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Uma breve história da

Hermenêutica

Rev. Evaldo Beranger


Formação em Teologia pelo Seminário Teológico
Presbiteriano do Sul – SP.
Mestrando em Teologia Exegética – PUC/RIO
Para compreender o estado
atual dos estudos Exegéticos
◼ Uma definição e entendimento dos termos:
Exegese e Hermenêutica e a relação entre
os dois.
◼ Um Breve Histórico de como a Interpretação
Bíblica caminhou desde a Patrística até os dias
atuais.
◼ Uma exposição panorâmica dos métodos
exegéticos disponíveis aos estudiosos da Bíblia
◼ Uma visão da exegese e interpretação Bíblica
especialmente na América Latina.
Definindo e Entendendo:
Exegese e Hermenêutica
Qual e a relação entre os dois, nos
estudos da interpretação Bíblica?
Como podemos ler a Bíblia?
Leitura Devocional

◼ É o direcionamento mais básico e


espontâneo de nossa leitura: buscamos
no texto bíblico respostas para nossos
anseios e luz para nossas decisões, pois
nós o tomamos como instrumento para
dialogarmos com Deus
Lectio Divina

Ação
Contemplação
Oração
Partilhar
Meditação
A leitura
O texto sagrado
Leitura Litúrgica

◼ Os vários textos lidos durante uma celebração


litúrgica nos levam ao contato com Deus e à
reflexão.
◼ A leitura litúrgica pode ser aproveitada com
mais profundidade quando se conhece A
História da Salvação. A comparação destes
atos salvíficos na liturgia com a nossa vida,
aprofunda e avalia a nossa fé.
Leitura catequética ou de
discipulado
◼ Este é um tipo de leitura que não é passiva,
mas exige um substrato de conhecimento da
teologia e da história da Salvação.
◼ Trata-se de ter fundamentos sólidos para
podermos atualizar a experiência de fé,
compreender e fixar os fatos e personagens
bíblicos e usá-los (atualizá-los) como
elemento formador da fé, do intelecto e da
vontade, colocando o ser humano integral a
serviço de Deus.
Leitura teológica

◼ É um nível de leitura que não visa só


formar a fé, mas articular uma reflexão
mais racional.
◼ Pressupõe e requer instrumentais de
base para a reflexão crítica da fé e dos
dogmas, tais como: filosofia, história,
ciências da linguagem, etc..
Leitura Exegética
◼ Busca-se, neste nível, compreender o
texto bíblico em si mesmo: as idéias, as
intenções, a forma literária de um texto
específico e suas relações formais com
outros textos.
◼ Entramos no campo das ciências bíblicas,
um conjunto de propostas de leitura, com
metodologias, pressupostos e critérios
altamente elaborados ao longo dos
séculos
Aprendendo a Ler a Bíblia
◼ Leitura devocional – Oração
Alimento Espiritual
◼ Leitura litúrgica – Liturgia
Leitura Comunitária dentro de um programa
◼ Discipulado – Leitura catequética
Leitura dirigida para o aprendizado
◼ Leitura Teológica
Leitura sistematizada e sistematizadora.
◼ Leitura Exegética ou Metodológica
Aplicação cientifica de métodos
Exegese
◼ Exegese
evk- De dentro para fora ‘agw – Conduzir
A primeira tarefa da Exegese é conduzir
para fora do texto o sentido original.
Precisamos aprender a ler o texto com
os olhos, ouvidos e cultura da época
(Método Histórico-Crítico Gramatical)
Hermenêutica

◼ Astros fixos no céu – Estrelas


◼ Astros viajantes do céu –
Planetas – do Grego: Planaô -
Errantes
Hermenêutica
e`rmhnei,a - Interpretar – Vem de Hermes
Mercúrio era o Mensageiro dos deuses na
mitologia grega.
Exegese e Hermenêutica
Exegese

Evento Bíblico Os dias atuais

Contexto Contexto Histórico e


histórico cultural Hermenêutica cultural

Atualização
Relação entre Exegese e
Hermenêutica
◼ A Exegese descreve as etapas ou passos
(método) que cabe dar na interpretação
do texto dentro de seu contexto
histórico, lingüístico e cultural.
◼ Sua tarefa é levar o leitor atual a
mergulhar no passado, para ouvir e
perceber o texto Bíblico em seu contexto
e escopo próprio.
Relação entre Exegese e
Hermenêutica
◼ A Hermenêutica Bíblica descreve os
princípios e regras que regem a
interpretação dos textos –
Atualização Bíblica.
◼ Sua tarefa é trazer os textos para os
dias atuais e aplicá-lo à vida e
necessidade do homem moderno
Como a Interpretação Bíblica
caminhou desde a Patrística até os
dias atuais?
Breve História da
Interpretação da Bíblia

Período Pré-Crítico
AS ESCOLAS PATRÍSTICAS:
Séculos III a V d.C.
Escola de Alexandria

◼ Influência da Escola de Alexandria.


◼ Rica Influência do Mundo Helenístico
sobre a Cultura Cristã.
◼ Filo de Alexandria
◼ Clemente de Alexandria
◼ Orígenes
◼ Método Alegórico de Interpretação das
Escrituras
Clemente de Alexandria

◼ "Toda Escritura deve ser entendida


alegoricamente".
◼ Segundo Clemente, o sentido literal só
podia proporcionar uma fé elementar,
enquanto que o sentido alegórico
conduzia ao sentido mais profundo e,
por tanto, verdadeiro
Orígenes de ALEXANDRIA

◼ Segundo Platão o Homem se compõe de


Corpo, Alma e Espírito. A Escritura
também tem 3 sentidos:
◼ O literal ou histórico que corresponde ao
corpo.
◼ O Moral que corresponde à alma.
◼ O Espiritual, que corresponde ao Espírito
Escola Alexandrina

◼ Tendia a desprezar o sentido literal e


raramente se referia ao sentido moral das
Escrituras.
◼ O método alegórico a era a maneira de
alcançar o sentido mais profundo das
Escrituras. Era o sentido espiritual.
◼ As coisas sempre significavam algo além, que
estava escondido, dependendo da imaginação
do intérprete.
A Escola de Antioquia

◼ Diódoro,- Escreveu um tratado


sobre a Interpretação da Bíblia
◼ João Crisóstomo – Grande
Pregador e Expositor da Bíblia.
◼ Teodoro de Mopsuestia -
Teólogo
João Crisóstomo e Teodoro
de Mopsuéstia
◼ Ambos propuseram como o princípio
exegético a necessidade de reconhecer
o sentido original da Escritura a fim
obter o benefício espiritual dela.
◼ Não somente atribuíram grande valor
ao sentido literal da Bíblia , mas
conscientemente repudiaram o método
alegórico de interpretação.
◼ Teodoro tinha uma grande capacidade
para ver na Bíblia o fator humano, mas,
lamentavelmente sua teoria da
inspiração o levou a negar a autoridade
divina de vários livros.
◼ Contra a interpretação alegórica,
defendeu o método histórico-gramatical,
com o qual se destacou em sua época.
Agostinho

◼ Agostinho, embora tivesse um conhecimento


deficiente das línguas originais e não fosse
principalmente um exegeta, teve uma grande
habilidade de sistematizar as doutrinas da Bíblia
embora não fosse um grande intérprete dela.
◼ Seus princípios de hermenêutica eram melhores
do que sua exegese; considera que o intérprete
deve estar equipado com a filologia, a história e
a crítica, porém, mais importante é o amor que
deve ter para com o Autor, Deus.
A Preparação para a Idade
Média
◼ Agostinho defende a necessidade de respeitar o
sentido literal e sempre basear a interpretação
alegórica no sentido literal.
◼ Não obstante, mais de uma vez, deixou-se levar
pela interpretação livre alegórica.
◼ Nos casos em que a interpretação fosse duvidosa,
Agustinho propôs a famosa “regula fidei”; isto
é, a autoridade da fé da Igreja. A interpretação
oficial da Igreja
Idade Média
◼ Agustinho na prática adotou uma exegese
baseada em quatro enfoques:
◼ Histórico ou literal,
◼ Tipológico,
◼ Analógico
◼ Alegórico.
◼ Será esta quádrupla forma de interpretação a
que se desenvolverá profundamente em toda
a Idade Média ocidental.
◼ Durante a idade média, a maioria dos
cristãos, incluindo muitos dentre o clero,
viveu na ignorância mais completa do
Bíblia.
◼ Aqueles que a conheciam, era apenas
através da tradução latina da Vulgata a
a citava apenas através dos escritos dos
Pais da Igreja.
A Bíblia
◼ Foi considerada como um livro cheio de
mistérios, que somente se poderia
compreender de uma maneira mística.
◼ Em um sentido muito geral, a interpretação
Bíblica foi guiada por quatro princípios:
◼ o sentido literal,
◼ o tipológico,
◼ o analógico
◼ E o alegórico.
◼ Durante esta época se
estabeleceu definitivamente o
princípio de que a interpretação
bíblica devia somente ser
através da tradição e pela
doutrina estabelecida pela
Igreja.
DURANTE A REFORMA:

◼ O SÉCULO XVI, com a vinda do


renascimento, princípios hermenêuticos
mais técnicos e racionais foram
desenvolvidos.
◼ O grande nome do Renascimento desta
época e do humanismo foi Erasmo de
Roterdã
Erasmo de Roterdã
◼ O renascimento impôs como norma a
investigação crítico-literária e a necessidade de
trabalhar com as línguas originais;
◼ Este princípio foi adotado muito especialmente
por Erasmo, que foi quem preparou a primeira
edição crítica do NT no grego;
◼ ao mesmo tempo, Reuchlin publicou sua
gramática e seu dicionário do Hebraico.
◼ Com estas ferramentas o estudo da Bíblia
tomou um poderoso impulso, e gradualmente
foi abandonando a metodologia baseada nos
quatro princípios de sentido, e se estabeleceu
que a Bíblia teria um só sentido.
O Reformadores acreditavam
que a Bíblia era firmemente...
◼ A palavra de
Deus inspirada
e autorizada,
◼ A conceberam
como um todo
orgânico
Afirmaram
◼ como suprema autoridade acima da
autoridade da Igreja
◼ A Bíblia, não a Igreja, era o juiz supremo de
apelação para qualquer disputa doutrinal.
◼ Sobre a pretendida infalibilidade da Igreja, os
Reformadores insistiam que é a Bíblia que
determina a doutrina da Igreja o o que a
Igreja deve e tem que ensinar.
◼ Não é a Igreja que determina a doutrina da
Bíblia.
Princípios da exegese
Protestante
◼ Por esta razão, os princípios da exegese
protestante sugiram de dois pilares
fundamentais:
◼ A Escritura se interpreta pela própria Escritura.
◼ Toda interpretação da Escritura deve estar em
conformidade com a analogia da fé.
◼ Para os Reformadores, a analogia da fé devia
corresponder absolutamente ao ensino
uniforme da Escritura.
João Calvino
◼ O maior Exegeta da Reforma
◼ Seus escritos incluem comentários e sermões
de quase todos os livros da Bíblia.
◼ Usou os princípios de Lutero e de Melanchton,
e rejeitou a alegorização completamente.
◼ Ainda que tenha reconhecido alguns valores
topológicos no AT rechaçou a tese luterana
de que Cristo podia ser achado em qualquer
parte do AT.
João Calvino

◼ Reduziu o número dos salmos aceitos


como messiânicos;
◼ Postulou que os livros proféticos tinham
que ser interpretados à luz da história
de Israel e não da história da igreja.
Princípio fundamental de
Calvino
◼ Seu princípio fundamental é traduzido
em seu comentário:
◼ “O principal dever de um intérprete (da
Bíblia) é permitir ao autor do texto que
ele comenta, dizer o que realmente
disse, em vez de atribuir-lhe o que nós
pensamos que deveria dizer".
O PERÍODO CONFESSIONAL:
PÓS-REFORMA

Séculos XVII -XVIII


◼ Durante o período imediatamente
subseqüente à Reforma o Protestantismo
manteve-se fiel ao princípio “A Escritura
seja interpretada pela Escritura”.
◼ Recusaram-se a submeter sua exegese ao
domínio da tradição eclesiástica e às
doutrinas formuladas pelos Papas e
Concílios..
No entanto, caíram em um grave
perigo que perdura até hoje:

O de guiar-se pelos princípios


confessionais de cada
denominação
“Idade das denominações”
◼ A “idade das denominações” começou de
maneira sutil.
◼ Cada cidade importante quis ter sua própria
confissão da fé.
◼ Este período de controvérsias teológicas sérias
ameaçou dividir o movimento protestante em
diversas frações.
◼ Cada um que tentava defender suas posições
teológicas apelava à Bíblia.
Resultado
◼ A exegese veio a se colocar ao
serviço das confissões e degenerou
em uma simples busca de textos de
prova.
◼ As Escrituras eram estudadas com o
fim de achar nelas as verdades
doutrinárias abraçadas por cada
Confissão ou Denominação.
Inspiração mecânica das
Escrituras
◼ Foi neste período que se levantou o
conceito da inspiração mecânica da Bíblia
◼ Alguns começaram afirmar que até as
vogais do texto em hebraico foram
inspiradas por Deus.
◼ Esta tendência não desapareceu
completamente, sobrevivendo no
Fundamentalismo moderno.
O Movimento pietista:
◼ Cansado das controvérsias dogmáticas dentro
do Protestantismo, muitos cristãos luteranos
buscaram promover uma vida de piedade
cristã verdadeira, iniciando uma reação contra
o dogmatismo exagerado da interpretação
Bíblica.
◼ Não obstante, insistiram no dever de estudar a
Bíblia nas línguas originais porém sob a
iluminadora influência do Espírito Santo.
◼ Sua preocupação em destacar a aplicação dos
ensinos bíblicos à vida os levou a separar-se
gradualmente da investigação científica das
Escrituras.
◼ Consideraram que o estudo gramático-
histórico da Escritura apenas
proporcionava um conhecimento externo
do pensamento do Deus, mas o estudo
prático - procurando as exortações, as
advertências, e as repreensões - feitos
em um espírito de oração os levaria a
penetrar até o sentido mais profundo
da verdade.
O sentido psicológico: O que eu
sinto sobre...
◼ Os pietistas enfatizaram o aspecto
psicológico da interpretação; isto é, os
sentimentos do intérprete devem estar
em harmonia com os do escritor bíblico
estudado.
◼ O perigo desta tendência mística foi a
propensão em encontrar ênfases
especiais onde não havia.
O período histórico-crítico

◼ Se durante o período pietista houve tal


reação contra o estudo dogmático, com
o aparecimento de uma atitude crítica
apareceu uma atitude contrária que
levou a um controle total do exegese e
do hermenêutica.
Ação-Reação
◼ Este período era de ação e reação;
◼ Pontos de vista muito divergentes foram
expressos com respeito à inspiração da Bíblia
◼ Negou-se em geral A Inspiração e
Infalibilidade da Bíblia,
◼ Deu-se ênfase quase absoluta aos elementos
humanos,
◼ Ainda que alguns aceitassem o elemento
divino nas Escrituras deram muita ênfase à
relação mutua entre o humano e o divino.
Tentou-se sistematizr a doutrina
da Inspiração em vários níveis:
◼ Alguns seguiram a teoria de uma inspiração
que variasse do grau, de acordo com as
partes diversas da Bíblia.No grau mínimo
admitiram erros e imperfeições.
◼ Outros aceitaram a teoria de uma inspiração
parcial limitando-a à aquelas porções que se
referem à fé e a moral, admitindo-se erros em
questões históricas e geográficas.
Schleirmacher
◼ Autores como Schleirmacher negaram o
caráter subrenatural da inspiração e o
identificaram com a iluminação espiritual
do leitor cristão
◼ Outros reduziram-no ao poder que todo
o homem tem pela virtude de uma luz
natural.
O Liberalismo Teológico
◼ Durante o período crítico foi posto como a
condição indispensável que o exegeta deve
ser absolutamente livre do pressupostos
dogmáticos e de princípios denominacionais
da igreja.
◼ Estabeleceu-se como princípio que o Bíblia
deve ser interpretada como qualquer outro
livro;
◼ Os intérpretes limitaram-se a perguntas
literárias, históricas e culturais,
menosprezando toda referencia ao divino.
Necessidade de nova
abordagem
◼ Como o resultado surgiu uma
consciência da necessidade de uma
interpretação histórico-gramátical
◼ Mas também havia a convicção que tal
interpretação deve ser complementada
com outros princípios que fizessem
justiça à Bíblia como o revelação divina.
O fruto concreto deste período
crítico foi o aparecimento de
duas escolas diametralmente
opostas :

A Escola Gramatical
A Escola Historicista
A escola gramatical deu ênfase
a quatro princípios:
1. É preciso aceitar somente o sentido literal
para rejeitar a multiplicidade de sentidos.
2. As tipologias e as interpretações alegóricas
são rejeitadas, exceto naqueles casos em
que o autor indicar sua intenção clara de
expressar um outro sentido além do literal.
3. Posto que a Bíblia tem um sentido
gramatical em comum com os outros livros,
deve ser tratada de uma maneira similar.
4. O sentido literal não pode ser determinado
por uma pressuposição dogmática.
A Escola Historicista
◼ A escola historicista paradoxalmente surgiu de
dentro do pietismo.
◼ Colocou a ênfase no ser humano e na origem
histórica da composição da Bíblia.
◼ E no fato de que os livros da Bíblia e a
formação do Cânon tiveram uma origem
histórica, e por tanto estão condicionados pela
história.
Racionalismo

◼ Esta escola de clara orientação


racionalista destacou o caráter local e
transitório de muitos escritos Bíblicos
◼ Conseqüentemente negou o caráter da
Bíblia como regra geral para todos os
homens em todos os tempos.
Escola Historicista

◼ Aceitou a mistura do erro e da verdade,


pois os autores bíblicos se acomodaram
aos leitores aos quais se dirigiam.
◼ O verdadeiro valor da Bíblia está naquilo
em que serve para aperfeiçoar o caráter
moral dos indivíduos.
◼ A Bíblia é um produto falível do homem
e a razão deve ser o árbitro final da fé.
O liberalismo e Escolas
Posteriores de Exegese.

No Estudo do Novo
Testamento
Criteriologia no Novo
Testamento
Introdução aos Estudos Diacrônicos
Rev. Evaldo Beranger
Professor Exegese do NT
O problema da historicidade
de Jesus a partir do séc.
XVII.
◼O testemunho dos
Evangelhos possui
valor histórico?
◼ É Possível chegar a
Jesus de Nazaré
através dos
evangelhos?
O Jesus histórico

◼ “Visando a encontrar uma solução para


o problema, que caracteriza grande
parte da pesquisa bíblica desde o fim do
séc XVIII até aos nossos dias, tem-se
procurado estabelecer teoricamente o
método crítico e aplicá-lo
sistematicamente no estudo dos
Evangelhos” ( Autenticidade Histórica dos Evangelhos – F. Lambiasi
– Paulinas)
66
A concepção tradicional

◼ Desde Papias de Hierápolis (Pai da


Igreja) até metade do século XIX, os
dados dos evangelhos eram
unanimemente aceitos, porque eram
pacificamente considerados provenientes
de testemunhas oculares ou dos seus
discípulos.
Características da concepção
tradicional
◼ Estrita aceitação da autenticidade dos escritos
◼ Ausência de crítica interna
◼ Cada escrito é atribuído a um autor
determinado – Um apóstolo ou pessoa muito
próxima a um apóstolo
◼ Toda prova de credibilidade é centrada em
elementos de crítica externa: autor, data,
tradição...
Crítica Moderna - Cronologia

◼ 1638-1712 – R. Simon – Humanismo –


O problema da Composição
◼ 1774 e 78 Publicação dos fragmentos
póstumos de H.S. Reimarus ( 1694-
1768) – Introduziu o problema do Jesus
Histórico e procurou distinguir o que é
histórico e o que é apostólico nos
evangelhos
“Reimarus”

◼ O Jesus histórico era um judeu


revolucionário que fracassou na
tentativa de fundar um reino messiânico
terrestre, ao passo que o Cristo
apostólico, ressuscitado e esperado para
o fim dos tempos, é uma invenção dos
discípulos para acobertar o furto de seu
corpo, que eles mesmos perpetraram,
tirando-o do túmulo.
Escola Liberal

◼ Considera os sinóticos como documentos


para reconstruir a vida de Jesus.
◼ Considera os sinóticos como “fonte” para
explicar valores universais: Amor,
fraternidade, honestidade, etc...
◼ Buscava uma justificativa para a
seguinte afirmação: O valor da pessoa
humana à luz da paternidade de Deus,
capaz de instaurar uma fraternidade
universal entre os homens.
Pressupostos da Escola Liberal
Conforme A. Von Harnack (1851-
1930)
◼ A autenticidade histórica dos evangelhos é
vista sob uma dimensão tríplice:
– Confiabilidade dos dados biográficos.
– Possibilidade de extrair deles
ensinamentos universais.
– Necessidade de eliminar tudo aquilo
que a razão não consegue controlar,
como os episódios de milagres.
◼ Estes pressupostos reduzem Jesus a um
pregador de religião e Moral.
Cronologia da crítica moderna
◼ 1808 – 1873 – D.F. Strauss – “Vida de
Jesus“ (1835).”não é importante saber o
que Jesus foi historicamente (Jesus é
personagem mitológico); para nós o que
interessa é a mensagem profunda do
Cristianismo
◼ 1838 – C.H. Wiss e C.G. Wilke –
descobrem dois documentos na base da
tradição evangélica: Marcos e Logia ➔
Teoria das 2 fontes
Crítica das fontes
◼ Desenvolvimento da Crítica interna. J. Weiss
– encontra elementos subjacentes de Pedro
em Marcos. Wellhausen –descobre fontes
aramaicas das quais derivam os sinóticos.
Estabeleceu também as bases para a teoria
documental do Pentateuco.
◼ Os evangelistas deixam de ser “repórteres” e
indivíduos isolados e passam a ser vistos
como “porta-vozes” da tradição.
Segunda metade do sec. XIX

◼ Teoria das duas fontes – dogmas


Cristológicos
◼ Escola Liberal ➔ Leben-Jesu-Forchung –
Biografias “históricas de Jesus”
◼ Jesus Histórico é diferente do Dogma
Cristológico da Igreja
Resultado: Substituição do Cristo
da Igreja por um Jesus da
teologia liberal e racionalista.
A Escola Escatológica

◼ Esta investigação “otimista” dos liberais


sobre o Jesus da História recebeu um
golpe mortal principalmente com a obra
de Albert Schweitzer, Geschichte der
Leben-Jesu-Forschung (1906) e antes
ainda com Das Messiasgeheimnis in den
Evangelien (1901) de W . Wrede, para
quem o evangelho de Marcos não é uma
biografia histórica e, sim, a ...
Escola Liberal X Escola
escatológica
◼ ...interpretaçãoteológica do
significado de Jesus; o segredo
messiânico seria uma
perspectiva posterior,
introduzida nos fatos para
explicar a incredulidade dos
judeus e dos discípulos antes da
ressurreição.
A Escola Escatológica

◼ Uma consciência mais apurada do mundo


greco-romano – descobertas arqueológicas e
papirológicas.
◼ Os Evangelhos apresentam Jesus com uma
consciência escatológica, isto é, ele se dizia o
cumprimento de uma expectativa
escatológica.
◼ Mais do que um pregador de valores
universais, ele era o pregoeiro de uma
iminente vinda do Reino de Deus.
Escola Escatológica –
Pressupostos.
◼ Jesus se apresentava como o pregador
do Reino de Deus.
◼ Jesus se apresentava como o vencedor
do mal
◼ Jesus se apresentava como o Filho do
Homem de Daniel 7:13-14
Re-leitura pós-pascal.

Isto era uma interpretação posterior da


igreja para explicar a incredulidade dos
discípulos diante da pessoa de Jesus.
Esta “compreensão” aconteceu depois
da morte de Jesus e é fruto de uma re-
leitura pós-pascal da comunidade.
“Os evangelhos são narrativas da paixão,
com uma longa introdução. O Jesus da
história é diferente do Cristo que se
prega.”
Estas idéias e atitudes
acabaram por confluir na
Formgeschichte

M. Dibelius;
R. Bultmann;
K.L. Schimidt
e outros...
Reações à Formgeschichte –
Crítica (história) das formas
◼ Formgeschichte – Tentar reconstruir a
história da tradição oral, pré-literária de
nossos evangelhos.
◼ Antes da redação o material evangélico já
circulava sob a forma de pequenas
unidades literárias, que refletem situações
vitais (Sitz im Leben) da Igreja Primitiva
◼ Os evangelhos não fornecem informações
Sobre a vida de Jesus e sim sobre a vida
da Igreja Primitiva.
Redaktionsgeschichte

◼ Concentrava seus esforços na


consideração do autor, que, porém,
não é considerado como
testemunha ocular, mas antes,
como “trabalhador de escrivaninha”,
redator que reelabora a matéria
anterior numa síntese teológica.
Conclusões da Crítica das formas e
da redação,
◼ Os evangelhos são coleções de unidades
ou “formas” literárias independentes,
transmitidas no âmbito da Igreja
primitiva.
◼ O escopo da Formgeschichte é a
descrição da trajetória percorrida por
cada uma dessas perícopes, desde a
origem até a última redação.
◼ As formas refletem as condições de vida
do ambiente social da primeira
comunidade (Sitz im leben Kirche).
◼ A fé cristã não parte do Jesus Histórico,
e sim do Kerigma apostólico.
Reação
Posição tão
radical, que fazia
depender a
história dos
evangelhos da
fé da Igreja e
não vice-versa,
como era
tradicionalmente
aceito, teve
reações
enérgicas!
Ernest Käseman – discípulo de
Bultmann
◼ O caminho traçado por Käseman está
entre uma “teologia da vida de Jesus”,
de cunho liberal e uma “teologia do
Kerigma” de cunho bultmaniano.
◼ É impossível separar o “Jesus da
História” do “Jesus do Kerigma e da fé”
◼ O Cristo da fé e o Jesus da história são
uma só e idêntica pessoa.
◼ Esta é fundamentalmente a posição
assumida pela igreja primitiva.
◼ O Jesus terrestre pode ser
compreendido unicamente à luz da
páscoa, mas..
◼ A páscoa não pode ser compreendida
sem radicação (enraizar-se) nos fatos
que a precederam e sem referência a
eles.
Pontos fundamentais da Posição
de Käseman
◼ Se não houver conexão entre o Cristo da
fé e o Jesus da História, o cristianismo
torna-se um mito.
◼ Se a igreja Primitiva não tinha interesse
algum na história de Jesus, não se
explica porque os evangelhos foram
escritos.
◼ Nossa própria fé exige a certeza da
identidade entre o Jesus terrestre e o
Cristo glorificado.
Critérios para se
chegar a Jesus
◼ As normas aplicadas ao material
evangélico, que oferecem a
possibilidade de demonstrar a
fundamentação histórica dos
relatos e emitir um juízo sobre a
autenticidade ou não de seu
conteúdo.
Vorverständnis
ou pré-compreensão
◼ Deve se aproximar dos Evangelhos com
a pressuposição de que se pode
encontrar as próprias palavras de Jesus
– A “Ipssíssima vox”.
◼ Devemos considerar como verdadeiro o
que os Evangelhos dizem , a menos que
haja provas em contrário.
◼ Os trechos curtos, no mundo antigo,
têm a tendência de permanecer
inalterados
Critérios “modernos”
para descobrir a ipsíssima
vox de Jesus nos Evangelhos.

1. Depoimento múltiplo
2. Descontinuidade
3. Conformidade
4. Explicação necessária
5. Estilo de Jesus
1- Depoimento múltiplo
◼ Um dado evangélico remonta a
Jesus se estiver presente em várias
fontes.
– Fontes primárias – Marcos e Q
– Informações próprias de Mateus e
Lucas
– Depoimentos dos demais escritos do
NT
Descontinuidade
◼ Descontinuidade significa que o
pensamento de Jesus é novo, que ele
assinala um rompimento com a
tradição judaica e também com aquilo
que a igreja primitiva desempenhará
nessa ligação com situação diversa.
◼ Tradição judaica➔ Jesus Igreja
primitiva
Continuidade ou
Conformidade
◼ As passagens que refletem uma
conformidade com o ambiente
característico da geografia e ambiente
histórico de Jesus demonstram
autenticidade. Este critério completa o
anterior sobre a descontinuidade que
faz emergir a unicidade da pessoa e do
ensinamento de Jesus.
Explicação necessária
◼ É verdadeira a hipótese capaz
de explicar mais
satisfatoriamente os dados
contrastantes e aparentemente
contraditórios das narrativas
evangélicas.
Estilo de Jesus
◼ Tudo aquilo que combina ou está de
acordo com o estilo de Jesus tem
indícios de ser verdadeiro e autêntico.
◼ Este critério é considerado secundário e
normalmente é decisivo somente
quando associado a outros critérios.
A prova definitiva da
autenticidade de uma passagem é
dada por vários critérios
convergentes.
1. Depoimento múltiplo
2. Descontinuidade
3. Conformidade
4. Explicação necessária
5. Estilo de Jesus
Metodologia Exegética disponível
ao estudante moderno
Síntese X Análise

◼ Sin – tese : Unir, coligir, construir – tem


a ver com o método dedutivo. Começa
com o parcial e visa o todo. Vai do
particular para o geral.
◼ Aná- lise: Dividir, partir, descontruir –
tem a ver com método indutivo. Parte
do geral para o particular.
Estrutura de uma exegese

◼ Introdução
1. Tradução
1. Dos textos originais – Edição crítica.
2. Comparação com outras traduções.
2. Crítica Textual
1. A partir da leitura do aparato crítico
2. Interpretação do aparato
3. Delimitação da Perícope
1. Determinar o ínicio e fim da perícope.
2. Justificar criticamente a divisão
3. Analisar o contexto imediato anterior e
posterior.
4. Análise Literária
3. Estrutura da Perícope
1. Segmentação da perícope
2. Como se divide o texto e como se relacionam
suas partes.
Análise Literária

2. Análise morfológica e sintática


3. Análise Lexicográfica e semântica
4. Análise estilística
5. Considerações introdutórias e
subsidiárias ao texto
1. Autoria, data e questões críticas
2. Contexto próximo e remoto da perícope
3. Situação sócio-cultural e geográfica
6. Análise diacrônica da perícope
1. Análise da redação – Crítica da redação
2. Análise das formas – Crítica das formas
3. Análise da História da Trasmissão dos
textos
7. Considerações sobre o gênero
1. Determinação do gênero da Perícope
2. Determinação do Sitz im Leben
8. Análise Teológica
1. Comentário sobre o texto – Consulta a
comentários e exegetas.
2. Implicações teológicas do texto
9. Tradução final
10. Atualização
11. Conclusão
Pressupostos para a Exegese
◼ Pressupostos Teológicos
◼ Fundamentalismo
◼ Liberalismo
◼ Visão reformada
◼ Pressupostos Técnicos
◼ Conhecimento das línguas originais
◼ Conhecimentos do Desenvolvimento da
transmissão do texto original.
◼ Uma boa análise das traduções existentes e
de seus pressupostos
◼ Pressupostos metodológicos
Pressupostos Metodológicos

Sincronia e Diacronia.
–Sincronia –
Sin: Em conjunto Cronos:
Tempo.
Métodos que que analisam o texto
como um produto acabado, sem
levar em consideração o seu
desenvolvimento Histórico.
Sincronia e Diacronia
Diacronia –
Diá: Através de Cronos: Tempo.
Métodos que que analisam o texto levando
em consideração o seu desenvolvimento
Histórico e pré histórico. Quais as etapes
que a tradição percorrer até ser fixada
em uma redação final.
Métodos Sincrônicos
Análise da Estrutura Literária do
texto:
Análise estrutural X Estruturalismo
Análise Lingüística do texto:
◼ Análise Lexicográfica: Estudo do
vocabulário usado no texto.
◼ Análise sintática: Estudo das estruturas
gramaticais usados no texto e sua
relevância pra o entendimento do texto.
◼ Analise Estilistica: Estudo das figuras
de linguagem e pensamento usados no
texto.
Métodos Diacrônicos
◼ Crítica Literária: Procura refazer o
processo de formação literária por meio da
reconstrução das etapas anteriores à
redação final.
◼ Crítica dos Gêneros literários:
Entender a estrutura de um texto,
compará-lo com outros semelhantes da
mesma época, descobrir o Sitz em Leben,
Descobrir a finalidade do gênero.
Estudo dos Gêneros Literários no
Novo Testamento

Exegese do Novo Testamento


Prof. Evaldo Beranger
Seminário Teológico Escola de pastores
Introdução

◼ Desde os primeiros decênios do Século


XX, um grupo de exegetas, em base às
conclusões trazidas pela Crítica Literária,
começou a comparar textos
formalmente semelhantes, mesmo se
tais textos apresentassem diferenças
quanto ao seu conteúdo.
Hermann Gunkel

◼ Segundo Gunkel, que realizou estudos em


Gênesis e Salmos, em Culturas
eminentemente orais, diferentes gêneros
literários indicam diferentes contextos
sociais. A partir deste pressuposto, Gunkel
estabeleceu os princípios básicos
◼ De um método que denominou Crítica dos
Gêneros Literários – Gattungsgeschichte
Gattungsgeschichte
◼ Determinar a Estrutura Formal de um texto
◼ Comparar tal texto com outros
estruturalmente semelhantes, a fim de
identificar o Gênero Literário
◼ Determinar em que situação concreta esse
gênero Literário era usado (Sitz im Lebem)
◼ Determinar a finalidade desse Gênero
Literário e, especificamente, do texto
estudado.
Gêneros Literários
Maiores no Novo
Testamento
◼ Evangelhos

◼ Os Atos do Apóstolos
◼ Epístolas

◼ Apocalipse de João
Gêneros Menores
Classificação dos Gêneros dos
Evangelhos
Rudolf Bultmann propôs para os evangelhos
uma divisão em duas grandes e abrangentes
Tradições:
Divisão principal,
segundo Bultmann
◼ Tradição Histórica
–É o Material Narrativo, no qual
encontramos os feitos de Jesus.
◼ Tradição da Palavra
–Neste grupo encontramos as frases
e Ditos de Jesus. É o material
discursivo.
Métodos Diacrônicos
◼ Crítica das Tradições: Tenta
definir o Substrato Cultural de um texto
e a sua implicação para a interpretação
do mesmo.
◼ Crítica
da Redação e Crítica
das Formas: Como o redator do
texto, supondo-se que ele seja diferente
do autor trabalha a forma e redação do
mesmo.
Uma visão Panorâmica da
Interpretação Bíblica na América
Latina
Igrejas Latino Americanas
◼ Igrejas Históricas.
– Reformadas
– Neo-ortodoxas
– Fundamentalistas
◼ Igrejas Pentecostais tradicionais.
◼ Igrejas Carismáticas e neo-pentecostais.
◼ Igrejas Católicas
– Carismáticas
– Teologia da Libertação
Encontro de Ribla visa a contribuir
para superação do racismo

◼ Raízes Afro-Asiáticas do Mundo Bíblico – desafios para


a exegese e a hermenêutica latino-americana foi o
assunto central do encontro que reuniu, de 31 de
maio a 4 de junho, na EST, em torno de 45 biblistas
latino-americanos envolvidos com a Rede e a Revista
de Interpretação Bíblica Latino-Americana (Ribla).
◼ Onze países estiveram representados no e¬ven¬to,
que teve entre seus objetivos discutir o movimento
bíblico e organizar edições da revista. Assessoraram a
discussão sobre o tema o ex-professor da EST Dr.
Peter Nash, dos EUA, e a sua sucessora na instituição,
Dra. Maricel Mena López.
◼ A leitura bíblica trazida à América Latina
foi eurocêntrica e negou a presença de
negros e negras na Bíblia, apontaram
Peter e Maricel. “As pessoas não se dão
conta, por exemplo, de que Cirene,
Cuchi, Sabá e mesmo o Egito, nomes
muito freqüentes na Bíblia, são cidades
e regiões localizadas na África”,
lembraram os assessores.
◼ Ao se debruçar sobre textos bíblicos e
sobre a história da interpretação bíblica
na ótica da negritude, o grupo de
biblistas busca dar sua contribuição para
a superação do racismo e das
desigualdades raciais, práticas muitas
vezes ideologicamente legitimadas pelas
igrejas e religiões, apontou a reunião.
◼ As manhãs foram de estudo e as tardes destinadas ao
planejamento das futuras edições da revista de Ribla.
Criada em 1988, a revista é editada três vezes ao ano
e Raízes Afro-Asiáticas do Mundo Bíblico será o tema
de uma das próximas edições. A 50ª edição será o
primeiro número de 2005, cujo tema será Alegria na
Palavra, adianta a professora da EST Dra. Marga
Ströher, integrante da comissão organizadora junto
com a professora Maricel, Selenir Krohnbauer (do
Grupo Identidade da EST) e a Dra. Elaine Neuenfeld e
Edmilson Schinelo, estes, representando o Centro de
Estudos Bíblicos (Cebi), também sediado em São
Leopoldo.
◼ A reunião foi uma promoção da EST, do Cebi, de Ribla
e do Grupo Identidade da EST, com o apoio da
Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul
(Fapergs) e do Programa de Combate ao Racismo do
Conselho Mundial de Igrejas (CMI).
◼ Para o afro-descendente cubano Pedro Acosta Leiva,
pós-graduando da EST, a reunião de Ribla “é um
marco para a história da interpretação bíblica latino-
americana, que está pegando o rosto afro-latino-
americano”. Pedro está convicto: “A partir de agora, a
história bíblica da América Latina será outra”.
Biblistas se articulam em torno
da hermenêutica feminista

◼ As biblistas latino-americanas que vieram a


São Leopoldo para a reunião da Rede e
Revista Ribla, na primeira semana de junho,
tiveram encontro na Casa Matriz de Diaconisas
de 28 a 30 de maio. O encontro das biblistas
ocorre desde 1995, sempre em conexão com a
reunião conjunta dos biblistas latino-
americanos.
◼ “Tentamos nos articular e discutir também a
nossa atuação no contexto das “Pautas para a
hermenêutica feminista de libertação”, conta
Marga Ströher, professora da EST,
reportando-se ao documento aprovado e em
uso desde 1995. A idéia agora, adianta Marga,
é de lançar um novo documento, que
contempla também questões de etnia,
questões ecológicas, de ética e de
“empoderamento das mulheres”.
◼ Este novo documento terá quatro blocos: o primeiro
abordará “saberes e sabores”, fundamento conceitual
das novas perguntas; o segundo, “fazeres e prazeres”,
a partir da dimensão ética – incluindo, entre outros, a
questão sócio-política, econômica e de compromisso
com as formas de vida; o terceiro bloco será
direcionado à “metáfora das danças e andanças” –
com a dimensão metodológica, da autocrítica e
constante processo de aprendizagem; e o quarto
bloco enfocará “portas abertas” – a dimensão da
autoridade bíblica, considerando que o princípio
fundamental da autoridade bíblica é a vida, segundo
Marga.

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