Вы находитесь на странице: 1из 27

CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS

MARIA DE ALMEIDA

A MÚSICA COMO RECURSO PARA A APRENDIZAGEM NA


EDUCAÇAO INFANTIL

DOURADOS – MS

2014
1
CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS

MARIA DE ALMEIDA

A MÚSICA COMO RECURSO PARA A APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO


INFANTIL

Artigo Cientifico apresentado à Faculdade de


Educação, Curso de Pedagogia do Centro
Universitário da Grande Dourados – UNIGRAN,
para a obtenção do Grau de Graduado em Pedagogia
– EAD, sob orientação do (a) Prof.ª. Ma. Maria
Claudia Teixeira da Luz Ollé.

DOURADOS – MS

2014

2
FOLHA DEAPROVAÇÃO

Maria de Almeida

A MÚSICA COMO RECURSO PARA A APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Aprovado em: ____/____/2014

Orientador (a): Prof. (a). Ma Maria Claudia Teixeira da Luz Ollé

________________________________
Rute de Souza Josgrilberg
Coordenadora do Curso Pedagogia EaD

AGRADECIMENTOS
3
A Deus, pela força espiritual para realização deste trabalho. Aos meus familiares, pelo eterno
orgulho de minha caminhada e apoio Incondicional aos estudos. Aos meus amigos e colega de
curso, pela cumplicidade, ajuda e amizade. A professora, Ma Maria Claudia Teixeira da Luz
Ollépela paciência e Sabedoria na orientação deste trabalho.

RESUMO

4
A musica tem sido amplamente utilizada como um recurso pedagógico na prática da
Educação Infantil a muito tempo. E com este trabalho o que se buscou saber como os
educadores vêem utilizando o recurso pedagógico musical em suas práticas pedagógicas
cotidianas. Como se sabe a música é um meio de expressão em que todos desde sempre tem
acesso por vários meios, em várias culturas e neste contexto torna mais fácil convergir o
interesse dos alunos uma vez que este saber, a música é quase sempre um saber coletivo, o
que por certo vai despertar na criança o interesse, além de estimular sua imaginação,
criatividade, facilitando assim sua aprendizagem, bem como a construção de novos
conhecimentos de modo conjunto e até mesmo individual, e mais importante ainda facilita a
socialização e a formação de uma personalidade mais equilibrada na criança.

PALAVRAS – CHAVE: Criança, Música, Aprendizagem.

5
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.....................................................................................................................................7
1. Um breve histórico da música.....................................................................................................9
2. Conceitos de Infância ao longo da História..............................................................................11
3. A concepção de infância na atualidade.....................................................................................12
4. A música e as Crianças...............................................................................................................13
5. Trabalho de Campo....................................................................................................................16
6. A Inteligência Musical................................................................................................................17
7. Da Legislação..............................................................................................................................18
8. Considerações Finais..................................................................................................................19
9. Anexos (Questionário aplicado aos professores e Fotos).........................................................21
10. Referências:.............................................................................................................................24

6
INTRODUÇÃO

Este é um trabalho sobre as contribuições da música para o aprendizado na educação


infantil. E analisar a música como recurso pedagógico auxiliar os/as educadores/as nas
praticas de Educação Infantil, tendo como suporte a fundamentação teórica e as reflexões
teóricas-práticas desenvolvida no decorrer da Prática de Ensino em Educação Infantil do
curso de Pedagogia. Como é sabido a musica tem sido um recurso amplamente usado como
um recurso midiático nas diversas atividades humanas, entre estas se pode citar os filmes,
desenhos animados, anúncios, programas de televisão, como recurso pedagógico também e
sempre com resultados positivos. A sua prática favorece ao indivíduo uma sensação de
alegria, tristeza, recordações e saudades. O processo de ensino aprendizagem está relacionado
com diversas funções do nosso corpo. Desta forma a música faz com que a criança exercite e
desenvolva a audição, a capacidade motora e ao relacioná-las e transformá-las em
informações que vão contribuir para toda sua vida. 

Enquanto a pesquisa de campo realizou-se em uma turma de Jardim I e Jardim II na


Escola Municipal Urbana Maria Henriqueta Rebuá Siufi - Miranda MS, no decorrer do ano de
2013. A princípio foi feita uma observação local e depois foram aplicados questionários aos
professores das respectivas turmas buscando saber como estes educadores estão utilizando a
música em suas práticas pedagógicas para a Educação Infantil. O que se percebe é que, foram
selecionados alguns objetivos que nortearam todo o trabalho desenvolvido por estes
educadores e entre as informações levantadas verificaram-se os repertórios musicais que tem
sido trabalhado pelos educadores; foram identificados os elementos da música em que, por
meio de expressões as crianças puderam interagir com os outros, com o corpo, com a voz e
ampliar seu conhecimento de mundo, percebe-se ainda que se buscasse alcançar nas crianças,
a livre-expressão, desenvolver a concentração, percepção visual, a autoestima, coordenação
motora ampla e fina, afetividade, criatividade e participação nas atividades de artes como
recorte, colagem, pintura, enfim a exploração da música através de atividades lúdicas.
Considerando o fato de que a música possibilita a formação de um tipo diferenciado de
representação mental, que não se processa do mesmo modo que as proposições verbais; a
flexibilidade de interpretação, de criação e de execução que a música exige, daquele que se
ocupa dela, passa a ser uma das características das crianças que obtém experiências musicais.
É importante lembrar que a atividade com linguagem musical não é simples oportunidade
para o educador fazer recreação. Certamente torna-se fundamental que o educador planeje

7
suas atividades visando oportunizar um vasto repertório diversificado de música, para que a
criança vivencie outras experiências ampliando o seu conhecimento. E para que consiga
atingir seus objetivos, deve pesquisar e estar consciente de seu papel enquanto mediador e
gostar de trabalhar com música.

8
1. Um breve histórico da música

A música sempre esteve presente na cultura da humanidade acredita-se que desde o


homem primitivo que provavelmente a relacionava a rituais, e tem sido usada desde esses
tempos mais remotos, em rituais como: nascimento, casamento, morte, recuperação de
doenças e fertilidade, passando ainda por poesias trovadorescas, acompanhadas por sons, e os
poemas simbolistas, já na idade média, a música encontrava-se restrita aos mosteiros,
adquirindo cunho religioso e aperfeiçoada por Gregório Magrio limitou-se a cantos
gregorianos ou litúrgicos, mas foram os gregos a pensarem em novas dimensões para a
música, e assim conseqüentemente, sua pedagogia. O mundo grego apresenta-nos uma
diversidade de ideias sobre a música e sobre suas práticas de educação musical, já no século
XX, adeptos da Escola Nova, encaram a linguagem musical como acessível a todos, e assim a
música evoluiu até que cheguemos finalmente à diversidade musical dos dias atuais. BEYER
(1999, p. 29)
Hoje a música é reconhecida por muitos pesquisadores como uma modalidade que
desenvolve a mente humana, promove o equilíbrio, proporcionando um estado agradável de
bem-estar, facilitando a concentração e o desenvolvimento do raciocínio, em especial em
questões reflexivas voltadas para o pensamento, e é capaz de proporcionar prazer aos ouvidos
e evocar sentimentos.
Por ser uma arte tão antiga e tão singular acabou sendo objeto de inúmeros estudos
científicos durante todo esse processo. A música sempre foi um dos principais veículos para
avaliar o desenvolvimento da personalidade e da sensibilidade de um povo, justamente porque
a música trata espontaneamente costumes e tipos populares de cada época. Nesse sentido, a
música enquanto expressão central do folclore, um rico registro das vivências dos povos. A
música está presentes nas mais diferentes culturas. Desde muito cedofaz parte da educação de
crianças e adultos. Ao nascer o contato da criança com a música é imediata, seja através das
canções de ninar de sua mãe ou através de aparelhos sonoros de sua casa.
O conceito de música pode ser vista sobre pontos de vista diferentes: cultural e
psicológico, por exemplo. Cultural porque basta uma pequena observação para perceber que
cada região possui suas peculiaridades no tocante a estilos musicais, assim como em outras
manifestações. Psicológico porque, se colocarmos uma música agitada para um grupo de
crianças, vai vê-las dançando e demonstrando mais alegria. O contrário acontecerá ao
colocarmos uma música mais lenta. (LIBORIO, aput, BRITO, 1989, p. 65). Na música estão
9
contidos três elementos: a palavra, a harmonia e o ritmo. Daí a importância da boa e
verdadeira música. 
Ritmo: é a percepção que se tem da duração de diferentes sons, longos ou curtos.
Palavra: refere-se aos vocábulos utilizados na música.
Harmonia: é a combinação simultânea, das palavras e do ritmo produzindo sons
harmoniosos.
Então a música compreende como um “processo contínuo de construção que envolve
perceber, sentir, experimentar, imitar, criar, e refletir”. Trata-se de uma combinação
harmônica, da arte de se expressar através de sons. BRITO (2003, p. 9). Se concordarmos
com o que o autor afirma, podemos concluir que a música realmente não poderia ficar ausente
do currículo escolare fica difícil não considerar a música um importante suporte no
desenvolvimento das crianças, não só a essa fase em especial, mas em toda a nossa vida, uma
vez que a música é uma linguagem expressiva e as canções sãoveículos de emoções e
sentimentos, e podem fazer com que a criança reconheça nelas seu próprio sentir. Se as
atividades musicais contribuem para que o indivíduo aprenda a viver em sociedade,
abrangendo aspectos comportamentais como disciplina, respeito, gentileza e polidez e
aspectos didáticos.
A educação musical da criança começa pelo contato com os sons, o ritmo e a melodia.
O ritmo é uma tendência inata que está presente nas mais diferentes situações do cotidiano
como no andar, o tique-taque do relógio, no cair do pingo de chuva, no bater do sino. A
criança pré-escolar apresenta certa dificuldade na percepção correta de alguns ritmos mais
complicados O importante é o professor proporcionar atividades práticas e variadas de contato
com os ritmos e não criticá-los por conceitos errados. Pois através do ritmo se revela os sons.
No expressardos sons e dos ritmos, a melodia é fundamental, através dela, os sons se
manifestam e suas combinações formam à harmonia. ROSA (1990, p. 22)

10
2. Conceitos de Infância ao longo da História
"Educar é crescer. E crescer é viver. Educação é,
assim, vida no sentido mais autêntico da palavra".
(Anísio Teixeira)

Conceituar infância é uma tarefa complexa, já que a visão sobre o assunto muda de
acordo com a época analisada, por exemplo, a humanidade nem sempre viu a criança como
um ser com suas particularidades, e por muito tempo a tratou como um “adulto em
miniatura”.
Na Idade Média não havia clareza em relação ao período que caracterizava a infância,
muitos se baseavam pela questão física e determinava a infância como o período que vai do
nascimento dos dentes até os sete anos de idade.
O descaso com a criança era tão grande que as pessoas tinham consciência que não
podiam se apegar a seus próprios filhos. Isso se devia aos altos índices de mortalidade devido
às péssimas condições de saneamento da época. Tal fato era encarado com muita naturalidade
e, como a taxa de natalidade também era muito alta, uma coisa acabava compensando a outra.
Até o século XVII, a socialização e a educação das crianças não eram asseguradas
pelas famílias, entretanto, a partir desse Século, pelo menos nas famílias nobres, as
vestimentas já começavam a se diferenciar, ou ao menos a criança de boa família, quer fosse
nobre ou burguesa, não era mais vestida como os adultos. Ela agora tinha um traje reservado à
sua idade, que a distinguia dos adultos.
Alguns acontecimentos históricos foram decisivos para que essa compreensão fosse
cada vez mais ampliada e difusa na sociedade. Entre estes se pode citar, por exemplo, as
reformas religiosas católicas e protestantes que trouxeram um novo olhar sobre a criança e sua
aprendizagem, outro aspecto importante foi a afetividade, a partir da qual a educação passou a
ter mais importância. A crença de que as crianças eram frutos do pecado fez com que a igreja
entrasse em cena para “sanar” os supostos problemas de conduta moral. Neste contexto
histórico a educação já se dava em escolas, e maso sentimento de infância corresponde ainda
a duas atitudes contraditórias: uma considera a criança ingênua, inocente e graciosa e é
traduzida pela paparicarão dos adultos, e a outra surge simultaneamente à primeira, mas se
contrapõe a ela, tornando a criança um ser imperfeito e incompleto, que necessita da
“moralização” e da educação feita pelo adulto (KRAMER, 2003, p. 18).

11
Outra mudança é que a família passa a exercer um papel mais efetivo em relação à
educação, percebendo que esta deve ser preservada e, portanto, afastada dos males físicos e
morais.
Pode-se perceber que a compreensão em torno do conceito de infância variou de um
ser praticamente sem importância para um ser que ocupa grande destaque na sociedade.
Enfim, demorou muito tempo para que a criança viesse a ser compreendida como um sujeito
histórico de direitos.
Mas ainda que a concepção de criança tenha dado um grande salto, a busca de
produções nessa área revelou que a preocupação com a criança enquanto tema de pesquisas só
se manifestou a partir do século XIX, tanto no Brasil como no resto do mundo. “Desta forma
a palavra infância passou a designar a primeira idade de vida: a idade da necessidade de
proteção, que perdura até os dias de hoje”. (NASCIMENTO; BRANCHER; OLIVEIRA, s/d,
p. 5).

3. A concepção de infância na atualidade

Neste século a criança passa a integrar uma noção de desenvolvimento, em que se sucedem
etapas e fase intelectuais. Contudo uma característica muito peculiar desta sociedade
contemporânea ainda está relacionada à disciplina, e é o que direciona a maioria das escolas,
ou seja, modo como muitos adultos vivem acaba transformando a infância como algo
superficial. Na prática as crianças não têm voz e, portanto, fazem tudo conforme a decisão do
adulto. Tem cada hora de suas vidas planejada, sem o necessário tempo livre, pois este é
considerado perda pelos adultos. Na pior das hipóteses, tem que trabalhar, no caso das
crianças carentes. Parece um retorno ao passado, quando a criança era comparada a um adulto
em miniatura. Adatto (1998, p. 5),
A sociologia tem papel fundamental na consolidação de teorias acerca da infância,
pois cabe a ela dar perspectiva da infância como uma construção social específica, com uma
cultura própria e que, portanto, merece ser considerada nos seus traços específicos. A
preocupação, na realidade, está em compreender a criança em sua totalidade, não como um
ser apenas biológico ou sociológico, mas biopsicossocial. Os estudos que recaem sobre a
infância devem considerar o fato de ouvi-la e observá-la, pois se trata de uma mente que
também compreende o mundo, ainda que seja ao seu modo.

12
Enfim, o que se faz necessário é de uma nova a concepção da criança como um ser
particular, com características bem diferentes das dos adultos, logo, portador de direitos
enquanto cidadã, desta forma essa nova realidade que se apresenta ao educador caba exigindo
do mesmo uma postura consciente de como deve ser realizado o trabalho com as crianças
pequenas, buscando saber quais as suas necessidades enquanto criança e enquanto cidadãs.

4. A música e as Crianças

“Pontuar música na educação é defender a


necessidade de sua prática em nossas escolas, é auxiliar o
educando a concretizar sentimentos em formas expressivas;
é auxiliá-lo a interpretar sua posição no mundo; é
possibilitar-lhe a compreensão de suas vivências, é conferir
sentido e significado à sua nova condição de indivíduo e
cidadão.” Zampronha (2002).

Já a música na educação infantil e a sua inserção do mundo musical ao longo do seu


desenvolvimento, não é apenas uma fonte de prazer, mas uma possibilidade de construção de
imagens mentais exclusivas ao discurso musical ao qual a criança compreende de maneira
diferente a concepção linguagem verbal.
A criança, antes mesmo de nascer, revela sensibilidade musical. Estudos feitos
demonstram que as crianças ainda no útero materno, gravam as músicas que ouvem sons
fortes, com ritmo acelerado deixam o feto agitado. Amúsica suave transmite calma, levando a
diminuição do ritmo cardíaco do bebê. O suave pulsar do coração da mãe transmite ao feto.
Quando o bebê está insatisfeito ou agitado com alguma coisa, por um motivo qualquer
ele chora. E um dos recursos quase sempre utilizados para acalmar estas crianças consiste em
Recolher o bebê nos braços e carinhosamente cantar doces canções de ninar.
No primeiro ano de vida geralmente, a mãe é a principal parceria na construção de
experiências com música junto à criança, quando canta para dormir, para acalmar o choro e
também a ensina a bater palminhas.
Tem-se considerar também o papel de demais agentes sociais, como educador/a,
outros adultos e os pares, já que cada vez mais cedo frequentam espaços coletivos de
educação, portanto, embora a mãe ainda seja indicada como principal parceira do bebê, pela
sua proximidade a ele, nas suas primeiras vivencias musicais, não se pode deixar de indicar a
13
participação de demais sujeitos na construção dessa experiência dos bebês que frequentam
uma instituição. Cantando boas músicas, ajudando a se movimentar e, a saber, que tem ritmo
dentro dela, o adulto já estará educando o ouvido e trabalhando o ritmo, tão importante para o
desenvolvimento da coordenação motora, dentre outras dimensões. Frank (1983, p. 23).
Dessa forma a musicalidade através da atividade intuitiva, que cria um estado mental
intelectual favorável à aquisição de conhecimentos. A criança gosta naturalmente da música e
à medida que vai crescendo, a música como fiel companheira vai seguindo seus passos. Por
este motivo é importante que se lembre de que ao adentrar no mundo das instituições, ela já
traz uma bagagem de experiências e conhecimentos que constituem seu cotidiano e que não
devem ser ignorados. Acrescenta-se aos estímulos e brincadeiras um trabalho de
musicalização através de instrumentos musicais com seus diferentes timbres e percussões,
pois todas as informações são enriquecidas para a construção de conceitos musicais, contudo
a brincadeira deve ser constantemente observada e deve haver um planejamento por parte do
educador, pois as crianças com as quais vamos atuar é um sujeito que procura ativamente
compreender o mundo que a rodeia, e trata de resolver as interrogações que este mundo
provoca e não é um sujeito que espera que alguém que possua o conhecimento, o transmita-o
por um ato de benevolência.
Por isso ao trabalhar a música deve-se o educador se orientar segundo interesses,
necessidades e possibilidades das crianças. Para isso o educador deve ter um olhar atento às
preferências das crianças, considerarem os seus direitos como ponto de partida, e dentre eles
está o direito a desenvolver sua curiosidade, imaginação e capacidade de expressão, para
então propor experiências que condigam com o momento que as vivem.
A coletividade torna-se então uma característica central, tendo em vista que as crianças
gostam de estar com outras crianças, às produções entre pares permite que interajam de forma
intensa, trocando informações, construindo conhecimentos. Compreende a necessidade de
cooperação frente aos outros, pois da conjunção de esforços, dependerá o alcance do objetivo
comum: a expressão musical enquanto linguagem. Neste contexto deve-se lembrar de que
para iniciar o trabalho com música, é preciso iniciar o processo de musicalização, que é, em
si, a própria iniciação à cultura musical. Uma vez que essas atividades podem contribuir
demaneira indelével como reforço no desenvolvimento cognitivo, linguístico, psicomotor e
sócio afetivo da criança, Weigel (1988, apud BARRETO & CHIARELLI, 2005, p. 08).
A música se configura, portanto, além de uma atividade prazerosa, uma atividade de
ganhos incalculáveis e imprescindíveis ao desenvolvimento que sucede a infância, pois todas
essas aquisições são necessárias ao bom desempenho de qualquer atividade.
14
Além disso, quanto mais cedo à criança começar as atividades com músicas, mais
provável será desse aprendizado ser efetivo. Isso porque nos dias atuais os estímulos visuais
sobrepõem os auditivos, dificultando o desenvolvimento dessa sensibilidade.
Para uma aprendizagem voltada para os aspectos técnicos da música é inútil e até
prejudicial, se ela não despertar o senso musical, não despertar a sensibilidade. A escuta
envolve a ação de entender e compreender, ou seja, de tomar consciência daquilo que se
captou através do ouvido. Tem que formar na criança o musicista, que talvez não disponha de
uma bagagem técnica e ampla, mas será capaz de sentir, viver e apreciar a música, para o
desenvolvimento da coordenação viso motora, da imitação de sons e gestos, da atenção e
percepção, da memorização, do raciocínio, da inteligência, da linguagem e da expressão
corporal. Jeandot (1990, pag. 22).
O professor precisa estar atento, ser umfacilitador do contato da criança com as
diversas linguagens, desenvolver a sensibilidade, a percepção, a observação, atenção, a
memória auditiva. A melhor forma trabalho pedagógico é aquele que o professor proporciona
a educação da pessoa inteira, criativa e crítica.
Amúsica, portantoconstitui um recurso didático interessante e dinâmico, mas precisa
ser examinada e adequadamente aproveitada, evitando que seja vista pelas crianças apenas
como diversão, entretenimento. Comunicação e expressão, raciocínio lógico matemático,
estudos sociais, ciências e saúde, todos estes conhecimentos podem e devem estar associados
a este poderoso recurso pedagógico A música auxilia o trabalho do professor e pode ser
explorada de diversas maneiras alcançando assim objetivos específicos, Poe exemplo, ao
ensinar matemática através da música, o professor pode explorar o ambiente como
maior/menor, alto/baixo, cheio/vazio, longe/perto, números de um até dez, além disso as
dramatizações e as canções que contam histórias associam-se atividades da área da linguagem
também podem ser muito util.(ROSA, 1990, pag. 21).
Antes do debate sobre a função da música, deve-se compreender o papel da educação. É
muito comum, no interior das escolas, comentarem que é papel dessa instituição preparar os
jovens para o futuro, a ter responsabilidades. Mas sabe-se que na realidade a escola parece
muito mais uma prisão e que seu término se configura um grito de liberdade pelos alunos.
A música tem poder de melhorar essa visão. Deve, portanto, ser compromisso de todo
educador proporcionar momentos de alegria, podendo ter, na música, uma potente aliada.
Além da possibilidade de entretenimento, tem-se na música um importante recurso para
trabalhar outras disciplinas. O professor pode, por exemplo, escolher uma música que fale do

15
assunto que pretende explicar, tornando a aula mais dinâmica e contribuindo para que o aluno
guarde as informações com mais facilidade. (BARRETO & CHIARELLI, 2005).

5. Trabalho de Campo

O trabalho de campo realizou-se em uma turma de Jardim I e Jardim II na Escola


Municipal Urbana Maria Henriqueta Rebuá Siufi - CAIC - Miranda MS, no decorrer do ano
de 2013. Após verificar por meio de observações com visitações previamente autorizadas
nestas respectivas turmas, e também pela aplicação de um questionário aos professores das
mesmas nota-se que os educadores delas têm trabalhado a música nas práticas pedagógicas na
educação infantil. E nas observações locais podem-se perceber quais músicas foram
selecionadas, e alguns objetivos que nortearam todo o trabalho desenvolvido: verificaram-se
os repertórios musicais que tem sido trabalhado pelos educadores; foram identificados os
elementos da música em que, por meio de expressões as crianças puderam interagir com os
outros. Dentre as atividades das quais foram aplicadas e se tomou conhecimento dos objetivos
no decorrer deste trabalho pode-se relacionar que, visando, com o corpo, com a voz e ampliar
seu conhecimento de mundo; propuseram-se momentos para que pudessem expressar
sensações, sentimentos e pensamentos, através de improvisações, composições e
interpretações musicais. Com os quais tinha se os objetivos de alcançar nas crianças, a livre-
expressão, desenvolver a concentração, percepção visual, a autoestima, coordenação motora
ampla e fina, afetividade, criatividade. Entre as atividades pode-se citar: músicas que
estimularam os movimentos e favoreçam o desenvolvimento da coordenação motora, círculos
ou quadrados de cartolina colorida fixada no chão (um círculo a menos do total de
participantes), as crianças correm ao redor dos círculos e, quando a música para, tentam
sentar, como vai faltar um lugar, um participante sai a cada rodada.
Note-se que essas atividades utilizam a música apenas como pano de fundo, porém ela
ajuda namarcação do tempo e, conforme os próprios objetivos das atividades colaboram para
o desenvolvimento da coordenação motora. Além disso, se elas fossem realizadas sem
música, ficaria muito monótona, a sonorização de histórias, e poemas, utilizando a voz e
outros sons corporais – palmas, estalos, batidas de pés, instrumentos musicais e outros
objetos, a música ajudou ainda a registrar os sons da natureza, introduzindo a ideia de
onomatopeia, conceito que será visto mais adiante, mas que poderá ser apreendido com
bastante antecedência.

16
Também se trabalhou a música articulada com desenho, onde a criança deveria
reproduzir o que ouviu, a fim de traduzir as impressões da música para o desenho, essa
proposta visa despertar o interesse pela música enquanto arte, mas que servirá também para
trabalhar aspectos da concentração, pois é uma atividade onde só a mente trabalha e o corpo
relaxa, e as cantigas de roda de origem local e do folclore brasileiro deram contribuições que
vão desde o resgate cultural típico de cada região às demais aquisições já citadas nessa
pesquisa. Algumas cantigas e brincadeiras de roda convidam à marcação do pulso básico ou
do tempo forte da música. Como por exemplo, a que está logo abaixo relacionada.

Palma, palma, palma (bater palmas no tempo forte).


Pé, pé, pé (bater o pé no chão).
Roda, roda, roda (rodar no lugar).
Caranguejo peixe é! (no é, agachar no chão).

Nota-se que na própria brincadeira que a criançapelo ritmo e pela sonoridade da letra
associa coordenação motora ao significado das palavras.

6. A Inteligência Musical

Uma inteligência implicana capacidade de resolver problemas ou elaborar produtos que são
importantes num determinado ambiente ou comunidade cultural. Essas inteligências não são
adquiridas, mas herdadas geneticamente.
A princípio defendia-se a existência de sete inteligências, mas posteriormente outras
duas foram acrescentadas. De modo geral a proposta dessa teoria era avaliar a inteligência de
uma forma diferente da que era feita tradicionalmente, valorizando, dessa forma, as diferentes
habilidades apresentadas por cada indivíduo e são elas: Lógico- matemática, Linguística,
Musical, Espacial, Corporal, Intrapessoal, Naturalista, Existencial. Gardner (1995).
Entre todas essas habilidades não há como destacar a mais ou menos importante. No
entanto estimular habilidade musical é necessário por fatores já vistos aqui nesse estudo e que
pode ser complementado pelas palavras de Campbell; Campbell; Dickinson (2000, p.147):
- Conhecer música é importante.
- A música transmite nossa herança cultural. É tão importante conhecer Beethoven e
Louis Armstrong quanto conhecer Newton e Einstein.
- A música é uma aptidão inerente a todas as pessoas e merece ser desenvolvida.
17
- A música é criativa e auto expressiva, permitindo a expressão de nossos pensamentos
e sentimentos mais nobres.
- A música ensina os alunos sobre seus relacionamentos com os outros, tanto em sua
própria cultura quanto em culturas estrangeiras.
-A música oferece aos alunos rotas de sucesso que eles podem não encontrar em parte
alguma do currículo.
- A música melhora a aprendizagem de todas as matérias.
- A música ajuda os alunos a aprenderem que nem tudo na vida é quantificável.
- A música exalta o espírito humano.
Além de tudo isso ainda é agradável e prazeroso. Aprender com a música pode tornar
o ensino mais eficaz.

7. Da Legislação

A lei de nº 011769/2008 sobre a obrigatoriedade do ensino de música nas escolas não


vem sendo aplicada adequadamente em grande parte das escolas regulares brasileiras, o
espaço dedicado à música tem se limitado à preparação das festas escolares, como nos ensaios
de músicas para o dia das mães ou para o dia dos pais, por exemplo. Em alguns casos focam
em demasia os aspectos históricos da música erudita. Os professores, nem sempre com
formação específica, não conseguem, muitas das vezes, desenvolver um trabalho consistente.
As verbas para compra de materiais básicos são limitadas e não há um local adequado para
que as atividades sejam desenvolvidas.
Essa realidade deveria ser diferente nos dias atuais. Aprovada em 2008, a lei nº
011769/2008 altera a LDB 9394/96 para dispor sobre a obrigatoriedade do ensino de música
na educação básica, conforme declara o § 6º: “A música deverá ser conteúdo obrigatório, mas
não exclusivo, do componente curricular de que trata o § 2º deste artigo.” e ainda: “Os
sistemas de ensino terão 3 (três) anos letivos para se adaptarem às exigências estabelecidas
nos arts. 1º e 2º desta Lei.” (Art. 3º).
Passaram-se os anos e não se vê a lei cumprida. Vê-se estabelecido apenas nas escolas
de educação infantilo trabalho com música, mas não necessariamente o ensino da música.
Mesmo assim, não se trata de desperdício de tempo, depende da forma que os educadores
farão a mediação dessas atividades.

18
Deveríamos estar vivendo um momento intenso de reflexão, capacitação,
implantações, conquistas e ações com projetos interdisciplinares não só na educação infantil,
mas também, como garante a lei, em toda a educação básica.

8. Considerações Finais

Pensar em música no atual contexto pode nos levar a diferentes situações, música ruim
do vizinho que incomoda, música de boa ou má qualidade, música que nos faz esperar nos
atendimentos telefônicos, musica que dá sono, música publicitária, enfim pode-se dizer que
nos ocorre no cotidiano. Mas partindo da utilização da música como recurso pedagógico, cabe
ressaltar que oeducador pode trabalhar com ritmos e melodias, sendo estes fortesferramentas
atrativas que podem facilitar a aprendizagem significativa das crianças.
Para que a música seja utilizada como recurso pedagógico, faz-se necessário que o
educador perceba a criança nas diferentes dimensões e a importância de envolver-se de forma
significativa com a música, ou seja, este precisa conhecer e buscar meios para trabalhar os
vários tipos de sons, despertando sempre o interesse da criança pela música que está sendo
estudada. Assim, a música poderá ser utilizada nas diferentes situações, dependendo do que se
pretende alcançar, além de estar proporcionando a aprendizagem através do lúdico, pois a
música visa utilizar brinquedos sonoros e instrumentos de boa qualidade.
A música desempenha uma função socializadora e contribui para o desenvolvimento
emocional e intelectual das crianças, proporcionando com isso uma integração mútua e o
respeito as suas individualidades. Assim crianças demonstraram inicialmente “vergonha e
timidez” em cantar e dançar ao envolver-se em váriasbrincadeiras e jogos cantados
demonstraram satisfação, interesse, e participação nas aulas. Compreende-se que a música é
um complemento e fator importante em vários momentos, pois tranquiliza, descontrai, auxilia
o raciocínio, eleva a autoestima, a afetividade, aumenta a desenvoltura corporal e a integração
grupal. Enfim, a música está presente e faz parte da nossa vida. A criança quando canta passa
viver momentos de emoção e felicidade. Ao cantar, ela expressa liberdade, criatividade e
passa a viver num mundo mágico criado na imaginação em espaços significativos, permitindo
diversas possibilidades de representar, agir, pensar e expressar. Ao cantar, trabalha-se a
linguagem oral, oportuniza-se à criança a compreensão das palavras e o desenvolvimento da
habilidade de comunicação com os adultos e com outras crianças. Além disso, a música
desempenha um papel de grande importância na educação infantil, pois integra os aspectos
físicos e sociais. O físico se dá por meio de canções que proporcionam exercícios
19
articulatórios para o desenvolvimento da linguagem, através de diferentes timbres
(instrumentos musicais, objetos, sons da natureza e do corpo), para o desenvolvimento da
audição e a partir de movimentos rítmicos desenvolvendo a coordenação motora. O social se
dá como elemento associativo, encimando a respeitar o grupo e sentir-se parte importante
dele. A música estimula nas linguagens como a escrita e a oral, auxiliando também na
construção da fala, pois esta faz parte da cultura das crianças desde as canções de minar e das
brincadeiras. Ela ajuda as crianças se desinibir, participando das atividades propostas.
É extremamente importante a postura do educador e a qualidade do vínculo
estabelecido, para que propicie um elo que mantenha a criança ligada à construção do
conhecimento. Problemas no processo educativo existem, mas é preciso coragem para admiti-
los. Isso já será um passo dado em direção para uma nova prática pedagógica.

20
9. Anexos (Questionário aplicado aos professores e Fotos).

1-Como e para você ensinar musica para as crianças da educação infantil?

2- Você canta musica com os alunos?

3-Em sua opinião a musica contribuir para o aprendizado das crianças?

4-Trabalhando a musica com os alunos facilita o aprendizado?

5- Como você utiliza a musica na sala de aula?

6-Quais os benefícios a musica pode trazer para os alunos?

7- De que forma a musica pode contribuir para o aprendizado dos alunos?

8-Você utiliza a musica todos os dias? Quantas vezes por semana você utiliza a musica?

9-Qual a importância da musica na educação infantil?

10- Você já realizou algum projeto de musica com os alunos?

21
22
23
24
10. Referências:

ABRAMOVICH, A. creches: Atividades para crianças de 0 a 6 anos. São Paulo: moderna,


1995.
Ariès, P. (1978) História Social da Criança e da Família. Rio de Janeiro: Zabar Editore.
BARRETO, Sidirley de Jesus; CHIARELLI, Carlos Alberto da. Contato: Sentir os sentidos e
a alma: saúde e lazer para o dia-adia. Blumenau: Acadêmica, 2005.
BECKER, N. R. A Musicalização: da descoberta à consciência rítmica e sonora. 2ª ed. Ijuí –
RS: Unijuí, 1989.
BEYER, E. (Org): Idéias para a educação musical. Porto Alegre: Mediação, 1999.
BRASIL. Lei 11.769 de agosto de 2008 .dispõe sobre a obrigatoriedade do ensino da música
na educação básica. Brasília, DF, 2008.
BRÉSCIA, Vera Lúcia Pessagno. Educação Musical: bases psicológicas e ação preventiva.
São Paulo: Átomo, 2003.
BRITO, T. M A linguagem infantil dos sons. São Paulo: Zero Hora, 1989.
25
BRITO,Teca Alencar de. Música na Educação Infantil: Proposta para a formação integral da
criança. 2ª. São Paulo: Ed. Peirópolis, 2003.
DEMARTINI, P. Contribuições da sociologia da infância: focando o olhar. Florianópolis:
Revista Zero-a-seis. 2001.
FRANK, M. I. Expressão e comunicação: uma proposta para o professor. Porto Alegre:
Vozes, 1983.
GAINZA, Violeta Hemsy de. Estudos de Psicopedagogia Musical. 3. ed. São Paulo: Summus,
1988.
GARDNER, Howard. Inteligências Múltiplas: a teoria na prática. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1995.
JEANDOT, Nicole. Explorando o Universo da música.16 ed. São Paulo: Scipione, 1990.
KONDER, Leandro. Estética e política cultural. In: ANTUNES, Ricardo; RÊGO, Walquíria
L. Lukács: um Galileu no século XX. 2. ed. São Paulo: Boitempo, 1996, p. 27-33.
KRAMER, Sônia. A Política do pré-escolar no Brasil: A arte do disfarce. 7ª edição. São
Paulo: Cortez, 2003.
KUHLMANN, Jr., Moysés. Infância e Educação Infantil: uma abordagem histórica. Porto
Alegre, Mediação, 1998.
OLIVEIRA, Zilma Moraes R. Creches: Crianças, faz de conta & Cia. Petrópolis, RJ:Vozes,
1992
PASCHOAL , Jaqueline Delgado; MACHADO, Maria Cristina Gomes. A História da
Educação Infantil no Brasil: Avanços, Retrocessos e Desafios dessa Modalidade Educacional.
Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n.33, p.78-95,mar.2009
PILLAR, Analice Dutra. Fazendo Artes na Alfabetização. 5ª edição, Porto Alegre: Ed.
Kuarup, 1993.
PIMENTA, S. G. (org.): Pedagogia, Ciência da educação.. São Paulo: Cortez, 1996.
ROSA, S. S. N. e Bonito A. C. Crianças famosa. Villa Lobos. 16 ed. São Paulo: Callis, 1990.

26
27

Вам также может понравиться