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ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a
Quarta Turma, por maioria, conhecer em parte do recurso especial e, nessa parte, dar-lhe parcial
provimento, vencidos os Srs. Ministros Cesar Asfor Rocha e Fernando Gonçalves. Votaram com
o Sr. Ministro Relator os Srs. Ministros Barros Monteiro e Luís Felipe Salomão.
Brasília (DF), 17 de março de 2009 (Data do Julgamento)
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Superior Tribunal de Justiça
RECURSO ESPECIAL Nº 123.633 - SP (1997/0018091-3)
RELATÓRIO
Aduz que tal decisão afronta o art. 7o , parágrafo 4o , da LICC e o art. 230
do Código Civil anterior, posto que, em tais circunstâncias, inaplicável o art. 259 da mesma lei
substantiva e daí, incabível a comunhão de aqüestos.
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Superior Tribunal de Justiça
que os bens haviam sido adquiridos pelo esforço conjunto não pode servir de base para o
afastamento da LICC, ressaltando que há bens que foram adquiridos inclusive já na Áustria.
Afirma, mais, que o art. 259 do Código Civil se aplica apenas ao caso de
regime convencional da separação, ou seja, quando exista pacto antenupcial, e não quando o
mesmo é legal, assim estabelecido na Áustria, o que não se descaracterizou pela sua simples
mudança de domicílio para o Brasil, salientando que naquele país alienígena a comunhão é que
deve vir prevista em contrato antenupcial.
É o relatório.
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Superior Tribunal de Justiça
RECURSO ESPECIAL Nº 123.633 - SP (1997/0018091-3)
VOTO
A recorrida, Roberta Ruth Honnen, diz que a maior parte dos bens vinha
sendo propositalmente adquirida em nome da esposa, embora fruto do esforço comum,
justamente para prejudicá-la na partilha, em proveito da cônjuge varoa e dos filhos do 2o
casamento.
No tocante à letra “a”, o art. 230 do Código Civil anterior não está
prequestionado, incidindo, na espécie, as Súmulas n. 282 e 356 do C. STF.
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“Art. 259. Embora o regime não seja o da comunhão de
bens, prevalecerão, no silêncio do contrato, os princípios dela, quanto à
comunicação dos adquiridos na constância do casamento”.
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Superior Tribunal de Justiça
Ante o exposto, conheço em parte e dou parcial provimento ao recurso
especial, nos termos acima.
É como voto.
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VOTO
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VOTO
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RECURSO ESPECIAL Nº 123.633 - SP (1997/0018091-3)
VOTO
Federal, ou seja, para o patrimônio do falecido Rudolf serão carreados os bens havidos por
ele e por sua segunda mulher mediante o esforço comum. Para a verificação a respeito da
aquisição com esforço comum, haverá de ser realizada, oportunamente, a liqüidação por
corresponde à diretriz traçada por esta Turma no Recurso Especial n. 9.938/SP, da relatoria
retardamento com a exigência da liqüidação por artigos. Todavia, o Sr. Ministro-Relator diz
que os imóveis, nessa situação, não são em grande quantidade, de forma que, provavelmente,
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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUARTA TURMA
Relator
Exmo. Sr. Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro FERNANDO GONÇALVES
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. ANTÔNIO CARLOS PESSOA LINS
Secretária
Bela. CLAUDIA AUSTREGÉSILO DE ATHAYDE BECK
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : EVA MARIA RUTHOFER - ESPÓLIO
REPR.POR : CORNÉLIA EVELIN PILSHOFER - INVENTARIANTE E OUTRO
ADVOGADO : MAURÍCIO DE CAMPOS CANTO E OUTRO
RECORRIDO : ROBERTA RUTH HONNEN
ADVOGADO : OTTO CARLOS VIEIRA RITTER VON ADAMEK
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUARTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
Verificado empate na votação, tendo os Srs. Ministros Aldir Passarinho Junior, Relator, e
Barros Monteiro conhecido parcialmente do recurso especial e, nessa parte, dado-lhe parcial
provimento, e os Srs. Ministros Cesar Asfor Rocha e Fernando Gonçalves dele conhecido,
dando-lhe provimento, os autos deverão ir conclusos ao Sr. Ministro Jorge Scartezzini para que se
prossiga no julgamento.
Brasília, 06 de setembro de 2005
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RECURSO ESPECIAL Nº 123.633 - SP (1997/0018091-3)
VOTO-VISTA
Inconformada, a agravada interpôs recurso especial, sob o pálio das alíneas "a"
e "c" do dispositivo constitucional de regência, alegando, em síntese (fls. 405-416):
a) que o acórdão recorrido malferiu o art. 7º, § 4º, da Lei de Introdução ao
Código Civil, na medida em que negou vigência à lei austríaca, aplicável ao
caso, que proíbe a comunicação de bens no regime de separação total;
b) afronta ao art. 230, do Código Civil, relativo à proibição da alteração no
regime de bens após o casamento;
c) a existência de dissídio jurisprudencial quanto à comunicação apenas do
patrimônio comprovadamente adquirido pelo esforço comum.
A parte adversa ofereceu contra-razões às fls 420-460.
O membro do Parquet deixou da apresentar parecer, declarando cuidar-se
apenas de interesse privado, sem qualquer fator atrativo da intervenção ministerial (fl. 466).
Em decisão de fls. 469-471, o especial ultrapassou o juízo prévio de
admissibilidade, ascendendo a esta Corte Superior.
A filha da agravada, Cornélia Evelin Pilshofer, veio aos autos noticiar o
falecimento de sua mãe e requerer sua habilitação no processo, como inventariante do
Espólio, o que foi deferido à fl. 514. Na mesma oportunidade, apresentou documentos,
procurando comprovar que o regime matrimonial estabelecido entre seus pais era o da
separação de bens, nos termos da legislação austríaca aplicável à espécie.
Conduzido à julgamento nesta Quarte Turma, o Relator, Ministro Aldir
Passarinho Júnior, proferiu voto no sentido de dar parcial provimento ao recurso especial, a
fim de determinar que só os bens adquiridos pelo esforço comum dos cônjuges sejam
trazidos à colação, tudo a ser apurado em liquidação por artigos. Tal posicionamento foi
acompanhado pelo Ministro Barros Monteiro (fls. 520-530).
O Ministro César Asfor Rocha, acompanhado pelo Ministro Fernando
Gonçalves, inaugurou divergência, asseverando que a agravante, filha do primeiro
casamento, não pode pugnar pela colação de bens adquiridos pela esposa do de cujus com
patrimônio próprio (fl. 532).
É o relatório.
Aponta ainda para o disposto no § 1237, que estabelece "a separação de bens
como regime de bens legal, o que significa que, inexistindo acordo específico (§ 1233 ABGB),
cada cônjuge é proprietário do patrimônio trazido para o casamento e será proprietário
exclusivo do patrimônio adquirido ou herdado por quaisquer meios" (fl. 491).
Resta saber se a regra contida no artigo 259 do Código Civil de 1916 e aplicada
pela Corte local pode ser compreendida como uma norma cogente e de aplicação imediata.
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comunicam-se os adquiridos na constância do casamento".
Por fim, vale destacar que tal entendimento está em consonância com a
posição de destaque atribuída à unidade familiar pela Constituição Federal, conforme se
depreende do caput de se artigo 226, in verbis : "A família, base da sociedade, tem especial
proteção do Estado".
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RECURSO ESPECIAL Nº 123.633 - SP (1997/0018091-3)
RETIFICAÇÃO DE VOTO
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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUARTA TURMA
Relator
Exmo. Sr. Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro FERNANDO GONÇALVES
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. ANTÔNIO CARLOS FONSECA DA SILVA
Secretária
Bela. TERESA HELENA DA ROCHA BASEVI
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : EVA MARIA RUTHOFER - ESPÓLIO
REPR. POR : CORNÉLIA EVELIN PILSHOFER - INVENTARIANTE E OUTRO
ADVOGADO : MAURÍCIO DE CAMPOS CANTO E OUTRO
RECORRIDO : ROBERTA RUTH HONNEN
ADVOGADO : OTTO CARLOS VIEIRA RITTER VON ADAMEK
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUARTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
O julgamento do presente feito foi adiado por indicação do Sr. Ministro Luís Felipe
Salomão.
Brasília, 18 de dezembro de 2008
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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUARTA TURMA
Relator
Exmo. Sr. Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro FERNANDO GONÇALVES
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. ANA MARIA GUERRERO GUIMARÃES
Secretária
Bela. TERESA HELENA DA ROCHA BASEVI
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : EVA MARIA RUTHOFER - ESPÓLIO
REPR. POR : CORNÉLIA EVELIN PILSHOFER - INVENTARIANTE E OUTRO
ADVOGADO : MAURÍCIO DE CAMPOS CANTO E OUTRO
RECORRIDO : ROBERTA RUTH HONNEN
ADVOGADO : OTTO CARLOS VIEIRA RITTER VON ADAMEK
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUARTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
Prosseguindo no julgamento, após o voto de desempate proferido pelo Sr. Ministro Luís
Felipe Salomão, acompanhando o voto do Sr. Ministro Relator, a Turma, por maioria, conheceu
em parte do recurso especial e, nessa parte, deu-lhe parcial provimento, vencidos os Srs.
Ministros Cesar Asfor Rocha e Fernando Gonçalves, que conheciam do recurso especial e
davam-lhe provimento.
Brasília, 17 de março de 2009
Documento: 576686 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 30/03/2009 Página 2 6 de 26