Estrutura, componentes e dinâmica do processo de ensino

O processo didático é a ação recíproca de três componentes - os conteúdos, o

ensino e a aprendizagem - sob um conjunto de condições de uma situação didática
concreta (fatores sociais circundantes, organização escolar, recursos materiais e
didáticos, nível socioeconômico dos alunos, seu nível de preparo e de desenvolvimento
mental, relações professor-aluno etc.) A Didática, por sua vez articulada com o
processo de ensino e aprendizagem, orienta o trabalho docente, tendo em vista a
inserção e atuação dos alunos nas diversas esferas da vida social - profissional, política,
cultural etc.
Os conteúdos de ensino compreendem as matérias nas quais são sistematizados
os conhecimentos, formando a base para a concretização de objetivos. O ensino é a
atividade do professor de organização, seleção e explicação dos conteúdos, organização
das atividades de estudo dos alunos, encaminhando objetivos, conteúdos, métodos e
condições e meios mais adequados em função da aprendizagem dos alunos. A
aprendizagem é a atividade do aluno de assimilação de conhecimentos e habilidades.
O processo didático define a ação didática e determina as condições e
modalidades de direção do processo de ensinar tendo em vista a preparação dos alunos
para as tarefas sociais. O processo de ensino opera a mediação escolar de objetivos,
conteúdos e métodos; sintetiza na aula a ação didática em sua globalidade, uma vez que
operacionaliza objetivos gerais sobre o fundo objetivo das condições concretas de cada
situação didática. O processo de ensino, efetivado pelo trabalho docente, constitui-se da
combinação do ato de ensinar, com o ato de aprender. E se essa combinação der certo,
significa que o aluno realmente aprendeu diante doa objetivos, conteúdos e métodos que
foram usados para ele aprender.
O professor é responsável pela condução desse processo, que consiste ao mesmo
tempo, na condução do estudo e na auto-atividade do aluno – contradição que o autor
levanta deste fato. Segundo Libâneo, existe a dificuldade de execução da tarefa docente,
pois o professor explica a matéria, orienta as atividades, propõe exercícios e também
controla e verifica a aprendizagem. E a Didática contribui para tentar resolver esta
contradição entre ensino e aprendizagem, o que significa que é preciso detectar as
dificuldades enfrentadas pelos alunos para assimilar o conteúdo e encontrar meios para
que os mesmos possam superar essas dificuldades e alcançar o conhecimento esperado
pelo docente.
 Por isso, não é suficiente passar conteúdos ou colocar problemas. É preciso que
o ensino seja colocado de um modo que venha converter os problemas em desafios, para
suscitar a assimilação de conteúdo, nesse processo de ensinar e aprender.
Ele propõe três condições para que essa contradição se transforme em força
motriz:
1) Dar ao aluno a consciência das dificuldades que aparecem num confronto
com um conhecimento novo, que ainda não dominam. Ou seja, colocar como
um desafio que precisa ser vencido, a fim de avançar na aprendizagem;
2) O volume de atividades, conhecimento e exercícios deve considerar o
preparo prévio do aluno (capacidades, nível de preparo);
3) Essas condições devem constar no planejamento, pois esse processo visa
racionalizar todas as atividades pedagógicas. O mesmo evita a improvisação,
faz a realização da teoria com a prática, esvazia a questão do aluno não
aprender, pois o professor vai saber quais são as dificuldades, desafios e
problemas que o professor precisa apresentar e trabalhar didaticamente.
Em síntese, podemos dizer que o papel do professor é saber lançar pontes
(ligações) entre as tarefas escolares e as condições prévias dos alunos para
aprende-las, pois é daí que a aprendizagem será impulsionada!