido, as autoridades políticas estabelecem as metas macroeco-
nômicas, que são cotidianamente executadas pelo banco central e por auto-
ridades monetárias indicadas pelas autoridades políticas. Ou seja, a política
monetária combina elementos políticos e elementos técnico-econômicos.
Em termos práticos, os técnicos e os analistas do BCB, por exemplo, são os
que executam os grandes objetivos da política monetária determinada pelas
autoridades políticas.
Atualmente, a política monetária pode ser definida como o controle
da oferta de moeda e das taxas de juros. O objetivo sempre é defender
a estabilidade da moeda e dos preços, evitando que a inflação destrua a
confiabilidade na moeda e, logo, o seu poder de compra. Nesse sentido,
o controle da liquidez do sistema econômico pode ser expansionista ou
contracionista (CUKIERMAN, 1996).
Em uma política monetária expansionista, a quantidade de moeda em
circulação é aumentada e o crédito “barateado”, com o objetivo de aquecer
a demanda e promover o crescimento econômico. Enquanto isso, na política
monetária contracionista, a quantidade de moeda em circulação é diminuída (ou
mantida estável) e o crédito fica mais custoso, com o propósito de desaquecer
a economia e evitar o aumento dos preços (ou a inflação) (SANDRONI, 2005;
VASCONCELLOS, 2009).
Banco central 9

A escolha da política monetária depende dos projetos políticos das autoridades


políticas, e não somente das recomendações dadas pelas autoridades monetárias.

No Brasil, basicamente, o BCB dispõe de cinco instrumentos para con-


cretizar a política monetária. Esses instrumentos são algumas das funções
econômicas:

 controle ao crédito;
 reservas compulsórias ou taxa de reserva, que é o percentual sobre
os depósitos que as instituições bancárias devem reter junto ao BCB;
 compra e venda de títulos públicos (open market);
 redescontos, que são empréstimo do BCB para as instituições bancárias;
 definição da taxa de juros.

No controle ao crédito, o BCB tem instrumentos técnicos para incentivar


ou restringir o crédito — para empréstimos ou financiamentos — sobre alguns
setores da economia. Em termos práticos, o controle pode ser do volume e/ou
do preço do crédito disponível. Por exemplo, se o governo deseja expandir a
indústria da tecnologia, poderá criar incentivos para a concessão de créditos
aos empreendimentos que já funcionam e para o surgimento de novos negócios
digitais. Já se o BCB deseja restringir o consumo de determinado segmento
da economia, utiliza instrumentos que restrinjam o acesso ao crédito desse
segmento econômico. Em síntese, o BCB poderá arbitrar condições de crédito
diferenciadas.
As reservas compulsórias ou taxas de reserva são parte dos depósitos que as
instituições bancárias devem reter junto ao BCB. Essa ferramenta de política
monetária tem o propósito de aumentar ou reduzir o poder que as instituições
bancárias — como os bancos múltiplos e os bancos comerciais — possuem
de multiplicar a moeda em circulação. É importante você observar que as
instituições bancárias multiplicam a moeda mediante os empréstimos — que
podem aumentar ou reduzir a liquidez da economia. Logo, quanto maior a
taxa de reserva do BCB, menor será a capacidade das instituições bancárias
de emprestarem e vice-versa.
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Na compra e venda de títulos públicos, o BCB pode colocar e tirar mo-


eda da economia com a operação de títulos públicos, que são considerados
investimentos de médio e longo prazos. Nesse contexto, ao comprar títulos
públicos, o BCB coloca no mercado mais moeda em circulação, gerando
uma política monetária expansionista. Já se o BCB vende títulos públicos ao
mercado, ele retira moeda de circulação, executando uma política monetária
contracionista (SANDRONI, 2005).
No caso dos redescontos, o BCB realiza operações de empréstimos com
as instituições bancárias. Essas operações de empréstimos possuem um
custo, que é a taxa de redesconto. Assim, o BCB funciona como o “banco
dos bancos”, com a finalidade de atender às necessidades momentâneas de
caixa, em geral no curto prazo. Se a taxa do redesconto é baixa e o prazo
de pagamento é longo, as instituições bancárias podem se expor a riscos
maiores, aumentando os empréstimos e a quantidade de moeda em circu-
lação. Nesse caso, seria uma política monetária expansionista. Agora, se a
taxa do redesconto é alta e o prazo de pagamento é curto, as instituições
bancárias não podem se expor a riscos, diminuindo os empréstimos e a
quantidade de moeda em circulação. Nessa situação, seria uma política
monetária contracionista.
Finalmente, a definição da taxa de juros, por meio do Comitê de Política
Monetária (COPOM), permite que o BCB regule o custo do dinheiro na
economia brasileira. Na prática, a taxa de juros tem efeito direto sobre a pou-
pança — influenciando a remuneração do capital — e sobre os investimentos
— influenciando o custo do capital (VASCONCELLOS, 2009).
Se o foco do BCB for uma política monetária contracionista, a elevação
da taxa de juros reduzirá a liquidez da economia. Ou seja, ela diminuirá a
quantidade de moeda em circulação ao estimular a poupança com melhores
rendimentos (para poupadores) e elevar os custos dos investimentos (para
as empresas). Ao contrário, se o foco for uma política monetária expansio-
nista, a redução da taxa de juros elevará a liquidez da economia, ou seja,
aumentará a quantidade de moeda em circulação. Nesse caso, acontecerá
o estímulo do consumo (dos tomadores de crédito) e dos investimentos
(para empresas).
Banco central 11

BANCO CENTRAL DO BRASIL. Visão geral do sistema de pagamentos brasileiro. Brasília,


DF, c2018. Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/htms/novaPaginaSPB/VisaoGe-
ralDoSPB.asp>. Acesso em: 20 jan. 2018.
CUKIERMAN, A. A economia do Banco Central. Revista Brasileira de Economia, Rio de
Janeiro, v. 50, n. 4, p. 389-426, out./dez. 1996.
KISHTAINY, N. et al. O livro da economia. São Paulo: Globo, 2013.
MENDONÇA, H. F. A teoria da independência do Banco Central: uma interpretação
crítica. Estudos Econômicos, São Paulo, v. 30, n. 1, p. 101-127, jan.-mar. 2000.
SANDRONI, P. Dicionário de economia do século XXI. 2. ed. Rio de Janeiro: Record, 2005.
VASCONCELLOS, M. A. S. Economia: micro e macro. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

Leituras recomendadas
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Organograma. Brasília, DF, c2018. Disponível em: <http://
www.bcb.gov.br/Adm/sobre/port/organograma.asp>. Acesso em: 20 jan. 2018.
BRASIL. Lei nº. 4.595, de 31 de dezembro de 1964. Brasília, DF, 1964. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4595.htm>. Acesso em: 20 jan. 2018.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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