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Campo elétrico
Vamos supor que se introduz uma diferença de potencial V entre duas chapas
condutoras. Ver fig. 8-1.
ε
V
Fig. 8-1
Em todo ponto, situado no espaço entre essas duas chapas, passa uma linha invisível
chamada de linha de campo elétrico. A fig. 8-1 mostra algumas dessas linhas. Se for
colocada, sobre uma destas linhas, uma partícula carregada com carga negativa, esta
partícula se desloca, ao longo da linha, no sentido da flecha, até atingir a chapa positiva.
Se a partícula estiver carregada positivamente, o deslocamento é em sentido contrário.
Por isto essas linhas são também chamadas de linhas de força.
A chapa ligada ao potencial negativo se chama catodo e a outra tem o nome de anodo.
Podemos dar, como exemplo de partícula com carga negativa, um elétron. Dentro de um
tubo de um televisor, por exemplo, tem-se o deslocamento de um feixe de elétrons que
saem, continuamente, do catodo e atingem o anodo.
Outros exemplos de partículas carregadas negativamente ou positivamente são os íons.
Íon é um átomo ou uma molécula que perdeu ou ganhou elétrons. No primeiro caso esse
elemento se transformou em um íon positivo e no segundo caso tornou-se um íon
negativo. As principais aplicações do deslocamento de íons, entre catodo e anodo, são a
eletrólise e a galvanoplastia.
A entidade física que provoca o deslocamento dessas partículas é chamada de “campo
elétrico”. Em cada ponto, situado entre as duas chapas, existe um campo elétrico. As
velocidades e acelerações, daquelas partículas, dependem dos valores, desse campo
elétrico, ao longo das linhas de força.
O valor do campo elétrico, presente em cada ponto, pode ser determinado por meio de
expressões matemáticas. Sua unidade física é volt por metro e seu símbolo matemático,
mais usual, é a letra grega ε .
Por exemplo, quando a distância entre as placas é muito menor do que suas dimensões,
o campo elétrico é, aproximadamente constante, e tem o valor:
V
ε≈
d
86
V 5 v v
ε≈ = = 250
d 0,02 m m
Na realidade, para que haja formação de campos elétricos, não é necessário que o anodo
e o catodo tenham o formato, das chapas, descrito. Quaisquer dois condutores, com uma
diferença de potencial entre si, geram campos elétricos. A fig. 8-2.a mostra o caso em
que o catodo e o anodo são fios condutores. A fig. 8-2.b mostra as linhas de força em
um plano transversal a esses condutores.
V
(a) (b)
Fig. 8-2
Capacitor
87
V
ε ⇒ ε V
Fig. 8-3
Construção do capacitor
Um capacitor pode ser construído usando-se duas placas condutoras, isoladas entre si,
cuja distância, uma da outra, é muito menor do que as dimensões das placas. A fig.
8-4.a mostra este dispositivo em perspectiva. A fig. 8-4.b mostra o corte na posição BB
da primeira figura.
B B B d B
(a) (b)
Fig. 8-4
Fig. 8-5
88
No capacitor da fig. 8-4 as placas estão isoladas apenas pela presença de ar entre elas.
Entretanto, o mais comum é ter um material não condutor (isolante) separando essas
placas. Este material recebe o nome de dielétrico. A fig. 8-6 mostra o corte, ainda na
posição BB, de um capacitor contendo dielétrico entre as placas.
B B
εr
Fig. 8-6
A
C = 8,85 × 10 −12 × ε r × [Farad ]
d
Tabela 8-1
Ar 1,00
Baquelite 5
Vidro 6
Mica 5
Óleo 4
Papel 2,5
Borracha 3
Teflon 2
----------------------------------------------------------------------------------------------------------
Exercício 8-1
89
Um capacitor de 200 × 10 −12 F (200 pF), deve ser construído conforme as figuras 8-4 e
8-6, utilizando chapas quadradas. Sabendo que a distância entre as placas é
d = 1 × 10 −4 m , determinar a medida de cada lado dessas placas, para os seguintes casos:
a) Dielétrico ar
b) Dielétrico mica.
Solução:
200 × 10 −12 × 10 −4
A= = 2,26 × 10 −3 m 2
8,85 × 10 −12
A = l×l = l2
200 × 10 −12 × 10 −4
A= −12
= 4,5 × 10 − 4 m 2
5 × 8,85 × 10
(+ ) (− )
Fig. 8-7
90
No caso geral se tem n placas, onde n é um número ímpar. Neste caso o valor da
capacitância fica:
A
C = 8,85 × 10 −12 × (n − 1) × ε r ×
d
----------------------------------------------------------------------------------------------------------
Exercício 8-2
Vamos supor que um capacitor possui 7 placas, tendo cada uma delas a mesma
dimensão da placa do exercício 8-1, ou seja, é quadrada tendo o lado l = 2,13 cm . Estas
placas estão separadas entre si da mesma distância especificada naquele exercício:
d = 1 × 10 −4 m . O dielétrico também é o mesmo, ou seja, mica.
Determinar o valor da capacitância.
2
C = 8,85 × 10 −12 × (n − 1) × ε r ×
A
= 8,85 × 10 −12 × 6 × 5 ×
(0,0213) ≈ 1,2 × 10 −9 F =
d 1 × 10 −4
1200 pF
----------------------------------------------------------------------------------------------------------
Exercício 8-3
Um capacitor variável, de dielétrico ar, é formado por 11 placas, em formato de meio
círculo cujo raio mede 4 cm. A distância entre as pacas é de 0,5 mm. Determinar sua
capacitância máxima. Ver figura a seguir.
Solução:
π × 0,04 2
C = 8,85 × 10 −12 × (n − 1) × ε r ×
A
= 8,85 × 10 −12 × 10 × 1,00 × 2 = 445 × 10 −12 F
d 0,0005
ou C = 445 pF
91
Campo magnético
Um ímã, com seus pólos norte e sul, também pode produzir movimentos em partículas,
devido ao seu magnetismo. Contudo, essas partículas, para sofrerem esses
deslocamentos, têm que ter propriedades magnéticas, como por exemplo, o ferro.
Na região, onde se encontra o ímã, tem-se a presença de linhas de campo magnético. O
conjunto dessas linhas se chama fluxo magnético.
Entretanto, temos aqui, uma característica básica diferente em relação ao campo
elétrico. As linhas de fluxo magnético são sempre fechadas. Ver fig. 8-8
S N
Fig. 8-8
Essas linhas partem do pólo norte para o pólo sul na parte externa do material, e do pólo
sul para o pólo norte na região do material.
92
I
(a) (b)
Fig. 8-9
Aqui também temos uma entidade física responsável pelo fenômeno. Esta entidade se
chama campo magnético. Seu símbolo mais conhecido é a letra H. Vamos tomar como
base um ponto P, situado a uma distância r de um fio condutor. Ver fig. 8-10.
P P
r r
I
Fig. 8-10
Se o comprimento deste condutor for l >> r e se nele passar uma corrente I, o campo
magnético, naquele ponto P, resulta aproximadamente:
I
H≈
2π × r
Quando a corrente elétrica é dada em ampere e a distância até o ponto é dada em metro,
a unidade do campo magnético é ampere por metro.
Exemplo: Seja um fio condutor de 1 metro de comprimento percorrido por uma corrente
elétrica de 1 ampere. O campo magnético em um ponto, distante 1 cm deste fio, resulta:
I 1 A A
H ≈ = ≈ 15,9
2π × r 2π × 0,01 m m
Campos magnéticos resultantes de uma corrente elétrica que percorre uma espira.
A fig. 8-11 mostra a configuração das linhas, de campo magnético, provocadas por uma
corrente elétrica ao percorrer um condutor com a forma de uma espira circular.
93
I
Fig. 8-11
Indutor
Fig. 8-12
94
A fig. 8-13 mostra um indutor que contém, internamente, um núcleo de ferro doce. Este
núcleo, isoladamente, não é um ímã. Entretanto, quando a corrente elétrica percorre as
espiras, as linhas de fluxo magnético se concentram dentro desse núcleo. Desta maneira
o sistema se converte em um dispositivo chamado eletro ímã. Mesmo para correntes
elétricas moderadas, a presença desse núcleo, torna os campos magnéticos muito mais
intensos. Esses campos magnéticos podem se tornar tão intensos como os de um ímã
propriamente dito.
A principal diferença entre um ímã e um eletro ímã é que este último deixa de se
comportar como ímã quando a corrente elétrica é desligada.
Fig. 8-13
Vimos que um indutor vem a ser um fio condutor formando uma determinada
quantidade de espiras. Quando uma corrente percorre esse condutor são geradas linhas
de campo magnético de tal maneira que o dispositivo se comporta como um ímã. Ver
Fig. 8-14.
95
I
Fig. 8-14
Vimos, também, que o efeito eletro-magnético se torna mais intenso quando se tem um
material ferroso colocado no interior das espiras. Diz-se que o indutor contém um
núcleo ferroso. Este material concentra as linhas de campo magnético existentes no
interior dessas espiras.Ver fig, 8-15.
Fig. 8-15
O núcleo fica magnetizado apenas durante a presença da corrente elétrica. Quando esta
corrente cessa, a imantação desaparece. Se a corrente elétrica for alternada, o sentido
das linhas magnéticas também se alterna. Neste caso dizemos que temos um campo
magnético alternado. Isto significa que os pólos norte e sul do eletro-imã se alternam
acompanhando a alternância da corrente.
Na fig. 8-15 nota-se que o percurso das linhas de fluxo acontece uma parte no núcleo e
outra parte no ar.
A intensidade do campo magnético fica ainda bem maior quando se consegue fazer com
que o percurso total, das linhas de fluxo, seja dentro do material ferroso. Isto se
consegue, usando um núcleo fechado tendo, por exemplo, o formato mostrado na fig.
8-16.
96
Linha do fluxo magnético
Fig. 8-16
1 < µ re < µ rm
Os núcleos dos indutores são ligas metálicas onde se tem, em maior porcentagem, o
elemento ferro. Em eletro-técnica o material mais empregado é uma liga ferro-silício,
onde se tem 4 % de silício e 96 % ferro. Neste caso, µ rm ≈ 900 .
S×N2
L = 4π × 10 −7 µ rm [Henry] 8 -1
l
97
-----------------------------------------------------------------------------------------------------
Exercício 8-4
Um indutor, construído em núcleo fechado, como mostrado fig. 8-15, foi enrolado com
200 espiras. Seu núcleo possui µ rm = 900 . O comprimento do trajeto das linhas do
fluxo magnético, nesse núcleo, é l = 0,1 m . A área de sua secção é S = 4 × 10 −4 m 2 .
Determinar o valor desse indutor.
4 × 10 −4 × 200 2
L = 4π × 10 −7 × 900 = 0,181 H
0,1
-------------------------------------------------------------------------------------------------------
Quando o núcleo é aberto, as formulas para o projeto são muito complexas e pouco
confiáveis. O mesmo acontece para os indutores com núcleo de ar.
98
9 - DETERMINAÇÃO DAS TENSÕES E CORRENTES EM
CIRCUITOS CONTENDO RESISTORES, INDUTORES E
CAPACITORES.
onde ω = 2πf representa a freqüência angular, cuja unidade é radianos por segundo.
Vamos supor que esta corrente elétrica alternada percorre uma resistência de valor R.
Ver fig. 9-1.
i
R
v
A B
Fig. 9-1
ou v(t ) = V cos ωt
onde V = R×I
99
i
I
0
tempo
−I
v
V = I×R
0
− V = −I × R tempo
Fig. 9-2
----------------------------------------------------------------------------------------------------------
Exercício 9-1
Uma corrente elétrica alternada possui a amplitude igual a 2 ampere e fase inicial nula..
Ela percorre uma resistência de valor 200 Ω . Determinar a expressão matemática da
tensão na resistência.
Solução:
I = 2 A, R = 200 Ω
----------------------------------------------------------------------------------------------------------
[
i(t ) = Re I × e jωt , pois ]
[ ]
Re I × e jωt = Re[I × (cos ωt + j sen ωt )] = Re(I cos ωt + jI sen ωt ) = I cos ωt
Semelhantemente, a expressão 9-2, que indica a tensão sobre o resistor, pode ser escrita
na forma:
[ (
v(t ) = Re R × I × e jωt )] 9-3
pois [ ]
Re R × I × e jωt = Re{R × I [cos ωt + j sen ωt ]} =
100
Situação em que se tem uma fase α I no instante inicial da corrente
Neste caso:
i(t ) = I cos(ωt + α I )
Resulta
[ (
v(t ) = Re R × I × e j (ωt +α I ) )]
ou v(t ) = RI cos(ωt + α I )
ou v(t ) = V cos(ωt + β Z )
I
0
tempo
−I
αI
v
V = I ×R
0
−V = −I × R tempo
βV = α I
Fig. 9-3
Observe-se que, em todos os instantes a fase da tensão é igual à fase da corrente. Diz-se
que não existe defasagem entre a tensão e a corrente.
101
L
Fig. 9-4
A fig. 9-5 mostra esse indutor sendo percorrido por uma corrente elétrica i, acarretando
uma diferença de potencial v entre os terminais desse componente.
i L
v
A B
Fig. 9-5
Vamos supor, também, que a corrente alternada possui uma amplitude I, uma
freqüência angular igual a ω radiano por segundo e uma fase zero no instante inicial.
Neste caso sua expressão matemática fica:
i = I cos ωt
Desta vez, a diferença de potencial, do ponto A para o ponto B (fig. 9-5), obedece à
expressão matemática:
π
v = L × ω × I cos ωt + 9-4
2
π
ou v = V cos ωt + 9-5
2
onde V = L ×ω × I 9-6
102
i
I
0
−I tempo
v
V = L ωI
0
− V = − L ωI tempo
Fig. 9-6
π
Nota-se que, em todos os instantes, existe uma defasagem de (90°) entre a tensão e a
2
corrente.
-------------------------------------------------------------------------------------------------------
Exercício 9-2
Uma corrente alternada segue a expressão i = I cos ωt onde I = 2 A e f = 60 Hz .
Esta corrente percorre um indutor de valor 0,1 H. Determinar, a amplitude, a fase e a
expressão matemática da diferença de potencial entre os terminais desse indutor.
Solução:
ω = 2πf = 2π × 60 = 377 rd / s
π
v = V cos ωt +
2
onde V = L ×ω × I
π
v = 75,4 cos 377t + [volt]
2
----------------------------------------------------------------------------------------------------------
103
Considerações sobre a tensão no indutor
j ωt +
π
2
v = Re LωI × e
π
ou
j
(
v = Re Lωe 2 I × e jωt )
ou [ (
v = Re Z L I × e jωt )] 9-7
π
j
onde Z L = Lωe 2
9-8
Comparando a expressão 9-7 com 9-3 podemos concluir que, ao se utilizar uma
indutância L no lugar de uma resistência R, substitui-se, na fórmula da tensão, o
parâmetro R pelo parâmetro Z L . Este parâmetro Z L é chamado de impedância do
indutor.
π
j π π
Z L = Lωe 2
= Lω cos + j sen
2 2
π π
Mas cos = cos 90 0 = 0 e sen = sen 90 0 = 1
2 2
Portanto Z L = Lω (0 + j × 1) = jLω
Z L = jX L
onde X L = Lω
104
O parâmetro X L , que é o módulo dessa impedância, é chamado de reatância do
indutor. Sua unidade, no sistema mks é ohm [Ω] .
------------------------------------------------------------------------------------------------
Exercício 9-3
Em um indutor de 0,1 H, tem-se um sinal alternado de freqüência 1 kHz.. Determinar:
a) A impedância do indutor
b) A reatância do indutor.
Solução
a) ω = 2π × 1000 = 6,28 × 10 3 rd / s
b) X L = ωL = 6,28 × 102 Ω
----------------------------------------------------------------------------------------------------
Corrente elétrica e tensão em um capacitor.
A fig. 9-7 representa um capacitor. Algumas pessoas chamam também, este componente
de condensador. Seu símbolo, utilizado em eletricidade, é a letra C.
Fig. 9-7
i
C
v
A B
Fig. 9-8
105
Vamos supor, mais uma vez, que a corrente alternada tem uma amplitude I, uma
freqüência angular igual a ω radiano por segundo e fase inicial zero. Neste caso sua
expressão matemática fica:
i = I cos ωt
Desta vez, a diferença de potencial, do ponto A para o ponto B, obedece à expressão
matemática:
I π
v= cos ωt − 9-10
ωC 2
π
ou v = V cos ωt − 9-11
2
I
onde V = 9-12
ωC
Isto significa que a amplitude da tensão é igual à divisão da amplitude da corrente pelo
valor da freqüência angular e pelo valor da capacitância. A diferença de fase entre a
π
tensão e a corrente é φ = − rd ou - 90 graus.
2
I
0
−I
tempo
v
I
V=
ωC
0
I
V =−
ωC
tempo
Fig. 9-9
----------------------------------------------------------------------------------------------------------
Exercício 9-4
Uma corrente alternada segue a expressão i = I cos ωt onde I = 1,0 A e
ω = 377 rd / s . Esta corrente percorre um capacitor de valor 1 × 10 −4 F . Determinar, a
amplitude, a fase e a expressão matemática da diferença de potencial entre os terminais
desse capacitor.
Solução:
106
Pelas expressões 9-11 e 9-12, vemos que:
π
v = V cos ωt −
2
I
onde V =
ωC
1,0
V= = 26,5 volt
377 × 1 × 10 −4
π
A fase é igual a - rd ou - 90 graus. Portanto, podemos dizer que existe uma
2
diferença de fase de - 90 graus entre a tensão e a corrente no capacitor.
π
v = 26,5 cos 377t − [volt]
2
----------------------------------------------------------------------------------------------------------
Considerações sobre a tensão no capacitor
I j ωt −
π
2
v = Re ×e
ωC
1 − j π2
ou v = Re e (
I × e jωt )
ωC
ou [ (
v = Re Z C I × e jωt )] 9-13
π
1 −j2
onde ZC = e 9-14
ωC
Comparando a expressão 9-13 com 9-3 podemos concluir que, ao se utilizar uma
capacitância C no lugar de uma resistência R, substitui-se, na fórmula da tensão, o
parâmetro R pelo parâmetro Z C . Este parâmetro Z C é chamado de impedância do
capacitor.
A expressão 9-14 é conhecida como a forma polar da impedância de um capacitor.
Podemos mudá-la para a forma A + jB.
π
1 −j2 1 π π
ZC = e = cos − j sen
ωC ωC 2 2
107
π π
Mas cos = cos 90 0 = 0 e sen = sen 90 0 = 1
2 2
1
Portanto ZC = (0 − j × 1) = − j
ωC ωC
−j
Ou seja ZC = 9-15
ωC
Z C = − jX C
1
onde XC =
ωC
a) A impedância do capacitor.
b) A reatância do capacitor.
Solução
a) ω = 2π × 100 × 10 3 = 6,28 × 10 5 rd / s
1 1
ZC = − j =−j = − j 7,96 × 102
ωC 6,28 × 10 × 2 × 10− 9
5
1
b) XC = = 7,96 × 10 2 [Ω]
ωC
----------------------------------------------------------------------------------------------------------
Conceito geral de impedância
Vamos supor o esquema elétrico onde se encontra um circuito arbitrário. Ver fig. 9-10
108
i(t )
Circuito
arbitrário
v(t ) Z
Fig. 9-10
Vamos supor, ainda, que se injeta, nesse circuito, a corrente elétrica alternada:
i = I cos ωt
[
v(t ) = Re ZIe jωt ]
onde Z vem a ser a impedância desse circuito.
A lei de Kirchhoff das tensões, que aplicamos aos circuitos de corrente contínua é
adaptável para os circuitos de corrente alternada. Seja o caso, por exemplo, do circuito
mostrado na fig.9-11. Este circuito é percorrido por uma corrente alternada, que varia no
tempo, ou seja i(t ) .
v R (t )
R
L
i(t )
v(t ) i(t ) v L (t )
Fig. 9-11
109
Supondo que a diferença de potencial no resistor é v R (t ) , e no indutor é v L (t ) , a
diferença de potencial v(t ) , na entrada do circuito, obedece a equação.
− v(t ) + v R (t ) + v L (t ) = 0
ou v(t ) = v R (t ) + v L (t )
Vamos supor que a corrente, em função do tempo, seja dada pela expressão:
i(t ) = I cos ωt
[
vR (t ) = Re RIe jωt ]
[
vL (t ) = Re jLωIe jωt ]
Portanto [ ]
v(t ) = Re RIe jωt + Re jLωIe jωt [ ]
ou [ ] [
v(t ) = Re RIe jωt + jLωIe jωt = Re (R + jLω )Ie jωt ]
ou [
v(t ) = Re ZIe jωt ] 9-16
Onde Z = R + jLω
[
v(t ) = Re Z e jθ Z Ie jωt ]
ou [ ]
v(t ) = Re Z Ie j (ωt +θ Z ) = Z I cos(ωt + θ Z )
v(t ) = Z I cos(ωt + θ Z )
onde V= ZI 9-18
--------------------------------------------------------------------------------------------------
110
Exercício 9-6
No circuito abaixo tem-se i(t ) = I cos ωt , onde
I = 2 ampere; ω = 1000 rd / s . :
R = 50 Ω e L = 0,1 H
Determinar v(t).
R
L
i(t )
v(t ) i(t )
Solução:
Z = R + jLω = 50 + j 0,1 × 1000 = 50 + j100
Z = 50 2 + 100 2 = 1,12 × 10 2
100
θ Z = tg −1 = tg −1 2 = 1,11 rd
50
V = Z I = 1,12 × 10 2 × 2 = 2,34 × 10 2 volt
βV = θ z = 1,11 rd
Extensão do cálculo para a situação em que a corrente elétrica possui uma fase
inicial não nula
Seja i = I cos(ωt + α I )
Ou (
i = Re Ie j (ωt +α I ) )
Neste caso, quando esta corrente percorre a impedância
Z = Z e jθ Z
[ ] [
v(t ) = Re Z e jθ Z Ie j (ωt +α I ) = Re Z Ie j (ωt +α I +θ Z ) ]
111
ou v(t ) = Z I cos(ωt + α I + θ Z )
ou v(t ) = V cos(ωt + β V )
onde V=ZI
e βV = α I + θ Z
-----------------------------------------------------------------------------------------
Exercício 9-7
Vamos supor que o mesmo circuito do problema 9-6 é excitado pela corrente
i(t ) = I cos(ωt + α I )
onde
I = 2 ampere
ω = 1000 rd / s
α I = 1,30 rd
Determinar v(t)
Solução:
Como a freqüência ω é a mesma, a impedância Z também possui o mesmo valor
anterior:
Z = Z e jθ Z
Vamos supor que a corrente possui uma amplitude I, uma fase inicial α I e o circuito
contém n componentes em série:
Z 1 ; Z 2 ; ........ Z n
112
Ver fig. 9-12
Z1 Z2 Z n−1
Zn ⇒ Z
Fig. 9-12
1 - Calcula-se Z
Z = Z 1 + Z 2 + ......Z n
Z = Z e jθ Z
V = ZI
Fase inicial dessa tensão:
βV = α I + θ Z
4 – Expressão matemática dessa tensão:
v(t ) = Z I cos(ωt + α I + θ Z )
-------------------------------------------------------------------------------------------
Exercício 9-8
No circuito mostrado abaixo, tem-se os seguintes componentes:
Uma corrente alternada, de amplitude I = 0,1 A, freqüência ω = 377 rd/s e fase inicial
α I = 1,30 rd , percorre este circuito. Determinar:
a) A amplitude da tensão v(t).
b) A fase inicial desta tensão v(t)
c) A expressão matemática desta tensão v(t)
113
Solução:
Z = Z1 + Z 2 + Z 3
1 1 jθ
Z = R + jLω − j = R + j Lω − = Ze Z
ωC ωC
1
2 Lω −
1 ωC
onde Z = R 2 + Lω − e θ Z = tg −1
ωC R
2
2 1
Z = 300 + 0,83 × 377 − = 427 Ω
377 × 4,3 × 10 −6
1
0,83 × 377 −
377 × 4,3 ×10−6
θ Z = tg −1 = −0,79 rd = −45,3 0
300
L1 L2
Fig. 9-13
114
Z = Z1 + Z 2 = jL1ω + jL2ω = j (L1 + L2 )ω
onde L = L1 + L2 9-21
As expressões 9-20 e 9-21 mostram que dois indutores em série equivalem a um único
indutor cujo valor é a soma dos indutores individuais.
Podemos generalizar dizendo que n indutores em série equivalem a um único indutor
cujo valor é a soma dos n indutores individuais.
Capacitores em série
C1 C2
Fig. 9-14
−j − j − j 1 1
Z = Z1 + Z 2 = + = +
ωC1 ωC 2 ω C1 C 2
− j 1 1 −j 1 −j
Z= + = × = 9-22
ω C1 C 2 ω C ωC
1 1 1
onde = + 9-23
C C1 C 2
C1C 2
ou C= 9-24
C2 + C2
115
-------------------------------------------------------------------------------------------------------
Exercício 9-9
Os circuitos (a) e (b) são equivalentes. Determinar L e C.
10 H 30 H L
30 × 10−6 F
C
20 ×10 −6 F
(a) (b)
Solução:
L = L1 + L2 = 10 + 30 = 40 H
C1C 2 30 × 10 −6 × 20 × 10 −6
C= = = 12 × 10 −6 F
C1 + C 2 30 × 10 −6 + 20 × 10 − 6
------------------------------------------------------------------------------------------------------
Conceito de admitância
1
Y =
Z
i(t ) = I cos(ωt + α I )
em uma impedância Z = Z e jθ Z ,
v(t ) = V cos(ωt + β V )
onde V = ZI 9-25
e βV = α I + θ Z 9-26
116
Extraindo I e α I das equações 9-25 e 9-26, resulta:
V
I= e α I = βV − θ Z
Z
Z = Z e jθ Z
V
i(t ) = cos(ωt + βV − θ Z )
Z
1
ou i(t ) = Re e− jθ z Ve j (ωt + βV )
Z
1
ou i(t ) = Re jθ Z
Ve j (ωt +βV )
Ze
1
ou i(t ) = Re Ve j (ωt + βV )
Z
ou [
i(t ) = Re YVe j (ωt + βV ) ] 9-27
Vamos considerar o circuito formado por dois componentes em paralelo como mostrado
na fig. 9-15.
i (t )
i1 (t ) i2 (t )
v(t ) Z2
Z1
Fig. 9-15
117
Pela lei de Kirchhoff, das correntes, tem-se:
i(t ) = i1 (t ) + i 2 (t )
ou [ ] [
i(t ) = Re Y1Ve j (ωt + βV ) + Re Y2Ve j (ωt + βV ) ]
1 1
onde Y1 = e Y2 =
Z1 Z2
ou [
i(t ) = Re Y1Ve j (ωt + βV ) + Y2Ve j (ωt + βV ) ]
ou [
i(t ) = Re (Y1 + Y2 )Ve j (ωt + βV ) ]
ou [
i(t ) = Re YVe j (ωt + βV ) ]
onde Y = Y1 + Y2
Y = Y e jθY
Neste caso
[
i(t ) = Re Y e jθY Ve j (ωt + βV ) ]
[
ou i(t ) = Re Y Ve j (ωt + βV +θY ) ]
ou i(t ) = Y V cos(ωt + βV + θ Y )
ou i(t ) = I cos(ωt + α I )
onde I = YV
e α I = βV + θ Y
Sistemática de cálculo
Vamos supor que a tensão possui uma amplitude V, uma fase inicial β V e o circuito
contém n componentes em paralelo:
Z 1 ; Z 2 ; ........ Z n
118
Z1 Z2
Z n−1 Zn ⇒ Y
Fig. 9-16
1 - Calcula-se os Yi
1
Yi =
Zi
2 – Faz-se a soma complexa dessas admitâncias:
Y = Y1 + Y2 + ......Yn
Y = Y e jθ Y
I = YV
Fase inicial dessa corrente:
α I = βV + θ Y
5 – Expressão matemática dessa corrente:
i(t ) = Y V cos(ωt + β V + θ Y )
L1 L2
Fig. 9-17
119
Supondo que o sinal elétrico possui uma freqüência ω , as impedâncias destes indutores
são:
Z 1 = jL1ω e Z 2 = jL2ω
1 1
Y1 = e Y2 =
jL1ω jL2ω
A admitância equivalente é:
1 1 1 1 1 1 1
Y= + = + = ×
jL1ω jL2ω jω L1 L2 jω L
1
Portanto Y=
jωL
1 1 1
onde = +
L L1 L2
1 1 1 1 1
= + + + ⋅⋅⋅⋅⋅ +
L L1 L2 L3 Ln
C1 C2 C3 Cn
Fig. 9-18
−j −j −j −j
Z1 = , Z2 = , Z3 = , ------------, Z n =
ωC1 ωC 2 ωC 3 ωC n
120
ωC1 ωC 2 ωC 3 ωC n
Y1 = , Y2 = , Y3 = ,--------------, Yn =
−j −j −j −j
Y = Y1 + Y2 + Y3 + ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ +Yn
ω
ou Y= (C1 + C 2 + C3 + ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ + C n )
−j
ωC
ou Y=
−j
onde C = C1 + C 2 + C3 + ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ +C n
Observação:
1 1 j 1× j j
= × = = =−j
j j j j × j −1
1 1 j 1× j 1 1 j
= × = = = = = j
− j − j j − j× j − j 2
− (− 1) 1
Conclusão: - Quando o operador j está no denominador, ele pode ser transferido para o
numerador, com o sinal algébrico trocado.
Y = jωC
onde C = C1 + C 2 + C3 + ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ +C n
----------------------------------------------------------------------------------------------------------
Exercício 9-10
10 µF 25 µF C
3 H L
1H
121
Solução:
1 1 1 L + L1
= + = 2
L L1 L2 L1 L2
L1 L2 3 ×1
L= = = 0,75 H
L1 + L2 3 + 1
C = C1 + C 2 = 10 µF + 25 µF = 35 µF
---------------------------------------------------------------------------------------------------------
Exercício 9-11
No circuito abaixo tem-se a tensão elétrica v = V cos ωt , onde V = 311 volt e a
freqüência é 60 Hz. Determinar:
a) A amplitude e a fase da corrente i.
b) A expressão matemática dessa corrente i.
i
L = 0,33 H
v C = 16,6 µF R = 600 Ω
Solução:
ω = 2πf = 2π × 60 = 377 rd / s
1 −j
YL = =
jω L ωL
ωC
YC = = jωC
−j
1
YR = G =
R
1 1
Y = YR + YL + YC = + j ωC −
R ωL
1 1
Y= + j 377 × 16,7 × 10 −6 − = 1,67 × 10 −3 − j1,74 × 10 −3
600 377 × 0,33
122
Y = (1,67 × 10 ) + (1,74 × 10 )
−3 2 −3 2
= 2,41 × 10 −3 Ω −1
− 1,74 × 10 −3
θ Y = tg −1 −3
= tg −1 (− 1,04) = −0,81 rd = −46,4 0
1,67 × 10
R
−j
e(t ) jLω Z1 Z2 v(t )
ωC
Solução:
Inicialmente agrupamos as impedâncias Z 1 e Z 2 , resultando a impedância que
chamaremos Z C .
i(t )
e(t ) ZC v(t )
123
− j
jLω ×
ZC =
Z1Z 2
= ωC
Z1 + Z 2 j
jLω −
ωC
jLω 8 × 10 −7 × 6 × 10 6
ZC = = j ≈ j5
1 − LCω 2 1 − 8 × 10 −7 × 1,6 × 10 −9 × (6 × 10 6 )
2
π
j
Z C = j5 = 5e 2
= Z C e jθ C
π
onde ZC = 5 Ω e θC = rd
2
Z = R + Z C = 5 + j5
Z = Z e jθ Z
5 π
onde Z = 52 + 52 = 7,07 Ω e θ Z = tg −1 = tg −11 = rd
5 4
Portanto
π
j
Z = 7,07e 4
π
onde Y = 0,141 Ω −1 e θY = − rd
4
Determina-se a corrente
124
[
i(t ) = Re Y Ee j (ωt +θY ) ]
π π
ou i(t ) = Y E cos(ωt + θY ) = 0,141× 10 cos ωt − = 1,41cos ωt −
4 4
π
i(t ) = 1,41cos ωt − ampere
4
π
ou i(t ) = 1,41cos 6 × 106 t − ampere
4
Cálculo de v(t )
Vimos que
i(t ) = I cos(ωt + α I )
π
onde I = 1,41 A e αI = − rd / s
4
A tensão em Z C fica:
[
v(t ) = Re Z C Ie j (ωt +α I +θ C ) ]
π π π
ou v(t ) = Z C I cos(ωt + α I + θ C ) = 5 × 1,41cos ωt − + = 7,07 cos ωt +
4 2 4
π
v(t ) = 7,07 cos ωt + volt
4
π
ou v(t ) = 7,07 cos 6 × 106 t + volt
4
----------------------------------------------------------------------------------------------
125
10 – POTÊNCIA MÉDIA E DISSIPAÇÃO DE ENERGIA EM
CIRCUITOS CONTENDO COMPONENTES REATIVOS.
i = I cos(ωt + α I )
v = V cos(ωt + βV )
Ver fig. 10-1
i(t )
Circuito
arbitrário
v(t ) Z
Fig. 10-1
V I
Nesta expressão, Veficaz = , I eficaz = e
2 2
φ = βV − α I
Potência reativa
126
Potência aparente
En = P0 × t 10-4
Apenas a potência efetiva acarreta consumo de energia. A potência reativa não acarreta
consumo de energia, isto significa que a potência reativa não acarreta cobrança, ao
usuário, por parte da concessionária de energia elétrica.
Z=R
cos φ = cos 0 = 1
ou P0 = Veficaz × I eficaz
En = Veficaz × I eficaz × t
127
2 - Circuito formado por um único indutor de valor L
π
j
Neste caso se tem Z = Lωe 2
= jLω
i = I cos(ωt + α I )
v = V cos(ωt + βV )
π
onde V = Lω × I e βV = α I +
2
A defasagem fica:
π
φ = βV − α I = .
2
V I
Veficaz = , I eficaz = e φ = 90 0
2 2
Isto significa que não existe potência efetiva quando a corrente percorre um indutor.
Conseqüentemente, a energia dissipada no indutor também é nula, ou seja
En = P0 × t = 0 × t = 0
Potência aparente:
128
Como a potência reativa não acarreta consumo de energia, isto significa que a presença
de corrente e tensão, em circuitos puramente indutivos, não acarreta cobrança, ao
usuário, por parte da concessionária de energia elétrica.
π
1 −j2 1
Neste caso se tem Z= e =−j
ωC ωC
i = I cos(ωt + α I )
v = V cos(ωt + βV )
I π
onde V= e βV = α I −
ωC 2
A defasagem fica:
π
φ = βV − α I = − .
2
V I
Veficaz = , I eficaz = e φ = −900
2 2
Isto significa que, também, não existe potência efetiva quando a corrente percorre um
capacitor. Conseqüentemente, a energia dissipada no capacitor também é nula, ou seja
En = P0 × t = 0 × t = 0
Potência aparente:
129
Paparente = Veficaz × I eficaz
i(t ) = I cos ωt
i(t ) jLω
R
vr (t ) −j
v (t )
ωC
Solução:
v R (t ) = R × i = RI cos ωt = VR cos ωt
onde VR = RI
130
Portanto
RI I RI 2 300 × 0,12
P0 = × = = = 1,5 w
2 2 2 2
P0 = 1,5 w
Z = Z1 + Z 2 + Z 3
j j
ou Z = R + jLω − = 300 + j 0,83 × 377 − =
ωC 377 × 4,3 × 10 − 6
2
Z = 300 2 + (− 304) = 427,1 Ω
− 304
θ Z = tg −1 = −0,792 rd
300
[ ] [
v(t ) = Re Z e jθ Z Ie jωt = Re Z Ie j (ωt +θ Z ) ]
ou v(t ) = Z I cos(ωt + θ Z )
A amplitude da tensão é
φ = θ Z − α I = −0,792 − 0 = −0,792 rd
A potência efetiva é
V I
P0 = Veficaz × I eficaz cos φ = × × cos φ =
2 2
42,71 0,1
= × ( )
× cos(− 0,792) = (30,2 )× 7,07 ×10 − 2 × (0,7024) = 1,5 w
2 2
131
P0 = 1,5 w
42,71 0,1
c) Paparente = Veficaz × I eficaz = × = 30,2 × 7,07 × 10− 2 ≈ 2,14 VA
2 2
Paparente ≈ 2,14 VA
----------------------------------------------------------------------------------------------------------
Energia dissipada em um fio resistivo
Vamos supor que em um fio com resistência R fio existe uma corrente efetiva I eficaz e
entre seus terminais existe uma diferença de potencial Veficaz . Ver fig. 10-2.
R fio
I eficaz
Veficaz
Fig. 10-2
ou P0 = Veficaz × I eficaz
En = Veficaz × I eficaz × t
132
Fator de potência
P0 = Paparente × cosφ
Z = Z e jθ Z
tivermos a corrente
i = I cos(ωt + α I )
v = V cos(ωt + β v )
onde V = ZI e βV = α I + θ Z
A defasagem fica:
φ = βV − α I = θ Z
φ = θZ 10-7
A admitância fica:
1 1 1
Y= = jθ Z
= e − jθ Z
Z Ze Z
ou Y = Y e jθY
133
1
onde Y=
Z
e θY = −θ Z
ou θ Z = −θ Y 10-8
φ = −θ Y 10-9
P0
I eficaz = 10-10
Veficaz × cos φ
Podemos notar que, quanto menor for o cos φ , do circuito do cliente, tanto maior será a
corrente fornecida pela concessionária.
Os fios que trazem a corrente elétrica até a casa do consumidor possuem resistência.
Seja R fio essa resistência
A expressão 10-5 mostrou que a energia dissipada nesses fios é:
134
P02 × R fio
(En ) fio = 2
×t 10-12
2
Veficaz × (cosφ )
2
Podemos concluir que quanto menor for (cos φ ) maior será a potência consumida nos
fios externos ao estabelecimento do cliente. O maior valor de cos φ é 1. Este valor
acontece para φ = 0 0 .
----------------------------------------------------------------------------------------------------------
Exercício 10-2
A concessionária fornece para um consumidor Veficaz = 220 volt . Este cliente consome a
potência P0 = 20 kW . O circuito elétrico do cliente possui φ = 60 0 . Sabe-se que a
fiação externa, que leva a energia para o estabelecimento desse consumidor, possui a
resistência: R fio = 0,2 Ω .
a) Determinar a energia dissipada na fiação externa ao estabelecimento do cliente,
durante um mês em que a empresa funcionou 200 horas.
b) Supondo que a concessionária obrigou o consumidor a modificar seu circuito de
tal maneira que resultou φ = 0 0 , determinar a nova energia dissipada na fiação
externa.
Solução:
a) t = 200 × 3600 = 7,2 × 105 s
P02 × R fio
(En ) fio = 2
×t
2
Veficaz × (cos φ )
(En ) fio =
(20 × 10 ) × 0,2 × 7,2 ×10 = (20 ×10 ) × 0,2 × 7,2 × 10
3 2
5
3 2
5
= 4,76 × 109W × s
2
(
220 × cos 60 )
0 2
220 × (0,5)
2 2
1 1
ou (En ) fio = 4,76 × 109 × × = 1322 kW × h
1000 3600
P02 × R fio
b) (En ) fio = 2
×t
2
Veficaz × (cosφ )
1 1
(En ) fio = 1,19 × 109 × × ≈ 331 kW × h
1000 3600
135
Correção do fator de potência
A fig. 10-3 mostra o circuito equivalente da rede elétrica de uma industria que utiliza
motores elétricos.
L
R
Fig. 10-3
v L
C R
Fig. 10-4
----------------------------------------------------------------------------------------------
Exercício 10-3
Uma concessionária fornece uma tensão alternada de 220 volt eficaz e freqüência de
60 Hz. Uma industria, que recebe esta alimentação elétrica, tem o circuito equivalente
da fig. 10-3 em que R = 5 Ω e L = 1,3 × 10 −2 H .
a) Determinar o fator de potência
b) Determinar o valor do capacitor que corrige esse fator de potência.
Solução:
136
ω = 2πf = 2π × 60 = 377 rd / s
Yi = Y1 + Y2
1 j 1 j
ou Yi = − = − = 0,2 − j 0,2
R ωL 5 377 × 1,3 × 10 − 2
Yi = Yi e jφYi
− 0,2
onde tgφYi = = −1
0,2
π
φYi = tg −1 (− 1) = −
4
π
= 45°
φi = −θYi =
4
Fator de potência = cos φ i = cos 450 = 0,71
tgφ c = tg 0 0 = 0
Yc = Y1 + Y2 + Y3
1 j 1 1
ou Yc = − + jωC = + j ωC −
R ωL R ωL
1
Yc = 0,2 + j 377 × C − = 0,2 + j (377 × C − 0,2)
377 × 1,3 × 10 − 2
137
377 × C − 0,2
tgφ c = =0
0,2
Portanto
377 × C − 0,2 = 0
0,2
C= = 5,31 × 10 − 4 F
377
C = 531 µF
----------------------------------------------------------------------------------------------------------
138
11- CALCULOS DE TENSÕES E CORRENTES EM CIRCUITOS
CONTENDO COMPONENTES REATIVOS UTILIZANDO UM
MÉTODO PRÁTICO
Neste método trabalha-se apenas com os módulos e argumentos das grandezas
complexas
Primeiro exemplo
i Z1
eS
Z2 v
Fig. 11-1
eS
i=
Z1 + Z 2
eS Z 2
v = i × Z2 =
Z1 + Z 2
Seja e S = E cos(ωt + β e )
Então e S = Ee jβ e
Ee jβ e Z 2
v= 11-1
Z1 + Z 2
Resultados:
139
RS = 10
eS
jLω = j5 v
Solução:
Z 1 = 10 Z 2 = j5
π
j π
20 × 5e 2 100 j 2 −0,46
v= = e
11,2e j 0, 46 11,2
v = 8,94e j1,11
----------------------------------------------------------------------------------------------------------
Segundo exemplo
ZS i2
i1
eS
v
Z1 Z2
140
Fig. 11-2
1- Calcula-se a impedância Z vista pelo gerador
Z1 Z 2
Z = ZS + 11-2
Z1 + Z 2
2 -Calcula-se i
eS Ee jβ e
i= = 11-3
Z Z
3 – Calcula-se v
Z1Z 2
v = i× 11-4
Z1 + Z 2
4 – Calcula-se i2
v
i2 = 11-5
Z2
5 - Calcula-se i1
v
i1 = ou i1 = i − i2 11-6
Z1
v = v e jβV i1 = i1 e jα 1 i2 = i2 e jα 2 11-7
Os módulos são as amplitudes das grandezas. Os argumentos são as fases iniciais das
grandezas calculadas.
----------------------------------------------------------------------------------------------------------
Exercício 11-2
No circuito abaixo as impedâncias são dadas em ohm.
A amplitude da força eletromotriz é 20 v e sua fase inicial é nula.
Determinar as amplitudes e a fases iniciais de v, de i2 e de i1
141
i
RS = 10 i1 i2
eS j
− = − j5 v
R1 = 10 ωC
Solução:
eS = 20e j 0
Vemos que: Z S = RS = 10 , Z1 = R1 = 10 e Z 2 = − j5
v 1 − j1000 200
i2 = == =
Z2 − j 5 (100 − j100) 100 − j100
142
π
v(t ) = 7,07 cos ωt − volt
4
200e j 0
π
200 j
π = 1,41e
4
i2 = =
100 − j100 −j
141,4e 4
π
i2 (t ) = 1,41cos ωt + ampere
4
π
−j π
− j100 100e 2 −j
i1 = = π
= 0, 707e 4
100 − j100 −j
141,4e 4
π
i1 (t ) = 0,707 cos ωt − ampere
4
-----------------------------------------------------------------------------------------------------
Exercício 11-3 - Recalcule os valores de v, de i2 e de i1 supondo que a fase inicial da
π
fem eS é βe = rd
4
Solução:
Basta somar a fase inicial da fem a todas as fases iniciais dos sinais elétricos calculados
π π
v(t ) = 7,07 cos ωt − + volt
4 4
π π
i2 (t ) = 1,41cos ωt + +
4 4
π
i2 (t ) = 1,41 cos ωt + ampere
2
143
π π
i1 (t ) = 0,707 cos ωt − + ampere
4 4
---------------------------------------------------------------------------------------------------------
Terceiro exemplo
Com referência à figura 11-3, vamos supor que tivéssemos interessados apenas na
tensão v e na corrente i2 . Neste caso podemos usar o teorema de Thevenin-Norton..
Vamos supor que a força eletromotriz tenha amplitude E e fase inicial zero.
Portanto e S = Ee j 0 = E
ZS i2
eS = E
v
Z1 Z2
Fig. 11-3
i2 i2
E E
i= i=
ZS Z2 ZS Z S1 Z2
ZS Z1
⇒
Fig. 11-4
E
Nessa figura tem-se: i= e
ZS
Z S Z1
Z S1 = 11-8
Z S + Z1
144
Z S1 i2
EZ S1
e1 = i × Z S1 = v
ZS
Z2
Fig. 11-5
EZ S1
Nesta figura tem-se a nova força eletromotriz e1 = i × Z S1 =
ZS
EZ S1
e1 = 11-9
ZS
e1
i2 = 11-10
Z S1 + Z 2
EZ S 1
i2 = 11-11
Z S (Z S 1 + Z 2 )
v = i2 Z 2 11-12
As amplitudes são os módulos dos números complexos e as fases iniciais são seus
argumentos.
----------------------------------------------------------------------------------------------------
Exercício 11-4
No circuito abaixo, que é o mesmo do exercício 11-2, as impedâncias são dadas em
ohm. A amplitude da força eletromotriz é 20 volt e sua fase inicial é nula.
Determinar a amplitude e a fase inicial de i2 e de v.
RS = 10 i1 i2
j
eS = E − = − j5 v
R1 = 10 ωC
145
Solução:
e S = 20e j 0 = 20
Vemos que: Z S = R S = 10 , Z 1 = R1 = 10 e Z 2 = − j5
Z S Z1 RS R1 10 × 10
Z S1 = = = =5
Z S + Z1 RS + R1 10 + 10
EZ S1 EZ S1
i2 = =
Z S (Z S 1 + Z 2 ) R S (Z S1 + Z 2 )
π
20 × 5 10 10e j 0 j
i2 = = = = 1,41 e 4
10(5 − j5 ) 5 − j5 −j
π
7,07e 4
a) Corrente i2
π
j
i2 = 1,41 e 4
π
i2 (t ) = 1,41cos ωt + ampere
4
b) Tensão v
π
−j
v = 7,07e 4
π
v(t ) = 7,07 cos ωt − volt
4
--------------------------------------------------------------------------------------------------
146
12 – TRANSFORMADORES
Lp
Np Ns Ls
Fig. 12-1
O valor de um indutor, construído com núcleo fechado, como mostrado nessa figura,
obedece à fórmula matemática:
S×N2
L = 4π × 10 −7 µ rm [Henry] 12-1
l
4 × 10 −4 × 200 2
L = 4π × 10 −7 × 900 = 0,181 H
0,1
------------------------------------------------------------------------------------------------------
147
Influência do número de espiras no valor do indutor.
S × N 2p
L p = 4π × 10−7 µ rm 12-2
l
S × N s2
Ls = 4π ×10−7 µ rm 12-3
l
Ls N s2
= 12-4
L p N p2
Ls N
ou = s 12-5
Lp Np
Indução eletromagnética
RS i1
i2
e v1 Lp Ls R2
v2
Fig. 12-2
148
Fator de acoplamento.
Φs = Φ p
Entretanto, na situação real, uma pequena parte das linhas magnéticas geradas em L p ,
passa por fora do enrolamento do indutor Ls . Isto resulta Φ s < Φ p .
Define-se o fator de acoplamento como sendo:
Φs
k=
Φp
Fig. 12-3
k ≈1
149
Indutância mútua
M = k L p Ls
X M = jMω
RS M
e v1 Lp Ls R
Fig. 12-4
A fig. 12-5 mostra o esquema que usaremos para o estabelecimento das equações de
malhas. Vamos supor que a tensão v1 possui forma senoidal com freqüência ω .
Lp
i1
v1 i2 R v2
Ls
Fig. 12-5
Circuito primário:
− v1 + jL pω i1 − jMω i2 = 0
ou jL p ω i1 − jMω i 2 = v1
150
Circuito secundário:
jLs ω i 2 + R2 i2 − jMω i1 = 0
i1 =
( jLsω + R2 )v1 12-6
jL pωR2
jMω × v1
i2 = 12-7
M ω − L p Lsω 2 + jL pωR2
2 2
Transformador ideal
k =1
ωLs >> R2
jk L p Ls ω × v1
i2 =
k L p Lsω 2 − L p Lsω 2 + jL pωR2
2
Como k = 1, tem-se
151
j L p Ls ω × v1 Ls × v1
i2 = 2 2
=
L p Lsω − L p Lsω + jL pωR2 L p × R2
Ls
× v1
Lp
ou i2 = 12-8
R2
Vamos supor que sobre o resistor R2 existe uma tensão v 2 . Ver fig. 12-5.
Então a corrente i2 fica:
v2
i2 = 12-9
R2
Ls
× v1
v2 Lp
=
R2 R2
Ls
ou v2 = × v1
Lp
Ls N
Mas, de acordo com a equação 12-5, sabemos que = s
Lp Np
Portanto:
Ns
v2 = × v1 12-10
Np
Np
v1 = × v2 12-11
Ns
152
Corrente transferida do primário para o secundário no transformador ideal.
R 2 + (L ω )2 e jθ1 × v
2 1 Lsω
i1 =
s
onde θ1 = tg −1
j
π
R2
L pωe 2 × R2
2 π
R22 + (Lsω ) ≈ Lsω e θ1 ≈
2
Portanto:
Ls
j
π × v1
2 Lp
Lsωe × v1 L ×v
i1 ≈ = s 1 =
j
π
L p × R2 R2
L pωe 2 × R2
Ls N2 Np
= s2 e v1 = × v2
Lp N p Ns
Portanto
N s2 N p Ns
× v2 v2
N 2p N s Np
i1 ≈ =
R2 R2
v2
Mas, vimos que i2 =
R2
Ns
Portanto, i1 ≈ i2
Np
153
Ns
i1 = i2 12-12
Np
Np
i2 = i1 12-13
Ns
v1 = V1 cos(ωt + β V )
Neste caso
Ns
v2 = V1 cos(ωt + β V ) = V2 cos(ωt + βV )
Np
Ns
Portanto: V2 = V1
Np
V1 N p
ou =
V2 N s
---------------------------------------------------------------------------------------------------
Exercício 12-6
Demonstrar que, em um transformador, considerado como ideal, a relação entre os
Np
valores eficazes da tensão do primário e a do secundário é, também, igual à .
Ns
Solução:
154
V1 N p
O exercício anterior demonstrou que: =
V2 N s
V1
Mas V1−eficaz = ou V1 = 2 × V1− eficaz
2
e V2 = 2 × V2−eficaz
2 × V1−eficaz Np V1−eficaz Np
Portanto = ou =
2 × V2−eficaz Ns V2−eficaz Ns
-----------------------------------------------------------------------------------------------------
Exercício 12-7
Demonstrar que, em um transformador, considerado como ideal,a relação entre as
Ns
amplitudes da corrente do primário e a do secundário é igual à .
Np
Solução:
i1 N s Np
Vimos que = ou i2 = i1
i2 N p Ns
i1 = I1 cos(ωt + α I )
Neste caso
Np
i2 = I1 cos(ωt + α i ) = I 2 cos(ωt + α I )
Ns
Np
Portanto: I2 = I1
Ns
I1 N s
ou =
I2 N p
---------------------------------------------------------------------------------------------------
Exercício 12-8
Demonstrar que, em um transformador, considerado como ideal, a relação entre os
Ns
valores eficazes da corrente do primário e a do secundário é, também, igual à .
Np
Solução:
I1 N s
O exercício anterior demonstrou que: =
I2 N p
155
I1
Mas I1−eficaz = ou I1 = 2 × I1−eficaz
2
e I 2 = 2 × I 2−eficaz
2 × I 1−eficaz Ns I 1− eficaz Ns
Portanto = ou =
2 × I 2−eficaz Np I 2−eficaz Np
-----------------------------------------------------------------------------------------------------
Exercício 12-9
Um transformador possui uma tensão eficaz, no secundário, de 110 volt. A quantidade
de espiras do primário e a do secundário são, respectivamente, 1000 e 100. Determinar a
tensão eficaz no primário.
Solução:
110 × 1000
Portanto V1−eficaz = = 1100 volt
100
-----------------------------------------------------------------------------------------------------
Exercício 12-10
Um transformador possui uma corrente eficaz, no secundário, de 1 ampere. As
quantidades de espiras, do primário e do secundário, são respectivamente, 1000 e 100.
Determinar a corrente eficaz no primário.
Solução:
I 1− eficaz N I 1−eficaz 100
= s ou =
I 2−eficaz N p 1 1000
1 × 100
Portanto I1−eficaz = = 0,1 ampere
1000
-------------------------------------------------------------------------------------------------------
Exercício 12-11
Um transformador possui, no secundário, uma tensão eficaz de 110 volt sobre uma
Np
resistência de carga de R2 = 100 ohm. Nele tem-se = 100 . Determinar:
Ns
a) A corrente eficaz no enrolamento secundário.
b) A potência média entregue à carga do secundário.
c) A tensão do primário.
d) A corrente eficaz no enrolamento primário.
e) A potência média entregue ao enrolamento primário.
f) A relação entre as potências no primário e no secundário
Solução:
a) Seja V2 e I 2 as amplitudes respectivas da tensão e da corrente do secundário.
Neste caso:
156
V2 2 × V2−eficaz
I2 = ou 2 × I 2−eficaz =
R2 R2
V2−eficaz
ou I 2−eficaz =
R2
110 volt
Portanto: I 2−eficaz = = 1,1 ampere
100 Ω
V1−eficaz Np
c) =
V2−eficaz Ns
V1−eficaz
ou = 100 ou V1−eficaz = 110 × 100 = 11.000 volt
110
Ns 1 1
d) = = = 0,01
Np N p 100
Ns
I 1− eficaz Ns I1−eficaz
= ou = 0,01 ou I1−eficaz = 0,01 × 1,1 = 0,011 ampere
I 2−eficaz Np 1,1
P01 121
f) P01 = P02 = 121 W ou = =1
P02 121
------------------------------------------------------------------------------------------------------
Conclusão: - O exercício 12-11 demonstrou que a potência média entregue a uma
resistência de carga colocada no secundário de um transformador é igual a potência que
o gerador envia para o primário do transformador. Portanto, o transformador ideal não
consome potência do gerador. Ele apenas transfere a potência para a carga no
secundário.
157
potência que é realmente entregue à resistência de carga conectada em seu secundário.
Neste caso diz-se que o transformador possui perdas, não desprezíveis, de potência.
A qualidade do transformador é quantizada por meio do rendimento energético:
P02
ou η=
P01
Consegue-se, sem grandes dificuldades, construir transformadores com rendimento
maior do que 90 %.
-------------------------------------------------------------------------------------------------------
Exercício 12-12
Em um transformador não ideal tem-se, no secundário, uma tensão V2−eficaz = 10 v sobre
um resistor R2 = 100 Ω . Determinar a potência na carga do secundário e aquela
entregue no primário sabendo-se que η = 0, 95 .
Solução:
V22−eficaz 102
P02 = = =1 W
R2 100
P02
η=
P01
P02 1
P01 = = ≈ 1, 05 W
η 0,95
----------------------------------------------------------------------------------------------------------
Nota
Neste primeiro curso de eletricidade por simplicidade, consideraremos
transformadores com perdas desprezíveis. Estudos mais completos se encontram em
cursos e livros técnicos mais especializados nesse componente elétrico.
-----------------------------------------------------------------------------------------------------
Exercício 12-13
Vamos considerar que um transformador, com perdas desprezíveis, se comporta,
aproximadamente, como ideal quando k ≈ 1 e Ls ω = 10 × R2 , onde R2 é a carga do
secundário.
V1− eficaz
Determinar Ls e L p sabendo-se que, R2 = 100 Ω , = 50 e ω = 377 rd / s .
V2−eficaz
Solução:
a) Ls × ω = 10 × R2
ou Ls × 377 = 10 × 100 Ω
158
10 × 100
Ls = = 2,65 Henry
377
Np V1−eficaz
= = 50
Ns V2− eficaz
2
Lp Np
=
Ls N s
Lp
ou = 50 2
2,65
Portanto L p = 2,65 × 50 2 = 6,63 Henry
-------------------------------------------------------------------------------------------------------
Principal aplicação de transformadores na eletro-técnica.
Rlinha
I1−eficaz I 2 −eficaz
2
Fig. 12-6
159
Se esse transformador for construído com N p > N s , a corrente do primário será menor
do que a do secundário. Neste caso, a energia perdida na linha de transmissão será
menor. Em compensação a tensão do primário será maior do que a do secundário, na
mesma proporção. Isto requer maior cuidado na isolação dessa linha de transmissão em
relação ao ambiente.
--------------------------------------------------------------------------------------------------------
Exercício 12-14
Uma concessionária de energia elétrica fornece, para uma indústria, no secundário de
um transformador, a tensão e a corrente eficazes de 220 volt e 100 ampere
respectivamente. Sabe-se que no enrolamento primário passa a corrente de 1 ampere.
Determinar:
Np
a) A relação de espiras desse transformador.
Ns
b) A tensão eficaz no primário desse transformador.
Solução:
I 1− eficaz Ns I 2 −eficaz Np
= ou =
I 2 −eficaz Np I1−eficaz Ns
Np 100 ampere
Portanto = = 100
Ns 1 ampere
V1−eficaz Np V1−eficaz
b) = ou = 100
V2 −eficaz Ns 220
Solução:
a) A concessionária transmite pela linha V2 −eficaz = 220 v e I 2 −eficaz = 1 A
( )
2
P0 −linha = I 22−eficaz × Rlinha = 100 A × 0,1 = 1000 W
b) A concessionária transmite pela linha V1−eficaz = 22.000 v e I 1−eficaz = 1 A
160
Resistência refletida do secundário para o primário.
Sabemos, pela lei de Ohm, que uma tensão com amplitude V, sobre uma resistência R,
produz uma corrente com amplitude I dada por:
V
I=
R
Dessa expressão podemos concluir que, se conhecermos as amplitudes da tensão e da
corrente, poderemos calcular o valor da resistência por meio da equação:
V
R=
I
Chamando de V2 e I 2 as amplitudes da tensão e da corrente na resistência R2 do
secundário, essas grandezas obedecem a fórmula:
V
R2 = 2 12-14
I2
A resistência que o gerador enxerga no primário do transformador é:
V
R1 = 1 12-15
I1
onde V1 e I1 são, respectivamente, as amplitudes da tensão e corrente no enrolamento
primário. Ver Fig. 12-7.
I1 I2
R1 V1 Np Ns V2
R2
Fig. 12-7
R1 V1 I 2 V1 I 2
= × = × 12-16
R2 I 1 V2 V 2 I 1
V1 N p I2 N p
Mas, = e = 12-17
V2 N s I1 N s
2
R1 N p
=
R2 N s
161
------------------------------------------------------------------------------------------------
Exercício 12-16
Um transformador possui uma resistência de 50 ohm colocada em seu secundário.
Np
Determinar a resistência vista no primário, sabendo-se que = 10 .
Ns
Solução:
2
Np
R1 = R2 = 50 × 10 2 = 5000 Ω
N
s
----------------------------------------------------------------------------------------------------------
Principal aplicação do transformador em circuitos eletrônicos
Solução:
P0 = I 22−eficaz × R2 = 2 2 × 10 = 40 W
b) O transformador oferece para o gerador a resistência R1 = RS = 100 Ω
Portanto, a corrente no primário fica:
162
E eficaz 220
I1−eficaz = = = 1,1 A
RS + R1 100 + 100
c) Relação de espiras:
N p2 R1 100
2
= = = 10
N s R2 10
Np
= 10 = 3,16
Ns
---------------------------------------------------------------------------------------------------------
Exercício 12-18
Um gerador com força eletromotriz E eficaz = 220 v e resistência interna RS = 100 Ω ,
deve fornecer energia para uma resistência R2 = 1000 Ω . Calcular:
d) A potência enviada para R2 quando não se usa transformador para o casamento
de impedâncias.
e) A potência enviada para R2 quando se usa transformador para o casamento de
impedâncias.
f) Determinar a relação de espiras do transformador usado para o casamento de
impedâncias.
Solução:
E eficaz 220
I1−eficaz = = = 1,1 A
RS + R1 100 + 100
163
c) Relação de espiras:
N 2p R1 100
2
= = = 0,1
N s R2 1000
Np
= 0,1 = 0,316
Ns
---------------------------------------------------------------------------------------------------------
Ls1 is1
vs1
N s1 R1
ip
Lp Ls 2 is 2
vp vs 2
Np N s2
R2
is 3
Ls3
vs 3
N s3 R3
Fig. 12-8
M p1 = k p1 L p L s1 M p 2 = k p 2 L p Ls 2 M p 3 = k p3 L p Ls 3
Se este transformador for ideal, então todas as linhas de fluxo, geradas no interior do
enrolamento primário, passam pelo interior dos três enrolamentos secundários. Neste
caso os fatores de acoplamento ficam:
k p1 = k p 2 = k p 3 = 1
N s1 N s2 N s3
v s1 = vp vs 2 = vp vs 3 = vp 12-18
Np Np Np
164
Se este transformador for ideal, então, as grandezas Ls1ω , Ls 2ω e Ls 3ω deverão,
respectivamente, serem infinitamente maiores do que R1 , R2 e R3 .
Neste caso a corrente no primário fica igual a soma das correntes dos secundários
transformadas para o primário:
N s1 N N
ip = i1 + s 2 i2 + s 3 i3 12-19
Np Np Np
Pelo circuito mostrado na fig. 12-8, as correntes nos três secundários são:
v s1 vs 2 vs3
i1 = i2 = i3 = 12-20
R1 R2 R3
vp N s1 vp Ns2 vp N s3
i1 = × i2 = × i3 = × 10-21
R1 Np R2 Np R3 Np
N 2 1 N 2 1 N 2 1
i p = v p s1 + s2 + s3
N p R1 N p R2 N p R3
2 2 2
N 1 N s2
ip 1 N s3 1
ou = s1 + +
v p N p R1 N p R N R
2 p 3
ip 1 1 1
ou = 2
+ 2
+ 2
12-22
vp Np Np Np
R1 R1 R1
N s1 N s1 N s1
vp
Rp =
ip
165
1 1 1 1
= 2
+ 2
+ 2
12-23
Rp Np Np Np
R1 R2 R3
N s1 N s2 N s3
A expressão 12-23 sugere o circuito equivalente da fig. 12-9 que pode ser usado para a
determinação da resistência resultante das transferências das resistências dos
secundários para o primário.
ip
2 2 2
vp N N N
Rp ⇒ R1 p R2 p R3 p
N s1 Ns2 N s3
Fig. 12-9
--------------------------------------------------------------------------------------------------------
Exercício 12-19
Um transformador possui dois enrolamentos secundários.
Têm-se os parâmetros:
Np Np
= 10 ; = 20 ; R1 = 100 Ω ; R2 = 50 Ω
N s1 N s2
V p −eficaz = 100 v
Solução:
N s1 1
a) Vs1−eficaz = Vp −eficaz = 100 × = 10 v
Np 10
N s2 1
Vs 2 −eficaz = V p −eficaz = 100 × =5 v
Np 20
166
b)
1 1 1 1 1
= 2
+ 2
= 2
+ 2
=
Rp Np Np 100 × (10) 50 × (20 )
R1 R2
N s1 N s2
= 10 −4 + 5 × 10 −5 = 1,5 × 10 −4 Ω −1
1
Rp = ≈ 6.667 Ω
1,5 × 10 − 4
V12−eficaz V22−eficaz 10 2 5 2
P0 s = + = + = 1,5 W
R1 R2 100 50
V p2−eficaz 1
P0 p = = V p2−eficaz = 1002 ×1,5 ×10 −4 = 1,5 W
Rp Rp
Portanto: P0 p = P0 s
--------------------------------------------------------------------------------------------------
167
13 - GERAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
SISTEMAS TRIFÁSICOS
rotação
N escova
S
Anel
a deslizante
Anel
deslizante carga
Fig. 13-1
Ele é formado por uma espira condutora situada entre os pólos norte e sul de um ímã
tipo ferradura. Portanto, a espira se situa em uma região onde existe um fluxo de linhas
de campo magnético. Esta espira gira com velocidade de rotação constante igual a ω
rd/s. Durante a rotação, é induzida uma diferença de potencial nos terminais dessa
espira. Esta diferença de potencial se alterna positiva e negativamente conforme a
posição da espira em relação às linhas do fluxo magnético. Cada um dos terminais da
espira desliza em contato com um anel fixo. O elemento que faz o contacto é
denominado escova. Deste modo, a tensão alternada gerada pode ser aproveitada para
alimentar uma carga resistiva fixa. A tensão induzida segue a expressão matemática:
168
Em contra partida, quando o plano da espira fica paralelo às linhas de fluxo magnético,
o módulo da diferença de potencial atinge seu maior valor. O valor desse módulo
máximo da tensão gerada é: EM = kAω
b
+ -
-
N S N + b S N S
a b a
a
(1) (2) (3)
+ -
+ -
- N S
N b S b a N + a S
a
(5) b
(4) (6)
a
+ a + -
N S N S N S
- b a b
(7) b (8) (9)
Fig. 13-2
e
1
EM 9
2 8
0,7 EM
0 3
Tempo
7
−0, 7 EM
4 6
− EM
5
Fig. 13-3
169
Fig. 13-4
O mesmo gerador mostrado na fig. 13-1 pode trabalhar como motor elétrico devida a
reciprocidade do fenômeno eletro-magnético. Ver fig. 13- 5 . Neste caso, injeta-se uma
corrente alternada i na bobina. O campo magnético variável produzido por esta corrente
interage com o campo magnético fixo do ímã de maneira a resultar uma força que
provoca movimento de rotação na bobina. A velocidade angular de rotação é igual à
freqüência angular da corrente alternada. Tem-se assim um motor elétrico do tipo
alimentado por corrente alternada.
170
rotação
i φ
N Anel S
deslizante
Anel
deslizante
Fig. 13-5
No gerador da fig. 13-1, o efeito seria o mesmo se a bobina ficasse parada e o ímã
girasse. Neste caso não seriam necessárias as escovas para transferir a tensão gerada, na
bobina, para a resistência de carga elétrica fixa. Os geradores, de tensão alternada,
construídos com esse arranjo se classificam do tipo de campo magnético girante. Eles
são tecnicamente mais robustos e, praticamente, não produzem as interferências
mencionadas.
O nome geral da parte mecânica girante é rotor do gerador. A parte fixa é denominada
de estator do gerador.
O gerador do tipo mostrado na fig. 13-1, é quase que um exemplo didático para a
explicação da geração de energia elétrica a partir da energia mecânica. Os geradores
usados comercialmente são, tecnicamente, muito mais complexos. Este curso básico de
eletricidade não abrangerá seu estudo detalhado.
O local, onde são instalados os conversores, da energia mecânica para a energia
elétrica, se chama usina geradora de eletricidade.
Quando a energia mecânica é fornecida pela queda da água de uma represa, tem-se uma
usina hidroelétrica. A água desce por um tubo onde no final se encontra uma turbina.
Esta adquire movimento rotatório com a passagem da água. Como a turbina está
171
acoplada ao rotor do gerador, é produzida tensão alternada e a corrente alternada
correspondente.
Um outro tipo de usina geradora é a usina termoelétrica. Neste caso uma máquina
rotativa a vapor aciona o rotor do gerador. O combustível, normalmente, é o carvão ou
algum derivado do petróleo. Quando o calor, que produz o vapor é proveniente, de
fissão de núcleos atômicos, tem-se as polêmicas usinas nucleares.
A fig. 13-6 mostra um gerador simples onde o campo magnético gira. Ele é formado de
três bobinas fixas dispostas geometricamente, como mostra a figura, com uma diferença
de ângulo de 120 graus.
Na posição mostrada na figura a diferença de potencial a1 - b1 , na bobina 1, está
passando por um valor máximo positivo. Após um giro de 120 graus, do campo
magnético, a diferença de potencial a2 - b 2 , na bobina 2, passa pelo valor máximo
positivo. Após mais um giro de 120 graus , do campo magnético, é a vez da diferença de
potencial a3 - b 3 , na bobina 3, passar pelo valor máximo positivo.
a2 b3 1200
1200 2
b1 1 a1
S N
3 b2
a3
Fig. 13-6
v1 = a1 − b1
v2 = a2 − b2
v3 = a3 − b3
A fig. 13-7 mostra como varia relativamente essas três tensões ao longo do tempo.
172
v
v1 v2 v3
tempo
Fig. 13-7
Supondo que as três tensões são geradas com uma amplitude E, tem-se:
v1 = E cos ωt 13-3
2π
v2 = E cos ωt + 13-4
3
2π
v3 = E cosωt − 13-5
3
A fig. 13-8 mostra as amplitudes e fases relativas entre esses sinais. Este tipo de
diagrama é conhecido como fasor.
v2
E
1200
1200 v1
E
1200
E
v3
Fig. 13-8
A fig. 13-9 mostra uma maneira de conexão das três bobinas do gerador trifásico. Este
tipo de conexão é conhecido como configuração delta. As tensões fornecidas para
cargas externas são v1 , v2 e v3 . Esta figura mostra, também como as cargas são
conectadas.
173
l12 i12
1b
2a Z1 i1 i2
v1
1a l31 Z2 v2
3b
v3 Z3
2b
3a l23
Fig. 13-9
Vamos supor que
Z1 = Z 2 = Z 3 = R
Neste caso as correntes i1 e i2 ficam:
v1 E E
i1 = = cos ωt = e j 0 = E
R R R
2π
v2 E 2π E j
= cos ωt + = e
3
i2 =
R R 3 R
Pela lei de Kirchhoff das correntes, o valor da corrente de linha i12 , mostrada na
fig. 13-8, obedece a igualdade:
i12 = i2 − i1
Portanto
E j E
2π
2π 2π
i12 = e 3
− 1 = cos + j sen − 1
R R 3 3
Mas,
5π
2π 2π j
cos + jsen − 1 = −0, 5 + j 0,867 − 1 = −1,5 + j 0,866 = 1, 73e 6
3 3
Portanto
5π
E j
i12 = 1,73 e 6
R
174
Resulta
1, 73E 5π
i12 = cos ωt +
R 6
Vemos que a amplitude da corrente é:
1, 73E
I12 =
R
Por simetria, desse circuito trifásico, podemos concluir que a amplitude das correntes
nas outras duas linhas é igual ao valor I12 que acabamos de calcular.
Vamos supor que um sistema monofásico trabalha com a mesma diferença de potencial,
do trifásico, entre os fios de sua linha. Deseja-se que ele envie para as três cargas R a
mesma potência que o trifásico enviou. Neste caso essas resistências deveriam ser
alimentadas em paralelo pela linha monofásica. Ver fig. 13-10
imon
vmon = v1 R
R R
Fig. 13-10
vmon v1 3E
Neste caso imon = = = cos ωt
R R R
3 3
Portanto a amplitude da corrente resultaria
3E
I mon =
R
1,73E
I mon 3
= R = = 1,73
I 21 3E 1,73
R
Supondo que a resistência, de cada fio da linha, fosse r, o sistema trifásico dissiparia,
nos três fios, a potência total:
175
I2
PD −T = 3 × 12 r
2
O sistema monofásico dissiparia, nos dois fios, a potência total:
I2
PD −mon = 2 × mon r
2
2
PD− mon 2 I mon 2 2
= = ×1, 73 = 2
PD −T 3 I12 3
Conclusão:
Então
Pelas expressões 13-3, 13-4 e 13-5, vemos que a amplitude, das três tensões de linha,
vale E volt.
Portanto
E
E1−eficaz = E2−eficaz = E3− eficaz =
2
Transformadores trifásicos
176
Ap As
seundário
Bs
primário
Bp
As
Cp
Fig. 13-11
Configuração Y
2a
v2
v12
v1
2b
v23
v3 1b 1a
3b
v 31
3a
Fig. 13-12
177
Determinação das tensões fornecidas para cargas externas na configuração Y.
v12 = v1 − v2
v31 = v3 − v1
v 23 = v 2 − v 3
Sabemos que
2π
120 0 = rd
3
2π
e 240 0 = −120 0 = −
rd
3
Sejam as tensões produzidas pelo gerador trifásico:
v1 = E cos ωt = Ee j 0 = E
2π
2π j
v2 = E cos ωt + = Ee 3
3
2π
2π −j
v2 = E cos ωt − = Ee 3
3
Portanto:
2π
= E 1 − cos 2π − j sen 2π = E (1 + 0,5 − j 0,87) = E (1,5 − j 0,87 )
j
v12 = E 1 − e 3 3 3
π
−j
ou v12 = 1,73Ee 6
ou seja:
π
v12 = 1,73E cos ωt −
6
5π
v31 = 1, 73E cos ωt −
6
π
e v 23 = 1,73E cos ωt +
2
178
A fig. 13-13 mostra o diagrama de fasores dessas tensões.
v23
1,73E
1200 1200
1,73E 1,73 E
0
v31 120 v12
Fig. 13-13
2π
Nota-se que estas tensões também possuem defasagens entre si de ± rd = ±120 0
3
Vê-se, também, que as amplitudes individuais das tensões nas linhas de transmissão
são:
1,73
E12 −eficaz = E 31−eficaz = E 23−eficaz = E = 1,73E eficaz
2
Diz-se que a tensão E12 −eficaz é fornecida pela fase φ12 da rede elétrica. Da mesma forma,
as tensões E 23− eficaz e E 31−eficaz correspondem, respectivamente, às fases φ23 e φ31 da
rede elétrica trifásica.
Logo que as tensões das três fases são geradas nas usinas, elas são submetidas à
transformadores que elevam suas voltagens para centenas de milhares de volt eficaz.
A seguir elas são transmitidas, na configuração delta, até as regiões onde a energia
deverá ser consumida. Os 3 fios, usados na transmissão, são suportados por torres
distanciadas, entre si, convenientemente. Devida à altíssima voltagem, o isolamento
entre a linha e a torre, é extremamente rigoroso.
Em cada local, de consumo parcial da energia gerada, existe uma sub-estação. Nesta
estação, transformadores abaixam as voltagens das fases para valores onde a
necessidade de isolação já não seja tão rigorosa: por exemplo 11.000 volt. Nesta
voltagem, a linha trifásica pode percorrer os diversos bairros de uma cidade suportadas
pelos postes locais.
Finalmente, quando a energia é distribuída para um certo número de residências, a
tensão das fases sofre o abaixamento final e mudança, normalmente, para a
179
configuração Y. Cada uma das três fases alimenta um determinado sub-grupo de
residências.
O valor nominal da tensão que alimenta as residências depende do país e até mesmo da
cidade.
Nos Estados Unidos a tensão fornecida às residências é de 115 volt eficaz.
Na Alemanha é fornecida, para esse fim, a tensão de 220 volt eficaz.
No Brasil, existem cidades como Santos, São Vicente e Brasília, onde a concessionária
fornece apenas a tensão de 220 volt eficaz para as residências.
Entretanto, a maior parte das cidades brasileiras tem fornecimento residencial de duas
tensões eficazes: 220 v e 110 volt. A tensão de 110 v alimenta as lâmpadas elétricas e
os eletrodomésticos, em geral. A tensão de 220 v é usada, basicamente, para os
chuveiros e aquecedores de água elétricos. Um exemplo de cidade nessa situação é São
Paulo.
Algumas cidades, como, por exemplo, Campinas utilizam o esquema de fornecimento
de voltagem residencial mostrado na fig. 13-14.
T v12
Fig. 13-14
Nessa figura estão assinalados os fios A e B, que chamaremos de fase φ12 do sistema
trifásico. Além dos dois fios A e B , entra , na residência, um terceiro fio, que
chamaremos de T . Este fio é proveniente do ponto de junção dos três enrolamentos do
transformador. O fio T, que costuma ser aterrado, é chamado de fio neutro.
π
v12 = E12 cos ωt −
6
No fornecimento para residências, o valor eficaz dessa tensão é
E
E12−eficaz = 12 = 220 v
2
As diferenças de potencial de A para T e de B para T são, respectivamente ,
2π
v1 = E cos ωt e v2 = E cos ωt +
6
180
E
Ambas possuem o mesmo valor eficaz : Eeficaz =
2
----------------------------------------------------------------------------------------------
Exercício 13-1
Sabendo-se que E12−eficaz = 220 v , determinar o valor de E eficaz .
Pela equação 13-6 tem-se:
E12 = 1, 73E
E12 E
= 1, 73
2 2
ou E12−eficaz = 1,73Eeficaz
Portanto:
E12−eficaz 220
Eeficaz = = = 127 v
1,73 1,73
--------------------------------------------------------------------------------------
O exercício 13-1 mostrou que entre os fio A e T e os fios B e T existem voltagens de
127 volt eficaz. Cada uma destas tensões, de 127 v, alimenta a maioria dos dispositivos
que consomem energia na residência. A tensão de 220 volt alimenta , na maior parte das
vezes, apenas os chuveiros e aquecedores elétricos.
Nas industrias existem motores elétricos que são alimentados pela tensão de uma única
fase. Esses motores são chamados de monofásicos. Existem, também, nas indústrias,
motores que são alimentados, diretamente, com as três fases do sistema trifásico. Estes
motores são chamados de motores trifásicos. Sua principal vantagem é possuirem menor
peso e volume do que os motores monofásicos de mesma capacidade.
O que foi exposto explica porque, em nosso país, a indústria de lâmpadas elétricas é
obrigada a produzir lâmpadas nas tensões de 220 v, 110 v e 127 v. Existem alguns
eletrodomésticos que possuem chaves que comutam enrolamentos de transformadores
de tal forma que sua entrada de voltagem, seja adaptada, para essas diferentes tensões
elétricas, no momento da instalação. Há equipamentos de baixíssimo consumo, como os
carregadores de telefones celulares, que aceitam, automaticamente qualquer tensão de
entrada no intervalo de 110 a 220 volt.
181