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Psicologia

Trabalho realizado por João Oliveira nº3 12 B

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ntrodução

O filme narra a história de um garoto do final do século XV

cujo o nome é
³L¶enfant sauvage´, dirigido por François Truffaut em 1970, conta a história de uma
criança, que passou a sua infância numa floresta, sem contacto com a sociedade.
Quando foi encontrada, foi levada para Paris para ser estudada, pelo médico Jean

tard. Na observação da criança, calculou-se que deveria ter cerca de 11. Apesar
do pequeno selvagem apresentar grandes atrasos (na fala e no andar),
tard
considerava possível a recuperação, e levou-o para sua casa, onde tentou
desenvolver as suas faculdades, e analisar todos os comportamentos e impulsos
do rapaz. Victor, como foi chamado, reagia por instintos, tal como os animais,
mordendo para se defender. Para mudar os seus instintos,
tard preparou
exercícios que o estimulassem, o que o levou a conhecer objectos e a aprender a
escrever. Passados 9 meses em sociedade, Victor provou conhecer os conceitos
de justiça e de injustiça. A única coisa que Victor não conseguiu recuperar foi a
fala. Os seres humanos, tal como os animais, apresentam necessidades básicas,
como é o caso da fome, do sono, ou do apetite sexual. Os animais irracionais não
pensam nem reflectem sobre os seus comportamentos, agindo de maneira a
satisfazerem as suas necessidades, sem porem em causa a hipótese de não
agirem assim. É devido à incapacidade de pensarem sobre os seus actos que os
animais são considerados programas fechados, pois agem de acordo com os seus
instintos mais involuntários. Ao contrário dos animais, os seres humanos têm a
possibilidade de escolherem se querem, ou não agir de certa forma, mesmo que o
resultado das suas reflexões não lhes satisfaça as necessidades básicas. Apesar
do ser humano possuir necessidades que tendem a ser satisfeitas, a decisão
pertence apenas ao indivíduo. No filme, o jovem Victor antes de ser encontrado
pelos homens reagia apenas por instintos, comportando-se como um animal,
enquanto, após 9 meses de contacto com a sociedade e com os seus padrões
culturais, Victor foi-se habituando a comportar de acordo com as normas de boa
educação e de higiene com que nunca tinha lidado antes. Com o passar do tempo
e com o contacto com uma cultura, Victor foi-se ³moldando´ às exigências
impostas pela sociedade em que se inseria. O facto de o comportamento de Victor
se ter mudado com a diferença do meio onde se inseriu prova que o ambiente e a
educação recebida é um factor condicionante e fundamental para os
comportamentos chamados instintivos. Pode-se concluir que o filme apoia a ideia
que, a educação e o contínuo contacto com a sociedade, influenciam os
comportamentos do ser humano.

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Linguagem

Os pensamentos que o espírito humano produz não podem nascer e existir sem
terem por base a linguagem, sem terem por base a capacidade de distinguir a
realidade por símbolos.

Não há pensamentos derradeiramente humanos sem linguagem, sendo a


linguagem a capacidade simbólica por intermédio da qual a mente representa a
realidade, mesmo na sua ausência o seu desenvolvimento inclui um período pré
linguístico esta capacidade indissociável do pensamento e por consequente de
todos os aspectos humanos superiores.

No caso deste rapaz que representa um ser isolado e desprovido de aculturação,


sendo incapaz de interagir ou mesmo adaptar-se ao meio em que de repente fora
introduzido, permite-nos averiguar o papel que a linguagem desempenha neste
caso, que seria a possibilidade de interagir com o exterior e com o meio que o
rodeia viabilizando a capacidade de pensamento e consciência reflectiva.

Assim, o seu isolamento passado condicionou a sua aprendizagem futura que,


além do mais, deveria ter sido realizada durante a sua infância (época em que o
seu cérebro apresentaria mais plasticidade, existindo uma facilidade de
aprendizagem, socialização e interiorização dos comportamentos característicos
da sua cultura). Desta forma, o menino selvagem não só tinha que lutar contra o
seu passado como contra a idade avançada para uma aprendizagem, muito
provavelmente, sua desconhecida, sendo esta a razão por que, segundo
tard,
³para ser julgado racionalmente, (o menino selvagem de Averyon) só pode ser
comparado a ele próprio´.

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Cultura socialização e individuação

Segundo a tese de Lucien Malson, que escreveu ³Les enfant sauvages´ (As
crianças selvagens), relatando e analisando não só este caso mas também outros
casos de isolamento, o Homem é inferior a grande número de animais no seu
estado de natureza. O autor defende que os animais, com o seu sistema nervoso
rudimentar, não necessitam de viver com a sua espécie para realizar as acções
características da mesma, não carecendo de ensinamentos devido aos seus
instintos já desenvolvidos à nascença. Lançado no globo sem forças físicas e sem
ideias inatas, incapaz de obedecer por si só às leis constitucionais da sua
organização, o Homem só pode encontrar no seio da sociedade a posição
eminente que a natureza lhe assinalou e, sem a civilização, seria, como já referi,
um dos mais fracos já que, de todos os seres vivos o Homem é o que na ocasião
do nascimento se mostra mais incapaz, condição necessária para os seus
progressos ulteriores, e a ideia de instintos que se desenvolvem por si só não
corresponde à realidade humana. Nasce inacabado e depende de uma sociedade,
de uma cultura. Segundo
tard, ³o indivíduo, privado das faculdades características
da sua espécie, arrasta miseravelmente, sem inteligência nem afeições, uma vida
precária e reduzida às funções de animalidade´. Assim, a superioridade moral, que
muitos consideram ser natural nos seres humanos, não é mais do que um
resultado da civilização, que contribui para a sua formação. Existe então, uma
força imitativa destinada não só à educação dos órgãos como à aprendizagem da
palavra, que é muito activa nos primeiros anos de vida, mas enfraquece
rapidamente com o avançar da idade, com o isolamento e com todas as outras
causas relacionadas com a sensibilidade nervosa.

Com a tentativa de integração do menino selvagem na sociedade, este, que


anteriormente não estava ³preso´ por normas e deveres morais, perdeu o poder de
escolher, pois, por sua vontade, voltaria para o bosque, razão pela qual tentou
fugir inicialmente. Por outro lado, conseguiu, pouco a pouco, impor-se face à
Natureza, ao instinto, adquirindo cultura e atingindo outra forma de liberdade, que
concorre para a formação do Homem. Note-se que uma das maiores dicotomias é

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cultura e natureza, percebendo-se, com o exemplo do caso do menino selvagem,


o porquê desta oposição.

Ainda que a liberdade seja um factor que está subjacente às acções


especificamente humanas, podemos concluir, tendo em conta todo este caso, que
existem de facto condicionantes da acção humana. Em primeiro lugar, o menino
selvagem, não obstante viver numa floresta, não tinha as mesmas capacidades
físicas de outros animais, ou seja, os factores biológicos também afectaram as
suas acções enquanto selvagem. Em segundo lugar, surgem os factores
intelectuais, pelo facto do menino não ter competências nesse sentido, o que
dificultou as suas acções na sua vivência em sociedade. Por exemplo, quando o
médico
tard tentou transmitir algum conhecimento no âmbito das letras,
aconteceram, por vezes, ataques de fúria, pelo facto destas serem muito
abstractas e, consequentemente, mais difícil foi a sua aprendizagem neste campo
(neste contexto, alguns especialistas defenderem que o médico procedeu mal ao
incluir letras, por serem demasiado abstractas, na educação do menino).

Aprendeu também a desenvolver afectividade, o que foi considerado um grande


progresso. Tornou-se sensível às temperaturas extremas, espirrou pela primeira
vez assim como chorou. À medida que esta afectividade se foi desenvolvendo
entre o menino e o Dr.
tard ou a Mme. Guérin, a aprendizagem vai-se tornando
mais fácil (note-se que os factores psicológicos são bastante influenciáveis). Por
último, como já foi referido, os factores sócio-culturais também influenciam as
nossas acções pois, ao estarmos inseridos numa sociedade, as nossas acções e
comportamentos são influenciados por ela, como se verificou com a socialização
do menino selvagem, que teve de se sujeitar a regras e a deveres morais.

Torna-se também importante salientar que, no século X


X dominava a ideia de que
uma criança nasce naturalmente preparada para a vida, salvo nos casos de
deterioração biológica, tendo a sociedade em geral considerado o menino
selvagem um destes casos, incluindo Pinel, um célebre psiquiatra da época. Não

se pode, portanto, deixar de falar numa espécie de ³racismo´ pois, embora de


início lhe tivesse sido dada uma certa importância, rapidamente fora esquecido e
considerado um idiota

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Embora o menino selvagem de Averyon, a quem


tard deu o nome de Victor por se
mostrar ³sensível´ ao som ³ô´, tivesse conseguido evoluir, só podemos considerar
essa evolução como grande se tivermos em conta o seu estado inicial. Victor
conseguiu pronunciar a palavra ³lait´ (leite) e até mesmo escrevê-la, mas não foi
dada muita importância a esta aprendizagem uma vez que não era utilizada para
mostrar uma necessidade, mas sim uma espécie de exercício preliminar, que
precedia espontaneamente à satisfação dos seus apetites. Através da análise da
conduta do menino selvagem pode-se dizer que:

- devido à fraca sensibilidade do sistema auditivo, a sua educação ficou


incompleta;

- todo o seu desenvolvimento foi lento e trabalhoso;

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- apesar do seu gosto pela liberdade dos campos e da sua indiferença pela
maior parte das vantagens da vida social, mostrou-se reconhecido pelo cuidados
que lhe prestavam: gostava quando fazia as coisas bem, envergonhava-se com os
seus erros e arrependia-se das suas irritações;

- existe, também nas crianças selvagens, uma relação constante entre ideias e
necessidades, ou seja, ³todas as causas acidentais, locais ou politicas tendentes a
aumentar ou diminuir o número das nossas necessidades, contribuem
necessariamente para alargar ou diminuir o âmbito dos nossos conhecimentos´
(
tard).

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Conclusão

Por fim, podemos concluir que o Homem, lançado na Terra, sem forças físicas
nem ideias inatas, tanto na selva como na mais civilizada das sociedades, será
apenas aquilo que dele fizerem. Segundo Jaspers (filósofo alemão), ³são as
nossas aquisições, as nossas imitações e a nossa educação que nos transformam
em homens do ponto de vista psíquico´. O comportamento humano é uma
conquista feita em consequência do processo da sua integração no meio cultural,
que varia em função da sociedade a que pertence. O que nos torna
reconhecidamente humanos depende de muito mais do que a nossa herança
genética e biológica: é fundamental ter em conta as dimensões social e cultural
para que possamos compreender os seres humanos e a forma como se
comportam. Tornamo-nos humanos através da aprendizagem de formas
partilhadas e reconhecíveis de ser e de nos comportarmos. O Homem deve à
cultura a capacidade de ultrapassar os seus instintos, tendo, desta forma, o poder
de optar, escolher qual o caminho que considera melhor, segundo os valores em
que se apoia, depois de analisar, racionalmente, a realidade. É portanto
necessário ³admitir que os homens não são homens fora do ambiente social´
(Lucien Malson) e que necessitam, mais do que os outros animais, da vivência
junto da espécie.

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