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I Encontro de História do CAHL

Centro de Artes, Humanidades e Letras, Quarteirão Leite Alves, Cachoeira-BA


18 a 21 de outubro de 2010

Futebol, Poder e Política1

Lucas Santos Café2

A Revolução Industrial e posteriormente a instauração hegemônica das


relações capitalistas acabaram por diluir as antigas formas de socialização
existentes entre as camadas populares da Europa. Nesse sentido, a população
procurou formular novos hábitos de socialização e novos espaços de
convivência, onde pudessem compartilhar suas experiências e suas práticas
cotidianas. Segundo Edward Thompson, a Revolução Industrial alterou
drasticamente a relação que as pessoas tinham com o tempo e com o trabalho,
e estas mudanças interferiram diretamente nas práticas sociais e na vida
cotidiana das pessoas, principalmente nas práticas do lazer 3.
Na passagem do século XIX para o XX, momento da consolidação do
sistema capitalista de produção e da proliferação das idéias liberais, o mundo
sofria os efeitos da Revolução Científico-Tecnológica que alterou as relações
sociais e o cotidiano das pessoas de forma nunca vista antes 4. Para Nicolau
Sevcenko, essas transformações drásticas na vida das populações foram fruto
da Segunda Revolução Industrial, aconteceram não apenas no Brasil, mas em
todo o mundo, concentrando-se entre a última década do século XIX e as
primeiras do século XX5.
Nesse momento, segunda metade do século XIX, o futebol era um
esporte praticado pelas elites nas universidades e nos clubes da Inglaterra, e
também já era considerado um vício entre as camadas populares. Segundo
1
Texto produzido para a Revista de divulgação do LEHRB, e adaptado
para o I Encontro de História do CAHL em outubro de 2010.
2
Graduado em História pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.
3
Ver melhor em THOMPSON, Edward. “Tempo, disciplina de trabalho e
capitalismo industrial”. In: Costumes em comum: Estudos sobre a cultura
popular tradicional. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. p. 267 -
304.
4
Ver melhor em SEVCENKO, Nicolau. “Introdução. O prelúdio
republicano, astúcias da ordem e ilusões do progresso”. In: (org)
SEVCENKO, Nicolau. História da vida privada do Brasil 3: República: da Belle
Époque à Era do Rádio. São Paulo: Editora Schwarcz, 1998. p. 7 - 48.
5
Idem.
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Galeano, “(...) nos tempos da rainha Vitória, o futebol já era unânime não só
como vício plebeu, mas também como virtude aristocrática”6. Para os
populares, ele aparecia como um espaço de integração social, identidade e
solidariedade coletiva, pois possibilitava a criação de novas relações de
parentesco7. Segundo a interpretação de Eduardo Galeano sobre o futebol na
Inglaterra na segunda metade do século XIX, havia um considerado oficial,
legislado, praticado nas universidades, que era feito para as elites e excluía a
participação de pobres; e havia outro popular, praticado pelas camadas
subalternas, geralmente nas ruas ou em outros espaços improváveis; com
poucas regras e muita ação e diversão.
A popularidade alcançada pelo futebol em todo mundo nos dias atuais é
impressionante. A FIFA8, órgão máximo que gere o futebol em todo mundo,
tem mais filiados do que a própria ONU 9, mostrando que para além de um
esporte que possibilita intensas relações de sociabilidade, o futebol possibilita
uma análise da própria política mundial, analisando-o principalmente junto à
questão da globalização, pois esta vem impondo uma série de elementos que
antes eram inimagináveis no cenário futebolístico. O capitalismo, a
globalização e a transformação do futebol em um show business acabou por
diluir uma série de tradições no futebol, principalmente aquelas ligadas a
identidade.
Para entender melhor a questão da globalização e as tradições no
futebol, vejamos esta interpretação de Stuart Hall. Tentando compreender a
identidade cultural numa sociedade de mudança constante, rápida e
permanente, onde descontinuidades e deslocamentos são constantes, em que
existem evidentes fragmentações e rupturas, Hall nos revela que a identidade é
algo formado ao longo do tempo, não sendo algo acabado, mas sim um
processo em andamento. Sendo assim, propõe uma nova visão sobre a

6
Ver melhor em GALEANO, Eduardo. Futebol ao sol e à sombra. Porto Alegre:
L&PM, 2004. p. 41.
7
Ver melhor em SEVCENKO, Nicolau. “Futebol, metrópoles e desatinos”
In: Revista USP: Dossiê Futebol. Número 22, 1994.
8
http://pt.fifa.com/
9
http://www.istoe.com.br/reportagens/81846_UM+RETRATO+DA+COPA acesso
em 05/09/2010 às 10:30.
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identidade nacional, afirmando que estas não são fechadas e centradas, mas
híbridas e em transformação. A compressão do tempo e do espaço permite
uma nova relação entre os homens e uma difusão cultural constante. Em
síntese, o indivíduo não está preso a uma única identidade dada, pronta, pré-
estabelecida e imutável, mas variável, diversa, híbrida e que está em constante
transformação10.
A interpretação de Hall sobre as mudanças ocorridas na sociedade
atual, pode ser claramente observadas no mundo do futebol. Se antes do
futebol ter se transformado em um espetáculo mercadológico mundial o que
valia para jogadores, torcedores e dirigentes era a identificação com os clubes,
com a região, com a cultura, agora o que vale é o capital, sendo poucos os
atores que se recusam a fazer parte do show. No futebol espetáculo crianças e
adolescentes de países em desenvolvimento são tirados de suas casas e
levados para os grandes centros europeus na esperança de se tornarem ídolos
mundiais e ganharem enormes quantias de dinheiro para mudarem a realidade
se suas famílias e muitas vezes e das comunidades onde nasceram.
Jogadores se naturalizam para defender seleções de países com pouca
tradição no futebol, mas com muito dinheiro nos cofres. A questão da
identidade no futebol, parece está cada vez mais fluída como a identidade
pensada por Stuart Hall.
Segundo Eduardo Galeano "O jogo se transformou em espetáculo, com
poucos protagonistas e muitos espectadores, futebol para olhar, e o espetáculo
se transformou num dos negócios mais lucrativos do mundo, que não é
organizado para ser jogado, mas para impedir que se jogue. A tecnocracia do
esporte profissional foi impondo um futebol de pura velocidade e muita força,
que renuncia à alegria, atrofia a fantasia e proíbe a ousadia"11. A opinião de
Eduardo Galeano se refere as transformações ocorridas no futebol,
principalmente devido ao esporte ter se tornado um produto do capitalismo.

10
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A
editora, 2003.
11
Ver melhor em GALEANO, Eduardo. Futebol ao sol e à sombra. Porto Alegre:
L&PM, 2004. p. 14.
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Porém o futebol no mundo não se resume apenas ao espetáculo ou ao


show business. Também não é verdade que todos aqueles que fazem parte do
futebol profissional seguem um roteiro único e são fiéis seguidores do capital.
Ainda hoje, existem uma infinidades de formas de se praticar o esporte, e
diferentes sentidos são dados e atribuídos a ele por praticantes e
expectadores. Por mais fluída que a questão da identidade possa parecer, é
certo que sobreviveram, resistem e permanecem lutando por espaço, várias
tradições no meio do futebol.
A questão que deve ser entendida, é que o futebol vem passando por
transformações e ganhando importância no cenário econômico e político desde
a primeira metade do século XX. É certo que os primeiros estudantes ingleses
e posteriormente os operários que contribuíram de forma significativa para a
difusão do esporte em todo mundo, não esperavam que um dia o futebol
pudesse se tornar o maior fenômeno de entretenimento mundial, muito menos
esperar que o futebol viesse a servir para difundir a política de um país ou para
parar uma sangrenta guerra entre 2 países rivais. Ao longo de sua curta
história oficial, o futebol manteve uma estreita relação com a política, variando
de intensidade de acordo os momentos históricos e os lugares.
Antes do começo da 2° Guerra Mundial, no momento de fragilidade das
democracias européias, o fascismo de Mussolini utilizou o futebol tanto como
propaganda de Estado, como forma de controle 12. O ditador realizou várias
interferências no futebol italiano entre os anos 1927 e 1938, transformando
nomes de equipes, fundindo sociedades esportivas, mudando regras de
campeonatos, fraudando a arbitragem e até mesmo obrigando times a jogarem
com uniformes que carregassem os símbolos fascistas. A Itália de Mussolini foi
campeã mundial por 2 vezes consecutivas, nos anos de 1934 e 1938, e este
feito era utilizado por ele para mostrar a forma do Estado Fascista Italiano.
A copa de 1938 foi realizada na Itália, e Mussolini buscou mostrar para
todo o mundo a força de seu país, investindo pesado na organização da

12
Ver melhor em http://educacao.uol.com.br/historia/futebol-e-nazi-
fascismo-esporte-serviu-propaganda-de-mussolini-e-hitler.jhtm acesso
em 09/09/2010 às 11:45.
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competição e no treinamento dos jogadores que jogariam pela Azzura, apelido


da seleção italiana, devido a jogar com o uniforme azul. Mesmo com a tradição
de vestirem-se de azul, Mussolini obriga os jogadores da Azzura a jogarem de
preto, pois esta era a cor que simbolizava o regime. E foi jogando de preto e
cumprimentando Mussolini, que estava presente na tribuna de todos os jogos
da seleção, que os jogadores conquistaram o bi-campeonato mundial para a
Itália. Muitos jogadores que saudaram Mussolini, anos depois estavam lutando
contra ele quando explodiu a 2° guerra mundial.
Hitler também buscou utilizar o futebol como forma de propaganda de
sua ideologia nazista13. O Estado Nazista, na tentativa de comprovar a
superioridade da raça ariana sobre as demais, realizou vários investimentos na
área dos esportes, tentando formar super atletas, que fossem imbatíveis em
qualquer modalidade esportiva. Hitler interferiu nos campeonatos locais dos
países que eram ocupados pela Alemanha Nazista, buscou exterminar os
judeus que atuavam em equipes alemãs, dissolveu equipes e campeonatos
que oferecessem risco a sua ideologia e fomentou a formação de equipes de
futebol ligadas às forças armadas da Alemanha. Quando Hitler anexou a
Áustria, dissolveu a seleção nacional, que era favorita para jogar a copa do
mundo de 38, anexando os melhores jogadores a equipe nazista. Alguns
jogadores austríacos, como Sindelar, que era o craque da equipe, eram
antinazistas e se recusaram a defender a equipe nazista alegando vários
motivos como lesões, deficiência técnica e debilidade física. Sindelar e sua
mulher que era judia foram encontrados mortos por asfixia, e não se sabe se
foram mortos pela polícia nazista ou se comeram o suicídio devido à
perseguição pela policia alemã.
No início da 2° Guerra Mundial, a melhor equipe de futebol da Europa
era o Dínamo de Kiev, um tradicional clube da capital da Ucrânia. Quando
Hitler invadiu Kiev, ordenou que o Dínamo fosse imediatamente dissolvido,
para que as lembranças do clube ucraniano fossem apagadas e os jogadores
foram transformados em prisioneiros de guerra. Porém Hitler permitiu que os
13
Ver melhor em http://www.dw-world.de/dw/article/0,,1711081,00.html
acesso em 09/09/2010 12:30
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jogadores do Dínamo criassem outro clube, um ano após as invasões, quando


abriu algumas concessões para os ucranianos, na tentativa de convencê-los de
que era melhor viver sob o comando nazista do que sob os comunistas. Os ex-
jogadores do Dínamo convenceram os nazistas a liberar a criação do clube,
pois o esporte os ajudaria na forma física para trabalhar para o Estado Alemão.
F. C. Start tornou-se popular e arrasador como o antigo Dínamo, vencendo
várias partidas; todas que disputaram contra equipes ligadas aos exércitos que
prestavam serviço para os nazistas, e para o próprio exército alemão. Após se
recusarem a perder um jogo para um time da força aérea alemã, alguns dos
jogadores foram presos e exterminados em campos de concentração. Este
episódio foi bastante prejudicial para os nazistas, pois houve um fortalecimento
do ânimo dos ucranianos e uma desmoralização da ideologia nazista, quando
famintos prisioneiros de guerra venceram as forças armadas arianas 14.
Não é só na Europa que o futebol manteve uma estreita relação com os
regimes autoritários. Após a queda de João Goulart, em março de 1964, a nova
ordem estreitou as relações com o futebol e mudou os rumos do esporte no
Brasil. O episódio que melhor simboliza esta questão é a conquista da copa de
1970 realizada no México. À medida que se aproximava a copa do mundo de
1970, o Estado brasileiro buscou se aproximar e aumentar sua interação com o
futebol, na tentativa de utilizá-lo como propaganda para o governo militar.
Durante as eliminatórias da copa de 70, o técnico da seleção brasileira era o
jornalista comunista João Saldanha, que era admirado pelo próprio presidente
Médici, devido ao seu desempenho pela seleção. Mas devido a sua orientação
política e por não aceitar a intervenção do governo na seleção, Saldanha é
demitido e Zagalo é posto em seu lugar. Com Zagalo no comando da seleção,
os militares tiveram ampla liberdade para participar da comissão que iria para o
México disputar a copa do mundo. Com a conquista do mundial, os militares
utilizaram a seleção para fortalecer a propaganda do Estado brasileiro perante

14
Ver melhor em DOUGAN, Andy. Futebol & Guerra: resistência,
triunfo e tragédia do Dínamo na Kiev ocupada pelos
nazistas. Rio de Janeiro: Zahar, 2004.
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o mundo e também para controlar os sentimentos dos brasileiros descontentes


com o regime. O governo explorou a vitória brasileira, potencializando a idéia
da “unidade da diversidade” no país. E foi neste mesmo período, que foi criada
a famosa propaganda do Estado Militar, “Brasil ame-o ou deixe-o”, tentando
buscar uma unidade e um sentimento de pertencimento a nação entre os
brasileiros15.
Ainda hoje, em todo mundo, o futebol mantém uma estreita relação com
a política. Mesmo em tempos de globalização e de uma capitalização extrema
do esporte, o futebol ainda é utilizado para propagar e legitimar ideologias.
Entre os países em que o futebol é bastante popular e movimenta rios de
dinheiro, destaca-se Itália como o que o futebol está mais ligado às questões
políticas. Ainda hoje é possível ver nas arquibancadas dos estádios italianos,
nos bastidores administrativos dos clubes e em gestos dos jogadores em
campo, a relação intensa entre o futebol e a política no país. O atual presidente
da Itália, o magnata Silvio Berlusconi, é atualmente dono de um dos maiores
clubes do mundo, o Milan, clube de tradição política de direita, que atualmente
enfrenta uma crise interna, devido às políticas administrativas de Berlusconi e a
insatisfação da torcida.
Em entrevista concedida a um jornal espanhol durante a Eurocopa de
2008, o jogador italiano Genaro Gatuso, que joga no Milan, concedeu uma
entrevista dizendo que era contra o casamento entre homossexuais, pois o ato
era uma afronta à nação, à Igreja e à família. Este pensamento conservador é
compartilhado entre a maioria dos dirigentes do Milan, que são todos de direita.
A notícia teve grande repercussão mundial, e vários grupos se manifestaram a
favor e contra o posicionamento do jogador.
O maior rival do Milan é a Internazionale de Milão, clube de orientação
política de esquerda, que chegou a homenagear o presidente venezuelano
Hugo Chávez em uma partida futebol e também no seu site oficial, devido às

15
Ver melhor em RIBEIRO, Luiz Carlos. Brasil: futebol e identidade
nacional. Ponencia presentada en el IV Encuentro Deporte y Ciencias
Sociales, Buenos Aires, noviembre de 2002 http://www.efdeportes.com/
Revista Digital - Buenos Aires - Año 8 - N° 56 - Enero de 2003.;
RIBEIRO, Luiz Carlos. Futebol e Globalização. Jundiaí: Fontoura, 2007.
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políticas sociais implantadas pelo presidente venezuelano. É comum aparecer


a bandeira do guerrilheiro argentino Che-Guevara, entre os torcedores da
Internazionale de Milão nos seus jogos. A “Inter” também teve seu nome
mudado durante o governo fascista italiano, por ordem de Mussolini, pois o
nome Internazionale lembrava a Internacional Comunista. Atualmente o clube
italiano realiza doações contínuas às comunidades de Chiapas no México,
ligadas ao Movimento Zapatista de Libertação Nacional.
Mas os dois clubes italianos que mais mantém ligações com ideologias
políticas são a Lazio e o Livorno. A Lazio é uma tradicional equipe da capital
italiana, que devido a sua ligação com o regime fascista, teve várias
concessões de Mussolini. Ainda hoje, observam-se bandeiras fascistas e
nazistas entre os torcedores da Lazio. profanar suas ideologias. O caso recente
que criou mais polêmica na Itália, foi quando no ano de 2005, em um Derbi
Político contra o Livorno, o jogador Paolo di Canio ao ser substituído de campo,
foi em direção a um grupo de torcedores da Lazio que levantava bandeiras
nazistas e fascistas e fez o gesto da saudação fascista para os torcedores que
retribuíram a saudação.
O jogador foi punido, porém voltou a realizar a saudação em outros jogos,
causando um grande desconforto no futebol italiano.
O Livorno é um clube da cidade de Livorno, de orientação comunista.
Em seus jogos, são hasteadas bandeiras de Cuba, da antiga URSS, de Che-
Guevara e vários outros símbolos comunistas. Em dia de jogo contra a Lazio, é
necessário uma mobilização extrema da policia para o local, pois o jogo
considerado de altíssimo risco pelas autoridades, devido às questões políticas
que envolvem os 2 clubes. Um jogador que ficou conhecido ao jogar no Livorno
foi o atacante Cristiano Lucarelli, comunista convicto, que chegou a fundar uma
brigada comunista, e recusou propostas milionárias para jogar em outras
equipes da Europa, devido a sua orientação política. Lucarelli comemora todos
os seus gols com a saudação comunista, com o braço erguido e os punhos
fechados voltado para a torcida. Lucarelli gostava de falar que enquanto a
maioria dos jogadores sonha em ter dinheiro para comprar mansões e iates,
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seu sonho era conquistar o necessário para adquirir uma camisa do Livorno,
seu time de coração.
Ao longo de sua breve história, o futebol sempre esteve ligado com
questões políticas. O interessante é perceber de que forma o futebol se
relacionou e se relaciona com a política, para percebemos que o este esporte
está para além de um entretenimento ou um produto puramente econômico da
sociedade capitalista, e para que possamos entender os diversos sentidos que
o esporte pode ter, para cada grupo social.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

DOUGAN, Andy. Futebol & Guerra: resistência, triunfo e tragédia do Dínamo


na Kiev ocupada pelos nazistas. Rio de Janeiro: Zahar, 2004.

GALEANO, Eduardo. Futebol ao sol e a sombra. Porto Alegre: L&PM, 2004.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro:


DP&A editora, 2003.

HOBSBAWN, Eric. A Era dos Impérios. 1875-1914. Rio de Janeiro: Paz e


Terra, 2001.

RIBEIRO, Luiz Carlos. Brasil: futebol e identidade nacional. Ponencia


presentada en el IV Encuentro Deporte y Ciencias Sociales, Buenos Aires,
noviembre de 2002 http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires -
Año 8 - N° 56 - Enero de 2003. Acesso em 08/09/2010 às 03:34.

RIBEIRO, Luiz Carlos. Futebol e Globalização. Jundiaí: Fontoura, 2007.


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18 a 21 de outubro de 2010

SEVCENKO, Nicolau. “Futebol, metrópoles e desatinos” In: Revista USP:


Dossiê Futebol. Número 22, 1994.

SEVCENKO, Nicolau. “Introdução. O prelúdio republicano, astúcias da ordem


e ilusões do progresso”. In: (org) SEVCENKO, Nicolau. História da vida
privada do Brasil 3. República: da Belle Époque à Era do Rádio. São
Paulo: Schwarcz, 1998.

THOMPSON, Edward. “Tempo, disciplina de trabalho e capitalismo industrial”.


In: Costumes em comum: Estudos sobre a cultura popular tradicional. São
Paulo: Companhia das Letras, 2008. p. 267 - 304.

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