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Resumo
O artigo apresenta uma reflexão a acerca das teorizações curriculares no contexto dos
aspectos da sociedade contemporânea, com ênfase na formação inicial de professores para
educação básica na busca pela efetivação na qualidade social. As diferentes teorias do
currículo, denominadas Tradicional, Críticas e Pós-Críticas trazem em seu bojo diferentes
concepções de homem e sociedade e, consequentemente, determinam a concepção de
educação/formação que se almeja, pois, os currículos não são neutros, pelo contrário, trazem
em seu bojo, intencionalidades. Ocorre que a sociedade contemporânea, multicultural, requer
um perfil de docente capaz de reconhecer e dialogar com tal pluralidade, o que implica pensar
sobre a teorização curricular na formação de professores que possibilite esta formação. Nesse
contexto, questiona-se: Quais os desafios e possibilidades de se pensar um currículo pós-
crítico nos cursos de formação inicial de professores em busca da qualidade social da
educação básica? Assim, tem-se como objetivo analisar os desafios e as possibilidades da
teoria pós-crítica do currículo na formação de professores na busca da qualidade social da
educação básica. A opção metodológica para essa reflexão constitui-se num estudo
bibliográfico e documental apoiando-se nas reflexões de autores como: Morgado (2005),
Garcia e Moreira (2006), Eyng (2007), Silva (2007), Gomes (2007), Gatti, Barreto e André
(2011), Imbernón (2013) e Gimeno Sacristán (2013). A reflexão permite inferir que a
educação está impregnada dos pressupostos que caracterizam a modernidade e que dificultam
a garantia da qualidade social da educação básica no respeito e reconhecimento da diversidade
presente na contemporaneidade. Nesse sentido, considero que a formação de professores
precisa dialogar também com a teorização pós-crítica do currículo para garantir a qualidade
social da educação à medida que contempla uma formação adequada ao contexto de uma
sociedade com indivíduos culturalmente diversos.
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Doutoranda em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná - PUCPR. Bolsista CAPES.
Mestrado em Educação pela PUCPR. Professora do curso de Pedagogia da Pontifícia Universidade Católica do
Paraná (PUCPR). Membro do Grupo de Membro do Grupo de Pesquisa: Políticas, Formação do Professor e
Representações Sociais – POFORS. E-mail: sueli.donato@gmail.com
ISSN 2176-1396
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Introdução
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Profissionalidade aqui compreendida como “a afirmação do que é específico na ação docente, isto é, o conjunto
de comportamentos, conhecimentos, destrezas, atitudes e valores que constituem a especificidade de ser
professor” (GIMENO SACRISTÁN, 1995, p. 74).
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enfrentamento dos desafios contextuais no espaço escolar, como nos reforça Gatti, Barreto e
André (2011, p. 93) que a formação inicial tem “importância ímpar, uma vez que cria as bases
sobre as quais esse profissional vem a ter condições de exercer a atividade educativa na escola
com as crianças e jovens que aí adentram, como também, as bases de sua profissionalidade e
da constituição de sua profissionalização”.
Assim, mediante esses apontamentos, o problema que orienta essa reflexão procura
elucidar a seguinte questão: Quais os desafios e possibilidades de se pensar um currículo pós-
crítico nos cursos de formação inicial de professores em busca da qualidade social da
educação básica? Assim, tem-se como objetivo analisar os limites e as possibilidades da teoria
pós-crítica do currículo na formação de professores na busca da qualidade social da educação
básica.
Para efetivar a análise da questão proposta, faço uso da pesquisa do tipo bibliográfica
apoiando-me nos argumentos teóricos de autores que discutem a temática no âmbito da
formação de professores e a teorização curricular. Dentre eles, Morgado (2005), Garcia e
Moreira (2006), Eyng (2007), Silva (2007), Gomes (2007) e Imbernón (2002, 2013), Gatti,
Barreto e André (2011). Para tanto, início apontando as características do currículo tradicional
ao pós-crítico, buscando refletir sobre suas especificidades e influências no campo
educacional. Na sequência, trago para o debate, os desafios e a necessidade da perspectiva da
teorização pós-crítica do currículo na formação inicial de professores na busca da qualidade
social da educação básica. Por fim, algumas considerações em jeito de síntese.
Entendo que o currículo perpassa toda ação educativa, pois ele é como nos aponta
Sacristán (2013, p. 24) “a expressão do projeto cultural e educacional que as instituições de
educação dizem que irão desenvolver com os alunos (e para eles) aquilo que consideram
adequado”. O autor explica ainda, que “por meio desse projeto institucional, são expressadas
forças, interesses ou valores e preferências da sociedade, de determinados setores sociais, das
famílias, dos grupos políticos, etc.” (p.24).
Segundo Silva (2007, p. 15) o termo currículo deriva da palavra latina curriculum,
“pista de corrida”, podemos dizer que no curso dessa “corrida”, que é o currículo acabamos
por nos tornar o que somos. O mais importante é saber quais questões uma “teoria” do
currículo ou um discurso curricular busca responder. Para ele, as teorias do currículo são
vistas a partir da noção de discurso, o que implica mostrar que aquilo que o currículo é
depende precisamente da forma como ele é definido pelos diferentes autores e teorias. Assim,
“uma definição não nos revela o que é, essencialmente, o currículo: uma definição nos revela
o que uma determinada teoria pensa o que o currículo é” (SILVA, 2007, p. 14).
Nessa perspectiva, a partir dos diferentes conceitos, enfoques que elas fazem
uso/enfatizam, é condição para diferenciá-las, segundo Silva (2007) em três segmentos:
Teorias Tradicionais; Teorias Críticas e Teorias Pós-Críticas. E cada uma delas nos permitir
ver a educação por um prisma diferente, esclarece o autor, como se pode observar no resumo
das categorias no Quadro 1.
Quadro 1 – Teorias do currículo.
TEORIAS DO CURRÍCULO
MODERNIDADE PÓS-MODERNAIDADE
TEORIAS TRADICIONAIS TEORIAS CRÍTICAS TEORIAS PÓS-CRÍTICAS
Ensino Ideologia Identidade, alteridade, diferença
Aprendizagem Reprodução cultural e social Subjetividade
Avaliação Poder Significação e discurso
Metodologia Classe social Saber-poder
Didática Capitalismo Representação
Organização Relações sociais de produção Cultura
Planejamento Conscientização Gênero, raça, etnia, sexualidade
Eficiência Emancipação e libertação Multiculturalismo
Objetivos Currículo oculto
Resistência
Fonte: Adaptado pela autora com base em Silva (2007, p. 17).
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Esse quadro permite compreender que o currículo é uma construção social ao longo
dos diferentes tempos históricos e, por consequência, está vinculado às relações de poder
inerentes a cada época. Assim, tecer reflexões acerca das teorizações curriculares implica
reconhecer que essas foram elaboradas com base nos pressupostos epistemológicos modernos
e pós-modernos, os quais cada modelo de ser humano pretendido para uma determinada
sociedade, corresponderá um tipo de conhecimento, um tipo de currículo, afinal, “um
currículo busca precisamente modificar as pessoas que vão “seguir” aquele currículo”
(SILVA, 2007, p. 15). Desse modo, quando pensamos na teoria curricular, nos conduz a
refletir sobre quais pressupostos sustentam esses períodos históricos.
Silva (2007, p. 111) faz menção à modernidade, “iniciada com a renascença e
consolidada com o iluminismo e, de outro, a Pós-Modernidade, iniciada em algum ponto da
metade do século XX”. Segundo o autor, os pressupostos que compreendem a modernidade,
são as ideias de razão, ciência, racionalidade e progresso, enquanto a pós-modernidade
privilegia o relativismo, a subjetividade, a descrença nas grandes metanarrativas.
Para tanto, a diferença entre as teorias está justamente pela forma que tratam a
natureza humana ou do conhecimento, da cultura e da sociedade. Assim, ao propor essa
indagação (o quê?), por consequência, implica em processos de seleção, por isso, o currículo é
sempre o resultado de uma seleção, mas uma seleção (de conhecimento) com base no tipo de
pessoa que se deseja formar para a sociedade. De posse dos conhecimentos selecionados,
buscam justificar o porquê dessa seleção e não outra. Nesse contexto, o currículo configura
numa questão de identidade ou de subjetividade. Como diz o autor, “cada modelo de ser
humano, corresponderá um tipo de conhecimento, um tipo de currículo”. Portanto, “o
currículo é também uma questão de identidade” (SILVA, 2007, p. 21).
Nessa perspectiva, retomando a primeira concepção – tradicional, para análise, Silva
(2007), destaca que o conhecimento é tratado como algo dado, verdadeiro, que preexiste à
realidade. Portanto, as preocupações das Teorias Tradicionais se concentravam apenas nas
formas de organização e elaboração dos conteúdos curriculares pré-existentes como
inquestionáveis visando à formação do sujeito ajustado ao sistema.
a educação tal como a conhecemos hoje é, a instituição moderna por excelência. Seu
objetivo consiste em transmitir o conhecimento científico, em formar um ser
humano supostamente racional e autonômo e em moldar o cidadão e a cidadã da
moderna democracia representativa (SILVA, 2007, p. 111).
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Sob esta perspectiva, o currículo é concebido como algo estático e objetivo, se resume
a uma questão técnica. Para Silva (2007, p. 16), as teorias tradicional, “são teorias neutras,
científicas e desinteressadas”. Portanto, Teorias de aceitação, ajuste e adaptação.
Já as teorias críticas do currículo “efetuam uma completa inversão nos fundamentos
das teorias tradicionais”, à medida que “são teorias de desconfiança, questionamento e
transformação radical” (SILVA, 2007, p. 29 - 30). Para essas teorias, o mais importante, “não
é desenvolver técnicas de como fazer o currículo, mas desenvolver conceitos que nos
permitam compreender o que o currículo faz” (p. 30). Assim, “as teorias críticas sobre o
currículo, colocam em questão os presentes arranjos sociais e educacionais da época.
Desconfiam do status quo, responsabilizando-os pelas desigualdades e injustiças sociais”.
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É um movimento legítimo de reinvindicação dos grupos culturais dominados [...] o multiculturalismo não pode
ser separado das relações de poder, que antes de mais nada, obrigaram essas diferentes culturas, raciais, étnicas e
nacionais a viverem no mesmo espaço. [...] representando um importante instrumento de luta política (SILVA,
2007, p. 87-88).
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assim, de ser epistemológica para ser política” (p. 90). Além disso, o multiculturalismo nos
mostra:
Portanto, a discussão entre a teoria crítica e a teoria pós-crítica de currículo, pode ser
descrita como “uma disjunção entre uma análise fundamentada numa economia política do
poder e uma teorização que se baseia em formas textuais e discursivas de análise”, explica
Silva (2007, p. 145). Ou ainda, como destaca o autor, “entre uma análise materialista, no
sentido marxista, e uma análise textualista [...] de um lado, marxismo e, de outro, pós-
estruturalismo e pós-modernismo”.
A medida que a teoria crítica buscar ampliar nossa compreensão dos processos de
dominação por estar centrada exclusivamente na classe social sem levar em consideração, a
análise da dinâmica de poder envolvida nas relações de gênero, etnia, raça e sexualidade, a
teoria pós-crítica preocupa-se com a diferença, valoriza-se a diferença e o multiculturalismo e
não “uma hierarquia entre as culturas” (SILVA, 2007, p. 86). Pode-se dizer que “a tensão
entre os conceitos de ideologia e de discurso, mesmo que eles se combinem em algumas
análises, é uma demonstração dessa fratura no campo da teoria social crítica” (SILVA, 2007,
p. 145).
Cabe lembrar que a legislação vigente já contempla discussões relevantes no campo da
teoria pós-crítica ao trazer essa preocupação com questões sobre o respeito às diferenças e a
valorização da diversidade cultural nas políticas de formação docente. Em consonância, as
Diretrizes Curriculares Gerais para a Educação Básica (2010, p. 4), em seu artigo 11 4 já
aponta a escola como espaço privilegiado de ressignificação cultural.
No entanto, Silva (2007, p. 147) ressalta a importância do legado das teorias críticas, o
qual não pode ser negado explicando que:
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“A escola de Educação Básica é o espaço em que se ressignifica e se recria a cultura herdada, reconstruindo-se
as identidades culturais, em que se aprende a valorizar as raízes próprias das diferentes regiões do País”.
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Frente a esse cenário, “é papel da formação inicial preparar os futuros professores para
ter condições de exercer a atividade educativa na escola com crianças e jovens que aí
adentram” (GATTI; BARRETO; ANDRÉ, 2011, p. 89) para que sejam “capazes de adequar
suas atuações às necessidades de cada época e contexto [...] incutindo-lhes uma atitude de
investigação” (IMBERNÓN, 2002, p. 61).
40002
Garcia e Moreira (2006, p. 11) alertava sobre o papel do professor o qual não se define
apenas no domínio do conteúdo, mas sim,
Dessa forma, torna-se relevante pontuar que a formação de professores que respeite a
diversidade dos educandos por meio de um currículo que propicie uma prática pedagógica
voltada para as diferenças, que valorize o diálogo entre os saberes, as diferentes culturas. Pois,
como ressalta Moreira (2001, p. 85), que “em síntese, queiramos ou não, vivemos em um
mundo inescapavelmente multicultural”. Continua o autor:
Frente a esta análise, é oportuna a reflexão de Gomes (2007, p. 25) ao explicar que a
inserção da diversidade nos currículos implica compreender,
Esse quadro é corroborado por Pérez Tapias (2013, p. 135) ao dizer que:
para o “cruzamento de culturas” (PÉREZ GÓMEZ, 1998 apud PÉREZ TAPIAS, 2013, p.
129).
Diante disso, cabe observar que as Diretrizes Curriculares para o Curso de Pedagogia
(BRASIL, 2006), já fazem referência às questões do respeito à diversidade na formação do
pedagogo, como em seu artigo 5º ao apontar que o egresso de Pedagogia deve estar apto a,
Entretanto, considero que não basta estar assegurado pela legislação, é preciso a
efetivação na prática do que propõe a legislação por parte das instituições formadoras como
destaca Eyng (2007, p. 177) ao explicar que “é importante que a educação superior considere
a integre as situações de diversidade que se manifestam na sociedade, mas é importante que se
atenha as suas manifestações na própria IES”. São esses apontamentos que nos permitem
trazer para reflexão e questionamentos, algumas questões que se colocam como indagação no
campo do currículo, as quais requerem, dos cursos de formação inicial de professores, um
olhar atento e sensível:
Nessa perspectiva, considerando que “uma teoria se define pelos conceitos que utiliza
para conceber a realidade” (SILVA, 2007, p. 17), e que o conhecimento, a cultura e o
currículo são produzidos no contexto das relações sociais e de poder, um alerta nos é dado por
Morgado (2005, p. 68), a respeito do:
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grau de incompatibilidade que existe entre o currículo que tem sido desenvolvido na
generalidade das instituições educativas (encarnando as principais características da
modernidade) e o currículo que deviam realizar como resposta aos desafios da
contemporaneidade, que segundo Jean-François Lytoard, exigem à escola que forma
mais em competências do que em ideais. Uma incompatibilidade que, na opinião de
Tomaz Tadeu da Silva, não restringe apenas o currículo, mas também a própria
teoria crítica que o deve consubstanciar, colocando-a sob suspeita e desalojando-a da
sua “confortável posição de vanguarda”.
Entretanto, concordo com Silva (2007, p. 147) quando afirma que “a teoria pós-crítica
deve se combinar com a teoria crítica para nos ajudar a compreender os processos pelos quais,
através de relações de poder e controle, nos tornamos aquilo que somos”. Afinal, como
destaca o autor, “ambas nos ensinaram de diferentes formas, que o currículo é uma questão de
saber, identidade e poder” (SILVA, 2007, p. 147).
Por isso, pensar na inovação da formação de professores no contexto de uma
sociedade essencialmente capitalista quando a “educação visa a contribuir com a composição
da força de trabalho, com a formação de consumidores e com a preservação da ordem social”
(FONSECA; OLIVEIRA, 2005, apud SILVA, 2009, p. 221), e, portanto, sem importar para o
entendimento da qualidade social da educação, como argumenta Ball (2001, p. 100) que “a
educação está, cada vez mais, sujeita às prescrições e assunções normativas do economicismo
e o tipo de cultura na qual a escola existe e pode existir”, o que requer das instituições
formadoras tomadas de decisões no campo do currículo no sentido de utilizar modelos que
nos ajudem a compreender e a lidar com essa realidade. Pois a formação não pode continuar
poliédrica, como explica Imbernón (2013, p. 499) e “o currículo não pode ser esse
instrumento que ajuda os alunos a aprenderem mais (as matérias), mas deve permitir a seleção
dos melhores meios no contexto, para desenvolver a aprendizagem”.
Com base nas discussões e reflexões elencadas neste estudo, pensar a formação de
professores para educação na contemporaneidade em busca da qualidade social da educação,
implica na tomada de consciência e ação referente a concepção de currículo que se adota
frente a diversidade presente na escola e na sociedade em nosso tempo histórico.
Para tanto, ao retomar o objetivo proposto nesse estudo, a teoria pós-crítica do
currículo aponta possibilidades significativas de avanço neste campo, à medida que propõe
práticas pedagógicas que expressem o vivido. No entanto, sabemos que muitos são os
desafios por uma formação que valorize a diversidade de sujeitos assegurada na legislação
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vigente, mas quando atualmente percebe-se de um modo geral, que “são muitas às
instituições de ensino superior que não vão além da preparação de especialistas, técnicos ou
peritos capazes de operar o mundo e a sociedade, de fazê-lo funcionar” (COELHO, 2006, p.
46). Percebe-se que apesar da legislação assegurar a diversidade, estas perpassam amarras
neoliberais ao privilegiar uma formação para o mercado reforçando a exclusão dos incluídos.
Porém, como docentes comprometidos com seu tempo histórico e considerando que a
formação de professores influência e sofre influência do contexto na qual está inserida, pois a
“introdução da diversidade e do contexto significará a mudança da forma de entender o
currículo escolar e a educação” (IMBERNÓN, 2013, p. 496), para tanto, é preciso sairmos da
situação de imobilismo, afinal, [...] qualquer projeto de formação transporta uma “utopia”,
que não é a imagem do impossível, mas a introdução no presente de uma outra maneira de
pensar e de viver a educação” (NÓVOA, 2002, p. 46 - 47).
REFERÊNCIAS
EYNG, Ana Maria. Projeto pedagógico institucional: a relação dialógica entre planejamento e
avaliação institucionais. In: EYNG, Ana Maria; GISI, Maria de Lourdes (Org.). Políticas e
gestão da educação superior: desafios e perspectivas. Ijuí, RS: Ed. Unijuí, 2007. p. 162-
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(Org.) Saberes e incertezas sobre o currículo. Tradução: Alexandre Salvaterra, revisão
técnica: Miguel González Arroyo. Porto Alegre: Penso, 2013. p. 10-16.
SILVA, Maria Abádia. Qualidade social da educação básica: algumas aproximações. Cad.
Cedes, Campinas, vol. 29, n. 78, p. 216-226, maio/ago. 2009. Disponível em:
<http://www.cedes.unicamp.br>. Acesso em: 18 maio 2013.