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Supremo Tribunal Federal

RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 823.619 RIO DE JANEIRO

RELATOR : MIN. LUIZ FUX


RECTE.(S) : MUNICÍPIO DE VOLTA REDONDA
RECTE.(S) : PREFEITO MUNICIPAL DE VOLTA REDONDA
ADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE VOLTA
REDONDA
RECDO.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO
ADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO

RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM


AGRAVO. AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE. LEI
ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE VOLTA
REDONDA. RECEBIMENTO DE
DENÚNCIA CONTRA O PREFEITO
PELA CÂMARA. SÚMULA
VINCULANTE 46. COMPETE À UNIÃO
LEGISLAR SOBRE PROCESSO DE
CRIME DE RESPONSABILIDADE. O
ART. 86 DA CRFB NÃO É NORMA DE
REPRODUÇÃO OBRIGATÓRIA.
AGRAVO DESPROVIDO.

DECISÃO: Trata-se de recurso extraordinário com agravo interposto


pelo MUNICÍPIO DE VOLTA REDONDA, com fundamento no art. 544 do
Código de Processo Civil, objetivando a reforma da decisão que
inadmitiu seu recurso extraordinário manejado com arrimo nas alíneas
“a” e “c” do permissivo Constitucional, contra acórdão assim ementado:

“REPRESENTAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE
DO INCISO II, DO PARÁGRAFO ÚNICO, DO ARTIGO 76, DA

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ARE 823619 / RJ

LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE VOLTA REDONDA, QUE


ESTABELECE O RECEBIMENTO DE DENÚNCIA CONTRA O
PREFEITO “PELO VOTO DA MAIORIA DOS MEMBROS DA
CÂMARA”. ENTENDIMENTO DO RELATOR QUANTO À
VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA SIMETRIA, IMPONDO-SE A
APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS INSCULPIDOS NA
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE 1988 E NA
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL PARA SIMILAR
PROCEDIMENTO, NÃO RECEPCIONADO PELA ILUSTRADA
MAIORIA QUE ENTENDEU PELO DESCABIMENTO DA
ADOÇÃO DO PRINCÍPIO DA SIMETRIA DO ART. 147 E
PARÁGRAFOS DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL COM A LEI
ORGÂNICA MUNICIPAL, EIS QUE O DIPLOMA NORMATIVO
APLICÁVEL É O DECRETO-LEI 201/67, PORQUANTO A
COMPETÊNCIA PARA LEGISLAR SOBRE CRIMES DE
RESPONSABILIDADE DE PREFEITOS, VICE-PREFEITOS E
VEREADORES (INFRAÇÕES POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS)
E O RESPECTIVO RITO PROCESSUAL É DA UNIÃO
FEDERAL. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO E DA
INTERDEPENDÊNCIA HARMÔNICA ENTRE OS PODERES.
SISTEMA DE PESOS E CONTRAPESOS SUJEITO AO
DESEQUILÍBRIO. INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL
QUE SE PROCLAMA EM RAZÃO DA INCOMPETÊNCIA DA
CÂMARA DE VEREADORES PARA LEGISLAR SOBRE
MATÉRIA DE COMPETÊNCIA DA UNIÃO.
I – No julgamento da representação de inconstitucionalidade
0020460-62.2007.8.19.0000 (2007.007.00010), relator o eminente
Desembargador FERNANDO CABRAL, este Órgão se manifestou no
sentido que o quórum de maioria qualificada está abrangido pelo
princípio da simetria e sua inobservância ofende, também, o princípio
da separação e da interdependência harmônica entre os Poderes;
II - Como assinala a douta Procuradoria do Estado, “Com efeito,
tal norma insere-se no âmbito da relação entre os poderes, integrando
o chamado ‘sistema de freios e contrapesos’ – trata-se de ato de
controle, pelo Poder Legislativo, da atuação do Poder Executivo”;
III – “Não é justo que se exija para a cassação o quorum de 2/3

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ARE 823619 / RJ

(dois terços dos membros da Câmara), conforme previsto no inciso VI


do art. 5º, do DL 201/67 e que a denúncia possa ser recebida somente
pelo voto de maioria simples. Pretendeu o legislador, ao aumentar o
quorum, evitar a instauração de processos de forma precipitada, com
base em denúncias temerárias, pondo em risco a imagem e a honra dos
prefeitos municipais. Exige-se, agora, mais rigor na análise das
denúncias apresentadas junto ao Poder Legislativo Municipal”;
IV – Contudo, o entendimento consagrado nos incisos I, II e III
não foi recepcionado pela ilustrada maioria que, proclamando a
inconstitucionalidade do inciso II, do parágrafo único, do artigo 76, da
lei Orgânica do município de Volta Redonda, com efeitos ex tunc, o fez
em razão de a edilidade legislar em matéria cuja competência
legislativa é da União Federal.”

Não foram opostos embargos de declaração.


Nas razões do apelo extremo, sustenta a preliminar de repercussão
geral e, no mérito, aponta violação ao artigo 86 da Constituição Federal.
A decisão que inadmitiu o recurso por razões de intempestividade
foi reconsiderada.
O Ministério Público Federal opinou pelo desprovimento do recurso.

É o breve relatório. DECIDO.

O recurso não merece prosperar. O Supremo Tribunal Federal editou


o enunciado 46 da Súmula Vinculante segundo o qual “a definição dos
crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de
processo e julgamento são de competência legislativa privativa da União”.
Com efeito, a norma do art. 86 da CRFB não é de reprodução
obrigatória, mas de aplicabilidade restrita ao Chefe do Poder Executivo
Federal. Destarte, não é possível a interposição de recurso extraordinário
em processo oriundo de controle abstrato estadual quando a norma
indigitada violada – in casu, o art. 86 da CRFB – não for de reprodução
obrigatória (RE 246.903 AgR, Relator(a): Min. RICARDO
LEWANDOWSKI, Segunda Turma, julgado em 26/11/2013).
Ex positis, DESPROVEJO o agravo, com fundamento no disposto no

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artigo 21, § 1º, do RISTF.


Publique-se.
Brasília, 5 de agosto de 2016.
Ministro LUIZ FUX
Relator
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