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Universidade Federal de Viçosa Curso de Ciências Sociais

Disciplina: Sociologia da Violência e Criminalidade

Aula 14 – Significado do Crime

Professor: Marcelo Ottoni Durante


Sociologia da Violência e Criminalidade Aula 11 – Significado do Crime

Bibliografia:

• VOLD, BERNARD & SNIPES; Theoretical Criminology; Oxford


University Press: New York, 2002. (Cap. 12)

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Sociologia da Violência e Criminalidade Aula 11 – Significado do Crime
SIGNIFICADO DO CRIME E DOS CRIMINOSOS: AUTO-IMAGEM

•O interacionismo simbólico propõe que as ações humanas devem ser compreendidas


em termos dos significados que estas ações têm para os atores. As pessoas, primeiro,
definem os significados das situações onde eles se encontram e, depois, eles agem
tendo em vista os significados que atribuíram. Os significados são criados pelas
pessoas por si mesmas, mas de modo geral resultam das interações e conversas com
outras pessoas.
•Um dos principais significados elaborados pelas pessoas é o significado que elas
atribuem para si mesmas: sua auto-imagem. Pessoas podem se definir como covardes,
habilidosas, espertas, pecadoras, desviantes ou tudo isto ao mesmo tempo. As
pessoas vão buscar agir de acordo com o significado que elas atribuíram para si
mesmas. A auto-imagem é construída principalmente a partir das interação sociais
com outras pessoas, ou seja, o self é construído socialmente.
•O foco da criminologia é principalmente nos significados que as pessoas atribuem aos
criminosos. Comportamentos criminais são, de modo geral, cometidos por pessoas
que não se vêem como criminosos. Para manter uma auto-imagem de não criminoso,
elas definem a situação de modo a afirmar que as suas ações não são realmente
crimes. Assim, eles estão liberados para continuar cometendo crimes sem a
necessidade de mudar sua auto-imagem.
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Sociologia da Violência e Criminalidade Aula 11 – Significado do Crime
SIGNIFICADO DO CRIME PARA SI MESMO: TEORIA DO RÓTULO

•Informar os outros que a pessoa é um criminoso constitui uma técnica de controle


social. Os processos formais e informais de controle social levam a um aumento do
comportamento criminoso, pois a pessoa desenvolve uma auto-imagem de criminoso.
•Segundo Garfinkel, o julgamento constitui uma cerimônia de degradação de status.
Uma vez ocorrido o julgamento, o rótulo de criminoso se sobressai diante de todos os
outros rótulos que a pessoa possui e a pessoa passa a ser para todas as outras pessoas
um criminoso. Esta pessoa é, então forçada a agir criminalmente seguindo o
estereótipo de criminoso construído pela sociedade.
•A pressão para assumir uma auto-imagem de criminoso depende em grande parte do
número de outras pessoas que definem a pessoa como criminosa. O processo mais
importante para a pessoa assumir a identidade de criminoso é o seu encarceramento
e condenação.
•As pessoas que foram rotulados de criminosos se associam principalmente com
outras que também foram rotuladas da mesma forma, tanto porque foram
institucionalizadas juntas quanto porque os outros tipos de pessoas recusam a se
associar com elas.

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Sociologia da Violência e Criminalidade Aula 11 – Significado do Crime
SIGNIFICADO DO CRIME PARA SI MESMO: TEORIA DO RÓTULO

•Tannenbaum (Crime and the Community, 1938):


•Desde de que são crianças, os jovens participam de jogos nas ruas. À medida que
ficam mais velhos, os jogos ficam mais excitantes, cheios de aventura e perigo,
envolvendo atividades que causam hostilidade entre os adultos da vizinhança.
•Os adultos inicialmente definem estes jovens como bons garotos fazendo ações
ruins, mas na medida em que o conflito entre eles e os jovens permanece, passam
a classificar os próprios garotos como ruins.
•Os garotos passam a agir de modo a se identificar com estas definições, ou seja,
de modo a corresponder com a sua auto-imagem. Isto constitui um processo de
rótulo, onde a pessoa se conforma ao rótulo que recebeu da sociedade.
•Lemert (Social Patology, 1951):
•As crianças que praticam deliquência como brincadeiras na rua devem ser
chamadas de desviantes primários.
•O jovem que assumiu o rótulo de desviante se conformando à sua auto-imagem
constitui um desviante secundário.
•A redefinição da auto-imagem viabiliza a participação plena da pessoa na vida do
desvio e lhe abre a possibilidade de assumir compromissos com a carreira do
desvio.
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Sociologia da Violência e Criminalidade Aula 11 – Significado do Crime
SIGNIFICADO DO CRIME PARA SI MESMO: TEORIA DO RÓTULO

•Heimmer e Matsueda (Role Taking, Role Commitment and Delinquency, 1994):


•Inicialmente, os jovens americanos de origem não africana cometem mais atos
delinqüentes do que os jovens americanos de origem africana. No entanto, existe
uma tendência de que os jovens de origem africana sejam mais rotulados pelos
seus pais como violadores de regras. Isto aumenta neles a tendência de ter uma
auto-imagem de delinqüentes e de se associarem mais com delinqüentes.
•Criticas à Teoria do Rótulo:
•A teoria retrata o desviante resistindo ao papel de desviante e aceitando isto
apenas quando não pode evitar.
•Isto pode ser verdade em alguns, mas pessoas podem criar identidade de
desviante sem nunca terem sido rotuladas. Os desviantes membros de uma
gang criam a auto-imagem de desviantes com base nas atividades da gang.
•Ênfase demasiada na importância do processo de rotulação formal. A atribuição
do rótulo no julgamento é o principal método de controle social do
comportamento, deixando em segundo plano a punição. Assim, as pessoas
deixariam de cometer o crime mais pelo medo da condenação da sociedade
(rotulação) do que da punição.
•O rótulo cria os crimes ou cria mais crimes?
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Sociologia da Violência e Criminalidade Aula 11 – Significado do Crime
SIGNIFICADO DO CRIME PARA O CRIMINOSO

•O criminoso está engajado em um projeto, tentando alcançar alguma coisa por meio
do crime.
•Este projeto é inicialmente moral e envolve justiça e injustiça ou certo e errado. Desta
forma, envolve emoções que tem um componente moral: humilhação, arrogância,
cinismo, etc.
•A ação criminal é fundamentalmente uma forma de transcender um desafio moral
que o criminoso encontra em uma situação imediata e alcançar um estado de
dominação moral. Esta transcendência moral produz uma sensação mágica, sedutora,
criativa e sensual, que a pessoa experimenta no ato de cometer o crime.
•O crime envolve esforços para escapar ao controle exercido por outros ou ditado por
circunstâncias controladas por outros e os criminosos parecem expressar esforços para
impor controle sobre as pessoas e circunstâncias que estão próximas.
•O significado fundamental do crime para o criminoso é escapar do controle de outros
e impor controle sobre outros.

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Sociologia da Violência e Criminalidade Aula 11 – Significado do Crime
SIGNIFICADO DO CRIME PARA A SOCIEDADE: TEORIA DA REAÇÃO SOCIAL

•A sociedade define o desvio declarando certos comportamentos humanos como ruins


e buscando minimizar ou eliminar estes atos. Este processo de definição ou supressão
do desvio é fundamental para a solidariedade social. A definição dos desviantes como
inferiores ou ruins implica que os demais membros da sociedade são superiores ou
bons. O comportamento do indivíduo será o critério para definir se uma pessoa é ruim
ou boa e, portanto, para selecionar quem serão os definidos como desviantes.
•As sociedades criam os crimes quando elaboram as leis. A definição de um ato
particular como crime depende do sentido atribuído a este ato pelas pessoas da
sociedade.
•Uma vez que as políticas contra o desvio resultam usualmente num processo de
redistribuição de benefícios de alguns grupos (desviantes) para outros (promotores
das políticas), parece claro que as ações empreendidas e a própria definição do desvio
dependerá das relações de poder entre os grupos na sociedade.
•Um grupo vai ter sucesso na definição do comportamento do outro grupo como
desviante apenas se o seu poder for superior ao poder do outro grupo.
•Este grupo, então, ganha o suporte das agências oficiais de controle social,
institucionalizando seu poder sobre os outros grupos.
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Sociologia da Violência e Criminalidade Aula 11 – Significado do Crime
PODER DO ESTADO E O SIGNIFICADO DO CRIME (FOUCALT)

•O sistema de justiça criminal faz parte de um mecanismo de controle social, que inclui
educação, saúde mental, políticas do bem estar social e a mídia, utilizado pelo Estado
para controlar os problemas que ocorrem na população. Estes mecanismos atuam de
forma coerente para obter um controle disperso sobre toda a sociedade.
•Evolução da forma do Estado controlar a população:
•As prisões substituíram um complexo sistema de tortura e execução, no qual o
Estado se manifestava em espetáculos públicos. Este sistema não possuía
mecanismos de segurança para garantir que as punições não fossem aplicadas em
pessoas inocentes, pois o importante não era punir, mas demonstrar o poder do
Estado. A condenação de um inocente iria apenas demonstrar com mais evidência
o poder do Estado e que ninguém estaria seguro contra ele.
•Em torno de 1700, este tipo de exibição do poder do Estado começou a causar
problemas. Ao invés de produzir uma multidão doce e complacente, estes
espetáculos começaram a causar revoltas contra a injustiça arbitrária do Estado.
•A aplicação da punição passou a ocorrer atrás de grandes muros, escondida do
público e, ao invés de ser aplicada diretamente no corpo do condenado, o Estado
passou a trabalhar com a idéia da reabilitação, buscando agir sobre a mente e a
alma do condenado.
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Sociologia da Violência e Criminalidade Aula 11 – Significado do Crime
PODER DO ESTADO E O SIGNIFICADO DO CRIME (FOUCALT)

•Foucalt (Discipline and Punishment, 1979):


•Sempre existirão grupos sociais mais poderosos que perseguem suas próprias
agendas econômicas e políticas no contexto destas funções de controle social
exercidas pelo Estado, usualmente causando perdas para os grupos menos
poderosos.
•O Estado busca manter sua legitimidade fazendo uma propaganda dos seus
esforços de controle da população para que eles pareçam ser razoáveis, humanos
e necessários. Por trás desta propaganda está escondido o seu objetivo principal:
controlar o comportamento daqueles que causam instabilidade na ordem social.
•Todas as atividades de controle social são dirigidas e manipuladas pelo Estado,
mesmo quando alguns aspectos das atividades ocorrem fora da jurisdição do
Estado, como a mídia.
•Esta teoria parte das análises do pensamento e das palavras das pessoas dos
grupos dominantes, ou seja, o universo do discurso, pois buscam analisar:
•o significado que criminosos e desviantes tem para os grupos dominantes
que exercem, por meio do Estado, o controle sobre eles, e
•o significado das ações tomadas por estes grupos dominantes para controlar
as populações que causam problema.
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