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FLORESTAN FERNANDES \ integragao do negro na sociedade de } Ut Ga VO FONT tp BAG. HBL-5 FE AI ph 208 yr de Florestan Fernandes. VA Ten iii dee eins Lo Bi sata geet rol eran ocak Cy canoe tities RE BEAG TH Minin emer nag don Prepanago: Agnalde Holanda Revision Ronald Polito e Célia Arruda Indice emtnsivo: Laciano Marchiort Cag: Paula Astin Medigdo, FFCLUSP, 1964 2edigo, MEC, 1964 34 eligdo, Dominus. 1965 4 edicilo, Atica, 1978 5¢ edigio, Editora Globo, 2008 ‘Dado temic de Cabo hau do Ln. Tetans, Flersn, 1038 97 ‘Aigo ng ha cede anes Aled copa anc, vedio 1 Flees eres pen Mc Seg ‘Ald Gutnrie.5 rl Sh Pr (Gh, 2908 (Oto at de Barston Keane) Pergo (CHD, Bea ‘ira WIN TR AS Ato 48e09 | aa elas se 2 Cases sii nil. Nero: Beal Cartes Sto Alia Dau Se ons COD jose eset Todi pore cass Serie {anil Neos Hage xe 05901 Diteiton da edigo.em lingua portuguesa sdquitides por Fditora Globo $4 Av. Jagsuré, 1485 — 05346902 — So Prualo —sr yew ghobotivres.com.br Este trabalho é dedicado a Maria Fernandes, minha ‘mie, Myrian Rodrigues Fernandes, minha esposa, ¢ Heloisa Rodrigues Fernandes, Noémia Rodrigues Femandes, Beatriz Fernandes Denser, Sylvia Fernandes Arantes, Florestan Fernandes Jinior, Myrian Laicia Fernandes ¢ Rogé Ferreira, meus fithos. Espero que encontrem em suas paginas motings pana relevareni as mninhas falhas © me quererem bem. SumAnio Prefiicio. Nota explicativa oe CAP. | = O NEGRO NA EMERGENCIA DN SOCIEDADE DE CLASSES Introdugie 1. Trabalho livre ¢ europeizagiio . 2. Ornegre ¢ a evolngio burguesa Expansiio urbana ¢ desajustamento ‘estrutural do negro. CAP. [1 — PAUPERIZAGAO EL ANOMIA SOCIAL Introdugio 1. O “deficit negro” 2, Os diferentes niveis da desorgantzagdo social, 3, Efeitos sociopiticos da desorganizagaa sociall. 8 29 59 78 19 124 161 269 CAP. HIT ~ Hernkoxomia mactan Na SOCIHDADE DE GLASSES Introdugao, 1.0 mito di “democracia. racial” 2.05 padries tradicionalistas de relagdes raciais.. Notas Indice remissivo 299 304 327: 403 433 Prericio CAO BO NEGHO Nis SOCIEDADE DEE CLASSES 6 uen-desses livios “essencivis, leitura obrigat6ria de estuidiosos ¢ estudantes do Brasil. Escrito originalmente como tese pana um concurso de profes: “40¥ titular de sociologia da Use, o livro é um panto de encontro de “muitos caminhos tedricos tragados por Florestan até aquele ano e, “de passagem, para uma reflexio madura € politicamente mais en- ‘gajads sobre # sociedade brasileira. De fato, Florestan ja é um _pensador maduro em 1964, quando defendeu sua tese. © seu do- minio da teoria socioldgica ja the havia rendida eeconhecimento internacional desde os Fundamertes empfricos da explicagiio socio~ Jégica, de 1959; Socidlogo em um pals entio deficiente em pesqui- su historica, Florestan fora praticamente obrigade a yssociar a pesquisa socioligica & histérica, seja em seus estudlos sobre os tt pinamb@ (Fernandes, 1949 ¢ 1952), seja em seus estudos sobre as telagdes racials brasiloiras (Bastide & Femandes, 1955). Em 1964, fh soviologia histérica de Florestan ja estava bem estabelecida, néio apenas em stas obras, mas nos livros seminais clos discipulas «fie formara e diplomara como parte de suas atividades de professor de Sociologia na use. De futo, esses trabalhos.tinham, eles também, fevolucionado a sociologia © a historiografia brasileira ¢ dado proc- mingnela intemacional a seus autores. NaN FEMKAETO WW NY UNO WN Mas A integragio do negro marca ainda, como fa sugerimos, un navo caminho de pessuisa ¢ militancia politica para Floresta pois 1964 foi também um ano de tuptura, ¢ 0 livro espelha isso ‘maite bent, Florestan havia dedicado toda a sua vida 8 cidneli so- cial ¢ feito dela a sua vocagio: Mas 0 estudo do desenvolvitnento da sociedade de classes no Brasil, ou seja, da transigio da socieda- ide de castas para a ordlem competitiva, fiazia-se acompanhar, mals uma vez; pela quebra da ordem democritica, ¢ Florestan era instar doa reconhecer 0 mito, mais que o ideal, sustentador da ordem dempcritica brasileira. A sua aposentadoria forgada, em 1969, im- ord urna fenda irrecuperdvel nessa vacagio puramente cientifica, Mas estou me adiantando, Voltemos nossa atengiio jaa A integra ita do megra. Ha duas razdes para que esta obra seja de leitura obrigatéria ~ sua atunlidade © a sua importancia no campo disciplinar. A primeira razao responde pela sua enorme vitalidade. Desde que foi publicado, este livro se transformou em manual de forma: So politica de jovens intelectuais de esquerda, que ingressavam nas nossas universidades © que iriam, nos anos 1970, revitalizar o movimento social negra © de redemoeratizagio, politica. Foi um texto que revolucionou a nossa compreensiio do racismo brasileiro, Pais de esparsa (radia de conflitos racials, as movimentos sociais Hegros aqui nunca haviom merecido destaque de qualquer autor. E bem verdacle que Roger Bastide (1983), Costa Pinto (1953) © 0 proprio Florestan (iia década de 1950) haviam se debrugado Sobre tals movimentos, mas sem thes: dar grande importiineia his= ‘6rica. Bastide © Fernandes: porque dedicaram ao tema apenas al- ‘guns trbalhos esparsos, sem concatené-los com uma andlise mais abrangente da sociedade brasileira. Casta Pinto porque cometera o equivoco de se cantrapor a0 movimento negro do seu tempo em nome de um ideal utépico, sem saber reconhecer que a utopia se 10 Povesian beranden Bibtea Pr Jot Stora creve As veces de modo tarto no diaa-dia, A integmgilo slo negro Yoio finalmente suprir essa lacuna nas nossas ciéneias soci, Nao hii pesquiiss empfrica nova no material que Florestan nos presenta, recolhido quase inteiramente para 0 projeto sobre Relagdes entre bruncos e negros em Sdo Paulo; além da eoleta siste~ Gmatica de documentos qué vieram a luz depois dos: 1950, ha, so: bretudo, uma grande abertura dé foco né tratamento dos dados. Como seu titulo sugere, Florestan, ‘neste livro, repde os. negros Erasileiros no fluxo dos conflitos que decidem e formam a nagio, 4 sociedade © 0 Estado no Brasil. Os negtos, aqui, sio tio centrais ‘para a nagio como foram os trabalhadores industriais, na Inglaterra, E € nesse fildo intérpretativo, no entrechoque entre negros migran> tes ¢ imignantes europeus, como base da classe trabalhadora pau- Tista, que Florestan se move. A segunda raziio para se ler este livea € aprender sociologia & se posicionar diante de teses e interpretagdes controversas que con- tinaam a freqdentar as nossas discussbes. sobre relagoes racials. Vejamas algumas teorids que sto hoje aceitas seen muita contes: uci. A primeira delas € 0 que podteriamos chamar do mito da esera- vidio benévola, Havia, ainda em 1964, para uma forte corrente na ‘nossa historiografia ~-baseada em escassa documentagio e pesquisa, mas nium sentimento de escepeionaidade nacional =, a erenga de que a escravidio no Brasil fora mareada pela eseravidio doméstica, pela intimidade entre senhores ¢ escrvas; pela reitiva facilidade das ‘manumissdes, enfim, pela maior humanidade no tratamente dos es- diva. E verdade que os dados sugerem que em 1872 existiam 3.76) pardons livres © 2.090 negros livres, para 950 pardos escravos 2.878 negros escravos; ¢ que, cm 1886, para 593 eseravos, tinha- 10s 6.450 pardos livres © 3.825 negras livres, Contudo, as mes- fontes que fornecem esses dados indicam que as eportunida- des de ‘e menos compensadoras alho desfrutadas pelos libertas exam as muis modestas Em segundo lugar, € preciso ter em cor que fol fatal para o éxito da competigo dos libertos na drea dot bulho livre. Em regra, nas cidades mencionadas foram: as servigos Hasoctados.ao artesanato urbano que deram ao liberto condigdes de ascensio econdmica © social, No periodo em que as familias dos fazendeiros paulistas comegam a fixar residéncia em Sao. Paulo & em que se acentua a diferenciagio do sistema econdmico da cida- do, o liberto $e defrontou com a competicao do imigrante europe, ‘que nilo temia.a degradagto pelo confronto com o negro eabsorveu, dependenié assim, as melhores oportunidades de trabalho livre & {mesmo as mais modestas, como a de engraxar sapatos, vender jor- huis ou verduras, transportar peite ou outras utilidades, explorar'o comércio de quinquilharias ctc.), Quando se acelera o crescimento econdmico da cidade, ainda nas fins do século xy, todas as posigbes as da economia artesanal e do pequeno comércio urbano ram monopolivadas pelos beancos e Serviam Como teampolim para Aviarmiaagie 00 NEURO yA SoctKMADA BE EUANNES 33 as mudangas bruseas:de fortuna, que obrilhuntam « erdnica de as famflias estrangeiras. Eliminado para os setores residuais daquele sistema, o negro ficou a margem do proceséo, retirando dele proveitos personalizadds, secunditins e acusionais. mui Em terceiro liygar, S80 Paulo constitufa, nuquela época, uma das cidadles paulistas ¢ brasileiras menos propicia & absorgao ime. data do elemento recdm-epresso da escravidio. Sobre o pano de fundo dla concepgto tradicionalista do mundo e dla dominagio pu trimonialista (exercida por redurido nimero de “influentes”), Sao Paulo ‘esp umilias. “gradas" © parecia coma o primeira centro urbuno ificamente biengués. Nao s6-prevalecia entre os homens uma mentatidade marcadamente mercantil, com seus coroli teristicos — 0 aft do Iuero & a ambigio, do poder pela Pensava-se que 0 “trabalho livre”, a “iniciativa individual” e 0 “lib falismo.econdmico” cram os ingredientes do *progresso” a chave que itia permitir superar 0 “atraso do pais” ¢ propiciar a conquista dos foros de “nacao civilizada” pelo Brasil. Os méveis das ages, os comportimentos ¢ 0 propria personalidade dos. agentes: econdmi- ‘S08 ¢ Conformavam, de modo crescente e cada vex mais profundo, pelos padroes tipicas do empresirio © do trabilhador five dic zagao capitalists, Nesse clima,o negro enconteiva boa acolhida: quanto “escravo nsubmisso”, que fugu di senvala e se rebelava Contra a eserividio (no periodo final de desagregagao de regime servil); enquanto se abrigava, como “protegido” "dependente” ox “era da familia” sob o:munto das relagties paternalistas (entre as milias Aradicionais ow, em menor niimero, entre as fami ox cari ias ad que se forjava fagas A “febre do café” Meso quando conseguia se insérit no sistema citading de ocupapies, cle ndo-se polarizava na diregito do futuro-e, assien, nio “engrenava’ Fahava-lhe coragem, pata enfren- 34 Floss Formas ocupagies degradantes, como os italia . vendiam peixes € jornais 0s que engraxavany sax fo era suficientemente “ine aso” para, fomentar a poupanga, montando-a sobre uma de de privagdes aparentemente indecorosas, & para fazer dela R frampolim para @ enriquecimento © 9 “sucesso”; carecia de pant s¢ langar is pequenas ou as grandes especulagies, que 05, imobilidrios © entavim os negocios comerciais, bancsri striais; ¢, principalmente, nio sentia o ferrete da Gnsia de Poder voltado para a acumulagao da riqueza, Onde mantinha posi- Ses dignificadoras (como unesio independente ou comerciante f¢ viandas © de quinquilharias), onde conquistava alguma ocupa- promissora (como funciondrio pablico © como trabalhador .jornal ow perma ente peé ¢ anticapitalistas. No conjunto, portunto, as prdprias ‘io varta~ nte), apepavarse a modelos de jue cercam a ememénci idade de Sic ile de ajustamento a ¥ lindo-os de tirar algum proveito relevante © duradouro, em e pal, das oportunidades novas. Como nao se manifesto qual- 1 impulsio coletiva que indurisse os brances a discernir a ne- ssidacle, a legitim! proteger o negro (camo pessoa e iio, viver na cidade pressupunha, para ele, conde “existéncia ambigua © marginal, Em suma, a sociedade brasileira a ‘destino, deitando sobre seus ombros « “ducar © de se transformar para eorresponder aos novos padrdes ‘ideais de ser humano, eriados pelo advento do trabalho livre, do js urbana, sab regime capitalista, impe la ade © a urgtncia de reparagdes soe para mo grupo) nessa fase de transi- se a uma ‘onegro ao seu proprio esponsabilidade de se ree- kan we cceasqen dS regime republicano © do cupitalismo, Em certas situagoes histo Co-sociais ~ como parece suceder com a cidade de Sao Pailo épocat considerada —, essa responsabilidade se tornou ainda mais penosa e diffeil, dadas as possibilidades que paderiam ser realmen- te aproveitadas em sentido construtivo pelo negro. No presente Capitulo, pretendemos descrever os aspectos centrais. do tema, Primeiro, como a associagdo entre a urbanizagio & a europe se refletin nis morfologia da cidade, alterando por completo os an- tigos quadros de absorgao regular do negro como agente de tral Iho. Segundo, come se deus propria formacio da ordem social competitiva © a consolidagao do regime de classes sociais em Sao Paulo, em torne das figuras dominantes do "fazendeiro” & do.*imi- grunte™ © com a exclusiio quase total da “negro” ow do “mulato” como agentes histéricos socialmente significativos. Tetceiro, como «# urbanizagao interferiu no “destino humano” do negro e do mula- to, agravando sobremaneira suas dificuldades de adaptagao © de ajustamento ao novo estilo de vida econdmica, social e politica 1 TRABALHO Livre & EUROPEIZAGAO A EXPANSKO UNHANA, indlurida direta ow indiretamente pelo surto da lavoura cafecira, converteu Siio Paulo numa cidade “estrangei- 1a” Os dados demogrificos.pertinentes ao comego do século xtx revelam que 0 clemento negro e mulato, escravo ou livre, constituta aproximadamente 54% da papular 7 Asituagdo demogrifica alterou de tal modo, no siltimo quartel desse sécula, que 0 cle- mento negro © mulato entrava com 37% (conso de 1872) © 21,5% (censo de 1886) da poputlagaio global da cidade,* enquanto os “es- trangciros” passum de 922 individuos Cou 3%), em 1854.9 para 12.085 individuos (04 25%), em 1886. Nessa data, portanto, os 36 Poesia Wes raclicados na cidade excediam em 1.870 individuos (ou 3,9%) @ parcela da populagio consignada no censo como i © “panda”! Parece claro que se produsiram trés tendéncias intais; H2 — a expansio agricola concorreu para 0 desloca- ital pars freas prosperas do mpensada por um movimento inver- tante: do. afluxo de “neyros” ¢ “mulatos” libertos, em sua a vindos do interior em busca das oportunidades de trabalho 11 gragas ao qual a populagdo negra © mulata da eae se os — 0 acréseimo ripido da populacio branca se deveu, ipalmente, & fixagio, em proporgdes macigas, de imigrantes dade (tornando-se os dados dos censas de 1872 ¢ de 1886, por isignada como “branca” poderia ser atribuido na propargalo de uase 31% ao crescimento dos estoques nativos ¢ de 69% a contri- sho das correntes imigratGrias européias). Essa situagiio comportava um quadro demografico proprio ¢ Nearretava conseqiencias econdmicas que precisam ser levadas em n primeiro lugar, esboga-se um contraste nitido na campo- gio da populacao segundo a cor entre a cupital ¢ 0 estado de Sia lo. O censo de 1890 permite apreciar esse contraste, presumi- inte associada nes efeitos da competieao:e da espectalizagaia ondmicas, na distribuigao da populagiio no espago.!? Embora nao tenha permanecido ¢ eperado como tn 0 favordvel & retengao permanente ¢ a reabsorgdo definitiva do negro: ‘€do mulato no sistema de trabalho livre, @ campo se ulterou com ‘eerta lentidio, Compreendendo quase 30% de negros & mulatos, o 08 Contingentes “estrangeiros” (con- nicho nosso vasto mundo rural dil _vertidos em 5.4% no comput geral) © nao destoava muito do pa- 7 A terenmagho om sek Ne spottnaDE me cEANRE dio tradicional de composi¢io racial di populagae 10,842 “pretos” e “mestiqos” da cidade de Sito Paulo, porém, esha tiam-se contra 14.30% estrangeitos (ou seja, 22% da popula local). Nao chegava a perfazer 17% de um aglomerado hui Cuja ofganizagdo se desprendia das m es rtisticas da “civilizagiio agritia brasileira” cvoluinelo com flagrante rapider para um estilo de vida individualists © competitivo, inexoravelmente adverse a assimilacio (mesmo de maneiea gradual e seletiva) dos negros e cos ulatas io nore regime de relacdes de producto brasileira, Os ‘QuADRO 1 Populagto do estado de S30 Paulo e da cidade de $80 Paulo em 1890, segundo a cor Dee Cone) Coe oot Esse € 0 segundo aspecto essencial opens situa grifica. A documentigdo histdriea ¢ estatlstica eonhecida muita luz sobre ele. Nio obstante, gragas principalmente uo recen.: seamento da capital feito em 1893, existem algumas indicagdes indiretas q riter da forma histérica assumida agi Peli destituigo de ex-agente do trabalho escravo, De ucorio com os dados globais, teriamas a seguinte distribuigaia da. populagto segundo a corem 1893 84 Floren Ferpamdes ‘quADRO 2 a ec acre Segundo o sexo ces) Sadie Fane: Brutos Esses dados sugerem qu wages histéricas sobre silo de negros e mulatos na cidade, logo apés a Aboligao 1893 seria, em nih pconso de 1886; € iderando-se meros brutos; de 4.284 individuos, em relax We 3.717 individuos, em relagdo ao censo de 1890; como base a populagdo negra © mulata da capital em 1886, ied mos a seguinite progressiio: 1886 = 100; 1890 = 106; 1893 = 142) TTodavia, 0 incremento da populagio branea foi muito maiar (em 1893 seria, em miimeros brutos, de 79.392 individuos, em relagdio ao censo de 1886; e de 62.522 individuos em relagia ao cense de 1890; considenindd-se como base a populago branea da capital env 1886, terfamos.« seguinte progressio: 1886 = 100; 1890 1893 = 302), descendo em conseqéncia u proporgiio n populigio local pant 11%. Boutro lado, os lteragGes sensiveis, negro © mulatos banca sofrera estratos di popula in 0-08 “estrangeitos” predominncia sobre os “nacionais Aiwtonsgke po etene sa se oi wos Em outras palavea cidade ilcangava, em tenmos da organ do trabalho livre w da incegragao da ordea social competitiva, Posigao simétrica 2 que teve na comego do século xx, em termos sla organizagio do trabalho escravo ¢ da integragao da orche Stcravista, Sé que 0 fitor humuno:preponde ‘agente por exceléneia do trabalho livre, 0 niimeros arvolados, 08 “estrangeitos” ente ontingemte da papulagio deserita como. branes « coreesponclam © mulato eo negro Frostavarn, como os Imigrantes europeus, as duras dificuldades que permitiam conver. tera poupanga em fator de acumulagaig capitalista, de mobilidade Scupacional ¢ de ascensiia social, Os informantes Fevelam maior realismo, mostra: ‘meios para se inserir no referid ‘0 branos nicionais, quer com os imigrantes, A “ambi © ela foi, exatamente, a causa de sua perda, extremamente rigidas © negativas, Vendo-se a questiio Fetrospectivamente, com bettas pela andlise socioligica, percebe-se ui & post fato das préprios negros © mulatos sio aproximadamente forretas. Mesmo quando se inseriam ino processo de « rescimento Econdmico ¢ de desenvalvimento social ‘nas eportunidades mais favor © «mpreendedor lade escravocrata $6. preparou la sociedade ¢ as que cram vitais para seu equilibrio econdmicos © s0 pein Ae Ss sentan prevaleceu a orientagio de impedir tod 0 rest : eseravos € 0s ibertos, nto da vida social organizada entre os esera . a Ss ico “ i iegra” Como escres do temor constante da “eebelitio negr = EN lh escruvo aparecia como “um inimigo domes Jo Malheitos, o eseru ener. — inimigo’publico”: "é 0 vuleao que ameaga co cr plosiio A menor cen- sedade,€ 2 mina pont a fe Pe anise de unitio ou de solidariedade dos Hie ido a consciéneia acional. Em entrevis assunto, ficow patente que os: brancos tara a sitwag a em termos sic ‘ilo tinham amigo” por isso nao Negros © mulatos do-se canvictos de que nao tinham V7 Por isso Wos cram tolhidas: © solap de que s6 através da imp {Encia seria possivel conseguir © perpe omen s © a dependéncia fundamental dos. libertos. re Foo a sistema de fisealizagio ¢ de ca do escravo ea semi was, prevalece ° _ sigdo de condighes andmicas de yar a submissiio dos Process, competindo quer com vdi0” exist pois fomentou opgoes odo um refinado & se garantie a subsery order se as perspectivas as interpretagses escravocrata. A inca do senhor, de sua farilia ou da oe idee com que- tudo isso se implantoxt © = Helos relatos que acompanhum o notic ee ees Mazendas isolaclas ou morando em cidades risticas, Paulo é atest ves (coma assalariado, artesio ou pequ A istearAglo oo NEGHO NY KOCITEAME DFE lesa Fermanes mento pres lo, em toda parte quase sempre mérica, 08 brancas seguiram do portocos os meios que os © monopolizando 0 us social.?* O efeito de do mundo servil sem formas sociais pata ardendr secialmer Vida e para se integrar; normalmente, ’ 86 salam da éseravidio espoliados m, desprovidos, em stua imensi maioria, como uma categoria social mente, inferioridade Arisca © ¢6digo esceavoe: La, imp €scravos ous libertos se onganizass ‘oléncia como meeanismo de cont tudersso fo que o negro o mua ener te a da aterial © moralmentes vinhy, & parte ou p, + ls Categorias sociais abertas & sta tase integrarem, articipagao, Esse estado de anomia explica cabalment pila es que afetavam o negro ou © mulata nto, pr tico, Tanto as braneos das) camadas: dominant quanto os imigrantes ou os ele nacional cont vam cay UM Suporte sovial para-as suas atividades econdmicas ou para as suas ‘aspiragdes de ascensio social, No que diz respeite sos cireulos mats ativos das camudas dominuntes aos Imigfantes, a familia, os lagos de solidariedade Forjados pelo paren: Pese0\@ 8: €ooperago.anganizada forneciam um xélide Ponto de Ane Pat #6 telaeies-competitivas:e: pire toda a sorte de projeto individual mais ou menos ousado, que tivesse alguma viabilidade-e pareecsse virtualmente compensador. Tendo de forian ao mesmo Tempo, a sua situagdo econdmica'& os quadros de organizagao de ‘ua vida social, o-negro © o:mulato submengiam meer Term mator éxito. Nao podiarn entrar na corrente de prosperi dude nern “tuzer a Amériea” Enquanto noo dispusessem do supor. te orpanizatdrio necessirio, estavam. conde Posigdes econdmicas ein las. be ap ados a1 yegetar nas suistadas no primeiea impulso, a perdé- 4 competig’n com os brancos. Pemiciosos da regressio sacioe aumentasse ¢ a sofrer os efeitos condmica, Portanto, mesmo aqueles 74 Flaten Fermames cle meins pars so afiemarem Por que-as motivae oduziam efeito pret tes OU Intersticiais, Mentos reeem-egressas: da plehe yeias wstavam substahdial- jones vitimas da hex dirias da fortuna’ I beneficiadas pelas circunst Sjustados, aparecenda como as 1 da escrito. como auton psa da fortuna» conchusbes demonstram que a ae sens it 7 cas era secu AR ae oon aS eS aah de contato, em que os exem- lcinos ou estrangeiros, multipli 10 complex e turbulent cos, bn tito fiicil dos brancos, aa nte, eonvulsionando ainda mais a inipac Sula destino so- es. Mal preparados para os el lar a essas motivagdes. | sae ido historicamente ¢ des- equeridas de das formas de comportamento organizade requeridas = ara a integragdo & ordem social emergente, aml a vamente aquela luram impotentes para aproveitar construtivamente aq strutura de poder da situagio na estru bes, Em termos de sua pea se naturalmente barrados das tendéncias da ev +e 19. econdmica dos. circulos a c cles cos: das camadas dominantes: Em confront com ague! Se celine or com base num pre btentavam construir um futuro promissor ee Iaborioso « dirduo, viam-se privades do substrato a ie ; fere persisténcia aos al que ampara, estrutura, di eect aes 1s criadores dos individuos em todas as nome a Pe ¢ lado asiy icaga + na econdmica. Pondo-se de la especialmente na ec oe ato melhor ‘oportunidades econdmicas com que contavam pa portunida mopar el & que 0 negro € om 15, @ fto incontestive ‘ one ith idas logo se converteram em futores humanos neutre = pace ma, em novo estilo. ado wos desenvolyimentos do capitalism, em Sea : ¢ que nem mesmo uma “minoria py jsta disso, € patente que cee populagda negra © mulata conseguin ue : me Ber ente favordvel nos conhecidos quer vantagem ou condigae relativamente favors A INTHORACAD 9p RBOMO AN xOKDEA processos de scumulagio privada de capital que aqui se desery ram, Ao perderem a posigdo de principal agente do trabalho me ico, o negro © 0 mulato perderam, ao mesmo tempo, as possibil dades de participar de alguma maneita definida, persistente vantajosa tanto das relagdes de produgiio quanto dos fluxos corre pondentes de clevagio desigual das rendas entre 0 iversos pri €tnicos © sociais, deixando de possuir importincia dinimica identi ficdvel em todos os niveis do crescimento economic Qualquor que séja a perspectiva de que consideremos a for: mugiio © a consolidagia inicial do regime de classe em $i0 Paulo, ‘© negro ©-0 mulato sempre surgem como vitimas indefesas de um clamoroso destino historic. Sob « aparéncia da liberdade, hercla ram a pior servidio, que é a do homem que se considers livre, c tregue de mios atadas miséria, a degradagio social Como deixarany de ser “escravos” ou *hibertos ignorncia, no contavam mais om a solidariedade universal dos brancos. Nem com « solidatie dade ctipida dos antigos senhores, para os quais perderany o in esse de sticedancos fisinlégicos da maquina. Nem corn’a solid Fiedade humanitiria dos abolicionistas, para os quais nao possutam mais aquele interesse moral. que funcionava como fonte imperati va do mandato da rage negra. Perdidos uns pa Ds UFOS, nO estrci- to e sombria mundo social, que puderam recriar para si sab’ a es cravidio, no companilhavam dos tacos de interdependéncia, de responsabilidade © de solidatiedade que integ homens, nos pequ os grandes agrupamentos socials Como se nascessem naquele momento para a vida, teriam de gra vitar no lod sua penosa as- A sociedade de classes se torna uma im fortemente os nos OU enele consteuir o ponte de purtida d censio a0 “trabalho livre m_que:ndo thes abre de pronto nenhuma via de redengio coletiva, Nao thes facili Seques, # subsisténeia, a esquecimento das supremas humilhagdes sofridas na passada remoto ou recente 76 Flenesa Feriamlen dle da pessoa hurnar do servidi lar sob a égide dla igus gengéric & parte, Hum degrau de purifieasa oe a gervidio invisivel, mais doloross qu ade civil. Entirn, 10 estrato inferior ¢ 0 Gnico ve lds a. Como se ai pelo safrimento, reservathes as se a “raga 4 outra, por se sonverteu-os em srdadeit \men> jucado de uma plebe em desintegragi ysoctais a stta agregagaa ao regin 1 porém, 0 negra e conta pripris, ento progressivos da ordi mncjuista das posigbes ave de de classes. Desse s negras” sonst sociais que ara a emergencia © a grad am promaver, mais tard se separarmos os dm por mais dificil que cias passuiam um lado positiv 1. © isolamento do negro ¢ vs ceondmicas, psicossociais € te. Lm agregado justaposto, nada am - mallato iriam pasar pel da"eondigia de escravo’, que ‘em consanancia co lem social competitiva, # est deveriam ocupar nae agulo, a pulveri ‘em Sio Paulo teve efeitos produtives em si mesma, a forma jalmenté pela ineorporagio de Joe rural e urbana, De outro, al eonsolida do “negro” ¢ do *rmulato” para nus humanos dos processes issa seja, Neremas que essas vo ¢ continham plena signifi- do mulato, através dus socioculturais segundo as cexcluiram da ordem legalmente ntava 0 modo por de classes poderia transcorrer ini- que isso: Nesse es ento odes pairava sobre ambos, € construli a depuragio ¢ 0 fortalect 1 gin para a sstrutura da socies Jo por que passaram as Deum ssumvida ecoldgica, sas. popullagoes & crigia em condigio previa » dos mecanismos ps no prGprio meio negro, & sociedade de classes- que se 3 EXxPansio unBANA bE PESAJUSTAMENTO ESTRUTU DO NEGRO explicar os principais. problemas da “populagio negra” mu ci por extensdio necessdria, no sistema socioe Canémico estych, em seguid, Sidadle dessa populacio © como ela evoluiu durante a fase histée co-social ¢ inclusivo) no comego do'século, Resta-nos ver, 4S conseqliéneias, provocadas pela concen agiio na Como cidade em crescimento rapido, Sito Paulo exercia enor ices com tendén 0 sobre os grupos demogeificas ou antes. Porisso, nio é de estranhar que se convertesse em tum dos eentros urbanos que traclas migragi 1 politizar as variadas ¢ desencon * internas das “massas negras” que se distribuian pelo pais logo pgs, © colupso final do regi oiimal percebid, na ocasid, havendo quem enteni Sue as "Pe8US" pure © simplesmente, fugian coletivamente de Stic Paulo. Havia, serava. O fendmeno Sse, mesmo, 0 mesmo tempo, os que se alarmavam com a incl nVeTSA, rect trar na cidad “gro” de se concen: vadiagem”." A imensa mobilidace Para “iver Populagaa negr nas dias direcdes, Nenhum 8 proporgdes quant horizontal a “acarretava, de fato, deslocamentas fonte fidedigna conhecida descreve desses deslacamentas. Dai ser necessé tio apelar pa Séeuilo x0, ‘como fizemas,anteridemes Procedimento € ébvio, pois sc Wncias ndiretos, contidos nos censos do fim do 0. nos forgados a nos bascar em infe 0s indicias onveniente de tal eral, s mento global dy pop das migragdes, meios p distinguir 0 que, no au: - resulta do crescimento vegetative ou PA Pasion Fermandey um dado parece ser earactertstiew: separando-se do, paulis: Ainda assim prineipais contingentes demogrificos da pop thi Gpoea, constatarse que a “populagho new is como se poderiam ¢ de creseimento relative mais baino. Bis P ir as indicagbes pertinentes:7* ‘QUAD RO 3 , into dos diversos grupos de cor da populacto da capital (1886-1893) Broncos | 74209 100 44748 184 naconais es | eis | Negros 3.825 “Tea [too | ea titative da populagdo negra e mulata, em nii- Q aumento quant hei Jum period em que ocorria regides do estado cle Sto Paulo ou do im as saidas, No-conjunto, nitidas & concentragii intensos © ros abyolutos, deslocamentos para outta rasil, indica que as entradas compens: im, parece claro que as tendéncias 0 rates braricos, com predomindine cidade partiam dos. continge | dos brancos estrangeiros, Mls, no aumet ssudlo pelo censo de global roporcio + 79.392 individuos da populagia branen, 1886, os estrangeiras concore f) € 08 nae 1893 om re 58.893 indivaluos (ou s duos (ou seja, 26% ), Por af se ve que, na ver ie Jeuropeus que afliaiam em massa, para “ventar a sorte” na cidade. unm os imigrantes A invRriNAeho Ho tanga alguma luz sobre « despeop © negro ¢ 0 mulato acc ‘Sao Paulo. or af também se pod , xs e mulheres na “populagaio negra” de clos dos censos de 1890 ¢ npanharam essu tendéncia de fort sicentuadamenté: moderada, mesmo em eomparagde corn os “t cos” nacionals. wentaram-se varias hipGteses para explicar essa dil renga de progressio Lowrie ¢ Joviano do Amaral, por exemplo, enh tizam.« provivel diluigaie do mulito na populigso “beanca” mall declaragdes censitiries: mas’ também pelo intetcriezamento.” Sei ntre homes Fiomando-se como referencia os ¢ emos 0 seguinte quadro: 5, ‘quanko 4 rs Jncremento de Homens e Mulheres na “Populagso Negra” da Capital (1890-1893) duvide, esas’ hipdteses eselarecem coisas. que ocorrium. de tudo, acredito que & na mobilidade: hariz 1 “popialacaay nege” que se encontma a principal explicagio das referidas tendén: Tudo indiea que um setor dessa populagdo, mais ou menos entrosido ds ocupagiies artesunais e dus servigos urbanas,” reaginda desfavoravelmente as condisdes da concor cia com o Imig tras cidades paulistas ou brasilciras, em que p desse encontrar aproveitamento idigno © reais oportunidades econdmicas. Esse setor, pelas indicages do censo de 1872, abrany tun forte contingente de libertos, no qual prevaleciam os “pros sobre 0s “hegros” fa proporgiio de 2,5:1. Com base nessas infe clas, € possivel presumir: 1° ~ a parcela mével da “populagda negra da cidade, que a abandonou, compunhu-se de individuos ocupacio. A sordglenncamernel santa ou eesecity ain walificados Bee i eceaavaentuloont'os BEANS sobre 0 estilo “urbana” de vide © insatisf » velho estilo, Portanto, la forte concorréncla com os “estrangeiros” ee jam a estabilidade da “mulher negr paconyrenier Doutso lado, a concorrénc imediata, nesta drea dos servi- O-censo de 1893 demo Hes domé ativa existente em 1890 se acento muther encontrou maior facilidade de no regi A desproporgia quantit la mais em 1893. Ora ¢, De um lado, amenta ao trabalho livre. : ae ente nas zonas urbanas, ni labor da \¢ escravecrati i mesma degra ‘com experiéncia parcial wolviam a mesma degr : Eles provacavarn maior contato pe um as relagbes paternalistas 2 — os mulates provar velmente constitutary 0 grosso desse segment migrante da “popu Ho negra’ paulistana, As compensagies: para esas: safdas Feomo © enquunto servigal domestica assumiude do conhecide, éxodo rural, que dispersau_pelas cidades do estado, mas especialmente ma capital ¢ em Santos, pequenas quais c Keom 0 “estranigeito” no nos, praporgdes tio draméticas. gos urh prop ee que ox nacionais” retinham quase 42% das ocupac . 14.104 ocupagdes), uma porcentagem wssas de trabalhadores risticns, nas “negros” prevaleciam numericamente sobre os “muilatos’, As cidades, em particular aquelas em expanse economicae urbana, exerciam algum atrativo sobre esse tipo de trabalhador, pela earéneia servigos byutos au plas fucilidades de acomodagao, tticas (sobre um total de ie vate alta, ern confronto:corn as demas. xe entenda’o fuleto socioecondmico dessas a foi teabalhada e revel excepcionaline sencial é que ‘A *populagie negra” pauilistany de candidates fon cunenes 81 80 Floste ales A anitonagae 60 wxem Vida pelas convulsdes sociais'¢ eeondmices que eamente, a estrutura eral do sistem de relagies' como “brancal © a organicagiio do estilo de vida imperante na cidacle. Ao test Fempo que se destrufam as acomodagées elaboradas. no passado ‘bularam, sinvuly que projetavam o “negro’ octipagdes ¢ servigos apreciados conto compensadores © até nobille tantes, surgia toda urna nava configuragin social da vida cconémi- £2, com crivos:préprios de selecio dos agemtes do trabalho, Dentro, dlesses quardens, aqucles que se reputavam os *melhores" (© que eventtuilmente poderiam ter razdes objetivas par isso) viam-se deslocaclos e preteridos. Outros, que $6 contavumn corm a eupaciel de ou as uptidoes virgens di “forga bruta” acabavam logrande algum aproveitamento efetivo, Por fim, em toda a teia das acomo dugdes com os brancos, algumas estruturas se revelaram mais per sistemtes. Os que tinha n, ov adquiriam lugar nessas estruturas conquistavan razdes suplementares “para ficar” ou “para vir” para a cidade, idade ow a estubilidade dos varius. circulos dl “populagio negra” se relacionavam dirctamente d sua viniculagdio aim a estrutura da.economia e da sociedade. Porém, ctumpre reter: 1®— que somente em parte essa populagiio se compunha de cle: Mentos: com experiéncia ativa sobre 0 “meio urbano”; 22 transformugies: deste que as am to ripidas © profundas que mesmo esses elementos se viram, de repente, como estranhos numa “el de estrangeira"; 3°— que as levas de pessoas pelas quaiis se promo via set crescimenta incessante no tinham traquejo com os servi INOS € procuravam ocUpag os uth -s periféricas ¢ umia existéneia discretamente: mirginal; 4° ~ que somente o estrato Feminino da “populigto: negra” teve, em blaco, candigdes favoriveis dé transi io mais ou menos estivel parao row estilo de vida, Nem todos esses itspectos podem ser analisados empirica mente. Contudo, isso nio € fundamental, do ponto de. Vista socio- {82 Plonesten Ferma 0 “mulato” cm uma variada rede de © fundamental est na evideneia incontestivel de que « ino” de vida, ihe ser a tinic micas, Soeiais & € Para se entender ins, provenientes do iivamente, um dos informantes, ressaltande istic” dessas levas humuinas), Por causa de su inte- Bred de servigos urbanos, é tar como agente de trabalho privilegiado no no sentido de proveitamento ideal o Contar. com ocupagdes persistentes ¢, enfim, dw meio de wide, Se lembrarmos que 0 “elemento negro ravidio sem formas de vida social organizada, temos af um amis de referéncia suficientemente amplo px ‘para cle, a vide na cidacle, Numa populaga lt por extensas recompasigdes internas, cres de modo marginul ou periférico aos c arais dominante: aos riseos de se converter 1 m, mas sem as defesas suplementares da familia estivel © iio existiam probabilidades eficientes: de pronta corre- dos focos de anomia social. Nela s6 existiam © medravam, a0 nro, influéncias favoriveis d perpetungdo inde! fenta intermitente dos fatores de desorganizagio da vida pes: © social do “negro” ou do “mulato” faseinio das cidades: sob evas negrus” migrantes € preci tiveram no processo de desagreyagi ‘nas como.centro de atividades menos degradadas pelo trabalho se processou em, condigées tumultuasas, por meio de tos demogrificos que elimina ° 1 aumentavam ao mifsimo a propargao de 10° (como preferiu: se expressar, em querer a mulher (¢ niio.o homem) que decididumente’ compensador, safa cvindicar © que ira continuamente entemente aj tos de interesses que-expunha a mu- 0 de subsisténcia” do “mel pida e ao agra~ Jnimo das atentar para’ a importinela que a do regime servil. Nao era pravo, ou mais rendosas e dignificantes, que elas se impuserar a ferencia dos “libertos” Sio Paulo, fot nos centres urbanos NA SDEIEDADE WE CUARSES BB que se constitu, primeira, um opinido pablica desf excessos dos senhores aos préprios fundamentos da eseruvieliog em seguida, foi neles que se estabeleceu toda uma rede organiz de conspiragiio pela liberdad dos escravos, seja na fase da liberagd por via judicidria (cle Luis Gama), seja na fase de Int © direita de propriedade escravista © de: agitagio nas: senvalas ( Antonio Bento), Séem cidades como Sao Paulo ou Santo cxemplo, existiam pessaas ou grupos de pessoas. com autonom ‘onémica, social ¢ politica sufi lireta con iente para enfrentar os “interess negreiros” © arresté-los no terreno da ago. Por isso, para essas cidas ides convergiam os esc ‘vam escondenij que puderam erigir os seus famosas dutos.? Nesse sentido, a ci- dale se alirmava como um simbolo ¢ uma promessa de liberdade, ‘Viver nela, pura ¢ simplesmente, parecia aes olhos dos que safam cativeiro uma condigio ideal para se despojarem mais depres ssa do que houvesse de igndbil no estado de “eseravo” ou de “liberto” Todavia, & realidade era outra, Sem ser propriamente hostil ae “negro” a cidade de So Paulo quchrou rapidamente «sua ligagio com o passade rural, Nio foi, em ctise, spenas, & cultura popular que entrou ® Algo mais complexo sucedeu entre 0 fim do século NX e © comeco da sécula xx, a cidade cresceu demais para se orgulhar dos “antigos costumes’, mas ainda era demasiado provinciana para rom. per com eles de modo substancial e segundo u vida” O negro ou o mutate nao encontray cas da grande cidade, em partic “estilo urbano de m,n Jar as. possibilidades de i mento cultural, de tolerincia ¢ de emprego em miassa; e, do as Vantagens ha 0 Jacko, tambérn no contavam com as vantagens das-“cidades’ conyic- ta ou conformadamente rurais brasil Vigeneia de concepgdes tra ras, w estabilidade social, a clonalistas ¢ as compensagdes da eco- 84 Floren Fermanules 10s em fuga on os Iibertos, que demand: » Proteedio ou oricntagde cantra as: perseguigdes preparadas por seus algores; ¢ nelas (especialmente na tiltima), subsiaténela, asa dubiedide, earactersticn da fase de espana’ eleerios de exrag risen = estas ges. © comportamento “urbana” exist nas intense © jes dos agentes humanos, nt Ansa de converter “elvilada” $6 os que esta- estranbas veidade “cult” “moderna” intonizavayn com s¢- ‘os “eitetilos avangados” das os imigrantes empenhadlos no enriqueci= ‘itica, © qual répido. No inno « forn da vida pritien, cada ie Fas arestas de alguma especie de rstickdade, herdada dc &U® maniicas por bristleros ou estrangeitos de rks 2s cama ..Q “progresso” er ‘ ‘lee ge toleravam evidenchis por demais notérias wspedgiis de queé a comunt: Mas cada qual sala dessa imulas ou de procedimentos jas que orrente do progress” Se ss dominantes ¢ ava nada possuta de y exterior © mportamentos que levantassem fowse “otras” ¢ “provincia c ia, por meio de igo como podia, por m eee trabalhavam 6s individuos:emy fungao das oe sti i condmicas. ese o-seuenvolvimento nas atividades €condmieass ‘© impacto dessa situagao externa sobre'o “elemento near reendente. Ele se ‘da heranga cultural, que tolhido nos anseios de perpetuar a parce atravessara a escravidiio ou sé formara mobilizado dentea de umn tradiciona: ym, estrutural 1vela.s? Contuxlo, ficou i Fa esperante, Abas o-coees 302i tino encontrado pelo negro ¢ pelo me inclits policiais foram to- yas us08 Jo tosco e inope ¢ dinamicamente, com 0 de : ambiente urbano. Até provides sneha’ a noite, de “a ato naquele 1s para impedir a “revi Se ar ag aossego e, elves, 0 decors da populagto Dri tes nao foram, porém, compen itarais alternatives. A margern das ye perturbariam lea. As perdas culturais dat result “sadas pela aquisigao de valores cul tividades estratégicas para a urbanizag ram niio partici pic edo estilo de vida, acabaram nfo part 5 dos modos de pensar, de superli- indo, seq Aanteenagro cial © esporadicamente, das “tendéncias do progresso" As transfor. maghes:sofridas pela macumbe ilustrarh-cabalmente eseas interpres tagdes. Nao possuindo wutonomia social para se associar atraves de is, proprias, de cunho autenticamente “saprada” ¢ “tradicional” a “populagao negra” perdeu a possibilidade de zolar valores cult nk deixou de se beneficiae pela pureza de seus cultos e ucabou assistindo & perversio da cumba pelo branca. kim conseqdén das fungoes construtivas desses cultos, que requerem um minimo de aglomeragio.¢ oferecem ao negro oportunidades de afirmag: pessoal ou-coletiva, por meio da vida social organizada.%® Esse exemplo revela duas coisas essenciais. Primeiro, os orientagdes urbanas do crescimento econdmico ¢ sociocultural da cidade nio favoreciam ~ ap, contrétio, solapayam ¢ impediam ~ a persisténcia da parcela da heranga cultural que paderia servir de fulero pura a teorganizagio integrada ¢ autOnoma dos. padroes de existéncia do negro, conforme uma configuragio civilizat nistics, Segundo, essas orientayoes nao cram suficientemente for tes, envolvetites 6: pléstieas para produzir efeitos andlogos noutras diregdes, 0 que facilitou (¢ até estimulou) a perpetuagao de um horionte cultural tradicionalista, de-contetide: pré-letrado e de sentido anti-urhano, que logo se converteu no fator invistvel ¢ fatal do bloqueamento, div inércia e do malogro do negro na histéria cultural da cidade, Os demais grupos étnicos, nacionais ou estran: geitas, também ram portadores de uma heranga cural © também a perpetuaram. parcialmente. Contudo, eles tiveram chances de se entrosarem, mals ou menos, com as “esigéncias di situagaa” mo- demizando seus estoques de idéias, de comportamentas ou le va- lores nas dreas vitais 0 participagio vantajosa nas tendéneias © nos proventos.ca urbanizagio. Estabeleceuse, portanto, um terrivel citculo vicioso, participagao marginal e improficus nos papéis socioecondmicos de ceal importincia estratégica exclafa o negro, 86 Flineston Kermanies ntraste, as implicagdes dindimicas da situaga “agente” ou come “beneficiério” do. crescimento urhano, Justo, por sua vez, acentuou © agravou 6 tsolamento eco: , social © cultural do negro, aumentanda sua depen nvelmente, 0 seu apego i uma heranga sociocultural imprs- desvantajosa, Os efeitos acumulativas dessa ineragio de ss¢ encadearam de tal modo que fizeram do elemento negro ‘agrupamento humano da cidade em que nio se revela um imo de sineronizag’ 9” da*mobilidade soctal” ¢ da “secu Esti claro que walternativa, que foi eliminida historicamente, justamento a cidade com manutengio dos s centrais da Ga cultural afro-brasilcira, conduziria & paxlrbes conscientes, Jos © sistemdticos de isolamento, envolvendo assim um tipo -gagio espacial ¢ racial que hilo encontra aprovago na ta cultural brasileira. & discutivel saber sc ela seria melhor pant estino social do negro" na cidade, Onde a referida perpetuagiio luziu efeitos positivos, na sociedade brasileira, as condigdes de entre as tendencias e ox produtos da “ure vagdo da cultura, figtlo: econdmiica € social dos “negros” com os “brancos” eram pativels com uma relativa autonomia cultural dos grupos étnic em presenga € nunca chegaram aameagar os padrBes basicos isolamento inconsciente, dissimulado e difuso, sancionados por tradigtio, O uc importava, na-andlise, era acentuar, pelo do nejgro na com ide paulistana, As expectativas de comportamento, polarizadas tomo do sistema axiolégico © moral da comunidacle, impunham citivamente a aboligio de certos “usos” & “costumes”, mas tole- (c sabemos pela dacumentagio histéirica que toleravam cori pata € até com regozija) a perpetungao de outros, também ex- fos dos “mores antigos” Isso sublinha wexistencs le asm clin al, que desafiava o negro na pior diregan possivel. As presses ta6 ou indiretas selecionavamn os ajustamentas em que ele spa- oo Awrrkanicda no tear de werd ram escravos. jeiras anomalias. Os fivendeiros nia se conforma 1 frequéneia mesmo nas Fazendas em que f hem com © seu sense de autodeterminagdo nem com as cons imaioria, no conheciam bem as ocupagiies ¢ os servigos ontravam-se vivendo de trabalhos: manuais rides. quéncias do trabalho irregular, governado, pelas neces ciros; mas a maior parte dos homens faziam subsist@neia. Eis como uny fazendeiro conden IBjudantes de pe dia ou fe, isto 6, “os servigos que calhavam” recebendo ps preitada. As mulheres trabalhavam como criads, havens! 1 corinheira “dé cor” Urn int que se erguiam ao liberto, como agente de trabath para uma fazenda come camarada poucos dias param. Sao ewer sivamente ex P finidamente, bem poucos se sujeitam a fazer um feixe de lenbil quem preferisse a mucama e Agora hi muito preto como pedreiros ¢ p esclareceu, ainda: i facer cigureo-¢ fumar; nis horas de refeigao demorimse in ndedores de fruras © de coisas. Antigumiente, os italia pmo ¥ ete, Qualquer observagao que se lhes faga recebem come oferisay 4 guises € que'se dedicavam a esses servicos de venda os port 0 preto formalizanco-se dizem que slo livres, largam a ferramenta ¢ lds 16s 08 esto substituindo. Tarmbént nfo se via mt i r viio’."2 Faltava ao liberto, portanto, « auto-disciplina.e o espirito da 5]. O bianco é que ocupava esses lugares oficial [nos offc ue trabalhava, o da carpintaria e ca responsabilidade do trabalhador livre, us kinicas condigdes que feu entender, no ramo em q 5 dos pretos nto enw pior que 0 dos brancos espontaneamente, a-regularidade © a eficiicia « fenaria, "0 servi tribalhador no: novo Fegime juridico-eeanémico. Camo existia a al fie cles veam 0s polacos. [..J Essa ¢ wma raga muito plor a negros. Eles € que estragaram a profissio" Plas indicagdies gir com grande temnativa de substitui-lo, pois os imigrantes ¢ osos ¢ tide fifa das histérias de vida, 0 negro tinha de ce quiase sem fazer ext como “poderosos e intel tes: trabulhadores’,”* as friegdes engen dadas:pela-persisténcin:daquchis tr8s constelagdes.psicossocials finismo, “aceitandlo o que aparecesse ceram Fauiis ao négre @ do mulato, les nto $6 perdiam terreno rik has: Servir de carregador, aceitar servigos de limpeza 1 transportar eartazes, trabalhar nas cavalarigas competigiio ecupactonal ¢ econdmica, Pussavam a ser vistos sob unt eqir falhetos dantes de: pédreiros, de prisma em queo “eseravo” desqualificava 0 “liberto” como se fo fb servigais nas pensdes ou como ajud sem, de fato, substancialmente “vagabundos” “irresponsiveis” ¢ Jnteitos, dle pintores ¢tc. Um dos informantes vendia doces mas parece que os vendedores ambulantes, parti iniiteis” Adquiriam, em sums, uma reputagao desabonadons, que iria bini-los do mercado urbano de trabalho ou forgéos a lutar, at nos, e posterionmente a instituigio das feiras livres du dharam por liquidar a presenga da mulhe 1, do menor ¢ emalguns dis ocupagies indesej te, na a dveis ou insignificantes, As informagées coligidas diretame x do adulto ow do velho negro nie pequeno comércio de te de negros, mulatos ou brancos, que viveram na cidade no primeiro quartel deste século quitharits, verduras, sorvetes, quitutes, pinhiio ¢ castanha co x3, salientam as canseqiéncias devastad be, ervas etc” OS servigos que oferecessem perspectivas lucrt ras dlessas atitudes & dos ss, como 0 ie peiaciro, 0 de joma comportamentos reativas que elas provocavam, De agorda co lis, miesmo que fossem modesto essas informagbes, entre os elementos vindos do int ate, cram feitos pelos itallanos. Com insisténeia, jor provale jro.ouo de engrin ae hog es trabalhar para os itallanos em condigies “escorchuntes” n Interesse, umizade caridad. seria a “exploragio do negro’ oartificio de atrai onde e como pude dadas, por falta de“experiéneia” ou de “amparo moral & inconstincia a0 trabalho, a volupia de trocar de ocupagies ¢, mesmo, a matreitice com que alguns negligenciavam as obrigagdes contrafdas, se conseguissem embolsar, adiantadamente, o paga- menta dos biscates. “Caoavam’ dos imigrantes (dos italianos em particular), ndo tanto porque trabalhassem duramente, mas porque se privavam de todo conforto —boa alimentagio, vestuxirio decente, Prazeres ete, ~ para “guardar dinheiro” Par isto ou por aquilo, ocor- iam com facilidacle pequenas explosdes, Contudo, os informantes brancos focalizim muito mais os efeitos negativos da irregulatida de, do relaxamento © da displicéncia no trabalho, que Somente um caso de certa gravidade foi apontado con ressenti mento; o pal dke um dos informantes, de origem frances, montou um botequim, colocando & testa do mesmo um “preto de sua con: fianga” Este “fez uma sujeira” deiundo 0 protetor sem nada, © negro setia décil € prestativo, quando “bem tratado”; 0 mal estaria em que “ele nio tem cabega” De fato, os atritas registrados enol: viam, em regra, conflitos ¢ expectativas de comportamento, tendo ‘comumente por protagonists negrus ou mulatos jovens e represen tantes das familias tré icionais. Ou a empregada “preta” queria que ‘como gente” ou Ficava chocada com « slescon tratassem seu filh sideragio ostensiva no trato com os patroes, com seus filhos © com ‘cus amigos; ou 0 trabalhador “preto” se ressentia com o “orgulho dos patrdes, dos colegas ¢ dos fregueses. Q resultado constante de s-atritos se cifrava. no abandono imediato do trabalho, as vezes 92 Floresta Ferman sstes. demonstra : porém, © que tinham em mira sem, inclusive sob menores para seuss lares, trati-los “como filhox” © obter deles prestagio gratuita de servigos. Todavia, os informan- tes negros e mulatos mio escondem as “eabegadlas” que foram Reconhecem: ido de um desabalo emocional pelo “afendide” Essex des: eram facilitados pela propensiio dos ex-senhores, men- tenazmente pelos informantes negros ¢ mulatos, de se re- m_ a pagar pelo “servigo «de negro” ou pela inelinagao iva de The atribuir um valor vil, em flagrante contraste com suicedia, em situagées anslogas, no intercdmbio com os e ros. Isso eriava, no dinimo do negro, a convicgio de que‘os ‘de familias tradicfonais sentiam “6dio dos negras” por da Aboligdo, © se vingavam deles, humilhando-os © substi- “de propésite”, pelos imignantes, £ prouivel que tal coisa acemtecesse em numerosos 4808, pais depoimentos de menibros dessas familias lembram reiter- o dos negros’, o seu “espirito interesseiro” etc, inte a “ingratid 4a, urn dos principais informantes do grupo negro demonstrou ‘6 paternalismo tradicionalista ainda passuia enorme importin- ‘ele: separou “os inegros da cusi ritica. Em suas explicagde le” dos “negros do eito” Os primeiros teriam aproveitada antato com 0 branco. Os homens e as mulheres iram com ideas de vila mais ws coisa” em uma educagiio methor c fica . Muitos homens sabiam, até, ler ¢ escrever; todos possufam ores mancinas, imitadas dos antigos senhores. Alérn disso, al- estabeleceram relagdes de amizade com os brancos, “quando Feram parentes por concubinato”, convertendo-6s, portanto, em etores quase certos. As mulheres, por sua ve, aprenderam Jar dos Coisa sobre a administrago de uma casa, sabendo cu da cozinha A costura. Abolida a escravidio, lades de encontrar me- sos domeésticos ‘elementos tinham maiores probabil colocagiies que 0s outros, \ protegio do Branco abria duas ypensagdes fundamentals: a heranga dits roups Usselast'6 ‘car> 0" para algum emprego melhor © problema do vestxirio ers 1 grave: sem boa aparéncia, «negro nio podia pleitear wena Avis teanagho bo SKGKG NA GOCIEDADE me CLANIEY 99 colocagai xcnsacbes: Timidos e ingtnues, preferiam sofrer calados « com perspectivas. No entanto, naquela époed € dos companheiros mais bem»sucedidos. amentos do negro “nem pod pensar em roupas de cusimira” por demais di Aoxssivel determinar até onde os dessjust sas. Gragas ao protetor branco, kguns herdhrvan até Frage 226 foram, de fato, reguladlos por st Ta, que usavam nas grandes festas. Doutra lado, 0 “pistolildl eS ra abrir eaminbo para os melhores emp Jon5 — com 08 seus valores, 0 seu estilo de vida e a. sti “gos que poderial a cida F, HOS escritGrios 0 ionalisry principulmente, no f Ito: maior familiaridade ¢ intimidade com as pessoas n maiores probabilidades de mn, no {undo, de empregos madestos, de mogos de © de vida dos ex-senhores tinh serventes, continuos ou, 1 [Ay assim, 0 paternalism ji ndio podia preencher as mesmas conferiam boa re Ja © prestigio, em comparagiio >-onstrutivas que na antiga ordem tradicionalista. A qsiesto Noco branco procurava, nie, liberarse de todus as obrigagdes que pesavan Por isso, peli década de 1920 esse estrato atexto social em transformagao, megava a aparecer como 4 elite de do informa 0s pretos de sala cin suas relagdes como escravo ou com 0 liberto, Esse fol Os que si m do eit, em contraste, sofreram terrivell com a Abaligiio ¢ a fi + moral clo processa abolicionista ¢ sua forma histérica final idade. “Nao sablam fazer nu oe scepnesnblclade 2cn trou ém plena posse de sua pessoa ¢ da trabalhavam na roga. Eram os chamados negrossda lavoura. N de seus interesses ou de seu destino. As obrigagbes mo ultra-seletiva, Do contra: biam ler e escrever, em regra, redefinidas e aceitas de maneit s/averia fortuna privada que pudesse suportar p prestigio que fosse capar de resistir a Fam muito, pois ficaram gadlos a si préprios. Mal vestidos, a cee betos, sem protegdo, flearam vivendo aqui e ali de expedient 7mo responsive, nem {influéncias. © paternalismo das fanflias homens ¢ as mulheres desse segmento formavam a. canada ‘Os qu sno traquejo na vida soq desqualificada” e “paupérrima’ da popitlagzio negra Peo tio grande d pMiajs protegeul 0 negro, mas segundo regras estritas, impostas criadas pelo regime de trabalho livre numa eco- perdeu vestiam de bri > eunstanes para.o trabalho” Lam com o mesmo tecninho de brim surrado a esse critéti parte, inclusive ds festas, © enfrentavam enorme dificuldade (FApitalista em ereseimento, Doutro ki » entre © brance €0 0:0 de ser como forma normal de relag feneantrar “bons empregos” pelo menos no sentido em que os - neia devia se entuada numa cidade como > sua inobsery alto, g podia pens. vam como tais. “Nio existia © rasso da prestugiio © ring igo regime” foi mais extensa € mais ut qual a crise do “ant stras localidades do Brasil. No regime escravocratis, em comprar a crédito, como hoje. Comprando a ct to, os negros hoje parecem toxlos iguais e com pouco dinheiro ¢f He em Ou esses senharisis. Tratava-se ndia aos inte @ liberto resp querum pode vestir-se bem", Conhece sstabilidade & a expansiio das pequenos niicleos estan mal o beanco, teria Cai aos seus desd se submetiam, passivamen no podiam ser Nio se arriscavam a pleitear empregos melhores nem a romper ¢ Jay interclependentes de trabalho livre, que tes bran, oo, por atiséneia ou escasser dle pessoal, por ag as expectativas que condenavam o negro a uma vida dura, ingeal cos." Em condigdes: socioeeor resses das grandes f riados ou semi agente poten micas, era’ fécil regular os i milias com a carreia dos libertos como jariados. A eclosdo em massa do ex-escravo cil de trabalho livre destruiu a aplicabilidade unive do critério e liquidou com sia eficiéncia como recurso de pe mento socioecondmico. Dificilmente a persisténcia do pa na escalaem que e ali la se deu © marcada defesa da posigio das grandes famitias 1 ciedade na beneficiar, em grosso, toda uma catego de ewescravos, Parece que, na verdude, 0s “negros da casa-y ou do “sobrado” tiveram certas vantagens relativas, por intermédio ¢ suas ligagdes com os brancos, na competigio por se “negros do cito” ou da “lavoura’ penle como UM processo estrutura de poder da ional, poder canismo de ajustamento do liberto deve ser exagerado, Cad fail uncle urban tradicional "protege" um nui infimo de antigos ex-escravos ou libertos, concebidos como “erias casa” © ntimero deles, na cidade, também parece ter sido pequens particulannente em confronia com a massa de deserdados largada a seu proprio destino. Mais tarde, ese pequeno timer ind desempe nhar um papel histérico considerdvel, como foco de © de agitagdo contra a situagie do negro na soci Mas isso. tambér nconformismo ade paulistana ino seria motivo para justificar u gerada das influéncias do paternatismo como font de vida, imperantes n do século xx. O que se evidencia & que exist negro its condigdes mater © mora idade no come 0 €e labilidades na orem social, «is quais fuvoreciam, de forms ate: sima.¢ ocasional, individuos pertencentes a uma categoria soc fiochad. A inseguranga ¢ a insatisfagio do negro ¢ do mulato nao pro- vinham, apenas, das condigoes materi provoe: a qual a sociedade de classes « de existéncia ¢ da crise da pela quebra de sua integragiio ao mundo social ¢ moral 96 Foes Peay ringa com of O que isso representou, como mes ilo pode nem esporidico conduziram |-© trabalho oeasional ¢-0 ganho esporsd dependéncia ed 10 seu principal expe Faformagbes sto controvertidas, mas parect 10 sistematica das enhum intuit de explorago si scabou se teansformando em rotine!: dificuldades dos homens de suas ambigbes, pensiria, que as um estado ti psi ” ance na “hata pela pnverteram a que no havia, pulberes, ns, Essa condigio, Edida em que se perpetuavam Faunar um emprego permanente”, & alts dependéncia econdmica em reli is info agio 8 mulher fot we « pro entida ov aprovada socialmente insisténcia, que grande nantes mulhe- e dessas situa plareceram, con passageira de + transitério, como uma forma passag nte, suritt 0 e Muitos homens masiados ou casados. Ni gio dos casais cl para a instivucionaliza : esse por "ganhar a vida” conve ade genciar seu int lentes sistematicos da mulher em my santias para as despesas €0- dessa condigio em grande 0 do écio em um mein no psc cm depen ta¢49, alojamento © pequenas qu Doutro lado, # perpetuag os favorecet uma ampli fazer, construtivament s. Muitos homens:se entregarim, assim, cobriram, no eonvivin com outros ho- com o tempo & mas energias human idade permanente © dese = 1 dese passatempo alo mais atativo, do pons ‘camaradayem, soja do prager que se moral dessa situagiio de not impo. As reunides em quenos grupos. pel eqns fize dde vista seja das relagd a rotina. A contraparti¢ ha desmoralizagio erescente do Fro no seu proprio estilo de vida, elepois na consideragio aera wos, Logo ap6s a Aboligio, nao existia tolerdineia agama eee dispersava os magotes que se eria retirar des no conjunito $€ as manifesta rial e moral que POF svista, Mas 10 formassem sem por qualquer ode aces yer motive, tenha inspitado essa seguranga mate ade, no regime esc 6 Vemi: se pela “seguranga sige Bebe que 0 negro perdera asse, como propricd! perfeitamente, moralidade dos costumes os poucos, evide a dd uma desconfiangl residual que le ual que levava a policia a." - maya a“telos de olho” mantendo-os sab ciando- e que OS “PretOs” No re peasecicase Gptiane oe eta iROs0, sobrou ape aie ra loge ira, sent parcial ¢ iP erlor livre c estava Fonge de poder se aramir «-seguranga H da pessoa, consigrada pelo cil civil e pela Constituiga® jlicanos. Mesmo tratando-se de ume reparagio legitina, & vs leis podia ser frastrada. A desfecho vestermunha, iF 4 segu ncin que sempre: els ce ee os negros “ordeiros" ¢ “trabalhay : her negra o tot suspeita de prostituigio. Nes, i pipers iva de se arvogar a provesao di peneso, culo ialencia uithada aurodestTutv AS) q ante. Um ope contra essa. posigao mana © ambi a, recorrey para sitmagio econdmica de sun filha; que fora deflorada NiO tomou 0 ra negra € ele brane idesgostoso de moran nesta m homens , antigas prevengdes resstsch takam € agravaram a 1 ainda mais o drama moral dos negroes, Un d 5, Uma das pia urs CHS informantes!® a ponta-nos Como velhos esteredtipos foram n celhos estereétipos foram revital zados © como surgitam Outros mo “liberto poli como “negro” € 0 “negro” « pennies mo “vagabundo” “desorde 100", OLerrg lea or diante do liberto ¢ do aleance ou das: conseqitine S agi gies foi substitutto por 04 por outra ia, "36 porque ela 6 de temor, q or, que correspond) ia, a, Liveralme ssp nedito Fumaga, pelo brunco, Jé no apareci te, i redefinigho do negro : aaa es ee omaha daccndens"ip apesar de seren lo sua fills prosth 408 io vem garuntia, cesta vida, ve resolve matarse’ que weonde os pretos 1 mados, nao padendo suportat sta verre, oe uma ameaga ao decoro, 2 a das. pessoas: nesse por nto. achar: justia ™ ‘a quem ‘compreendesse: as TAS! histéricas dos aminh 70 lado, bi ean qos negros.o= detronenear © condos que thes eram langadas. © seBsin.6 ‘comentario de O Disirio Trios gobre a propalada mendichncs ‘istemstica da popula gra, excmplfica 9 queso: Aaron rete que se enconsrarn esi eco nai Ind que duvidar aM Jejros infelizes que 83° jade € as Forgas num trabatho nunea pago © que $© 3s mendigos) so todos estrangeiros © angelros. que vieram merasidadle © que deo triste que 6s abolicionistas wutént esse das neu Redempedo,'° julgivamos mer da lei de 13 de Maio, escrevia A onthe Biase. te pretos podiat 8, colaborar ‘sossegat, radia AMER raw riqueza da nossa encontra-se uma men ps. redondamente” Ni muito raros, S80 08 Me lade, {J E_quando isso mesma fonte, ehiaide violnciedtza Ge. ae mento de um portugues, vencionar o fate, incita to, incita 0 \¢ so ver cOnsul portugues a tomar as ¢ pce providéneias cabiveis, assinala a moc hhoje sem arrimo. [C ngeros que nao se inut Jos pela fama de nossa Be especialmente See ecta ane pak ea de arrolhar fucinho e oa yram aqui, str per @ destino que levou".!8 Em comentirio, sob o titulo ‘matar preto ni wtoridades pel preta nio € crime” reproch la “prac pprocham as cukces introdurida hd muito tempo" segunde fs ies oe qqual nio haveria crim Mmatanga de negros:!®* Qualqu ativa com 0 4 solicl sede umn nn nega 8 nose dR bo suas def formidades” Contude, iedade vontade € que se) as sociais e culturais esponidica de alguns nao. tinham ia ¢ dominio das técnic: de per si, 0 poder de privados, como escravos, negros de suas condigde: Caaskooya wu cicitees in cuca a iriam dar fundamento facesso se via exclutdos, apesar da liberdade, na polfticas abertas pela ordem io) — contr Por isso, a opiniao dos brancos enolvidos mi itantemente eee 5 aboticionista possuta bases mais realists Biles se opt rmadora do pateralismo tradicionalist, real para andiarem sobre O cui é curiaso € que tanto as reagdes dos bra y essa visio defo cos, quanto as sem oporturidade Degros contra essa $i oolong 88a, situagdo assumiram franco carter irra hes d lando um apege sociopatico ao tradi a pave #6 Ines ces to’ tradiclonalismo. - dos brancos aristocriticos, mas toler listo Na opie Ms, agirom segundo suns convenienciss © pensarem pela pré= vo, estes nll posaufam quali ene, ca. Him sua, pretendiam que - n qualidades intelectua an = een ae direar-tu , ctuala ea propria vi Tealias que as brancos em todos 08 t8 ner Sa et . es nde e quando ni. recebessem, oa : a. Esse é 0 significado da crv senhores, tinham de softe asiESseiE * pee etolecnia pAlasetlade seis is ee cieesna aes mpenhou Antinio Bento © alguns raroscolaboradores; inform 4 x inte tester zm formante ancia de fa stermunho, de um, da Aboligao. No entanto, o cardter irrackon 1 ¢ tradicionalis- solugaes defendidas surge em dois pontos: Primeito, 10 F utspico formulas ue 46 teria sentido prético <0 oN smntmieas, supand, que o varaso” do net eT cestavam certos), acredita- para diante” de um 10> pela onganzagio de cursos on efundasio de ‘o negro, desfrutasse as wrenos, da vida eco- is para con da democratic nilia dlustre, cl , documenta es: i acho que ox negros era sa perspectiva, im mais felizes no ter aspeckebneseequie 10 tempo da escrav He ee quando tinham senhores bons. tinham snenédio ois til 1 Reise ioe trabalho nto era tnt asim. Porque em eral weer o tem cabeea para se digi sovinhos na vida. Ve ae eles esto!” N wa Vida. Veja por ue seri meanioinen joutra passo do seu depoimento, afirma no eo ‘0 outro hes destinadas aos libertos e a seus filhos'* N atentavamn, ido ¢ a amplitude da tarefa. No bastava aa For o negro ou peepand-o, inteleetualmente, par 10s oficios. is de vida ongani- nha-se prepari-lo para texas as formas socal bruncos por trabalho, lio, isa ‘Troupe Ges socioec 1 ¢ culturalmente (no que possivel promover 0 “salt pém, para oor Bach ace. 04 negron ennai, aa Ree aes than en ne di oui st la i Fe RG test Un ne cet us dinkinhon iste) Ga Gar difeee Cae TM, vera hero compravam alfa, sano. Alguns tem, coma ea ea lh Se tei ae ace ilo ania te | essencias na su competigio com 08 kim ¢ acima disso, am na fazendda. Outros compravany coi es prestigio © por semurangi © Ise garantir; es e auitonamia para por em Ton on nus designios, © projeto de edicat 0neB0 y MANIS lo nperantes na sociedade paulistana.!”” ono estavam, malgrado 0 idealismo € presa, Segunda, 0 desencanto poll seus eventuais seguidores) am sitamento regular de suas pride fas demais. condigdes tah . Quivalia a deixar as coisas Fete eas resus ce a ead pice RR 3 lade da tutela dos ex-se ; SC » arrostou Antonio: Bento (¢ 100 Fleet Fert [Biblioteca “Prof, José Stordpoli”} O diagndsti of ico seria completa © ye ous plete © verdadero se inch mente essencial: por que © negro aise wn socreonon tpiekanin 101 Acinanonagke 905068" 86 de esto nho reaciondrio. Daf resultou uma pernie sa campanha contra as instituig6es republicanas e as autorida que as representavam, que em nacta wuxiliava a interagie do ne no regime de classes. Ao contnirio, fomentava atitudes saudosist le identificagio com a Monarquia, ¢ certo desprean pelas “leis Republica” incupar de auxiliar 0 negro a se bater, desde logo, modo direto, responsivel ¢ organizado por seus direitos como ci dao, A cooperagio respeitivel e integra que esse pugilo de idealist dispensow A "raga negra” nem sempre-serviu, portanto, a verdadelt causa que deveria ubsorver a atengo dos negros.e mulatos: a assh lacdo, tio réipida quanto Fosse possivel, das formas soc As Soc) dieeitos ¢ garan desfrutados pelos brancos Os informantes negros ¢ mulatos dei que houve relativa demora na formagio de uma consciéneia inde pendente ¢ rea do braneo, nia sentiim obrigagdes morais perante'a massa decom. panheiros laryados na'maior miséria ¢ degradagae, Revoltavam-se seguidamente diante de sua subserviéncia ¢ passiv vam, weima de tudo, de demar ; nitidamente, a separaga se esbogava entre a nascente “elite de cor” © os “negros reles", eny ilo-se em reproduzir como podiam o mundo dos brancos idio. Os outros, submergides no sub- oguardavam a “segunda Aboligio” O seu ‘inico apandigio era a liberdade, eom a qual nao sabiam 0 que fazer, embora constitufsse sua preocupagdo absorvente. Contrastando 0 presente com o passado, um das informantes negros disse algo Atualmente 0 preto dedica-se mais a instrugio do que antigamente, pois, logo apés a escravidio, o preto s6 pensava em liberdade".'® Como agente hist6rico privado de condigdes para mundo da ralé urban: digno de nota 102 Font Ferman is de viel) que poderiam apressar © garantir sua participagio crescente nos AM enitrever, por sua ver, lista da situagao em que se aehavam, Os que se viany compensados pelo éxito obtido, por conta propria ou sob a protecia P Pe P p positivamente ¢ canalizae construtivamente a sua afima preto" encontrava na liberdade plena, total ¢ suicida~ m8 polarizada negativament nio-fazer, ndo-compartilhar Lificar-se consigo mesma ou com os out ‘ou 05 “seus” filhos) — 0 dnico sentimento rea p ente essa gradagio, poise clo ser. Entendende-se devidamente essa gradi spondia as perspectivas que se abriam aos: i ‘ente, mediante: profissbes ou OCUpAgBeS MO- que: est ndenudos a0 desemprego © 8 depen- € aos que estavam © sere: eeber algo essencial. O negro que se integr m posigdes: marginals ou se © indestrutl- wegros” que se cial 1 & passivel pet social competitiva, mesmo s condigdes anacrdnic is, repudia as condig tacit com ‘seu séquito de conseqdéneias letais; negro que fica A e ; eranga suc be a da vida social organizada e de toda esperanga sucumbs ou o informante, jogando com © con as de existéncia, com inéreia, Come aven' jé indicado: (hae nano a sa dn Nps de teenie, Svea Sr eed on ein na in 8 ie peat bose m subir, querem ac choca done ofendites ‘s3o "largados”, pois tm mex co fa do pecto, Neem nos €0 nag Ao seu prestigio soc con pensar a seu respi certos 3. O Esse distanciamento cultural fomentava certos.atritos traquejado © envalvide na torrente da vida social pereebe lo. & “diminutdo” ou “prejudicado” p " sa e lentifica com eles Sendo para se liber ins. Os dos brancos” e niio se ide melhor doe Jug tinge mas ep 105, timidos ¢ inexperientes, ficam tolhida ride demais” ou preferindo “engolir em se epressa 03 SCUs 86 vendo as coisas 3" Como mantinham A inTUNAGA BR KEK NA OC! Jo “progressa econdnico” do. Brust, Joc da cana, do auro © do café, O:curioso 4 ¢ inconformista dessas ava- pra 0 construtor d ide trabalho nos ¢ ean fermentativ esar da natureze fermental ae = sarge a solugao de Luts Gama como 0 procediment deveria por em pritica Ora, Luis Gama $6 podia ter - je esceavocrata, Quando che- is econdmi- respeito exagerado ou temor pelos brancos, “aehar m protestar hem exibir seus sentimentos re: Mento pequeno © relativamente exclusivista da “populagao ne se predispunha ao, inconformismo construtivo © comegavi a f jar uma consciéncia realista da situagio de contato, tendo em vk 98 interesses do negro nos processos econdmicos, socials € J ticos; Mas, por nt 8 propésitos dos brancos: estrangeie is" Em suma, Isituacdo do liberto na socieda ro do ex-escravo para. os piip isso 86 ocorria ocasional- aver, alastavam-se da realidade ¢ do present interferir no pr erto (¢ parece que vam por um estilo de sociais do libe tinha diante de si uma ordem social dvida de de trabalho que se deslocara da posigdo se “escrave! pars 0" A questo dos fundos 3 ar eo ei cn nie.0 prego do pr6p 3 custa dos interessados da que nao se coadunava sequer © qu pendéncia sem atentar para os padroes de decoro das antigas carn das senhoriais; ¢ mega dade diante dos verdade afastando-se ¢ envergonhando: reabsorver 0 construfam sua in im, Como 08 préprios brancos, sua solid iros componentes d #¢ dela, como se todos nijo tivesse a comuns escravo. A's aletava prine'y podlia se faver ete, seu trabalho; imentadas, simplificava-se pela nistas, que alojavam e alimens Quando todos 0s “eset falando, mas aleernativas também. doc agao de amigus emancipa ‘os libertos durante algun tempo. steram no em “libertos” propriamente ‘e, em seguida, em “eidadios”, sob a concorr wgentes de trabalho, © problema edad um destino © uma ¢ Gpoca eran) boradas ¢ difundidas pelos “negros letrados” que) pertenciam a esses ralos ndcleos de “privilegi negra, Elas se mantiveram na tradi¢io oral ¢ revelam, a um tempo, cert teor inconformista e algum aleance: fermentativo. Cc acontecia com os brancos, sabiam e ressaltavam que “os negrox nig -estavam preparados pata a liberc conve wens livre: wensa ¢ aberta com outros dos” da. populagie niio possula no sein da so iu uma compleridade que sane Hoerata, O aspecto curioso do proceso de i solugto anacrink por uma ee tradicionalista. Ele pressupde uma ia das exigeneins da si- Jo que se deseobriu, no de” nem para a transigao brusea, que tiveram de enfrentar, da condigio escrava pura 0 estado de trubalhador livre e de cidadio. Mas focalizavam melhor o problema da transiga0 ¢ © que se podria espe que teve efi- weidadle tremenda de tomar conse ¢ serve como boa pista da de para “explicar” @ situa A ssa derivagilo personalizow, praticamente, a oh também, sob muitos i do confronto do ex-escrave om © branco nas “eondigdes de igualdade” com que contavam qquase doentiamente, ressaltam que o negro ndo encontrow nenhum, Amparo, oficial ou particular, enquanto o imigrante estrangeito ab: sorvia todas. as atengdes ¢ recursos existentes. Por fim, quer rece: bessem ou mio temos ¢ protegdo pecunisria dos antigos senhares, am uma idéia clara a respeito da heranga do negro: miséria, abandono © corrupgiio, encaradas como. uma reteibuicie injusta a J do negro — € nilo: par negro" contra el da destituigao do eseravo (que er 1 destituigho dos libertos): 0s ex-se ; ae desditas softidas pela populagio ede mi rnhores foram culpa jpessoal ¢ ciretamente, pel ee ic nidos em escala colet 1 Yendo-se substitufdes em 10s 104 Floren Femanaes A iartonae pelivel pelos estrangeiros, supunham que atrds de tudo estiv Sem diivida, madas daminantes eram responsive Sontudo, no 0 fora ade pessoal dos fazendeiros, polariza diregao de “auxiliar’ ou de “prejucicar” os antigos “bracos ne iio teve influe desejo de “vinganca” ou 0 “édio” dos senhore: culos dlitigentes: das «x aquielas desdi sentido apontade somo tentamos mostrar, inte discernivel no encaminhamento via rele Forgas histéricas. O que teve importaincia real fol'o egolsmo © exclusivista daqueles circulos, que pos: em: primeiro plang solugdo dos “problemas la l se tudo joura" igndrand. mali soja o destino dos libertos, seja até a questo das reparagdes Ao objetivar personalizadoramente uma espoliagiia social, os ros projet sal seus problemas, Perdiam toda possibilidade de umi consciénel am no passado tanto as eausas quanto as solu clara, objetiva © autonom do presente, privandosse, tempo, das consequgne 9S positivas que isso teria para a ebuligta de reivindicagies dle natureza revaluciondria, Em out as onviegdes nucleares que alimentavam as avaliagdes eritica dos circuilos mais “tealistas’ “independentes’ ¢ “insatisfeitos” di populagdo negra nia eram suficientes para criar um harizonte cultural préprio do“homem de car livre” Este continuow a se ver através: day expectativas dos brancos e segundo os interesses 0} os valores da velha estratégia de garantir a ace sas negras: por meio do /peneira ragao das mas: nento de reduzido mimero de O efcito fi de tudo isso & visivel, Aqueles que se aereditavam parte de uma candidates: negras ow mulatos “elite nege em gestagio mostravam-se incertos quanto ao futuro sem sua concepgtia do mundo. Os demais, quer dizer, 0 grosso da “populagio negra” se-entregava a um desencanto funesto, que nfo encontrava sequer! compensa: es aleatrias © superficiais. O desalento mais atroz se aposs ¢ substancialmente pe 1006 lira Fernandes ina dacumentag ra viver em liberdade” Este nhecia o dinheiro” ento ¢o floreseimento de dis- desen Je, impedinda 0 aparesims se Mo frequentes em pop) cies migrante ee sem “cidades grandes": de-se superar depress, PAM! : + meios um estado insatisfatério, pen Bi. fas de eriar part si © Fr ene portava para a do homem livre’ maioria I diagndsticos retrospectivas. feitos 4 escrita do“meio negro .< da tradigao oral. Vale a pen Hes lang: 5 expostas: pasado da sizadas para sque! Sem perspectiv nada mals contava OU antes 00 C0 poe infor retratam bem a cig esses componente i esses documentos, pols € interpret luz ¢ dio amplo fundamento as interpretiac tem conhecimento exemplar de p sio Paulo, indagn:!"? m wer alguns trechos an excravis negren?, Muito embora tivessem™ a ee cal boliciy, libertos, ura ver + phores de si, st} aa nea te ie dow que indo sablam paral ee an = a olan dirigente. » iniclativa, autodiresao. gio, SN a vo t miouce’ Inilhar © carninho jpawsararn al intreparimse a i tranim a mart is comerinbos, pela splieada Warradas todas as extrac, a dele aon nen - cantor eos ina Toa bap faa de cate de a oe tras risers, 1m, carsforrmisino fatal € polo exces Fela fome da infancia © a dos informante,'t! baseado nas experiénck sus eom 0 pai; assevera que ouvir 4 lei de 13 de maio fors precip antes de promulgicla, “primelrd educar o pret jo sabia viver em liberdade, ner ido, mas insistinde nas impli- Outco embrangas das conve nrios abolicionistas negros que eque se devi No mesmo sent x0 depoimento:!!2 ges juridicas, esclarece 0 pa evassan! 107 pelivel pelos estrangeiros, supanham que atrdis de tudo estivesse 0 desejo de “vinganga” ou 0 “édio” dos senhores, Sem diiviea, 0s.¢f- culos dirigentes das camadas dominantes. exam responsiveis por aquelas desditas, como tentamas mostrar. Contudy, nao o foram no sentido apontado: A vortade pessoal dos fazendeiros, polarizada my 10 de “auniliar” ou de “prejudiear” os antigos “bragos negrs", nfo teve influénicia relevante diseernivel no encaminhamento das Forgas histéricas, O que teve importineia real foi o egolsmo ceo @ exclusivista daquetes efrculos, qué pos em primeira plano da lavoura’, ignorando-se tudo 0 mais — solugsio dos "problen sejao destino dos libertos, soja até a questo das teparagbes, Ao ebjetivur personalizadoramente uma espoliagdo social, 0s ne gros projetavam no passado tanto as causas quanto as Solucbes de scus problemas. Perdiam toda possibilidade de uma conseiéneta lira, objetiva € autonome do presente, privando-se, ao mesmo tempo, das conseqasneias positivis qu dere as convicgbes nucleares que alimentavain ais avabingties erftieus 4 para.a ebuligio indicagdes de natureza revoluciondiria. Em outras patavras, dos eiroulos mais “renlistas”, “independentes" e “insatisfeltos” dat populagao negra ni cultural proprio do raves cis expeetativas dos brancos e segundo os interesses ou »-eram suficientes para eriar um horizonte homem de cor live”. Este continuow a se ver 8 valores da velba estratégia de yarantir a acefalizagio das mas. sus negras por meio do peneiramento de reduzido mimeto de iidatos negeos ou mulatos A ascensio social O- efeito final de tudo isso € visivel, Aqueles que se acreditavam parte de ums “elite negra" em gestago mostravam-se incertos quanto xo futuirn € substancialmente pessimistas em sua concepgao do munda, Os demais, quer dizer, 0 rosso da “populagiio negra” se entregava i sto, que ndo encontra des aleatérias e supertic uum desencanto fu ‘a sequer compensa- O desalento mais atror se apossara 106 tle Bermtadoy gente, impedindo o aparecimento ¢ o florescimento de dis es tio freqilentes em populagdes migrantes ¢ desenraizadas depress, para entradas em “eidades grandes’: de se super ado insatisfatério, penoso e re & por quatisquer meins um &: srimente de existéncia, Sem perspectives de criar pare si o indo do homem livre”, nada mais contava ou importava para a Jenga maioria, Os diagnésticos retrospectivos, feites por informantes ou co- Jos na documentagiio escrita do “meio negro", retratam bem a Vale a pena rsisténcia desses camponentes da tradigao ora serever alguns trechos desses documentos, pois eles. hingam: ies Expostas: nme Tie & aio amply fundamento as interp informante, que tem conhecimento exemplar de pasado da pletividide negra em Sao Paulo, inclaga:!"9 ‘cum as excravns negnos?: Muito embora tivessen e todas ax Formas de opressio, dw que Foram libertos. iin ver senhores desi, de su i sablam pant onde iam re niciativs,aioaireg do, 19 que: acantex witada anterior Satins span» Abel propria yumtide, muitos das sie er veto perttoara vores rena, prstados 4 morgem da sacha, cents muitos vere tbarradan Yodas ad ea dam, poskiremn & palnallhar 6 carinte do vile alo deli 1 ram se, entregararn-se a im conformisme fatal © E dal mits egies encontraran J morte pela execs: perielono toda hcbiday pela fas de conforto don mails eomezinhes, pela ome por eutras miséeis,enlundas cs Aboliggo mal aplicada Outro informante,!"! baseado nas experiéneias da inlaineia & 6 lembrangas das conversa com 0 pai, assevera que ouvir dos is negros que a lei de-13 de maio Fors precip rGprios ubolicion: dis aque’se des mn liberdacde”. Este "na antes de promulgéla, “primeiro eduear 0 preto sabia viver em liberdade, nem ara viver Gonhecia « dinliciro™. No mesmo sentido, mas insistindo nas impli aces juridicas, eschirece outro depoinente: NINTKGIAEKY AO NEERD WA yur t ccomeguu verdadeiratnente, para vamente, senbores, cam a decreto de 3 des mato de 1588, sen negra, 0 drama insolido até hoje, sama de aspectos teicdimicos, que tem mantida «bin neuro no mais funndn dow pwdes dla degradagao, sem lus « sem a, rbrambley po deem Bn «quiver, Supriniranrthey 0» casigos ensparegse imypingitan he iqualdade juries que, aul ara, pouicos comsepuiram entender. iho geral do. que se poderii entender como proceso de igo" do negro pela escravizagiio:"™ ‘anima (Ja degradagao social do neg bert perduea sé hoje, convo eth ‘nu uae irepardvel que o impoasiilita de se ombrear com tera os escravagstan, E 0 que 80 dlesequiliin na competi- para recompenst-lo dis icathizesindeléveis da escraviio, eram-the gr do negso cam 9 inane, amu io mareados pelo Ferre as esedncamys, passagem. grata para) submutt indclevel & gue paderin aquilatar (1 par desse esforgo tremendo,« cimente, através de simboles hulbil, saul, miliiosan homer ia s¢ animalizando, Sujeitando-se chuea conga de: peg mente ocninjados pelos esedis deminontes de outta. pigmentagses, imeste reg fal sofiendo uma expéeie de atroffamesito, foram e335 #estersdtipos que rondaen & cevean cavld negro ain hoje; tenha est alma que @.Aboligin veie encontrar Os espiritos bem fortnadus que negro a forga crindora, « impulsvidade cultural, a robuster mental ompartilacana dessa magnifica para le eivism estirparam dde-um Machado de Assis. de un Juliano Moreiea ou de am Techno Sampaio, seja esse negro am ignarada Hastiio dos Anvis Carapusets e:anere hrrendo do onganisnis scald: noses Pitino Jprencuparam com 0 érgio atasad, spe 9 caso era negro, ny The fizetaen ui ature cura abselita, Prencupaamese coma esti ppiclo do tumor maligno © deiaram 0 local emt que se situava sens its ecessing providenelas de etoatrayin, Assin, 0 elemente repro sem tum perfado de tramsica0. neces cent da situgia de homen lve, ficou na mais constrangedoen dis sitstagdes, Sent planes, sem jetivas, sem diretrizes, nado que the Houve, ainda, quem atentasse para as implicagdes econdmi cas do jogo politics erfeita sicumnlgia Sem oxeluie 4 nesponsabilidade moral da sicicelice bride; pr blema-quie aqui sinalisamos no seu axpecto eeandmien € de Inteien y ik Digi n 4 o eau. E, no entanto, maamdy 6 peer morto dos defieientes, » mepsts prsabilidade do Estado, Propecia sei uy me Sates alipaarae Nepeu el apnea ye peclamioore ed centiquec presentado pela exeravidio| ¢ delsanda tbandono 0s vlementos «tle cantsbuirary para esye enquecimenty, 6 Fstado € duplamenste eesponsivel pelo pico, Essa responsabilidade ainda aa oP ‘i c seni, prucuton, ap6s a Abulgta, a melhor Forma de: recupera Hl para a sociedade que lea twmiyimn se heneticiow, situago que mach cundiz cont ws prineips de jgualace jure inse nasa Consttuig, De fto, ss provides tonnacla frm co peoner « tivouny de novos hagas, providéncias que nunca termi, sas tardo-xe com isso aqnantias fabulinsas, devia ter dtd aos heer nica ne sentie linus libeetas proporelo pam a sm recuperagiio. Nala uta seul Abollga racicmn « a stperiorihide racial sso decequillirin social « Se agra $e atensaries rm de se beneficiar coin 3 manutengtv dia praprie Nesse contevto de idéias surgi 0 conceito de “espol far’, de que tem side vitima o negro, !"" ese firmou a significagio blica da data de 13 de maio come uma aliemagao da liberdade negro.! Mas ainda prevalece a conviegio profunda ¢ generali- ida de qu ww fis {Udo moral"!!? & que esta & mais difieil de coml ‘negro “salu da escravidio fisica para entrar na escra~ Fesponisivels pelos destiuos do pats pronidencias i er, por niio Ser de amparit a goes, massa de trablly Hlthes tanihér os mcios necessi onhecida © suscitar controvérsias até entre as stay vitioas, A plexidude das implicagées’ da Aboligio so tae grandes, que stabil ecorsirme ‘cum peri Tobias Ravn yesmo informantes identifi cadlas. com @ meia negro & com a lute Intra o-precanceito de cor emitem opinides que envalvem dife- intes gravis de suidosismo, Uni deles declaron, abertamente, que 108 tempos da escravidin, quando a gente tinha a yorte de encon- 1 documento divulgado de modo restrito © que se destinava a servir de fulero a selegao de um eandidato politico negra ¢ a org, nisagio da campanha eleivoral correspondente, encontrase tania es um bom senhor, a gente ent mais feliz”. Outro, intelectual & A IStUUNAWKD Go NitaHa.WA , wamplitude: & a profundidide con que elo se ‘@ncia do negro e do mulate de Sao Paulo, pate ceria um absurdo « um jogo vavio de pafavras para o senso comnum presenta na cot do branco, $4 por meio da préprio "negro", no processo de transfor magao de seu modo de ser e de interagir com a-sociedace paulista na, seria possivel dererminar 0 sentido dessa idéia e, portanta, 0 que © sombrio perfodo de desoryanizagaio. pessoal e soci representit dla érdu hata do "homnen de cor Tuc isso permite conel rely liberdade, ir quie a cidade nao foi expec te “desumana” ou “hostil” ao negro. Ula repeliu, neste ore 0 "likerto", por no pussuem os airlbutos psicossociuis requeridos pra i organizagdio do horizonte cultural e do comportamento social do. homem livre. Na rhedidn em que niegia $6 subin se: afirmar come “eserava” ot como “liberto", embora desejando ser outra Je s6 aigravou as coneligies de vida andnvica cht semzala trunsplantandsse pura a cidad Deu, mesma, a essas eondigdes dee : as torrivels proparcdes © o geats dle persisténcia que o fen fe ge nos saplomerados urbanos médias « grandes. Por até wos ellos dor negro at comparagio entre a "vida nia cidade” a "vida no cativeira” favorect © a escravidio, E provivel que niin contemos com outro evemplo tio dramatiea de desergunizagiio da I sy Fernand sonatidade, da sociedade ¢ da cultura no Brasil. Porque, 20 con iv de outras-segmentas tnicos, o “escrava” & 0 “liberto” se ere Jieeram na teia dos valores sociais © morais do branco, Eles se ", vidos de liberdade ede jetaran nw cena histériea coma “gente dad Jos brancos qute contavam, oui eneia idéntica em rebeliio surdac informe por uma exist aos senhores, O desalento e a sim, a0 seu primeiro tirocinio Esilustio do negro conduziram, He vergou, mas ndie quebrow a espinha”: argulho- ea huni ma liberate pente, teve coragem de optar entre a for ntinuidade disfargada mas indefinida da antiga eseate con s¢ veri adiante =. a my seg iho. E: verdade que, rpetuacio dis eondigdes andmicas de existéncia imprimin, outro ntido a essa opel Convertendo @ desempregado oeasional em jagabundo sistemitico, o luc fortuita em adr profissional ¢ Foi gragus ao peneiramento constante de uma confusa e desorientada Jite negra” que essa consciéneia histéri inicio, clara e ordenada depois, nao se perdcu, Mas 0 fato essen 11é que a cidade pos a provi us anseios de libertagie da negro « seas suum dransticus experiéneias, apestr dos aspecius negativns. iberdade fio deixaram de ser um exereieio nes dominios da £ preciso que se atemte, porém, para uin fato capital, Ao con ririo dle povos ou de eamadds socials que passaram por experien- jas histérieas andlogas, u dlesoranizagio da vida do negro nto odo parece como uma condiglo prévie ¢ um requisite da alterag Thorizorte cultural, da personalidade ¢ do compostamento social ads, definitiamente nada, vinculiv aioldgiea ¢ congruent Gnente 6 negro a suw heranga: sociocultural, de que era portador “contra a vontade, Seus anseios proper para a assimilag ive heranga sociocultural alternativa, dos homens Therese po- orjada por eke consciente e axiologicamente, ex rips titujam. O que Fintogracl0 na sociedade que uqueles, homens co) A antnwnagte Aa sueurbane or cuames TTS quer dizer qu a desorganizagio ce vide do negro prende, dire tamente, 2 dupla impossibilidade ~ de absnclonas, subitamente, 6s tragos culturais herdlados da escrayidao; & de comtrair, prontit mente, os padrdes de comportamento valorizados. Esse desfecho se eyplica por duas eircunstancias concomitantes: a dista histériea que separava 0 contetics © a orgainizacao do horizonve cultural do negro-das exjgeineias psicoysociais d situagiio de con ~ as reduzidas. possibilidades existentes de en tato interracial; 2 volver na torrente social, na escala dle “grandes mtimeros", persons: lidlale tum Lempo to rdsticus © to ambiciosas ou ongulhosas de sua dignidade. ria preciso ack “negro” como tal, Segunda, a natueza das te iF danas quest gerals, Primeiro, a de saber se, na ver a cidade: repeliu 0 Hen i interacao do “negro" com as Forgas psicossociais « us socioctinami: cas, imanen sovioculturais do ambiente Quanto A primeira ques repulsiio apanta isolamento econdmieo, social ¢ cultural do “negro”, com suas indis- parece dbvio que 0 sentido da o io é propriamente "aekal” nent “anti-racial Cutivels conseqdéncias Funestas, foi um “produto natural” de stia incapacidade relativa de sentir, jrer homem livre, Ao reeusi- mano que abriga Somente air ¢ agir socialmente como. laa sociedade repolia, pois. 0 agente hu em seu intimo, 0 “eseravo” ou o “liberto m condigdes cle desagregagiio suave do “sintigo re de formagdo lemta da ordem social competitiva — mantendo-se constante certa taxa de procura de bragos ~ seria possivel assimilor © “iberto” de modo imediato & haveria nevessidade de preparar scravo” para esse fim. Como foi assinalade anteriormente, as coisas se passaram, na cidade de Si Paulo, com extrema celerich de, Nao 86 a8 téenieas sociais ¢ 0s valores morais do estilo pre pitalista de vida entraram em colapso quase instantineo. A orgini 0 dos {atores do erescimento econdmico ¢ do desenvolvimento jcial partia de tal nivel de integragao histdriea que: destruta qual tre 0" Juer interedmbio estreito © produt resente capitalist’ passade nistico”, Sob este aspecto, « referida repulstio o recente ha, apesar das aparénicias, um significado positive. Representava ima exigéncia ¢, sobretude, um desafio ao, "negro", part que se espojasse ela natureza humane que adquirira anteriommente e ade- is © morais do “chefe de familia’, do do “cidadio” nente, a exclusiio teria carter ¢- 08 attibutos psicossve Entenda-se que, sociolog se essas qualidades ¢ specificamente racial sc © negro osten obstiante, repelido, Os dados expostos sugerem o inverse. ibutos ou em proporgto cam a posse de nudimentos desses ie se revelasse caper de adquirilos com certa intensidade, 0 0, classificando-se socialmente, Phegro” encontrava ocaminho abe negro” se tomnou, para cle, desespe- wdamente insatislatdéra ¢ lenta. Mas concorret para ate 0s Vesti ddacle de castas desaparceessem sem deisar come rest- pos étnieos. 21 ‘Quanto § segunda quest como uma afronta humilhante. 10, parece patente que v “negro” re: nbora stb conse~ ebeu a exclu guisse comprvendé-ta ¢ explicd-li-pareialmente, Love a sabedoria iewgdes com a ardem Ede preseevar ¢ até de fortalecer stias Went ocial existente & com os alvos decorrentes de sua ambigiio de se “elassificar dentro dela. Aos poucos, foi aprendenco a “ter eabega" & lidar com a liberdade de manieira menos estrutiva, Aids no “primeiry quanel de século xs, procururd rever 0 contedide de suas Faspiracoes, tentondo se langar na torrente social com um espirito mais realista sob inspiragdes que relegara antes, como “indignas” ns A ONTEERAETO ONO NA SOCLENNDE OF HHASSES ou “deprimentes", A sun tragédia the abrira os olhos tart part as érias do “mau uso" da liber dad conseqiiencias dele quanto pi os dilemas da inte igo social, Compreendeni, afinal, que sei imilagio prévia de modelos de eomportamento social que eran levianamente rejeitados, pois pareciam uma eadeia, flearia etema- mente a. margem da prosperidade geral. A seguinte reflexdo dle um dos informantes mais hicidos do meio negra’? esclareve suficien- 1928, jase do 0 “erre'” “de nfio-ter imitado o imigrante, ao ter este dltimo pias temente esse aspecto: por volta de 192: ia percebi- sado necessidade ¢ alimentando-se mal fato de que o negro cagoava, Nessa época, ox italianos rum denos de todo o Bexiga & seus lilhos, quando nao doutores, eram guarda-fivros, alfaiates, marcenelros, ou tinham pequenas casas de comércio, enquanto os negros ainda viv es © solriam as mesmas picaclas dla mem pord desigualdade econdniien. O Carine’ charmow a atengao para este rh exit: fato muitas veres". E disper iminado env o redux a uma ve vel insistir no assuto, que se partes deste estudo. ©. que € preciso reter se tr clade simples ¢ quase b ruil: para se expurgar de rang cultural perniciosa ¢ se convert precisava viver em liberdade. Se chegou a usar essa liber 11 porque nig subia proceder dé outro ala, Mo tivera.a oportunidadle do uma het em homens livre, 0 “negro dade contra si, isso aeonte, modo, Na sociedide eseraye descobrir que a liberdade, eancebida como um find em si: mesma, devasta ¢ aniquuil sug Ihagio, senhor de sua vontade: ead escravizande os homens aus scus apetites © ds paisBes. Ads pouicos, Iria se erjuer do sofrimento e da humi- vex mais apto a empregar, responsi cl © construtivamente, o seu poder de decisao, for sea substituir o deixar de fazer pelo fazer algo na diregao sociulmen- te possivel (ou desejaca). Portanto, a undlise socioldgica da conrelagiin entre a estrutura do mundo urbuno nascente ¢ as propulsies psicassociais do noge 116 Popes Henson recemmegresso do cativeino € deveras importante para se entender Jhiio 56-0 que “foi” mas, também, 0 que “viria a ser” a situacao do iva, De um lado, a repulsiio que Yneyro” na ordem social compel por vias tortuos: justamento estrutural que conduy, pela vit6ria se encaminsha € ingremes, para integragao So- il, De outro, ode paulatina do homeme negro do ambi “yas, do equilibria da pessoa e d aigero, esse periodo da historia social do bre si: mesmo ¢ sobre as adversidades, 1c, ao aperfeigoamento continuo das aptiddes adaptath- assimilagio de formas socials mais Se mais complesas. Sem & lade de $a0 Paulo merece ser considerado como 0 dos “negro” ma cis anos de expert, Os anos do desengano, em que o sofrimento © a 1 fel, mas também incitam o “negro” humillsagio se transtormam ¢ , pondo-se A altura de stias ilusdes: descobre, por sua Halse veneer © a se sobrepuy fgualitarias. Enfim, 08 conta e rise, que tudo the fora negado e que a homem sé congas mente, como agente negra! nos em que o ta uquilo que ele for capaz de construtr, soe de-sua propria historta A (niwanagan wo Wkanolwe suelamsme on cuassen LIT CapiTuLo 1 PaurerizAGao B ANOMIA SOCIAL Inrropugio FA tnrenGfiNcia bs ORDE SOCIAL COMPDTITIVA € & Pan urbana da cidade de Sto Paulo constituem processes histrico-sociais cain- IGidentes. Contudo, a anilise apresentada a0 Yonge do capitulo an- Rerior sigere que essa coincidéneia, sob varios uspectes essoncis, foi meramente: pisadica, Gragas ao volume da producto ca focira bs formas assumidas pela sia comercialzagao, os dos pro- cessos histérica-sociais se entrosaram estrutural e dinamicamente Tocs fer com que, sab 0 ponta de vista sociolgico, a corelacao clos Mois fendmenos adquirisse significado interpretativo a um {PY particular ¢ brasile pico, Particular, porque Sao Panto foi a tinica cidade incias desfavoni- que dew (rio obstante virias circum cis) un verdadero “solto” na consolidacto da ordem soa} compe= fitiva, desprendendo-se. assim. do padrio brasileiro tradicional de , porque desde Serganizagdo do espago ¢ do estilo de vida urbanos Tip ncaa cortelacao pode se repetir, ern outa cidade brasil Gque clas rearnam certis condigdes:produrids Pe al demizagao institucional, Apanhado na ¢ éeondmico aicelerado, pela conce 1 demogrifica & pe nfluéncia desses proces Ite: ‘bes de produgio, do horizonte cultural medio 10s negativos diretos, resull ragilo sia da oryanizagao da sociedade, tanto quanto d muta “reagdes. tivas circulares” que tais impactos pri vocaram, liquidando a efit Viahilidade das téenicas econdmicas ¢ socinculturais que aprendera anteriormente, como “escravo” ow came “liberto” Pelo que ji foi exposta, a rapidez com que se consolidou ordem social competitiva pds cubro, praticamente, as possibilida dles de absorgaio imediata do negro a papéis econdmicos ativos compensadore Doutro lado, as tendéncias da, urbanizagao impe diram a preservacio de “mores” afn Irusiteios, que poderiam ga 0: neq integrada ¢ auténoma, sem facilitar a tendéncia alten rantir a transformagie da. “popula " numa minoria racial ft, repre sentada pelos anseios de classificagia social revelados, ostensivis mente, pelos virios segmentos daquela populagio, Na medida em que a ordem social competitiva e a urbanizagao estavam em plena ‘0 ¢ de cada camada so- emergéncia, a posigio de cada grupo étni cial no sistema ec ndmico ¢ na sociedade dependia, fun mente, de sua capacidade de ticipago do erescimento econd- mico ¢ do desenvolvimento sociocultural. Os negros & os mulatos ficaram & margem ou se viram excluidos da prosperidade geral, bem come de seus praventos politicos, porque nio tinham condi des pa qiiéncia, viverum denina dae entrar nesse jogo e sustentar as suas regras Em conse: lade, mas nao progredinem com ela ¢ disper 4 irdua, obscura ¢ muitas veres deletéria, Nessa situagio, agravou-se, em lugar de cortigirse, o estado de anomia social transplantada do cativeiro, Os fatores ¢ os efeitos do agravamento desse estado de ano- mia io de enorme interesse para v estudo socioldgica da através dela, Constituiam uma pngérie socia pelos bi mm comum umu exist 10s, ¢ $6 partilhavam tera Gio dos negros ¢ dos mulatos i sociedade de classes. Ao que pare 120 Mle Ferme les se encontram as “Fontes de inéreia” que neutralizaram ou if uw. O tema ji atraiu, dada a sua import ram 0 empenho de classificagiio e de ascensiio sociais da gewte widade de nei, a eu ys estudiosos, Today dia dos hom tigadores, Em s Sdéficit negro”, ignorando’ ow dispensando limitada atengio as al imensa tr ns CegOU Os maioria, estes se empenharam em explicar is OU soe social’ titatives © qualitativas: dor colapso cauisas. psicoxsoe' ulturais. O presente capitulo petencle sanar essa lacur tratando em conjunto dos la “populagao 1. O “DEFICIT NEGRO” IS TENDENCIAS DE, CRESCI udas ante- NTO DEMOGRANICO upresent Flormes tel deste sé= /¢ se mantiveram no decurso do primeiro qu lo xx, reduzindo a significagiio da importincia relativa do elemen populace paulistan: 1 AS primeiras avaliagdes desse se que “o negro foi assin Paulo”, como ji do; depois, areecwra idéia de que“o negro no se adaptava ao planalte” ¢, por 0, suctimbia: na competigio com outros grupas étnicas. Os est meticulosos de S. 1. Lowrie puseram um paradeiro nessas especulagdes, demonstranda que € impossivel determinur com sejam os efcitas seletivos da escravi- ‘volume da transfe- lividuos previamente classificados "como de cor” para hietividade, em nossos din dio sobre a populagio negra ou mestiga, se réncia de ind fa categoria dos “brancos’? Lowrie niio nega a existéncia de um ala, processo letal; apenas assinala, com razdo, que ele nu _proporgées alarmantes qui » negativa estaria operando em condigdes to morosas que os Wea teve as the atribuiram de inte mA Seu ver, a A isteamngdo on st cunesee 127 omo am Gbitos ainda seriam representatives lagio" © qu *popul do que se poderia esperar’.! stra de toda a pop embora a imigragio tenha redurido.a porcentagem d io de cor”, cla 6, em todo o estado, “spenas pouco menor Hayeria pouco interesse em ressuscitar tais debates em nos: sos dias, se eles nao tivessem repercutido no "meio negro”, insti gando explicagdes mais profundas ¢ ao mesme te po inconformis lidade, © se eles. tas di re: o se referissem a algo essen cial para a lo “deficit stabeleceu entre ou ni o canter catastréfico, 0 chama uma express de ferro que se ‘ou do mulate © cdo social do negr pauperizagao. As con: digdes de anomia social nao s6 preservaram o nivel de pobrers inicial da populagao negra paulistana, Agravararn- continuam te, de virias maneiras, convertendo 0 pauperismo numa constante do estilo de vida do “negro cidlade © a pauperizagao no proceso de seu. ajustamento normal ao mundo urbano. Daf a cadeia de ferro, que prendeu negros ¢ mulatos no circulo vicioso gerado pela miséria ¢ aprisiona o homem a iveis de existéneia que se aviltam ne ¢ se degradam progressivamente, qualquer que seja a disposigio ou iamente, em sentido contririo, © esforgo empenhades, volu explica tato, em relago a0 Brasil n efeitos scletivos da situagao de ridional, foi proposta por Oliveira Viana ntidade da heranga biolégica, No seu entender, “a influéncia regressiva dos ativismos étnicos” seria responsi dos proviv cent termos da qu vel pelo amento negative dos mulatos ¢ pelo apareeimento de um qua dro demogrifico de nitida preponderineia biolégica do branco sobre 10 negro © os mestigos.* Embora se dechrando adversério da “doutr 1 da superioridade racial”, Alfredo Ellis Jr retoma essa linha interpretagio, “convencido de que 0 negro, mesmo educado, pent pode nivelar-se ao branco™’ Considerando as diferengas entre as nas de natalidade, de natimortalidade © de mortalidade de 1924 122 Flower Ferns }927, bem come os coeficientes de dbitos por tuberculose, leprae “inferioridade psicolégica” do negro edo imento de ambos do planalt ila zona sanitiria, em rela lis em 1929, conclui peli ¢ fatal pare uilato © que o dk jo total de melinicos estio tendo um deficit anual todo o Estado, de onde o prognéstico de \cdes sobre'a incielen- fendo em conta a popula 2 capital, penso que os 445.000 individuios c daquii a 40 ou 50 anos” As indi ja da tubereulose corroboram as afirmag: s dos principais Nideres movimentos sociais do “meio negro”, os quais sempre insis 15 conseqiiéneias desastrosas da mé alimentagio, da pro Je, dos hibitos anti-higiénicas e da falta de conforto na diminui- 10 da capacidadee de resisténcia do negro ¢ do mulato as moléstias lode Koch, Todavia, para se de- pica das eondigbes econd- mtagios seminar, conclusivamente, ilturais de existéncia do negro ¢ do mulato, no quaclro dessas doengas, bem camo pal \yuisigao de determinada moléstia contagiosa, seria preciso fazer m conta langos periodas e jicas, sociais © 1 presumir a propensiio deles vantamentos estatisticos que lev “sem svorecessem a focalizagao explicita rigorosa dos fatores sociocultu: 7 Alias, se con ‘mulatos" ¢ “negros" de popula- ais ou econdmicos, a serem testados abjetivament \cos Frontissemos individuos “bra ‘goes relati éneas, vertamos que hé ampla marge para especulagies inversas, fundadas na resistencia dos dois tiltimos ‘as condigdes desfavoniveis do tagiosas. Um bom sistema de referéncia en parece ser 0 levantamento do coronel Lobo da Silva, cujos resulta dos, env ver de alimentarem previsies catastroficas ~ mesmo quanto {0 sul do pais ~, sugerem que o “negeo" ¢ 0 “mulato” apresent ni es perfeltamiente normiais de aiceitagao & de rejeigio (Iemporiria ou definitiva) ao servigo militar’ Portanto, mente homo, mbiente, inclusive as moléstias con: is reflexdes: pivieo pa ind poca considerada, tudo nos aconselha & maior prudéneia possivel, Enquanto nio se fi AINIHGRACAO WO NKR 84 sOCHEMADE MH ELANSES 123) zerem investigagdes mais completas, ¢ melhor por de ‘ges extremadas. ou parciais, Se uma parte da “populagdo negra” da cidade suicumbiu a golpes to severos, outra se sobrepés, vitoriosa mente, is adversidades. Devemos nos empenhar, pelo menos, reter os dois ladlos da: questi, evitando presuncdes incomproviveis © até anticienttficas respeito da inferioridade “psicabiokégiea” ou “dlemogrifica” do negro ¢ do mulato paulistanos. A tendéncia do “brangueamento” da populagiio da cidade se acentuou ainda mais no inicio do século, As estatisticas mostrar a seguinte evolugiio do movimento imigeatério no estado de Sio Paulo até 1929." ilo as presun Nesse perfodo, as estatisticas registram as seguintes. dacos sobre a entrada de migrantes brasileiros no estado de So Paulos!” 124 Floresta Females Embora seja impossfvel estabclecer, mesmo aproximadamen- © mtimero de imigrantes que se fixaram na cidade, depois de inecer algum tempo no interior ou assim que chegaram, até o do primeiro quartel do século xx foram pequienas as alteragoes demogriticas, A populagde da cidade continuo a mentar com rapidez c, em grande parte, gragas aos eontingentes s tendénci: imigrantes europeus. Segundo certas estimativas, 30 demografica da cidade se aeentuara a tal ponto que em 1897 yeria na capital 2 italianos para 1 brasileiro.!" As correntes migni- rias interns, associadas aos deslocamentos de populagdes pau- € de populagies de outras estados, assumiram ‘ulatinamente maior vulto, No entante, as corentes migratérias 1¢ poderiam exercer maior influéncia na modificagiio da padréo composigdio demogrifica quanto a cor sé se int m, com facto ao estado de Sto Paulo, depois de 1925. Aué 1924, teriam rf procedentes de 's qdingliénios posteriores é que esse a europeiz- \s interiorar nsifi trado no estado somente 109.222 irias regives do pais; nos t ovimente iria sofeer radi fant Por conseguinte, embora os censos de 1910, 1920 © 1934 fossem omissos com referencia a cor, & de st presumir que o allu- go de correntes migratérias estrangciras, acrescidas agora de seus scendentes brasileiros, continuaria a ser o principal fator de in- sremento da populagio paulistana. Sé depois de 1935 esse quadro cria solrer alpumas modificagées ligeiras, na medida m que AWArenmAcda oe NPOKO 1s capital comegow a ser um foco de concentrag dk nais alojados na hospedaria de- imign » de migrantes pro codent regides do pafs./4 Entre as trabalhadores nacio: de 1935 4 1939, por exemplo, 62/% foram registrados como brancos, 18% como pardos © 20% como pretos,' proporgdes claramente diserepantes da com po pit 1948, comprovam qu te -Jo por cor da populacdo do estado de Sao Pauilo © de sua ca efetuada em 0 relativa 1.15 Nao obstante, os resultados de uma pesquis: c permedvel ao negro ¢ a0 mulato," prevalece nas fumflias migrantes di cic. egmento de popula te na estrutura muito mais préxima do padrio demogri 82,90% de braneos, 8,20% de pardos ¢ de ado (83,14% das pessoas das familias ¢ etior paulista st resultado se explica pelo predomini pessons do 4 82.49% dos alunos; de outros estados: 14,38% das pessoas: das familias © 14,66% dos alun das familias © 2,85 hente i cle outros pafses: 2.48% das pessoas dos alun. ). Se isolissemos os dados per 3 naturalidade dos pais vindos de estados cuja composi demogrifica por cor confere maior porcentagem ao ele te hegro ¢ mestigo, constatariamos que eles representam 20%, num total de 5.265 individuos.!* E proviivel que, a segmento diverso da. popula ng jerminaclos setores ocupacionais, 180 Se tomasse um, © paulistana (com por exemplo, nascidas.em maternidades mo Fee Lowrie tas, C4 m que preponderam os nordestinos), aS poreemtagens acusassem maior proporgio de ne gros ¢ de mulatos.#? O que import perfeitamente estabelecido, $6 no inicio do segundo quartel do século ¥ (c, particularmente, s6 depois de 1935) se delineia uma mudanga substancial no teor das correntes migratérias, que tem vindo para o interior do estado de Sto Paulo, para a sua capital ow refluido para esti, Dou ressaltar, para os fins desta andlise, porém, fica lado, me tualidade atente que 126 Mores Ferien 0 por cor dos diversos grupos mi discrepincias na composi importincia relativa de negros © mntes contribuem para diluir ge de uma *hornogencizaga ulatos, Ainda estamos lo mogritica 10 perfodo do desenvolvimento demogeifico da as trés primeiras déca- ompleta sociedade brasileira, quanto & cor” estrutura d lo que conce lade de Sao Paulo que ora nos interessa deduz-se dessas indicagies do 0 dee do século xx = qu o local se prende, acima de tudo, a0 Jemento de ee que os brancos prevalecem woes migrantes i luvo de popu maneira acentitada. As alteragdes recentes na composigio dos pos migratérios apenas se refletiram na diminuiigZio gradativa arau de preponderincia dos braneos. Em vista disso, principalmente no perfodo que vai até 1930, ais ou menos, & de se esperar como normal uma forte diminuic 5 na populagio 10 proporcional crescente de negros ¢ mula A questa grave, que se coloca, diz respeito & existén- wulistana cia ou niio de uma selegdo letal na populagho negra € mestiga da I. Infelizmente, nio se dispde de di rios que ornecam bases para uma andlize objetiva'é completa do:assunto. Os resultados do levantamento de Lobo da Silva, relativos fa 1922-1923, Sto Paulo. Apesar disso, ‘como constituem um bom ponto de referencia, eoni los dos censiti capil brangem 0 estado de ley em conta! ro So Paulo Brancos 17.246 (70%) 4.380 (82%) Mestigos 5.053 (20%) 657 (12 %) Pretos: 2.007 (8%). 314 (6%) ‘Caboclos ma 13 (0,2%) Total 5,364 Embora 0 contingente de examinandos seja pequeno eu pri pria populagio abrangi slobal normais.28 Ele priprio, utilizando © registeo de ébitos do Servigy Demogriico, apy senta uma distribuigio da populagiio do estado de Sio Paulo segundo a da seguinte mar ‘or, de 1921-1928, que pode ser resumidi, ‘quapro $ Distribuigao dos grupos de cor obtida pelos ino estado de $40 Paulo (1921-1928) corridos Dados Brutos % Brancos 624.208 83 Mulatos 63.746 9 Negros 57.127 a Amarelos 3.991 1 Lowrie estima tais resultados como, wtante razediveis”, pois fornecen um total de 16% de elementos de cor, acreditando que essa classificago “consubstanc deria obte » maximo de verdade que se po A populagaio do estado deveria ter 20% de negros « mulates, considerando-se os dados do recenseamento de 187. do movimento imigratéria; em seu entender, dada a redugie da is nga de 4 Quanto a Servigo Sani popula dite cor, operada pelo crusamento, % Umissivel uma idade de Sio Paulo, os registios de Gbitos do iv permitem estabelecer 0 seguinte quadro: 128 Floresta Fermumdey ‘QuADRO 6 Distribuigdo dos grupos de cor obtida pelos Obitos, nna cidade de $80 Paulo (1920-1928) i Dados Brutos % Brancos 100.947 BB Mulatos 7.105 6 Negros 7.050, 6 ‘Amarclos 296 - ‘Nido declarados 60 = eo mm Ieendentes, a relativa persisténcia do quadro demognifico caracteris- ico do fim do século x1, quando a concentragio de imigrantes euro: [peus cevolucionow a proporgio das cores na populagao pi Os dados dos censos de 1910, de 1920 © de 1934 indicam o listana ‘erescimento ripido constante da populagio da cidade, que pass TFespectivamente de 239,820 para $79.033 1.060.120 ha GContudo, nio se sabe ao certo qual teria sido o crescimento da po- ibitantes.2 pulagdo negra ¢ mulata da cidade nesse periodo. Samuel 1, Lowrie sugere «ui ‘entre 8%, 9% ¢ 12%.2 Se procurissemos aprovei proporgai de negros © mulatos escilou nesse periodo, ar essas estimativas s de crescimento de- nos ini fom base em progressdes calea mognifico da capital cm 1886-1893 ¢, pesteriormente, em 1940- 1950. seria possfvel presumir que os negros ¢ os mulatas deveriam representat, na populagdo total da capital, no minimo: 11% em 1910, 9% em 1920; © 8,50% em 1934, Se aceitarmos esis proporgdes aper Js para comarmes com pontos de referéncia, grosseinumente

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