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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
CONSELHO SUPERIOR DA MAGISTRATURA
Apelação Cível nº 1001687-51.2015.8.26.0363

Registro: 2019.0000502559

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1001687-51.2015.8.26.0363 e código C92888E.
ACÓRDÃO

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GERALDO FRANCISCO PINHEIRO FRANCO, liberado nos autos em 26/06/2019 às 17:45 .
Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível nº
1001687-51.2015.8.26.0363, da Comarca de Mogi-Mirim, em que é apelante
REYNALDO JOÃO MILANI FILHO, é apelado OFICIAL DE OFICIAL DE
REGISTRO DE IMÓVEIS E ANEXOS DA COMARCA DE MOGI MIRIM.

ACORDAM, em Conselho Superior de Magistratura do Tribunal de


Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Deram provimento para julgar
improcedente a dúvida, v.u.", de conformidade com o voto do Relator, que integra
este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores


PEREIRA CALÇAS (PRESIDENTE TRIBUNAL DE JUSTIÇA) (Presidente),
ARTUR MARQUES (VICE PRESIDENTE), XAVIER DE AQUINO (DECANO),
EVARISTO DOS SANTOS(PRES. DA SEÇÃO DE DIREITO PÚBLICO),
CAMPOS MELLO (PRES. DA SEÇÃO DE DIREITO PRIVADO) E FERNANDO
TORRES GARCIA(PRES. SEÇÃO DE DIREITO CRIMINAL).

São Paulo, 25 de junho de 2019.

PINHEIRO FRANCO
CORREGEDOR GERAL DA JUSTIÇA E RELATOR
Assinatura Eletrônica
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Apelação Cível nº 1001687-51.2015.8.26.0363
Apelante: Reynaldo João Milani Filho

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por GERALDO FRANCISCO PINHEIRO FRANCO, liberado nos autos em 26/06/2019 às 17:45 .
Apelado: Oficial de Oficial de Registro de Imóveis e Anexos da Comarca de
Mogi Mirim
Voto nº 37.754.

REGISTRO DE IMÓVEIS. Conferência de bens para


integralização de capital social de sociedade anônima.
Procuração pública outorgada pelo cônjuge. Falecimento da
mandante. Regime de comunhão parcial de bens.
Comunicação. Necessidade de cumprimento dos poderes
outorgados. Mandato com amplos poderes de
representação. Precedentes deste Eg. Conselho Superior da
Magistratura. Apelação provida.

Trata-se de recurso de apelação interposto por REYNALDO

JOÃO MILANI FILHO contra r. sentença de fl. 175/178, que julgou procedente a

dúvida suscitada pelo Sr. Oficial de Registro de Imóveis e Anexos da Comarca de

Mogi Mirim, negando registro do instrumento particular de conferência de bens para

integralização do capital social da sociedade Rofhasar Administração e Participação

S/A, tendo como objeto o imóvel matriculado sob nº 77.103 daquela serventia

imobiliária.

O apelante sustenta ter sido casado com Aurora Aparecida

Viola Milani, desde 26 de março de 1982, pelo regime da comunhão parcial de bens,

e que, em 22 de abril de 2014, sua esposa lhe outorgou procuração pública

conferindo-lhe poderes específicos para, em seu nome, administrar, alienar e onerar


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todos os seus bens, podendo constituir nova sociedade e conferir bens para

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integralização de capital social.

Afirma que, em 22 de dezembro de 2014, foi constituída a

referida sociedade anônima, após realização da Assembleia Geral de Constituição,

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arquivada na Junta Comercial do Estado de São Paulo, e que em 31 de dezembro do

mesmo ano, por meio da realização de Assembleia Geral Extraordinária, o apelante

conferiu ao capital social da sociedade o imóvel de titularidade do casal, matriculado

sob nº 77.103 junto ao Oficial de Registro de Imóveis de Mogi Mirim.

Afirma o apelante que os atos constitutivos da empresa

ocorreram em momento anterior ao óbito de sua esposa, ocorrido em 12 de janeiro

de 2015, de modo que se encontrava em plena validade a procuração que lhe fora

outorgada.

Por fim, afirma a desnecessidade de indicação expressa de

poderes de alienação de bem específico, dada a amplitude daqueles outorgados e o

regime de bens do casamento.

A D. Procuradoria Geral de Justiça opinou pelo não

provimento do recurso (248/252).

É o relatório.

Presentes pressupostos processuais e administrativos,

conheço do recurso.

No mérito, o apelo comporta provimento.

Não obstante a mandante Aurora Aparecida Viola Milani

tenha falecido em 12 de janeiro de 2015, a conferência de bens levada a registro, em


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verdade, somente exauriu o negócio jurídico iniciado ainda em 31 de dezembro de

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2014, qual seja, a Assembleia Geral Extraordinária na qual se conferiu ao capital

social da sociedade o imóvel de titularidade do casal.

De fato, como afirmado, uma vez obedecidos todos os

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procedimentos, o registro efetivado na Junta Comercial retroage à data da realização

da referida Assembleia, evidenciando que todos os atos societários ocorreram em

momento anterior ao óbito da outorgante Aurora Aparecida Viola Milani.

Noutras palavras, quando da constituição da sociedade, bem

como da conferência de bens, a outorgante ainda estava viva e, consequentemente,

em plena validade e eficácia o mandato outorgado.

Aplicável, portanto, o art. 674 do Código Civil, segundo o

qual: “embora ciente da morte, interdição ou mudança de estado do mandante, deve

o mandatário concluir o negócio já começado, se houver perigo na demora”.

Nesse sentido, há precedente deste Eg. Conselho Superior da

Magistratura, quando, no mesmo julgamento, também se afastou a obrigatoriedade

de que a procuração identifique expressamente os bens a serem alienados. Isso

porque o instrumento público já concede amplos poderes ao mandatário, inclusive

de alienação de bens imóveis:

“(...) Por fim, o falecimento do mandante em 24 de

dezembro de 2002 não constitui óbice à utilização do

mandato, já que a conferência do bem se deu em 16 de

outubro de 2002, antes do óbito. O ato a ser praticado por

meio da procuração era o de alienação do imóvel, o que se


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deu com a sua conferência, independentemente do registro.

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(...) O art. 661, par. 1º, do Código Civil exige poderes

especiais para os atos de alienação de imóveis. Ocorre que

a procuração outorgada pelo sócio Benedicto Laporte

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Vieira da Motta outorgou aos mandatários poderes para:

´gerir e administrar todos os bens, negócios e interesses dele

outorgante; podendo adquirir, vender, compromissar, ceder,

transferir, permutar, hipotecar, renunciar, dar em

pagamento ou por qualquer outra forma ou título alienar, a

quem quiser, por preço e condições que convencionar,

quaisquer bens, móveis ou imóveis..´ (fls. 56 verso). E ainda

para ´..fazer quaisquer contratos, hipotecários, de venda e

compra, contratos sociais e alterações, inclusive para

aumento ou redução de capital´ (fls. 57). Tais

circunstâncias, aliadas ao fato de tratar de hipótese de

integralização de capital, levaram este Egrégio Conselho

Superior da Magistratura a decidir, que ´Esses poderes,

respeitados os entendimentos em sentido contrário expostos

nos autos, são, a meu ver, suficientes para o reconhecimento

de que pela procuração outorgada o mandante habilitou os

mandatários a alienar qualquer de seus bens imóveis

mediante integralização do aumento do capital social da

empresa apelante, integralização que, ainda 'in casu', foi


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concomitante com a subscrição, pelo mandante, de novas

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ações ordinárias emitidas pela apelante, como decorre do

documento de fls. 29/57´. (Apelação Cível nº

990.10.473.290-5, Rel. Des. MAURÍCIO VIDIGAL,

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19/4/2011).

Tal precedente cuida de hipótese idêntica à discutida nesses

autos, já que a procuração aqui outorgada também conferiu ao apelante amplos

poderes de representação de sua esposa.

Vale destacar que outorgante e outorgado eram cônjuges, em

regime de comunhão parcial de bens, o que traz presunção de confiança quanto aos

poderes outorgados.

Ainda segundo o Sr. Oficial, não poderia o apelante, valendo-

se da referida procuração, conferir um imóvel comum do casal para integralizar o

capital societário, unicamente em seu favor, já que sua esposa não passou a integrar

a sociedade Rofhasar Administração e Participação S/A.

No entanto, como já ressaltado, o recorrente e sua falecida

esposa eram casados pelo regime da comunhão parcial de bens, fazendo valer a

regra do art. 1.660 do Código Civil:

Art. 1.660. Entram na comunhão: I - os bens adquiridos na

constância do casamento por título oneroso, ainda que só

em nome de um dos cônjuges;

Desse modo, ainda que a participação societária

permanecesse exclusivamente em nome do recorrente, pelo regime de bens que


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regulava o casamento já extinto, as ações adquiridas onerosamente na constância da

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união entrariam na comunhão de bens.

Assim, não há prejuízo pelo fato das ações serem

titularizadas exclusivamente pelo recorrente ou por sua falecida esposa, pois, se a

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conferência de bens para a integralização de capital social é uma modalidade de

alienação patrimonial, e se a procuração concedia amplos poderes ao representante,

inclusive para a alienação de bens, então é válido o negócio jurídico que integrará ao

patrimônio comum do casal ações de uma sociedade anônima.

Assim, encontre-se suprida a outorga conjugal exigida pelo

art. 1.647 do Código Civil.

Em situação idêntica à tratada nestes autos, esse Eg.

Conselho Superior da Magistratura assim firmou seu entendimento:

Registro de Imóveis Conferência de bens para

integralização de capital social Dúvida julgada

procedente em primeira instância Análise das três

exigências. Óbito da outorgante da procuração ocorrido

entre a conferência de bens e o registro do título

Afastamento do óbice Aplicação do artigo 674 do Código

Civil. Falta de identificação dos imóveis a serem

transferidos na procuração outorgada Procuração que

confere ao apelante amplos poderes para representar sua

esposa, inclusive para alienação de bens Afastamento do

óbice Precedente deste Conselho. Conferência de bens


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comuns do casal para integralizar participação em

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sociedade da qual apenas o marido se tornará sócio Regime

da comunhão parcial de bens Participação societária que

entrará na comunhão de bens, ainda que as ações fiquem em

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nome do recorrente Inteligência do artigo 1.660, I, do

Código Civil Anuência suprida pelos termos da procuração

e pela futura partilha da participação societária Exigência

afastada. (Apelação Cível n° 1001689-21.2015.8.26.0363,

Des. PEREIRA CALÇAS).

Ante o exposto, dou provimento à apelação para julgar

improcedente a dúvida.

PINHEIRO FRANCO
Corregedor Geral da Justiça e Relator
Assinatura Eletrônica

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