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OPERAÇÕES UNITÁRIAS
DENDEZEIROS
OPERAÇÕES UNITÁRIAS
Salvador
2005
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
1 CONCEITOS INTRODUTÓRIOS E DEFINIÇÕES 5
2 INTRODUÇÃO AOS CÁLCULOS COM UNIDADES 9
3 MECÂNICA DOS FLUIDOS 18
4 TRANSFERÊNCIAS E BALANÇOS 28
5 INDÚSTRIA DE ALIMENTOS 37
6 REFRIGERAÇÃO 41
7 TABELAS E DIAGRAMAS 80
REFFERÊNCIAS 88
APRESENTAÇÃO
Este material didático foi preparado para funcionar como instrumento de consulta.
Possui informações que são aplicáveis de forma prática no dia-a-dia do profissional,
e apresenta uma linguagem simples e de fácil assimilação. É um meio que
possibilita, de forma eficiente, o aperfeiçoamento do aluno através do estudo do
conteúdo apresentado no módulo.
1 – CONCEITOS INTRODUTÓRIOS E DEFINIÇÕES
Reatores químicos e bioquímicos: não devem ser consideradas operações unitárias, pois
existem disciplinas específicas para cuidar desta matéria. Exemplo: fermentação (etanol).
Equilíbrio: situação ideal que todo sistema procura, de gasto mínimo de energia e de
estabilidade, na qual não há nenhuma diferença de potencial de qualquer grandeza que possa
provocar uma alteração. Todos os fenômenos de transferência só ocorrem porque os sistemas
estão fora do equilíbrio. Ou seja, estes fenômenos atuam no sentido de alcançar o equilíbrio.
Fluido: substância que se deforma continuamente quando sujeita a uma tensão cisalhante
constante. Difere do sólido, pois este tem uma tensão de ruptura. Fluidos dividem-se em gases
e líquidos.
Meio Contínuo: aquele para o qual são observados apenas efeitos globais de determinadas
propriedades, desprezando-se interações elementares entre átomos e moléculas.
Campo: região do espaço em que está sendo feita uma determinada análise. Divide-se entre
campos escalares (temperatura, pressão); vetoriais (velocidade, calor) e tensoriais (tensões).
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1.2. Definições específicas
Taxa de transferência (rate/flow rate): quantidade de uma grandeza que escoa por unidade
de tempo.
Fluxo (flux): é um vetor que representa a taxa de escoamento de uma propriedade que
atravessa uma determinada área em um dado sentido.
Regimes permanente e transiente: quando uma grandeza varia com o tempo de análise, diz-
se que o regime de análise é transiente e quando não varia diz-se que é permanente.
Sistema: quando a análise é feita sobre a massa que está sofrendo transformação.
Superfície de controle: fronteira, real ou imaginária, fixa ou móvel que limita o volume de
controle.
Método integral ou global: quando a análise é feita sobre efeitos macroscópicos de uma
dada grandeza. É mais simples de ser aplicado, mas é incompleto.
Método diferencial: a análise é feita sobre a menor região do sistema/volume de controle que
ainda seja representativa do todo. São regiões infinitesimais que focalizam particularidades de
uma dada grandeza. Assim, é mais detalhado e, conseqüentemente, mais difícil de ser
resolvido.
Física
Temperatura (T): definir temperatura ou até mesmo escala de temperatura não é tarefa das
mais simples. A maneira mais prática de se medir a temperatura é usando um termômetro de
mercúrio em vidro. No entanto, outros líquidos poderiam ser utilizados: álcool, água, etc.
Existem 4 escalas diferentes de temperaturas sendo utilizadas: Celsius (ou centígrados),
fahrenheit, kelvin e rankine.
Pressão (p, P): definida como a força normal exercida por unidade de área da superfície. Sua
unidade no SI é [N/m2], também chamada de pascal. Pressões podem ser medidas por
6
dispositivos chamados manômetros. As pressões podem ser manométricas ou absolutas
(quando acrescidas da pressão barométrica)
Trabalho (W): quando temos uma força atuando ao longo de uma determinada distância,
temos um trabalho sendo realizado.
Sistema: considera-se tudo aquilo que desejamos estudar, isto é, nosso foco de análise. Tanto
pode ser algo bem simples, como um corpo livre, assim como pode ser algo mais complexo,
uma refinaria completa, por exemplo.
Fechado: neste tipo de sistema não pode haver transferência de massa através de suas
fronteiras.
Isolado: tipo particular de sistema fechado, é caracterizado pela não ocorrência de troca de
massa e energia. Por exemplo, podemos citar a garrafa térmica.
Fronteira: é o que diferencia, ou separa, o sistema da vizinhança. Pode ser fixa ou móvel.
Volume de controle: é uma região no espaço onde há escoamento de matéria. Pode haver
transporte de massa e de energia.
Massa específica (ρρ): relação entre a massa e unidade de volume. Caracteriza a massa de um
sistema fluido. Os fluidos costumam apresentar massas específicas bem distintas entre si.
Normalmente, variações de pressão e temperatura não afetam sensivelmente a massa
específica de líquidos. Por outro lado, os gases sofrem forte influência na massa específica
quando pressão e temperatura variam. Sua unidade SI é [kg/m3].
Volume específico (v): é o volume ocupado por unidade de massa. Portanto, é o inverso da
massa específica, v = 1/ρ. O volume específico é uma propriedade muito utilizada em
termodinâmica, tendo unidade SI [m3/kg].
Peso específico (γγ): assim como no caso da massa específica, o peso específico é definido
como peso por unidade de volume. E, assim, sendo, ρ e γ se relacionam através de, sendo g a
aceleração da gravidade local. Unidade SI de γ é [N/m3].
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Temperatura Massa Viscosidade Tensão Pressão de Compressibi-
específica dinâmica superficial vapor lidade
ρ µ σ pv Ev
(ºC) (kg/m3) (N.s/m2) (N/m) (N/m2 – abs) (N/m2)
Tetracloreto de 20 1590 9,58 E-4 2,69 E-2 1,3 E+4 1,31 E+9
carbono
Álcool etílico 20 789 1,19 E-3 2,28 E-2 5,9 E+3 1,06 E+9
Gasolina 15,6 680 3,1 E-4 2,2 E-2 5,5 E+4 1,3 E+9
Glicerina 20 1260 1,50 E+0 6,33 E-2 1,4 E-2 4,52 E+9
Mercúrio 20 13600 1,57 E-3 4,66 E-1 1,6 E-1 2,85 E+9
Óleo SAE 30 15,6 912 3,8 E-1 3,6 E-2 - 1,5 E+9
Água do mar 15,6 1030 1,20 E-3 7,34 E-2 1,77 E+3 2,34 E+9
Água 15,6 999 1,12 E-3 7,34 E-2 1,77 E+3 2,15 E+9
Tabela 1: valores de massa específica e viscosidade para algumas substâncias.
Densidade (SG): designada como SG (specific gravity), é a razão entre a massa específica da
substância que estamos estudando e a massa específica da água numa temperatura de
ρ
referência, 4ºC. A essa temperatura, a água apresenta ρ = 1000 kg/m3. Assim, SG = .
ρ H O@ 4 ºC
2
Em algum ponto de sua vida, você já se deparou com a infelicidade de não conseguir resolver
um determinado problema? Ou de chegar a resultados que não eram os esperados?
Dimensões são conceitos básicos de medida como comprimento, tempo, massa, temperatura.
Unidades são os meios de se expressar as dimensões. Por exemplo: comprimento pode ser
expresso em pés ou centímetros; tempo, em horas ou segundos.
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• Evita a possibilidade de que, por descuido, ocorra uma inversão nos cálculos
• Redução de cálculos intermediários
• Economia de tempo para resolver problemas
• Abordagem lógica do problema, em vez de inserir números em fórmulas memorizadas
• Fácil interpretação do significado físico dos números
Tabela 2.
Tabela 3.
9
Tabela 4.
Tabela 5.
Quando se define massa e força como fundamentais, uma incongruência pode aparecer, visto
que estas magnitudes estão relacionadas com princípios de dinâmica básica. Para se evitar
esta incompatibilidade, uma correção ou fator de proporcionalidade (gc) deve ser inserido. A
equação deste princípio poderia ser:
Observe que gc tem unidades de massa (aceleração/força). O valor deste fator de correção em
sistemas de engenharia é:
Sistema Métrico:
(qui log rama)(metros) kg.m
g c = 9,81 2
= 9,81
(qui log ramaforça)( segundos) kg.s 2
Sistema Inglês:
(lbmassa )( pés) lbm. ft
g c = 32,17 2
= 32,17
(lbforça)( segundos) lbf .s 2
Tabela 6.
Às vezes a magnitude de uma determinada unidade é tão grande para se indicar os múltiplos e
submúltiplos das unidades fundamentais. Geralmente é aconselhável usar estes múltiplos e
submúltiplos na potência de 103. A seguir (Tabela 7) está a lista dos múltiplos e submúltiplos
mais freqüentemente utilizados, assim como seu respectivo nome e símbolo.
Tabela 7.
Calor é uma forma de energia; deste modo, a dimensão de ambos é ML2T-2. Entretanto, em
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alguns sistemas a temperatura é tida como uma dimensão. Nestes casos, a energia do calor
pode ser expressa como proporcional ao produto da massa com a temperatura. A constante de
proporcionalidade é o calor específico, que depende do material e varia de um para outro. A
quantidade de calor é definida como uma função do material, com água como uma referência
e o calor específico é a unidade.
Sistema Métrico
Caloria: calor necessário para aumentar a temperatura de um grama de água de 14,5 a 15,5ºC
Sistema Inglês
BTU (British thermal unit): quantidade de calor necessária para se elevar a temperatura de
uma libra de água um grau Fahrenheit (de 60 para 61ºF)
CHU (Centigrade heat unit or pound calorie): quantidade de calor necessária para se elevar a
temperatura de uma libra de água um grau centígrado
Sistema Internacional
Caloria: visto que calor é uma forma de energia, sua unidade é o Joule. A caloria pode ser
definida como uma função do Joule: 1 caloria = 4,185 Joules
Visto que calor e trabalho são duas formas de energia, é necessário definir um fator que as
relaciona. Por esta razão, o equivalente mecânico de calor (Q) é definido como:
Assim:
energiamecânica MLT −2 L
Q= = = L2T − 2θ −1
energiadecalor Mθ
Para melhorar a compreensão e facilitar o acompanhamento dos cálculos, será adotada para os
cálculos a mesma metodologia utilizada por Himmelblau em Engenharia Química: Princípios
e Cálculos. Tal método se baseia na multiplicação de qualquer número e suas unidades
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associadas por razões adimensionais, denominadas fatores de conversão, originando a
resposta desejada com suas respectivas unidades.
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Tabela 8.
Nos casos de conversão de unidades de uma fórmula, a constante que aparece na fórmula
geralmente tem dimensões. Para aplicar a fórmula nas diferentes unidades daquelas que foram
dadas, somente a constante das fórmulas deverão ser convertidas. Nos casos em que a
constante é adimensional, a fórmula pode ser diretamente aplicada usando qualquer sistema
de unidades.
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Operações com unidades
Quanto é laranja mais banana mais melancia mais maçã mais ...?
R.:_______________________________
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Tabela 10: unidades no Sistema Inglês.
Exemplo: você acaba de assistir a um filme ambientado nos Estados Unidos e se lembra que
a velocidade que o veículo do mocinho desenvolvia durante a perseguição ao bandido era de
80 milhas/hora (80 mi/h ou 80 miles an hour ou 80 miles/hour). Que velocidade seria essa no
sistema de unidades utilizado no Brasil? (Dado: 1 milha = 1609 m)
Resolução:
Normalmente, são utilizadas tabelas para auxiliar na conversão de unidades. Tais tabelas
podem ser encontradas em livros de física, química, engenharia, entre outros.
No entanto, não convém ficar sempre preso às tabelas. Por quê? Muito simples, ou você tem
suas mãos, olhos e mente sempre atentos ao seu trabalho, ou você ocupa suas mãos para
carregar tabelas e mais tabelas, um olho na tabela e o outro no seu trabalho, e a mente
igualmente dividida.
As principais unidades e conversões devem ficar sempre na sua mente, na ponta da língua, e a
postos para serem utilizadas sempre que necessários. Quais são as principais? Isso vai
depender do seu trabalho, da finalidade dos cálculos envolvidos, dos equipamentos e padrões
utilizados, etc.
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Porém, antes de mais nada, o que vem a ser um fluido? Tanto se falou e se fala em fluido.
Você saberia definir fluido? Ou, quais as diferenças entre um fluido e um sólido?
Viscosidade: esta propriedade descreve a fluidez das substâncias. Vimos anteriormente que
um fluido pode ser caracterizado por sua massa específica e por seu peso específico. No
entanto, apenas essas duas propriedades não são suficientes para caracterizar o escoamento de
um fluido. Água e óleo podem apresentar massas específicas semelhantes, mas quando
escoam podem apresentar comportamentos bem diferentes. A viscosidade pode ser dada em
µ, viscosidade dinâmica, ou ν, viscosidade cinemática. Elas se relacionam por ν = µ/ρ.
Tipos de escoamento: podem ser divididos em laminar e turbulento. Alguns autores ainda
utilizam uma terceira classe, a de transição.
• Escoamento laminar: as partículas do fluido em escoamento laminar percorrem trajetórias
paralelas, como se fossem lâminas deslizando paralelamente, umas sobre as outras.
Viscosidade e consistência podem ser percebidas pela aparência e pelo sentido cinestésico, e
os defeitos, pela aparência e pelo sabor.
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As características reológicas são percebidas principalmente pelos órgãos do tato e, em
pequena extensão, pelo da visão. Relacionam-se ao fluxo e deformação da matéria e suas
inter-relações com o fator tempo.
Viscosidade
Medida da resistência interna ou fricção interna de uma substância ao fluxo quando
submetida a uma tensão. Esta propriedade é medida por um coeficiente que
depende do atrito interno em conseqüência à coesão das partículas de seus
componentes.Quanto mais viscosa a massa, mais difícil de fluir e maior o seu
coeficiente de viscosidade.A viscosidade é uma propriedade reológica que
caracteriza unicamente os fluidos newtonianos. Os demais fluidos apresentam
viscosidade aparente.
Plasticidade
Propriedade de um corpo mudar de forma ao ser tensionado em contraposição às
propriedade de elasticidade e de rigidez. As argilas, importantes componentes do
solo, são plásticas, ou seja, deformam-se facilmente, propriedade que é acentuada
com o aumento da quantidade de água intersticial às partículas.
Tensão
Esforço (força por unidade de área expresso em quilobária, por exemplo) aplicado
em uma massa sólida e que se propaga para o interior dessa massa tendendo a
mudar a forma ou o volume dessa massa, deformando-a.
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Ao esforço aplicado contrapõe-se a rigidez ou resistência própria do material dentro
das condições termodinâmicas em jogo.
Distinguem-se: tensão normal e tensão cisalhante.
A tensão normal atua perpendicularmente à superfície, como compressão ou como
extensão e tende a modificar o volume do corpo tencionado.
A tensão cisalhante atua paralelamente à superfície e tende a modificar a forma do
corpo tencionado.
A viscosidade é a propriedade reológica mais conhecida, e a única que caracteriza
os fluidos newtonianos.
• sólidos (deformação): são capazes de manter um tamanho e forma definidos e resistir (até
um determinado limite) a forças que tendem a deformá-los. Ex.: queijo parmesão
• líquidos (escoamento): são incapazes de resistir a uma força de cisalhamento, fluem
instantaneamente e assumem a forma de seu recipiente. Ex.: suco de fruta
Independentes do
tempo
Reopéticos
Dependentes do tempo
Tixotrópicos
Viscoelásticos
TABELA 12: divisão dos fluidos não-newtonianos
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FIGURA 2: comportamento dos fluidos
reopético e tixotrópico com o decorrer do
tempo
Equipamentos
Basicamente, os equipamentos utilizados para avaliação das propriedades reológicas são os
viscosímetros e os reômetros. O primeiro é utilizado para medir a viscosidade (fluidos
newtonianos) ou a viscosidade aparente (fluidos não-newtonianos). O segundo aparelho é usado
para medir parâmetros como k (índice de consistência) e n (comportamento do fluido), como, por
exemplo, o fluido Lei de Potência. São vários os tipos de reômetros utilizados, que podem ser
capilares, cilindro-coaxiais, prato-cônicos, rolling-ball, etc, que são utilizados dependendo da
área, do produto e das características reológicas a serem medidas. Viscosímetro mede o torque
necessário para agitar um eixo com vários tamanhos e formas.
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O que se determina
A reometria pode ser utilizada para se determinar:
- massa molar de polímeros;
- efeitos de aditivos;
- concentração de soluções;
- tamanho, forma, hidratação de micelas
- checar qualidade química, mecânica, térmica de produtos após tratamentos ou processamento;
- monitorar e controlar processos;
- acompanhar reações de cura;
- e uma infinidade de outras aplicações.
Lembrando que como qualquer outra técnica analítica, a reometria não deve ser utilizada
isoladamente, mas sim sempre acompanhada de outras técnicas analíticas para análise dos
resultados obtidos.
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- e outros...
Devido a todos esses fatores, é muito difícil prever o comportamento dos materiais e suas
respectivas soluções.
Reômetros utilizados
Fatores na escolha:
Material a ser ensaiado:
Fluido: newtoniano, não-newtoniano (puramente viscoso; viscoelástico)
Sólido
Semi-sólido
Propriedade a ser medida
Viscosa
Elástica
Viscoelástica
Finalidade da medição
Pesquisa específica
Controle de qualidade
Parâmetro de projeto
Classificação de reômetros
Tubulares:
H: capilares (Ostwald; Casson-Feniske); tubo plástico
P: gás; pistão
Em queda livre:
Esfera descendente
Prego descendente
Rotacionais:
Cilindros
Cone e placa
Placas paralelas
Cilindro girando em meio infinito (Brookfield)
Reômetros recomendados
Newtonianos
Tubulares: capilar; plástico
Rotacionais
Queda livre
Não-newtonianos (puramente viscosos)
Rotacionais: cilindros concêntricos; cone e placa; placas paralelas
Tubulares: capilar
Corpos em queda livre: esfera descendente; prego descendente
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Não-newtonianos (viscoelásticos)
24
FIGURA 5: tabela para comparação de diferentes medidas de viscosidade
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FIGURA 6: modelo de ficha técnica de dados de viscosidade
4 – TRANSFERÊNCIAS E BALANÇOS
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Condução
A condução é a forma em que ocorre a transferência de energia em escala
molecular. Quando as moléculas absorvem energia térmica vibram sem deslocar-se,
aumentando a amplitude da vibração conforme aumenta o nível de energia. Esta
vibração se transfere de uma molécula a outra, sem que ocorra nenhum movimento
de translação.
dT
q "x ∝ (1)
dx
dT
onde q "x = − k (2)
dx
sendo q”x (W/m2) a taxa de transferência de calor por condução na direção x por
unidade de área perpendicular à direção de transferência, sendo proporcional ao
gradiente de temperatura dT dx , k (constante de proporcionalidade) a condutividade
térmica (W/mK) e é característica de cada material. A equação 2 é conhecida como
Lei de Fourier da condução.
Convecção
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onde q”, o fluxo de calor convectivo (W/m2), é proporcional à diferença de
temperaturas da superfície e do fluido, TS e T , respectivamente. A constante de
proporcionalidade h (W/m2K) é chamada de coeficiente de transferência por
convecção, e depende das condições na camada limite, que, por sua vez, são
influenciadas pela geometria da superfície, pela natureza do movimento do fluido e
por uma série de propriedades termodinâmicas e de transporte do fluido.
Radiação
A energia irradiada (ou emitida) por uma superfície tem sua origem na energia
térmica da matéria limitada pela superfície. A taxa de liberação dessa energia por
unidade de área (W/m2) é denominada poder emissivo E da superfície, tendo um
limite superior, previsto pela lei de Stefan-Boltzmann:
Eb = σTS4 (4)
No caso de uma superfície real, o fluxo de calor emitido é menor que o emitido por
um corpo negro na mesma temperatura, sendo dado por:
E = εσTS4 (5)
2. Balanço de Massa
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Massa - Massa = Massa - Massa
que entra que sai acumulada gerada
Para fins deste estudo, podemos expressar o balanço acima em termos de valores
médios globais, ou seja:
dm
me − ms =
dt
No caso de termos que realizar um balanço por componentes, vale lembrar que a lei
de conservação da massa é válida para a massa total e também para a massa de
cada um dos componentes. Assim sendo, teríamos, então, para o seguinte esquema
(considerando uma mistura binária):
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corrente(s)
• o balanço de material básico é feito em massa
O sistema contém (t) variáveis e gera um sistema com (T) equações independentes.
Para resolver tal sistema necessita-se de (L) variáveis conhecidas para se
determinar as outras (T) desconhecidas.
Técnicas de Resolução:
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Podemos notar, de início, a existência de quatro regiões:
I Região de fase sólida
II Região de fase líquida
III Região de fase vapor
IV Região de fase fluida (fluido supercrítico)
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4. Gases Ideais E Não Ideais
PV = nRT
R= =
(
Pv (1atm ) 22,4m 3 kg − mol)= 0,08208
atm.m 3
T (273,15K ) kg − mol.K
O Gás Real
A equação PV=nRT tem seu uso limitado às condições que respeitem os limites
estabelecidos pelo modelo do gás ideal, ou seja, quando as interações
intermoleculares não são significativas ou quando o volume ocupado pelas
moléculas seja considerado nulo em relação ao volume total ocupado pela massa
gasosa.
De uma forma geral, isto significa dizer que os gases reais, quando possuem baixa
densidade, podem ter seu comportamento definido pela lei dos gases ideais. Em
termos práticos , aplica-se a equação 4.1 sem desvios significativos para gases
leves, tais como H2, O2, ar e outros sob condições normais e a vapores e gases
pesados a pressões baixas (menos que 20 atm).
5. Termodinâmica
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• Qual a potência requerida por uma bomba para impulsionar um fluido em uma
tubulação?
• Qual o calor necessário para converter certa quantidade de água de 30ºC a
vapor a 180ºC ?
• Qual a quantidade de vapor saturado a 8 atm necessária para destilar 2000 kg-
mol/h de uma solução etanol-água ?
• Qual a vazão de amônia em um circuito frigorífico para congelar 500 kg/h de
suco concentrado a 65% de sólidos?
Entre os anos de 1840 a 1878, Joule realizou e xperiências com as quais pôde
interrelacionar calor e trabalho. Nos experimentos adicionava -se energia na forma
de trabalho, extraindo-a na forma de calor.
Algumas formas de energia:
1 m.v 2 v2 1 m.v 2
Ec = ou Eˆ c = ou Ec =
2 gc 2. g c 2 gc
m.g .Z g m.g .Z
Ep = ou Eˆ p = .Z ou Ep =
gc gc gc
c) Energia Interna (U): Não inclui qualquer energia que um corpo possa ter em
consequência de sua posição ou movimento como um todo. Esta refere-se à energia
das moléculas, como energia cinética de translação, de rotação e de vibração,
energias associadas aos elétrons e aos núcleos atômicos, energia de ligação, etc.
Diferenciar esta energia das energias cinéticas e potencial das substâncias como um
todo (formas de energia externa).
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d) Calor: Energia em trânsito, flui de um corpo (ou substância) mais quente para
outro mais frio. Portanto T é a força motriz de transferência de energia na forma de
calor.
F
dW = F .dl dW = .dV dW = P.dV W = P.dV
A
∆U + ∆Ec + ∆E p = Q − W
Dos experimentos de Joule em 1847, surge a primeira relação entre calor e trabalho.
Desses experimentos os seguintes resultados foram obtidos:
1. trabalho gera aumento de temperatura na água,
2. diferença de temperatura gera calor,
3. temperatura inicial pode ser restaurada,
4. calor é energia em trânsito, como trabalho,
5. a energia (e não o calor) fica armazenada na substância.
Entalpia
Sendo U, P e V funções de estado, qualquer combinação destes valores, resulta em
outra função de estado. Logo, H é uma função de estado. Esta definição surgiu por
razões de ordem prática.
H = U + PV
5 – INDÚSTRIA DE ALIMENTOS
Processamento de Alimentos
Industrialização de Alimentos
Algumas atividades encontradas na indústria alimentícia:
• caracterização das substâncias e energias envolvidas
• definição dos métodos de conservação adequados
• análise das transferências de energia, matéria e impulso
• quantificação dos fluxos e correntes
• estabelecimento do arranjo, dimensões e outras características físico-
morfológicas dos equipamentos e dispositivos.
• definição dos materiais de construção.
• seleção de equipamentos e dispositivos.
• estabelecimento da estrutura produtiva: arranjo físico, instalações, energia,
insumos, resíduos, controle, organização, etc.
• avaliação da atividade produtiva e do alimento produzido, garantindo a
inocuidade (microbiológica e química) do processo ao ser humano e ao meio
ambiente.
Processo
Uma vez que o transporte global de massa está presente em um processo, torna-se
necessária uma análise quantitativa dos fluxos e correntes. O princípio de
conservação da matéria (Lavoisier), aplicado aos processos, fornece equações
matemáticas que exprimem o que chamamos de balanço de massa. Assim, o
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balanço de massa, algumas vezes associado ao seu análogo balanço de energia,
fornece as relações entre as quantidades de matéria e energia presentes nas
correntes e fluxos, permitindo, entre outros, subsídios para o dimensionamento de
equipamentos e o planejamento da produção.
Para a avaliação do tempo das reações que ocorrem nos processos, utilizamos os
conceitos da Cinética (química e microbiológica) que nos permite encontrar as taxas
de conversão nas condições estabelecidas. Pode-se, então, avaliar qual o tempo
necessário para a pasteurização ou esterilização de um alimento, qual a perda de
nutrientes em um processo, etc...
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Para que determinada transformação ocorra em um dado tempo, é necessário que
os equipamentos e dispositivos garantam a velocidade de transferência adequada,
esta depende tanto da força motriz (ou potencial) quanto da resistência à
transferência. Podemos dizer, para fluxos de massa, energia e impulso, que:
fluxo=potencial/resistência.
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6 - REFRIGERAÇÃO
O Histórico da Refrigeração
cobertos com palha e cavados na terra) com a finalidade de conservar o chá que
consumiam. As civilizações gregas e romanas que também aproveitavam o gelo
colhido no alto das montanhas, a custo do braço escravo, para o preparo de bebidas
e alimentos gelados.
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Assim, ficava-se na dependência direta da natureza para a obtenção da matéria
primordial, i.e., o gelo, que só se formava no inverno e nas regiões de clima bastante
frio. O fornecimento, portanto, era bastante irregular e, em se tratando de países
mais quentes, era sujeita a um transporte demorado, no qual a maior parte se perdia
por derretimento, especialmente porque os meios de conservá-lo durante este
transporte eram bastante deficientes. Mesmo nos locais onde o gelo se formava
naturalmente, i.e., nas zonas frias, este último tinha grande influência, pois a
estocagem era bastante difícil, só podendo ser feita por períodos relativamente
curtos.
Tal crença é completamente absurda, mas como uma minoria aceitava o gelo
artificial, o seu consumo era relativamente pequeno. Todavia, a própria natureza
encarregou-se de dar fim a tal situação. Em 1890, o inverno nos Estados Unidos, um
dos maiores produtores de gelo natural da época, foi muito fraco. Em conseqüência,
quase não houve formação de gelo neste ano, naquele país. Como não havia gelo
natural, a situação obrigou que se usasse o artificial, quebrando o tabú existente
contra este último e mostrando, inclusive, que o mesmo era ainda melhor que o
produto natural, por ser feito com água mais pura e poder ser produzido à vontade,
conforme as necessidades de consumo.
A utilização do gelo natural levou a criação, no princípio do século XIX, das primeiras
geladeiras.
40
Figura: Geladeiras de Gelo
41
Só em 1918 é que apareceu o primeiro refrigerador automático, movido a
eletricidade, e que foi fabricado pela Kelvinator Company, dos Estados Unidos. A
partir de 1920, a evolução foi tremenda, com uma produção sempre crescente de
refrigeradores mecânicos.
Definições
Calor e Transmissão de Calor
A Fusão e a Vaporização são transformações que absorvem calor e por isso são
chamadas endotérmicas. A Solidificação e a Liquefação se processam com
desprendimento de calor e são denominadas exotérmicas.
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Terminologia utilizada em refrigeração
Água Gelada
Meio refrigerante que retira calor da área a ser refrigerada e cede calor ao resfriador.
Almofada de ar
Ar preso em tubulações e equipamentos, como radiadores, etc., que impede a
máxima transferência de calor; ar preso no lado da sucção de uma bomba,
causando perda de sucção.
Amônia
Comercialmente chamada de anidra, é um refrigerante (NH3).
Anidro
Isento de água, especialmente de água de cristalização
Ar saturado
É uma mistura de ar seco e de vapor d’água saturado. Mais precisamente é o vapor
d’água que é saturado e não o ar.
Ar não saturado
É uma mistura de ar seco e vapor d’água superaquecido.
Calor Específico
Calor específico indica a quantidade de calor que cada unidade de massa do corpo
precisa receber ou ceder para que sua temperatura possa variar de um grau. É uma
característica natural da substância, isto é, cada substância tem seu calor
específico. Os metais são substâncias de baixo calor específico, por isso, quando
cedem calor sofrem grandes variações de temperatura.
Caloria
Quantidade de calor necessária para elevar a temperatura de um quilograma de
água destilada de 1ºC.
43
Calorimetria
A calorimetria estuda a medida das quantidades de calor trocadas entre sistemas
com diferentes temperaturas colocados em contato.
O calor já era investigado quantitativamente bem antes de ser demonstrada sua
natureza energética, o que levou os pesquisadores a estabelecer o conceito de
quantidade de calor. Sendo o calor uma forma de energia, sua quantidade pode ser
medida com a mesma unidade com que se medem outras formas. No Sistema
Internacional (SI) de unidades, a quantidade de calor é medida em Joule (J).
Entretanto, no campo da refrigeração são usadas outras unidades, como a caloria
(cal) e a quilocaloria (kcal). Os países de língua inglesa usam o British Thermal Unit
(BTU) como unidade. Uma caloria é a quantidade de calor necessária para elevar de
14,5ºC a 15,5ºC a temperatura de um grama de água pura a pressão normal.
Inversamente, se retirarmos uma caloria de um grama de água com temperatura de
15,5ºC, a pressão normal, obtemos 14,5ºC. Uma BTU é a quantidade de calor
necessária para aquecer 1lb (1 libra-massa = 435,6g) de água pura de 58,5ºF a
59,5ºF, sob pressão normal. É comum aparecer nos manuais técnicos de
refrigeração as mais variadas unidades de calor, com seus múltiplos e submúltiplos.
Chiller
Trocador de calor no qual o refrigerante, à baixa pressão, se evapora, absorvendo o
calor da área refrigerada.
Ciclo
É um processo ou uma série de processos onde os estados inicial e final do sistema
(da substância) são idênticos.
energiautil Q h −h
β= = 0 = 1 4
energiagasta Wc h2 − h1
44
Congelamento
Formação de gelo no dispositivo de expansão do sistema de refrigeração, tornando-
o inoperante.
Contrapressão
Termo sinônimo de pressão de sucção.
Desidratar
Retirar água de qualquer tipo de matéria.
Desumidificar
Reduzir a quantidade de vapor d’água contida num espaço
Efeito Refrigerante
Ou Capacidade Frigorífica, é a quantidade de calor absorvida no evaporador, que é
a mesma quantidade de calor retirado do espaço que deve ser refrigerado. Mede-se
o efeito refrigerante subtraindo-se o calor contido em 1kg de refrigerante que entra
na válvula de expansão do calor contido no mesmo quilograma de refrigerante ao
entrar no compressor.
Entalpia
É o calor total ou o calor contido em uma substância, expresso em kcal/kg.
Entropia
É um coeficiente termodinâmico que indica o grau de perdas irreversíveis em um
sistema.
Equivalente Mecânico
Uma quilocaloria (kcal) é igual a 427,1 quilogramas força-metro (kgf.m).
Evacuação
Evacuação é o ato de produzir vácuo, com a eliminação dos vapores incondensáveis
do interior do sistema de refrigeração.
A tarefa de evacuação precisa ser executada para recuperar uma unidade
refrigeradora. Está comprovado pela experiência que uma unidade refrigeradora não
funciona normalmente se contiver teores de umidade ou de gases incondensáveis. A
umidade causa entupimento no circuito refrigerante devido ao congelamento na
saída do capilar. Os gases incondensáveis promovem aumento de pressão no
condensador, dificultando a condensação do refrigerante. O oxigênio,
principalmente, pode oxidar o óleo nos locais onde a temperatura é mais alta. É,
portanto, necessário que se faça simultaneamente a evacuação e a desidratação do
sistema de refrigeração, antes de efetuar a carga de fluido refrigerante. A evacuação
e a desidratação são feitas por meio de bombas de vácuo ( Figura 2 )
45
Lado de Alta Pressão
A parte do sistema de refrigeração que fica à pressão de descarga ou do
condensador. Ele compreende desde a descarga do compressor até a entrada da
válvula de expansão.
Líquido Saturado
Se uma substância existe como líquido à temperatura e pressão de saturação, esta
é chamada de Líquido Saturado.
Meio Refrigerante
Qualquer fluido usado para absorver calor que circula no trocador de calor do qual o
calor é retirado, e.g., água gelada e salmoura.
Ponto de Orvalho
Menor temperatura a que podemos esfriar o ar, sem que ocorra alguma
condensação de vapor de água ou umidade, ou seja, a temperatura à qual a
umidade relativa do ar é 100%.
46
Pressão
Pressão é a força exercida por um corpo perpendicularmente a uma superfície
dividida pela área de contato desse corpo com a superfície. Portanto, pressão é
força por unidade de área.
F
P=
A
A pressão é:
• diretamente proporcional à força, isto é, aumentando a força, a pressão aumenta.
• inversamente proporcional à área, isto é, diminuindo a área, a pressão aumenta.
Torricelli verificou que o mercúrio contido no tubo desceu até parar na altura de
76cm acima do nível do mercúrio contido no recipiente aberto. Por que todo o
mercúrio do tubo não desceu para o recipiente? Simplesmente porque a pressão
atmosférica, agindo sobre a superfície livre do mercúrio contido no recipiente,
equilibrou a pressão exercida pela coluna de mercúrio contida no tubo.
Torricelli concluiu que a pressão atmosférica eqüivale à pressão exercida por uma
coluna de mercúrio de 76cm de altura ao nível do mar; para esse valor deu o nome
de atmosfera, cujo símbolo é atm.
47
Pressão de Descarga
Pressão na saída (descarga) do compressor ou na entrada do condensador.
Pressão de Sucção
Pressão na entrada (sucção) do compressor ou na saída do evaporador.
Processo
É uma mudança do estado que pode ser definida como qualquer mudança nas
propriedades da substância. Uma descrição de um processo típico envolve a
especificação dos estados de equilíbrio inicial e final.
Pump Down
Operação pela qual todo o refrigerante é bombeado até se depositar, em estado
líquido , no condensador receptor.
Refrigeração
Refrigeração é todo processo de remoção de calor. É definida como a parte da
ciência que trata do processo de redução e manutenção de temperatura de um
espaço ou material abaixo da temperatura ambiente. Refrigeração significa esfriar
constantemente, conservar frio. Para se obter o frio, deve-se extrair o calor do corpo
que se quer refrigerar, transferindo-o para outro corpo com temperatura menor.
Refrigerante Circulante
A quantidade de refrigerante que circula no sistema para cada tonelada de
capacidade.
Resfriador
Ver “Chiller”.
Salmoura
Em sistemas de refrigeração, é qualquer líquido resfriado pelo refrigerante e
bombeado pela serpentina de resfriamento para absorver calor. A salmoura não
sofre nenhuma mudança de estado mas, apenas, de temperatura. Usa-se a
salmoura em sistemas indiretos.
Temperatura Ambiente
A tempera tura do ar em um espaço, e.g., a temperatura de uma sala.
Temperatura de Saturação
O termo designa a temperatura na qual se dá a vaporização de uma substância pura
a uma dada pressão. Essa pressão é chamada Pressão de Saturação para a
temperatura dada. Para a água, por exemplo, a 100ºC, a pressão de saturação é de
1,033 kgf/cm² ou, estando a água a 100ºC, a pressão de saturação é de 1,033
kgf/cm².
48
Para uma substância pura há uma relação bem definida entre a pressão de
saturação e a temperatura de saturação.
Título
Quando uma substância existe parte líquida e parte vapor, na temperatura de
saturação, a relação entre a massa de vapor pela massa total (massa de líquido +
massa de vapor) é chamada de Título e representada por X , matematicamente:
mv mv
X= =
mT ml + mv
Trabalho de Compressão
Quantidade de calor acrescida ao refrigerante no compressor. Pode ser medido
subtraindo-se o calor contido em um quilograma de refrigerante na sucção do
compressor do calor contido no mesmo quilograma de refrigerante na descarga do
compressor.
Tubulação de Líquido
Tubulação de refrigerante através da qual o refrigerante, em estado líquido, flui do
condensador até a válvula de expansão.
Umidade Absoluta
Peso de vapor d’água existente por unidade de volume de ar, expressa em gramas
por metro cúbico.
Umidade Relativa
Umidade relativa é definido como sendo a relação entre a pressão parcial do vapor
d’água na mistura e a pressão de saturação correspondente à temperatura de bulbo
seco da mistura.
Pv
ϕ=
Ps
Vácuo
Vácuo é o termo que designa ausência de matéria em um espaço. A ciência admite
que ainda não é possível produzir vácuo perfeito. Portanto, vácuo em espaço
fechado, por exemplo, no interior de um refrigerador, significa que esse espaço tem
gases a uma pressão bastante inferior à pressão atmosférica.
Vacuômetro
É um instrumento utilizado para medir vácuo. O vacuômetro utilizado em
refrigeração é o eletrônico.
Vapor Superaquecido
Quando o vapor está a uma temperatura maior que a temperatura de saturação, o
mesmo é chamado de Vapor Superaquecido. A pressão e a temperatura do vapor
superaquecido são propriedades independentes, pois a temperatura pode ser
aumentada mantendo-se uma pressão constante. Em verdade, as substâncias que
chamamos de gases são vapores altamente superaquecidos.
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Figura : Representação da Terminologia para uma Substância Pura.
Vapor Saturado
Se uma substância existe como vapor na temperatura de saturação, esta é chamada
de vapor saturado. Neste caso o Título é igual a 1 (X =1) ou 100% pois a massa total
é igual a massa de vapor. Freqüentemente usa-se o termo “Vapor Saturado Seco”
para esta situação.
Volátil
Facilmente evaporável. Esta é uma propriedade essencial de todos os refrigerantes
de compressão.
Diagramas de Mollier
As propriedades termodinâmicas de uma substância são freqüentemente
apresentadas, além de tabelas, em diagramas que podem ter por ordenada e
abcissa, temperatura e entropia, entalpia e entropia ou pressão absoluta e entropia
respectivamente. O diagrama tendo como ordenada pressão absoluta (p) e como
abcissa a entalpia (h) é mais freqüente nos fluídos frigoríficos porque nestas
coordenadas é mais adequado à representação do ciclo termodinâmico de
refrigeração. Estes diagramas são conhecidos por Diagrama De Mollier. A Figura
abaixo mostra os elementos essenciais dos diagramas, pressão-entalpia (p - h) para
o refrigerante 22. As características gerais de tais diagramas são as mesmas pa ra
todas as substâncias puras.
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Figura: Principais Linhas do Diagrama de Mollier P - h para o R-22.
Esses diagramas são úteis tanto como meio de apresentar a relação entre as
propriedades termodinâmicas como porque possibilitam a visualização dos
processos que ocorrem em cada parte do sistema. Assim, no estudo de um ciclo
frigorífico, usaremos o diagrama de Mollier para mostrar o que ocorre em cada
componente do sistema frigorífico (compressor, condensador, válvula e evaporador).
Representamos também sobre o diagrama de Mollier o ciclo completo de
refrigeração.
Ciclo de Refrigeração
Pode-se chamar de Ciclo de Refrigeração, uma situação onde, em circuito fechado,
o gás refrigerante, transformando-se sucessivamente em líquido e vapor, possa
absorver calor a baixa temperatura e pressão pela sua evaporação e rejeitar calor a
alta temperatura e pressão pela condensação.
51
Na prática, isso é conseguido a partir de quatro elementos fundamentais:
1. o compressor , que aspira e comprime o vapor refrigerante;
2. o condensador , onde o vapor refrigerante é condensado, passando ao estado
líquido;
3. o tubo capilar ou a válvula de expansão , que abaixa a pressão do sistema por
meio de uma expansão teoricamente isoentálpica e controla o fluxo de
refrigerante que chega ao evaporador
4. o evaporador , onde o calor latente de vaporização é absorvido e enviado ao
compressor, iniciando-se um novo ciclo.
52
Figura – Esquema do Ciclo de Refrigeração
53
54
Figura – Condensador
55
Figura – Evaporador
56
Figura – Ciclo de Refrigeração em uma geladeira residencial
Refrigerantes
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O que é um Refrigerante?
É o fluido que absorve calor de uma substância do ambiente a ser resfriado. Não há
um fluido refrigerante que reuna todas as propriedades desejáveis, de modo que, um
refrigerante considerado bom para ser aplicado em determinado tipo de instalação
frigorífica nem sempre é recomendado para ser utilizado em outra. O bom
refrigerante é aquele que reúne o maior número possível de boas qualidades,
relativamente a um determinado fim.
Refrigerantes Freon
I. Tabela dos Compostos
Os produtos FREON são compostos orgânicos que contêm um ou mais átomos de
carbono e flúor. Átomos de cloro, bromo e hidrogênio também podem estar
presentes. Entre suas princip ais características estão a não-inflamabilidade, baixa
toxicidade, excelente estabilidade térmica e química, alta densidade associada ao
baixo ponto de ebulição, baixa viscosidade e baixa tensão superficial.
58
Tabela – Tabela dos Compostos
59
Diagrama de Mollier para R - 12
60
Refrigerantes Alternativos
61
Diagrama de Mollier para R-134a
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Trocadores de Calor
Condensadores
Condensador são os elementos do sistema de refrigeração que têm a função de
transformar o gás quente, que é descarregado do compressor a alta pressão, em
líquido. Para isso, rejeita o calor contido no fluido refrigerante para alguma fonte de
resfriamento. Ao ser admitido no condensador, o fluido refrigerante está no mesmo
estado que na descarga do compressor, ou seja, gás quente a alta pressão. Como
em um sistema de refrigeração o objetivo é evaporar o refrigerante (para resfriar
retirar calor de um ambiente e/ou produto), o refrigerante no estado gasoso deve ser
condensado antes de retornar ao evaporador.
Dessuperaquecimento
O gás, quando é descarregado do compressor, está a alta temperatura. O processo
inicial, então, consiste em abaixar esta temperatura, retirando calor sensível do
refrigerante, ainda no estado gasoso, até ele atingir a temperatura de condensação.
Quando o gás atinge a temperatura de condensação, ele começa um processo de
mudança de estado. Neste processo retira - se calor latente do refrigerante, i.e., a
temperatura deste mantém - se constante durante todo o processo.
Sub-Resfriamento
Após a condensação o refrigerante, agora no estado líquido (líquido saturado), é
resfriado de mais alguns graus, utilizando-se para isso um trocador de calor
intermediário. É no condensador que toda a energia absorvida pelo sistema de
refrigeração, mais o equivalente em calor da energia mecânica necessária ao
funcionamento do sistema devem ser eliminados. Para cada tonela da de
refrigeração (200 BTU/min ou 50,4 kcal/min) de capacidade do sistema, é preciso
remover no condensador até 300 BTU/min. A quantidade depende das pressões de
sucção e descarga e do tipo de refrigerante. Na média, os sistemas são projetados
para elim inar 250 BTU/min para cada 200 BTU/min de capacidade de refrigeração.
Tipos de Condensadores
Os tipos de condensadores comumente usados em sistemas de refrigeração são:
1. Condensadores de casco e tubos (shell and tube);
2. Condensadores de casco e serpentina (shell and coil);
3. Condensadores de tubos duplos;
4. Condensadores atmosféricos;
5. Condensadores evaporativos
6. Condensadores resfriados a ar
63
Condensadores de casco e tubos
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Condensadores de casco e serpentina
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Condensadores atmosféricos
Condensadores evaporativos
66
Condensadores resfriados a ar
40
68
Condensadores Atmosféricos
O condensador atmosférico, já foi muito popular em grandes instalações de amônia,
porém está caindo em desuso. Ele é construído com muitos trechos de tubulação,
geralmente de aço de 2”de diâmetro, tendo o vapor de amônia fluindo dentro dos
tubos. A água de resfriamento é distribuída por uma calha de suprimento que a
derrama sobre a superfície externa dos tubos. Da mesma forma que nas torres de
resfriamento, o resfriamento é uma combinação da evaporação de parte da água
com o aquecimento do restante. Como a água deve correr para baixo, em alguns
modelos, o gás de refrigerante quente é introduzido pela parte de baixo, para se
obter um efeito de contracorrente, causando alguns problemas na drenagem do
líquido condensado das unidades.
Condensadores Evaporativos
Os condensadores evaporativos combinam as funções de condensador e de torre de
resfriamento. Consiste de um invólucro que contém uma seção de ventilador,
separador de gotas, serpentina de condensação do refrigerante, reservatório de
água, válvula de bóia e a bomba de pulverização do lado de fora do invólucro. A
bomba de pulverização circula a água do reservatório, no fundo da unidade, para os
bicos de pulverização, sobre a serpentina do refrigerante. Os ventiladores forçam a
passagem do ar pela serpentina e pela águ a que está sendo pulverizada sobre a
serpentina. O calor do refrigerante é transmitido através das paredes da serpentina à
água que passa sobre ela. O ar remove o calor da água, pela evaporação de parte
dela. Os separadores de gotas impedem que gotícula s de água sejam levadas pelo
ar.
Esse tipo de condensador possibilita, ainda, o uso de serpentinas de sub-
resfriamento e de pré-resfriamento. Definindo:
1. Serpentina de sub-resfriamento é uma serpentina auxiliar colocada abaixo da
serpentina principal. O refrigerante líquido é drenado do condensador para o
receptor e canalizado através da serpentina de sub-resfriamento, a caminho do
lado de baixa pressão do equipamento. A serpentina retira algum calor do
refrigerante líquido e ajuda a reduzir o volume de gás desprendido.
2. Serpentina de pré-resfriamento é uma serpentina separada do sistema, usada
em algumas unidades para retirar o calor de compressão do gás refrigerante
antes que ele chegue à serpentina de aspersão. Esta serpentina é dimensionada
de modo a retirar calor suficiente para que o refrigerante se resfrie até próximo
da temperatura de condensação. Isto ajuda a reduzir a incrustação na serpentina
e a reduzir a umidade relativa do ar que sai da unidade.
69
Determinando-se a temperatura de bulbo úmido do ar que entra na unidade e do ar
que sai dela, o calor total nesses dois pontos pode ser determinado. O acréscimo de
calor total é devido ao calor cedido pelo refrigerante que se condensa e representa a
capacidade do condensador.
Quanto mais baixa a temperatura de bulbo úmido do ar de entrada, tanto maior a
capacidade do condensador.
Além da temperatura, um fator importante para esse tipo de condensador é a área
de troca de calor. Há muitos anos têm sido usadas serpentinas tanto de tubos como
aletadas. O tubo liso apresenta alguma vantagem principalmente na facilidade de
limpeza, porém, é mais volumoso e pesado para uma dada capacidade. A
serpentina aletada pode funcionar mesmo sob condições adversas de qualida de da
água, sendo esta convenientemente tratada. Apresenta também a vantagem de ter
capacidade suficiente para operar como condensador seco quando a temperatura do
ar está abaixo de zero.
Fora esses cuidados, para uma boa operação destes equipamentos, há necessidade
de uma manutenção preventiva como:
Lubrificar apropriadamente os mancais do eixo e do motor do ventilador e os
mancais da bomba;
1. As correias do ventilador devem ser revisadas periodicamente para localizar
desgaste e ajustar a tensão;
2. O reservatório de água deve ser drenado e limpo a intervalos predeterminados;
3. Os bocais de aspersão devem ser inspecionados e limpos;
4. Pontos incipientes (que estão começando) de ferrugem ou corrosão devem ser
limpos e pintados;
5. As serpentin as devem ser inspecionadas periodicamente para detectar formação
de incrustações.
70
5. O fator de correção deve ser multiplicado pelo valor de Q já obtido Qcd = Q . Fc
6. Com o resultado Qcd, deve - se entrar em tabelas de dados técnicos para
seleção do equipamento.
Condensador a Ar
O condensador a ar é utilizado para unidades de refrigeração com potência
fracionária, e.g., refrigeradores domésticos e comerciais.
Por proporcionarem economia, pois não precisam de tubulação de água como os
condensadores resfriados a água, por não tomarem muito espaço e ainda,
dependendo da situação, poderem se utilizar apenas da transmissão de calor por
convecção natural, são muito utilizados em pequenas e médias instalações. Hoje,
com o custo crescente da água e as restrições ao seu uso, a utilização desse tipo de
condensador tem sido ampliada para instalações de grande porte.
Evaporadores
Evaporador é a parte do sistema de refrigeração onde o fluido refrigerante sofre uma
mudança de estado, saindo da fase líquida para a fase gasosa. É chamado, às
vezes, de serpentina de resfriamento, resfriador da unidade, serpentina de
congelamento, congelador, etc.
Embora o evaporador seja às vezes um dispositivo muito simples, ele é realmente a
parte mais importante do sistema. Qualquer sistema de refrigeração é projetado,
instalado e operado com o único fim de retirar calor de alguma substância.
Como esse calor tem que ser absorvido pelo evaporador, a eficiência do sistema
depende do projeto e da operação adequada do mesmo.
A eficiência do evaporador em um sistema de refrigeração depende de três
principais requisitos, que devem ser considerados no projeto e seleção do mesmo:
1. Ter uma superfície suficiente para absorver a carga de calor necessária, sem
uma diferença excessiva de temperatura entre o refrigerante e a substância a
resfriar.
2. Deve apresentar espaço suficiente para o refrigerante líquido e também espaço
adequado pa ra que o vapor do refrigerante se separe do líquido.
3. Ter espaço suficiente para a circulação do refrigerante sem queda de pressão
excessiva entre a entrada e a saída.
71
O Processo de Evaporação
Após passar pela válvula de expansão, o fluido refrigerante é admitido no
evaporador na forma líquida. Como a pressão no evaporador é baixa, o fluido
refrigerante se evapora com uma temperatura baixa. No lado externo do evaporador
há um fluxo de fluido a ser refrigerado (água, solução de etileno-glicol, ar, etc.).
72
Figura – Evaporador Inundado
O evaporador “seco”, título que não esclarece bem o sistema, possui um dispositivo
de controle do refrigerante que admite apenas a quantidade de líquido suficiente
para que ele seja totalmente evaporado até atingir a saída da serpentina. Todo
refrigerante sai da serpentina em estado seco, i.e., como vapor seco.
73
Figura – Evaporador Seco de Superfície Primária
74
Figura – Esquema de um Evaporador de Superfície Estendida
Tipos de Evaporadores
Um tipo de evaporador é o evaporador de serpentina de placas. O mesmo é feito de
lâminas planas de metal interligadas por curvas de tubo soldadas a placas
contíguas. Pode ser feita também de placas rebaixadas ou ranhuras e soldadas
entre si, de modo que as ranhuras formem uma trajetória determinada ao fluxo do
refrigerante.
São mais comumente utilizadas como serpentinas de prateleiras em congeladores.
O refrigerante circula através dos canais e o produto a congelar é colocado entre as
placas.
Esse tipo de evaporador pode ser produzido pelo sistema Roll-Bond, ou seja:
• tomam-se duas chapas de alumínio, imprime-se nas mesmas canais em grafite
com o formato desejado;
• faz-se a união das chapas por caldeamento a 500ºC (o caldeamento não ocorre
nos pontos onde há grafite);
• os canais são expandidos sob uma pressão de 150 atm, retirando de dentro todo
o grafite e deixando o formato dos canais.
75
Evaporadores de placa construídos em alumínio pelo sistema Roll-Bond tem um
Coeficiente Global de Transmissão de Calor (K) entre 5 e 7 kcal/h.cm², tendo ainda
um espaço de aproximadamente 30mm entre os canais.
Os evaporadores possuem ainda, junto aos canais, um acumulador de sucção. O
acumulador é uma extensão do evaporador que tem como objetivo receber as
variações de carga e assegurar que o refrigerante no estado líquido não atinja o
compressor. Em um evaporador Roll-Bond, esse acumulador tem a forma de uma
colmeia que representa de 15 a 20% do volume do evaporador.
77
Figura – Evaporador de Baudelot
Sistemas de Expansão Direto e Indireto
Um sistema de serpentina de expansão direta (dx) é um método direto de
refrigeração em que o evaporador está em contato direto com o material ou espaço
a refrigerar ou se localiza em passagens de circulação de ar que se comunicam com
esse espaço. O evaporador de um sistema direto pode incluir qualquer tipo de
trocador de calor, como serpentinas de tubos, resfriadores tubulares, serpentinas
aletadas ou qualquer dispositivo no qual um refrigerante primário, como amônia,
Freon ou dióxido de carbono, seja circulado e evaporado com a finalidade de resfriar
qualquer material em contato direto com a superfície oposta do trocador de calor.
Ao contrário desse sistema, está o sistema indireto: o refrigerante é evaporado na
serpentina do evaporador, que está imerso em um tanque de salmoura. A salmoura,
um refrigerante secundário, é então circulada para as serpentinas das câmaras
frigoríficas para resfriá-las, em lugar da serpentina que contém o refrigerante
primário.
A distinção entre um sistema de expansão direto e outro sistema qualquer não está
no tamanho ou formato do equipamento de tra nsferência de calor, mas no processo
de transferência empregado: ou pelo processo de calor latente, através da
evaporação do refrigerante primário, ou pelo processo do calor sensível, com um
refrigerante secundário.
78
Figura – Comparação do sistema de expansão direta com o indireto
7 – TABELAS E DIAGRAMAS
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80
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Tabelas de conversão para SI
82
Propriedades físicas da água (BG)
83
Propriedades físicas do ar (BG)
84
Propriedades físicas do ar (SI)
85
Viscosidade cinemática de alguns fluidos comuns
86
Viscosidade dinâmica de alguns fluidos comuns
87
REFERÊNCIAS
COSTA, ENNIO CRUZ da. Refrigeração. 3. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 1982.
FOX, ROBERT W. Introdução à mecânica dos fluidos. Rio de Janeiro: LTC, 1998.
HOECHST do Brasil Química e Farmacêutica. System Reclin. 134. ed. [S.L.: s.n.
199-?]. Boletim Técnico.
89