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2) Discorra sobre:
a. Benefício de prestação continuada – BPC;
O Benefício de Prestação Continuada (BPC) da Lei Orgânica da Assistência Social
(LOAS) é a garantia de um salário mínimo mensal à pessoa com deficiência que
comprove não possuir meios de prover a própria manutenção, nem de tê-la provida por
sua família. Para ter direito, é necessário que a renda por pessoa do grupo familiar seja
menor que 1/4 do salário-mínimo. Por se tratar de um benefício assistencial, não é
necessário ter contribuído para o INSS para ter direito a ele. No entanto, este benefício
não paga 13º salário e não deixa pensão por morte.
b. Diretrizes e princípios da assistência social;
Os princípios regentes da assistência social, além daqueles que a CF elencou, estão
no art. 4º da LOAS onde determina que assistência social rege-se pelos seguintes
princípios:
I - supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as exigências de
rentabilidade econômica;
II - universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação
assistencial alcançável pelas demais políticas públicas;
III - respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e
serviços de qualidade, bem como à convivência familiar e comunitária, vedando-se
qualquer comprovação vexatória de necessidade;
IV - igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de qualquer
natureza, garantindo-se equivalência às populações urbanas e rurais;
V - divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos assistenciais, bem
como dos recursos oferecidos pelo Poder Público e dos critérios para sua concessão.
As diretrizes da organização da assistência social estão no art. 5° da LOAS, onde tem
como base as seguintes diretrizes:
I - descentralização político-administrativa para os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, e comando único das ações em cada esfera de governo;
II - participação da população, por meio de organizações representativas, na
formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis;
III - primazia da responsabilidade do Estado na condução da política de assistência
social em cada esfera do governo.
c. Organização e gestão da assistência social;
Art. 6º/LOAS: A gestão das ações na área de assistência social fica organizada sob a
forma de sistema descentralizado e participativo, denominado Sistema Único de
Assistência Social (SUAS), com os seguintes objetivos:
I - consolidar a gestão compartilhada, o cofinanciamento e a cooperação técnica entre
os entes federativos que, de modo articulado, operam a proteção social não
contributiva;
II - integrar a rede pública e privada de serviços, programas, projetos e benefícios de
assistência social:
III - estabelecer as responsabilidades dos entes federativos na organização, regulação,
manutenção e expansão das ações de assistência social:
IV - definir os níveis de gestão, respeitadas as diversidades regionais e municipais:
V - implementar a gestão do trabalho e a educação permanente na assistência social;
VI - estabelecer a gestão integrada de serviços e benefícios;
VII - afiançar a vigilância socioassistencial e a garantia de direitos.
d. Benefícios eventuais e serviços da Assistência Social;
Os Benefícios Eventuais são previstos pela Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS)
e oferecidos pelos municípios e Distrito Federal aos cidadãos e às suas famílias que
não têm condições de arcar por conta própria com o enfrentamento de situações
adversas ou que fragilize a manutenção do cidadão e sua família.
O benefício deve ser oferecido nas seguintes situações:
- Para atender as necessidades do bebê que vai nascer; apoiar a mãe nos casos em
que o bebê nasce morto ou morre logo após o nascimento; e apoiar a família em caso
de morte da mãe.
- Para atender as necessidades urgentes da família após a morte de um de seus
provedores ou membros; atender as despesas de urna funerária, velório e
sepultamento, desde que não haja no município outro benefício que garanta o
atendimento a estas despesas.
- Para o enfrentamento de situações de riscos, perdas e danos à integridade da pessoa
e/ou de sua família e outras situações sociais que comprometam a sobrevivência.
- Para garantir os meios necessários à sobrevivência da família e do indivíduo, com o
objetivo de assegurar a dignidade e a reconstrução da autonomia das pessoas e
famílias atingidas.
e. Programas assistenciais e projetos de enfrentamento da pobreza;
Segundo prevê a LOAS, "para o enfrentamento da pobreza, a assistência social
realiza-se de forma integrada às políticas setoriais, garantindo mínimos sociais e
provimento de condições para atender contingências sociais e promovendo a
universalização dos direitos sociais ". Na seção V do mesmo diploma, os artigos 25 e
26 regulamentam os projetos de enfrentamento da pobreza, compreendidos pela
"instituição de investimento econômico-social nos grupos populares, buscando
subsidiar, financeira e tecnicamente, iniciativas que lhes garantam meios, capacidade
produtiva e de gestão para melhoria das condições gerais de subsistência, elevação do
padrão da qualidade de vida, a preservação do meio-ambiente e sua organização
social". Ademais, tais incentivos devem "assentar-se-á em mecanismos de articulação
e de participação de diferentes áreas governamentais e em sistema de cooperação
entre organismos governamentais, não governamentais e da sociedade civil".
Por essa razão, uma vez considerada como política pública estratégica no
enfrentamento da pobreza, "a assistência social precisa se consolidar e se efetivar de
modo a romper com as velhas e tradicionais práticas que sempre a colocaram
subalterna na hierarquização com as demais políticas. Esse processo de afirmação da
assistência social conclama, na lógica dos direitos, por novas relações e modos
operacionais inclusivos e participativos ao desenvolver os serviços socioassistenciais
que lhe são de competência em compartilhamento entre governos, setores de políticas,
usuários e sociedade em geral, nos territórios de abrangência" (LUNELLI;
COMERLATTO, 2014, p. 56). Os programas sociais, sobretudo, os programas de
transferência direta de renda, surgem, portanto, como um grande aliado no combate a
miséria e carências sociais que tanto assombram nosso país, "combinando ações que
visam promover a justiça social e contemplar oportunidades às famílias pobres de
assegurar patamares de vida digna e autônoma" (LUNELLI; COMERLATTO, 2014, p.
53).
f. Financiamento da assistência social
O financiamento federal na Assistência Social é operacionalizado por meio de repasses
fundo a fundo, diretamente do Fundo Nacional de Assistência Social aos Fundos de
Assistência Social Municipais, Estaduais, e do Distrito Federal.
g. Bolsa família
É um programa de transferência direta de renda, direcionado às famílias em situação
de pobreza e de extrema pobreza em todo o País, de modo que consigam superar a
situação de vulnerabilidade e pobreza. O programa busca garantir a essas famílias o
direito à alimentação e o acesso à educação e à saúde. Em todo o Brasil, mais de 13,9
milhões de famílias são atendidas pelo Bolsa Família.
Emtre os objetivos do programa, estão:
• Combater a fome e promover a segurança alimentar e nutricional;
• Combater a pobreza e outras formas de privação das famílias;
• Promover o acesso à rede de serviços públicos, em especial, saúde, educação,
segurança alimentar e assistência social.
A população alvo do programa é constituída por famílias em situação de pobreza ou
extrema pobreza. As famílias extremamente pobres são aquelas que têm renda mensal
de até R$ 89,00 por pessoa. As famílias pobres são aquelas que têm renda mensal
entre R$ 89,01 e R$ 178,00 por pessoa. As famílias pobres participam do programa,
desde que tenham em sua composição gestantes e crianças ou adolescentes entre 0 e
17 anos.
O Programa Bolsa Família está previsto em lei (Lei Federal nº 10.836, de 9 de janeiro
de 2004) e é regulamentado pelo Decreto nº 5.209, de 17 de setembro de 2004, e
outras normas.
REFERÊNCIAS:
LUNELLI, Luciana; COMERLATTO, Dunia. Política de Assistência Social no
Enfrentamento da Pobreza: estratégias e conceituação. Textos & Contextos (Porto
Alegre), v. 13, n. 1, p. 47-57, 2014.
TORRES, Fabio Camacho Dell'Amore. Seguridade social: conceito constitucional e
aspectos gerais. Âmbito Jurídico, Rio Grande, XV, n. 98, 2012.
Páginas oficiais da Caixa Econômica Federal, da Secretaria Especial de
Desenvolvimento Social e do Governo Federal.