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FLORESTAS DE PROTEÇÃO:
UTILIZAÇÃO, IMPLANTAÇÃO E INDICADORES DE RECUPERAÇÃO
Orientador
_______________________________
LAVRAS
MINAS GERAIS – BRASIL
2010
MARCOS FABIANO ROCHA GRIJÓ
FLORESTAS DE PROTEÇÃO:
UTILIZAÇÃO, IMPLANTAÇÃO E INDICADORES DE RECUPERAÇÃO
Orientador
_______________________________
Prof. ______________________
Prof. ______________________
LAVRAS
MINAS GERAIS – BRASIL
2010
SUMÁRIO
RESUMO .....................................................................................................................................i
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................01
2 REVISÃO DE LITERATURA ...............................................................................................03
2.1.................................................................. Degr
adação Ambiental ..........................................................................................................................03
2.2.................................................................. Impo
rtância das florestas de proteção ....................................................................................................04
2.3.................................................................. Técni
cas para implantação de floresta de proteção .................................................................................04
2.3.1 Os grupos ecológicos e a sucessão florestal .................................................................05
2.3.2 Composição e arranjo ..................................................................................................07
2.3.3 Espaçamento ................................................................................................................09
2.3.4 Preparo do solo ............................................................................................................10
2.3.5 Plantio ..........................................................................................................................10
2.3.6 Definições de espécies .................................................................................................11
2.3.7 Proteção das nascentes .................................................................................................12
2.3.8 Manutenção .................................................................................................................12
2.3.9 Capina ..........................................................................................................................13
2.3.10.............................................................Adub
ação em cobertura ........................................................................................................13
2.3.11.............................................................Comb
ate à formiga ................................................................................................................14
2.3.12.............................................................Proteç
ão contra o fogo ...........................................................................................................14
2.4 Indicadores e monitoramento da recuperação ................................................................15
2.4.1 Regeneração natural ...................................................................................................15
2.4.2 Banco de sementes .....................................................................................................16
2.4.3 Produção de serapilheira ............................................................................................16
2.4.4 Chuva de sementes .....................................................................................................16
2.4.5 Abertura de dossel ......................................................................................................17
O processo de ocupação do Brasil resultou num elevado nível de destruição dos recursos naturais,
inclusive das floretas. Porém a ação antrópica não é a exclusiva causa da degradação da cobertura
florestal, os processos naturais também interferem nas mudanças ambientais. No entanto quando há
interferência do homem, os processos ditos naturais tendem a ter uma conseqüência muito maior.
Seguindo o ritmo da crescente degradação ambiental e a legislação que vem cobrando a obrigação da
recuperação de áreas de proteção, a implantação de florestas de proteção passa a ser uma prioridade.
Para uma melhor eficiência da implantação dessas florestas, devem-se conhecer as espécies e suas
funções. O presente trabalho apresenta o resultado de uma revisão bibliográfica feita pelo autor, onde
cita a importância e os benefícios dessas florestas de proteção, espécies e suas funções separadas por
grupos ecológicos. Os métodos e técnicas de implantação de florestas. Faz menção dos indicadores de
recuperação florestal de uma área degradada.
i
1 INTRODUÇÃO
Apesar de ser a principal característica de uma floresta de proteção a conservação dos recursos
naturais, também proporcionam retorno econômico, porém, indireto e de difícil quantificação. São
benefícios ambientais certamente de grande importância econômica, mas de difícil mensuração.
Além dos modelos e técnicas de implantação de florestas de proteção propostas neste estudo, é
fundamental a intensificação de ações na área da educação ambiental, visando conscientizar tanto as
crianças quanto os adultos sobre os benefícios da conservação das florestas e de outros ecossistemas
naturais.
O objetivo deste trabalho é fazer uma revisão de literatura sobre a implantação de florestas
de proteção e os indicadores de recuperação.
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2 REVISÃO DE LITERATURA
O ambiente pode ser considerado como o espaço onde se desenvolve a vida vegetal e animal
(inclusive o homem). O processo histórico de ocupação desse espaço, bem como suas transformações,
em uma determinada época e sociedade faz com que esse meio ambiente tenha caráter dinâmico.
Dessa forma, o ambiente e alterado pelas atividades humanas e o grau de alteração de um espaço, em
relação a outro, é avaliado pelos seus diferentes modos de produção e/ou diferentes estágios de
desenvolvimento da tecnologia (GUERRA e CUNHA, 2003).
A ação do homem não é a única causa da degradação no meio ambiente. Os processos naturais
também interferem nessa mudança do ambiente. Porém a atuação do homem interfere na evolução da
degradação. De acordo com Guerra e Cunha (2003) os processos naturais, como formação dos solos,
lixiviação, erosão, deslizamentos, modificação do regime hidrológico e da cobertura vegetal, entre
outros, ocorrem nos ambientes naturais, mesmo sem a intervenção humana. No entanto, quando o
homem desmata, planta, constrói, transforma o ambiente, esses processos, ditos naturais, tendem a
ocorrer com intensidade muito mais violenta e, nesse caso, as conseqüências para a sociedade são
quase sempre desastrosas.
Um ecossistema torna-se degradado quando perde sua capacidade de recuperação natural após
distúrbios, ou seja, perde sua resiliência. Dependendo da intensidade do distúrbio, fatores essenciais
para a manutenção da resiliência como, banco de plântulas e de sementes no solo, capacidade de
rebrota das espécies, chuva de sementes, dentre outros, podem ser perdidos, dificultando o processo de
regeneração natural ou tornando-o extremamente lento. (MARTINS, 2001)
Em ternos de extensão, as atividades agropecuárias são as principais degradadoras dos solos. O
pastoreio excessivo provoca empobrecimento e compactação dos solos, deixando-o propenso ao
estabelecimento de processos erosivos. As práticas agrícolas sem adoção de medidas de conservação
também contribuem para a queda da qualidade das características físicas, químicas e biológicas do
solo. (BOTELHO, 2001)
Os danos causados à mata ciliar podem variar desde a simples retirada de algumas espécies até
a total destruição da floresta e mesmo do solo. Em situações em que o dano é restrito, a retirada do
fator de degradação ou a reintrodução de uma ou outra espécie podem permitir que o ecossistema
retorne a sua composição original. Todavia essa não é a situação mais comum, em geral o que ocorre é
uma grande destruição do ecossistema. Nestes casos, mesmo com grande esforço e aplicação de
recursos, o ecossistema restaurado não é exatamente igual ao original. (ATTANASIO, 2006)
A intensa degradação intensifica a necessidade de adoção de técnicas e de modelos de
recuperação, no intuito de restabelecer uma vegetação que proteja o solo e o curso d’água.
3
Com o intenso desmatamento ocorrido no passado, áreas que deveriam abrigar florestas,
conforme exigência do código florestal, como topos de morro e matas ciliares, foram destinadas a
outros usos, muitas vezes inadequados, trazendo sérios prejuízos ao ecossistema como um todo,
tornando-se necessária sua recuperação com o plantio de espécies nativas da região (GONÇALVES,
2006).
Embora a legislação atual recomende a implantação de matas ciliares no perímetro de lagos
artificiais, na maioria das vezes o uso e ocupação destes solos vem sendo destinados,
inadequadamente, à agricultura, pecuária e lazer. Isto favorece os processos erosivos com o
conseqüente acúmulo de sedimentos e diminuição da vida útil dos reservatórios, perdas do horizonte
fértil do solo e redução da qualidade da água com efeito sobre a ictiofauna. (TOGORO, 2007)
Florestas de proteção são aquelas que têm como objetivo principal a proteção de recursos
naturais e a melhoria da qualidade ambiental, ao passo que as florestas de produção, como as de
eucalipto e pinus, têm por objetivo maior o retorno econômico, através de seus produtos, como carvão,
celulose, resina e lenha. (BOTELHO, 2001)
As matas nativas das margens dos rios são constituídas por árvores, arbustos, sub-bosque,
bambual, macegas e maciços cerrados, que protegem o solo, além disso, os galhos pendentes oferecem
sombreamento e ambiente adequado para a fauna aquática, abrigo à fauna terrestre e aves,
principalmente no verão e na estiagem quando todos os animais procuram a água. (TOGORO, 2007)
As florestas ciliares entre outros papéis ecológicos, atuam na contenção de enxurradas, na
infiltração do escoamento superficial, na absorção do excesso de nutrientes, na retenção de sedimentos
e agrotóxicos, colaboram na proteção da rede de drenagem e ajudam a reduzir o assoreamento da calha
do rio, favorecem o aumento da capacidade de vazão durante a seca. (ATTANASIO, 2006)
Essas florestas de proteção têm um papel importante por fornecerem matéria orgânica para os
microhabitats dentro dos cursos d´água e por protegerem as espécies da flora e fauna. Além de
atuarem como um filtro natural para possíveis contaminações por produtos químicos, decorrentes do
uso de fertilizantes e agrotóxicos. Os cursos d’água que possuem uma floresta de proteção são menos
impactados pela ação do homem e pelos agentes naturais. Estas florestas formam longos corredores de
vegetação protegendo os rios, sendo necessária para o equilíbrio dos ecossistemas e para a manutenção
da biodiversidade.
4
Segundo FERREIRA (2009) O entendimento de como as diferentes condições da floresta,
desde as clareiras até a mata fechada, são ocupadas por diferentes grupos de espécies, pode orientar a
forma como as espécies podem ser associadas. (FERREIRA, 2009)
Um dos maiores desafios na recomposição de matas ciliares está em encontrar técnicas
adequadas de revegetação para uma determinada área e situação (RESENDE, 1998). Para isso, é
necessário identificar as áreas que podem ser trabalhadas facilmente, as que podem ser melhoradas e,
ainda, as que não apresentam aptidão para a formação de uma cobertura arbórea (DUTRA, 2005).
Quando o objetivo principal é a proteção ambiental, o plantio com espécies nativas é o mais
adequado. Este método de regeneração pode ser por plantios de mudas, onde as principais vantagens
são a garantia da densidade de plantio, pela alta sobrevivência e pelo espaçamento regular obtido.
Porém a qualidade morfo-fisiológica da muda é um dos principais fatores responsável pelo sucesso do
plantio. Por isso, garantir a qualidade da muda e a qualidade do viveiro de onde vão ser obtidas as
mudas é garantir a regeneração do plantio.
O processo de semeadura direta é outro método de regeneração, onde é importante identificar
quais são as limitações que impossibilitam a germinação das sementes nas condições naturais do
campo.
Os principais fatores que interferem o estabelecimento das sementes e de suas plântulas são:
características do solo, competição com ervas daninhas e com gramíneas, predação e qualidade das
sementes. O solo deve ser analisado e preparado para cada situação de regeneração, diminuído assim
as barreiras físicas e aumentando sua umidade para as sementes. A proteção das sementes e plântulas
na fase inicial contras as ervas daninhas e gramíneas é de grande importância para garantir a
germinação e o crescimento das espécies arbóreas. A qualidade dessas sementes também tem grande
valor, pois sementes de baixo vigor podem não germinar ou originar plântulas fracas que não
conseguem se estabelecer.
5
ocorrem também em pequeno número, com médias e altas densidades de indivíduos. (MACEDO,
1993)
Para a implantação de uma floresta de proteção ter maiores chances de resultados satisfatórios,
procura-se reproduzir a situação que ocorreria em uma floresta após passar por um processo simples
de degradação. A floresta quando sofre um corte raso, inicia-se o processo de sucessão florestal.
Segundo Botelho (2001), esta sucessão tem início com a colonização da área pelas espécies pioneiras,
cujas sementes já se encontravam no banco de sementes, muitas delas dependendo apenas da entrada
de luz para que pudessem germinar. Sementes de espécies clímax também germinam nesse primeiro
instante, sobretudo as clímax exigentes de luz, mas em menor intensidade, uma vez que as sementes
de espécies pioneiras estão no banco em numero muito maior.
As espécies pioneiras têm um ritmo de crescimento inicial rápido e intenso, proporcionando
uma rápida cobertura do solo. Os animais atraídos pelos frutos trazem consigo sementes de espécies de
outras florestas, contribuindo para a diversidade e o enriquecimento da regeneração natural nesta
floresta inicialmente degradada.
Com um ritmo de crescimento mais lento, as clímax crescerão abaixo das pioneiras, até
alcançarem o dossel da floresta, quando então as pioneiras estarão atingindo o fim do seu ciclo, e com
sua morte, serão gradativamente substituídas pelas clímax. Assim, completa-se a sucessão e a floresta
adquire uma fisionomia parecida com a que possuía antes do distúrbio. (BOTELHO, 2001)
As características principais das espécies pioneiras e clímax encontram-se na tabela 01. Trata-
se de características gerais, pois nem todas as espécies de um dado grupo terão sempre todas as
características do grupo. Portanto, geralmente uma espécie classificada em determinado grupo
ecológico apresenta a maior parte das características inerentes àquele grupo.
Tabela 01: Características das espécies pioneiras, clímax exigentes de luz e clímax tolerantes à
sombra.
Características Pioneiras Clímax Exigentes de Clímax Tolerantes à
luz Sombra
Exigência de luz para Exige Exige Não exige
germinar
Exigência de luz para o Exige Exige O individuo jovem não
crescimento exige, mas o adulto é
heliófilo
Ritmo de crescimento Rápido Moderado/Lento Lento
Longevidade Curta Média/Extensa Extensa
Madeira Leve Pesada Pesada
Período juvenil Curto (Frutificação Médio Longo
precoce
Continua...
Continuação...
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Características Pioneiras Clímax Exigentes de Clímax Tolerantes à
luz Sombra
Tamanho das sementes Pequeno Médio Grande
Síndrome Anemocórica e Anemocórica e Zoocórica e Barocórica
predominante de Zoocórica Zoocórica
dispersão de sementes
Dormência de Geralmente presente Presente/Ausente Geralmente ausente
sementes
Classificação das Ortodoxas Ortodoxas/Recalcitrante Recalcitrantes
sementes quanto à s
capacidade de
armazenamento
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Figura 01: Distribuição das mudas na área, no espaçamento indicado e em quincôncio, alternando
linhas de espécies pioneiras com linhas de espécies clímax.
De acordo com Botello (2001) com essa proporção (50%, 40% e 10%), para o reflorestamento
de 1 hectare, no espaçamento de 1,5 x 3 m, seriam necessárias 2.222 mudas, sendo 1.111 de espécies
pioneiras; 889 mudas de espécies clímax exigentes de luz e 222 mudas de clímax tolerantes à sombra.
Botello (2001) cita outras opções de composição:
• 50% de mudas de espécies pioneiras e 50% de espécies clímax exigentes de luz.
(Figura 02)
• 75% de mudas de espécies pioneiras e 25% de espécies clímax tolerantes à sombra.
(Figura 03)
• 100% de mudas de espécies pioneiras (Figura 04), sendo que nesse caso, o
recobrimento do solo ocorre em um menor tempo, diminuindo a necessidade de
manutenção. Essa pode ser uma boa estratégia, quando a área que esta sendo
reflorestada encontra-se ladeada por outras matas, o que intensificará a chegada de
sementes, garantindo o aumento da diversidade.
Figura 02: Distribuição das mudas na área, alternado mudas de espécies pioneiras com mudas de
espécies clímax exigentes de luz.
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Figura 03: Distribuição das mudas na área, alternando linhas de espécies pioneiras com linhas de
espécies pioneiras e clímax tolerantes à sombra.
Figura 04: Distribuição das mudas na área, no espaçamento indicado e em quincôncio, utilizando
apenas espécies pioneiras.
2.3.3 Espaçamento
O espaçamento, ou seja, número de plantas por hectare depende da qualidade do sitio, das
espécies a serem plantadas e dos objetivos do plantio. Para a implantação de florestas de proteção em
sítios de pior qualidade o espaçamento entre as plantas deve ser menor, para obter melhor resultado,
como o rápido recobrimento do solo e o sombreamento das espécies clímax, proporcionado pelas
copas das espécies pioneiras.
Sítios com melhor qualidade, os espaçamentos entre as plantas pode ser maior, pois o
crescimento dessas plantas oferece o recobrimento do solo em um tempo desejável, mesmo com uma
distância maior entre elas. Porem, para a redução de custos de manutenção, o espaçamento pode ser
menor, mesmo em sítios de melhor qualidade, pois assim o fechamento das copas iria acontecer mais
cedo, proporcionando a eliminação natural da vegetação competidora e a menor necessidade de
capinar o local.
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No entanto, não existem estudos conclusivos sobre esse assunto, para que possa ser tomados
como certos exemplos a seguir. Segundo Botelho (2001), resultados obtidos em plantios experimentais
nem sempre podem ser extrapolados para outros locais, devido à heterogeneidade de ambientes,
micro-ambientes, práticas silviculturais e espécies usadas.
Vários são os objetivos do preparo do solo, mas prioritariamente ele deve ser efetuado para
melhorar as condições físicas do solo, reduzir as ervas daninhas e facilitar o plantio. O preparo pode
aumentar a taxa de mineralização da matéria orgânica, melhorando a fertilidade do solo no plantio;
melhorar a capacidade de retenção da água no solo ou sua drenagem; quebrar camadas impermeáveis
ao longo do perfil do solo, reduzindo sua densidade aparente e sua resistência à penetração de raízes,
aumentando a aeração, melhorando a porosidade em solos compactados e favorecendo o crescimento
radicular; diminuir o escoamneto superficial (no caso de áreas declivosas), ou encharcamento – no
caso de terrenos planos. (LISBOA JR., 1988)
O ideal é que o preparo da área de plantio seja feito antes do inicio da estação chuvosa, para
que o plantio aconteça juntamente com as primeiras chuvas, aumentando as chances de sobrevivência
das mudas e proporcionando um maior ritmo de crescimento inicial.
As etapas que compõem o preparo do solo variam de acordo com a situação do local. Em áreas
muito declivosas, o coveamento manual é a única operação realizada. Quando a declividade permite a
mecanização, as etapas são aração e gradagem e, se posivel, sulcamento, o qual deve ser feito em
nível, perpendicular ao sentido da declividade, para que cada sulco funcione como um “mini terraço”,
ajudando a reter o escoamento superficial das águas pluviais. Outra vantagem dos sulcos é facilitar a
marcação e abertura das covas no espaçamento determinado, com maior uniformidade. Se for
necessário, deve-se proceder a construção de terraços, em nível ou em gradientes, visando uma maior
conservação do solo na área plantada (BOTELHO, 2001)
2.3.5 Plantio
10
2.3.6 Definição das espécies
Deve se plantar espécies nativas com ocorrência em florestas de proteção da região. Plantar o
maior número possível de espécies para gerar alta diversidade florística, na tentativa de reproduzir ao
máximo o ambiente natural. Plantar espécies atrativas à fauna e respeitar a tolerância das espécies à
umidade do solo. (Tabela 02)
Florestas com maior diversidade apresentam maior capacidade de recuperação, melhor
ciclagem de nutrientes, maior atratividade à fauna, maior proteção ao solo contra processos erosivos e
maior resistência a pragas e doenças. No planejamento da revegetação, deve-se considerar, também, a
relação da vegetação com a fauna, que atuará na polinização e dispersão de sementes, contribuindo
com a própria regeneração natural. Espécies regionais, com frutos comestíveis pela fauna, ajudarão a
recuperar as funções ecológicas da floresta (MARTINS, 2001).
Tabela 02: Algumas espécies usadas em reflorestamento na região do Leste de Minas Gerais.
Nome científico Nomes vulgares Grupo ecológico
Acnistus arborescens Marianeira Pioneira
Aegiphila sellowiana Papagaio ou tamanqueira Pioneira
Anadenanthera macrocarpa Angico vermelho Climaxes
Albizia haslerii Farinha seca Intermediária
Apulea leiocarpa Garapa Climaxes
Caesalpinia echinata Pau Brasil Climaxes
Caesalpinia ferrea Pau ferro Climaxes
Cariniana legalis Jequitibá rosa Climaxes
Cassia ferruginea Canafístula de fava Intermediária
Cecropia (diversas espécies) Embauba Pioneira
Cedrela fissilis Cedro Climaxes
Centrolobium robustus Araribá Climaxes
Copaifera langsdorfii Copaiba Climaxes
Croton floribundus Capixingui Pioneira
Croton urucurana Sangra d’agua Pioneira
Cytharexylum myrianthum Pombeira Pioneira
Dalbergia nigra Jacaranda da Bahia Intermediária
Eriotheca candolleana Catuaba branca Intermediária
Erythrina verna Mulungu Intermediária
Gallesia intergrifolia Pau dalho Climaxes
Genipa americana Jenipapo Intermediária
Hortia arbórea Paratudo Climaxes
Hymeneae courbaril Jatobá Climaxes
Inga edulis Ingá Intermediária
Joanesia princeps Cutieira ou boleira Climaxes
Continua...
Continuação...
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Nome científico Nomes vulgares Grupo ecológico
Lecythis lúrida Inuiba Climaxes
Lecythis pisonis Sapucaia Climaxes
Melanoxylon brauna Brauna preta Climaxes
Myroxylon balsamum Cabreúva, Balsamo Intermediária
Ocotea spichiana Canela branca Intermediária
Paratecoma peroba Peroba do campo Climaxes
Piptadenia gonoacantha Angico jacaré Pioneira
Plathymenia foliosa Vinhatico Climaxes
Pterogyne nitens Amendoim do mato Intermediária
Pterygota brasiliensis Pau rei Climaxes
Senna alata Fedegoso gigante Pioneira
Senna macranthera Fedegoso Pioneira
Schinus terebinthifolius Aroeira vermelha Intermediária
Schizolobium parahyba Guapuruvu Intermediária
Sparattosperma leucanthum Caroba branca Intermediária
Spondias monbin Caja mirim Pioneira
Tabebuia avellanedae Ipê roxo Intermediária
Tabebuia chrysotricha Ipê amarelo do cerrado Intermediária
Tabebuia serratifolia Ipê amarelo da mata Climaxes
Tabernaemontana Leiteira Pioneira
fushiaefolia
Na semeadura direta é importante proteger as sementes para evitar perdas decorrentes por
predadores como as formigas e os pássaros, perdas que ocorrem desde a semeadura até a fase de muda
e também perdas pela movimentação do solo provocado pela chuva, e pelo escoamento superficial,
que enterra a semente, dificultando seu crescimento.
A utilização de protetores físicos sobre as sementes tem como objetivo propiciar melhorias na
germinação das sementes e sobrevivência das mudas e, também, criar um microambiente para o
crescimento das plantas jovens. O uso de protetores, tanto o laminado de madeira, como o copo
plástico sem fundo, propiciou um aumento significativo na emergência e sobrevivência de mudas em
povoamentos de Pinus taeda. Foi verificada, ainda, menor ocorrência de soterramento de sementes,
quando da movimentação do solo decorrente da água da chuva (MATTEI, 1997).
2.3.8 Manutenção
13
2.3.11 Combate à formiga
De acordo com Ribeiro (2002), aceiros são faixas de terra, de largura variável, sem cobertura
vegetal viva ou morta, destinadas a quebrar a continuidade do material combustível e deter a
propagação do fogo. É uma técnica embasada na eliminação de um dos componentes do triangulo do
fogo, o material combustível.
Segundo RIBEIRO (2002) a largura dos aceiros depende das condições locais, mas,
normalmente, devem ser considerados o tipo de vegetação e a topografia. De forma geral, quanto mais
inclinado for o terreno e maior a densidade da vegetação, mais largo deve ser o aceiro. (Tabela 03)
14
Alem de observar o tipo de vegetação e a inclinação do terreno para a construção do aceiro,
recomenda-se que em suas bordas ou nas proximidades não apresente nenhuma vegetação cuja altura
seja superior a largura do aceiro.
Todo material vegetal cortado da área do aceiro deve ser retirado do aceiro e da sua borda,
sendo levado à mata da área subjacente.
A limpeza periódica dos aceiros é de extrema importância como medida de prevenção. De
modo geral, basta realizar a operação de limpeza no inicio da época critica para que os aceiros
atravessem todo o período de perigo de incêndio em bom estado de dormência, com pequeno ou
nenhum crescimento vegetativo. (RIBEIRO, 2002)
O sucesso de um projeto de recuperação de uma floresta de proteção deve ser avaliado por
meio de indicadores de recuperação. Analisando os indicadores, é possível definir se o projeto
necessita de intervenções ou até mesmo ser redirecionado, visando acelerar o processo de sucessão e
de restauração das funções da floresta de proteção. Os indicadores podem também determinar o
momento em que a floresta implantada dispensa a intervenção antrópica e passa a ser auto-sustentável.
Martins (2001) cita que a implantação de um modelo de recuperação, por mais bem planejado
que seja, e com maior embasamento ecológico que tenha, não garante, necessariamente, que
determinada área ciliar terá, no futuro, uma cobertura florestal com capacidade de regeneração, com
efetiva proteção do solo e do curso d’água e atratividade à fauna.
Diversos estudos têm proposto um conjunto de indicadores de avaliação da recuperação e da
sustentabilidade dos projetos de restauração, manejo e ou implantação das florestas de proteção.
Citam-se aqui alguns indicadores de recuperação relacionados com a vegetação.
Martins (2001) afirma que a regeneração natural é analisada através de medições de diâmetro,
no nível do solo, e da altura das plântulas e plantas jovens, presentes em pequenas parcelas amostrais,
lançadas na floresta. Uma estratificação vertical auxilia o entendimento da dinâmica da regeneração
natural. Estudos mais detalhados determinam categorias de tamanho para a análise da regeneração.
O estudo é feito para cada espécie, assim é possível distinguir quais espécies estão bem
representadas em todas as classes de tamanho e da mesma forma, quais espécies podem estar tendo
dificuldades de regeneração. A análise da regeneração natural deve levar em conta o tempo em que a
floresta de proteção foi implantada. Se for necessário, pode haver algum tipo de intervenção.
15
2.4.2 Banco de sementes
O sucesso na recuperação de uma floresta pode ser analisado pelo retorno de nutrientes do solo
para as plantas, ou seja, a ciclagem de nutrientes, que se inicia com a deposição do material de origem
vegetal e em menor quantidade, o de origem animal, sua posterior decomposição e a liberação dos
nutrientes para o solo. Segundo Martins (2001) a determinação da produção de serapilheira numa
floresta é realizada através da instalação de coletores, ou seja, de caixas de madeira de 0,5 x 0,5 m ou
de 1,0 x 1,0 m, com laterais de 0,1 m e fundo em tela de náilon de malha fina (2 x 2 mm), que são
mantidas a cerca de 10cm acima da superfície do solo. Mensalmente, a serapilheira depositada nestes
coletores é retirada, separada por folhas, frutos, sementes, flores e ramos, secada em estufa e pesada.
A quantificação da produção de serapilheira na área onde foi implantada a recuperação é
importante, pois possibilita a comparação com outras florestas de proteção. Se a produção de
serapilheira da floresta de proteção em fase de regeneração está muito pequena comparada com outras
florestas, pode estar ocorrendo problemas, em nível de retorno de nutrientes para o solo.
Um bom indicativo para uma área em recuperação é a abundante presença de sementes, tanto
dos grupos ecológicos de inicio de sucessão, como de final. Na regeneração de uma floresta de
proteção a presença de espécies não pioneiras é de grande importância. Por isso a ausência ou a baixa
quantidade de sementes dessas espécies na chuva de sementes significa que a floresta de proteção terá
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um grande obstáculo para se regenerar. Medidas devem ser tomadas para a chegada dessas sementes
na área onde pretende recuperar, pelo fato das espécies não pioneiras serem de grande valor na
estrutura da floresta.
Numa área ciliar em processo de restauração, espera-se que o dossel torne-se cada vez mais
fechado, à medida em que as árvores cresçam e que suas copas se encontrem. Contudo, em áreas em
que ocorreu mortalidade elevada de mudas, sem posterior replantio, o dossel apresentará muitas falhas,
e a regeneração natural de espécies não pioneiras poderá ser prejudicada. (MARTINS, 2001)
Analisando a abertura do dossel numa floresta implantada pode-se verificar o nível de
recuperação da área, porém este indicador deve ser combinado com outros, principalmente com a
regeneração natural. Pois é possível encontrar uma floresta com um dossel muito fechado e pouca
biodiversidade.
Esta análise da abertura do dossel pode ser feita através de fotografias hemisféricas. E também
pela projeção das copas das árvores, estabelecendo uma proporção entre as áreas cobertas e as abertas.
17
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
18
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOTELHO, S.A.; DAVIDE, A.C.; PRADO, N.J.S. et al. Implantação de mata ciliar. Belo
Horizonte: Companhia Energética de Minas Gerais, 1995. 28p.
GUERRA, A. J. T.; CUNHA, S. B. Geomorfologia e Meio Ambiente. 4. ed. Rio de Janeiro: Bertrand
Brasil, 2003.
LISBÃO JÚNIOR, L. Formação de florestas de rápido crescimento. In: Simpósio bilateral Brasil-
Finlândia sobre atualidades. Curitiba, 1988. P.346-358.
MARCHI, S. R. et al. Efeito de períodos de convivência e de controle das plantas daninhas na cultura
de Eucalyptus grandis. In: Seminário sobre cultivo do solo em floretas, 1. Anais... Curitiba, 06 a
09/06/95. p. 122-133.
MARTINS, S. V. Recuperação de matas ciliares. Editora Aprenda Fácil. Viçosa – MG, 2001.
19
SILVA, M. P. S. Preservação de nascentes. Niterói: Programa Rio Rural, 2008
20