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Arte Romana
" O Império Romano é a civilização helenística (Designa-se por Período helenístico (do grego
hellenizein, "falar grego", "viver como os gregos") o período histórico que decorre entre a morte
de Alexandre Magno em 323 a.C. e a conquista do Antigo Egipto em 30 a.C. pelos romanos.
Caracteriza-se pela difusão da civilização grega numa vasta área que se estendia do
Mediterrâneo oriental até asa Ásia Central. De modo geral, o helenismo foi a concretização de
um ideal de Alexandre: o de levar e difundir a cultura grega aos territórios que conquistava), nas
mãos brutais de um aparelho de Estado de origem italiana. Em Roma, a civilização, a cultura, a
arte e a própria religião são quase completamente oriundos dos Gregos, ao longo de meio
milénio de aculturação; desde a sua fundação, Roma, poderosa cidade etrusca, não era menos
helenizada que as outras cidades da Etrúria. Se o alto aparelho de Estado, Imperador e Senado,
permaneceram, no essencial, estranhos ao helenismo, em contrapartida, o segundo nível
institucional, o da vida municipal (o Império Romano formava um corpo cujo células vivas
eram milhares de cidades autónomas), era inteiramente grego. Desde o século II antes da nossa
era, a vida de uma cidade do Ocidente latino era idêntica à de uma cidade da metade oriental do
império. E, fundamentalmente, era esta vida municipal, completamente helenizada, que servia
de quadro á vida privada [e quotidiana].
Roma é um povo que teve por cultura a de outro povo, a Grécia. A vontade de poder da classe
dirigente romana era tão grande que se apoderava dos valores estrangeiros como se de um
despojo de guerra se tratasse; nunca receou perder a sua identidade nacional, nem despojar-se da
sua herança cultural; não foi xenófoba nem integrista. É por tais traços que os grandes povos se
reconhecem. "
O TEMPO_ O séc. I a.C./ d.C., o século de Augusto
A modernização do seu sistema jurídico, que foi durante séculos a principal fonte de
organização administrativa e judicial da Igreja e dos estados europeus
O ecletismo (gosta de coisas e pessoas de natureza bastante diversa) da sua cultura, da matriz
helenística, associada a uma síntese original de influências múltiplas
O mundanismo (não virtuoso, dado aos prazeres do mundo) das suas elites sociais, em
contraste com o esclavagismo (é um sistema económico-social que admite como natural a
existência de escravos, cujo trabalho explora massivamente com mão de obra gratuita; estrato
social mais pobre, os escravos) e as duras condições de vida da plebe (estrato social da Antiga
Roma a que pertenciam os homens livres, não nobres e com menores posses económicas, e
abaixo destes encontravam-se os escravos)
A superioridade da sua civilização material que rasgou estradas, construiu cidades, levantou
pontes e aquedutos, desbravou florestas, arroteou campos e fundou indústrias, escolarizou e
pacificou, numa gigantesca tarefa civilizacional a que modestamente demos o nome de
romanização (acto de aculturação exercido por Roma sobre os diferentes povos do seu
império, o latim materializava esta aculturação).
No século V e IV a.C. é iniciada a republica (regime politico em que o poder, embora repouse
no povo, é exercido por magistrados que o povo elege por períodos limitados de tempo),
conquistou aqui a península Itálica, nos séculos III e II a.C. conquistaram o mediterrâneo
ocidental, a Península Ibérica e o norte de África. Durante séculos, Roma exerceu o seu poder e
teve a capacidade de se expandir de forma estrondosa. Todo o mediterrâneo se transformou num
“lago romano” – o mare nostrum - como Roma gostava de lhe chamar, tornando-se este o centro
das extensas redes comerciais que uniam todas as áreas do império.
Fruto de uma longa evolução, características como domínio, centralização, lei, ordem,
prosperidade económica e material, civilidade…atingiram o seu auge entre meados do séc. I
a.C. e do séc. I d.C., a época de ouro da Civilização Romana. Esse período coincide em
grande parte com o governo de Octávio César Augusto (BIOGRAFIA), cuja acção se
manifestou a vários níveis:
-no plano militar - restabeleceu a ordem e a disciplina após a anarquia e guerra civil
dos últimos tempos da República; prosseguiu com as conquistas e pacificou as províncias,
estendendo sobre elas a pax romana (estado de paz e prosperidade vivido no império romano
desde o séc. I a.C. até II d.C.)
-no plano político - reformou o aparelho administrativo central e provincial, reforçando
os poderes do imperador ao criar novos órgãos de apoio (Conselho Imperial, Guarda Pretoriana
e novo corpo de funcionários dele dependente) e reduzindo os poderes do Senado, das
magistraturas e dos comícios;
-no plano social - apaziguou as lutas sociais, reordenando a população com base na
igualdade (teórica) perante a lei, para os cidadãos livres, e fazendo recair sobre o montante do
imposto pago (censo que Augusto tornou obrigatório) a possibilidade de se ser eleito para os
cargos públicos e políticos, como o Senado e magistraturas. Com estas medidas, garantiu a
coesão do corpo social, hierarquizando-o, tendo-o a ele e à sua família no cimo desta
hierarquia;
-no plano cultural – César Augusto, formado na tradição helenística, e amante das
letras e das artes, usou a prosperidade económica da época para proteger poetas, escritores,
historiadores, intelectuais e artistas, atraindo-os á sua corte e subsidiando as suas obras (início
do mecenatismo, actividade cujo nome deriva de um dos mais fiéis conselheiros de Augusto -
Mecenas); patrocinou numerosas obras públicas como estradas, aquedutos, pontes e termas.
Muniu-se de arquitectos e artesãos gregos para reformar ou construir templos, teatros,
mausoléus (casas dos mortos), arcos do triunfo, entre outros, e ainda para construir um novo
fórum dedicado a ele - o Forum Augustum; construiu e equipou bibliotecas públicas e fundou
escolas;
-no plano religioso - preocupou-se em restabelecer a religião tradicional, ligando-a ao
culto do Imperador de Roma. (esta deposição do poder religioso nas suas mãos permitiu-lhe
fiscalizar os sacerdotes e obter a capacidade de interpretar as vontades dos deuses).
Com tudo isto, César Augusto não só conseguiu manter o império governado e unido com paz e
prosperidade, como criou, na sua pessoa e no aparelho central que dele dependia, uma espécie
de identidade cultural inter-regional capaz de integrar as diversidades geográficas, étnicas e
culturais das terras conquistadas.
O povo romano foi mais soldado que poeta, mais politico que artista, mais homem de negócios
que intelectual ou pensador
Foi assim uma arte influenciada por estas características: monumental, funcional e prática, ao
serviço do estado e do império, para a glória dos homens. Não se lhe reconhece certamente o
sentido estético e a harmonia decorativa dos Gregos, contudo foi mais adaptável e variada e
demonstrou grande originalidade técnica e de concepção.
A partir do século III da nossa era, o império romano começou a dar indícios de decadência.
Nos finais do século IV d.C., muito abalado interna e externamente por inúmeros problemas de
ordem político-militar e económico-social, dividiu-se definitivamente em império Romano do
Ocidente (com capital em Roma) e Império romano do oriente (com centro e bizâncio, ex-
constantinopla). Em 476 d.C. o império do ocidente desfez-se sob a pressão dos grupos bárbaros
germânicos, dando inicio a uma nova etapa na história do ocidente: a Idade Média.
Roma, uma humilde aldeia, surgiu como cidade no séc. VIII a.C. com a união dos
Latinos do Monte Palatino aos Sabinos do Monte Quirinal, formando um núcleo urbano forte.
Desde aí e até ao séc. IV d.C. o seu crescimento acompanhou o crescimento político e
económico do seu povo e a prodigiosa construção do gigantesco império, do qual Roma foi o
centro. Dominando, pela sua posição central, o Mediterrâneo, Roma tornou-se o ponto de
partida e de chegada das rotas terrestres e marítimas que uniam todas as partes do Império,
possibilitando a circulação e intercâmbio de gentes, produtos e notícias veiculadas por políticos,
soldados, comerciantes, colonos, escritores, artistas, entre outros (calcula-se que no tempo de
Júlio César séc. I a.C. a sua população tivesse já ultrapassado 1 milhão de pessoas).
Por todas estas razões o Estado Romano teve sempre grande preocupação com a
qualidade de vida da cidade e do seu espaço físico, construindo vias e praças, aquedutos para o
abastecimento de água, estabelecendo regras construtivas para os edifícios civis e públicos e
embelezando-a com monumentos e peças de estatuária que lhe dessem a imponência e o fausto
necessários ao poder e ao domínio que a cidade exercia.
Capital de tão vasto império, a Urbe ou cidade (de Roma), cresceu de uma forma
cosmopolita, sendo um exemplo para inúmeras cidades do império, em todas as regiões ou
províncias:
- Foi um exemplo a nível administrativo e civilizacional, tendo os romanos efectuado
um rápido processo de aculturação das populações, conseguido pelo método de transformar as
cidades das várias províncias do império, nas sedes do seu governo; assim em Itália e nas
províncias, as cidades, com estatutos jurídicos muito diferenciados (municípios, colónias…),
foram as sedes da administração regional e estruturavam-se internamente usando como modelo
as instituições e órgãos governativos da cidade de Roma (com o seu senado, a sua cúria [Lugar
de reunião do senado romano], a sua basílica…).
- Também a nível urbanístico pois o modelo urbano romano foi também adoptado nas
cidades novas, em toda a parte do império e inspirou as reformas e melhoramentos urbanos
feitos em muitas outras cidades já preexistentes. Os romanos foram grandes fundadores de
cidades – o urbanismo consistiu-se numa das marcas distintivas da civilização romana.
Como assembleia política, o Senado foi a mais velha instituição do Estado Romano,
tendo existido desde a monarquia até finais do Império.
Durante a República (510-27 a.C.), foi o órgão principal da vida política romana.
Inicialmente possuía funções meramente consultivas, mas com o passar do tempo começou a
dominar todos os assuntos da vida pública com carácter deliberativo e normativo. Cabia-lhe,
como funções ordinárias, a política externa, as decisões de guerra e paz, a gestão das festas e
solenidades religiosas, a administração das finanças e a tomada de medidas relativas à ordem
pública; como funções extraordinárias, podia ainda declarar o estado de sítio, suspender os
tribunais, intervir no governo das províncias e na gestão do exército, preparar as leis que os
comícios deviam votar, entre outras. Tal amplitude de funções, em conjunto com o prestígio dos
senadores fez das reuniões do Senado, na Cúria (local de reunião do senado), o palco quotidiano
da vida política do império durante a República, onde a arma principal de convencimento era a
palavra, a Retórica, ou arte de bem falar, importante factor no sucesso dos oradores e na
condução das discussões e votações.