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Organizadoras

Karla Cristina Silva Sousa

Maria do Carmo Alves da Cruz

Rosyane de Moraes Martins Dutra

Elisangela dos Santos Amorim

Valdenice Araújo Prazeres

E-BOOK
SÃO LUÍS

2019

O lugar do Estágio Supervisionado no Currículo das Licenciaturas E-book do VII Seminário de Estágio
Supervisionado do Curso de Pedagogia/ Organizadoras Karla Cristina Silva Sousa, Maria do Carmo Alves da
Cruz, Maria do Socorro Estrela Paixão, Marise Marçalina de Castro Silva Rosa; Raimunda Nonata da Silva
Machado. – São Luís: EDUFMA, 2018. I ISBN 978-85-7862-775-1
Copyright © 2019 by EDUFMA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

Profa. Dra. Nair Portela Coutinho


Reitora
Prof. Dr. Fernando Carvalho Silva
Vice-Reitor
Profa. Dra. Lindalva Martins Maia Maciel
Diretora do Centro de Ciências Sociais

EDITORA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO


Prof. Dr. Sanatiel de Jesus Pereira
Diretor
CONSELHO EDITORIAL
Prof. Dr. Jardel Oliveira Santos
Profa. Dra. Michele Goulart Massuchin
Prof. Dr. Jadir Machado Lessa
Profa. Dra. Francisca das Chagas Silva Lima
Bibliotecária Tatiana Cotrim Serra Freire
Profa. Dra. Maria Mary Ferreira
Profa. Dra. Raquel Gomes Noronha
Prof. Dr. Ítalo Domingos Santirocchi
Prof.Me. Cristiano Leonardo de Alan Kardec Capovilla Luz
COMISSÃO ORGANIZADORA
Profa. Ms. Francy Sousa Rabelo (DE I), Profa. Dra. Francimar Oliveira Miranda de Carvalho (DEII),
Profa. Dra. Joelma Reis Correia (DE I), Profa. Dra. Karla Cristina Silva Sousa (DE II), Profa. Ms.
Maria do Carmo Alves da Cruz (DE I), Profa. Dra. Maria do Socorro Estrela Paixão (DE I), Profa.
Dra. Marise Marçalina de Castro Silva Rosa (DE I), Profa. Dra. Sirlene Mota Pinheiro da Silva (DE I),
Profa. Ms. Rosyane de Morais Martins Dutra (DE I), Profa. Dra. Hilce Aguiar Melo (DE II), Profa.
Dra.Valdenice Araújo Prazeres (DE II), Profa. Dra. Verônica Lima Carneiro Moreira (DEII), Profa.
Dra. Raimunda Nonata Machado (DE II).
Projeto gráfico e diagramação
Karla Cristina Silva Sousa
Artes e identidade visual
Profa. Me. Gisele Reis Correia Saraiva – Departamento de Design – UFMA
Seminário de Estágio Supervisionado do Curso de Pedagogia (8.: 2019: São Luís, MA).

VIII Seminário de Estágio Supervisionado do Curso de Pedagogia [recurso eletrônico]: o


lugar do estágio supervisionado nas licenciaturas: a escola e os sistemas educacionais
como interlocutores / Organização: Karla Cristina Silva Sousa... [et al.]. — São Luís:
EDUFMA, 2019.

309 p.

Modo de acesso: World Wide Web

Demais Dados internacionais


colaboradores: Maria dode Carmo
catalogação
Alves na
da publicação
Cruz, Maria(CIP)
do Socorro Estrela
Paixão, Marise Marçalina de Castro Silva Rosa e Raimunda Nonata da Silva Machado.

O lugar do Estágio Supervisionado no Currículo das Licenciaturas E-book do VII Seminário de Estágio
Supervisionado do Curso de Pedagogia/ Organizadoras Karla Cristina Silva Sousa, Maria do Carmo Alves da
Cruz, Maria do Socorro Estrela Paixão, Marise Marçalina de Castro Silva Rosa; Raimunda Nonata da Silva
Machado. – São Luís: EDUFMA, 2019. I ISBN 978-85-7862-775-1
VIII SEMINÁRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO DO CURSO DE PEDAGOGIA
23 a 26/10/2018

COMISSÃO ORGANIZADORA

Profa. Dra. Francimar Oliveira Miranda de Carvalho (DEII)


Profa. Dra. Elisangela dos Santos Amorim
Profa. Dra. Joelma Reis Correia (DE I)
Profa. Dra. Karla Cristina Silva Sousa (DE II)
Profa. Ms. Maria do Carmo Alves da Cruz (DE I)
Profa. Dra. Maria do Socorro Estrela Paixão (DE I)
Profa. Dra. Maria José Albuquerque
Profa. Dra. Marise Marçalina de Castro Silva Rosa (DE I)
Profa. Dra. Sirlene Mota Pinheiro da Silva (DE I)
Profa. Ms. Rosyane de Morais Martins Dutra (DE I)
Profa. Dra. Hilce Aguiar Melo (DE II)
Profa. Dra.Valdenice Araújo Prazeres (DE II)
Profa. Dra. Verônica Lima Carneiro Moreira (DEII)

COMITÊ CIENTÍFICO

Acildo da Silva Leite (UFMA)


Ângelo Rodrigo Bianchinni (UFMA)
Antonio de Assis Cruz Nunes (UFMA)
Carlos José de Melo Moreira (UFMA)
Antonia Regina dos Santos Abreu Alves (UFPI)
Elisângela Santos de Amorim (UFMA)
Francimar Oliveira Miranda de Carvalho (UFMA)
Hilce Aguiar Melo (UFMA)
Joelma Reis Correia (UFMA)
Karla Cristina Silva Sousa (UFMA)
Lindalva Martins Maia Maciel (UFMA)
Maria do Socorro Estrela Paixão (UFMA)
Marise Marçalina de Castro Silva Rosa (UFMA)
Raimunda Nonata Machado (UFMA)
Cristina Cardoso de Araújo (UFMA)
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Supervisionado do Curso de Pedagogia/ Organizadoras Karla Cristina Silva Sousa, Maria do Carmo Alves da
Cruz, Maria do Socorro Estrela Paixão, Marise Marçalina de Castro Silva Rosa; Raimunda Nonata da Silva
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Edith Maria Batista Ferreira (UFMA)
Francy Sousa Rabelo (UFMA)
Maria do Carmo Alves da Cruz (UFMA)
Maria José Pires Barros Cardozo (UFMA)
Rosyane de Morais Martins Dutra (UFMA)
Sirlene Mota Pinheiro da Silva (UFMA)
Vanice Schossler Sbardelotto (UNIOESTE)

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Supervisionado do Curso de Pedagogia/ Organizadoras Karla Cristina Silva Sousa, Maria do Carmo Alves da
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Seminário de Estágio Supervisionado do Curso de Pedagogia de 23 a 26/10/2018

Agradecimentos

Aos chefes dos Departamentos de Educação I e II pelo apoio de logística;

À diretoria do Centro de Ciências Sociais pela concessão dos espaços;

Aos docentes do Comitê Científico pela realização da avaliação dos trabalhos aprovados;

Ao NEC pela concessão do Auditório Central para realização das Conferências;

Às docentes da Comissão Organizadora pela dedicação para que o evento acontecesse;

Ao alunos monitores que se empenharam para que tudo ocorresse da melhor forma possível.

Agradecemos.

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Seminário de Estágio Supervisionado do Curso de Pedagogia de 23 a 26/10/2018

Apresentação

O Estágio Supervisionado no Curso de Pedagogia da Universidade Federal do


Maranhão - UFMA vem se destacando e mobilizando coordenadores(as), professores(as),
supervisores(as) técnicos(as) estudantes e comunidade escolar em torno de uma possibilidade
real de interlocução desses agentes sociais no processo de formação de futuros(as)
professores(as).

Nessa perspectiva, alguns dispositivos têm sido criados para fortalecer os estágios
como componente curricular que vai promover por parte dos/as estagiários, a apropriação de
saberes e fazeres diferenciados. Dentre tais dispositivos destacam-se os Seminários, que,
desde o ano de 2005, têm se tornado uma importante atividade desenvolvida pelo Curso de
Pedagogia durante todo o semestre letivo.

Esse dispositivo integra o grupo de estagiários/as em torno de um momento


fundamental em sua formação: o estágio Supervisionado, além de possibilitar a unidade nas
práticas e o fortalecimento de uma concepção de estágio como pesquisa. Ademais, a
oportunidade de ouvir ex-estagiários/as narrarem experiências vividas durante o estágio faz
com que se estabeleça um momento de debate, de tirar dúvidas e de incentivo para irem a
campo mais seguros/as.

Os Seminários de Estágio têm como finalidade favorecer o momento de


apresentação de processos e experiências formadoras. Cada turma, com seus/as professores/as
formadores/as, se expressam por meio de linguagens diversas, fazem exposições de
fotografias, portfólios, apresentam comunicações, pôsteres, documentários, vídeos e
dramatizações. Além de promover discussão dos saberes construídos, dificuldades
vivenciadas, sugestões e melhoria da prática de ensino, o Seminário simboliza, também, um
momento de poesis de uma prática carregada de sentido e significação. É no Estágio
Supervisionado, que os/as futuros/as professores/as entram em contato com problemas reais
da prática, refletem sobre eles e fazem apropriações importantes sobre a profissão de
professor/a, construindo sua identidade docente.

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Com base nesses pressupostos temos realizado sistematicamente, desde 2005, o


Seminário de estágio Supervisionado do Curso de Pedagogia - SESUPED, que contempla
questões relacionadas ao desafio de garantir estágios articulados ao Projeto do Curso de
Pedagogia. Neste ano de 2018 teve como o tema "O Lugar do Estágio Supervisionado nas
Licenciaturas: A Escola e os Sistemas Educacionais como Interlocutores", o Curso de
Pedagogia irá para a sua VIII versão do SESUPED, na tentativa de dialogar também com os
demais cursos que têm responsabilidade na formação de futuros(as) professores(as).

O SESUPED contou com a apresentação de 12 pôsteres, 3 minicursos, 7 oficinas,


21 comunicações orais, 14 relatos de experiências, 4 mesas temáticas e 2 conferencias,
totalizando 63 trabalhos inscritos no evento. Ainda o SESUPED reuniu 256 participantes.
Desse modo, esses Anais apresentam e publicizam os artigos as comunicações orais e relatos
de experiência, bem como o resumo dos pôsteres socializados pelos autores durante suas
apresentações no evento. Acreditamos que o SESUPED continuará sendo um canal de
discussão e socialização das experiências vividas no âmbito do estágio supervisionado em
todas as licenciaturas da Universidade Federal do Maranhão, principalmente àquelas do Curso
de Pedagogia.

As organizadoras

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Supervisionado do Curso de Pedagogia/ Organizadoras Karla Cristina Silva Sousa, Maria do Carmo Alves da
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 9
2 EIXOS TEMÁTICOS ................................. 11
EIXO 1 – ESTÁGIO EM DOCÊNCIA ......................................... 13
SESSÃO DE COMUNICAÇÕES ORAIS .............. 14
SESSÃO DE PÔSTER ....................................... 83
SESSÃO DE RELATOS DE EXPERIÊNCIA ............................... 98
EIXO 3 – ESTÁGIO EM GESTÃO DE SISTEMAS EDUCACIONAIS E 121
INSTITUIÇÕES DE ENSINO .................
SESSÃO DE COMUNICAÇÕES ORAIS .................................................. 122
SESSÃO DE PÔSTER ......................................................................... 204

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1 INTRODUÇÃO

A formação de professores/as é um tema sempre muito discutido em nível


nacional quando se trata de educação, portanto, não envelhece, por ser recorrente, persistente
e, de certa forma, atravessar a história. Neste sentido, a Universidade, por ser responsável pela
formação inicial de futuros/as professores/as da Educação Básica, não pode ficar à margem
dessas discussões, uma vez que essa formação trará implicações para o trabalho desenvolvido
em sala de aula no que se refere ao aspecto qualidade do processo ensino aprendizagem.

O Estágio Supervisionado, como componente relevante do currículo dos cursos de


formação de professores/as, se configura como um momento singular para o/a aluno/a, por
possibilitar-lhe o contato direto com o seu futuro campo profissional, bem como vivenciar, de
forma intensa, o ensino, a pesquisa e a extensão.

Por ser considerado como de grande importância para a formação profissional, o


Estágio, em todas as instituições de ensino superior passa a ser subsidiado pela Lei Nacional
de Estágio de nº 11.788, de setembro de 2008, contribuindo significativamente para uma
concepção de Estágio para além da prática como imitação de modelos e como
instrumentalização técnica, à medida que o define no Artigo 1º, da referida Lei, como um “ato
educativo escolar supervisionado”, devendo, portanto, “ter acompanhamento efetivo pelo
professor orientador da instituição de ensino e por supervisor da parte concedente” como bem
retrata o Artigo 3º, em seu parágrafo 1º (BRASIL, 2008)

O Curso de Pedagogia da Universidade Federal do Maranhão – UFMA apresenta


em seu Projeto Curricular cinco estágios: Docência em Educação Infantil, Séries Iniciais do
Ensino Fundamental, Gestão e Organização da Educação Infantil e do Ensino Fundamental,
Gestão de Sistemas Educacionais e Instituições de Ensino Médio e Formação de Formadores.
Por reconhecer o papel imprescindível que cumpre o Estágio para a formação do/a futuro/a
pedagogo/a, este Curso vem desde o ano de 2005 realizando o Seminário de Estágio
Supervisionado - SESUPED, estando na sua VII edição. Além da participação dos/as
alunos/as e professores/as do Curso de Pedagogia, tem contado com a presença dos/as
profissionais da Educação Infantil, Séries Iniciais do Ensino Fundamental e Ensino Médio das
escolas da Rede Pública de São Luís e comunidade em geral.

Ressaltamos que, até o ano de 2008, os Seminários aconteciam no início e ao final


do semestre, no início com o objetivo de apresentar aos/as alunos/as a concepção de estágio
trabalhada no Curso, bem como fazê-los refletir e discutir sobre o seu futuro campo
profissional; ao final, com a finalidade de que os/as estagiários/as apresentassem o percurso
vivido durante o desenvolvimento do estágio.

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Seminário de Estágio Supervisionado do Curso de Pedagogia de 23 a 26/10/2018

A partir do segundo semestre do ano de 2008, em virtude de muitos/as


professores/as se afastarem para o Doutorado e estes/as serem substituídos/as por
professores/as contratados/as por curto período, os Seminários não tiveram continuidade e,
assim, o Curso de Pedagogia ficou até o ano de 2013 sem desenvolver esta atividade tão
necessária para à aprendizagem do/a aluno/a.

No segundo semestre do ano de 2014, com algumas mudanças que aconteceram


na Universidade, dentre elas a homologação da Resolução de Estágio, o Curso de Pedagogia,
através da Coordenação específica de Estágio, considerou importante voltar com os
Seminários, de modo a tornar as discussões que envolvem esse componente curricular mais
coletiva, a partir do envolvimento de alunos/as, supervisores/as docentes e técnicos e a
comunidade escolar como um todo.

Assim, o Seminário renasce no semestre 2014.2 com o tema “Estágio


Supervisionado e formação docente: reflexões e práticas”, cujo objetivo foi “discutir o sentido
e a importância do Estágio Supervisionado e a sua relação na formação do/a pedagogo/a”. No
ano de 2015, no primeiro semestre, realizamos o VI Seminário de Estágio do Curso de
Pedagogia, cujas discussões giraram em torno do tema: “Escola, espaço de ensinar e aprender:
contribuições do estágio supervisionado para a formação docente”, delineando como objetivo
“discutir as contribuições do Estágio Supervisionado para formação do/a pedagogo/a,
entendendo-o como ação de pesquisa e extensão e trazendo a escola como espaço de aprender
e ensinar”.

Nesses dois últimos seminários, tivemos a realização de Conferência proferida por


renomados/as professores/as pesquisadores/as da área, advindos/as de outras instituições de
ensino superior públicas do país, Mesas redondas e Oficinas, além de abrirmos um espaço
para a Comunicação Oral, em que os/as alunos/as com orientações de professores/as e
supervisores/as do estado tiveram a possibilidade de apresentar trabalhos, a partir de reflexões
e questionamentos gerados na escola campo de estágio, momento considerado de grande
aprendizado para os/as discentes, bem como para a formação do/a professor/a como
pesquisador/a e para enfatizar a perspectiva de Estágio, defendida pelo Curso de Pedagogia,
como pesquisa.

No período de 9 a 12 de janeiro do ano de 2018, realizamos o VIII SESUPED


com o tema “O lugar do Estágio Supervisionado no Currículo das Licenciaturas”, alargando,
assim, a possibilidade de interlocução com os(as) alunos(as) e professores(as) das demais
licenciaturas. Cujos objetivos foram:

 Promover a socialização das experiências vivenciadas no Estágio


Supervisionado;
 Refletir sobre as contribuições do Estágio Supervisionado para formação
do/a licenciado(a), entendendo-o como ação de pesquisa e extensão;

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 Aprofundar o diálogo entre os espaços escolares e não escolares e a


universidade como lócus de formação e construtoras de saberes.
 Compreender o Estágio Supervisionado como articulador da dimensão
teoria e prática.
Desse modo, entendemos o estágio como a possibilidade de proporcionar ao
futuro docente a articulação e tradução dos novos saberes adquiridos em novas práticas. Essa
formação proporciona o exercício da atividade docente, pois professorar não é uma atividade
burocrática, na qual se adquire conhecimentos e habilidades técnico-científicas. A natureza do
ato docente é construir e reconstruir seu saber-fazer cotidianamente. Em uma visão crítica
sobre o estágio. O E-book do SESUPED apresenta como se estruturou o evento a partir de
seus eixos temáticos, número de trabalhos aprovados e apresentados, com vistas a socializar a
produção acadêmica no âmbito do estágio que por muitas vezes fica silenciado e
negligenciado nos espaços formais da academia; para que possamos discutir essa área de
conhecimento como o fundamento mais antigo de formação nos cursos de licenciatura que
agrega o tripé ensino, pesquisa e extensão de forma sagaz como nenhum outro fundamento
talvez consiga.

2 EIXOS TEMÁTICOS
Objetivando facilitar a discussão e organização dos trabalhos apresentados no
evento, a comissão organizadora propôs cinco eixos temáticos interligados entre si que
pensaram sistematicamente o tema “O lugar do Estágio Supervisionado no Currículo das
Licenciaturas”, quais sejam:

Eixos Ementas Número de


trabalhos
1 Estágio em Docência: este eixo articula
estudos para o desenvolvimento profissional de 08 comunicações
professores de Educação Infantil e dos Anos 09 relatos
Iniciais, bem como para gestão do trabalho 05 pôsteres
docente, análise e compreensão de práticas 01 minicurso
educativas com crianças de 0 a 10 anos de 01 oficina

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idade, nos espaços escolares e não escolares.


2 Estágio em Formação de Formadores:
contempla estudos na área da formação 04 oficinas
continuada docente e as implicações na
produção do conhecimento. Apropriação e
mobilização de saberes docentes na relação
universidade e escola, nos espaços escolares e
não escolares.
3 Estágio em Gestão de Sistemas Educacionais
e Instituições de Ensino: visa aprofundar
conhecimentos relacionados ao processo de 07 comunicações
gestão em sistemas escolares, estabelecendo a 04 relatos
necessária relação teoria/prática, por meio da 01 pôster
identificação de problemas e proposição de 01 oficina
alternativas. Análise e reflexão sobre a gestão
da educação e da escola, compreendendo o
estudo dos diferentes instrumentos de gestão
existentes, nos espaços escolares e não
escolares.
4 Estágio e Diversidade: este eixo visa
aprofundar estudos nas seguintes relacionados
a: estágio e diversidade e a constituição de 02 comunicações
sabres para atuação docente. Diversidade e 02 pôsteres
cultura no âmbito escolar. Diversidade étnico 02 minicursos
racial. Diversidade e inclusão, especificidades 01 oficina
na prática docente, nos espaços escolares e não
escolares.
5 Estágio e as Licenciaturas: este eixo objetiva
socializar experiências formadoras dos estágios
nos cursos de licenciaturas de diferentes 03 comunicações
instituições de ensino superior do Maranhão. 02 pôsteres
Análise e reflexão acerca das implicações do
estágio na formação e na prática docente, nos
espaços escolares e não escolares.
Total 46
Trabalhos
apresentados

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Cruz, Maria do Socorro Estrela Paixão, Marise Marçalina de Castro Silva Rosa; Raimunda Nonata da Silva
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Dentre os trabalhos que compõem o E-book do evento estão apenas os pôsteres,


relatos e comunicações orais que foram revisados pelos autores conforme regras da carta de
aceite e posterior anuência do orientador (quando houver orientador) para a publicação do
material apresentado.

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Cruz, Maria do Socorro Estrela Paixão, Marise Marçalina de Castro Silva Rosa; Raimunda Nonata da Silva
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EIXO 1 – ESTÁGIO EM
DOCÊNCIA

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Cruz, Maria do Socorro Estrela Paixão, Marise Marçalina de Castro Silva Rosa; Raimunda Nonata da Silva
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SESSÃO DE COMUNICAÇÕES ORAIS

A APRENDIZAGEM DA DOCÊNCIA NO CONTEXTO DO ESTÁGIO NA


EDUCAÇÃO INFANTIL: UM OLHAR INVESTIGATIVO

Karla Raquel Lima Pereira1 –


UFMA/karlaraquellp@hotmail.com
Elisangela Santos de Amorim2 –
UFMA/lysamorim@yahoo.com.br

RESUMO

O presente artigo objetiva apresentar reflexões críticas acerca do estágio em docência na Educação Infantil em
uma escola municipal ludovicense. O Estágio se configurou como espaço de realização de um processo
investigativo de aprendizagem da docência por meio de atividades pedagógicas, desenvolvidas na escola. Para
tanto, fizemos uma pesquisa bibliográfica a partir de aportes teóricos como Ariès (1981), Ghedin (2015), Pinto
(2010) e Vygotsky (1998), e ainda, de documentos legais como as DCNEI´s, a LDBEN e a BNCC. Para a coleta
de informações utilizamos a técnica de observação participante e registro das observações no diário de campo.
Nessa perspectiva, o estágio na educação infantil propicia a compreensão de que ser docente é um ato político,
na medida em que tomamos decisões em prol do bem estar das crianças, e impõe responsabilidade para garantir
o desenvolvimento e a aprendizagem enquanto pessoas, que constroem teias de significações, a partir das
relações sociais estabelecidas.

Palavras-chave: Estágio. Docência. Educação Infantil.

1 INTRODUÇÃO

Na formação docente, o estágio é um campo que proporciona a práxis pedagógica, ou


seja, a articulação da teoria e da prática em um viés colaborativo, no que tange a ocorrência da

1
Licencianda do 6º período do Curso de Licenciatura Plena Pedagogia da Universidade Federal do Maranhão
2
Professora Doutora e Supervisora Docente da Universidade Federal do Maranhão
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troca de saberes, entre os conhecimentos científicos apreendidos na Universidade com os


agentes educacionais da instituição escolar (PIMENTA & LIMA, 2006)
É mediante o estágio, no Curso de Pedagogia, que existe a possibilidade de
investigarmos as problemáticas e as necessidades reais do espaço escolar para que, dessa
forma possamos refletir criticamente esses embates e, a própria prática para que não haja a
continuidade da cultura escolar que se desfaz dos conhecimentos adquiridos ao longo da
formação; logo, auxilia na construção da identidade docente-pesquisador (GHEDIN, 2015)
Salientamos também, que o campo de estágio na docência em Educação Infantil
ganha um destaque, por ser o primeiro contato que os acadêmicos têm com o espaço escolar e,
promove a aprendizagem na formação pelo diálogo construtivo com as crianças e com os
outros agentes escolares, auxiliando no equilíbrio entre os saberes acadêmicos com a prática
institucional. Além disso, esse estágio oportuniza o desenvolvimento da capacidade de
questionar a realidade escolar pelo uso da reflexão crítica pautada nos conhecimentos
acadêmicos.
Nesse sentido, o presente artigo objetiva apresentar reflexões críticas acerca do
estágio em docência na Educação Infantil numa escola municipal localizada em São Luís –
MA. O processo investigativo, através de atividades desenvolvidas na práxis pedagógica,
resultou na aprendizagem da docência. Para alcançar esse objetivo, utilizamos a técnica
metodológica de observação participante no campo-estágio, a partir da pesquisa exploratória
bibliográfica de abordagem qualitativa; ademais, este trabalho está organizado da seguinte
forma: Inicialmente, apresentamos as reflexões sobre o estágio em docência na educação
infantil; no segundo momento, descrevemos a investigação da docência no contexto escolar a
partir do processo de Observação Participante em sala de aula, para na sequência darmos
ênfase à aprendizagem da docência no cotidiano escolar por meio das experiências
pedagógicas vivenciadas e, por último, tecemos as considerações finais.

2 REFLEXÕES SOBRE O ESTÁGIO EM DOCÊNCIA À EDUCAÇÃO INFANTIL

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Quando pensamos em estágio em docência na educação infantil, é imprescindível


refletirmos acerca do que entendemos por estágio e, quais são, as concepções de educação
infantil, de infância, de criança, do brincar e de ensino-aprendizagem.
Diante disso, no início da caminhada do estágio, tivemos uma palestra sobre criança
e infância com uma professora da área, para refletirmos o papel do educador como mediador
do processo de apropriação do mundo pela criança e a relevância de propiciar experiências
significativas a elas. É indispensável, portanto, que a criança seja considerada partir de si
mesma, como sujeito histórico-social e ativo, dotado de necessidades e especificidades que
devem ser reconhecidas e valorizadas, de modo que produz cultura a partir das significações
que concebem nas experiências.
Corroboramos com o que afirma as Diretrizes Curriculares para Educação Infantil
(DCNEI, 2010), sobre a concepção de criança,

É um sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas


cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca,
imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e
constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura (BRASIL,
2010)

Mas para que a criança usufrua dos seus direitos é preciso proporcionar um ambiente
no qual consiga interagir de formas diferentes com seus pares, como a educação infantil, que,
segundo o art. 29. da LDBEN (nº 9.394/96), é a primeira etapa da educação básica, tem como
finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos
físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.
Além de ser dever do Estado oferecê-la de forma pública, gratuita e de qualidade.
No entanto, esse direito às crianças só foi reconhecido depois de muitos movimentos
e lutas sociais, empreendidas, principalmente por mães e mulheres. Portanto, a educação
infantil foi construída historicamente e requer práticas pedagógicas embasadas teoricamente e
com estratégias inovadoras, enfatizando a relevância entre o cuidar e o educar,
compreendendo o vinculo entre o cuidado e o processo educativo (BRASIL, 2018).

[17]
O lugar do Estágio Supervisionado no Currículo das Licenciaturas, E-book do VII Seminário de Estágio
Supervisionado do Curso de Pedagogia/ Organizadoras Karla Cristina Silva Sousa, Maria do Carmo Alves da
Cruz, Maria do Socorro Estrela Paixão, Marise Marçalina de Castro Silva Rosa; Raimunda Nonata da Silva
Machado. – São Luís: EDUFMA, 2019. I ISBN
Seminário de Estágio Supervisionado do Curso de Pedagogia de 23 a 26 de outubro de 2018

Tendo em vista esse processo histórico da educação infantil, a concepção de infância


foi sendo modificada ao longo do tempo, de acordo com o contexto que estava inserida.
Segundo Ariès (1981), a infância era confundida com a fase adulta e as crianças eram vistas
como miniadultas. Dessa forma, podemos ressaltar que, a infância é uma construção sócio-
histórica que deve ser reconhecida e valorizada em relação as suas especificidades, já que se
pode ter várias infâncias em um mesmo tempo e espaço.
É interessante também frisar que, nesse âmbito da educação infantil, as ações
pedagógicas devem levar em consideração os eixos norteadores como as interações e as
brincadeiras (BRASIL, 2010). O brincar é uma forma de interação, inerente ao ser humano,
podendo dar lugar a uma produção lúdica, em que a criança consegue reordenar os elementos
retirados da realidade e construir uma cultura “a partir dos significados que ela confere às suas
ações, nas relações que ela estabelece com o seu meio (LOPES, 2005, p. 35)”. Ademais que
as interações desenvolvem a fala interior e o pensamento reflexivo das crianças, assim como
propiciam o desenvolvimento do comportamento voluntário delas, conforme afirma
(Vygotsky, 1998).
A concepção de estágio esteve pautada em Pimenta & Lima, (2006) e Evandro
Ghedin (2015) que vem afirmando que o estágio com pesquisa é uma ferramenta essencial
para a superação da formação docente em que os problemas educacionais no espaço escolar
não são percebidos porque não se tem uma visão reflexiva-crítica desses embates.
Com isso, o docente-pesquisador se faz necessário para que a realidade escolar seja
vista a partir das suas reais demandas e, que as mesmas possam ser refletidas e enfrentadas.
Ademais, o estágio é o fazer ser do professor, ou seja, é através desse campo que a identidade
da docência vai se constituindo no viés da articulação entre teoria e prática.

3 INVESTIGAÇÃO DA DOCÊNCIA NO CONTEXTO ESCOLAR

A aprendizagem da docência é construída mediante um processo investigativo


indissociável da práxis pedagógica, requerendo bastante estudo e observação no lócus em que
se estará inserida, no caso, a escola. Em virtude disso, o Estágio em docência na Educação
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Infantil foi dividido em três momentos: o primeiro foram as discussões reflexivas acerca desse
assunto para fundamentarmos as aula de intervenção na escola, como já explicitado no tópico
anterior; a segunda, a observação participante no campo de Estágio; e a terceira, a
concretização das ações planejadas nesse campo através do Projeto de Trabalho. Dessa forma,
antes de debruçar sobre a Proposta de Trabalho intervencionista, é essencial explanar como
ocorreu o processo de observação participante no Campo de Estágio.

3.1 O processo de observação participante em sala de aula

Segundo Neto (apud MINAYO, 1994, p. 59), “a técnica de observação participante


se realiza através do contato direto do pesquisador com o fenômeno observado para obter
informações sobre a realidade dos atores sociais em seus próprios contextos”. Nesse sentido, a
observação participante é uma forma que permite o investigador, no caso, as estagiárias,
inserir-se no contexto dos sujeitos envolvidos, estabelecendo relações e perceber como
funciona o lócus em investigação e seus pontos positivos e negativos, sendo que os pontos
negativos, as problemáticas, são o centro do processo posterior, a etapa de intervenção.
A observação participante na escola, em questão, ocorreu pelo turno vespertino e foi
uma etapa na qual se pode conhecer, além do espaço da sala de aula, o seu funcionamento
cotidiano e pedagógico, sua estrutura física, os agentes escolares em sua totalidade, a regência
das professoras e as crianças.
Antes do contato direto com a escola, fomos convidadas para participar de uma
formação, destinada às professoras, realizada pela coordenadora da escola, e conhecermos os
embasamentos teóricos da proposta de trabalho da escola. Foi uma oportunidade de termos
um primeiro diálogo com os profissionais da escola e vivenciamos a dinâmica e o
planejamento de uma formação do município.
Em seguida, tivemos o primeiro contato com a escola-campo de estágio. Observamos
a existência de um espaço grande na sua entrada e nos seus fundos, contudo, são ambientes
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descobertos e insalubres, podendo ser prejudiciais às crianças. No seu interior tem uma
cantina, um refeitório, uma sala de coordenação, uma biblioteca, dois banheiros e 4 turmas em
funcionamento pelo turno vespertino. Esses lugares são pequenos e não são propícios a reunir
todos os profissionais da escola.
Em relação às salas de aula, algumas têm poluição visual, são calorentas e escuras,
dificultando a aprendizagem das crianças; já os banheiros são divididos, direcionados às
crianças e aos adultos, são adequados aos pequenos e divididos em meninos e meninas,
entretanto, muitas vezes, essa diferenciação do uso não é respeitada. Também é interessante
ressaltar que a biblioteca é um espaço refrigerado e comumente utilizado para reunir as
crianças no momento coletivo, já que o “destinado” (área em frente aos banheiros)
normalmente está impossibilitado pelas condições estruturais.
O que tange a rotina das crianças, que são em torno de 12, da creche, percebemos
que as crianças são recebidas pela professora da sala e ficam brincando livremente, depois
bebem água (quem não levar seu copo, compartilha o mesmo entre si) e são levadas ao
momento coletivo, em que todas as crianças da escola se reúnem e uma das professoras
dialogam e realiza uma contação de história.
No primeiro dia de observação em lócus, esse momento foi planejado por uma
docente, com uma postura adequada e tom de voz agradável, que consegue prender a atenção
das crianças e deixá-las participarem ativamente; todavia, no segundo dia, outra professora
estava responsável por esse momento e não conseguiu a atenção necessária das crianças,
sendo que, na maioria das vezes, tinha ajuda das demais colegas. Já, no último dia de
observação, o momento coletivo foi planejado direcionado aos dias das mães, em que foi
explicado a sua importância e as crianças cantaram uma música em homenagem a esse dia.
Com isso, podemos pontuar o quão é relevante que planejemos nossa ação pedagógica tendo
em vista a participação constante e ativa das crianças.
Quando retornam à sala de aula, a professora realiza a roda de conversa, onde faz a
chamadinha e inicia a atividade proposta para o dia, em seguida ocorre o momento da
higienização para o lanche, em conjunto, onde as crianças lavam as mãos com uma sabonete
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líquido e compartilham de uma mesma toalha. Posteriormente, sucede um recreio muito


longo, sem direcionamento e supervisão, ocasionando que as crianças brinquem até mesmo
onde não existe um saneamento adequado.
No decorrer desse processo, observamos, na creche, que as interações
professor/criança acontecem por intermédio de afetividade por parte da professora e pelas
atividades pedagógicas. No entanto, não notamos essa interação nos momentos do brincar, já
que neste, é perceptível que é a “hora do descanso” para elas, no sentido de não ter uma
intencionalidade e de se afastarem das crianças ao invés de dialogar e mediar o
desenvolvimento da imaginação infantil, que também ao nosso ver que está sendo afetado
consideravelmente. E as interações criança-criança eram mais vistas ao longo das brincadeiras
do que das atividades, posto que as mesmas eram desenvolvidas muito individualmente.
As atividades pedagógicas propostas eram realizadas de forma descontextualizada e
sem significação para as crianças, de forma que eram concluídas rapidamente, acarretando
uma ociosidade muito grande no resto do tempo, preenchido pelo “momento da massinha”.
Desse modo, podemos considerar que não se tem um planejamento da organização do tempo,
ademais do próprio espaço, haja vista que as cadeiras e as mesas, adequadas às crianças, eram
sistematizadas aleatoriamente; a divisão de um armário para as professoras dos dois turnos
causava uma desordem em relação aos materiais didáticos; e a disposição dos brinquedos,
livros infantis e da composição da sala de aula não eram organizados.
Diante dessas observações, destacamos também que a gestão da escola está muito
distanciadas do cotidiano da docência, uma vez que apenas a coordenadora se faz presente,
em vários momentos. Cabe pontuar também, que os aspectos como a estrutura física escolar,
que deixa muito a desejar, e as práticas pedagógicas não atrativas e sem significado para as
crianças, comprometem o seu desenvolvimento integral e sua aprendizagem. Em meio a isso,
o projeto de trabalho de intervenção foi escolhido com o propósito de atender algumas dessas
problemáticas, visando, principalmente, as ações pedagógicas.

4 A APRENDIZAGEM DA DOCÊNCIA NO COTIDIANO ESCOLAR

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O estágio na formação inicial docente é uma oportunidade dos futuros professores


atuarem diretamente na docência e começar a construir uma identidade profissional, visto que
a identidade é “(...) uma construção sócio-coletiva na qual a subjetividade se relaciona com a
própria profissão.” (FACCI, 2004 apud MONTEIRO, 2012, p. 50) e possui um caráter
dinâmico, em constante renovação a partir das relações sociais estabelecidas historicamente.
Nesse sentido, segundo Pinto (2010), a formação é um processo socio-histórico e constitui-se
em um ato político.
A docência ao longo do cotidiano escolar deve estar fundamentada em referenciais
teóricos e requer um planejamento como forma de direcionar a prática pedagógica. O
planejamento é um processo de tomada de decisões coletivas, de reflexão permanente, tendo
um caráter contínuo, intencional e sistematizado.
Partindo desses pressupostos, a nossa imersão à docência sucedeu no interior da
escola-campo, depois da etapa do processo de observação participante, mediante o Projeto de
Trabalho intitulado: “Projeto Água: Chuva de Saberes”, que será descrito detalhadamente a
seguir.

4.1 Experiências pedagógicas com o Projeto Água: Chuva de Saberes

O Projeto Água: Chuva de Saberes foi uma proposta de intervenção pedagógica que
surgiu a partir de diálogos com a coordenadora pedagógica e da realidade na qual a escola
está inserida, que enfrenta sérios problemas de abastecimento de água e falta de saneamento
básico. O projeto foi concretizado pelas estagiárias com o objetivo de conscientizar acerca da
importância de não desperdiçar a água, em razão de ser um elemento vital, regulando o seu
uso e relacionando-a à higienização do seu corpo e do meio ambiente.
As discussões acerca do tema foram iniciadas no final da última observação
participante, a partir dos aspectos positivos e das problemáticas encontradas no cotidiano
escolar. O planejamento das atividades para o primeiro dia de intervenção aconteceu no
decorrer da semana, de forma coletiva, com a supervisora docente e todas as estagiárias. Nele,
foram apresentadas algumas propostas relacionadas ao momento coletivo e para as
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brincadeiras no horário do recreio (como forma de otimização de tempo e desenvolvimento


corporal das crianças), bem como ideias atrativas para auxiliar a interação com e entre as
crianças e efetivar aprendizagem ao longo das intervenções.
Dentre as ideias, ficou decidido pela confecção de um mascote, que foi batizado pelo
nome de Chuvisco, feito de feltre, com a finalidade das crianças o levarem para casa e, ficou
ainda decidido que seria construído um Diário do Chuvisco pelas próprias crianças para que,
as mesmas, pudessem registrar com o auxílio da família, os momentos vivenciados com ele,
vinculados, principalmente, à água, para, por fim, a socialização em sala de aula. Para a
abertura do Projeto foi produzido um painel com o propósito de cada encontro ele ir sendo
preenchido com os resultados das atividades concretizadas pelas crianças.
Além disso, cabe destacar que, as atividades desenvolvidas nas intervenções foram
frutos de discussões coletivas e registradas em forma de sequências didáticas, baseadas nos
campos de experiências da BNCC: o eu, o outro e o nós; corpo, gestos e movimentos; traços,
sons, cores e formas; oralidade e escrita; espaços, tempos, quantidades; relações e
transformações.
Nesse sentido, as intervenções na escola-campo foram realizadas em cinco dias.
Trabalhamos com diversas temáticas acerca da importância e uso da água no meio social e
conscientização do meio ambiente. Com o Projeto Água: Chuva de Saberes foram realizados
diálogos e dinâmicas junto às crianças, com apresentação de vídeos e reflexões que
permitiram uma participação ativa de todas elas.
Em sala de aula era aproveitado esse momento coletivo e ampliado através
proporcionando momentos de exploração do ambiente e brincadeiras, de acordo com as
necessidades apresentadas pelas crianças nas observações participantes e no decorrer das
próprias intervenções. As brincadeiras estavam atreladas às descobertas das potencialidades
do próprio corpo, ao equilíbrio, à lateralidade, às noções espaciais e ao resgate de músicas
infantis, ademais da conexão com outras áreas de conhecimento.
Já as atividades desenvolvidas foram: produções de desenhos para a confecção do
Diário do Chuvisco; jogo de memória com imagens que representavam o uso cotidiano da
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água; pintura mágica: carimbando as mãos, já que umas das principais dificuldades das
crianças consistiam em (re) conhecer as cores; esquema corporal no qual as crianças puderam
desenhar o corpo do colega, proporcionando o trabalho com a coordenação motora, o
conhecimento das partes do corpo, lateralidade e equilíbrio; jogos de encaixe para o
desenvolvimento motor, bem como da criatividade e equilíbrio; correspondência de
identificação entre os animais domésticos por meio de vídeo e quebra-cabeças como forma de
proporcionar o reconhecimento desses animais. Também trabalhamos com a chamadinha,
cujo propósito era para que as crianças tivessem contato direto com a escrita do seu nome.
Aliado a isso, vale ressaltar que no último dia de intervenção propiciamos às crianças
um momento de enriquecimento cultural acerca de uma das principais manifestações culturais
maranhense mediante a contação do livro infantil A lenda do bumba meu boi de João Rabelô.
Em seguida, com o objetivo de desenvolver a imaginação e a criatividade, as crianças
confeccionaram o bumba meu boi com materiais recicláveis.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estágio em docência na educação infantil impulsionou a articulação entre a teoria


apropriada da Universidade com a prática vivenciada nesse processo. Em outras palavras, ele
não ocorre sem a práxis pedagógica. Ademais da relevância que é em fundi-lo com a
pesquisa, já que, dessa forma, é possível e intervir em situações-problemas da escola-campo, a
partir de um viés reflexivo-crítico. É essencial investigar a realidade escolar da educação
infantil para que não haja a reprodução da cultura escolar que se desfaz do arcabouço de
conhecimentos científicos e permanece com ações sem intencionalidades e
descontextualizadas.
Além disso, o estágio com pesquisa oportuniza que no decorrer do processo de
observação participante encontremos as necessidades reais da escola, como sucedeu com a
escola-campo que trata esse artigo. Esse processo foi de suma importância para a etapa de
intervenção do Projeto de Trabalho, uma vez que possibilitou tanto conhecer o funcionamento
da escola e seus agentes como participar das atividades desenvolvidas pelas professoras em
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sala de aula, agregando experiências enriquecedoras no sentido de refletirmos com criticidade


sobre elas.
Já as práticas intervencionista com o Projeto Água:Chuva de Saberes propiciou o
contato direto com a docência no cotidiano escolar e seus envoltos, além de possibilitar nossa
inserção em sala de aula, com as crianças. Participamos ativamente do processo de
planejamento, bem como em registrá-lo, através das sequências didáticas.
Esse percurso no estágio nos fez perceber que ser docente é um ato político, na
medida em que, tomamos decisões em prol do bem estar das crianças, e impõe
responsabilidade para garantir o desenvolvimento e a aprendizagem enquanto pessoas que
constroem teias de significações, a partir das relações sociais estabelecidas.

REFERÊNCIAS

ARIÉS, Philippe. História social da criança e da família. – 2.ed. – Rio de Janeiro: LTC,
1981.

BRASIL. Ministério da Educação. Base nacional comum curricular. Brasília: MEC, 2018.

_______. Ministério da Educação. Secretária de Educação Básica. Diretrizes curriculares


nacionais para a educação infantil. Brasília: MEC, SEB, 2010.

_______. CÂMARA DOS DEPUTADOS. LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação


Nacional: Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional. 9 ed. Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2017.

GHEDIN, Evandro. Contextualização do problema da formação docente na perspectiva do


estágio com pesquisa. IN:______________. Estágio com pesquisa. São Paulo:Cortez, 2015.

LOPES, Karina Rizek et al. Coleção Proinfantil: modulo II – unidade 7. Brasília: MEC.
Secretaria de Educação Básica. Secretaria de Educação a Distância, 2005.

MINAYO, Maria Cecília de Souza et al. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. –
Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.

MONTEIRO, Karla Bianca Freitas de Souza. Implicações da formação na práxis pedagógica


de professores de educação infantil. IN: NASCIMENTO, Ilma Vieira do; TÉOFILO, Maria da
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Cruz, Maria do Socorro Estrela Paixão, Marise Marçalina de Castro Silva Rosa; Raimunda Nonata da Silva
Machado. – São Luís: EDUFMA, 2019. I ISBN
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Penha et al. Proinfantil e sua iinterface com a formação continuada de professores:


recortes de uma experiência no Maranhão. São Luís: EDUFMA, 2012. p. 47-63.

PIMENTA, Selma Garrido; LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e docência: diferentes
concepções. Revista Poiesis. v.3, n. 3 e 4, p. 5-24, 2005/2006.

PINTO, Maria das Graças Gonçalves . O lugar da prática pedagógica e dos saberes docentes
na formação de professores. Revista Maringá, v. 32, n. 1, p. 111-117, 2010.

VIGOTSKI, Lev Semenovich. A formação social da mente: o desenvolvimento dos


processos psicológicos superiores. – 6ª ed. – São Paulo: Martins Fonte, 1998.

A FORMAÇÃO DO PROFESSOR NO CONTEXTO DO ESTÁGIO EM DOCÊNCIA


NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Maria Cristina da Cruz Barreto Neta3 – UFMA
Elisângela Santos de Amorim4 - UFMA

RESUMO

Este artigo tem por objetivo discutir a importância do Estágio no curso de graduação de Pedagogia da
Universidade Federal do Maranhão, destacando o seu papel na construção da identidade docente no campo
educacional. Desta forma, neste artigo evidenciamos as experiências na Educação Infantil numa escola pública
municipal, localizada nas proximidades do Rio Anil, em São Luís- MA. Utiliza-se como aporte teórico, autores
como Pimenta (2006), Smith (1999), Ghedin (2015), Nunes (2013), Vygotsky (1987). O enfoque metodológico
adotado foi o qualitativo, com o uso da técnica para coleta de dados, a observação participante e o registro em
diário de campo. Como resultado apontamos o Estágio como uma ferramenta primordial para a construção do
ser/tornar-se professor no exercício da docência, despertando um olhar investigativo e práticas colaborativas no
contexto das experiências.

Três palavras-chave: Estágio – Educação Infantil – Experiência

INTRODUÇÃO

3
Licencianda do 6º período de Pedagogia da Universidade Federal do Maranhão.
4
Professora doutora e Supervisora Docente da Universidade Federal do Maranhão.
[26]
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O presente artigo resulta da experiência construída no Estágio Curricular, do curso de


Pedagogia da Universidade Federal do Maranhão, no semestre 2018.1, tendo por objetivo
discutir a importância do Estágio e o seu papel na construção da identidade docente no campo
educacional.
O Estágio é um dos principais instrumentos de concretização da práxis pedagógica,
visto que proporciona a articulação entre teoria e prática, simultaneamente, a partir de um viés
colaborativo, que media a troca de conhecimentos construídos na Universidade e na
Instituição escolar de forma a despertar o professor-pesquisador no exercício da docência.

Dessa forma, sabendo que a teoria são estudos da prática em um contexto real e
situado, o Estágio em docência na Educação Infantil possibilitou uma investigação do espaço
escolar a partir das observações participantes, permitindo a análise, construção e
ressignificação das práticas institucionais e da ação docente. Nesse sentido, consideramos o
Estágio Curricular na Educação Infantil como um momento rico e importante ao permitir, em
muitos casos, o primeiro contato com o exercício da docência oportunizando vivências e
práticas pedagógicas.

O objetivo deste trabalho é destacar o processo investigativo da construção da


identidade docente, por meio das experiências no Estágio em docência na Educação Infantil,
respaldado por referenciais teórico como Pimenta (2006), Smith (1999), Ghedin (2015),
Nunes (2013), Vygotsky (1987). O artigo estruturou-se da seguinte forma: Inicialmente será
apresentado as concepções norteadoras do Estágio em Docência na Educação Infantil; no
segundo momento faremos a caracterização do campo de Estágio; posteriormente
apresentaremos as primeiras observações para depois destacar a nossa inserção como
professora no campo de Estágio, e por fim, faremos as considerações finais.

1. CONCEPÇÕES NORTEADORAS DO ESTÁGIO EM DOCÊNCIA NA


EDUCAÇÃO INFANTIL

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É fato que historicamente criou-se um imaginário que distancia teoria e prática, ainda
mais quando se estuda o que não se vivencia. Alguns autores ao analisar essa problemática
enfatizam que, o estágio sempre foi identificado como parte prática dos cursos de formação de
profissionais em geral, em contraposição à teoria. (PIMENTA & LIMA, 2004, p.6). Todavia,
transcendendo essa dicotomia, inexistente, entre teoria e prática, uma vez que ambas estão
imbricadas e uma parte do estudo da outra, respectivamente, o Estágio Curricular é um forte
instrumento que permite confrontar, compreender, viver, ressignificar e construir identidades
docentes no campo educacional, a partir de uma intervenção colaborativa. Para tanto, ao
analisarmos o Estágio na Educação Infantil, é imprescindível, compreender a concepção da
infância, Educação Infantil e o papel do educador.
Historicamente sempre existiu criança, mas nem sempre existiu infância, uma vez
que a categoria da infância foi socialmente construída, a fim de desconstruir a ideia do adulto
em miniatura que não concebe a criança como um sujeito produtor de cultura em constante
construção, inserido socialmente a partir da sua atividade inerente, o brincar. Nesse sentido,
para que o direito da infância seja vivido em plenitude, inicialmente criou-se as Instituições
escolares para cuidar e garantir que a infância fosse vivida. Ademais o papel social da escola é
redimensionar os conhecimentos do senso comum em conhecimentos científico.
Dessa forma, no Brasil foi promulgado a Constituição de 1998 e a Lei de Diretrizes e
Base da Educação 9394/96 para definir a Educação Infantil como um direito da criança de 0 a
5 anos de idade e como parte integrante do sistema educacional, constituindo a primeira etapa
da Educação Básica, composta, também, pelo Ensino Fundamental e Médio.
Contudo, quem são as crianças que têm direito à Educação Infantil? O Ministério da
Educação explicita que:
A Educação Infantil é um direito humano e social de todas as crianças até cinco anos
de idade, sem distinção alguma decorrente de origem geográfica, caracteres do
fenótipo (cor da pele, trações de rosto e cabelo), da etnia, nacionalidade, sexo, de
deficiência física ou mental, nível socioeconômico ou classe social. Também não
está atrelada á situação dos pais, nem ao nível de instrução, religião, opinião política
ou orientação sexual. (BRASIL, 2013)

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Logo, a Educação Infantil deve atender de forma igualitária e de qualidade sem


distinções o público infantil entre as idades mencionadas. Quanto ao educador, o seu papel
consiste em mediar o processo de apropriação dos conhecimentos produzidos pela
humanidade e possibilitar que as crianças, sujeitos ativos, apropriem-se e construam novos
conhecimentos a partir de experiências significativas. Contudo, é preciso refletir qual a
intencionalidade do processo de ensino-aprendizagem de forma a analisar criticamente sua
finalidade educativa, desafiando-se a reconstruir, sempre que necessário, a reprodução vigente
sem transformação social.
Com isso, é relevante que o professor compreenda que o Nível da Educação Infantil
está estruturado a partir de dois eixos norteadores, interações e brincadeiras, para que o
desenvolvimento de sua prática pedagógica seja de forma significativa, sistemática, objetiva,
política e igualitária para o pleno uso do direito à educação por partes das mesmas,
desenvincilhando o espontaneísmo, assistencialismo exacerbado e o cuidado como prioridade
nesse processo que é, acima de tudo, educativo (BRASIL, 2010).
A LDBEN (9394/96) afirma que para que haja o pleno uso do direito da etapa da
Educação Básica, é necessário ter como finalidade o desenvolvimento integral da criança de
até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando
a ação da família e da comunidade de forma que o cenário da sala de aula precisa permitir que
a criança possa se expressar, emitir opiniões, movimentar-se, viver desafios, brincadeiras,
experimentos, construir e trocar conhecimento.
Ademais, fundamentados no Caderno de Orientações Curriculares para a Educação
Infantil, salientamos a necessidade da aprendizagem possibilitar:
Socialização e convivência harmoniosamente com outras crianças reconhecendo sua
identidade, seus limites e possibilidades. Ampliando sua autonomia a partir da
experimentação e utilização dos recursos de que dispõe, expressando suas
necessidades, interesses e emoções.

Pensando nessas problemáticas a professora Elisângela nos convidou ao debate


mediando reflexões sobre a necessidade de possibilitar experiências dinâmicas nesse processo
a partir de discussões que permearam toda a disciplina e a nossa construção da identidade

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Supervisionado do Curso de Pedagogia/ Organizadoras Karla Cristina Silva Sousa, Maria do Carmo Alves da
Cruz, Maria do Socorro Estrela Paixão, Marise Marçalina de Castro Silva Rosa; Raimunda Nonata da Silva
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docente. Para isso, desenvolvemos um trabalho colaborativo envolvendo os sujeitos da


comunidade escolar em um espaço comunicativo de modo a mobilizá-los nas intervenções, a
partir das interações entre os participantes do processo de ensino-aprendizagem.
Inicialmente, reconhecemos os saberes, rotinas e o cotidiano da escola articulado ao
Programa da disciplina e o Cronograma de Estágio, sempre, enfatizando a necessidade do
olhar investigativo para intervenção na cultura escolar vigente.

1.1 CARACTERIZAÇÕES DO CAMPO DE ESTÁGIO

A escola municipal campo de estágio está localizada no Estado do Maranhão na


cidade de São Luís no bairro Ipase de baixo, socialmente reconhecido como área em situação
de vulnerabilidade social nas proximidades do Rio Anil. A Instituição atende ao público da
Educação Infantil e é composta por 24 funcionários, sendo eles a Gestora, Secretaria,
Coordenadora, Professores, Cuidadores, Merendeira, Serviços Gerais, Porteiro e Vigia. Esses
dados e o que seguem foram concedidos pela gestora em um questionário diagnóstico.
De acordo com nossas constatações a infraestrutura da escola é precária e
preocupante, a qualquer momento com uma chuva forte o telhado pode cair, as salas são
pequenas, sem fiação elétrica, e, portanto, ao entardecer ficam escuras, e, em alguns casos o
ventilador funciona, mas não alcança toda a turma, por ser “direcionado” aos professores. No
entanto, ao responder o questionário a coordenadora mencionou uma sala arejada e iluminada,
mas, infelizmente, não é o que presenciamos em sala de aula, às 16 horas algumas salas
escurecem e impossibilitam a construção do conhecimento.
A Instituição distribui sua jornada de trabalho, em dois turnos, e, organiza o seu
espaço em refeitório, cozinha, quatro salas de aula que atendem a Creche, Infantil I e II, sala
de vídeo, diretoria e banheiro para as crianças e funcionários. Em geral, um espaço muito
reduzido e mal utilizado, uma vez que a escola tem uma área grande, mas muito mal
estruturada, poderia ser melhor aproveitada, porém no fundo da escola, no pátio em que as
crianças brincam, passa um esgoto que prolifera doenças.

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Os banheiros são pequenos, sem luzes e sem encanação adequada, porém “acessível”
na medida do possível. A cantina é um espaço pequeno, “arranjado” com quatro mesas
médias e algumas cadeiras pequenas, pensadas, acredito, para facilitar a socialização no
horário do intervalo. A sala de vídeo é utilizada como uma biblioteca, mas não possui muitos
livros a disposição, é um espaço que permite encontros e reencontros, intitulado como
“Momento Coletivo”, organizado por rodizio de professoras, pensado para todas as crianças
da escola proporcionando rodas de conversas e experiências em grupos.

2. AS PRIMEIRAS APROXIMAÇÕES

“Os olhos não veem nada. A única função é colher a informação visual na forma de
raios de luz e transformá-la em impulsos de energia nervosa que viajam ao longo
dos milhões de fibras do nervo em direção ao cérebro. O que vemos é a
interpretação desse acúmulo de impulsos nervosos.” (Smith 1999, apud Correia
2013, p. 229)

Eu diria, ainda mais, o nosso olhar é um ato intencionalizado e influenciado por


experiências, leituras prévias e condições sociais. A nossa interpretação nunca é neutra, ainda
que inconsciente, vemos o que nos foi condicionado a ver. Nesse sentido, deixo claro que
vimos e refletimos criticamente, a partir da nossa interpretação como agentes ativos desse
processo, em constante construção.
Os dias 09 e 23 de abril de 2018 foram as nossas primeiras impressões da escola
campo de estágio, especificamente da turma do Infantil I, com 14 crianças. Nesses dois dias
de observações pudemos perceber o quanto o discurso nem sempre corresponde à prática,
visto que, no dia 7 de abril fomos convidados para participar da formação de professores da
escola pela nossa orientadora, a fim de evitarmos possíveis rejeições e antecipar o encontro
com as professoras. Nesse dia, o encontro foi ministrado pela coordenadora, dessa forma à
medida que foram acontecendo as discussões, sobre os temas da formação, fomos
identificando os discursos e uma, particularmente, chamou-nos atenção pela sua formação e
experiência com o Ensino Médio, estando a pouco tempo construindo vivências com a
Educação Infantil.
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Nessa formação de sábado as professoras mostraram um comprometimento com a


docência, planejamento, avaliação e experiências que possibilitavam construir conhecimentos.
E percebemos de início o envolvimento com o “Momento Coletivo” realizado todas as
segundas e quartas-feiras direcionadas a contação de histórias, conversas temáticas acerca de
algum projeto de trabalho na escola.
O primeiro Momento Coletivo, do dia 09 de abril, uma criança nos chamou atenção
ao falar, após a leitura do livro “Não é uma caixa” da Antoinette Portis, que não tinha magia
(imaginação), e aquilo nos deixou inquietos, porque todos os seres humanos são capazes de
criar e recriar o real, então nos indagamos: como descontruir esse pensamento e mediar à
experiência com a “magia”?
Para Vygotsky (1998) a experiência com o meio ambiente, com sua complexidade,
tradições e influência estimula o processo criativo, visto que a atividade criadora está
intimamente relacionada com a variedade de experiência acumulada pelo o homem, portanto,
na criança essa atividade, inerente, é uma forma de apropriação do mundo e criação da cultura
infantil, a partir da construção e transformação do real. Nesse sentido a professora desafiou a
criança e possibilitou o experimento da magia, por meio de uma caixa de papelão ao estimular
o uso da imaginação para transformá-la em um novo brinquedo.
Logo, após, fomos à sala, infelizmente, não fomos apresentados à turma, mas
observamos todo o percurso da aula. A professora é dedicada, tem potencial e muita
criatividade nas interações com as crianças. Ao desenvolver a atividade acerca da história do
índio, desconstruiu o estereotipo do índio da época da colonização, relacionando essa temática
com o ensino da Língua Materna, por meio da utilização de fotos de indígenas, em que a
professora, solicitava que os alunos pudessem descrever o que viam, enquanto ela escrevia em
baixo da foto, sempre dando ênfase que “aquilo que falamos, podemos escrever”.

No decorrer das nossas observações percebemos alguns fatores da comunidade


escolar e, dentre eles, podemos citar algumas atividades que já foram mencionadas como:
contação de história, cantigas de roda em classe, combinados e algumas questões sociais,

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como uso da água na escola e ao entorno dela. Dessa forma, a escola propôs alguns temas
para desenvolvermos o Projeto de trabalho, sugerindo várias temáticas e dentre elas, água.
O Projeto Chuva de Saberes iniciou em sala, a partir das discussões que nortearam
nossa prática acerca da elaboração e sua importância, através de confrontos com os teóricos e
debates mediados pela Professora Elisângela. Articulado a ele as observações-participante,
tornaram-se intencionalizadas, claras e significativas no contexto de dentro e fora da sala de
aula, visto que foi possível analisar a luz da fundamentação o exercício da docência para a
nossa construção do ser/ tornar-se professor- investigativo.
Logo, escolhemos o tema água para o Projeto de Trabalho, em vista da situação real
do uso, necessidade de conscientização e proximidade da escola com o Rio Anil, uma vez que
Projeto de trabalho deve surgir de uma necessidade e não virar um Projeto de vida
desenvolvido repetidas vezes, já que o mesmo refere-se a um conjunto de atividades
direcionadas à concepção de determinados objetivos com ação imediata, especifica e real,
portanto, o tema escolhido tem significado e contexto autêntico (PADILHA, 2001).

3. A INSERÇÃO COMO PROFESSORA NO CAMPO DE ESTÁGIO


O Projeto de trabalho foi elaborado a partir de discussões e confrontos acerca do
tema Água, percorremos uma trajetória minuciosa no que diz respeito à colaboração e
significação para as crianças, como também para a Instituição. Nesse sentido, no dia 30 de
abril de 2018 nos reunimos na Universidade para planejar, aprender e socializar algumas
ideias sobre o tema.
A partir das nossas observações e interação com a cultura escolar da escola campo de
estágio, verificamos que as professoras a priori “comprometidas” com o planejamento,
interações, vivências e avaliações, perderam-se no caminho, uma vez que percebemos
exatamente a ausência desses instrumentos. Muito nos inquietou o fato de como planejar, se
não sabemos onde estamos, no caso das crianças, qual o nível de desenvolvimento de cada
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uma, nos diferentes campos de experiência (BNCC). Não ficou claro como é percebida a
necessidade da criança e muito menos como dar o segundo passo para mediar as dificuldades
sem planejamento, já que segundo (Martinez e Lahore , 1977 apud Padilha, pg. 11):
Planejar é um processo de previsão de necessidades e racionalização de emprego dos
meios materiais e dos recursos humanos disponíveis, a fim de alcançar objetivos
concretos, em prazos determinados e em etapas definidas, a partir do conhecimento
e avaliação científica da situação original”.

Concordamos com alguns aspectos mencionados pelos autores acima, mas é


necessário redimensioná-los, ainda mais, tratando-se de Educação, já que é um campo
dinâmico, influenciado por aspectos sociais, políticos, econômicos e globais. Não podemos
transpor alcançar os objetivos em prazos determinados se o Planejamento escolar é flexível e
vivo, e, portanto, não é algo rigidamente definido, no entanto a avaliação científica da
situação original é um instrumento imprescindível no processo educativo, uma vez que
possibilita identificar um meio de avaliar, pesquisar e caracterizar as circunstâncias reais.
As nossas intervenções em sala foram desenvolvidas nos dias 21 de Maio, 04, 09, 18
e 25 de Junho em parceria com a Instituição e familiares. As nossas colaborações foram
atividades dentro e fora da sala de aula, iniciando, sempre, com o “Momento Coletivo”, em
seguida, atividades em sala, e, logo após, brincadeiras supervisionadas, no pátio no momento
do intervalo. Os familiares se empenharam com as anotações no diário do mascote Chuvisco,
já que a criança sorteada levava o mascote para casa e, ao final do dia precisavam registrar
com desenhos e/ou escritas suas vivências com à agua.
A nossa primeira intervenção teve a finalidade de conscientizar acerca da
importância da água como um elemento vital para a vida de forma e ampliar o uso da
linguagem oral e escrita. Foi realizada uma atividade para estabelecer vínculos entre os peixes
de água salgada e água doce, por meio de diálogos, vivências e interações sociais. A priori, as
crianças não se sentiram bem com a nossa presença, ainda mais porque a professora titular
não nos apresentou para a turma, éramos estranhos invadindo os lugares significados e
pertencente a elas.

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Nessa aula, fizemos algumas experiências em sala com o uso da água destacando sua
utilidade, cor, sabor e cheiro, por meio da experiência com o próprio elemento natural,
pretendendo desenvolver situações que permitem a construção da criança, conforme o DCNEI
define,
Sujeito histórico e de direitos, que, nas interações, relações e práticas cotidianas que
vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja,
aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza
e a sociedade, produzindo cultura. (BRASIL, 2009)

Nesse sentido, percebemos nas crianças um comportamento interessado e ansioso por


descobrir e viver novas experiências. Nos dias das intervenções desenvolvemos brincadeiras
no pátio no momento do intervalo, as brincadeiras pensadas, foram percebidas conforme a
necessidade já identificada no desenvolvimento das crianças, logo, por um diagnóstico prévio
apresentamos a amarelinha feita de bambolê colorido, em vista da necessidade de trabalhar a
numeração, equilíbrio, lateralidade e as cores, que ainda não são reconhecidos por todos;
Trilha do futebol, para potenciar a lateralidade, disciplina ao obedecer as regras da
brincadeira, lateralidade e equilíbrio ao chutar a bola, mas infelizmente, as crianças não
conseguiram desenvolver o percurso até chegar a linha do gol, apenas queriam chutar a bola;
boliche para desenvolver a concentração e a relação entre quantidade e números; corre cutia
para apresentar as cantigas de rodas, desenvolver agilidade e atenção; e a cantiga escravo de
Jó com elástico para desenvolvermos conceitos em relação ao que está dentro, fora e ao lado
para desenvolver agilidade e equilíbrio.
As crianças gostaram muito de todas as brincadeiras, além do mais, conforme a
BNCC, conseguimos perceber:
A interação durante o brincar caracterizando o cotidiano da infância, trazendo
consigo muitas aprendizagens e potenciais para o desenvolvimento integral das
crianças. Ao observar as interações e a brincadeira entre as crianças e delas com os
adultos, é possível identificar, por exemplo, a expressão dos afetos, a mediação das
frustrações, a resolução de conflitos e a regulação das emoções. (BRASIL,2009)

No último dia de intervenção a culminância do projeto finalizou com a construção


dos formativos para expor no mural da escola e, em seguida, fizemos um lanche partilhado,
organizadora pela professora supervisora que trouxe bolos, cachorro-quente, refrigerante e
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pipoca. Conversamos com as crianças sobre a finalização da intervenção, agradecendo sua


colaboração nessa construção do ser/tornar-se professor-investigativo.

CONCLUSÃO

Realizar esse Estágio foi de grande importância para minha formação docente, por
ter sido o meu primeiro contato direto com o contexto da sala de aula, permitindo conviver e
experimentar o exercício da docência.
É no percurso do Estágio que damos os primeiros passos para construção da
identidade do ser/tornar-se professor a partir da interação com a comunidade escolar que nos
impulsiona a investigar esse processo em vista de olhares esperançosos por transformação,
pois a comunidade foi o ponto de partida para o trabalho universitário e deve ser o ponto de
chegada da atuação e colaboração para formação docente.
Entendo que participar da construção das atividades e conhecer a realidade da escola
pública, fez-me compreender a responsabilidade e a necessidade da relação direta
Universidade-Escola, para vivenciarmos de perto problemas tão estudados, e, às vezes, até
incabíveis, mas que são realidades no campo educacional do Brasil inteiro. A educação é uma
causa da qual todos nós devemos abraçar e encarar mesmo sem recursos, reconhecimento e
valorização. No entanto, ainda assim tem que haver compromisso com lutas que almejam
transformação social.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. Base nacional comum curricular. Brasília: MEC, 2018.

_______. CÂMARA DOS DEPUTADOS. LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação


Nacional: Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional. 9 ed. Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2017.

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GHEDIN, Evandro. Contextualização do problema da formação docente na perspectiva do


estágio com pesquisa. IN:______________. Estágio com pesquisa. São Paulo:Cortez, 2015.

NUNES, Antônio de Assis Cruz...[et. al], Organizadores.__São Luís : EDUFMA,2013.

SMITH, Frank. Leitura significativa. Trad. Beatriz Afonso Neves. Porto Alegre: Artmed,
1999.
PADILHA, Paulo Roberto. Planejamento dialógico: como construir o projeto plítico-
pedagógico da escola. 7 ed. São Paulo: Cortez, 2007.

PIMENTA, Selma Garrido Lima; LUCENA, Maria Socorro. Estágio e docência: diferentes
concepções. Revista Poíesis, 2006.

SCHAPPER, Ilka Santos. A imaginação e o desenvolvimento Infantil. Educ. foco, Juiz de


Fora, v. 13, n. 2, p. 157-169, set 2008/fev 2009.

_______. Ministério da Educação. Secretária de Educação Básica. Diretrizes curriculares


nacionais para a educação infantil. Brasília: MEC, SEB, 2010.

VYGOTSKY, L. S. Imaginación y el arte na infância. Cidade do México, Hispânicas, 1987


[original de 1930].

A MÚSICA COMO RECURSO PEDAGÓGICO NAS AULAS DE MATEMÁTICA NA


EDUCAÇÃO INFANTIL

Isabela de Cássia Costa Vieira


Faculdade Pitágoras do Maranhão
isajofra28@gmail.com

RESUMO

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Oriundo das vivencias e observações durante o Estágio Supervisionado em Educação Infantil do curso de
Pedagogia de uma faculdade particular de São Luís – MA este artigo relata uma proposta pedagógica de
matemática para a educação infantil em que se utilizou a música como recurso pedagógico para o aprendizado da
disciplina. A ideia de se utilizar a música nas aulas de matemática deu-se no decorrer do estágio visto a presença
constante da música no cotidiano da instituição e o prazer que as crianças sentiam ao entra em contato com a
música. Além disso, buscou-se no período de regência do estágio proporcionar as crianças aulas dinâmicas, que
despertassem o interesse das mesmas, principalmente na disciplina de matemática visto que muitas vezes o
conceito que se tem da mesma é de mecânico e sem conexão como o cotidiano.

Palavras-chave: Matemática. Música. Estágio Supervisionado.

INTRODUÇÃO
Uma importante ferramenta no processo de ensino e aprendizagem dos graduandos
dos cursos de licenciaturas, o Estágio Supervisionado é indispensável na formação docente e
tem por finalidade preparar o profissional para enfrentar os desafios e possibilidades
existentes em sua carreira. Os estudantes do curso de Pedagogia no período do estágio tem a
oportunidade de adentra os espaços educativos e entrar em contato com as práticas
pedagógicas que fazem parte do cotidiano do docente e assim relacionar a teoria adquirida em
sala de aula com a prática encontrada no contexto escolar.
Desse modo, o aprendizado teórico é mais eficiente quando proporcionado juntamente
com a prática. O período do estágio oportuniza ao estagiário a compreensão dos conceitos
apresentados nas aulas teóricas. Por isso, este momento tão essencial para a formação docente
deve ser vivenciado com comprometimento, dedicação e responsabilidade pelo graduando.
Para muitos graduandos o Estágio Supervisionado é o primeiro contato com seu futuro campo
profissional. Esta experiência possibilita uma aprendizagem significativa ao estagiário, que ao
ser discutido com os seus colegas de curso oportuniza uma reflexão crítica que ajudará na
construção da sua identidade profissional.
Visto a influência que a música exercer na vida do sujeito adotou-se a sua utilização
nas práticas pedagógicas no momento de regência do Estágio Supervisionado com o intuito de
proporcionar aulas de matemáticas diferenciadas e que ajudassem na desconstrução do
pensamento que se tem desta disciplina. Para Loureiro (2003) a música favorece no processo

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de aprendizagem por se tornar um material riquíssimo que auxilia a prática pedagógica do


docente.
Atrelada às observações do Estágio realizou-se uma pesquisa bibliográfica, para
compreender os benefícios e possibilidades que a utilização da música traz para o processo de
aprendizagem que forneceu o suporte teórico no desenvolvimento do planejamento didático
que relacionou a música com o conteúdo matemático e dessa forma proporcionar um
aprendizado significativo para a criança.

A MÚSICA NA ESCOLA

Presente em diversas atividades do cotidiano da pessoa a música também é muito


utilizada nas instituições de educação infantil. A música é uma maneira lúdica de apresentar
os conteúdos para as crianças, além disso, ela motiva a concentração, a curiosidade e a
descontração. Ao propor uma atividade que envolve a musicalização o professor estimula
movimentos que auxiliam na organização do pensamento, favorece a cooperação e
comunicação.
No processo de ensino e aprendizagem na educação infantil é necessário promover o
bem estar da criança de forma que ela se desenvolva fisicamente, emocionalmente e
socialmente. O uso de atividades lúdicas é extremamente importante nessa faixa etária, visto
que a criança constrói os seus conhecimentos rapidamente. É função do professor saber o
momento de inserir a música nas suas práticas pedagógicas. Para Godoi (2009) “a música tem
relação com a percepção e sensibilidade do professor em perceber como esta pode ajudar em
sala”.
Segundo Loureiro (2003) a música por se tratar de uma linguagem universal que
independe da cultura expressa sensações, pensamentos e emoções que favorece no processo
de aprendizagem e se torna um material riquíssimo que auxilia a prática pedagógica do
professor. Além disso, a música de acordo com Costa e Valle (1969) “auxilia particularmente
a coordenação motora”. (1969, p. 13)

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No contexto escolar a música é capaz de estimular os educandos e também permiti


que o docente perceba o desinteresse dos mesmos durante as aulas. Joly (2003, p.118) explica
que “a música é capaz de observar as necessidades de seus alunos e identificar, dentro de uma
programação de atividades musicais, aquelas que realmente poderão suprir as necessidades de
formação desses alunos.” Portanto, no contexto escolar o uso da música não foca somente em
momentos de descontração para as crianças.
Ao utilizar a música em suas práticas pedagógicas o professor favorece o acesso a
diversas manifestações culturais que ajudarão na construção da identidade da criança além de
desenvolver habilidades interpessoais. Por isso, quando se fala em música na escola não se
objetiva a formação musical é sim de se buscar recursos metodológicos que possam vim a
contribuir com o desenvolvimento da criança de maneira lúdica.

A MÚSICA NAS AULAS DE MATEMÁTICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Durante o período de observação foi possível perceber o quando a música esta


presente no contexto escolar, principalmente nas instituições de educação infantil, na turma
onde vivenciei o meu Estágio Supervisionado a música era utilizada em vários momentos
como; para iniciar as atividades, na hora do lanche, na hora do parquinho, na hora de ir para
casa e nos momentos de agitação da sala.
Apesar da grande preocupação da docente com o desenvolvimento das crianças o uso
da música pela mesma ocorre de forma mecânica e repetitiva de forma que não se percebeu a
musica como um recurso pedagógico. Para Ferreira (2002, p.13) “a principal vantagem que
obtemos ao utilizar a música para nos auxiliar no ensino de uma determinada disciplina é a
abertura, poderíamos dizer assim, de um segundo caminho comunicativo que não o verbal –
mais comumente utilizado”.
Dessa forma, ao reconhecer a importância de práticas pedagógicas que desperte o
interesse e a participação do aluno no seu processo de ensino e aprendizagem no momento de

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intervenção do Estágio Supervisionado adotou-se a música como ferramenta pedagógica nas


aulas de matemáticas. Pois segundo Brito (2003) ao utilizar a música:
O educador poderá trabalhar a música na comunicação, expressão, facilitando a
aprendizagem, tornando o ensino mais agradável. [...] trabalhar a música nas áreas
da educação: na comunicação, expressão, facilitadora a aprendizagem de forma mais
agradável. (2003, p. 54)

Na primeira atividade realizada utilizou-se a música “A roda do ônibus” de Xuxa


associada ao conteúdo de formas geométricas, visto que esse era o conteúdo que estava sendo
trabalhado pela docente. No primeiro momento ouviu-se a música junto com as crianças, em
seguida ensinou-se a coreografia da mesma. Logo após se afixou um cartaz com o desenho do
ônibus no mural da sala, trabalhando as formas geométricas encontradas no desenho em que
se pediu para cada criança apontar no desenho uma determinada forma geométrica. Para
finalizar a atividade realizou-se um caça tesouro ao som da música que tinha como objetivo a
procura pelas crianças de objetos que possuíssem formas geométricas na sala.
Para a segunda atividade pediu-se que as crianças imitassem os sons contidos na
canção, logo após apresentou desenhos relacionados com a letra música pedindo que as
crianças identificassem as formas geométricas das gravuras. Em seguida cantou-se a música
com as crianças visando trabalhar a oralidade das mesmas, pois segundo Brito (2003) está é
uma das finalidades do uso da música no contexto escolar.
Como última atividade propõe-se o jogo Twister, confeccionado com T.N.T e E.V.A
que cotinha as formas geométricas em fileiras. A realização iniciou com a divisão da sala em
grupos em que cada qual escolheu uma forma geométrica e se posicionou a frente da mesma.
Ao som da música A Roda do ônibus, as crianças começavam a dançar imitando os
movimentos propostos na canção, assim que a música parava uma criança jogava o dado
colorido, a criança que estava na forma geométrica correspondente à cor podia avança uma
casa e assim repetidamente. A ideia do jogo não era proporcionar um ganhador e sim que
ocorresse a interação da música com o conteúdo apresentado.
Observou-se no decorrer de todas as atividades a participação constante e de forma
ativa das crianças na realização das mesmas. A empolgação das crianças e o respeito para
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com ao próximo nas atividades coletivas foram fatores importantes a ser avaliados na
utilização da música como recurso pedagógico. De acordo com Ferreira (2002, p.24) “a
música na escola serve para dar vida ao ambiente escolar e favorecer a socialização dos
alunos, além de despertar neles a criação e recreação”. No decorrer da atividade ficou nítido
para nós o quanto as palavras da autora são verdadeiras.
Dessa forma, percebeu-se o quanto o uso da música como ferramenta pedagógica
pode contribuir para o processo de ensino e aprendizagem das crianças, independente do
conteúdo ou disciplina ao qual se relacione a mesma. Portanto podemos concluir que a música
no contexto escolar não se trata de distrair ou forma profissões musicais e sim de uma
metodologia viável para o desenvolvimento integral da criança.

CONCLUSÃO

O período do Estágio Supervisionado para os graduandos do curso de Pedagogia é


uma excelente oportunidade de relacionar a teoria com a prática, sendo, portanto uma
oportunidade para o mesmo de desenvolver suas práticas pedagógicas de forma que possa vim
contribuir para o desenvolvimento integral do seu aluno. Para muitos discentes o Estágio é o
primeiro contato com seu futuro campo de atuação por isso deve ser vivenciado com
responsabilidade pelos mesmos.
Quando se trata do contexto escolar da educação infantil o pedagogo precisa está
atento às necessidades e especificidades de cada criança, visto que o desenvolvimento não
acontece igualmente para todos. Desta forma é essencial que o professor conhecer os aspectos
relevantes de seus alunos para então buscar desenvolver práticas pedagógicas que auxiliem no
processo de ensino e aprendizagem da criança.
A preocupação em oferecer e favorecer um aprendizado significativo para as crianças
foram as responsáveis pela necessidade de se buscar práticas pedagógicas que
proporcionassem a interação das mesmas com o conteúdo de forma ativa e lúdica. A escolha

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O lugar do Estágio Supervisionado no Currículo das Licenciaturas, E-book do VII Seminário de Estágio
Supervisionado do Curso de Pedagogia/ Organizadoras Karla Cristina Silva Sousa, Maria do Carmo Alves da
Cruz, Maria do Socorro Estrela Paixão, Marise Marçalina de Castro Silva Rosa; Raimunda Nonata da Silva
Machado. – São Luís: EDUFMA, 2019. I ISBN
Seminário de Estágio Supervisionado do Curso de Pedagogia de 23 a 26 de outubro de 2018

da disciplina se deu na intenção de mostrar que a música pode se relacionar com qualquer
conteúdo e disciplina.
A ideia era proporcionar situações educativas na qual a criança pudesse se vê como o
sujeito do seu aprendizado e não somente como um receptor de conteúdo. Para Kramer e
Leite (1996) “toda proposta contem uma aposta”. Por isso apostou-se em relacionar a música
ao conteúdo formas geométrica da disciplina de matemática, de forma dinâmica e criativa e
sabendo que a música contribuir na construção de habilidades importantes para o
desenvolvimento da criança.
Sabendo que a música desenvolve nos alunos a sensibilidade, criatividade, senso
crítico, o respeito ao próximo e autoestima, além de proporcionar prazer e distração, podemos
perceber no decorrer das atividades realizadas o quanto a utilização da música nas aulas de
matemáticas contribui para a construção do aprendizado dos alunos, portanto, pode-se
compreender de que forma a música pode se inserida no contexto escolar que veio
caracterizá-la como um recurso pedagógico.

REFERÊNCIAS

BRITO, Teca Alencar de. Música na educação infantil. São Paulo: Peirópolis, 2003.

COSTA, N. M. da; DEL VALLE, E. A. Música na escola primária. Rio de Janeiro: Jose
Olympio, 1969.

FERREIRA, Martins. Como usar a música na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2002.

GODOI, Luis Rodrigo. A importância da música na Educação Infantil. Trabalho de


Conclusão de curso. Londrina, UEL, 2009. Disponivel em:<https://goo.gl/3nceEv> acesso em
25 de jul de 2018.

JOLLY, Ilza Zenker Leme. A musicalização infantil na formação do professor: uma


experiência no curso de pedagogia da UFSCar. Série Fundamentos da Educação Musical.
Salvador, n. 4, p.115-125, out. 2003.

LOUREIRO, Alícia Maria Almeida. O ensino de música na escola fundamental. Campinas:


Papirus, 2003.
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Supervisionado do Curso de Pedagogia/ Organizadoras Karla Cristina Silva Sousa, Maria do Carmo Alves da
Cruz, Maria do Socorro Estrela Paixão, Marise Marçalina de Castro Silva Rosa; Raimunda Nonata da Silva
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KRAMER, Sonia e LEITE, Maria Isabel (orgs.). Infância: Fios e desafios da pesquisa.
Campinas: Papirus, 1996
ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA DOCÊNCIA: DESAFIOS NA BUSCA DE
GRANDES POSSIBILIDADES

Rute da Silva Lopes


Faculdade Pitágoras do Maranhão
rutedasilvalopesd@gmail.com

RESUMO

O presente trabalho apresenta algumas reflexões acerca do estágio curricular na graduação da docência e seu
importante papel na formação pratica dos alunos. O estágio supervisionado caracteriza-se como componente
formativo com foco em inserir o graduando na realidade do exercício da profissão docente. No entanto, é através
das observações e acompanhamento das atividades que o aluno poderá perceber situações reais de como
acontece o trabalho pedagógico em sala de aula. Estas experiências poderão lhe auxiliar em suas práticas futuras,
lhe agregando saberes para sua atuação docente. Para que o objetivo principal deste estudo fosse alcançado foi
aplicado a pesquisa qualitativa descritiva do tipo revisão literária. Com a finalidade de esclarecer sobre os
desafios, rotinas e dificuldades do profissional da educação, realizou-se diversas buscas em livros do acervo da
instituição de ensino, bem como buscas bibliográficas em sites, artigos, revistas eletrônicas e leis nacionais.
O estágio curricular na docência é um importante momento para o aperfeiçoamento de habilidades que o aluno
levará consigo durante toda sua vida profissional, aliás este certamente deverá ser seu primeiro contato com as
atividades a serem desenvolvidas no seu futuro campo de trabalho. Este é um momento de descobertas de novos
saberes, com a finalidade de desenvolver no estudante do curso de licenciatura não somente a compreensão das
teorias estudadas em sala de aula, mas também a vivencia de como este individuo fará sua aplicabilidade,
refletindo sobre a prática que se inicia neste novo ciclo. Este é ainda um momento rico de aprendizagem no qual
o estagiário tem a oportunidade de integrar seu conhecimento ao meio social, cultural, profissional e didático-
pedagógico, ou seja, é o complemento para o processo formal de ensino do vínculo entre teoria e pratica. Para
que haja uma materialização satisfatória durante o estágio é essencial que o aluno observe, interaja e compartilhe
experiências no cotidiano escolar.
É a partir do estágio que o aluno é capaz de encarar e perceber as possíveis dificuldades, desafios, possibilidades
e responsabilidade acerca do seu futuro cotidiano, aprendendo a lidar com diversas situações diárias,
conseguindo atingir seu objetivo maior que é a promoção da aprendizagem.
No curso de Pedagogia especificamente, normalmente o estágio acontece em três etapas, sendo elas: na educação
infantil, setores que envolvem a coordenação pedagógica e por fim os anos iniciais do ensino fundamental. Cada
etapa acontece durante 100(cem) horas, totalizando 300(trezentas) horas de estagio obrigatório. Para o melhor
aproveitamento desse processo de construção de saber, é importante que a instituição de ensino que recebe este
graduando disponibilize de um supervisor de campo, que possa o acompanhar, orientar, sanar dúvidas e guiar o
aluno para a prática experimental, objetivando seu crescimento na ação pedagógica. Geralmente quando o aluno
graduando chega a escola campo do estágio acontece um estranhamento ou um impacto ao se deparar com o
desconhecido. Pois, a teoria que foi estudada em sala de aula muitas vezes é bem diferente da convivência diária
que acontece no ambiente escolar. Aliás é bem comum ouvirmos falar que a teoria é bem diferente da pratica.
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Para que esse susto ou estranhamento seja minimizado, é importante o auxílio do professor supervisor de campo
para evitar confrontos internos ou até mesmo desistências. O supervisor assumirá, no entanto, o papel de
auxiliador tendo em vista o desenvolvimento docente do aluno graduando e a satisfação e aprendizado de seus
alunos.
Este trabalho tem como objetivo esclarecer algumas dificuldades, desafios e obstáculos encontrados pelo aluno
graduando frente ao estágio supervisionado durante a graduação. Estabelecendo relações sociais e pessoais que
lhe permitirão conhecer, analisar e refletir sobre seu futuro ambiente de trabalho, sendo possível este imaginar
como se dará essa pratica. Para que esse processo de familiarização aconteça de forma plena, é muito importante
que o aluno esteja munido das teorias que possivelmente estudou e aprendeu durante seu curso de graduação,
enfrentando a realidade, fazendo reflexões a partir de observações, de experiências vivenciadas ao longo dos
estudos realizados, das concepções que carrega sobre o que é ensinar e aprender. Essas teorias lhe
proporcionarão embasamento teórico cientifico para a compreensão de comportamentos que serão vivenciados
na atuação docente. O estágio é o momento de apropriação do real sentido de que não há teoria sem pratica, bem
como, não há pratica sem teoria, ambas se completam e proporcionam ao aluno experiências que jamais este
poderia vivenciar em sala de aula na graduação. É o momento em que os conhecimentos, as ideias e os projetos
de um graduando finalmente poderão ser colocados em pratica a partir de uma metodologia, buscando envolver
alunos com didáticas diferenciadas, afim de priorizar o crescimento e apoderar os alunos de saber.
Um dos fatores fundamentais da existência do estágio supervisionado é estabelecer ao aluno os ensaios
necessários para sua atuação no campo profissional e prepará-lo para o mercado de trabalho em suas amplas
exigências de qualificação, vivencias e experiências. Cabe ressaltar que o indivíduo com grande bagagem teórica
de pouco se tem sem a pratica docente, sem o contato com alunos, nem com vivencias reais do que é uma
instituição de ensino da educação básica, sem entendimento acerca da coordenação pedagógica e os processos
que lhe cercam e experimentos comportamentais de crianças que no amanhã serão os objetos de estudos e
aplicação de seus ensinamentos.

Palavras-chave: Estágio. Pratica Pedagógica. Professores da Educação.

INTRODUÇÃO
O estágio, importante momento de aperfeiçoamento e aquisição de experiencias
docentes, ampliação de relevantes conhecimentos e fase de apropriação de diversas praticas é
o momento ou espaço que complementa o curso de graduação. A primeira Lei do estágio, n°
6.494, de 07 de dezembro de 1977, revogada pela Lei n° 11.788, de 25 de setembro de 2008,
define o estágio em seu artigo 1° como:

O ato educativo escolar supervisionado no ambiente de trabalho, que visa à


preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando o
ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de
ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na
modalidade profissional da educação de jovens e adultos (BRASIL, 2008).

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Para todo curso de graduação é essencial que haja o momento do estagio para a
preparação do graduando não somente para a vida profissional, como também para sua vida
pessoal e social.
O Estágio Curricular Supervisionado, peça indispensável para a completa formação de
professores nos cursos de licenciatura é um processo de aprendizagem imprescindível a um
profissional que deseja se preparar para os desafios de sua carreira e deve acontecer durante
todo o curso de formação acadêmica. Este é o espaço onde o os graduandos são incentivados a
conhecerem ambientes educativos entrando em contato com a realidade sociocultural da
população e da instituição de ensino. Esta instituição geralmente é de Educação Básica,
podendo ser expandida também para outras modalidades de ensino como a Educação de
Jovens e Adultos – EJA.
Segundo PIMENTA, (1997):
“O estágio supervisionado torna-se imprescindível no processo de formação
docente, pois oferece condições aos futuros educadores, em específico aos
estudantes da graduação, uma relação próxima com o ambiente que envolve o
cotidiano de um professor e, a partir desta experiência os acadêmicos começarão a
se compreenderem como futuros professores, pela primeira vez encarando o desafio
de conviver, falar e ouvir, com linguagens e saberes distintos do seu meio, mais
acessível à criança. (PIMENTA, 1997)

O competitivo mercado de trabalho exige cada vez mais de profissionais experientes,


com um diferencial e disponibilidade para o constante aprimoramento de competências,
habilidades e vontade de aprender, crescer, conhecer e saber mais. O estágio supervisionado é
a oportunidade de aquisição das iniciais experiencias e saberes que acompanharão o aluno por
toda sua jornada profissional, pessoal e social. É nesse momento em que o estudante terá a
oportunidade de assimilar as teorias estudadas em sala de aula com a pratica vivenciada na
instituição de ensino. Alias, não há teoria se pratica, tampouco pratica sem teoria, ambas estão
intrinsicamente relacionadas e associadas.
É muito importante que o futuro professor da licenciatura, em especifico do curso de
Pedagogia, compreenda que o estagio é uma porta para o aprendizado, para o
desenvolvimento e para a posse de saberes. Sendo indispensável a sua participação e

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integração durante todo o processo. Cabe ao graduando o interesse em interagir com seu
supervisor, sendo assim visto como sujeito ativo e participativo do método de busca e
adequação do saber.
Assim sendo, este novo professor será capaz de entender que a sua atuação refletirá na
sua futura ação pedagógica, estabelecendo possibilidades para que seu aluno também seja um
agente participativo na construção do saber. Ou seja, o graduando fará uma remodelagem da
prática na qual foi protagonista participativo, dando espaço a novos indivíduos com bagagens
de conhecimentos específicos. A pesar de todas as dificuldades e desafios o estagio é visto
como a chave para início o desenvolvimento, como a aplicação de habilidades antes não
testadas.

ESTAGIO NA DOCENCIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES

O estágio faz-se necessário para a completa formação do indivíduo que busca


fundamentar sua pratica docente em princípios científicos capazes de transformar sua ação
pedagógica. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN nº 9394/96, art. 61, §
único) corrobora esse aspecto, reafirmando que é fundamental:

I – a presença de sólida formação básica, que propicie o conhecimento dos


fundamentos científicos e sociais de suas competências de trabalho. II – a associação
entre teorias e práticas, mediante estágios supervisionados e capacitação em serviço
(BRASIL, 1996).
O curso de Pedagogia com carga horaria total 3.200 horas deverá obrigatoriamente
contemplar em sua grade curricular o estágio supervisionado abrangendo diferentes áreas,
pois segundo a Resolução do Conselho Nacional de Educação / CP Nº 1, de maio de 2006:

Art. 7° - O curso de Licenciatura em Pedagogia terá a carga horária mínima de 3.200


horas de efetivo trabalho acadêmico, assim distribuída: II - 300 horas dedicadas ao
Estágio Supervisionado prioritariamente em Educação Infantil e Anos iniciais do
Ensino Fundamental, contemplando também outras áreas específicas, se for o caso,
conforme o projeto pedagógico da instituição (BRASIL, 2006).
Com este cumprimento o aluno sairá da instituição de ensino superior com uma
bagagem de realidade acerca do seu campo de trabalho, com algumas dúvidas sanadas,

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experiencias vivenciadas e relatos para toda sua vida. Para o melhor aproveitamento e
acompanhamento das atividades a serem desenvolvidas no estágio é importante a presença do
supervisor de campo, este na maioria das vezes é um profissional da área com alguns anos de
experiencias. A Lei n° 11.788, de 25 de setembro de 2008, artigo 1°, inciso I, faz referência
ao papel deste professor orientador, declarando que:

O estágio, como ato educativo escolar supervisionado, deverá ter acompanhamento


efetivo pelo professor orientador da instituição de ensino e por supervisão da parte
concedente, comprovado por vistos nos relatórios referidos no inciso IV do caput do
art. 7° desta lei e por menção de aprovação final. (BRASIL, 2008)
O professor orientador terá papel fundamental para o melhor aproveitamento de
conhecimento do aluno, aliás, este será o responsável pela distribuição de tarefas,
acompanhamento das mesmas, compartilhamento de experiencias e avaliação de todo o
processo. As orientações poderão acontecer de forma individualizada ou coletiva. No curso de
Pedagogia esta experiencia dá-se-há de forma que o aluno observe a postura e posicionamento
de diferentes professores, com atuação em diferentes setores da organização escolar, em
diferentes modalidades de ensino e uma das observações mais importante, que é o contato
direto com alunos, geralmente crianças, sendo possível analisar seu comportamento e avaliar
o nível de real interesse por esse público.

Os desafios encontrados pelos graduandos no campo de estagio são inúmeros.


Desafios que vão desde encontrar uma instituição de ensino que o aceite para a aquisição de
experiências, passando pelo fato de se adaptar aos ambientes de ensino, finalizando com as
aceitações dos colegas de trabalho. Alias é comum que professores mais experientes tenham
uma resistência em contribuir e se relacionar com os novos profissionais. Há casos em que o
professor não apresenta o plano de aula com medo de críticas ou simplesmente porque não
está acostumado a compartilhar tais informações.
O trabalho em conjunto deve acontecer sempre entre professor orientador e aluno
graduando para que o resultado da experiencia seja o mais satisfatório possível, pois
SCALABRIN e MOLINARI, afirmam que:

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“compartilhar a maneira como trabalha, a forma como encaminha o trabalho, são


sugestões que somam à bagagem que o acadêmico está formando para que possa
desempenhar sua tarefa com mais segurança. Ser profissional da educação requer
um trabalho com objetividade: educar para incluir e elevar-se socialmente, levando
em consideração a complexidade de todas as formas que nos rodeiam para conhecer
e entender, para mudar com consciência este mundo na qual nos encontramos
inseridos” (SCALABRIN e MOLINARI)
A pesar dos desafios é importante que o novo professor esteja comprometido com a
educação de seus futuros alunos. É importante ainda que o professor esteja focado no ato de
educar. Segundo Cury (2003) “educar é acreditar na vida, mesmo que derramemos lágrimas.
Educar é ter esperança no futuro, mesmo que os jovens nos decepcionem no presente. Educar
é semear com sabedoria e colher com paciência. Educar é ser um garimpeiro que procura os
tesouros do coração”. Sendo assim, compreende-se que vão aparecer dificuldades, mas os
resultados consequentemente também estarão a vista.
São diversas as possibilidades de crescimento, desenvolvimento e otimização do
trabalho docente que o graduando pode adquirir durante o estágio, mas para que isso aconteça
é imprescindível que haja um interesse constante por parte deste indivíduo. É fundamental
que o graduando esteja intrinsicamente motivado e disposto a analisar e aprender a partir das
observações feitas com outros profissionais. Assim sendo, SCALABRIN e MOLINARI,
afirmam em seu artigo que trata sobre a importância do estágio supervisionado nas
licenciaturas que:

“o aprendizado é muito mais eficiente quando é obtido através da experiência; na


prática o conhecimento é assimilado com muito mais eficácia, tanto é que se torna
muito mais comum ao estagiário lembrar-se de atividades durante o percurso do seu
estágio do que das atividades que realizou em sala de aula enquanto aluno. Na
efetiva prática de sala de aula o estagiário tem a possibilidade de entender vários
conceitos que lhe foram ensinados apenas na teoria. Por isso, o estudante deve
perceber no estágio uma oportunidade única e realizá-lo com determinação,
comprometimento e responsabilidade. Seria apenas um desgaste caso não houvesse
interesse em aprender e preparar-se para a futura profissão”. (SCALABRIN e
MOLINARI).
Este momento requer total interesse, disponibilidade, envolvimento e muita
observação para que a construção do saber aconteça de forma espontânea e dinâmica. No
entanto, a realidade educacional só se dará desta forma. O estagio não deve ser um espaço
para a reprodução de métodos, metodologias e práticas. Pois segundo BARREIRO e
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GEBRAN (2006), “a formação para a docência de qualidade deve se pautar na perspectiva


investigativa, na qual a pesquisa, assumida como princípio científico e educativo, apresenta-se
como uma proposição metodológica fundamental para o rompimento das práticas de
reprodução”.

Mesmo frente a diversos desafios, se torna fundamental o cumprimento do estágio


obrigatório nas licenciaturas, entre elas o curso de Pedagogia. Pois, a formação será integral
pautada nas teorias e nas praticas docentes que otimizarão o futuro profissional de educação,
ou seja, o professor. É fato que nem sempre o estagiário tem acesso aos diversos setores
institucionais, mas o envolvimento deste com o corpo organizacional de ensino poderá
facilitar este acesso. No entanto, o aluno deverá apresentar sempre interesse, compromisso
com o aprender e o ensinar, assim as praticas acontecerão de forma a favorecer seu
desenvolvimento não somente profissional, mas também o pessoal e o social.
Em meio as inúmeras possibilidades disponíveis para o estagiário, é cada vez mais
importante que este cumpra o papel de agente ativo e participativo dos processos de ensino e
aprendizagem, pois somente assim ele poderá adquirir um respaldo logico e plausível para a
sua ação pratica pedagógica futura. No entanto caberá sempre a ele, somente ele, analisar o
que de fato observou no estágio que levará para a sua pratica docente.
É notório que professores da educação devem estar em constante formação, não
bastando somente a graduação complementada pelo estagio supervisionado. O que se percebe
é a constante exigência para que formadores e formandos estejam em um processo continuo
de comprometimento com a inovação da sua ação pedagógica, com melhorias de ensino,
métodos virtuosos para a obtenção de melhores resultados no quesito educação escolar. Para
tanto faz-se necessário uma formação integral, pautada na continuidade do saber, na relação
com o meio de modo geral e no aprimoramento contínuo.
Contudo, o que se entende é que a docência comporta vários saberes, entre eles: o
conhecimento, motivação, empatia, competência, paciência e a criatividade. E é durante o
estágio supervisionado que se dá o início para a aquisição desses saberes, uma vez que

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maioria deles se adquire na prática, na vivencia e convivência com as diferenças e diferentes


alunos e professores da educação.

REFERÊNCIAS

BARREIRO, Iraíde M. de F.; GEBRAN, Raimunda A. Prática de ensino e estágio


supervisionado na formação de professores. São Paulo: Ed. Avercamp, 2006.

BRASIL. Lei n° 9394, de 26 de dezembro de 1996. Brasília, 1996. Disponível em <


http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf>. Acesso em: 15 ago. 2018.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Conselho Pleno. Resolução n. 1 – 15 de maio de


2006. Diário Oficial, n. 92, Brasília, 16 mai. 2006. Disponível em
<http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rcp01_06.pdf>. Acesso em: 15 ago. 2018.

BRASIL. Lei n° 11.788, de 25 de setembro de 2008. Brasília, 2008. Disponível em


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm>. Acesso em: 14
ago. 2018.

CURY, Augusto. Pais brilhantes, professores fascinantes: A educação inteligente; formando


jovens educadores e felizes. Rio de Janeiro: Editora Sextante, 2003

PIMENTA, Selma Garrido. O estágio na formação de professores: unidade, teoria e prática?


3. ed. São Paulo: Cortez, 1997.

SCALABRIN, Izabel Cristina; MOLINARI, Adriana Maria Corder. A importância da prática


do estágio supervisionado nas licenciaturas. Disponível em https://www.google.com.br/url?
sa=t&source=web&rct=j&url=http://revistaunar.com.br/cientifica/documentos/vol7_n1_2013/
3_a_importancia_da_pratica_estagio. Acesso em: 16 ago. 2018.

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ESTÁGIO EM EDUCAÇÃO INFANTIL:


EXPERIENCIANDO A DOCÊNCIA NA U.E.B. OLINDA DESTERRO

Thyerlem Tayharra Ferreira Coelho – UFMA


thyerlem@hotmail.com
Orientadora: Maria da Penha Teófilo – UFMA
penhateofilo@hotmail.com

RESUMO

O presente artigo é fruto do Estágio em Docência da Educação Infantil do curso de


Licenciatura Plena em Pedagogia da Universidade Federal do Maranhão – UFMA, realizado
na Escola Municipal de São Luís U.E.B. Olinda Desterro. Neste trabalho, buscamos
apresentar as experiências vivenciadas na docência como estagiárias na Educação Infantil na
busca por elementos que propiciam reflexões a respeito do “ser professora”, na medida em
que consideramos que este é um espaço que nos permite experimentar a escola em sua
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maneira dinâmica e singular, perpassando suas contradições, limites e possibilidades. Ao final


do estágio percebemos que foi viável a troca de saberes e conhecimentos entre os estagiários e
os sujeitos que fazem parte da escola.

Palavras-chave: Estágio. Educação Infantil. Docência.

INTRODUÇÃO
Este artigo é fruto do Estágio em Docência da Educação Infantil do curso de
Licenciatura Plena em Pedagogia da Universidade Federal do Maranhão – UFMA, realizado
na Escola Municipal de São Luís U.E.B. Olinda Desterro (escola anexo), perpassando todos
os seus ambientes, com ênfase na sala da Educação Infantil I com crianças de 4-5 anos.
O estágio supervisionado tem como objetivo que os discentes alcancem uma
concepção de formação de professor reflexivo, investigador e pesquisador capaz de produzir
conhecimento a partir de sua prática educativa. Tento como principal propósito o
desenvolvimento de uma prática significativa, que possibilite construção de conhecimento e
novas aprendizagens às crianças.
No primeiro momento, abordaremos sobre o lugar do estágio supervisionado na
formação docente, e sua relevância no âmbito da Educação Infantil. No segundo momento,
trataremos dos fundamentos teóricos e o planejamento do cronograma de atividades antes de
irmos a campo. No terceiro momento, caracterizamos nosso campo de estágio, destacando
elementos fundamentais para a compreensão da realidade da escola. No quarto momento,
destacaremos o nosso olhar sobre a escola a partir da observação participante. E por fim,
mostraremos através da intervenção, os limites e possibilidades de ação de docente,
ressaltando metodologias e recursos didáticos, bem como nossa inserção na pedagogia de
projetos.

ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA EDUCAÇÃO INFANTIL


O estágio supervisionado é uma das etapas fundamentais no processo de formação
inicial do docente, a partir dele é possível experimentar, aprender, conhecer, ensinar e criar. O
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Supervisionado do Curso de Pedagogia/ Organizadoras Karla Cristina Silva Sousa, Maria do Carmo Alves da
Cruz, Maria do Socorro Estrela Paixão, Marise Marçalina de Castro Silva Rosa; Raimunda Nonata da Silva
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estágio de ser compreendido como uma atividade formativa e escolar, intencionalmente


assumida tanta pela escola que recebe os estagiários, quanto pela instituição de ensino a qual
eles são vinculados. Para reiterar o estágio como um ato educativo escolar, a Lei 11. 788 de
25 de dezembro 2008 vêm dispor em seu Art. 1º que:
1§ O estágio faz parte do projeto pedagógico do curso, além de integrar o itinerário
formativo do educando.
2§ O estágio visa ao aprendizado de competências próprias da atividade profissional
e à contextualização curricular, objetivando o desenvolvimento do educando para a
vida cidadã e para o trabalho. (BRASIL, 2008)
O Decreto 87.497, de 18 de agosto de 1982, regulamentado pela Lei nº 6.494, de
07 de dezembro de 1977, vem trazer clareza sobre as finalidades do estágio curricular, além
de responsabilizar a instituição de ensino por sua organização. Desse modo, o Art. 2º:
Considera-se estágio curricular [...] as atividades de aprendizagem social,
profissional e cultural, proporcionadas ao estudante pela participação em situações
reais de vida e trabalho de seu meio, sendo realizadas na comunidade em geral ou
junto a pessoas jurídicas de direito público ou privado, sob responsabilidade e
coordenação da instituição de ensino.
O estágio supervisionado objetiva que os discentes alcancem uma concepção de
formação de professor reflexivo, investigador e pesquisador capaz de produzir conhecimento
a partir de sua prática educativa. Tento como principal propósito o desenvolvimento de uma
prática significativa. A prática significativa não acontece de maneira espontânea, nem à base
do senso comum, mas é necessário que o discente tenha uma sólida base teórica e
epistemológica, para que possa ter condições de perceber a indissociação entre teoria e
prática, como possibilidade de superação do teoricismo e do pragmatismo, para o alcance de
uma práxis significativa. Portanto, é necessário a busca da indissociabilidade entre teoria e
prática nos cursos de formação de professores, pois muitas vezes, teoria e prática tornam-se
separadas erroneamente (PIMENTA, 2004).
A contribuição do estágio supervisionado também se dá a partir da noção que o
futuro professor irá defrontar no seu cotidiano, aprendendo a lidar com as eventualidades
diárias e conseguir atingir seu objetivo maior, a promoção de novos conhecimentos e
aprendizagens. Este ato formativo amplia ainda, o entendimento sobre o meio em que está
inserido, além de ir se deparando com as responsabilidades que são inerentes ao trabalho

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O lugar do Estágio Supervisionado no Currículo das Licenciaturas, E-book do VII Seminário de Estágio
Supervisionado do Curso de Pedagogia/ Organizadoras Karla Cristina Silva Sousa, Maria do Carmo Alves da
Cruz, Maria do Socorro Estrela Paixão, Marise Marçalina de Castro Silva Rosa; Raimunda Nonata da Silva
Machado. – São Luís: EDUFMA, 2019. I ISBN
Seminário de Estágio Supervisionado do Curso de Pedagogia de 23 a 26 de outubro de 2018

docente. É sem dúvida, um processo de aprendizagem necessário para um profissional que


deseja realmente estar preparado para enfrentar os desafios de uma carreira complexa, que é o
ser professor-educador. Por isso, é necessário que os cursos de formação inicial oportunizem
os seus alunos a conhecerem a realidade sociocultural em que futuramente irão trabalhar.
Os discentes encaram o estágio como um grande desafio, principalmente aqueles
que nunca antes haviam estado na escola como um docente em formação. No nosso caso, por
ser um estágio em Educação infantil, tornou a situação ainda mais desafiadora, à medida que
compreendemos que devemos ter um cuidado maior por se tratar de bebês, crianças muito
pequenas e crianças pequenas. O cuidado perpassa todos os elementos que integram a relação
adulto e criança dentro do contexto escolar. O cuidado em tratar, falar, ouvir, olhar, tocar. O
cuidado em planejar as atividades a serem desenvolvidas de forma que os conhecimentos e
aprendizagem sejam garantidos.
O Projeto Pedagógica do Curso de Pedagogia da UFMA (2007) traz em seu Eixo
Formativo as “Práticas educativas integradas”, que inclui seis estágios obrigatórios para a
formação do estudante de Pedagogia. Os estágios acontecem prioritariamente em instituições
públicas de ensino, uma vez na semana, nos turnos matutino, vespertino e noturno. Os
horários vão depender de qual tipo é o estágio e a disponibilidade de oferta. Os estágios têm
um limite de 15 discentes por turma. O estágio em Educação Infantil acontece pela manhã
e/ou pela tarde.

REFLEXÕES INTRODUTÓRIAS AO ESTÁGIO EM DOCÊNCIA EM EDUCAÇÃO


INFANTIL
Antes de irmos para a escola, tivemos alguns momentos na UFMA, cerca de 20h/a
para fazermos leituras, estudos de textos que nos deram embasamento na percepção da
importância do estágio e suas diversas concepções.
Esse reconhecimento do lugar do estágio na formação inicial do professor se faz
importante, pois, é possível compreender que ele é para o aluno fonte de muita aprendizagem,
tornando-se um momento privilegiado em que:

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O lugar do Estágio Supervisionado no Currículo das Licenciaturas, E-book do VII Seminário de Estágio
Supervisionado do Curso de Pedagogia/ Organizadoras Karla Cristina Silva Sousa, Maria do Carmo Alves da
Cruz, Maria do Socorro Estrela Paixão, Marise Marçalina de Castro Silva Rosa; Raimunda Nonata da Silva
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[...] o aluno se coloca como cientista e pesquisador da realidade; a ele cabe indagar e
questionar a realidade discordando dela, caso esta se mostre em oposição às
questões fundamentais para efetivação da educação, principalmente nos casos de
licenciaturas (FERNANDES; SILVA, 2007, p.2)
O estágio é uma o espaço de possibilidade dentro da graduação, em que permite o
aluno se aproximar de uma realidade que posteriormente será seu ambiente de exercício da
docência. No entanto, “a importância do estágio não se resume à integração do aluno ao
mercado de trabalho ou ao aprimoramento de suas habilidades no âmbito profissional. Trata-
se também de um aspecto relevante na formação da pessoa.” (BOUSSO et al., 2000, p. 218).
A partir desses questionamentos a respeito do estágio pudemos discutir o
programa do estágio, além de planejarmos todo o cronograma de atividades a serem
desenvolvidas, contemplando as particularidades da escola a qual iríamos estagiar. Como por
exemplo, um quadro de revezamento, pois éramos 11 estagiários, porém a escola só tinha 05
salas. Então, em uma semana um grupo iria fazer as observações participantes na sala,
enquanto outro grupo ficava responsável por perceber o espaço interno/externo e o outro o
acolhimento junto às crianças. Na semana seguinte aconteciam os revezamentos, permitindo
que todos os estagiários pudessem observar e compreender não só a sala de atividades, como
a escola em seus diversos aspectos.

U.E.B. OLINDA DESTERRO COMO CAMPO DE ESTÁGIO


A escola Olinda Desterro está localizada na Rua Projetada S/N, no bairro Vila
Vicente Fialho do Município de São Luís. Funcionando desde 2005, esta instituição de ensino
é uma escola anexo à U.E.B. Olinda Desterro, que também está inserida na Vila Vicente
Fialho. No que se refere à localização, vale ressalta que o local em que a escola está, fica em
frente à vários condomínios habitacionais com moradores de classe média. É perceptível que
não são as crianças que moram nos condomínios que frequentam a escola, mas sim as
crianças das classes populares que moram nas redondezas. Nesse sentido, surgem vários
questionamentos a respeito do planejamento e das proposições para a implantação desta
escola.

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Cruz, Maria do Socorro Estrela Paixão, Marise Marçalina de Castro Silva Rosa; Raimunda Nonata da Silva
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Esta escola oferta somente a Educação Infantil, primeira etapa da Educação


Básica, que segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96 tem por
finalidade “o desenvolvimento integral da criança de até 5 anos, em seus aspectos físico,
psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade”.
Assim, a escola está dividida em 02 (duas) salas de Creche para bebês de 3 anos,
02 (duas) salas de Educação Infantil I com crianças muito pequenas de 4-5 anos e 01 (uma)
sala de Educação Infantil II com crianças de 5 anos, por turno (matutino e vespertino). Em
média, as turmas da Creche chegam a ter até de 10-15 bebês e a Educação Infantil I e II
chegam até 20-25 crianças por turma, totalizando 05 (cinco) salas de atividades climatizadas.
Além das 05 salas, a escola conta com uma sala onde funciona a coordenação e a
secretaria. Trabalha nessa sala a gestora, a coordenadora, uma professora que está afastada da
docência por motivo de saúde e dá suporte pedagógico e duas técnicas administrativas por
turno. As professoras da escola são em sua maioria concursados, porém há também
professoras seletivadas, além de uma cuidadora que geralmente nos espaços externos à sala.
Há também funcionários terceirizados de 03 empresas diferentes, uma que faz
limpeza e manutenção do prédio, porém, além desses afazeres, tornou-se a jardineira da
escola, que por gostar de plantas resolveu aproveitar o espaço detrás da escola, antes do
jardim era apenas matagal (perigoso para uma escola de Educação Infantil), hoje é um
ambiente de vivências e experiências para as crianças. Há dois funcionários que fazem a
vigilância do prédio, que revezam em dias alternados. Na cantina, espaço que fica bem na
entrada escola, tem uma merendeira que é responsável por preparar e servir os lanches para os
alunos.
É relevante destacar que nem todas as escolas de Educação Infantil do Município
de São Luís ofertam a creche. De acordo com o Plano Municipal de Educação de São Luís –
PME (2014):
Em São Luís, as dificuldades encontradas são refletidas nos índices e dados
institucionais que demonstram a quantidade de crianças na faixa etária da creche e
pré-escola que ainda estão sem atendimento, na baixa oferta de vagas da Rede
Pública Municipal de Ensino, principalmente para a creche e no atendimento
prioritário da Rede Privada, com ênfase para as escolas comunitárias. Além da oferta
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insuficiente de vagas, há de se destacar a falta de infraestrutura, de recursos


materiais e de qualificação específica dos profissionais para atuarem na Educação
Infantil.
A partir do diagnóstico da educação Infantil analisado no PME é possível
mensurar que até o ano de 2010 a taxa de bebês de 0-3 anos que não estavam matriculados na
Creche era de 72,31%. No referido plano é evidenciado a dificuldade que se tem em
universalizar a oferta de vagas para a Creche. Reconhecem que ofertar esta etapa de ensino é
de responsabilidade do Município em colaboração com os governos estadual e federal, porém,
evidenciam a insuficiência de escolas públicas e a não prioridade com a educação de crianças
de até 05 nos planos e nos projetos de governos, percebendo através dos dados que é uma
realidade concreta na cidade de São Luís, que precisa aos poucos ser superada.
Dentro deste contexto, a escola Olinda Desterro encontra-se em vantagem na
oferta por completa da Educação Infantil. Pois, sabemos que o acesso à Creches é
fundamental o desenvolvimento dos bebês, principalmente à estas crianças que fazem parte
desta escola, em que muitas encontram-se em vulnerabilidade social, com o acesso mínimo à
qualidade de vida e saúde, aos bens culturais e etc.

A INTERVENÇÃO COMO POSSIBILIDADE DE REFLEXÃO DOCENTE


Depois de passarmos um mês fazendo as observações participantes, passamos
para o momento da intervenção. O objetivo da intervenção foi trazer propostas pedagógicas
que respeitassem os limites e as possibilidades das crianças e que pudessem responder às
problemáticas que surgiram no período de observação, além de aprendermos com aquela
realidade que estávamos nos inserindo.
No período do estágio, a escola estava desenvolvendo um projeto chamado
“Maranhão de encantos: artes, lendas, danças e sabores”. Cada sala ficou responsável por um
desses elementos, no projeto havia descritos algumas orientações de atividades que seriam
realizadas. Nesse sentido, Almeida (2002) colabora com a ideia do entrelaçamento de
conhecimentos, ainda mais pelo estágio acontecer na Educação Infantil. O autor destaca:
“(...) que o projeto rompe com as fronteiras disciplinares, tornando-as permeáveis
na ação de articular diferentes áreas de conhecimento, mobilizadas na investigação
de problemáticas e situações da realidade. Isso não significa abandonar as
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disciplinas, mas integrá-las no desenvolvimento das investigações, aprofundando-as


verticalmente em sua própria identidade, ao mesmo tempo, que estabelecem
articulações horizontais numa relação de reciprocidade entre elas, a qual tem como
pano de fundo a unicidade do conhecimento em construção” (p.58)
As orientações que se dirigiram a nossa sala foi que trabalharíamos lendas
maranhenses, com o enfoque no livro “A menina levada e a serpente encantada” do autor
maranhense Wilson Marques. Então, nosso planejamento se pautou nesse tema e nas
possibilidades que ele poderia trazer para a sala de Educação Infantil I. Para o planejamento
das sequências de atividades, tivemos a colaboração da professora da sala, que a todo o
momento se mostrava empolgada e satisfeita com a nossa presença.
Todas as atividades de intervenção seriam a rotina a qual as crianças já estavam
acostumadas. Não tínhamos a intenção de trazer novas categorias pedagógicas, mudando a
configuração e o ritmo que a sala já tinha, entretanto, quisemos mostrar outras possibilidades
metodológicas dentro daquela realidade.
Ao todo tivemos 05 dias para fazermos a intervenção. No primeiro dia, estávamos
com medo e receio de não dá certo, por não termos nenhuma experiência com a docência.
Com ajuda da professora, fizemos a roda de conversa e vocalizamos a história “A menina
levada e a serpente encantada” com os personagens impressos em tamanhos maiores. Foi um
momento de diálogo com as crianças a respeito de uma história e de quem a escreveu. Eles
deram nomes aos personagens que não tinham e perceberam traços das imagens que passava
despercebido na leitura. Sempre tinha aquele período de dispersão, percebemos que chamar a
atenção das crianças não é algo fácil, a professora da sala nos ajudou muito nesse quesito.
Após esse momento, apresentamos a eles uma receita de massinha caseira, trabalhamos a
questão das quantidades e medidas, as cores e da própria estrutura de uma receita. Fizemos a
massinha e demos a eles em porções e cores iguais para que pudessem representar os
personagens da história trabalhada. Ao final tivemos uma surpresa pelo envolvimento da
professora, ela pegou a receita, tirou cópia para todos e trouxe papéis de presente. Todos
puderam levar a massinha a em forma de lembrança e ainda receber a receita para fazer em
casa.

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No segundo dia, além de recontarmos a história da serpente e discutirmos outros


aspectos presentes no texto, confeccionamos uma serpente de 2m. Achávamos que esse seria
um momento de muita agitação, mas as crianças estavam tão envolvidas na construção da
serpente, que nem sobrou tempo para dispersão, todas estavam empolgadas e queriam ajudar
de alguma forma. Quando finalizamos a serpente, fomos de sala em sala, mostrar o que
havíamos feito. As crianças estavam tão contentes, não só elas como também a professora,
vendo sua turma sendo elogiada pelo trabalho.
No terceiro dia, planejamos a ampliação do conhecimento de lendas maranhenses.
A verdade é que as crianças não aguentavam mais ter que ouvir sempre a história da serpente,
pois era algo muito cobrado pela coordenadora, já que o autor do livro iria na escola e as
crianças iriam ganhar o livro. Assim, realizamos um teatrinho com personagens no palito e
passamos uma animação sobre a lenda da Ana Jensen. Uma lenda que até hoje permanece no
imaginário dos moradores de nossa cidade. Essa atividade nos deu oportunidade de discutir
com as crianças a respeito de cidadania, respeito ao outro, noções sobre escravidão e
propomos outra perspectiva dessa lenda a partir da criação de um livreto. As crianças tiveram
liberdade de ter autonomia e autoria em suas histórias.
A partir do quarto dia nos encontrávamos em uma situação delicada, a professora
da sala teve que se afastar por problemas de saúde na família. Foi então que percebermos, a
gestão da educação não acontece de maneira a contemplar as adversidades do dia-a-dia. Não
havia ninguém que pudesse substituí-la, a escola conta com um quadro de docentes limitados.
A coordenadora e a professora do estágio se propuseram a nos ajudar e assim conseguimos
fazer a intervenção naquele dia.
O último dia foi cheio de desafios, ainda continuávamos sem a professora, as
crianças sentiam muito a falta da dela e tínhamos sempre que explicar o motivo de sua
ausência. Para fazemos o fechamento do projeto, levamos um livro infantil “Bumba Meu
Boi”, que também faz parte das lendas maranhenses, foi um momento oportuno pois
estávamos no período junino e as crianças puderam relacionar com suas experiências no São
João. Ao final, construímos com caixa de papelão 03 boizinhos, com base na representação
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que todo boi conta uma história, as crianças enfeitaram os boizinhos com os personagens das
histórias que trabalhamos em todo o projeto, que de certa forma também contava a história da
sala.
Um aspecto que nos fez refletir sobre o árduo trabalho do docente, é que se gasta
um muito tempo extra sala para a confecção dos materiais e recursos que serão usados nas
sequências de atividades. Dedicamos várias madrugadas e até nosso sono para que o trabalho
estivesse em consonância ao respeito e ao direito da criança por uma educação de qualidade.
Reconhecemos a complexibilidade e o esforço do docente, que é compromissado com esta
causa.

CONSIDERAÇÕES
.
Experenciar o Estágio em Docência na Educação Infantil na Escola Municipal de
São Luís U.E.B. Olinda Desterro (escola anexo), foi uma oportunidade única de vivência a
realidade da escola pública dentro de suas particularidades, além de desmitificar estereótipo
que negativisa a ação docente dentro desse espaço. Só sabemos a relevância do estágio
supervisionado, quando o fazemos. Se defrontar com o nosso futuro trabalho é fundamental
para começarmos a pensar se é realmente isso que queremos, se nos identificamos, se
queremos estar nesse lugar assumindo tão grande responsabilidade na vida educacional das
crianças.
A transposição de um lugar discente, para um lugar docente se colocou como um
desafio para nós. Refletir sobre a realidade do exercício da docência, interagindo nessa
realidade e vivenciando suas problemáticas, nos impulsiona na busca pela melhoria de quem
nós somos como docentes. Somos docentes em formação, ainda não conseguimos internalizar
o que somos, acreditamos que é um processo em construção que caminha durante e depois da
graduação. Para nós que só temos contato com a escola por meio dos textos, se mostrou
desafiador encarar a sala de aula e sermos professores. Essa experiência foi fundamental para
(re)afirmar a identidade docente que vem sendo forjada em nós a passos lentos.

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Certamente aprendemos muito mais do que ensinamos. A professora da sala de


Educação Infantil I nos mostrou o quanto é fundamental ter o domínio da turma, que isso não
acontece de um dia para o outro, mas que vamos construindo ao longo de nossa carreira
docente. Ensinou-nos que independente de qualquer circunstância devemos tratar as crianças
com respeito e carinho, sendo firme quando precisar. As crianças nos fizeram perceber que as
ouvir e prestar atenção no que falam é fundamental numa relação adulto-criança. Que o
abraço, o elogio, olhar de afeto faz partes também das aprendizagens significativas que tanto
falamos. E o mais importante de tudo, que o que elas mais desejam é aprender.

REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M.E.B. de. Como se trabalha com projetos (Entrevista). Revista TV
ESCOLA. Secretaria de Educação a Distância. Brasília: Ministério da Educação, SEED, nº
22, março/abril, 2002.
BRASIL. Decreto 87.497, de 18 de agosto de 1982. Regulamenta a Lei nº 6494, de 07 de
dezembro de 1977, que dispõe sobre o estágio de estudantes de estabelecimentos de ensino
superior e de 2º grau regular e supletivo, nos limites que especifica e dá outras providências.
Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1980-1987/decreto-87497-18-
agosto-1982-437538-publicacaooriginal-1-pe.html>. Acesso em: 14 de julho de 2018.
BRASIL, LDB. Lei 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível
em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm>. Acesso em: 15 de julho de
2018.

BRASIL. Lei nº 11. 788, de 25 de dezembro de 2008. Disponível em: <http://www.cvm


.gov.br/export/sites/cvm/menu/acesso_informacao/servidores/estagios/3-LEGISLACAO-
DE-ESTAGIO.pdf. Acesso em: 14 de julho de 2018.
FERNANDES, Marleide Lopes; SILVA, Maria Ap. Félix do Amaral. A importância do
estágio para a formação do universitário. Disponível em: <http://www.lo.unisal.br/nova/

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estagio/revista_estagiando2007/pedagogia/3%20Ped%20B2.pdf>. Acesso em: 15 de julho de


2018.

PIMENTA, Selma Garrido. Estágio e Docência. São Paulo: Cortez, 2004. p. 33-79.
SÃO LUÍS. Plano Municipal de Educação de São Luís. Disponível em:
<https://www.saoluis.ma.gov.br/midias/anexos/85_documento_base_do_pme_2015.2024_apr
ovado_pelo_fme.pdf>. Acesso em: 15 de julho de 2018.

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A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA DOCÊNCIA E SUAS


CONTRIBUIÇÕES

Raimunda Sousa
Faculdade Pitágoras do Maranhão
E-mail: raynasousa25@gmail.com

RESUMO: O presente artigo vem abordar sobre a importância do estágio supervisionado para a docência e suas
contribuições, a finalidade do estágio é a compreensão das teorias é coloca-las em prática tudo que foi absorvido,
aprendido e compreendido enquanto aluno de pedagogia em sala de aula. O estágio vem promover a experiência
e o desenvolvimento no campo profissional adquirido, esta prática vem ampliar e abrir os leques dos
conhecimentos. O objetivo deste artigo é trazer contribuições e reflexões a respeito existente entre teoria e a
prática no estágio supervisionado. A metodologia foi pautada na vivência do estágio supervisionado e
respaldados nos teóricos que dão a veracidade ao presente artigo Pimenta e Lima entre outros, os resultados
alcançados percebe-se o quão importante é passar por essa experiência para ter de fato a certeza da profissão que
seguirás.

Palavras chaves: Estágio Supervisionado. Formação docente. Teoria e prática.

INTRODUÇÃO

O Estágio supervisionado obrigatório na docência tem por objetivos vivenciar na


prática o que apreendemos em sala de aula com teorias e também com observações. O cuidar
da formação e do desenvolvimento profissional do docente para que assim garantam um
processo de ensino e aprendizagem gratificante e satisfatória. A complexidade do estágio em
seu receptivo aspecto teórico e prático envolve observações e participações e também
intervenções quando houver necessidade.
Contudo, essa etapa sempre amedronta os estudantes que não possuem nenhum
contato com a sala de aula visto que é uma experiência nova para nós docente. Sendo assim
fica evidente a importância que o estágio tem para um curso de formação docente uma vez
que possibilita essa prática.
Pimenta e Lima (2014) salientam que o estágio supervisionado teve ao longo do
tempo diferentes sentidos. O estágio é grande componente curricular que visa superar aquela

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visão retórica de práticas instrumental ampliando assim a aprendizagem e habilidades nas


práticas.

Durante o curso de graduação começam a serem construídos os saberes, as


habilidades posturas e atitudes que formam o profissional. Em períodos de estágio,
esses conhecimentos são resignificados pelo aluno estagiário a partir de suas
experiências pessoais em contato direto com o campo de trabalho que, ao longo da
vida, profissional, vão sendo reconstruídos no exercício da profissão. (ALMEIDA e
PIMENTA, 2014, p.73).

A prática docente desenvolvida no estágio docência tem como função o exercício da


profissão, com o acompanhamento do professor pelo estagiário docente. Tal prática aproxima-
se da perspectiva da reprodução, permitindo ao estagiário apreender a partir da observação,
imitação, reprodução e reelaboração dos modelos entendidos e consagrados nas práticas como
bons. (Pimenta e Lima, 2011).

REFLEXÕES:

O estágio ajuda no desenvolvimento da carreira de todo e qualquer profissional. Ele


traz para o estudante o conhecimento e as experiências práticas que desenvolvem a
competência no futuro profissional. Uma das partes mais importantes é mostrar a realidade da
profissão, deixando aspectos claros práticos que são tratados na vida acadêmica. Durante o
período de estágio compreendem-se melhor as áreas da sua própria atuação profissional,
exercitando o autoconhecimento e seguir.
Assim, toda essa circunstância de relacionar teoria e prática se torna possível durante
a vida acadêmica do aluno por meio do estágio supervisionado, que pelo decreto n°87.497, de
18 de agosto de 1982 regulamentado pela Lei n°6.494, de 07de dezembro de 1977, dispõe
sobre o estágio de estudantes de estabelecimentos de ensino superior e de ensino médio
regular (artigo 2ºgrau) e supletivo considera segundo esse decreto no art.2º:
Considera-se estágio curricular [...] as atividades de aprendizagem social,
profissional e cultural, proporcionadas ao estudante pela participação em situações
reais de vida e trabalho de seu meio, sendo realizadas na comunidade em geral ou
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junto às pessoas jurídicas de direito público ou privado, sobre responsabilidade e


coordenação da instituição de ensino.

Pimenta e Lima (2008), explicam que o aprendizado de qualquer profissão é prático,


que esse conhecimento ocorre a partir de observação, de produção, onde o futuro educador irá
repetir aquilo que ele avalia como bom, e um processo de escolhas, de adequação, de
acrescentar ou retirar, dependendo do contexto na qual se encontra e, é nesse caso que as
experiências e conhecimentos adquiridos facilitam as decisões.

Dessa forma, em palavras de BURIOLLA (2001) visualizamos que:


O estagio é concebido como um campo de treinamento, um espaço de aprendizagem
do fazer concreto, onde um leque de situações, de atividades de aprendizagem
profissional que se manifestam para o estagiário, tendo em vista na formação.
(Buriolla, 2001:13).

RELATO DE EXPERIÊNCIA DA DOCENTE EM SALA DE AULA: OBSERVAÇÕES

Durante minha prática no estágio pude perceber o quão importante é para formação,
obtive muito aprendizado, tive minhas dúvidas esclarecidas e também experiências
proveitosas. Em um estágio em especial na educação infantil tive contato com uma sala de pré
II onde tinham algumas crianças com algumas especificidades, mais que não eram
diagnosticados e também os pais não aceitavam que seus filhos pudessem tem algum tipo
dificuldades ou limitações.
Em especial um aluno me chamou a atenção não sei se foi pelo fato de ficar no canto da sala e
por ter idade diferente de seus colegas, só ressaltando não tinha diagnóstico a criança, os dias
no estágio foram passando fui conhecendo melhor a turminha e eles foram se adaptando com
a minha presença, nesse tempo fui fazendo uma sondagem sobre esta determinada criança
com a professora, ficamos mais próximos, porque a sala era muito agitada e a professora
regente da sala não conseguia fazer o acompanhamento necessário com esse aluno, eu o
acompanhava nas atividades e o ajudava. O que pude perceber que a criança está inserida na

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sala de aula como determina a lei, mas, que a inclusão não acontece de fato, porque ele não
participa das práticas educativas, em outras palavras só vai pra sala de aula e convive com as
outras crianças, mais não tem nenhum desenvolvimento de aprendizagem, então o que se pode
perceber diante disso que é uma inclusão segregativa, uma situação muito difícil, porque eu
como estagiária não pude fazer uma intervenção, para estar ajudando esta criança, por conta
dos pais não querer, a escola é uma pouco omissa em relação a isso também apesar da escola
ter um profissional especializado nesse assunto, o tempo que estava lá na sala de aula, a
criança nunca teve um acompanhamento, nem ia pra uma sala de recursos, ele tem
dificuldades de aprendizagem, segundo a professora, e não consegue desenvolve-se
intelectualmente, mas, há controvérsia o tempo que permaneci por lá os 23 dias mais ou
menos, fui o acompanhando, percebi que ele podia sim, ter um rendimento melhor, e
significante, para seu desenvolvimento, ele pedia para fazer as atividades, fui segurando a sua
mãozinha para fazer as atividades no livro e ele gostou de estar participando. Então o que
podemos perceber que esta criança não esta sendo auxiliada corretamente dentro da sala de
aula, não por conta total da professora, por lhe faltar um tutor para auxiliar no seu
desenvolvimento com as práticas correta. Além disso, falta a escola da uma formação,
continuada aos professores para estar aptos para saber lhe dar com essa ou qualquer situação
relacionada a inclusão, É fundamental que as escolas proporcionem uma aprendizagem de
qualidade a estes alunos, que tenha um olhar cauteloso sobre os mesmo no ambiente escolar.
Portanto é indiscutível a necessidade de buscar estratégias, adaptação do ambiente de sala de
aula, para que visem o desenvolvimento e habilidade deste aluno. A primeira coisa a ser feito
para proporcionar o bem estar destas crianças no ambiente escolar é estabelecer uma
comunicação entre pais e professores, para que haja uma ligação eficaz entre essas partes é
preciso o acompanhamento primeiro ao especialista, lembrando que essa visita deve acontecer
com frequência, depois sim casar a relação família e escola para que assim venha ganhar
fundamentos. O grande desafio da atualidade é aceitar as diferenças e diversidades, entender
que ninguém é igual a ninguém, que todos somos diferentes em nossas especificidades, a
escola é um ambiente de diversas diferenças, é preciso estar preparado para saber lidar com
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essas diversidades, sempre buscando e capacitando os profissionais envolvidos no processo de


inclusão, para que se possa garantir uma educação de qualidade e satisfatória a todos.
As salas de recursos oferecem atendimento Educacional especializado (AEE). Sua principal
função identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que
eliminem as barreiras para a plena participação destes alunos, considerando as suas
especificas necessidades. As atividades desenvolvidas no AEE diferenciam das demais
realizadas em sala comum, não sendo substituídas á escolarização e esse atendimento
complementa e suplementa para a formação diária dando um pouco mais de autonomia e
independência na escola e fora dela. Junto com o professor especializado, o aluno apreenderá
a utilizar o recurso, usufruindo ao máximo desta tecnologia. As salas de recursos
multifuncionais são destinadas ao atendimento especializado na escola, o aluno experimentará
várias opções de equipamentos até achar um que se ajuste a sua condição e necessidades.
A partir dessa vivência me fiz vários questionamentos, uma delas foi de não
poder fazer uma intervenção, por conta da instituição não permitir, e por conta de estar no
estágio sem um supervisor de campo, e fiquei com medo de não poder terminar de concluir
meu estágio nesta escola, o que levarei desta experiência é de nunca na minha prática como
profissional deixar que essa situação se repita em uma sala de aula, a certeza que permanece é
de esta no caminho certo, o que seguirei depois da graduação a área da inclusão sem sombra
de dúvidas. O estágio me deu uma visão mais ampla da profissão que eu havia escolhido.
E com toda certeza seguirei a linha da educação especial, já me identificava, com a
linha de pesquisa, depois desta experiência com o estágio comecei a apreciar ainda mais, e ter
a certeza que estava caminhando na direção certa. O estágio me proporcionou viver esta triste
realidade, mas que ainda acontece em muitas escolas, uma realidade que de fato ainda
caminhamos a passos lentos quando se trata de INCLUSÃO um aluno em pleno século XXI
não ter um amparo conforme a Lei determina.
A LEI DE SALAMANCA vem falar que é direito de todas as pessoas com
deficiência que as escolas tragam um novo olhar e se preciso adaptar-se para a realidade do
sujeito inserido na escola. A inclusão não é só estar inserido na sala regular, mas a rede de
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ensino precisa-se preparar e se adaptar para receber este aluno, está-se longe de saber o
verdadeiro significado de fato da palavra inclusão.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação nacional (LDB) Lei n°9394/96, assegura o
direito de todo a educação sem exceção. No capitulo V, trata da Educação Especial, “entende-
se por educação especial, para efeitos desta lei, a modalidade de educação escolar, oferecida
preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades
especiais” (Brasil, 1996, art.58). No artigo 59, são assegurados a esses alunos: “currículos,
métodos, técnicas, recursos educativos e organização, específicos, para atender as suas
necessidades”.
Infelizmente, basta se deparar com a realidade de algumas escolas em sala de aula
para perceber que ainda se está longe de oferecer uma efetiva educação para todos, como
defende nossa constituição. Existem diversos problemas tais como: ambiente de ensino
infraestrutura inadequada, desvalorização da carreira docente, falta de formação continuada,
salas de recursos adaptados entre outros.
A formação inicial do professor certamente tem importância para contribuir para
vencer esses desafios, julgando importante destacar que a inclusão escolar é um processo
continuo e participativo nos âmbitos cultural, social e político. Desta maneira, o
encaminhamento dos alunos com necessidade específica de ser avaliado com responsabilidade
e ética. Buscando teorizar as necessidades vivenciando, garantindo conhecimento sobre o
assunto, promovendo recurso frente à proposta de inclusão.
A proposta inclusiva na escola não é algo que se realiza de forma fácil, portanto, é necessário
mobilizar postura ética, desta forma não irei utilizar o nome da escola e nem os demais
envolvidos.
O grande desafio para a implementação de uma escola inclusiva e de qualidade é a
situação dos docentes das classes regulares, que precisam de formação e capacitação de forma
efetiva para adequar sua prática educacional a uma realidade caracterizada pela diversidade. A
Educação inclusiva é um desafio porque as escolas não foram pensadas para atender as
diferenças, e a sociedade e a escola precisam produzir espaços reflexivos e de estratégia de
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trabalho para lançar um novo olhar para as práticas educativas. A formação pedagógica dos
professores deve está pautada numa pedagogia da diferença devendo considerar os seguintes
critérios: os saberes, as competências e as atitudes.

CONSIDERAÇÕES FINAIS:
O estágio na docência garante experiência nova ao graduando, vivenciar e também
contribuir é uma troca de aprendizagem. A finalidade do estágio consiste em proporcionar,
aos alunos uma visão reflexiva e abrangente da realidade na qual ele atuará. Importante
ressaltar que o processo de formação é apenas um viés que se inicia durante a graduação, e
que não pode ficar só nisso, é indispensável uma formação continuada. Partindo desse
pressuposto, podemos afirma que a experiência vivenciada durante o estágio é facilitar o
processo ensino e aprendizagem.
As conclusões que apresento constituem da minha analise crítica e construtiva das
vivências de aprendizagens e redimensionamento da ação e prática na sala de aula. A
finalidade do estágio consiste em proporcionar, aos alunos uma visão reflexiva e abrangente
da realidade na qual ele atuará. Diante de todo o contexto que permeia o estágio
supervisionado ficou a veracidade da acuidade de unir teoria e práxis. Na atuação profissional
esta experiência mostrou-me a serenidade da formação continuada e do constante
aperfeiçoamento dos conhecimentos da área.

REFERÊNCIAS:

ALMEIDA, Maria l; PIMENTA, Selma G. Estágios supervisionados na formação docente.


São Paulo: Cortez, 2014.

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Cruz, Maria do Socorro Estrela Paixão, Marise Marçalina de Castro Silva Rosa; Raimunda Nonata da Silva
Machado. – São Luís: EDUFMA, 2019. I ISBN
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BRASIL, LDB. Lei 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. De 20 de


dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial [da]
República Federativa do Brasil, Brasília, D.F., 23 Dez. 1996. Seção 1, p. 27833.

BURIOLLA, Marta A. F.O Estágio Supervisionado. São Paulo: Cortez, 2001.

ECCOS Estágios. A nova lei de estágios. Disponível em:


<http://www.ecoestagios.com.br/legislaçao.htm#ld.acesso em 29/07/2018.
PIMENTA, Selma Garrido; LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e docência. São
Paulo/BRA: Cortez, 2008.

PIMENTA, S; LIMA, M. Estagio e Docência .6.ED-São Paulo: Cortez,2011.

UNESCO. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais.


Brasília: CORDE, 1994.

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OS SABORES INICIAIS DA DOCÊNCIA

Núbia Natércia da Silva Gomes Abreu-


Universidade Federal do Maranhão-
nubiansa@yahoo.com.br
Talita da Costa Duarte Souza- Universidade
Federal do Maranhão-
talita.tcds.duarte@gmail.com
Profª Orientadora Maria do Carmo Alves da
Cruz- Universidade Federal do Maranhão
docarmo_cruz@hotmail.com

RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo relatar as experiências vivenciadas durante a realização do a Estágio
Supervisionado em Docência Nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, no semestre 2018.1, em uma escola da
rede municipal de educação da cidade de São Luís, estado do Maranhão. Esta disciplina integra o currículo do
curso de Licenciatura Plena em Pedagogia da Universidade Federal do Maranhão. Como aporte teórico-
metodológico a observação participante, além das pesquisas bibliográficas. Para subsidiar este trabalho, utilizou-
se de autores como: Lima e Aroeira (2011), Melo (2003) dentre outros. É importante explicitar a importância do
estágio na formação dos licenciandos em Pedagogia, tal relevância, se justifica pelo exercício realizado durante
período de desenvolvimento das atividades: o planejamento e a avaliação das atividades nos fazem vivenciar as
etapas do exercício da docência.

Palavras-chave: Estágio Supervisionado. Docência. Intervenção


1 INTRODUÇÃO

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Este trabalho relata as experiências vivenciadas durante a realização do a Estágio


Supervisionado em Docência Nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, no semestre 2018.1
do curso de Licenciatura Plena em Pedagogia da Universidade Federal do Maranhão, estágio
esse feito na U.E.B Henrique De La Roque.
O estágio, oportuniza para o estudante na condição de estagiário que este se
aproxime da realidade e construa conhecimento da proposta da docência e gestão em curso no
espaço institucional em que está inserido. Nesta perspectiva, este trabalho objetiva
compartilhar as experiências vivenciadas pelas estagiárias durante o período de realização do
Estágio Supervisionado, afim proporcionar uma reflexão a respeito da teoria e a prática
apresentada na Universidade e no campo propriamente dito do estágio.
A metodologia utilizada, busca subsídios na pesquisa bibliográfica, documental,
observação participante e relatórios que tem a finalidade de descrever os momentos
vivenciados pelas estagiárias desde os espaços da Universidade até o campo de estágio.
No que se refere a pesquisa bibliográfica será feita em materiais publicadas em
livros, artigos, dissertações e teses. Segundo Gil (2002, p. 44), “a pesquisa bibliográfica é
desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e
artigos científicos”. Neste sentido será feito um levantamento bibliográfico com o objetivo de
fundamentar as ideias do tema objeto de estudo.
Para Lima (2012, p. 13), “a pesquisa documental tem grande relevância nos
estudos históricos e outras modalidades de pesquisa qualitativa, permitindo o acesso de
informações em diferentes tempos e contextos socioculturais. Ela se utiliza também de fontes
bibliográficas”. Portanto será feita utilização de instrumentos legais, normativos e oficiais que
darão ênfase ao assunto abordado.
Segundo Mónico et al (2017, p. 727), a observação participante é uma
metodologia muito adequada para o investigador apreender, compreende e intervir nos
diversos contextos em que se move. Esta metodologia permitiu-nos a aproximação a rotina
escolar, dando-nos condições de construir nossa prática docente.

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Este trabalho assim está estruturado: Introdução; Reflexões sobre o Estágio em


Docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental; Relato Sobre a Experiência Vivenciada
no Estágio: O processo de observação e intervenção na escola e algumas considerações acerca
do estágio.

2 REFLEXÕES SOBRE O ESTÁGIO EM DOCÊNCIA NOS ANOS INICIAIS DO


ENSINO FUNDAMENTAL
Neste tópico, tem por objetivo apresentar o momento inicial do estágio, a forma
como ele foi pensado e organizado, a importância do estágio para a nossa formação docente e
as possibilidades de ampliar o nosso olhar sobre os Anos Iniciais do Ensino Fundamental.
As novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia (BRASIL,
2006) em seu art. 2º determina que o curso de Pedagogia se aplica à formação inicial para o
exercício da docência na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos
cursos de Ensino Médio na Modalidade Normal, e em cursos de Educação Profissional na
área de Serviços e apoio escolar, bem como em outras áreas nas quais sejam previstos
conhecimentos pedagógicos.
Compete então as Instituições de Ensino Superior, garantir a formação de
profissionais docentes, que estejam aptos para atuarem nas etapas de educação conforme
prevê o documento oficial.
Sobre o lugar do Ensino Fundamental nas Diretrizes Curriculares para o Curso de
Pedagogia (2006) quanto à vivência de atividade de estágio, verifica-se que o art. 8º no inciso
IV especifica ser uma das prioridades do estágio curricular assegurar aos graduandos
experiência de exercício profissional, em ambientes escolares e não escolares que ampliem e
fortaleçam atitudes éticas, conhecimentos e competências na Educação Infantil e nos anos
iniciais, prioritariamente.
Refletindo, o texto supracitado, percebemos que, a vivência do estagiário nos
espaços escolares, permitirá ao estagiário, o entendimento sobre os alunos em seus vários
aspectos, e a sua atuação neste processo deverá corroborar desenvolvimento integral destes.
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Para Hervatini e Carbelo (2010), não é possível formar um professor sem ele ter
contato real com sua futura profissão, sendo necessário um qualificado processo formativo
teórico-prático.
Partindo do pressuposto que o estágio é uma etapa imprescindível da formação, por
aproximá-lo da realidade que atuará (PIMENTA e LIMA Apud. PIMENTA e GONÇALVES
1990). No Estágio em Docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, é necessário que
as ações sejam refletidas, tomando sempre como referência a realidade na qual o aluno está
inserido. É nos Anos Inicias do Ensino Fundamental, aos 6 anos de idade, que a criança
começa a aprender a ler, escrever e realizar operações matemáticas simples. Aos poucos, ela
vai formando as bases de conhecimento, que são a capacidade de interpretação e raciocínio, a
facilidade para a leitura e a escrita. Uma vez tudo isso bem sedimentado, o aprendizado
posterior (Anos Finais do Ensino Fundamental, médio e superior) é favorecido.
Nesta perspectiva é importante que o docente em processo de formação inicial ,
tenha conhecimento de todos os elementos que envolvem esta atividade, apropriando-se de
todo aporte teórico, apreendido em sua formação, utilizando-se dele em suas práxis no campo
de estágio.
Daí entendemos que o Estágio em Docência nos Anos Iniciais do Ensino
Fundamental, se constitui em uma etapa primordial na formação docente, pois é a partir do
contato com as Escolas, que se criam as possibilidades de perceber e entender aquele contexto
no qual posteriormente, segundo suas escolhas estarão inseridos. Além do mais, o estágio,
propicia um momento significativo de reflexão sobre a sua formação.
O Estágio em Docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental da Universidade
Federal do Maranhão, está dividido em três fases, sendo que, na primeira fase o Estágio
contempla as Reflexões Introdutórias ao Estágio em Docência nos Anos Iniciais do Ensino
Fundamental, na segunda fase Investigação da Docência no Contexto Escolar e a terceira fase
que é a Construção da Docência no Cotidiano Escolar.
Desta forma concordamos com Lima e Aroeira (2011), quando dizem que: “[...]
quando o estágio é fundado na práxis assume importante contribuição na produção de saberes
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por futuros professores”. Logo, se faz necessário ter uma teoria articulada com a prática, afim
de se obter uma aprendizagem mais significativa.

3 AS PRIMEIRAS APROXIMAÇÕES, IMPRESSÕES E QUESTIONAMENTOS DE


TODA ESTAGIÁRIA: O processo de Observação e intervenção

De acordo com Mendonça (2009), “a observação é uma técnica sistemática que


possibilita ao pesquisador obter informações relacionadas ao problema sob investigação”. O
estágio, se constitui um processo onde se investiga a realidade escolar de maneira próxima e
como tal se configura.
Está observação precisa ser sistemática, atenta e reflexiva. Nos espaços escolares, é
preciso atentar para a forma como está organizada e de quais maneiras as atividades em sala
de aula se desenvolvem se atendem as especificidades desta modalidade de ensino.
Na observação participante em sala de aula, o estagiário deverá ter o olhar atento a
fim de observar a práxis pedagógica nos Anos Iniciais, investigar, como funciona a rotina no
que diz respeito a organização dos espaços e tempos, utilização de materiais, e sobretudo,
como as atividades pedagógicas são planejadas, para a promoção de um ensino-aprendizagem
significativo.

3.1 O processo de observação na escola

No primeiro dia de observação quem estava na gestão da sala era a professora PL,
logo de início percebemos que os alunos tinham lugar marcado para sentar, fato que nos levou
a pensar como poderia ser o nosso projeto de intervenção. Após, a professora seguiu a rotina
do dia: oração, e execução das atividades, a professora sempre trabalha Português e
Matemática nos dias em que ela substitui a professora titular. Ela trabalhou somente,
Português, porque os alunos iam sair mais cedo, pois teria uma reunião com os professores,
gestoras e a equipe de estágio com a supervisora docente de estágio.

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Durante a aula da professora percebemos que ela sempre explicava aos alunos aquilo
que ela estava escrevendo no quadro, por exemplo sobre a questão de espaço para respostas.
Sobre o processo de ensino aprendizagem, nos diz Mello,

Para a teoria histórico-cultural, o educador é figura central no processo de


aprendizagem e, consequentemente, de desenvolvimento, uma vez que, sem os
processos de educação que deflagrem processos de desenvolvimento, o
desenvolvimento não acontece. (Mello, 2003, p.4)

Cabe, portanto, ao professor, detectar as necessidades de aprendizagens de seus


alunos, e quais conhecimentos precisam ser aprendidos por estes, atuando sempre como o um
mediador neste processo de ensino aprendizagem.
Na segunda observação participante, tivemos a oportunidade de ver a gestão da
professora titular, assim como, houve a possibilidade de perceber o comportamento dos
alunos as interações entre eles e com a professora; da professora a maneira como organiza a
sala de aula, as atividades, o horário e etc., a fim de que esse conhecimento tornar-se à
subsídio para a reflexão crítica e consciente sobre o planejamento das atividades que seria
desenvolvidas em sala de aula posteriormente por nós.
Sobre a atuação da professora titular percebemos, que ela cumpre o horário de aula
da escola, trabalhando as disciplinas Artes, Matemática e Português. Ela chega cedo, e quando
os alunos entraram a aula de Artes já estava escrita no quadro, após recebê-los e acomodá-los,
ela passou a explicar a aula que estava escrita no quadro.
Ressaltamos que foi nesta aula que tivemos certeza de qual projeto iríamos
desenvolver com os alunos, quando a professora trabalhava sobre as cores primárias,
secundárias e terciarias, ao falar da cor da tabatinga, e perguntar se eles conheciam a
tabatinga, uma aluna disse que o seu quintal tinha muita, neste momento ficamos, inquietas
em conhecer a história destes alunos.
Desta forma concordamos com Mello (2003) quando diz, [...] “o trabalho educativo
deve impulsionar novos conhecimentos e novas conquistas a partir do nível real de
desenvolvimento do aluno -de seu desenvolvimento consolidado, daquilo que ele já sabe”.

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Partido deste pressuposto, entendemos que a partir da história dos alunos poderíamos
desenvolver um projeto que possibilitasse a estas novas aprendizagens. Neste sentido nos diz
Mello,

Essa discussão destaca a importância da interferência intencional do adulto –do


planejamento competente do educador- e também a importância da atividade em
grupos de alunos de diferentes idades e níveis de desenvolvimento, onde quem sabe
ensina quem não sabe. (Mello, 2003, p.5)

Assim, caberia a nós no processo de intervenção, propiciar progressos de


aprendizagens, que sem a intervenção intencional e bem planejada não aconteceriam.
Então, no terceiro e último momento de observação, a professora que substitui a
professora titular nas datas do seu planejamento, estava na gestão da sala de aula, ela seguiu a
mesma rotina, desenvolveu atividades com os alunos utilizando as duas disciplinas Português
nos dois primeiros horários e Matemática após o lanche. Tivemos a oportunidade de auxiliar a
professora no desenvolvimento da atividade de Matemática, pois a professora estava se
sentindo mal, o que foi muito relevante para nós, bem como aponta Lima e Aroeira,

A importância do estágio curricular se faz presente nas reflexões, indicando que a


participação dos estagiários na realidade da escola, não apenas e, seus pontos
positivos, mas também em suas deficiências, é essencial à formação docente. (LIMA
e AROEIRA, 2011, p. 128)

Cabe destacar, que tivemos reuniões durante todos os dias de observação


participante na escola, com a nossa supervisora docente que nos orientou e acompanhou
durante este processo de estágio, sanando nossas dúvidas, nos apoiando e sugerindo algumas
atividades.
Portanto, concordamos com Lima e Aroerira, quando dizem que,

O sucesso da aprendizagem dos futuros professores passa por ambientes de


colaboração e cooperação entre eles e os docentes, sendo necessário o permanente
feedback dos supervisores para que o formando descubra e desenvolva posturas
pedagógicas pessoais e profissionais. (LIMA e AROEIRA, 2011, p. 122)

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Esta participação das supervisoras docentes, desde os espaços da Universidade e


adentrando os espaços da escola, foi primordial para o exercício da prática docente, bem
como a promoção do ensino aprendizagem para os alunos e nossa enquanto estagiárias.

3.2 O processo de intervenção na escola


Sabendo da intervenção como parte do processo de formação e do estágio
observamos o que seria novo para as crianças e que ao mesmo tempo seria de convívios delas,
optamos por realizamos o nosso projeto com base nas próprias histórias de vida delas tendo
por tema o projeto “Reciclando Histórias” e teve por objetivo estimular a sociabilidade entre as
crianças, dando-lhes oportunidades de descobrirem-se distintas umas das outras e
principalmente de aprenderem a respeitar as diferenças.
A primeira intervenção foi muito desafiadora, os questionamentos surgiam a todo
instante, como apresentar o Projeto? Como executar a sequência didática? Como trabalhar
com os alunos que ainda não dominam a leitura e a escrita?
De acordo com Goulart (2015), “em uma educação participativa, o trabalho de
produção de linguagem – falar, ouvir, ler e escrever – deve ser intenso, envolvendo diferentes
tipos de reflexão”. Foi o que nos propomos na realização deste projeto, que cada prática
nossa fosse bem refletida, criando meios de novas aprendizagens aos alunos.
Partindo deste ponto, e de outras orientações e com todo o suporte docente técnico,
elaboramos a sequência didática e a executamos, levando para a sala de aula, cartaz com os
significados dos nomes dos alunos, caderno para que eles pudessem escrever um pouco de sua
história, cédulas de identidade para eles preencherem.
Então, apresentamos o nosso projeto para os/as alunos/as, partindo da apresentação
do projeto, demos início a execução das atividades propostas na sequencia didática, tendo
consciência de que todo planejamento é flexível.
Assim, trabalhamos com os/as alunos/as sobre a “Identidade”, executamos uma
sequência de atividades, que contemplou roda de conversa, dinâmica do espelho, vocalização

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Seminário de Estágio Supervisionado do Curso de Pedagogia de 23 a 26 de outubro de 2018

da poesia “Identidade” de Pedro Bandeira, o significado do nome de cada um deles, produção


de texto individual.
No segundo encontro, falamos sobre o Bullyng existente em sala de aula, a princípio
foi passado um filme chamado “EXTRAORDINARIO” apesar de algumas dificuldades
encontradas nesse dia, como o som não querendo funcionar e o filme parar tanto que os
alunos não conseguiram assistir no final, a parte que os alunos assistiram, deu para
compreender sobre o que o filme fala, e levantar uma discussão a respeito. Após discussões
feita, proporcionamos aos mesmos uma dinâmica do dado dos sentimos, onde um por um,
tinham que jogar o dado, que em cada parte tinha um sentimento (zangado, contente, amado,
envergonhado, triste e surpreso) no sentimento que parasse os teriam que dizer em que
situação os menos já se encontravam assim, ao termino da dinâmica, expomos para os alunos
sobre a estrutura do texto histórias em quadrinhos, depois da exposição cada um teve que
produzir sua história em quadrinhos sobre o tema trabalho durante a aula.
Na aula seguinte, como era a última das intervenções, antes da execução da
sequência didática fizemos um apanhado geral com os/as alunos/as, sobre tudo o que já
havíamos trabalhado até aqui, ouvimos os/as alunos/as, suas impressões e apreensões no
percurso do nosso projeto.
Nesta intervenção trabalhamos sobre o lugar onde eles vivem – a casa, trouxe para a
sala de aula o poema “A casa” de Vinicius de Moraes, fizemos a escrita do poema no quadro
com auxílio dos/as alunos/as, pois eles iam dizendo os versos e eu ia escrevendo, fizemos a
leitura do poema e cantamos também, conversamos sobre os tipos de casa, endereço e como
atividade proposta, pedimos que eles produzissem um texto falando de como era a casa deles,
e finalizamos as atividades fazendo uma dobradura de casa com papel A4.
Sobre as dificuldades enfrentadas, se deram no fato de conseguir, manter em alguns
momentos a atenção e o envolvimento de todos, pois alguns alunos/as ficavam dispersos e
conversando muito, e também em conseguir chamá-los para se envolverem nas atividades
pedagógicas, porém essas dificuldades foram discutidas e ao longo do projeto buscamos
estratégias para amenizar esta situação.
[80]
O lugar do Estágio Supervisionado no Currículo das Licenciaturas, E-book do VII Seminário de Estágio
Supervisionado do Curso de Pedagogia/ Organizadoras Karla Cristina Silva Sousa, Maria do Carmo Alves da
Cruz, Maria do Socorro Estrela Paixão, Marise Marçalina de Castro Silva Rosa; Raimunda Nonata da Silva
Machado. – São Luís: EDUFMA, 2019. I ISBN
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Assim a experiência que tivemos na escola foi muito relevante para minha
formação. Percebemos que a utilização do projeto deve ser visto como uma estratégia, para
que sejam desenvolvidos nos/as alunos/as novos conhecimentos e uma aprendizagem
significativa, além de dar condições para o professor o ensino dos conteúdos curriculares.
O professor precisa saber utilizar as estratégias adequadas para promoção da
aprendizagem significativa de seus alunos, até por que, as salas de aula são heterogêneas, cada
aluno/a tem o seu tempo para aprender, e o professor precisar ter sensibilidade para perceber
isso, e buscar estratégias para passar os conteúdos propiciando a aprendizagem de todos.
Enfim, o Estágio em Docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, foi uma
experiência ímpar, e que nos trouxe novos conhecimentos, e um norte para a nossa formação
docente.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Acrescentamos a essas considerações finais, a importância do estágio na formação
dos licenciandos em Pedagogia, tal relevância, se justifica pelo exercício realizado durante
período de desenvolvimento das atividades: o planejamento e a avaliação das atividades nos
fazem vivenciar as etapas do exercício da docência.
Assim também o processo de investigação, o ato de observar e buscar captar o
máximo que acontece no ambiente escolar, as sinalizações dos alunos, e a regência do
professor, são necessários para a construção da docência, neste processo construtivo, trabalhar
com projetos é uma ferramenta muito eficaz, isto é, quando bem planejado, articulado e
executado.
Na trajetória do estágio a partir das leituras e discussões em sala de aula, verificamos
que o auxílio da supervisora docente veio corroborar, para a realização de tudo o que nos
propomos a fazer.

[81]
O lugar do Estágio Supervisionado no Currículo das Licenciaturas, E-book do VII Seminário de Estágio
Supervisionado do Curso de Pedagogia/ Organizadoras Karla Cristina Silva Sousa, Maria do Carmo Alves da
Cruz, Maria do Socorro Estrela Paixão, Marise Marçalina de Castro Silva Rosa; Raimunda Nonata da Silva
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É válido pontuar aqui que o aceite e a permissão das professoras e a liberdade a nós
concederam de atuar em suas salas de aula, foram essenciais para que aplicação e execução do
nosso projeto. Bem como a participação e motivação dos/as alunos/as pelas aulas, as tornaram
bastante produtivas
Neste sentido, concluímos dizendo que a experiência adquirida com o Estágio em
Docência, foi muito gratificante e enriquecedora, abriu novas e ímpares oportunidades não só
para a nossa formação, mas, para a nossa vida pessoal e profissional, por nos propiciar a
observação, investigação, reflexão, aprendizagens significativas e a (re) construção de uma
prática pedagógica que leva em conta as sinalizações do seu alunado.

REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério de Educação. Conselho Nacional de Educação. Resolução 1/2006
Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Pedagogia, Licenciatura. Maio
de 2006.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002.

GOULART, Cecília M. A.; SOUZA Marta (Orgs.). Como alfabetizar? Na roda com
professoras dos anos iniciais. Campinas, SP: Papirus, 2015.

HERVATINI, Luciana; CARBELLO, Sandra Regina Cassol. A pesquisa como referencial


teórico-metodológico no estágio supervisionada do curso de formação docente. Paraná. 2010.

LIMA, Lucinete Marques. Técnicas e procedimentos metodológicos de pesquisa científica.


São Luís: UFMA, 2012.

LIMA, Maria do Socorro Lucena.; AROEIRA, Kalline Pereira. O estágio Curricular em


colaboração, a reflexão e o registro reflexivo dos estagiários: um diálogo entre a universidade
e a escola. In. GOMES, Marineide de Oliveira (org.). Estágio na formação de professores:
possibilidades formativas entre ensino, pesquisa e extensão. São Paulo: Loyola, 2011.

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O lugar do Estágio Supervisionado no Currículo das Licenciaturas, E-book do VII Seminário de Estágio
Supervisionado do Curso de Pedagogia/ Organizadoras Karla Cristina Silva Sousa, Maria do Carmo Alves da
Cruz, Maria do Socorro Estrela Paixão, Marise Marçalina de Castro Silva Rosa; Raimunda Nonata da Silva
Machado. – São Luís: EDUFMA, 2019. I ISBN
Seminário de Estágio Supervisionado do Curso de Pedagogia de 23 a 26 de outubro de 2018

MELLO, Suely Amaral. Uma reflexão sobre o conceito de mediação no processo


educativo. Teor. Prát. Educ. (Impr.); 6(12): 29-47, jan.-jul. 2003.

MENDONÇA, Cristina Nogueira. A Documentação Pedagógica como Processo de


Investigação e Reflexão na Educação Infantil. 2009. 136 f. Tese (Doutor em Educação).
Faculdade de Filosofia e Ciências da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita
Filho”, Campus de Marília. 2009.

MÓNICO, Lisete S.; ALFERES, Valentinm R.; PEREIRA, Pedro M. A observação


participante enquanto metodologia de investigação qualitativa. Atas - Investigação Qualitativa
em Ciencias Sociais. V. 3, p. 727-733, 2017. Disponível em: <https://proceedings.
ciaiq.org/index.php/ciaiq2017/articl/view/1447> Acesso em: 01 set. 2018

PIMENTA, Selma Garrido.; LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e docência: diferentes
concepções. Revista Poíesis. vol. 3, nº 3 e 4, p. 5-24. 2005/2006.

RELATÓRIO DE ESTÁGIO DOCENTE EM FILOSOFIA NA ESCOLA ESTADUAL


RUBEM ALMEIDA

Lucidalva Pereira Gonçalves - Universidade


Federal do Maranhão. lucidalv@gmail.com

INTRODUÇÃO
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O estágio supervisionado representa uma etapa importante para o processo de


formação docente. No seu cumprimento aprendemos na prática de que modo se deve proceder
para garantir a realização plena do ensino-aprendizado dos discentes. Dividida em cinco fases,
o estágio supervisionado do curso de licenciatura em ciências humanas da Universidade
Federal do Maranhão-Campus da Cidade de Pinheiro intencionou promover aos seus
estagiários a possibilidade de estabelecer maior contato com a vida rotineira das escolas
públicas da cidade. É nesse contexto que podemos aprimorar as habilidades docentes e
conhecer as dificuldades que permeiam o ensino básico atualmente com a finalidade de buscar
alternativas de solução.
Nessas circunstâncias, uma vez nos fazendo conscientes desse objetivo estivemos
nós, estudantes do curso de licenciatura em ciências humanas com habilitação em filosofia e
estagiários da 5ª etapa do estágio obrigatório da UFMA, a desenvolver regências na escola
Centro de Ensino Professor Rubem Almeida entre o segundo semestre de 2015 e o primeiro
semestre de 2016. Supervisionados pelo nosso então professor mestre Danielton Campos
Melonio estivemos ainda a cumprir as atividades de regência simulada sob a supervisão
docente e observação de micro-aulas. Assim, no decorrer dos meses de novembro e dezembro
de 2015 e janeiro, fevereiro e março de 2016, se fizeram cumpridas as referidas atividades.
Considerando o que foi exposto, o registro das atividades desenvolvidas no
decorrer da 5ª etapa do estágio se torna relevante por representar uma maneira de expor o
aprendizado desenvolvido em conjunto pelos estagiários na universidade, como também o
resultado que obtive com as regências das aulas de filosofia na escola concedente. Além
disso, esse registro torna possível ainda externar o vínculo que tenho com a minha área de
formação, a saber, as ciências humanas e de forma mais específica a filosofia. Sendo assim,
de modo a corresponder à estrutura deste trabalho fazem-se presentes como registro das
atividades referentes à 5ª etapa, as atividades desenvolvidas na fase de regência de micro-

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Cruz, Maria do Socorro Estrela Paixão, Marise Marçalina de Castro Silva Rosa; Raimunda Nonata da Silva
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aulas, assim como as atividades desempenhadas na fase de regência de aulas na escola


estadual Rubem Almeida e no final a avaliação dessa fase do estágio supervisionado.
No que tange à metodologia que adotei no transcorrer de todo o estágio
supervisionado V, esta correspondeu basicamente ao método da aula expositiva e dialogada,
pelo qual realizei a regência de micro-aulas da disciplina de filosofia sob supervisão docente e
de aulas na escola concedente. Durante a regência de aulas na escola vale ressaltar ainda que,
como procedimentos adotados, estive a priorizar a leitura do livro didático, o registro no
quadro de textos específicos para os assuntos trabalhados de modo que os alunos pudessem
copiar, mas também procurei desenvolver um diálogo crítico com os estudantes sobre os
assuntos que eram trabalhados. Se tratando do momento de observação das micro-aulas
ministradas pelos meus colegas estagiários, neste procurei proceder de modo a analisar a
didática e procedimentos metodológicos dos mesmos, intencionando, com isso, fazer juízos
quanto ao modo de expressão docente dos que também estavam a cumprir a 5ª etapa do
estágio. Para tanto dispomos de uma ficha avaliativa que entre outras coisas nos indicava a
avaliar o domínio de conteúdo, o cumprimento dos objetivos e a metodologia aplicada. Esses
três princípios regem a descrição das avaliações que efetivei em relação aos demais
estagiários.

A REGÊNCIA DE MICRO-AULAS SOB SUPERVISÃO DOCENTE


O estágio supervisionado V correspondendo à etapa de encerramento da atividade
concernente ao aprendizado prático da função docente teve seu início no dia 22 de dezembro
de 2015. Nesse dia, nosso supervisor docente, professor mestre Danielton Campos Melonio
apresentou as fichas que seriam utilizadas no decorrer do estágio assim como marcou com os
estagiários os dias em que se iniciariam as atividades de regência e observação das micro-
aulas na universidade. Estas, por sua vez tiveram início nos dias 19 e 20 de Janeiro de 2016.
No primeiro dia iniciei a regência de aulas ministrando o assunto “Período Socrático ou
antropológico – Sócrates contra os sofistas”, apontando como público alvo o 1º ano do ensino
médio. Durante a aula busquei conduzir a explicação de modo que ficassem claras as
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características do período socrático ou antropológico e que se fizesse entendido para ouvintes


quem foram os sofistas, sua influência para o desenvolvimento da pólis grega assim como os
principais pontos da filosofia socrática. Assim procedi tentando levantar questões-problemas
que poderiam ser discutidas em uma aula de filosofia no ambiente escolar. Logo em seguida
tive a oportunidade de ouvir as considerações de nosso supervisor docente, como também dos
demais estagiários que se faziam presentes. Nesse mesmo dia os meus colegas do estágio
regeram também suas micro-aulas, as quais, por sua vez, tive a oportunidade de observar e,
com isso, realizar a atividade de observação da regência de micro aulas. Dessa maneira,
observei a regência dos estagiários Gilnaldo Nunes, Adriano Pinheiro, Claudiane Martins e
Marlene Costa. Ao término de cada regência pude fazer algumas considerações relacionadas à
micro-aula de cada um deles, as quais se seguiam das observações apontadas pelos demais
estagiários e por nosso supervisor docente. Essa prática se seguiu no decorrer de todos os dias
em que regemos as micro-aulas.
No segundo dia lecionei como conteúdo (voltado para o público do 1º ano do
ensino médio) a “Filosofia Moderna (do século XVII a meados do século XVIII) – a dúvida
metódica de René Descartes”. No decorrer da regência intencionei possibilitar aos ouvintes
conhecerem os aspectos que caracterizaram o contexto de discussão filosófica em que
Descartes se fazia inserido como também entenderem em que consiste a “dúvida metódica”
do filósofo. Em seguida ouvi as considerações de nosso supervisor docente acerca da minha
aula e do plano apresentado, como também dos demais estagiários. Assim ocorrendo, me
dispus a observar em seguida a regência de meus colegas de estágio que se faziam presentes
nesse dia (Gilnaldo, Marlene e Adriano), e ao final de cada regência apresentamos novamente
observações quanto ao que fora regido por cada um, juntamente com o nosso supervisor
docente.
Na semana seguinte, as micro-aulas se fizeram realizadas nos dias 25 e 26 de
janeiro. No primeiro dia estive presente juntamente com o estagiário Gilnaldo e lecionei como
assunto “Filosofia Patrística (do século I ao século VII) – Santo Agostinho”, apresentando o
público do 2º ano como correspondente ao público alvo da aula ministrada. Nesse sentido
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fizeram parte dos meus objetivos promover ao ouvinte a possibilidade de conhecer o contexto
de discussão filosófica da patrística como também a teoria da iluminação e o conceito de mal
segundo Santo Agostinho. Finalizada a regência pude, então, ouvir as considerações do
estagiário Gilnaldo e do nosso professor em supervisão. Se tratando das regências do dia
seguinte, estas contaram com a participação de três estagiários, sendo minha presença uma
delas acompanhada pelo Gilnaldo e pela Claudiane. Em minha regência lecionei como
assunto “Os constituintes do campo ético e o sujeito moral” procurando sempre me atentar
para o cumprimento dos objetivos de acordo com uma didática acessível ao público sugerido
em plano de aula (1º ano do ensino médio). Após assim proceder, novamente me dispus a
ouvir as considerações de meus colegas presentes e do nosso supervisor docente. Em seguida
pude então observar a regência do Gilnaldo e a da Claudiane e efetuar considerações acerca
da regência dos mesmos.
Assim ocorrido, o encontro que se seguiu aconteceu no dia 15 do mês de
fevereiro, e nesse dia tive a oportunidade de observar os estagiários Gilnaldo, Claudiane e
Marlene, assim como também lecionar a última micro-aula exigida para o cumprimento da
atividade referente à regência supervisionada. Na regência que ministrei adotei como assunto
“O que é filosofia?”, buscando no desenvolver da micro aula demonstrar domínio de conteúdo
como também didática favorável para o desempenho adequado do que propus em plano de
aula. Uma vez tendo cumprido a carga horária exigida para as regências supervisionadas me
dispus, então, no encontro seguinte a observar as regências que faltavam ser lecionadas ainda
pelos meus colegas estagiários com a finalidade de assim encerrar também a carga horária
concernente às observações de micro-aulas.

ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM FILOSOFIA NA ESCOLA ESTADUAL RUBEM


ALMEIDA

Embora tenha finalizado a referida atividade no dia 15 de março, tive autorização


logo no dia 26 de janeiro do nosso supervisor Danielton Campos Melonio para me apresentar

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à escola campo Centro de Ensino Professor Rubem Almeida e, com isso, iniciar a atividade de
regência de aulas para estudantes do ensino médio. Sendo assim, após iniciadas as aulas no
mês de fevereiro me dirigi à escola no dia 18 do referido mês. Logo que cheguei entreguei a
carta de apresentação para a direção da escola representada pela diretora Maria Antônia, a
qual, por sua vez, me conduziu à presença da professora de filosofia da instituição, a saber, a
professora Maria Benedita Silva Ribeiro. A mesma se manifestou de forma prestativa com
minha presença, apresentando-me o livro didático utilizado na escola5 e fornecendo-me uma
unidade do mesmo, assim como também um material de seu próprio uso particular 6 para que
pudesse assim trabalhar no momento das aulas.
No dia 03 de março iniciei a regência logo no 1º e 2º horários na turma 201 do 2º
ano. Nesse momento a professora me apresentou aos alunos e pude, então, acompanha-los
durante os 90 minutos cabíveis à disciplina de filosofia. A professora Benedita, por sua vez,
permaneceu a frente da turma, como também do assunto trabalhado, a saber, “Ética e Moral”.
Pedi a ela que me concedesse a oportunidade de também trabalhar o conteúdo com os
estudantes e, assim, após definir de uma maneira geral o que é ética e moral, e como ocorreu o
seu surgimento, pude, então, tratar com alunos a respeito do assunto que havia planejado, a
saber, “Ética e Moral: Aristóteles e a práxis”. Logo em seguida nos dirigimos para a turma
102 do 1º ano e, com isso, no decorrer do 4º e 5º horários pudemos, então, trabalhar com o
assunto “Os pré-socráticos e o período cosmológico da filosofia”. A professora Benedita
forneceu um texto aos alunos para que pudessem ter acesso ao conteúdo e, enquanto isso, fiz
o registro no quadro de forma mais sucinta do que se fazia disposto no texto para que
fizessem também a cópia no caderno. Após assim proceder, a professora pediu a alguns
alunos que lessem suas pesquisas a respeito do assunto, cuja tarefa havia pedido na semana
que havia passado para que, com base também no aproveitamento do que apresentavam
registrado no caderno, fosse discutido o assunto. Sendo assim, no momento em que me dispus

5
CHAUÍ, Marilena. Iniciação à filosofia: ensino médio, volume único. São Paulo: Ática, 2010.
6
REALE, Giovanni. História da filosofia: Antiguidade e idade Média. São Paulo: Paulus, 1990.
[88]
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a explorar o conteúdo considerei o registro que havia feito no quadro como também as
pesquisas apresentadas pelos alunos.
Novamente no dia 04 de março me dirigi à escola campo e tive a oportunidade de
lecionar nas turmas 101 e 301 do 1º e 3º anos, respectivamente. Na primeira turma (101)
ministrei aula juntamente com a professora Benedita no decorrer do 2º e 3º horários e, de
modo semelhante como havíamos procedido na turma 102, trabalhamos com o assunto “Os
pré-socráticos e o período cosmológico da filosofia”; nesse momento a professora Benedita
concedeu aos alunos o mesmo texto que havia apresentado aos alunos da turma 102 no dia
anterior e novamente fiz o resumo no quadro para o registro no caderno. Após assim proceder
a professora Benedita se dispôs a explicar o assunto e depois tive então a oportunidade de
fazer acréscimos quanto ao assunto trabalhado. No decorrer do 4º e 5º horários nos dirigimos
para a turma seguinte, a saber, a turma 301. Nesse momento tive a oportunidade de
juntamente com a professora Benedita trabalhar com o assunto “ciência e tecnologia”. Nesse
momento tive a impressão de que aquilo que havia planejado não se realizaria, pois em plano
trabalharíamos com o assunto “A atitude científica” e em prática tivemos que fazer a correção
de uma atividade que se fazia pendente. Entretanto, como a atividade que os alunos
apresentavam em mãos perpassava pelo assunto planejado pude, então, explica-lo ao
responder o exercício com os estudantes e até mesmo abordar de forma sucinta como se deu o
desenvolvimento da ciência e da tecnologia nos períodos que marcaram a história da
humanidade.
No dia 10 de março as regências ocorreram no decorrer do 3º horário na turma
201 (do 2º ano) e 4º e 5º horários na turma 102. Durante a regência na turma do 2º ano
trabalhamos então com o assunto “Ética e Moral: o esclarecimento em Kant”. Nesse
momento, a professora Benedita pediu aos alunos que lhe dissessem se apresentavam eles
alguma dificuldade em relação ao seminário que haviam de apresentar em data posterior.
Logo em seguida, a professora se dispôs a reger o conteúdo e quando solicitou minha
contribuição pude então falar a respeito da noção de esclarecimento segundo Immanuel Kant
e, ao assim proceder, utilizei um texto extraído do livro Filosofando de Maria Lúcia Arruda
[89]
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Aranha (2009)7. Após a leitura do texto tive a oportunidade de utilizar exemplos rotineiros em
que podemos e devemos fazer uso de nosso próprio entendimento e procurei estimular a
atenção e participação dos estudantes ao assim proceder. Com o término do horário nos
dirigimos para a turma 102 para serem cumpridos o 4º e 5º horários, e no seu decurso tive a
oportunidade de dar continuidade ao assunto trabalhado na semana anterior, “Os pré-
socráticos e o período cosmológico da filosofia”, procedendo de modo a explicar as
contribuições deixadas pela escola eleática indicando os seus principais representantes. Para
assim proceder registrei no quadro os pontos principais do texto concedido pela professora
Benedita aos alunos e a partir de então pude explicar o assunto. Como forma de avaliação do
aprendizado procurava me atentar a fazer perguntas oralmente e para a participação dos
estudantes com a aula e a motivação para as pesquisas solicitadas ou registro no caderno do
que se fazia registrado no quadro.
No dia seguinte, dia 11 de março, novamente me dirigi à escola para o
cumprimento de novas regências. Assim procedendo, tive a oportunidade de acompanhar a
turma 101 durante o 2º e 3º horários, nos quais trabalhando juntamente com a professora
Benedita novamente procedi de modo a dar continuidade ao assunto “Os pré-socráticos e o
período cosmológico da filosofia”, abordando, com isso, novamente a escola eleática. Nesse
momento utilizei novamente o texto concedido pela professora Benedita e com o mesmo
procedi de modo a fazer um mapa conceitual no quadro para que registrassem no caderno, e a
partir do mesmo pudesse explicar o conteúdo, buscando sempre incentivar a participação e
contribuição dos estudantes nas aulas de modo a desenvolver a criticidade dos mesmos. Com
o término do 3º horário nos dirigimos para a turma 301 para se fazerem cumpridos o 4º e 5º
horários. Nesse momento o assunto trabalhado correspondeu às “Diferenças entre a ciência
antiga e a ciência clássica ou moderna”. Ao proceder com a aula, a professora Benedita
sugeriu a leitura do livro didático “Iniciação à Filosofia” da Marilena Chauí 8. Ao assim
proceder me solicitou que fizesse a leitura, e com o seu término abordamos o conteúdo de

7
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofando: introdução à filosofia. 4.ed. São Paulo: Moderna, 2009.
8
CHAUÍ, Marilena. Iniciação à filosofia: ensino médio, volume único. São Paulo: Ática, 2010.
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modo a ressaltar as características distintas entre a ciência na antiguidade e a ciência moderna,


sempre buscando estimular a participação dos estudantes.

AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO

A avaliação das atividades efetivadas no decorrer do estágio supervisionado V


deve considerar o cumprimento dos objetivos registrados nestas linhas, como também o
desenvolvimento das competências da prática docente. Dessa forma, durante a fase de
regência de micro aulas e observação das mesmas, cujos objetivos corresponderam
basicamente ao aprimoramento didático (e metodológico) no ensino de filosofia e à análise
crítica das regências dos demais estagiários, considero ter alcançado devidamente tais
interesses. Ao reger as micro-aulas tive a oportunidade de ouvir do nosso supervisor docente
que, de fato, apresentei melhoras quanto a forma de me posicionar didaticamente e trabalhar o
conteúdo proposto, embora o mesmo sempre externasse pontos que precisassem ser
aprimorados.
Durante a atividade de regência de micro-aulas tive a oportunidade de ouvir do
nosso supervisor docente as considerações a respeito do modo (métodos e didática) como
lecionava os assuntos da disciplina, assim como também de fazer observações quanto às aulas
ministradas por meus colegas estagiários. Essa atividade do estágio representou para todos
nós (estagiários) a preparação prática para o momento de regência na escola concedente, e
nesse processo desenvolvemos habilidades, discutimos dificuldades e qualidades que
caracterizaram cada um em sua regência, cumprimos os objetivos propostos em plano de aula
e aprimoramos nossos métodos de ensino para melhor trabalhar e atender a educação e o
ensino de filosofia no ensino médio.

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No que tange à atividade de regência de aulas na escola campo considero ter


alcançado parte dos objetivos propostos. Isso porque as turmas apresentaram realidades
distintas, tais como número de alunos, estudantes mais dispersos enquanto outros mais quietos
e a presença de alunos com necessidades especiais em algumas delas, por exemplo. Com isso,
muitas das vezes enfrentei dificuldades que segundo a minha própria óptica comprometeram o
desenvolvimento dessa fase do estágio supervisionado V. De acordo com Alejandro Cerletti
(2004, p. 24) “[...] o que move o filosofar é o desafio de ter de dar conta, permanentemente,
de uma distância ou um vazio que não acaba de encher”. Isso me levou a questionar várias
vezes como poderia conduzir o aprendizado dos estudantes em meio às dificuldades
apresentadas pela educação no Brasil.
A indisciplina me conduziu a repensar os procedimentos metodológicos algumas
vezes e a presença de alunos com necessidades especiais me fez sentir um certo despreparo
para trabalhar com esse público, uma vez não o conhecendo em sua dimensão como também
desconhecendo as formas de promover seu desempenho educacional. Entretanto, apesar das
dificuldades, identifiquei momentos em que pude observar o cumprimento dos objetivos que
definiram a minha atuação na escola. Durante a realização das regências procurei ter atenção
quanto à linguagem que utilizava para lecionar aos alunos, o que percebi ter favorecido o
entendimento dos mesmos e a própria participação dos estudantes também ao levantarem
questões-problemas para discutirmos em conjunto.
Por isso, considero que a fase de regência de aulas na escola concedente
representou a fase que me possibilitou pôr em prática o que aprendi na universidade durante a
regência simulada (de micro-aulas). O conhecimento construído em conjunto com os demais
estagiários e com nosso supervisor docente contribuiu para minha formação de modo a me
fazer atentar para a necessidade do professor ensinar filosofia ensinando a filosofar. Segundo
Immanuel Kant,

pode-se apenas aprender a filosofar, isto é, a exercer o talento da razão na aplicação


de seus princípios gerais em certas tentativas que se apresentam, mas sempre com a
reserva do direito que a razão tem de procurar esses próprios princípios nas suas
fontes, e confirma-los e rejeitá-los (KANT, 2013, p. 661).
[92]
O lugar do Estágio Supervisionado no Currículo das Licenciaturas, E-book do VII Seminário de Estágio
Supervisionado do Curso de Pedagogia/ Organizadoras Karla Cristina Silva Sousa, Maria do Carmo Alves da
Cruz, Maria do Socorro Estrela Paixão, Marise Marçalina de Castro Silva Rosa; Raimunda Nonata da Silva
Machado. – São Luís: EDUFMA, 2019. I ISBN
Seminário de Estágio Supervisionado do Curso de Pedagogia de 23 a 26 de outubro de 2018

Esse princípio representa hoje um daqueles que rege a minha formação


profissional. Além disso, no decorrer da regência na escola campo tive a oportunidade de
conhecer a realidade do ensino na rede pública e percebi que na prática enfrentamos muitas
dificuldades por em prática um ensino de filosofia que ensine a filosofar, tais como indispor
de recursos para conduzir o ensino-aprendizado dos estudantes de uma nova geração que não
mais se contenta com a educação baseada somente no quadro-negro, giz e apagador.
Questionei-me então, como atender a necessidade educacional desses estudantes sendo que a
escola mantém ainda a estrutura de um ensino tradicional? De que modo ensinar a filosofar
em um ambiente de ensino que, comparado ao contexto da sociedade midiática em que
vivemos, não representa atrativo aos estudantes do ensino médio?
Essas questões me acompanharam durante todo o cumprimento da atividade de
regência na escola campo. Entretanto, mesmo permanecido com esta dificuldade percebi que
isso não comprometeu o desenvolvimento de habilidades significativas para o desempenho da
função docente e procurei sempre, mesmo em meio às dificuldades desenvolver a prática do
filosofar em sala de aula. Percebi que no decorrer das regências na escola tive a oportunidade
de aprimorar minha didática e me atentar para um modo de explicação que favorecesse o
desenvolvimento de um ensino de filosofia voltado para a prática do pensamento filosófico.
Considerando o que fora exposto, cabe registrar nestas linhas que a experiência vivida no
decorrer da 5ª etapa do estágio supervisionado me tornou mais sensibilizada às necessidades e
problemas da educação atualmente.

REFERÊNCIAS

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofando: introdução à filosofia. 4.ed. São Paulo:
Moderna, 2009.

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O lugar do Estágio Supervisionado no Currículo das Licenciaturas, E-book do VII Seminário de Estágio
Supervisionado do Curso de Pedagogia/ Organizadoras Karla Cristina Silva Sousa, Maria do Carmo Alves da
Cruz, Maria do Socorro Estrela Paixão, Marise Marçalina de Castro Silva Rosa; Raimunda Nonata da Silva
Machado. – São Luís: EDUFMA, 2019. I ISBN
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CHAUÍ, Marilena. Iniciação à filosofia: ensino médio, volume único. São Paulo: Ática,
2010.

KANT, Immanuel. Crítica da razão Pura. Tradução de Manuela Pinto dos Santos e
Alexandre Fradique. 8. ed. Lisboa: 2013.

REALE, Giovanni. História da filosofia: Antiguidade e idade Média. São Paulo: Paulus,
1990.

RIBEIRO, Paulo Silvino. O que é Ética? Brasil Escola, 2014. Disponível em: <http: //
www.brasilescola.com/sociologia/o-que-etica.htm>. Acesso em: 17 nov. 2014.

SANTANA, Ana Lúcia. Ética. Infoescola, 2014. Disponível em:


<http://www.infoescola.com/filosofia/etica/>. Acesso em: 17 nov. 2014.

SOUSA, Rainer. Capitanias hereditárias. Brasilescola. Disponível em:


<http:www.brasilescola.com/historiab/capitanias-hereditárias.htm.>. Acesso em: 30 nov.
2014.

PROJETO UBUNTU: UMA EXPERIÊNCIA VIVIDA NO ESTÁGIO EM ANOS


INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Walquíria Costa P.ereira – UFMA –


walquiria.pereira28@gmail.com
Joelma Reis Correia – UFMA –
joelmareis1970@hotmail.com

RESUMO

Este artigo tem como objetivo relatar a experiência vivenciada no Estágio Supervisionado em
Docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, a partir do desenvolvimento do Projeto
“UBUNTU: sou o que sou porque nós somos” em uma turma do 2º ano de uma escola da
Rede Pública Municipal de São Luís – MA. Utilizamos essa antiga filosofia africana para
mostrar uma África diferente da que geralmente é mostrada nas salas de aulas. Os aportes
teóricos de Gomes (2009), Lima e Aroeira (2011), Lima (2010), Mello (2003), Rizzoli (2009),
entre outras/os autoras/es, nos permitiram refletir sobre a vivência da gestão docente durante o
estágio, e entender a criança como protagonistas no processo de ensino e aprendizagem. Os
resultados apontaram que o desenvolvimento do Projeto Ubuntu possibilitou às crianças
vivenciar outras situações de aprendizagem que não estavam acostumadas a vivenciar no
âmbito da escola.
[94]
O lugar do Estágio Supervisionado no Currículo das Licenciaturas, E-book do VII Seminário de Estágio
Supervisionado do Curso de Pedagogia/ Organizadoras Karla Cristina Silva Sousa, Maria do Carmo Alves da
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Machado. – São Luís: EDUFMA, 2019. I ISBN
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Palavras-chave: Estágio Supervisionado. Docência. Ubuntu.

INTRODUÇÃO

O Estágio é um espaço para a formação de professoras/es reflexivos (LIMA;


AROEIRA, 2011), especialmente porque permite aos alunos reflexões sobre a gestão de sala
de aula, bem como o reconhecimento deste espaço como construção de conhecimentos e
aprendizagens significativas. É, ainda, o momento que nos possibilita construir a nossa
identidade docente e vivenciar diferentes situações de ensino e aprendizagem, ampliando
nosso conhecimento. Para Gomes (2009, p.74), o estágio é uma “oportunidade de
aprendizagem da profissão docente e de construção da identidade profissional”.
Vivenciar o Estágio Supervisionado, mais especificamente o Estágio em Docência
nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, nos deu a oportunidade de perceber as crianças e
sentir suas necessidades no âmbito da escola. A partir dessa vivência, direcionamos nosso
olhar para elas, sendo possível entender a importância de prover situações de ensino e
aprendizagem de valorização de si e do outro, proposta principal do Projeto Ubuntu.
Dessa forma, o objetivo deste estudo é relatar a experiência vivenciada no Estágio
Supervisionado em Docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, a partir do
desenvolvimento do Projeto “UBUNTU: sou o que sou porque nós somos” em uma turma do
2º ano de uma escola da Rede Pública Municipal de São Luís – MA. Nesta análise, vamos
deixando transparecer os nossos sentimentos, dilemas e os desafios encontrados durante essa
trajetória.
A estrutura do artigo está constituída das seguintes seções: Na primeira, “Estágio
Supervisionado em Docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental: reflexões
introdutórias”, situamos nossas primeiras aproximações com o estágio e relatamos os
primeiros estudos realizados que possibilitaram um olhar diferenciado para o campo do
estágio. Na segunda seção, intitulada “Ubuntu: construindo à docência no espaço escolar”,
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discorremos sobre a motivação para a escolha do projeto de intervenção intitulado “Projeto


Ubuntu”, bem como a nossa atuação na docência e o desenvolvimento de nossa gestão em
sala de aula, dando ênfase para as aprendizagens construídas por nós e pelas crianças.
À guisa de conclusão, buscamos retomar os principais aspectos presentes nesse
artigo, evidenciando a importância de vivenciar o Estágio em Docência nos Anos Iniciais do
Ensino fundamental para nossa formação profissional.

ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM DOCÊNCIA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO


FUNDAMENTAL: reflexões introdutórias

Nessa seção do artigo temos por objetivo evidenciar os momentos iniciais do Estágio
em Docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, o qual possui grande relevância
social e educacional, tendo em vista que é a etapa que nos proporciona reflexões acerca do
referido estágio para a nossa formação profissional. Tais reflexões nos conduzem e
direcionam para a entrada no campo de estágio com um olhar voltado para as crianças, com a
intenção de proporcionar-lhe períodos de aprendizagem significativas, afinal são elas as
protagonistas do nosso fazer pedagógico.
Para Lima e Aroeira (2011, p.117) “o grande desafio do estágio é constituir-se como
esse espaço de aprendizagem que nos leva a refazer continuamente a prática e a descobrir
novos jeitos de compreender nosso fazer pedagógico e de conviver com ele”. Concordando
com as autoras podemos inferir que o estágio é um momento tanto de aprendizagem quanto de
ressignificações.
Como primeiro momento de reflexão sobre o estágio e, consequentemente, sobre o
Ensino Fundamental, nos foi lançado pela professora algumas questões sobre a nossa
concepção de criança, em especial as crianças de 6 a 10 anos, sujeitos centrais do estágio nos
anos iniciais. Foi possível refletir, principalmente, sobre quem é essa criança e como ela
aprende.
Tais reflexões foram necessárias para que tenhamos clareza de que essa criança
possui suas próprias especificidades, apresenta as suas próprias dificuldades e tem sua própria

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visão de mundo. Nesse sentido, é necessário que nós, enquanto estagiárias/os e futuras/os
professoras/es, valorizemos as individualidades de cada uma delas.
A participação no COPERGE/EMGES durante o estágio também nos trouxe grandes
reflexões, a compreensão da importância socioeducacional e política das discussões sobre as
relações étnico-raciais, um dos princípios apresentados pela Lei de Diretrizes e Bases da
Educação. Afora isso, essas discussões têm grande relevância pessoal, pois nos
proporcionaram o reconhecimento como mulher afrodescendente, possibilitando a afirmação
da nossa identidade. De acordo com Gomes (2005, p. 43) “A identidade negra é entendida,
aqui, como uma construção [...] do olhar de um grupo étnico/racial ou de sujeitos que
pertencem a um mesmo grupo étnico/racial, sobre si mesmos, a partir da relação com o
outro”.
A reflexão proporcionada pelos referidos eventos se entendeu ao espaço da sala de
aula quando foi possível vivenciar situações de ensino em Alfabetização, promovidas pela
professora do Estágio, as quais foram prazerosas e muito significativas. A docente nos
mostrou que é possível inserir conteúdos referentes a história africana atrelados aos conteúdos
sistematizados de maneira lúdica, de forma a proporcionar para as crianças uma aprendizagem
significativa.
A produção da Abayomi, como culminância desse primeiro momento, teve um
significado muito grande para a nossa formação profissional. Nos possibilitou entender um
universo grandioso, que as relações sociais e a valorização do próximo também são
importantes. A palavra “Abayomi” de origem africana significa “encontro feliz” ou “encontro
precioso”. Nesta perspectiva, devemos em nossa prática educativa internalizar o significado
da referida palavra e oferecer para as nossas crianças o que temos de melhor, fazendo a
diferença não só durante o período de Estágio, mas em toda a nossa atuação pedagógica.
Nessa primeira fase do Estágio, foi possível perceber a importância da
contextualização do conteúdo para a criança. Esses encontros proporcionaram o
desenvolvimento de múltiplas aprendizagens, contribuindo de maneira significativa para

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nossa identidade docente, tendo em vista, proporcionar meios para nos instrumentalizar antes
de estarmos no campo do estágio.

UBUNTU: construindo à docência no espaço escolar

Para Mello (2003, p. 33) “o papel da escola é dirigir o trabalho educativo para
estágios de desenvolvimento ainda não alcançados pela criança”. Acreditamos que esta
instituição deve proporcionar às crianças momentos de vivenciar a infância, oportunizando-
lhes situações de ensino e aprendizagem que favoreçam o desenvolvimento de sua autonomia,
por meio de experiências significativas de modo que vivam com grande intensidade os
momentos presentes na escola, além de prover a aquisição da cultura pelas crianças.
Conforme mencionamos na Introdução, desenvolvemos o nosso estágio em uma
turma do 2º ano B, no turno vespertino, de uma escola da Rede Pública Municipal de São Luís
– MA, composta por vinte e nove crianças entre sete e oito anos. A maioria não ler e não
escreve convencionalmente, muitas ainda estão no processo de transição da escrita de letra
bastão para a cursiva.
A professora da turma onde estagiamos, possui graduação em Pedagogia, tem mais
de dez anos de experiência na Educação Infantil e seis anos nos Anos Iniciais; atua na escola
menos de seis meses como professora de PL, e, na referida sala, é professora de História e
Geografia. A gestão de sala de aula da professora é baseada na concepção tradicional de
ensino, cuja metodologia prevalece a reprodução, não estimulando o desenvolvimento total
das crianças, portanto, a prática da professora não possibilita o desenvolvimento da escrita
pelas crianças, que apenas copiam, e de maneira limitada, algo que já está escrito.
As crianças, em sua maioria, são oriundas de famílias com baixo capital econômico.
São crianças que, muitas vezes, não vivenciam a infância da maneira que deve ser, pois suas
realidades estão cercadas de diferentes formas de violências, sejam elas física ou psicológica,
culminando na reprodução de um comportamento “indisciplinado e agressivo”.
Nesta perspectiva, é necessário que a gestão docente seja voltada para a valorização
dessas crianças, para que sejam reconhecidas “como uma pessoa com direitos próprios,
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particularidades e interesses a serem ampliados por meio das relações vivenciadas dentro e
fora da escola” (LIMA, 2010, p.16). Fazer da criança protagonista do processo de ensino
aprendizagem é oportuniza-las momentos de intensas aprendizagens, considerando suas
vivências e experiências, no intuito de formar sujeitos críticos e reflexivos.
Acreditamos que as atividades propostas para as crianças precisam fazer sentido para
elas e, ainda, desafiá-las para que possam de fato se apropriarem tanto da leitura como da
escrita. Segundo Mello (2003, p.33) “o trabalho educativo deve impulsionar novos
conhecimentos e novas conquistas a partir do nível real de desenvolvimento do aluno – de seu
desenvolvimento consolidado, daquilo que ele já sabe”. É nesta perspectiva, que acreditamos
que as atividades desenvolvidas na sala do 2º ano B, não possibilitavam o desenvolvimento
social e educacional das crianças, pois, não as induziam fazerem questionamentos e/ou
buscarem novas descobertas e aprendizagens.
Os momentos de observações nos possibilitaram a reflexão sobre a importância da
valorização da criança. Se a reconhecemos como protagonistas no processo de ensino e
aprendizagem, precisamos partir das suas necessidades e vivências. É neste sentido que
pensamos na elaboração de um projeto de trabalho que pudesse desenvolver nas crianças a
autonomia, a criticidade, participação, concentração, bem como, conhecimentos sobre valores
e respeito ao próximo, surgindo, então, o projeto “Ubuntu”, o qual envolve uma antiga
filosofia africana, cujo significado é “Sou o que sou porque nós somos”.
Com esse Projeto, relacionamos conteúdos voltados para o Continente Africano, com
ênfase, principalmente, no ensino da leitura e escrita. Nossa intenção, por meio dele, era
também desconstruir a imagem de uma África estereotipada, vista como um lugar que se tem
somente fome e miséria. Para tanto, selecionamos alguns conteúdos, dentre os quais
destacamos: características do continente; personalidades africanas de sucesso, ressaltando
Nelson Mandela e Inji Efflatoun; arte africana, relacionando tais conteúdos com os momentos
de contação de história, pois acreditamos que “ouvir histórias tem uma importância muito
grande para a criança: faz com que ela se sinta importante, sinta que alguma coisa está sendo
feita especialmente para ela” (RIZZOLI, 2009, p.7). Sendo assim, a cada dia de intervenção
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apresentamos para as crianças uma história que contemplasse a aquisição de novos


conhecimentos sobre o Continente Africano.
Logo no nosso primeiro dia de intervenção vocalizamos a história “Lobu Ku
Xibinhu: histórias que as crianças me contaram no Cabo Verde”, de Rogério Andrade
Barbosa e Ilustração de Jô Oliveira, que nos possibilitou fazer a mediação com as crianças
sobre as características da África. Nos dias seguintes de desenvolvimento do Projeto Ubuntu,
vocalizamos para elas as histórias “Madiba, o menino africano”, de Rogério Andrade Barbosa
e Ilustração de Alarcão; “Obax”, de André Neves; “O Coração do Baobá” de Heloisa Pires
Lima e ilustração de Laerte Silvino. As histórias presentes em cada livro citado nos
permitiram proporcionar para as crianças momentos de aquisição de conhecimentos acerca do
Continente Africano, contribuindo para a efetivação da proposta do projeto.
O movimento de contar histórias que evidencia a própria cultura africana, cujo
ensinamentos nos direciona para vivências de coletividade e solidariedade, possibilitou
reflexão sobre a valorização das especificidades e o reconhecimento das necessidades das
crianças do 2º ano B, proporcionando ampliar nossa concepção de criança, de infância e de
educador; conduzindo-nos por um caminho que permitiu uma avaliação das nossas próprias
práticas, de forma a contribuir para o desenvolvimento do ensino e aprendizagem, bem como
a interação entre professor e aluno.
Nessa direção, buscamos dar protagonismo aquelas crianças, de forma que elas
pudessem realmente fazer parte do processo de ensino e aprendizagem estabelecida em uma
relação dialógica. Com ênfase na vivência significativa da leitura e da escrita, cujas propostas
principais eram os registros sobre si mesmo e de tudo que foi aprendido durante as aulas. Para
tanto, abrir o espaço para o diálogo entre a professora/criança/criança foi de fundamental
importância para que os alunos fossem estimulados a escrever. Por esse motivo, corroboramos
com Goulart (2015, p. 58) ao afirmar: “é por meio de muito diálogo que a escrita é aprendida
e exercitada no dia a dia escolar, em atividades desafiadoras e significativas”.
Foi nesse momento que constatamos que a maioria das crianças não possuíam
autonomia para escrever, cuja justificativa pode ser o fato de serem condicionadas a copiar o
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que já está exposto no quadro branco ou em livros. No espaço da sala de aula elas não eram
oportunizadas a vivenciar a leitura como compreensão e a escrita como produção.
Fazendo jus ao tema do projeto, apresentamos para as crianças diferentes filosofias
africanas, principalmente as de valorização de si e do outro, representadas pelo “Ubuntu”.
Possibilitamos o seu encontro com a arte africana, em que puderam conhecer algumas
pinturas e esculturas feitas por artistas africanos, ampliando seus conhecimentos sobre esse
Continente.
Para a culminância do projeto, propomos que as crianças se expressassem por meio
da pintura, representando suas emoções, suas curiosidades, seus medos, entre tantos outros
sentimentos. Acreditamos que este tenha sido o momento mais importante de todo percurso
do estágio, pois foi possível verificar a felicidade nos olhos de cada uma e a entrega total para
a concretização da atividade.
É possível afirmar que vivenciar o Estágio em Docência dos Anos Iniciais do Ensino
Fundamental foi um grande desafio que nos possibilitou refletir sobre nossa própria gestão
docente, transformando nossa própria concepção de ensino e aprendizagem e contribuindo
para o alcance de diferentes aprendizagens, vivenciando experiências únicas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Estágio em Docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental nos permitiu


refletir sobre a constituição do que é ser professora, principalmente sobre o que é ser
professora da escola pública, sendo possível o entendimento das dificuldades e limitações que
podem ser enfrentados na nossa atuação docente. Oportunizando experimentar o espaço
escolar dedicado às crianças dos Anos Inicias da Educação Básica.
A escola é uma instituição social que deve contribuir para a formação cidadã;
propiciar às crianças vivências de situações de ensino e aprendizagem significativas; é
necessário que a escola respeite as crianças como sujeitos de direitos, que possuem
necessidades e interesses diversificados; que as crianças possam se sentirem acolhidas,

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amadas, respeitadas, para que assim, de fato, ocorra uma transformação da realidade a qual
elas vivem.
As crianças da escola campo do estágio, em sua maioria possuem a trajetória de vida
perpassada por dificuldades, desigualdades, violências físicas e psicológicas, que ainda são
reproduzidas por esta sociedade que continua sendo bastante excludente. Quanto à escola, é
necessário que adquira elementos que possam contribuir para a transformação da realidade
daquelas crianças, oportunizando situações de ensino e aprendizagem que possam torná-las
cidadãs críticas e reflexivas sobre sua situação na sociedade a qual está inserido.
É nesta perspectiva que, por meio do Projeto Ubuntu, possibilitamos às crianças do
2º ano daquela instituição, vivenciar situações diferenciadas das que eventualmente estavam
acostumadas. Além disso, o desenvolvimento do projeto possibilitou apresentar para elas uma
África com uma cultura diversificada, e cujas filosofias primam pela solidariedade,
valorização, respeito e coletividade.
Assim, vivenciar o estágio possibilitou nosso entendimento sobre qual a concepção
de ensino que devemos adotar, nos distanciando de práticas que negligenciam a criança como
um sujeito histórico e social, e a compreensão que a gestão docente deve ter uma
intencionalidade.

REFERÊNCIAS

GOULART, Cecilia M. A. Com quantos paus se faz uma canoa? Conhecimentos envolvidos
na vasta cultura escrita e no processo de alfabetização. In: GOULART, C. M. A.; SOUZA, M.
(orgs.). Como alfabetizar? Na roda com professoras dos anos iniciais. Campinas, SP:
Papirus, 2015. p. 57 – 67.

GOMES, Nilma Lino. Alguns termos e conceitos presentes no debate sobre relações raciais
no Brasil: uma breve discussão. In: Educação anti-racista: caminhos abertos pela Lei
Federal nº 10.639/03. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada,
Alfabetização e Diversidade, 2005. P. 39-62.

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Cruz, Maria do Socorro Estrela Paixão, Marise Marçalina de Castro Silva Rosa; Raimunda Nonata da Silva
Machado. – São Luís: EDUFMA, 2019. I ISBN
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GOMES, Marineide de Oliveira. Formação contínua, estatuto da prática e estágio na formação


de educadores. In: _____. Formação de professores na educação Infantil. São Paulo:
Cortez, 2009.

LIMA, Elieuza Aparecida de. Reflexões sobre a educação infantil: contribuições da teoria
histórico – cultural. In: Revista Interfaces, ano 2, nº 2, Out. 2010.

LIMA, Maria Socorro Lucena; AROEIRA, Kalline Pereira. O estágio curricular em


colaboração, a reflexão e o registro dos estagiários: um diálogo entre a universidade e a
escola. In: GOMES, Marineide de Oliveira (Org.). Estágio na formação de professores:
possibilidades formativas entre ensino, pesquisa e extensão. São Paulo: Loyola, 2011, p. 117-
133.

MELLO, Suely Amaral. Uma reflexão sobre o conceito de mediação no processo educativo.
In: Teoria e Prática da Educação, Maringá, v. 6, n. 12, p. 29-48, 2003.

RIZZOLI, Maria Cristina. Literatura com letras e sem letras na educação infantil do norte da
Itália. In: FARIA, Ana Lúcia Goulart; MELLO, Suely Amaral (org). Linguagens infantis:
outras formas de leitura. Campinas, SP: Autores Associados, 2009, p. 5-20.

ESTÁGIO SUPERVISIONADO: União da teoria e prática para a construção da


docência

Mayalu Santos Melo – UFMA.


mayalu22@hotmail.com
Marinalva Jesus do Nascimento – UFMA.
marinalvasts@hotmail.com
Tyciana Vasconcelos Batalha – Faculdade
Futura. alftyci@gmail.com

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Orientadora: Profa. Ms. Maria do Carmo


Alves da Cruz – UFMA.
docarmo_cruz@hotmail.com

RESUMO

Este trabalho é um recorte do relatório feito durante o Estágio Supervisionado em Docência do Ensino
Fundamental e tem como objetivo descrever e refletir sobre nossas experiências no Estágio em Docência dos
Anos Iniciais realizado em uma Escola Pública Municipal de São Luís - MA. Para tanto realizamos observação
participante e regências em uma turma do segundo ano do Ensino Fundamental, em uma escola municipal d a
rede pública de São Luís – MA. Para análise e fundamentação dos dados utilizamos: Gomes (2011); Jolibert
(1994); Moretti (2015), entre outros. o estágio como atividade indispensável para a formação inicial do docente,
e os muitos desafios que se apresentam é de relevância para o crescimento deste futuro profissional. E com todos
os conhecimentos aprendidos, esperamos desenvolver um trabalho um melhor no futuro.

Palavras-chave: Educação. Docência. Estágio Supervisionado.

1 INTRODUÇÃO

“O lugar de estágio em nossa vida de professores supera a limitação da “hora da


prática” (GOMES, p.117, 2011). O estágio supervisionado se estabelece como um momento
ímpar para a formação do discente, pois é neste momento que se torna possível relacionar
teoria e prática, vivenciando experiências significativas, que irão contribuir para a construção
da nossa postura e identidade profissional perante a área que pretendemos atuar.
O estágio supervisionado garante uma troca do aluno não somente com seu
professor-orientador, mas também com a escola em que irá atuar. Concordamos com Gomes
(2011, p.118) quando afirma que:

Com o estabelecimento de práticas colaborativas no processo de estágio


supervisionado, uma possibilidade é a reflexão partilhada, estratégia que, no âmbito
de aprendizagem profissional, é conceituada como momentos de socialização de
saberes, problematização e produção de conhecimento por meio de uma postura
investigativa em que se possibilita ao professor estagiário, ao professor orientador
do estágio, e aos demais estagiários a chance de contribuir para ampliação da

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Cruz, Maria do Socorro Estrela Paixão, Marise Marçalina de Castro Silva Rosa; Raimunda Nonata da Silva
Machado. – São Luís: EDUFMA, 2019. I ISBN
Seminário de Estágio Supervisionado do Curso de Pedagogia de 23 a 26 de outubro de 2018

comunicação entre a universidade e a escola, além de assumir uma conduta ativa


diante do conhecimento.

Para muitos, esta é a primeira experiência à frente de uma sala de aula, portanto,
este momento se constitui como uma oportunidade do discente se descobrir enquanto
professor, e refletir sobre todo o conhecimento construído até o momento, além de identificar
suas preferências da área de atuação dentro da sua futura profissão.
De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação
em Pedagogia alega que o estágio é um ato escolar supervisionado, e que faz parte do projeto
político pedagógico do curso visando o aprendizado das competências das atividades
profissionais, cujo objetivo deve ser a formação e desenvolvimento do educando para a vida
cidadã e profissional.
Segundo a ementa da disciplina de estágio dos anos iniciais do ensino
fundamental do curso de pedagogia na UFMA, trata-se de um estágio com a carga horária de
90hs e que tem a relação teoria e prática associados no decorrer de todo o documento, tendo
como princípio norteador a pesquisa, que precisa ser o lócus de estudo durante todo o
processo no qual foram feitas análises documentais de outros portfólios, participação no
cotidiano da sala de aula, registros cursivos dessas observações e experiências no diário de
campo, planejamento e outras coisas mais que constituem tal disciplina foram realizados pelos
integrantes da mesma.
Entre os objetivos estabelecidos na ementa está posto que os alunos devem
desenvolver capacidades teórico-metodológicas para a docência dos Anos Iniciais do Ensino
Fundamental por meio das práticas, experiências, intervenções didáticas tendo como eixo do
trabalho pedagógico a interdisciplinaridade, afim de trabalhar os conteúdos e saberes de forma
integrada, e não mais fragmentada como outrora, é portanto, um grande desafio para os
estagiários que estão tendo sua primeira experiência na docência.
Neste Sentido, o presente trabalho tem como objetivo descrever e refletir sobre
nossas experiências no Estágio em Docência dos Anos Iniciais realizado em uma Escola

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O lugar do Estágio Supervisionado no Currículo das Licenciaturas, E-book do VII Seminário de Estágio
Supervisionado do Curso de Pedagogia/ Organizadoras Karla Cristina Silva Sousa, Maria do Carmo Alves da
Cruz, Maria do Socorro Estrela Paixão, Marise Marçalina de Castro Silva Rosa; Raimunda Nonata da Silva
Machado. – São Luís: EDUFMA, 2019. I ISBN
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Pública Municipal de São Luís - MA. Aqui discorreremos sobre nossas angústias,
aprendizagens, experiências e as mudanças que este estágio ocasionou em nossa formação.

2 REFLEXÕES INTRODUTÓRIAS SOBRE O ESTÁGIO DOS ANOS INCIAIS DO


ENSINO FUNDAMENTAL

Nesta parte do trabalho temos por objetivo descrever e refletir sobre o momento
inicial do estágio supervisionado em anos iniciais. Neste primeiro momento problematizamos,
contextualizamos e discutimos as concepções de estágio, bem como sua importância dentro da
graduação.
O estágio teve início em março de 2018, e durante o primeiro mês tivemos
momentos de reflexões e oportunidade de ricas trocas de informações, conhecimento e
experiências com as professoras e companheiros de classe. As professoras-orientadoras
trouxeram para este momento, valiosas sugestões de atividades e autores dentro das suas
respectivas áreas de atuação: Metodologia da Matemática de Alfabetização.
Definido isto, voltamos os olhares para nós, discentes do curso de pedagogia em
formação de estágio, e discutimos sobre nossas dificuldades nas metodologias e áreas
específicas de conhecimento, e nos dias seguintes nos aprofundamos em discussões, reflexões
e atividades criativas sobre alfabetização e metodologia da matemática, mas de uma forma
contextualizada, que também pudemos contemplar interdisciplinaridade.
Vivenciamos situações da alfabetização e metodologias da matemática, que
contribuíram para nossa formação, pois sempre tivemos dúvidas em como trabalhar a
matemática com as crianças, pudemos contemplar atividades desenvolvidas de forma lúdica,
leve e atribuída de sentido.
A experiência da atividade na área de alfabetização nos trouxe o contexto da
época da escravidão através da boneca Abayomi (IMAGEM 1). A boneca nos foi apresentada
através de um vídeo falando sobre sua origem, contexto e significado, seguido de um vídeo
explicativo de como produziríamos a boneca em sala de aula, para depois presentearmos

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alguém com a mesma. E nada mais natural do que um cartão para acompanhar o presente, não
é mesmo?

IMAGEM 01: bonecas Abayomi produzidas pelos discentes de pedagogia

Fonte: Acervo Pessoal/ 2018

Desta forma, produzimos cartões criativos para acompanhar o presente,


contemplando também a arte, e a escrita de uma forma divertida e criativa, pois segundo
Jolibert (1994), é primordial que as crianças adentrem o mundo da escrita, e que esse mundo
não se limite às páginas do livro didático ou do caderno com atividades aleatórias. As crianças
precisam desempenhar a função de “produtoras, editoras e difusoras” (Jolibert, 1994b, p.22).
Nas vivências matemáticas, as professoras-orientadoras também trouxeram
atividades lúdicas e divertidas. Em uma das atividades nos pediu que medíssemos a nossa
turma, fizéssemos alguns cálculos, e convertêssemos em desenhos, incentivando e
propiciando a interação de grupo.
Após estas vivências do estágio, percebemos o quanto estas reflexões inicias são
indispensáveis no âmbito e contexto da formação docente, pois além de proporcionar uma
retrospectiva dos conhecimentos já adquiridos ao longo da jornada acadêmica, nos faz pensar
a função e prática do docente e da escola, bem como pensar a criança como o centro das
nossas ações.

3 INVESTIGAÇÃO DA DOCÊNCIA NO CONTEXTO ESCOLAR

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Fizemos a observação participante e intervenção em uma Escola Pública


Municipal de São Luís – MA, durante quase 3 meses. Fizemos o sorteio das turmas,
direcionando as estagiárias para conhecer as professoras em suas respectivas salas. Após este
primeiro contato, a nossa professora-supervisora, proporcionou um momento indispensável
para nossa investigação. Uma roda de conversa entre nós estagiárias, as professoras e gestão
da escola, onde conhecemos um pouco das necessidades, especificidades e perfil das
professoras.
Nossa turma de 2º ano era composta por 23 alunos matriculados, sendo que por
aula tínhamos uma média de 18 crianças em sala. A professora-supervisora, possui duas
licenciaturas: Filosofia e Ciências da Religião, e já trabalha há 13 anos nesta Escola.
Presenciamos diversas atividades em sala, porém a que nos chamou atenção, foi
uma de matemática, o que gerou muitas dúvidas e inseguranças para responder à questão,
momento que foi confirmado com os pedidos de ajuda constantes por parte dos alunos.
Constatamos que essas dúvidas ocorrem devido a:

“ [...] a crença que aflora do senso comum de que, para aprender matemática, o
sujeito primeiro precisa ser alfabetizado, e apesar do esforço de estudiosos da área
para desmitifica-la, a compreensão de que processos de apropriação dos
conhecimentos matemáticos ocorrem associados aos de alfabetização e letramento,
não chega, ainda, a ser facilmente constatada nas práticas de escolarização das
crianças das escolas brasileiras”. (MORETTI, 2015, p.16)

Um momento que também foi assistido por nós, foi a prova (IMAGEM 02) de
nivelamento alfabético fornecida pelo programa ‘mais alfabetização’ do município. A prova
visava investigar o nível alfabético da turma para definir se a turma precisava de mais um
professor, que atuaria como um tutor, para contribuir no processo de alfabetização.
A professora explicou do que se tratava e orientou que deveriam responder
conforme a leitura de cada questão estivesse sido realizada. Auxiliamos a professora na
entrega das provas para as crianças e ficamos observando o comportamento das crianças
diante daquela prova. É interessante destacar que após a leitura da questão a ser respondida
naquele momento, muitas crianças precisavam de explicação para compreender o que estava

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sendo solicitadas, outras apenas olhavam para a prova do coleguinha e respondia igual, ou
ainda faziam apenas a leitura dos desenhos e respondiam.

IMAGEM 02: Aplicação de prova de nivelamento alfabetico

Fonte: Acervo Pessoal (2018)

A “avaliação, [...] apresenta-se como meio constante de fornecer suporte ao


educando no seu processo de assimilação dos conteúdos e no seu processo de constituição de
si mesmo como sujeito existencial e como cidadão” (LUCKESI 1997, p. 174). A avaliação do
ensino do ato de ler e escrever são imprescindíveis para apontar que conhecimentos os
professores precisam mobilizar no seu fazer pedagógico, como também em relação a sua
formação básica e continuada, na tentativa de estar o mais instrumentalizado possível para o
exercício de sua prática.
Entretanto, acreditamos que essa sistemática só faz sentido quando respeita o
tempo e as individualidades em face da diversidade que compõe uma turma, ou seja, uma
prova que é elaborada sem conhecer os sujeitos envolvidos, não é capaz de avaliar o

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conhecimento das crianças, pois neste tipo de avaliação o que importa é o processo. Uma
prova aplicada em um único dia não é capaz de investigar e avaliar o nível alfabético da
turma.
Concordamos com a professora-supervisora, que nos explicou que a avaliação é
um processo contínuo o qual deve ser feito junto ao aluno, conversando e observando as
experiências e desenvolvimento adquiridos pela criança. Todavia, também é feito por meio da
aplicação de provas para cumprir exigências da SEMED. Sendo assim, a avaliação tem papel
importante na aprendizagem significativa construindo e reconstruindo o conhecimento. Nesse
sentido, as Diretrizes afirmam que:
A avaliação deve ser processual e incidir sobre todo o contexto de aprendizagem: as
atividades propostas e o modo como foram realizadas, as instruções e os apoios
oferecidos às crianças individualmente e ao coletivo de crianças, a forma como o
professor respondeu às manifestações e às interações das crianças, os agrupamentos
que as crianças formaram, o material oferecido e o espaço e o tempo garantidos para
a realização das atividades (BRASIL, 2010, p. 28).

É necessário pensar a avaliação como estímulo do conhecimento e não como


punição, o aluno deve ter consciência da sua capacidade e desenvolvimento cognitivo. A
avaliação deve ser uma ferramenta da aprendizagem, o sistema educativo precisa formar e
preparar professores às mudanças de concepção das ações pedagógicas atual.
Neste estágio pudemos refletir sobre algumas práticas que não queremos
reproduzir enquanto docente, e mais, ainda sobre algumas questões que devemos nos
aprofundar teórica e metodologicamente.
Tivemos alguns desafios ao longo do estágio como o cronograma apertado, a sala
pequena, nossas angústias, incertezas e inseguranças, além de alguns vícios das crianças,
como por exemplo, elas estavam tão habituadas a somente ficarem nas carteiras enfileiradas,
que algumas resistiam um pouco quando mudávamos as disposições das carteiras ou fazíamos
a roda no chão. Mas com a ajuda nossa supervisora de estágio e a própria professora da turma,
superamos o medo e nos esforçamos para darmos nosso melhor.
Segundo Pimenta e Lima (2006, p. 6), “ o estágio se constitui como um campo de
conhecimento, o que significa atribuir-lhe um estatuto epistemológico que supera sua
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tradicional redução à atividade prática instrumental.[...] o estágio se produz na interação dos


cursos de formação com o campo social no qual se desenvolvem as práticas educativas”. Esta
afirmativa foi constatada por nós, que após este estágio, aprendemos, revemos, refletimos e
construímos através desde processo de aprendizagem. Para nós, o estágio foi um momento
que se destacou pelo que nos proporcionou em aprendizagem, estivemos neste momento não
para reproduzir, mas para aprender com a prática, ou até mesmo a falta dela.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Consideramos o estágio como atividade indispensável para a formação inicial do


docente, e os muitos desafios que se apresentam é de relevância para o crescimento deste
futuro profissional. Além do mais, este momento é diferente de outras atividades relacionadas
a formação do educador, pois é acompanhado desde o início de suas atividades na escola por
vários outros profissionais mais experientes, dentre eles, o orientador da disciplina, que tem
papel fundamental.
Nesse sentido, o estágio supervisionado serve como um importante meio de
adquirir experiência pautado na reflexão e num estudo constante afim de utilizar
adequadamente os conhecimentos teóricos em busca de melhorias para a prática na sala de
aula, permitindo ao graduando de que forma ele pode contribuir com a melhoria da educação,
especificamente na rede pública e nos anos iniciais da Educação Básica.
Este estágio contribuiu para a nossa formação acadêmica, de forma singular,
única, pois por meio desta experiência, percebendo os nossos erros e dificuldades,
aprendemos a superar os conflitos, a resolver os problemas que vão surgindo, a improvisar
quando tudo parece está dando errado. E com todos os conhecimentos aprendidos, esperamos
desenvolver um trabalho um melhor no futuro.

REFERÊNCIAS

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BRASIL, Lei de Diretrizes e B. Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. LBD.


Disponível em: http://livraria.camara.leg.br/ldb-lei-de-diretrizes-e-bases-da-educac-o-
nacional-863.html. Acesso em 15 de junho de 2017

GOMES, Marineide de Oliveira (Org.) Estágios na Formação de professore: possibilidades


formativas entre ensino, pesquisa e extensão. São Paulo: Loyola, 2011.

JOLIBERT, J. Formando crianças leitoras. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.

LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da aprendizagem Escolar, 6ª ed. São Paulo: Cortez,


1997.

MORETTI, Vanessa Dias; SOUZA, N.M. Marques. Educação Matemática nos Anos
Inicias do Ensino Fundamental: princípios e práticas pedagógicas. São Paulo: cortez, 2015.

PIMENTA, Selma Garrido; LIMA, Maria Socorro Lucena. Revista Poíesis -Volume 3,
Números 3 e 4, pp.5-24, 2005/2006.

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SESSÃO DE PÔSTER

O USO DA ROTINA COMO RECURSO PEDAGÓGICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Isabela de Cássia Costa Vieira


Faculdade Pitágoras do Maranhão
E-mail: isajofra28@gmail.com

INTRODUÇÃO
O presente artigo tem por objetivo discutir a importância da organização da rotina
nas Instituições de Educação Infantil. É por meio da rotina que os professores e alunos
desenvolvem o seu trabalho. Portanto, a rotina escolar desenvolve o trabalho didático por
meio de horários, tarefas pré-estabelecidas, organizadas de acordo com o cotidiano da
instituição de ensino. O estabelecimento da rotina não é tarefa fácil, pois muitas vezes é vista
como algo mecânico e repetitivo, inclusive pelo próprio adulto. Apesar disso, a organização
da rotina é fundamental para que a criança se sinta segura e desenvolva sua autonomia. Por
isso, buscou-se compreender como a organização da rotina pode contribuir no processo de
ensino e aprendizagem da criança.
METODOLOGIA
A observação participativa realizada no período do Estágio Supervisionado em
Educação Infantil em uma escola particular de São Luís – MA, atrelada à leitura de
renomados teóricos foram às metodologias adotadas para a realização desse trabalho.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
As observações no período do Estágio Supervisionado em Educação Infantil permitiu
perceber a presença marcante da rotina nas práticas pedagógicas da docente assim como em
toda organização da instituição. Apesar da organização da rotina se tratar de uma exigência da
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instituição percebemos o livre arbítrio da docente na construção do seu cotidiano, o que


oportuniza as mesmas planejar a sua rotina levando em consideração as especificidades da
criança para a qual está sendo pensada e nesse momento a docente conta com a participação
das crianças, está metodologia muito contribui para o desenvolvimento da autonomia do
aluno.
A utilização da rotina é responsável pela organização do tempo e espaço no contexto
escolar e pela estruturação da didática do professor, estes elementos são extremamente
importantes para o desenvolvimento integral da criança, por isso sua construção deve
envolver os alunos, além da necessidade do olhar atento do professor.
Paara Barbosa:
A rotina é compreendida como uma categoria pedagógica da Educação Infantil que
opera como uma estrutura básica organizadora da vida cotidiana diária em certo tipo
de espaço social, creches ou pré-escola. Devem fazer parte da rotina todas as
atividades recorrentes e reiterativas na vida cotidiana coletiva, mas nem por isso
precisam ser repetitivas. (2006, p. 201)

Autores apontam a necessidade de se conhecer e a participação das crianças na


organização da rotina para que os benefícios adquiridos pelo uso da rotina possam ser
significativos, é nesse sentido que a rotina se caracteriza como uma ferramenta pedagógica
benéfica tanto para os professores como para os alunos. Na instituição onde ocorreu o estágio
o uso da rotina pela docente atende os critérios necessários para que a mesma seja mais que
divisor de tempo e espaço, tornando-a um importante recurso pedagógico no processo de
ensino e aprendizagem da criança.
Portanto, para a rotina ser vista como recurso pedagógico a sua construção deve
ocorrer envolvendo todos os sujeitos envolvidos, sendo o docente o mediador da sua
organização. Na escola onde ocorre o estágio, havia uma grande preocupação da professora
em atender as necessidades da criança, essa observação juntamente com as leituras de
pesquisadores da temática possibilitou a compreensão da rotina no contexto escolar como um
importante recurso pedagógico na educação infantil.
CONCLUSÃO
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No decorrer das observações realizadas na escola, foi possível perceber como a organização
da rotina é relevante no processo de ensino e aprendizagem na educação infantil. Pois, além
de organizar o tempo pedagógico do docente, transmite segurança e dá noção de tempo e
espaço para a criança. Esses fatores são importantes para o desenvolvimento integral da
criança, objetivo este proposta pela a LBD 9394/96.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. Referencial curricular nacional para a educação


infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998.

BARBOSA, Maria Carmen Silveira. Por amor e por força: Rotinas na educação infantil.
Artmed, Porto Alegre, 2006.

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SESSÃO DE RELATOS DE EXPERIÊNCIA

ESTÁGIO SUPERVISIONADO: A RELEVÂNCIA DO ESTÁGIO E OS ENTRAVES


ENFRENTADOS PELOS GRADUANDOS DE PEDAGOGIA EM UM RELATO DE
EXPERIÊNCIA VIVENCIADO EM UMA ESCOLA MUNICIPAL DE SÃO LUÍS-MA.

Daniele Freitas De ARAUJO-FACAM-


danyelearaujo75@gmail.Com
Dennilis Guedes LIMA FACAM-
Dennilis.dg@hotmail.com
RESUMO

O presente artigo tem como objetivo relatar sobre a relevância do estágio e os entraves enfrentados durante as
experiências vivenciadas pelas alunas do 7º período da Faculdade do Maranhão – FACAM, com enfoque na
educação infantil. O estágio supervisionado foi realizado em uma escola municipal de São Luís-Maranhão. Aqui
aborda-se o Estágio Supervisionado como uma etapa importante na formação dos graduandos de Pedagogia, pois
é neste momento crucial de sua formação que os mesmos têm a oportunidade de colocar em prática o que
aprendeu ao longo do decorrer do curso, bem como ampliar seus conhecimentos por meio das situações
vivenciadas. Nesse sentido o estágio supervisionado proporcionou a vivência da realidade escolar, locus de
nossa atuação profissional, por excelência. Esta experiência possibilitou-nos, diante das dificuldades e desafios
observados, reflexões em torno de nossa atuação e, assim, nesse exercício dialético da reflexão x ação x reflexão

Aluna do 8º período do curso de Pedagogia na Faculdade do Maranhão - FACAM.




Aluna do 8º período do curso de Pedagogia na Faculdade do Maranhão - FACAM.




Orientadora: Rainilde Gomes Campos

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no decorrer do nosso processo formativo, foi-se aprimorando o fazer pedagógico, qualificando nossas práticas e
nos preparando melhor para o mundo do trabalho. O Estágio Supervisionado por ser um componente curricular
obrigatório, tem suas normas gerais estabelecidas pela Lei 11.788 de setembro de 2008. Ou seja, é indispensável
aos graduandos, pois, sem o mesmo ele não poderá concluir sua graduação. Vivenciando esse momento e
identificando a relevância do mesmo no decorrer do Estágio Supervisionado I – Educação Infantil, várias
dúvidas e questionamentos surgiram ao longo dessa experiência, sendo estas o foco deste Relato, em que serão
destacados os momentos cruciais dessa etapa de formação, frente a grande relevância social e pedagógica, no
que diz respeito ao processo formativo de futuros professores. Esta experiência será fundamentada com base nas
contribuições teóricas de: Weisz (2002), Garrido (2004), Pimenta (2008, 2014) Lima (2008) e Almeida (2014).
A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, registro das observações de sala de aula, análises das
vivências e as reflexões acerca das experiências vivenciadas no campo de estágio. Para o registro das
observações foram utilizadas as fichas de registro de atividades e a ficha de avaliação das regências executadas.
Para o relato da experiência foram levantadas as regências realizadas e, paralelamente, as observações feitas no
campo de estágio, em relação aos demais espaços escolares (pátio, refeitório, salas de vídeo e...), sendo feito o
registro das dificuldades vividas e o aprimoramento gradativo em relação às regências realizadas, com base nas
avaliações feitas pela supervisão de sala de aula, bem como pela supervisão docente da FACAM. Os resultados
dessa experiência destacam o aperfeiçoamento da formação docente a partir da vivência enquanto estagiárias, no
contexto da sala de aula da escola pública, bem como das inquietações decorrentes do confronto teoria e prática,
os entraves que permeiam essa prática e a necessidade de superação do medo de errar, de questionar e aceitar as
orientações e críticas que servirão para a formação desse profissional iniciante, além da necessidade de estar
buscando metodologias que não permaneçam na mera transmissão de conhecimentos, para a superação desse
ensino mecânico e de posturas didáticas autoritárias.

Palavras-chave: Estagio Supervisionado I. Formação de professores. Experiências vivenciadas.

1 INTRODUÇÃO
O Estágio Supervisionado é o momento crucial na formação do acadêmico de
Pedagogia, pois, é neste momento que o mesmo aplicará na prática o que conseguiu aprender
ao longo de sua vida acadêmica e, ampliar seus conhecimentos a partir das experiências
vividas. É nesse momento que se relaciona teoria e prática, para que essa formação se dê de
forma mais completa, pois teoria e prática caminham lado a lado, são indissociáveis quando
se trata do processo de formação de professores, portanto, essa experiência é indispensável
para sua carreira profissional.
Segundo Pimenta e Lima (2012, p. 29): “considerar o estágio como campo de
conhecimento significa atribuir-lhe um estatuto epistemológico que supere sua tradicional
redução à atividade prática instrumental [...]”. Portanto o estagiário deve ter o discernimento
que é um aprendiz e que qualquer conduta prepotente pode ter como consequência resultados
divergentes do que foi planejado.

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O estágio não é só o momento de pôr em prática o que aprendeu no decorrer de


sua formação, pois, estudos recentes vêm nos mostrar que é o momento de aprender e refletir
sobre a realidade das condições da educação da escola pública e, sendo assim, de refletir sobre
as responsabilidades e necessidades formativas, que serão contínuas, enquanto eterno
aprendiz. Pois, enquanto profissionais da educação temos a difícil tarefa de contribuir para a
mudança do precário cenário educacional que vivenciamos, de forma especial, nas escolas
públicas.
Segundo Pimenta e Lima (2012, p. 99): “o estágio pode ser considerado como
uma oportunidade de aprendizagem da profissão docente e da construção da identidade
profissional [...]”. Porque o seu objetivo vai além de ensinar conteúdos e como devemos
ensinar nas situações reais do cotidiano escolar.
O cotidiano escolar requer um novo modelo de profissional no campo de trabalho,
um professor reflexivo, crítico e mediador, pois as escolas precisam de profissionais capazes
de fazer a diferença e não profissionais tradicionais que se acomodam pelo simples fato de ter
passado em um concurso e por esse motivo reproduz o sistema de ensino fracassado que se
tem se perpetuado durante décadas.
A prática faz-se necessária em toda e qualquer profissão para que possamos
aprender fazendo. E no processo de formação de professores é imprescindível ao mesmo, esta
etapa de sua formação, pois a experiência vivenciada é para que este possa se defrontar
concretamente com a sala de aula, enquanto espaço de atuação profissional e, nesse processo
de atuação/formação fazer a permanente reflexão e crítica sobre sua atuação, sobre a atuação
dos profissionais observados, nos diferentes espaços escolares, possibilitando a análise crítica
e criteriosa sobre as observações e sua própria prática, pontuando as dificuldades,
fundamentando-se teoricamente, para a revisão de condutas e superação das dificuldades
surgidas. Devendo, ainda, estar com a audição aguçada para as orientações dadas pelas
supervisoras docente e a supervisora de campo, tendo o compromisso de dar qualidade
progressiva à sua atuação docente. Educar o olhar, para não estar só fazendo críticas negativas

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às possíveis práticas da professora regente de sala de aula, mas, acima de tudo, ter essa
referência para ir modelando sua prática enquanto profissional.
Em vista disso é essencial que o estagiário veja seu progresso com consciência,
porque quando age assim, o futuro educador consegue ver com clareza os problemas, suas
limitações e, principalmente, suas possibilidades de contribuições para a melhoria das
condições de aprendizagem de cada criança que enfrentará no seu cotidiano enquanto
profissional.
Ao realizar o estágio supervisionado com consciência crítica, reflexiva e
investigadora o estagiário vai construindo sua identidade profissional sem ter que reproduzir a
identidade de outro profissional. Pois, se vivenciamos, refletimos e criticamos somo capazes
de gerar nossa própria identidade profissional e a mesma vai se formando gradativamente com
a convivência com os colegas e com outros professores. Nesse contexto, o estágio enquanto
oportunidade primeira de contato com a realidade, essa identidade vai sendo gerada
intensamente e de forma sólida.
E, relacionado ainda a construção de identidade, Pimenta (1999 apud PIMENTA;
LIMA, 2008, p. 67) traz que:
Uma identidade profissional se constrói, pois, a partir da significação
social da profissão, da revisão constante dos significados sociais da
profissão, da revisão constante dos significados sociais da profissão, da
revisão das tradições. Mas também da reafirmação de práticas
consagradas culturalmente e que permanecem significativas. Práticas
que resistem a inovações porque prenhes saberes válidos às
necessidades da realidade. Do confronto entre as teorias existentes, da
construção de novas teorias. Constrói-se, também, pelo significado que
cada professor, enquanto ator e autor conferem à atividade docente em
seu cotidiano a partir de seus valores, de seu modo de situar-se no
mundo, de sua história de vida, de suas representações, de seus saberes,
de suas angústias e anseios, do sentido que tem em sua vida o ser
professor. Assim como a partir de sua rede de relações com outros
professores, nas escolas, nos sindicatos e em outros agrupamentos.

É, fundamentalmente, nas reflexões sobre a sua atuação no decorrer da prática


docente enquanto estagiário, que irá dando continuidade à construção de sua identidade
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O lugar do Estágio Supervisionado no Currículo das Licenciaturas, E-book do VII Seminário de Estágio
Supervisionado do Curso de Pedagogia/ Organizadoras Karla Cristina Silva Sousa, Maria do Carmo Alves da
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profissional visto que, durante o curso, começam a ser construídos os saberes, habilidades,
posturas e atitudes que o forma enquanto profissional (ALMEIDA; PIMENTA, 2014, p. 73)”.
As bases teóricas contextualizadas, em sala de aula, na FACAM foram de muita
relevância para a construção do conhecimento em relação ao processo ensino e aprendizagem.
Os conhecimentos construídos nos revelam que as dificuldades de aprendizagem podem
surgir a qualquer momento, tanto no início como durante o período escolar e que em cada
aluno surge em situações diferentes, também é importante ressaltar que, se o professor não
conhece as manifestações próprias do pensamento infantil para as várias faixa etárias, terá
dificuldades em identificar o estágio de desenvolvimento em que o aluno se encontra.

2 CARACTERIZAÇÃO DE CAMPO DO ESTÁGIO REALIZADO

A escola campo de estágio está localizada na cidade de São Luís-Maranhão, que


sua vez a escola é pública municipal e funciona em dois turnos: matutino e vespertino. O
público que atende é da Educação Infantil, com sua documentação legal em tramitação, para
atualização junto a CEE-MA. Possui xx turmas e cerca de 18 a 23 alunos por sala de aula,
totalizando xx alunos. Os recursos didáticos disponibilizados pela escola são: data show,
microssistem, diversos brinquedos e jogos, porém os mais utilizados são áudios visuais e os
recursos didáticos confeccionados pelos professores.
Quanto à estrutura física o prédio é próprio, dispondo de sala direção, sala de
secretaria, professores, salas de aulas, sala de vídeo e sala de reuniões. Dispõem de
estacionamento, almoxarifado, banheiros, auditório, cozinha, cantina, ambulatório,
brinquedoteca, pátio interno e externo e refeitório, sendo sua área externa arborizada com a
iluminação boa e agradável. No quesito higiene e limpeza do ambiente, é satisfatório. Já na
questão da ventilação é razoável.
Durante o estágio percebeu-se que os funcionários da escola possuem uma relação
harmônica, pois é notória a interação entre profissionais, pais e alunos. A escola possui
Projeto Político Pedagógico (PPP). A proposta pedagógica tem como referência teórica os
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pressupostos sócio construtivistas, entretanto, quanto ao modelo de gestão ela baseia-se nos
princípios democráticos, mas o gestor ressalta que é um processo em construção. O gestor
informa que a participação dos pais ou responsáveis acontece por meio de reuniões, datas
comemorativas, de forma espontânea e individualizada.

3.DO ESTAGIO SUPERVISIONADO I: educação infantil relatos de experiências

3.1 Relato da turma de infantil I: turno matutino

Dando conclusão a esta etapa do Estágio Supervisionado do Curso de Licenciatura


em Pedagogia, na Educação Infantil e tendo em vista a obrigatoriedade de efetivação do
mesmo, para aplicação dos conhecimentos adquiridos na IES, colocando-os em prática na sala
de aula, une-se teoria à prática, confirma-se o quanto é engrandecedor e relevante esta etapa
na formação acadêmica e profissional do futuro educador.
Os entraves foram notórios durante o período de três meses de regência, mas
sabendo-se da relevância, como qualquer outra profissão, exige de nós, a efetivação de práxis
pedagógicas que realmente façam a diferença, no aprendizado das nossas crianças, fazendo
com que elas tenham mais interesse pelos estudos e gosto pela leitura.
No desenvolvimento das regências foi notório o contraste das práticas em relação
a forma de condução pela professora regente da sala de aula, que apresentava postura
autoritária e com perfil bastante tradicional, o que impossibilitava a manifestação das crianças
durante a aula. Na contramão dessa postura Weisz,2002 critica o olhar adultocêntrico,
incapaz de ver a criança como alguém que tem suas próprias formas de aprender. No decorrer

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das regências por nós realizadas, foi perceptível o comportamento entusiasmado e


participativo dos alunos, mas quando a professora se pronunciava as crianças logo ficavam
inibidas.
Outra dificuldade, que deixou-nos bastante chateadas e intrigadas foi a saída
frequente da professora regente, durante a realização das nossas atividades, o que não lhe
dava condições de bem avaliar o trabalho feito. Ressalta-se que a responsabilidade pela sala
de aula, continua sendo da professora, não devendo esta deixar as estagiárias sozinhas.
Outro fato que despertou nossa atenção sobre a professora foi em relação às
atividades propostas por ela para as crianças, pois durante as três aulas de observações, que
tivemos antes de iniciar a regência, foi que nenhuma atividade lúdica foi proposta a eles e, na
maioria das vezes, as crianças vão para a sala de vídeo. Então, senti uma carência de
atividades que realmente fizessem a diferença na rotina escolar.

3.2 Relato da turma de infantil II: turno vespertino

O estágio supervisionado é uma etapa importantíssima no processo de formação


de professores e, é neste momento crucial do processo formativo que vivenciamos na prática a
realidade do cotidiano escolar e refletimos sobre a relevância do papel que o professor
desempenha na vida dos educandos e os desafios que permeiam sua prática para alcançar seus
objetivos com sucesso.
Sendo assim a primeira etapa do estágio iniciou-se com a observação da escola no
que está relacionada à prática pedagógica da professora do Infantil II, turma que
permanecemos durante todo o processo de estágio. Na primeira observação é notória a forma
de como a professora lida com a sua turma, a mesma possui domínio de sala, age com ética e
responsabilidade e durante todo o estágio sempre esteve disposta a tirar as dúvidas, é muito
atenciosa no que diz respeito às regências, acompanhando todo processo e falando sobre os
pontos a serem melhorados.

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A observação é uma ferramenta fundamental no processo de descoberta e


compreensão do mundo. O ato de observar pode desencadear muito outros processos mentais
indispensáveis à interpretação do objeto analisado, principalmente se for feito com
compromisso de buscar uma análise profunda dos fatos observados (ARAGÃO; SILVA,
2012, p. 58). Assim, antes de iniciar as regências são feitas as observações para melhor
conhecer as crianças e a rotina da sala de aula, possibilitando-nos planejar as aulas e
desenvolvê-las com maior segurança.
A respeito da prática e a metodologia da professora regente de sala de aula,
observou-se que a mesma leva em consideração os conhecimentos prévios das crianças,
sempre buscando interação de todos, inclusive dos que possuem dificuldades de
aprendizagem, tratando todos iguais, sem excluir ninguém, e quando se vê diante de um
conflito a mesma age com naturalidade e corrige os alunos conversando com os mesmos sem
necessidade de usar meios que vá contra a postura respeitosa e a ética profissional.
A ação docente requer uma boa formação e contribui para a construção de uma
sociedade pensante. Porém, para que isso seja possível é importante que o docente tenha a
consciência, o compromisso e a responsabilidade de que ele deverá aprender a aprender e a
aprender ao ensinar. E essa responsabilidade tem que ser trabalhada e desenvolvida a cada
etapa, pois o aprendizado é contínuo (FREIRE apud TORRES, 1979).
As observações da prática docente da professora realizaram-se nos dias quatro e
seis de abril e nestas observações foi possível conhecer um pouco da metodologia usada pela
professora. A mesma elabora seus planos de aula de acordo com a Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) que é o novo documento que define os objetos de conhecimentos, bem
como os objetos de conhecimentos com suas competências e habilidades a serem construídas
ao longo da educação básica. Segundo este documento é preciso que o professor proporcione
práticas pedagógicas que as crianças tenham seus direitos de aprendizagem garantidos.
As regências tiveram início no dia onze de abril com o desafio de ser
desenvolvida e ministrada da melhor maneira possível, usando a ludicidade para que facilite o
aprendizado dos alunos. A cada aula ministrada um novo aprendizado, uma reflexão e uma
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nova ação para pôr em prática, pois o estágio nos proporciona momentos maravilhosos que
nos permite refletir sobre a necessidade de ser um profissional ético e responsável.
Acreditamos na docência que tem uma grande importância para o
desenvolvimento de nosso país e na melhoria da qualidade de vida das pessoas, mas para que
isso de fato se concretize é necessário agir com a postura inovadora, com uma proposta de
ensino prazeroso, assumindo o papel de professor mediador.
Portanto, para facilitar o processo de ensino, as regências foram planejadas
baseadas na BNCC, tendo em vista que apesar de ser um documento novo que orienta as
escolas em seu currículo, a escola na qual o estágio foi realizado, já utiliza a BNCC em seu
planejamento. Ressalta-se inclusive a necessidade de estudos mais profundos ao documento,
para que cada professor tenha elementos pedagógicos para que ocorra de fato a aprendizagem
significativa e, assim, as crianças tenham seus direitos de aprendizagens assegurados.
Durante o estágio diversos desafios foram se apresentando e que precisavam ser
superados. Destaca-se aqui um dos que mais nos inquietou, que foi a quantidade enorme de
faltas das crianças, pois se sabe que essa frequência é de responsabilidade da família, que por
vários motivos deixam de levar as crianças à escola regularmente e, por se tratarem de
crianças pequenas, elas faltam muito por motivos de saúde ou até mesmo por abandono dos
pais ou responsáveis, que não percebem, talvez, o grande prejuízo para o desempenho
acadêmico dessa criança, em função das faltas que acabam atrapalhando o processo de ensino
e aprendizagem, deixando lacunas que vão prejudicando significativamente, seu
desenvolvimento. . Acho ser esse é um dos mais graves problemas a serem discutidos, pois, o
mesmo acaba atrapalhando no desenvolvimento de todos.
Outro fator relevante são os atrasos, que devido algumas crianças chegarem muito
atrasadas, acabam perdendo o primeiro momento. O que impossibilita à criança acompanhar
de forma adequada as atividades, pois o início da aula é um momento muito importante na
aprendizagem dos conhecimentos trabalhados. Situação esta rotineira na sala, ao longo dos
meses de estágio que estivemos na escola, pois nunca conseguimos ministrar aula para todos
os alunos, visto que sempre faltam dois três alunos por aula. Nessa situação foi necessário ao
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mesmo tempo que continuávamos com a atividade com os demais alunos do ponto em que se
encontravam, criar-se um momento paralelo para dar as orientações indispensáveis àquelas
crianças que não tinham como acompanhar o que estava sendo proposto.
Diante de alguns desafios expostos acima, ressalta-se a relevância desse momento
único no processo de formação acadêmica. Em vista de que o estágio proporciona ao
graduando refletir sobre a importância do papel que o professor tem na vida de cada criança e
consequentemente, da sua importância enquanto profissional comprometido com a sociedade
no qual está inserido. Sendo fundamental seu compromisso ético, imposto ao exercício da
profissão docente, para que o mesmo não reproduza condutas que estão impregnadas de
descaso e desrespeito para com aqueles da comunidade escolar, aos quais deve ter cuidado e
respeito cotidiano, sendo um professor reflexivo, debruçando-se sobre o seu agir pedagógico,
contribuindo para uma educação pública de qualidade e formando cidadãos críticos, capazes
de desempenhar bem seu papel na sociedade.

4 RESULTADOS DA DISCUSSÃO

Diante das observações realizadas durante o estágio supervisionado na educação


infantil e fazendo uma análise das dificuldades encontradas no desenvolvimento das regências
de sala de aula, foi fácil perceber a resistência dos docentes quando se apresentava práticas
mais dinâmicas, recursos pedagógicos mais atraentes, chegando mesmo a serem feitos
comentários desestimulantes em relação à nossa conduta. A desmotivação para a sala de aula
de alguns docentes nos leva a compreender o comportamento às vezes agressivo e
desinteressado das crianças, influenciando diretamente no processo de aprendizagem dos
mesmos e na prática pedagógica do professor. Infelizmente, não foi possível nesta
experiência, apresentar fatos que tenham contribuído de forma positiva na nossa formação
acadêmica, mas acertadamente, podemos dizer que nos fortaleceu e alertou enquanto futuros
professores, de práticas nocivas ao ambiente escolar, enquanto educadores e educadoras.

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5 CONSIDERACÕES FINAIS

A disciplina de Estagio Supervisionado I- Educação Infantil nos revelou a


necessidade de um conhecimento bem mais amplo sobre vários aspectos do desenvolvimento
humano e nos trouxe a reflexão de como nós futuros profissionais na área da educação
devemos atuar. Mostrou-nos ainda, a necessidade de aprofundamentos nos estudos dessa
etapa de ensino diante de tantas situações complexas do comportamento infantil e que não
estamos preparados adequadamente, logo a formação continuada deve ser uma preocupação
constante dos docentes. Pudemos concluir, também, que apesar de todas as limitações
encontradas na nossa profissão, o profissional pedagogo faz toda a diferença na aprendizagem
das crianças. E, que somente com a experiência do Estagio Supervisionado pode-se ampliar as
competências enquanto futuros profissionais, proporcionando-nos a clareza da dimensão de
nossa responsabilidade, pois quanto mais o acadêmico estiver integrado nas práticas, mais
conhecimento adquire enquanto pessoa e profissionalmente.
Portanto, o estágio supervisionado nos retratou, perfeitamente, no período das
observações, as necessidades educacionais que as crianças apresentam. Tendo sido prazeroso
acompanhar o desenvolvimento das crianças da turma do Infantil I, do turno matutino, na
escola referida neste relato, visto que nos trouxe muitas reflexões, proporcionando-nos
aprendizagens significativas como futuras profissionais da área educacional, apesar de certo
desconforto em nós alunas, diante de algumas situações vividas, mas que aos poucos se foi
quebrando barreiras, para que pudéssemos realizar nossas atividades, na busca, permanente,
de articular as teorias aprendidas com a prática, pois ambas não caminham separadamente,
comprovando, assim, o quanto é engrandecedor e relevante esta etapa na formação acadêmica
e profissional do futuro educador.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Maria Isabel de; PIMENTA, Selma Garrido (orgs). Estágio supervisionado na
formação docente: educação básica e educação jovens e adultos. São Paulo: Cortez, 2014.

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Supervisionado do Curso de Pedagogia/ Organizadoras Karla Cristina Silva Sousa, Maria do Carmo Alves da
Cruz, Maria do Socorro Estrela Paixão, Marise Marçalina de Castro Silva Rosa; Raimunda Nonata da Silva
Machado. – São Luís: EDUFMA, 2019. I ISBN
Seminário de Estágio Supervisionado do Curso de Pedagogia de 23 a 26 de outubro de 2018

ARAGÃO, Raimundo Freitas; SILVA, Nubelia Morena da. A observação como prática
pedagógica no ensino de geografia. Fortaleza: Geosaberes, 2012.

BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR – BNCC. Disponível em:


<http://basenacionalcomum.mec.gov.br/>. Acesso em: 11 maio 2018.

PIMENTA, Selma Garrido; LIMA, Maria do Socorro Lucena. Estágio e docência. Revisão
técnica José Cerchi Fusari. 7 ed. São Paulo: Cortez, 2012. – (Coleção docência em formação.
– Série saberes pedagógicos).

TORRES, Carlos Alberto. Dialogo com Paulo Freire. São Paulo: Loyola, 1979.

PICONEZ, S. (Org.) A prática de ensino e o estágio supervisionado. Campinas: Papirus,


2001.

WEISZ, Telma. O diálogo entre o ensino e a aprendizagem. São Paulo. SP. 12ª ed. Editora
Ática. 2002.
GARCEZ, E.S. da C. O Estágio Supervisionado: responsabilidade com o exercício da
docência. Alexandria Revista de Educação em Ciência e Tecnologia, v.5, n.3, 2015.

VEIGA, Ilma Passos A.; ÁVILA, Cristina d’(orgs.). Profissão docente: novos sentidos,
novas perspectivas. Campinas, SP: Papirus, 2008.

FRANCO, José Carvalho. Formação de professores e vivências pedagógicas. São Paulo:


Martins Fontes, 2016.

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Cruz, Maria do Socorro Estrela Paixão, Marise Marçalina de Castro Silva Rosa; Raimunda Nonata da Silva
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EIXO 3- ESTÁGIO EM
GESTÃO DE SISTEMAS
EDUCACIONAIS E
INSTITUIÇÕES DE
ENSINO

SESSÃO DE COMUNICAÇÕES ORAIS

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A MERENDA ESCOLAR E SUA RELAÇÃO COM O PROCESSO DE


APRENDIZAGEM: UMA EXPERIÊNCIA NA SECRETARIA MUNICIPAL DE
EDUCAÇÃO

Glaucia Santana Silva Padilha9 – UFMA –


glauciasilvapadilha@gmail.com
Karla Cristina Silva Sousa10 – UFMA –
sousa.karlla@gmail.com

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A nossa atuação no Estágio em Gestão e Organização da Educação Infantil e


Ensino Fundamental, deu-se no âmbito da Secretaria Municipal de Educação – SEMED, mais
especificamente, na superintendência de Apoio ao Educando - SAAE.
O trabalho desenvolvido nessa área, conforme organograma da instituição, está
relacionado à alimentação escolar da rede de escolas do município e algumas escolas da rede
conveniada à prefeitura, adquirindo e autorizando a entrega de produtos da agricultura
familiar.
A saúde do estudante também é outro ponto no qual o setor atua com o programa
federal chamado Programa Saúde na Escola focando o controle de peso, a saúde da visão e a
suplementação alimentar, sendo de responsabilidade do setor a busca por alternativas na
tentativa de solução de quaisquer problemas, relacionados à saúde, que impactam a vida do
estudante na escola.
9
Discente do Curso de Pedagogia e membro do Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Educação, Mulheres e
Relações de Gênero (GEMGe), ambos da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Bolsista do
PIBIC/FAPEMA, do Projeto de Pesquisa “Professoras Afrodescendentes no Magistério Superior: vozes
epistêmicas”, coordenado pela Prof.ª Dr.ª Raimunda Nonata da Silva Machado.
10
Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Licenciada em Pedagogia
pela Universidade Federal do Maranhão e Mestre em Educação pela Universidade Federal do Maranhão. Possui
Especialização em Supervisão e Gestão Escolar pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). Atual
Coordenadora Institucional do Programa Residência Pedagógica da Universidade Federal do Maranhão. É
Coordenadora de estágio não-obrigatório do Curso de Pedagogia. Foi Coordenadora de Gestão do
PIBID/UFMA. É Coordenadora do grupo de pesquisa em Gestão e Formação de Professores da Educação Básica
(GEGFOPEB).
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O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), é um programa federal


que atende toda a rede de escolas da educação básica e algumas escolas conveniadas à
prefeitura, com um repasse de valor mensal para a cobertura de 200 dias letivos, conforme o
número de matrículas da escola, e é regido pela Lei n° 11.947/2009 e pela Resolução
CD/FNDE n° 26/2013 (atualizada pela Resolução CD/FNDE n° 4/2015).
Um dos seus aspectos é definir estratégias, em conjunto com a comunidade
escolar, para favorecer escolhas saudáveis de produtos que devem ser comprados diretamente
da agricultura familiar. Sobre isso, a Constituição Federal de 1988, que garante uma série de
direitos, incentiva o desenvolvimento escolar para a cidadania, e, para tanto, minimamente,
uma educação alimentar saudável.

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será


promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho. (BRASIL, 2016, p. 123)

Também a Lei de Diretrizes e Bases estabelece três finalidades para a educação: o


desenvolvimento completo do aluno, o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho.
(FIALHO; TABOZA, [200-?]). Em seu artigo segundo ela estabelece:

Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de


liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno
desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho. (BRASIL, 2017, p. 8)

Assim, observamos que uma alimentação saudável e equilibrada com nutrientes


necessários ao desenvolvimento físico e cognitivo do sujeito, está diretamente relacionada ao
avanço da criança para o exercício da cidadania dentro e fora da escola.
Nossa experiência permitiu que estivéssemos em 3 escolas distintas: no Cohatrac,
na Cidade Olímpica e no Parque Timbiras, durante a aplicação do teste de aceitabilidade da

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merenda escolar, que mensura o grau de satisfação dos alunos com as preparações servidas na
escola.
Nós observamos, que uma grande quantidade de crianças não usufrui do lanche
oferecido na escola. Um dos motivos mais percebido foi a opção de lanche trazido de casa
pelos alunos, ricos em sódio e conservantes. Por isso, compreendemos que nem os pais e nem
as crianças, possuem todas as informações necessárias sobre a importância nutricional do
lanche.
De acordo com Oliveira (apud CAVALCANTI, 2009, p. 19):

O consumo alimentar inadequado, por períodos prolongados, resulta em


esgotamento das reservas orgânicas de micronutrientes, trazendo como
consequência para as crianças e adolescentes retardo no desenvolvimento, redução
na atividade física, diminuição na capacidade de aprendizagem, baixa resistência as
infecções e maior suscetibilidade a doenças.

A influência dos pais sobre os hábitos alimentares das crianças é fundamental para
que tenham maior possibilidades de hábitos saudáveis no futuro. Segundo Cavalcanti (2009,
p. 28) “a infância corresponde ao período de formação dos hábitos nutricionais da vida adulta.
É nessa fase que se fundam as bases para uma alimentação balanceada e saudável”.
Outro motivo observado pela falta de interesse no lanche servido, foram as várias
reclamações quanto ao sabor das preparações. Desenvolver com criatividade uma merenda
nutritiva e saborosa promoverá o interesse dos alunos pelo lanche e com isso, o crescimento, a
aprendizagem e o rendimento escolar, sem contar que as crianças passam a desenvolver
práticas alimentares saudáveis.
Por isso, entendemos que a alimentação influencia no desenvolvimento da
aprendizagem da criança e assim, as atividades desenvolvidas pelas nutricionistas do setor de
apoio ao educando da SEMED, fomentam a qualificação dos cardápios e dos atores da
alimentação escolar, nos temas de alimentação adequada e saudável.
O PNAE, é um programa de suplementação alimentar que compreende o emprego
de alimentos variados e que sejam saudáveis, mas que também respeitem a cultura e as
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tradições alimentares de cada localidade. Sua implementação possibilita o crescimento e o


desenvolvimento dos alunos, inclusive daqueles que necessitam de um atendimento
especializado, como as crianças que são intolerantes à lactose.
A educação alimentar é um aspecto inerente ao processo de ensino e de
aprendizagem que perpassa pelo currículo escolar e garante os direitos ao cidadão de
democracia e de formação de hábitos alimentares saudáveis.
A educação e a democracia são conceitos que estão imbricados, na medida em que
um não existe sem o outro. A democracia é um movimento de participação popular que
caminha em direção à socialização política e de poder, onde é possível a inexistência da
desigualdade material entre os cidadãos.
Esse cenário se tornará realidade com o desenvolvimento educacional desse
sujeito, tendo em vista que, quanto mais qualificado ele é, menor será a desigualdade e maior
será a convivência social pacífica, considerando que não estará apenas em contato com o
conhecimento historicamente acumulado, mas também com os princípios de socialização
(HORA, 2007).
Uma escola democrática prioriza a qualidade do ensino através de uma construção
política e pedagógica significativa, com processos críticos e reflexivos, incluindo a garantia
da segurança alimentar, que segundo a Organização das Nações Unidas existe quando toda
pessoa, em todo momento, tem acesso físico e econômico a alimentos suficientes, inócuos e
nutritivos para satisfazer suas necessidades alimentares e preferências quanto aos alimentos a
fim de levar uma vida saudável e ativa.

Esses são aspectos importantes acerca do programa de alimentação escolar e por


isso nos interessamos pela temática, considerando que durante o nosso percurso na escola
básica, também tivemos contato com a merenda, sobretudo com as preparações que
utilizavam embutidos com mais regularidade; hoje combatido pelas nutricionistas
responsáveis pela elaboração dos cardápios, que incentivam o consumo de alimentos que
promove a melhoria da saúde dos alunos.
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O lugar do Estágio Supervisionado no Currículo das Licenciaturas, E-book do VII Seminário de Estágio
Supervisionado do Curso de Pedagogia/ Organizadoras Karla Cristina Silva Sousa, Maria do Carmo Alves da
Cruz, Maria do Socorro Estrela Paixão, Marise Marçalina de Castro Silva Rosa; Raimunda Nonata da Silva
Machado. – São Luís: EDUFMA, 2019. I ISBN
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Tendo em vista que a nossa inquietação partiu da nossa vivência em algumas


escolas da rede municipal durante a aplicação dos testes de aceitabilidade, observamos que
uma grande quantidade de alunos não é adepta da merenda escolar, o que nos motivou a
pensarmos sobre os motivos que levavam a tal hábito.
Como já mencionamos anteriormente, observamos dois aspectos latentes: a) os
pais não têm conhecimento da importância de um cardápio equilibrado, capaz de atender as
necessidades nutricionais das crianças durante a sua estada na escola; e b) falta às merendeiras
uma maior aptidão na hora das preparações, cumprindo o respeito aos hábitos alimentares,
mas também proporcionando receitas criativas que despertem o interesse dos alunos.
A administração da alimentação escolar forma nas crianças práticas alimentares
saudáveis e que possibilita o seu desenvolvimento biopsicossocial, bem como no rendimento
escolar. Sendo assim, a função do gestor escolar está para além da dimensão puramente
burocrática, pois possibilita trazer para toda a comunidade escolar, reflexões sobre as práticas
de ensino e de aprendizagem a partir das políticas educacionais (COSTA, et al, 2015) como
por exemplo, o programa de alimentação na escola. Assim:

O papel da escola é fundamental na formação dos hábitos de vida dos estudantes e é


responsável pelo conteúdo educativo global, inclusive do ponto de vista nutricional,
pois as consequências da alimentação inadequada nesta idade podem caracterizar
uma diminuição no aproveitamento do aluno. (OCHSENHOFER apud ALMEIDA,
2012, p. 22).

Quanto aos pais, sua participação na construção dos hábitos alimentares dos filhos
é imprescindível para que, não somente na escola, mas também em casa, essa criança possa
vivenciar hábitos saudáveis, compreendendo que a família é a primeira instituição
socializadora dessa criança. Então, se a família já possui práticas alimentares saudáveis, a
probabilidade de a criança ter hábitos saudáveis no futuro é bem maior.
Segundo Santos (1989, p. 161):

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Os pais tem grande responsabilidade na alimentação da criança cabe a eles a levar as


crianças preferir alimentos saudáveis, indispensáveis ao seu desenvolvimento, esta
tarefa não é feita só com palavras, sobretudo com exemplos, a criança deve
compreender que comer bem não significa comer muito, nem comer apenas coisas
gostosas, mas alimentar-se adequadamente e de forma equilibrada.

Deste modo, o projeto político pedagógico das escolas, sendo um documento


permeado de aspectos que reforçam sua intencionalidade na medida em que seleciona os
valores a serem consolidados nos alunos, precisa refletir a ação educativa da escola.
Ele aponta um caminho de situações que permitem pensar e elaborar o seu fazer
pedagógico de forma coerente e legítima (VEIGA, 2010), o que possibilita propor uma
educação nutricional não somente para os alunos, como também para toda a comunidade
escolar, destacando os conhecimentos que visem a melhoria da saúde por meio de práticas
alimentares saudáveis.
Nossa experiência na aplicação dos testes de aceitabilidade nos proporcionou
entrar em um campo do currículo muitas vezes esquecido, ou mesmo visto como um aspecto
irrelevante pela gestão escolar. Todo projeto político pedagógico precisa considerar a
intencionalidade da escola, na medida em que introduz nele os valores a serem consolidados
pelos alunos, por isso não pode ser reduzido apenas à dimensão pedagógica, precisa
considerar o desenvolvimento de práticas saudáveis de vida na perspectiva da segurança
alimentar, pois o PPP reflete e ilumina sua ação educativa.
Segundo Veiga (2010, p. 9):

O projeto pedagógico exige profunda reflexão sobre as finalidades da escola, assim


como a explicação de seu papel social e a clara definição de caminhos, formas
operacionais e ações a serem empreendidas por todos os envolvidos com o processo
educativo. Seu processo de construção aglutinará crenças, convicções,
conhecimentos da comunidade escolar, do contexto social e científico, constituindo-
se em compromisso político e pedagógico coletivo.

A contemplação do programa de merenda escolar e de formação de atores da


alimentação escolar na perspectiva da promoção de hábitos alimentares saudáveis, na
elaboração do PPP, beneficia todos os estudantes atendidos pelo programa, como também
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fortalece a aquisição de produtos advindos da agricultura familiar e com isso, possibilita a


construção de uma sociedade mais democrática e participativa e, sobretudo, o diálogo com
todos os atores envolvidos com a alimentação escolar, gestores, nutricionistas, professores,
merendeiras, alunos e pais de alunos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A gestão do Programa de Alimentação Escolar, vivenciada no período do estágio


em gestão da educação infantil e ensino fundamental, não deve ser pensada somente como
uma política de repasse de alimentos às escolas. Muito além disso, o programa estabelece a
oferta de alimentos saudáveis e, paralelamente, o desenvolvimento de hábitos alimentares
saudáveis.
Essa garantia de direito à alimentação contribui para a consolidação da
democracia e do combate às injustiças sociais, tendo em vista que uma alimentação
balanceada e equilibrada contribui para a aprendizagem, o rendimento escolar e a formação de
práticas alimentares saudáveis.
Esse programa está inserido em uma rede de relações que envolve toda a
comunidade escolar, os setores econômicos e da sociedade civil, o que gera um impacto
positivo na área nutricional, com a reeducação alimentar; na área social, com a participação
mais ativa dos pais na escola; mas, principalmente, na área da aprendizagem, onde os alunos
terão mais nutrientes necessários para um melhor aproveitamento escolar, como para o seu
crescimento e desenvolvimento.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Ana Lúcia. Educação e saúde: hábito alimentar de crianças referentes á


alimentação escolar. Monografia, 2012.

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BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil: texto


constitucional promulgado em 5 de outubro de 1988, com as alterações determinadas pelas
Emendas Constitucionais de Revisão nos 1 a 6/94, pelas Emendas Constitucionais nos 1/92 a
91/2016 e pelo Decreto Legislativo no 186/2008. – Brasília : Senado Federal, Coordenação de
Edições Técnicas, 2016.

________. LDB: Lei de diretrizes e bases da educação nacional. – Brasília : Senado


Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2017.

CAVALCANTI, Leonardo de Almeida. Efeitos de uma intervenção em escolares do ensino


fundamental I, para a promoção de hábitos alimentares saudáveis. Tese de Mestrado,
2009, Brasília.

COSTA, E. A. da S. LIMA, M. S. L. LEITE, M. C da S. R. A construção da


profissionalidade do gestor escolar: concepções e práticas. RBPAE, v. 31, n. 1, p. 65-84,
jan./abr., 2015.

FIALHO, R. S. TABOZA, D. L. Gestão democrática da educação na legislação brasileira.


In: Cadernos de graduação. [200-?].

HORA, Dinair Leal da. Gestão educacional democrática. Campinas, SP: Editora Alínea,
2007.

Organização das Nações Unidas para Agricultura. Alimentação para todos. Roma:
FAO;1996.

SANTOS, Maria Ângela dos. Biologia educacional. São Paulo: Ática, 1989.

VEIGA, Ilma Passos Alencastro. RESENDE, Lúcia Maria Gonçalves de. (orgs.) Escola:
espaço do projeto político pedagógico. Editora Papirus. 2010.

A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA GESTÃO:


organização, estrutura da escola e projeto de intervenção
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Kleyskller Cardeal Beckman da Silva -


(UFMA)
E-mail: maybirbeckman@hotmail.com
Karla Cristina Silva Sousa - (UFMA)
E-mail: sousa.karlla@gmail.com

RESUMO

O presente artigo pontuará às atividades desenvolvidas em uma escola pública municipal, no estágio curricular
obrigatório em Gestão e Organização da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, realizado no curso de
licenciatura plena em Pedagogia na Universidade Federal do Maranhão-UFMA, apresentando a importância do
estágio supervisionado na gestão: organização, estrutura da escola e projeto de intervenção, com objetivos
centrais de compreender o processo do estágio supervisionado na gestão, a sistematização dos espaços na
instituição, a reelaboração e efetivação  do Projeto Político Pedagógico - PPP, junto  aos devidos percursos na
implementação do projeto de intervenção na biblioteca escolar, aplicação das habilidades das funções da gestão
escolar democrática dentro das necessidades. Por fim esse trabalho conclui e aponta que a importância do estágio
se deve ao desenvolvimento das práticas e competências para a formação do professor pedagogo através das
experiências exercidas no âmbito estrutural e organizacional escolar.

Palavras-chave: Gestão organizacional. Biblioteca escolar. Projeto de intervenção.

INTRODUÇÃO

No estágio em gestão e organização da educação infantil e do ensino fundamental,


tendo como objetivo conhecer a organização, estrutura da escola e dos documentos funcionais
da mesma, como o Projeto Político Pedagógico, regimento escolar, planejamentos de ensino,
além das implicações desses documentos na prática pedagógica e aprendizagem dos alunos,
das atribuições de um educador-gestor, dos espaços e tempos escolares entre outros. A turma
foi dividida em equipes para observação de campo tanto nas escolas e na Secretaria Municipal
de Educação-SEMED com orientação das professoras responsáveis pelo estágio. A escola que
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nos acolheu pertence à rede pública municipal, sendo elaborado o projeto “BIBLIOTECA
ESCOLAR: em busca de uma instituição leitora”, desenvolvido por um grupo de estagiárias
do curso de pedagogia com auxílio de duas alunas de biblioteconomia.
Foram realizadas algumas entrevistas com os alunos e funcionários da escola, como a
gestora, coordenadora pedagógica, professores, merendeiras, auxiliar administrativo,
auxiliares de limpeza, porteiros e secretário escolar. É uma experiência um pouco diferente da
realidade dos outros estágios em docência, pois devemos observar, identificar e participar das
atribuições específicas da gestão.
“O estágio é um período de estudos práticos para a aprendizagem e experiência e
envolve ainda, supervisão, revisão, correção e exame cuidadosos.” (ALVARENGA;
BIANCHI, 2002, p. 16), que a atividade de estágio é crucial para a formação educador. Assim
proporciona, resultados significativos dentro dos objetivos de elaboração que frisa o ensino e
aprendizagem. O processo de estagiar é de responsabilidade do aluno, o ato de supervisionar
sendo prática e tarefa dos educadores, como também orientar e ajudar no processo de
construção de ideias. A partir desse ponto oportunizando aos alunos a elaborarem suas
possíveis intervenções.
O projeto na biblioteca da escola pretendeu organizar o espaço da mesma, tendo
como finalidade atrair o público para utilização do espaço junto a formação de uma cultura
leitora, sendo apresentado para a gestão da escola por meio de uma reunião coletiva, entre as
estagiárias. Futuramente o projeto contará com toda estrutura organizacional da escola por
meio do planejamento entre o grupo, comunidade escolar, supervisora docente e duas
convidadas discentes do curso de biblioteconomia da UFMA, para planejar, analisar, levantar
possíveis soluções de como o projeto será desenvolvido.
O Estágio Supervisionado desempenha a função de um espaço de construção de
competências na formação docente por meio da pesquisa, junto à prática pedagógica,
envolvendo a sistematização ou organização, gestão de processos educativos escolares e não
escolares, permitindo o elo entre teoria e prática resultando assim a práxis, para aprimorar a
intervenção pedagógica. As experiências do estágio em gestão e organização são os eixos
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principais na construção dos conhecimentos significativos para formação docente. Os


educandos são vistos como atores sociais, protagonistas do próprio processo de formação e
produtoras de cultura, condutores no âmbito social, histórico e cultural. A observação
desempenhou um papel fundamental, proporcionando a compreensão e suas vivências e
entendermos os mediadores desse processo no caso os docentes, contemplando o vínculo com
a gestão organizacional da escola (UFAL, 2006, p. 68, apud MERCADO, 2011, p.2).

ABORDAGEM À ESCOLA E PRIMEIRAS IMPRESSÕES

As vivências começaram na escola, a princípio as estagiárias tiveram a oportunidade


de conhecer toda a estrutura física: um prédio em alvenaria, com estrutura interna composta
por 11 salas de aula, uma sala para a secretaria e direção, uma sala de professores, refeitório e
cozinha, 4 banheiros sendo dois femininos e outros dois masculinos com um banheiro
feminino e masculino para professores e funcionários e outros dois banheiros para os alunos,
um pátio grande em forma circular de acordo com a estrutura física de escolas municipais. A
estrutura externa é formada por um portão automático com um porteiro na guarita e uma
porteira na entrada da escola, um espaço sem estrutura adequada para as crianças e
adolescentes no horário do recreio ou intervalo, como também na prática da educação física,
pois a escola não possui quadra de esportes. Existe um espaço no fundo com um projeto de
circo escola abandonado, pois o local precisa ser limpo e organizado. Ressaltamos que a
escola precisa de possíveis reformas para trazer melhorias, pois há algumas infiltrações
segundo alguns funcionários.
O espaço material é um “pano de fundo” onde as sensações se revelam e produzem
marcas profundas que permanecem mesmo quando as pessoas deixam de ser
crianças. Tornando-se, assim, não apenas a condição de espaço físico, mas sim
ambiente (LIMA 1989, p. 127).

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De acordo com Lima, admitimos que o espaço físico adequado da escola é crucial
para o desenvolvimento do aluno, proporcionando assim experiências significativas. A escola
possui espaços que podem ser aproveitados para melhorar essas vivências, como a construção
de uma futura quadra de esportes, um auditório para acolher os alunos em geral e fazer
possíveis ajustes na biblioteca como a ambientalização, deixando o espaço lúdico e atrativo, a
manutenção das dependências, organização dos acervos, buscando as classificações das
literaturas, catalogação de todas as obras e futuramente almejamos a implementação da
automatização do catálogo no acervo.

OBSERVAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS

Também tivemos a oportunidade de entrevistar os funcionários da escola, como a


porteira, que é responsável pela abertura da escola, que recebia as crianças e adolescentes,
todos os funcionários nos dias dos seus respectivos plantões. A merendeira escolar com 11
anos de atuação na escola por intermédio de uma empresa terceirizada é responsável pela
cozinha e pelo preparo de merendas e/ou refeições em período integral, seguindo cardápios
balanceados por nutricionistas da rede municipal de ensino, utilizando alimentos frescos e
bem higienizados, também com o apoio de mais duas colegas que também desempenham a
função de merendeira, responsáveis por auxiliar no serviço na preparação do lanche, limpeza
e manutenção física das dependências da cantina, contando com a ajuda de três auxiliares
operacionais de limpeza escolar sendo uma das entrevistadas que desempenha suas
respectivas atividades de limpeza e manutenção.
O diagnóstico das dificuldades de aprendizagem é viável para compreender
os aspectos que precisa-se aprimorar no desenvolvimento educacional. A função do
coordenador pedagógico deve investigar o percurso educacional, buscando promover a
assistência devida aos alunos, com a finalidade auxiliar professores no processo de ensino
aprendizagem. (CHIAVENATO, 1997, p. 101, apud VIEL, 2014, p. 05)

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A coordenação pedagógica passou por uma transição na década de 1990, a partir da


Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/1996). Portanto, o coordenador
pedagógico muda a postura considerada dominadora e um pouco examinadora perante suas
determinadas funções, apropriar-se das atividades voltadas para o espaço da sala de aula,
ajudando o trabalho do professor na condução da prática dos alunos. A Coordenadora
pedagógica, com 11 anos de experiência na área executa várias funções no âmbito escolar,
assim como podemos destacar: a coordenação dos interesses pedagógicos, o desempenho
pedagógico da escola; viabilizando a construção do Projeto Político Pedagógico, buscando
possibilidades, potencializando significativamente a efetivação do documento; promovendo
assegurar e proporcionar os recursos fundamentais para aulas e reuniões; colaborando com as
tarefas devidas ao desempenho pedagógico escolar, a formação pública envolvendo a
comunidade na edição das propostas e propósitos favorecendo a educação plena e competente,
realizando o vínculo com a escola e família, elaborando assim em conjunto uma educação
eficiente junto às atribuições que esse profissional deve desempenhar.
O documento reflete a identidade e o caminho que se deve percorrer para se alcançar
uma educação de qualidade. O Projeto Político Pedagógico é a base de orientação para
promover uma educação significativa e satisfatória, o documento apresenta as formas de
como se adequar às diferenças e dificuldade dos alunos e professores. Sua estrutura é formada
pelos seguintes aspectos: missão; contexto; caracterização da escola; diretrizes pedagógicas e
plano de ação (VAGULA et al, 2014, apud LOURENÇO, 2015).
A Gestora Geral possui um papel pedagógico essencial, valorizando a qualidade do
ensino, na elaboração do currículo escolar, mediando à elaboração do Projeto Político
Pedagógico (PPP) que se encontra em construção, pois é muito antigo, solicitei uma cópia,
porém a mesma me disse que o documento precisa de melhorias, mas nos autorizou a tirar
algumas fotos. Ainda cabe a ela acompanhar, avaliar a aprendizagem dos alunos de modo que
seja capaz de identificar falhas e então reorientar a prática pedagógica se for necessário. Um
bom gestor escolar promove parcerias entre a equipe que envolve: professores,

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coordenadores, orientadores, funcionários e quando pertinente, também abrange as famílias


no processo de tomada de decisão.
Assim, somente por intermédio da gestão democrática e participativa, que de fato o
gestor educacional, realizará uma boa gerência promovendo a colaboração da comunidade
escolar para a elaboração e efetivação do Projeto Político Pedagógico, viabilizando o
documento não somente por  trâmites administrativos mas por finalidade democrática, de
forma aberta e inclusiva respeitando as diferenças por meio da ética e toda a sua
complexidade, favorecendo o diálogo e consenso dentro das metas  que se pretende alcançar
por meio do processo (FERREIRA e AGUIAR, 2006, p. 308, apud BEBER, 2013, p. 17).
A gestora em questão mostrou ser muito aplicada, responsável e desempenha várias
funções além de gestora escolar, quando falta algum professor ela vai para a sala suprir essa
lacuna, quando a coordenadora pedagógica não comparece, ela também assume esse papel e
também junto ao seu papel de gestora. Observamos que a escola já apresenta melhorias desde
a chegada da direção atual, ela se esforça para desempenhar vários papéis dentro da estrutura
organizacional da escola para diminuir possíveis dificuldades, sua função é de extrema
importância na escola.
A Gestora, coordenadora pedagógica, porteiro (a), merendeira, funcionários da
escola e professores responderam nossos questionamentos sobre a escola, no caso elaboramos
perguntas para serem pontuadas e contempladas nessas tardes significativas. Assim nos
apresentamos e comunicamos nossas possíveis atividades na escola, realizamos uma
entrevista junto à coordenadora pedagógica conhecendo toda a estrutura física e
organizacional da instituição.

PLANEJAMENTO PRÉ-ESTÁGIO E PRIMEIRO DIA

Durante nossas reuniões antes de conhecermos a escola, ficou estabelecido o rodízio


entre os estagiários, uns observaram uma escola e outros vivenciaram a experiência na
Secretaria Municipal de Educação-SEMED. O plano de nossas professoras foi esse, mas
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infelizmente não pode ser possível, pois várias questões poderiam comprometer nosso
trabalho como, por exemplo, o nosso tempo para fazermos nossas intervenções.
No primeiro dia na escola conhecemos as instalações físicas, funcionários e como era
organizado o horário da escola, observamos a chegada dos pré-adolescentes e adolescentes,
pois a escola funciona pelo período da tarde com o fundamental II de 5º ao 9º ano. Buscando
mais informações de qual é o horário de entrada dos alunos, até que horas eles podem entrar,
como são organizados os horários dos professores, o horário do lanche, as atividades
aplicadas na sala de aula, como os espaços são utilizados como a biblioteca da escola, se
funciona ou não se atende esses alunos e horário da saída.

SECRETARIA E ADMINISTRATIVO

Na secretaria da escola, na qual se encontram a direção em uma só sala, onde


também ficam as documentações dos alunos ativos, matriculados e atuantes. Estas
documentações estão disponíveis em um porta-arquivos.
“A Secretaria Escolar cuida da documentação, escrituração e correspondência da
escola, dos docentes, demais funcionários e dos alunos. Responde também pelo
atendimento de pessoas. Para a realização desses serviços, a escola conta com um
secretário e escriturários ou auxiliares de secretaria. O setor técnico-administrativo
responde, também, pelos serviços auxiliares (zeladoria, vigilância e atendimento ao
público) e multimeios (biblioteca, laboratórios, videoteca, etc.).” (LIBÂNEO. 2008,
p. 128).
Contudo, a Secretaria Escolar é um espaço central da escola, com a sua ausência
não haveria documentos ou arquivos. Lugar onde se permite construir e conservar as
memórias ou vida escolar dos alunos que participaram do processo e assim ficam
armazenadas. É um espaço fundamental onde se deve zelar pelo bom desempenho e seus
profissionais. (FAVARO 2014/2015, p.26).

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Os arquivos mortos da escola se encontram em uma sala especialmente para


segurança dos documentos dos alunos que já se concluíram ou se evadiram da escola. De
quatro em quatro anos esses documentos são transferidos para essa sala do arquivo morto,
para organização e assim facilitar o acesso.
A auxiliar de administração relatou que se tem o total controle de todos os dossiês
e históricos dos alunos de quem estudou desde a fundação da escola, que tem
aproximadamente de 10 a 11 anos. Oferecendo as seguintes fases de Ensino-Fundamental I:
com aproximadamente 275 alunos, Fundamental II: 273 alunos e EJA: 28 alunos. Total de
Alunos: 576 alunos. A escola atua nos três turnos (manhã, tarde e noite). Com corpo docente
de 13 no matutino, 22 no vespertino e 3 no noturno.
A cada ano o volume de documentos cresce, dificultando o seu manuseio e
organização. Sugerimos para a gestora e funcionários que atuam na secretaria que a
documentação com todo o histórico escolar dos alunos possa ser catalogada em arquivos
digitais no sistema de computadores da escola, mas observamos que na escola não possui
tantos computadores e principalmente o computador que fica na secretaria não funciona,
dificultando um pouco mais no trabalho desses profissionais. Um funcionário comentou que
faz todas as possíveis funções do trabalho dele, mas que a rede deveria disponibilizar um
computador em boas condições para propiciar a facilidade desse trabalho, recorrendo ao seu
recurso pessoal, no caso um notebook próprio e geralmente leva parte do seu trabalho para
casa, para mais segurança, porém esta documentação também deve estar disponível em
arquivos físicos.
Outra questão complicada é o número insuficiente de funcionários da área
administrativa. Observar-se que na Secretaria da escola, por exemplo, possui apenas dois
funcionários para as seguintes atribuições com respeito à documentação escolar,
proporcionando assim uma situação um pouco desagradável no que diz respeito ao volume de
trabalho exigido, pois é um pouco difícil organizar e disponibilizar todos os documentos
sendo a demanda dos diários de classe com total pontualidade, declaração escolar, histórico,
certificado de conclusão, diploma, transferência, matrícula, rematrícula, reclassificação,
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adaptação e dependência, pois as datas devem ser respeitas e as avaliações dos alunos devem
ser repassadas de três em três meses pelos professores para serem lançados no sistema.

PROJETO DE INTERVENÇÃO NA BIBLIOTECA ESCOLAR

As nossas observações nos propiciaram a compreender a necessidade e a busca dos


docentes de conceber leitores e escritores habilidosos e capazes, as seguintes impressões nos
relatos dos professores, coordenadora pedagógica e gestora, ao pontuar que alguns alunos
apresentam dificuldades na leitura e escrita, dificultando o desempenho nas demais
disciplinas, na entrevista com a gestora da escola, ao afirmar interesse e reconhecer a
relevância da leitura para a formação dos alunos, por meio de entrevistas com alunos quando
afirmaram não ter locais para pesquisa na escola e que gostariam de utilizar a biblioteca e que
se pretende desenvolver o projeto com os estudantes no segundo semestre de 2018.
O nome: “BIBLIOTECA ESCOLAR: em busca de uma instituição leitora” foi
intitulado ao projeto a ser desenvolvido na escola. “Ensino e biblioteca são instrumentos
complementares [...], ensino e biblioteca não se excluem, completam-se. Uma escola sem
biblioteca é um instrumento imperfeito” (FILHO, 1946, p. 3,4). O processo de intervenção
neste espaço propicia as atribuições cruciais da escola por intermédio da leitura e escrita e que
se tornam concebíveis por meio do lugar, no qual proporcione experiências com a leitura e
escrita de forma intensiva, expressiva, ampla, natural e autêntica.
Será realizada em um dia na semana, será um dia em que o público docente deverá
parar seus conteúdos para se dedicarem com os gêneros textuais diversos, pretendendo
desenvolver nos alunos a cultura leitora, com o objetivo de auxiliar no desenvolvimento do
projeto na instituição. A partir do momento que for realizado, o projeto contribuirá
significativamente com a organização do acervo literário da escola, por meio de classificações
das literaturas por idade, interesses e objetivos. Assim como será viável à catalogação de

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O lugar do Estágio Supervisionado no Currículo das Licenciaturas, E-book do VII Seminário de Estágio
Supervisionado do Curso de Pedagogia/ Organizadoras Karla Cristina Silva Sousa, Maria do Carmo Alves da
Cruz, Maria do Socorro Estrela Paixão, Marise Marçalina de Castro Silva Rosa; Raimunda Nonata da Silva
Machado. – São Luís: EDUFMA, 2019. I ISBN
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todas as obras e quem sabe a automatização do acervo, propiciando a escola realizar os


empréstimos de maneira eficiente e organizada de livros para as crianças, adolescentes, jovens
e adultos que fazem parte do seu público e assim beneficiar a instituição na formação de
leitores e escritores competentes.
Tendo como objetivo de apresentar a biblioteca escolar como um espaço
significativo para formar pessoas leitoras e criativas, permitindo que o espaço seja mais
atrativo de forma lúdica e estimuladora para os educandos, para se utilizar o espaço para a que
leitura seja realizada, reconhecer a biblioteca escolar como espaço de ensino- aprendizagem
por meio da organização dos livros e melhorias do espaço atual da mesma, proporcionando
uma área de contextualização, informação e lazer, abrangendo o público-alvo de alunos do
Ensino Fundamental e da 1ª etapa da Educação de Jovens e Adultos (EJA), com os aspectos
de contagem do acervo atual da biblioteca, organização por categoria (infantil, infanto-
juvenil), cartilhas, livros de auxílio a professores e diversos, organização das prateleiras e
aprimorando o espaço da biblioteca.
A reunião deve ser estabelecida de forma coletiva com toda a comunidade escolar,
gestora, coordenação pedagógica, professores, alunos e funcionários da escola. Promovendo
visitas na sala de aula e organização do espaço da biblioteca como ambientalizar com intuito
de deixar o local mais lúdico e atrativo, com auxílio das estagiárias do curso de Pedagogia
junto ao olhar minucioso das discentes de Biblioteconomia com base no objetivo de melhorar
a organização do acervo, classificações das literaturas, catalogação de todas as obras e
futuramente almejamos a implementação da automatização do acervo e na culminância do
projeto o momento da participação de pais, alunos a participação da escola em geral na
exposição do projeto. Pontuando a metodologia com os aspectos seguintes: Organização do
espaço da biblioteca, tais como mobiliário, cartazes, tapetes de leitura, livros, dentre outros.
Sobre os livros: serão catalogados e utilizados a ficha de empréstimo, visitas nas salas para
explicar aspectos que envolvam o uso da biblioteca de maneira correta, tais como manter local
limpo, zelar pelos livros. Trabalhar o valor e os cuidados que os livros devem receber, para
que todos possam usufruir e compreender o compromisso com o cumprimento dos prazos de
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entrega e renovação. Estímulo da leitura, contação de histórias, socialização de clássicos de


leituras nas aulas, trabalhando a escrita, oralidade junto à interpretação, produção textual,
atividades de leitura e escrita.
Aplicação do momento de leitura na biblioteca, a escolha de monitores para a
biblioteca no momento do intervalo, para empréstimos de livros para os demais alunos e
funcionários; trazendo sugestões construtivas, conscientizando coletivamente que o espaço
deve ser sempre limpo, silencioso e organizado. Os monitores deverão se inscrever na
coordenação, para as seleções serem efetuadas de maneira democrática, um rápido
treinamento dos monitores deverá ser feito, para que possam compreender como o espaço está
organizado, sistema de empréstimo e devolução.
Deve haver um mural da indicação: Socializar sua experiência com o livro em que
leu através de cartões deixados no mural, indicando o livro e o motivo da indicação, prezando
pelo incentivo à leitura, promover uma gincana entre as turmas com o nome de LEITURA: o
caminho do saber. Podendo contribuir com auxílio de notas aos alunos que realizassem as
atividades, na culminância do projeto as produções podem ser divulgadas ou representadas
por meio de apresentações teatrais, poemas, músicas, ou outra maneira que deixe o aluno mais
à vontade, para toda a escola, convidando os pais, professores e toda comunidade escolar.
Com parceria de 02 Alunas do Curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do
Maranhão, aplicando assim a avaliação que será realizada mediante a abordagem do tema de
forma contínua, com questionamentos, das atitudes de participação e cooperação do trabalho
durante a realização do projeto e principalmente através das mudanças de hábitos.
“No entanto existe uma outra leitura que não é a dos livros. São as primeiras leituras
que fazemos do mundo que nos cerca, quando se reconhece o ambiente em que se vive, os
elementos que o compõem, as pessoas com quem convivemos “ (FREIRE, 1994). A partir da
compreensão dos componentes que se manifestam a nossa volta, ao reconhecer os princípios
que integram o canal ao nosso redor, determinando vínculos, elaborando em seu meio um
universo com muitos sentidos cruciais para o desenvolvimento significativo ao decorrer do
tempo. Sendo estimulado através da leitura e reforçado pelas experiências.
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Todavia, o ato de ler não se resume somente a entender os códigos da escrita, vai
além, como perceber e elucidar opiniões, ponderando, problematizando e configurando
autonomia crítica (PERUCCHI, 1999, p. 85).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As contribuições do estágio em gestão escolar, foram muito intensas para a minha


formação como futura pedagoga, colaborando com a gestão, para diagnosticar possíveis
obstáculos na escola, analisar e pontuar de forma positiva para prováveis soluções dessas
problemáticas, promovendo a atuação significativa no espaço escolar, sendo um estágio
diferente da realidade da docência, pois várias dúvidas foram esclarecidas sobre a temática e
como deve ser administrada, a experiência de observação e intervenção na prática foram
fatores decisivos para o funcionamento de uma boa gestão democrática, contribuindo assim de
forma expressiva, através de um projeto construtivo, que envolve toda a estrutura
organizacional da escola, com a finalidade de promover melhorias para a instituição.
Propiciando o convite à participação dos alunos nessas atividades de práticas leitoras
e utilização consciente e adequada do espaço da biblioteca, maiores serão as chances de que o
objetivo seja alcançado para assim melhorar o gerenciamento da escola democrática com a
participação de seus principais atores como o aluno, professor, comunidade e família,
considerando os contextos inseridos sociais, econômicos, históricos e culturais.
Proporcionando sugestões para transformações na rede pública com compromisso e
responsabilidade, buscando assim elaborar estratégias de melhorias para minimizar problemas
educacionais. Dessa forma, as concepções e práticas dentro da gestão educacional mostram
impressões colaborativas e significativas de acordo com os procedimentos realizados, pois é
primordial a clareza e aplicação das habilidades das funções da gestão escolar, mas ainda há o
que melhorar, pois observamos que é fundamental sempre buscar novas pesquisas e
embasamentos teóricos para aprimorar as intervenções necessárias, desde práticas
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construtivas e decisivas para compreender as realidades e trabalhar dentro das necessidades


buscando diminuir as dificuldades, promovendo qualidade e mudanças positivas, através de
formações continuadas e treinamentos para todo o sistema estrutural e organizacional da
escola.

REFERÊNCIAS

BARBOSA, Débora; BECKMAN, Kleyskller; BERNARDES, Danielle; GARCIA, Paloma;


RIBEIRO, Antonia. PROJETO DE INTERVENÇÃO “BIBLIOTECA ESCOLAR: em
busca de uma instituição leitora”. Estágio em Gestão e Organização dos Sistemas de
Educação Infantil e de Ensino Fundamental do curso de pedagogia da Universidade Federal
do Maranhão, 2018.
BEBER, Bianca Ligabue da Fonseca Costa. O papel do gestor na construção de uma escola
de qualidade. 2013.

BIANCHI, A. C; ALVARENGA, M.; BIANCHI, R. Manual de orientação: estágio


supervisionado. 2 ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.

https://escoladainteligencia.com.br/qual-a-funcao-do-coordenador-pedagogico-na-sala-de-
aula/. Acesso em 15/11/2018.

FAVARO, VALÉRIA REGINA. A importância do registro na documentação escolar


durante o percurso acadêmico do (a) aluno (a). Universidade Estadual de Ponta Grossa,
2014/2015.

LOURENÇO, Linesanio de Souza. http://educacaopublica.cederj.edu.br/revista/artigos/a-


importancia-do-projeto-politico-pedagogico-para-a-organizacao-escolar . Acesso em
15/11/2018.

MACHADO, Jéferson Gomes; BRUM, Mara Lucia, T. ESTÁGIO DE GESTÃO


EDUCACIONAL DA ESCOLA PÚBLICA: uma experiência educativa. Universidade
Federal de Pelotas, 2016.

MELHOR ESCOLA, dados escolares. Disponível em:


https://www.melhorescola.com.br/escola/. Acesso em: 22 de julho 2018.

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Cruz, Maria do Socorro Estrela Paixão, Marise Marçalina de Castro Silva Rosa; Raimunda Nonata da Silva
Machado. – São Luís: EDUFMA, 2019. I ISBN
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MERCADO, Elisangela. ESTÁGIO SUPERVISIONADO DE GESTÃO ESCOLAR NO


CURSO DE PEDAGOGIA: proposta de atualização do Projeto Político Pedagógico da
escola pública. Universidade Federal de Alagoas, anpae.org.br/simpósio, 2011.

PERUCCHI, Valmira. A IMPORTÂNCIA DA BIBLIOTECA NAS ESCOLAS


PÚBLICAS MUNICIPAIS DE CRICIÚMA - SANTA CATARINA. REVISTA ACB:
BIBLIOTECONOMIA EM SANTA CATARINA, FLORIANÓPOLIS, V. 4, N. 4, 1999.

VIEL, Ana Patrícia. A IMPORTÂNCIA DO COORDENADOR PEDAGÓGICO PARA


A QUALIDADE DO ENSINO. Universidade Federal do Paraná, 2014.

SESSÃO DE PÔSTER

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CONHECENDO OS PILARES DA FILOSOFIA GREGA:


Sócrates, Platão e Aristóteles

Lucidalva Pereira Gonçalves – Universidade


Federal do Maranhão. E-mail:
lucidalv@gmail.com.
Gilnaldo Cantanhede Nunes – Universidade
Federal do Maranhão. E-mail:
gilnaldo.nunes@ifma.edu.br.
Claudiane Martins Nunes – Universidade
Federal do Maranhão. E-mail:
claudinha.cmm11@gmail.com.

A filosofia representa uma forma de pensamento que se destaca por sua pretensão
em levantar questões e buscar respondê-las. Seu movimento na história permitiu que
pensadores desenvolvessem as mais diversas teorias a respeito do belo, da virtude, do bem e
do mal, da política, entre outras inquietações. Estas últimas levantaram as bases para o ensino
da filosofia em instituições, estando presente nos dias atuais, nas nossas escolas, que
viabilizam o seu ensino como disciplina escolar para todos. Porém, a ideia de que se deva
formar os indivíduos para o mercado de trabalho faz com que a Filosofia, se encontra numa
situação de desvalorização, frente a “utilidade” das demais disciplinas, o que dificulta seu
ensino-aprendizado nas escolas. Avaliando as experiências que tivemos, enquanto estagiários
vinculados à UFMA, durante a fase de observação e participação nas aulas de Filosofia da
instituição Centro de Ensino Dom Ungarelli, no ano de 2015, percebemos que uma grande
parte dos estudantes não valorizava a disciplina. Nesse sentido, com a intenção de intervir
favoravelmente nessa realidade, desenvolvemos na referida instituição de ensino o projeto de
extensão “Conhecendo os pilares da filosofia grega: Sócrates, Platão e Aristóteles”, pois o
aprendizado da filosofia necessita do devido conhecimento das contribuições deixadas pelos
referidos filósofos, uma vez que são eles que principiaram os pensamentos que sustentam as
bases da filosofia ocidental. Assim, organizamos a sala com cartazes relacionados à temática,
apontando contribuições filosóficas relevantes deixadas pelos filósofos destacados, bem
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como, exibíamos um documentário aos alunos. Em geral começávamos apresentando o título


do projeto como também algumas obras de Platão, Aristóteles e de seus comentadores. Após
assim procedermos seguíamos com o documentário e o debate sobre o mesmo. Apesar das
dificuldades, consideramos proveitosas as discussões levantadas, pela qual buscamos observar
dos mesmos o entendimento que apresentaram depois de assistirem o documentário e também
destacar os seus pontos mais relevantes no que tange aos conceitos de virtude, metafísica e
política. Alguns estudantes apresentaram maior interesse pela temática abordada, levantando
questionamentos, anotando no caderno as contribuições das nossas discussões; já outros
encararam como uma brincadeira a realização do projeto, chegando mesmo a “assoviar”
durante as discussões e a jogar bola de papel nos colegas. Durante o debate sobre as
contribuições filosóficas deixadas por Sócrates, Platão e Aristóteles tivemos sempre a
preocupação de enfatizar que suas contribuições inauguraram um vasto campo de discussões
filosóficas, e que até hoje se faz necessário, para iniciar o entendimento dos conceitos
filosóficos, recorrer às contribuições concedidas pelos gregos. Como forma de avaliar o
rendimento dos alunos solicitamos também um trabalho escrito sobre o documentário e sobre
o que discutimos com eles. Identificamos um novo problema que infelizmente ainda
encontramos na educação básica do Brasil: os alunos chegam ao ensino médio com grandes
dificuldades em desenvolver a escrita. Entretanto, consideramos que as informações
apresentadas de forma escrita se faziam pertinentes ao que discutimos em sala no decorrer do
projeto, o que nos lavou a inferir que sua realização contribuiu para o ensino-aprendizado da
filosofia aos alunos do ensino médio do Centro de Ensino Dom Ungarelli, permitindo que os
estudantes despertassem um novo modo de perceber a filosofia, tornando-se mais conscientes
do papel da filosofia para a formação de um pensamento mais autônomo.

REFERÊNCIAS

ARISTÓTELES. Metafísica. Tradução de Edson Bini. – 2 ed. – São Paulo: Edipro, 2012.

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_____________. Ética a Nicômaco. São Paulo: Abril Cultural, 1973 - (Coleção Os


Pensadores).

COSTA, João Cruz.; PAILEKAT, Jorge. O mundo das ideias. In: PLATÃO. O Banquete,
Fédon, Sofista, Político. São Paulo: Abril Cultural, 1972 – (Coleção Os Pensadores).

KERSTING, Wolfang. A Ética Nicomaqueia. Philósophos, Goiânia, p. 122, 2002.


PLATÃO. A República. Tradução de Enrico Corvisieri. São Paulo: Nova Cultural, 1997 -
(Coleção Os Pensadores).

REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da Filosofia: Antiguidade e Idade Média.


São Paulo: Paulus, 1990 – (Coleção filosofia).

ZINGANO, Marco. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. – 2.ed. São Paulo: Odysseus
Editora, 2005. – (Imortais das ciências).

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