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TCC I: Análise do Contexto e Justificativa

Aula 02
Questões orientadoras visando a escolha dos tipos de TCC:
reflexão conjuntural ou projeto.

Objetivos Específicos
• Refletir sobre a contribuição individual a ser gerada com a finalização da
presente etapa do TCC.

Temas
Introdução
1 Como escolher um tema de pesquisa
2 Critérios para escolha do tema
3 Definição do problema e dos objetivos de pesquisa
Considerações finais
Referências

Professora
Rejane Roecker
TCC I: Análise do Contexto e Justificativa

Introdução
Neste tópico, aprenderemos sobre a escolha do tema de pesquisa para o TCC. A escolha
adequada do tema será um fator decisivo para o sucesso do seu estudo. Daremos dicas para
você escolher seu tema, mostraremos como se elabora um problema de pesquisa (parte
importante da introdução do estudo) e, além disso, apresentaremos os objetivos geral
e específico. Vamos lá, juntos começaremos a escrever este trabalho tão importante para
conclusão desta etapa da sua vida acadêmica.

1 Como escolher um tema de pesquisa


Um trabalho de Conclusão de Curso busca exprimir o aprendizado adquirido durante
certa etapa da vida acadêmica, além de demonstrar o interesse do aluno por uma temática
dentro da sua área de estudo. Não é incomum ser solicitado ao profissional o nome dos
trabalhos de conclusão de curso em ocasiões de preenchimento de currículo ou entrevistas de
trabalho. Um TCC pode exprimir conhecimento, por parte do profissional, mais aprofundado
e específico da temática pesquisada e este torna-se um diferencial curricular.

No caso dos tipos de trabalho que poderão ser desenvolvidos como TCC, análise de política
pública ou projeto de intenção social, as etapas de desenvolvimentos são, basicamente:
apresentação/introdução, justificativa, objetivos, revisão teórica, metodologia, diagnóstico,
prognóstico, conclusões e referências, conforme representado na Figura 1.

Figura 1 – Etapas básicas para desenvolvimento do TCC

Apresentação Justificativa Objetivos

Diagnóstico Metodologia Revisão teórica

Prognóstico Conclusões Referências

Fonte: Elaborada pela autora (2015).

A apresentação serve como introdução no estudo, ou seja, é uma síntese do que está
sendo proposto; na justificativa, deve-se contextualizar as razões, motivos e importância do
trabalho, esclarecer as motivações que levaram à escolha pela proposta, sejam elas pessoais
ou institucionais; já os objetivos são divididos em objetivo geral e objetivos específicos (o
objetivo maior é a proposição maior do estudo, enquanto os objetivos específicos são os
desdobramentos ou etapas que serão realizados para alcance do objetivo geral).

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A revisão teórica deve apresentar os pressupostos teóricos de autores da área, pois


trata-se de uma sistematização e discussão de bibliografias pertinentes à temática, na qual
é realizada a construção e contextualização do objeto de análise (a realidade escolhida, no
caso); na metodologia são trazidos os procedimentos utilizados no estudo, além das técnicas
de coleta de dados (diz respeito ao “como” o projeto foi desenvolvido); já o diagnóstico
explicita, dentro do contexto apresentado, quais as forças, vulnerabilidades, oportunidades
e ameaças identificados; e, a partir da construção do diagnóstico, poderá ser desenvolvido
o prognóstico, como um plano de ação para tratamento das vulnerabilidades e minimização
das ameaças na realidade estudada.

Antecedendo a construção propriamente dita do estudo, precisamos definir o tema do


trabalho. A definição do tema nada mais é do que responder ao questionamento: o que eu
quero estudar?

Nesta etapa, o pesquisador deve escolher um tema para sua pesquisa. Trata-se de
um esforço importante e sensível, visto que uma escolha adequada do tema será um
fator decisivo para o sucesso da pesquisa. É importante, também, que o pesquisador
evite escolher um tema de pesquisa que seja muito amplo ou restrito demais. Assim,
optar por um tema significa que o pesquisador irá focar uma parcela delimitada de
um assunto, estabelecendo limites ou restrições para o desenvolvimento da pesquisa
pretendida. (MATIAS-PEREIRA, 2012, p. 73).

O “recorte” do tema, ou seja, a delimitação do que vai ser estudado especificamente


dentro de determinada temática, é muito importante, visto que um tema muito abrangente
torna-se generalista e, possivelmente, não vai chegar a conclusões concretas ou, ainda, não
terá os objetivos alcançados.

Como exemplo, podemos supor que o tema de interesse do pesquisador


seja “Análise de políticas públicas com foco na AIDS”. Trata-se de um tema muito
amplo, visto que se poderia estar abordando políticas públicas de prevenção,
controle, atendimento aos doentes etc. Nesse sentido, deve-se procurar reduzir
o foco do projeto. Assim, recortando o tema, teríamos “Análise de Políticas
Públicas: um estudo no campo da prevenção da AIDS”.

É válido lembrar que o TCC tem suas limitações no sentido de temporalidade e


amadurecimento acadêmico. Assim sendo, não é viável escolher temas que sejam totalmente
desconhecidos pelo pesquisador e que não possam gerar conclusões no período disponível
para sua construção.

Segundo Matias-Pereira (2012), são aspectos que devem ser levados em conta pelo
pesquisador:
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• interesse profissional ou pessoal pelo tema;

• adequação do tema em relação à formação, ao tempo, recursos e energia que


poderão ser dedicados ao estudo; e

• informações, dados e estudos de embase ao estudo, que possam ser acessados sem
dificuldade.

Esses aspectos, quando levados em conta, garantem que o pesquisador terá menos
dificuldades durante o processo de estudo e que os objetivos sejam alcançados plenamente.
Segundo Matias-Pereira (2012, p. 74), “[...] o pesquisador deve fazer uma reflexão profunda,
nesta fase, sobre a sua vocação, disponibilidade, qualificação e objetivos profissionais/
pessoais para realizar de forma adequada a pesquisa”. Tomar familiaridade com o assunto,
conhecendo o que já foi pesquisado dentro da temática, além de contar com a contribuição
do orientador, também são fatores que alicerçam a escolha acertada do tema de estudo.

Neste sentido, Matias-Pereira (2012, p. 74) sugere:

O tema deve ser definido preferencialmente em função da sua relevância e atualidade.


Procure pesquisar numa área onde você tenha domínio e sinta-se confortável. Lembre-
se que é essencial, numa pesquisa, ter acesso a dados e informações.

Para isso, um bom começo é conhecer o que outros pesquisadores já fizeram, visitando
nas websites de universidades, institutos de pesquisa e bibliotecas onde seja possível
encontrar monografias, dissertações etc. Tais trabalhos podem servir como fonte de
inspiração, além de familiarizar o aluno com os aspectos formais, teóricos e metodoló-
gicos do trabalho científico.

A seguir, serão abordados critérios que servirão para nortear a escolha de um tema de
pesquisa.

2 Critérios para escolha do tema


Podemos verificar que a escolha do tema de pesquisa é fator crucial ao sucesso de um
estudo. Para Castro (2006, p. 60), “[...] uma boa ideia de pesquisa pode ser arruinada por
um pesquisador desastrado, mas uma escolha infeliz do tema torna a pesquisa inviável,
metodologicamente insolvente ou irrelevante”. Sendo assim, é de extrema importância a
seleção cuidadosa de um tema de estudo.

Como regra convencional para uma pesquisa, há um roteiro que pode auxiliar o estudante
a sistematizar uma discussão que permita visualizar opções de possíveis temas a serem
escolhidos. Esses critérios são:

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Importância

Originalidade

Viabilidade

Assim sendo, para que um tema de pesquisa seja acertado, ele deve satisfazer esses três
critérios, esquematizados na Figura 2. Castro (2006, p. 60), salienta que “[...] cada um desses
critérios aponta para uma direção relativamente independente da outra. Na prática, não há
qualquer dificuldade em encontrar temas que satisfaçam a um ou dois deles. A dificuldade
está em satisfazer aos três”. A Figura 2 apresenta a importância como critério para escolha do
tema, relacionando-se com a relevância deste para a sociedade ou à ciência; no que tange a
originalidade, é necessário questionar-se sobre a capacidade que o tema tem de surpreender,
sendo que não basta este não ter sido demonstrado previamente; em relação à viabilidade,
há preocupação com o prazo disponível, arcabouço teórico e dados necessários, além das
habilidades do pesquisador para conclusão da proposta.

Figura 2 – Esquema referente aos critérios de escolha de um tema

Importância Está próximo de um problema que afeta a sociedade


ou a ciência.

Os critérios para Tem a capacidade de nos surpreender


escolha de um Originalidade
tema Não basta não ter sido desmonstrado previamente

O pesquisador será capaz de concluir a pesquisa


Viabilidade com êxito e no prazo?

Há uma base teórica suficiente?

Os dados existem e estão disponíveis?

O pesquisador domina as ferramentas requeridas?

Fonte: Castro (2006, p. 64).

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Ilustrando a dificuldade na satisfação dos três critérios para escolha de um


tema, temos as seguintes situações: uma pesquisa que buscasse a juventude
eterna seria importante e original, porém sua viabilidade seria duvidosa; um
estudo que buscasse medir o abandono escolar seria importante e viável, mas
não traria qualquer originalidade; e, por fim, uma pesquisa sobre o tipo de
roupa que os alunos usam para fazer o vestibular seria original e viável, porém
destituída de importância.

Neste contexto, veremos como estão definidos cada um dos critérios utilizados para
escolha de um tema de pesquisa.

• Importância: Quando afeta a sociedade ou uma população específica, de alguma


forma, a pesquisa é considerada importante.

Dizemos que um tema é importante, quando está ligado a uma questão crucial que
polariza ou afeta um segmento substancial da sociedade. Um tema pode, também,
ser importante se estiver ligado a uma questão teórica que vem merecendo atenção
continuada na literatura especializada. A situação mais delicada e difícil teria a ver
com os temas novos que a ninguém preocupam, seja teórica ou praticamente, mas
que contém um potencial de virem a interessar ou afetar muita gente. Portanto,
importante é o tema que, mais cedo ou mais tarde, vai desembocar em consequências
teóricas ou práticas que afetam diretamente o bem-estar da sociedade. (CASTRO,
2006, p. 61).

• Originalidade: Um tema é considerado original quando é inédito para a realidade


estudada ou possui potencial de surpreender. Castro (2006, p. 62) alerta que “[...] o
fato de não haver sido verificado antes, pode não conferir originalidade ao tema. [...]
Em geral, quanto mais testada uma teoria, menos os novos testes nos surpreenderão
e menor a probabilidade que nos digam algo de novo”. Acontece que, em muitos
casos, mesmo que o estudo seja inédito para determinado público ou realidade, seus
resultados já são conhecidos, pois já foram testados em diversas outras populações
ou circunstâncias.

• Viabilidade: A viabilidade de um tema corresponde ao acesso do pesquisador a


recursos e informações que possibilitem a concretização do estudo.

Dentre os três, este é seguramente o conceito mais tangível. É possível completar a


pesquisa, considerando os prazos, os recursos financeiros, a competência do futuro
autor, a disponibilidade potencial de informações, o estado da teorização a respeito
e o apoio que terá dos seus orientadores? O prazo pode ser insuficiente, o mesmo
se dando com os recursos. Ao pesquisador pode faltar o preparo específico naquele

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campo, pode não haver uma sistematização prévia do conhecimento na área ou a


teoria apresentar insolvência metodológica. Finalmente, os dados necessários podem
inexistir ou mesmo sua coleta ser impossível. (CASTRO, 2006, p. 62).

Comparado aos critérios de importância e originalidade, a conclusão em relação ao


critério da viabilidade do estudo é mais facilmente verificável.

Para colocar em prática o que aprendemos até agora, em seu campo


de trabalho ou de interesse, identifique temas de pesquisa com as seguintes
características:

• Original e viável, mas desinteressante;

• Interessante e original, mas sem viabilidade;

• Viável e interessante, mas sem originalidade;

• Viável, interessante e original.

Após elencar os temas, justifique suas escolhas.

Embora o processo de escolha do tema possa ser trabalhoso e, até mesmo, doloroso
para alguns pesquisadores, este é essencial como passo inicial na construção do estudo.
Neste sentido, é importante frisar que:

A escolha do tema é o primeiro passo para o planejamento da pesquisa, mas não o


mais fácil. Não faltam, evidentemente, temas para pesquisa: a dificuldade está em
decidir-se por um deles. Para muitos pesquisadores, a decisão final é precedida por
momentos de verdadeira angústia, principalmente quando se trata de pesquisas
decisivas para carreira profissional. (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2006, p. 73).

Desta forma, os critérios apresentados podem facilitar a escolha, pois possuem função
de guia metodológico e orientam o pesquisador ao assunto prioritário. Além disso, os critérios
apresentados para a escolha do tema de pesquisa (importância, originalidade e viabilidade)
podem servir para a composição do texto de justificativa do estudo. A seguir, veremos como
proceder na definição do problema de pesquisa e dos seus objetivos.

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3 Definição do problema e dos objetivos de pesquisa


Após a escolha do tema, procede-se num estudo com a definição do problema de
pesquisa. Segundo Cervo, Bervian e Silva (2006, p. 74), “[...] problema é uma questão que
envolve intrinsecamente uma dificuldade teórica ou prática, para qual se deve encontrar
uma solução”. Problema de pesquisa é o norteador do estudo, pois, ao fim dele, este
questionamento precisa ter sido respondido ou considerações acerca de sua resposta devem
ser expostas.

O tema escolhido deve ser questionado, portanto, pela mente do pesquisador, que
deve transformá-lo em problema de pesquisa, mediante seu esforço de reflexão,
sua curiosidade ou talvez seu gênio. Descobrir os problemas que o tema envolve,
identificar as dificuldades que ele sugere, formular perguntas ou levantar hipóteses
significa abrir a porta através da qual o pesquisador pode penetrar no terreno do
conhecimento científico. (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2006, p. 76).

Na Figura 3, observamos o exemplo do pesquisador Einstein e a forma como delimitar


os problemas de pesquisa. Einstein, com sua inteligência de gênio e utilizando a reflexão, a
partir de um fenômeno desenvolvia um problema. Este problema, por sua vez: desencadeia
a investigação; é via de acesso ao terreno do conhecimento científico; é uma pista para
investigação, coleta de material e coleta de dados; e, por fim, condiciona os resultados em
interessantes ou banais.

Figura 3 – Formulação de problemas

Inteligência / Gênio / Reflexão FENÔMENO

? Problema

Einstein 1. Desencadeia a investigação


2. Via de acesso ao terreno do
conhecimento científico
3. Pista para:
- investigação
- coleta de material
- coleta de dados
4. Condiciona os resultados:
- interessantes
- banais

Fonte: Cervo, Bervian e Silva (2006, p. 77).

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Gil (2012) aponta regras práticas para a formulação de um problema, que são: o problema
deve ser formulado como pergunta, deve ser delimitado a uma dimensão viável, deve ter
clareza e objetividade, deve apresentar referências empíricas, deve conduzir a uma pesquisa
factível e deve ser ético. Veremos cada uma dessas regras, a seguir, conforme exposto pelo
mesmo autor.

• O problema deve ser formulado como pergunta: Uma pergunta é a maneira mais
fácil e direta de formular um problema. Quando perguntas são estruturadas, esta
ação possibilita identificar o contexto que envolve o tema, aquilo que se quer
pesquisar. A pergunta atua como um norteador dos métodos a serem utilizados no
decorrer do trabalho.

• O problema deve ser delineado a uma dimensão viável: É vital que o problema
estruturado identifique a dimensão a ser pesquisada, traduzindo um alvo delimitado
e devidamente caracterizado. Dessa forma, é possível obter a melhor percepção
acerca dos problemas, bem como a clara relação dos meios de investigação a
serem utilizados.

• O problema deve ter clareza: É preciso ficar atento à redação no momento de


estruturar a pergunta referente ao problema de pesquisa, para que esta atenda
aos requisitos de clareza e objetividade - clareza estabelecendo o que se pretende
pesquisar e objetividade identificando os elementos e instrumentos que serão
utilizados no decorrer do trabalho.

• O problema deve apresentar referências empíricas: Empírico é algo obtido por meio
da prática. Ao estruturar o problema de forma empírica, está-se identificando as
maneiras como será feito o processo de coleta, estudo e análise dos dados coletados,
para deixar claro que os resultados alcançados são consequência de um processo de
observação científica, em que o pesquisador é imparcial e os julgamentos de valor ou
outras considerações subjetivas não estão presentes.

• O problema deve conduzir a uma pesquisa factível: No processo de formular o


problema de pesquisa, é necessário que se conheça os mecanismos que serão
utilizados para a solução deste. Muitas vezes, são estabelecidos problemas de pesquisa
em que os instrumentos e técnicas para solucioná-los não foram desenvolvidos ou
não são apropriados.

• O problema deve ser ético: Nas pesquisas que envolvem seres humanos, é comum
que a sua aprovação passe por um comitê ético. Isto ocorre porque pesquisas com
seres vivos estão sujeitas à observância de normas éticas de caráter internacional.

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Além dessas regras práticas para definição de um problema, Gil (2012) traz outros pontos
que devem ser observados na delimitação de um problema de pesquisa. O autor chama a
atenção para as implicações na escolha do tema, relevância do problema, oportunidade de
pesquisa, comprometimento e modismo na escolha do problema.

Segundo Gil (2012), as implicações na escolha do tema correspondem às influências


cultural, social e econômica sofridas pelo autor, no momento da escolha do problema. Todos
temos envolvimento com as nossas respectivas realidades e isto trará implicações à pesquisa.
A relevância do problema deve ser observada nas esferas científica e prática. Um problema
tem relevância científica quando possibilita a obtenção de novos conhecimentos. Na prática,
a relevância acontece quando são obtidos benefícios para o público ou realidade estudada.
A oportunidade de pesquisa acontece quando a problemática não é motivada, apenas, por
fatores pessoais, mas por algum tipo de instituição ou financiamento. Isto é muito comum no
meio acadêmico, no qual certas áreas de pesquisa oferecem maiores oportunidades e apoio
do que outras. O comprometimento na escolha do problema está presente no momento da
escolha do tema, visto que, mesmo no caso do pesquisador que não encontra-se vinculado
a uma organização ou órgão fomentador, a formulação da problemática segue tendências
pessoais. Por fim, o modismo na escolha do problema corresponde às tendências presentes
nos estudos em determinada época ou contexto. Isto ocorre, muitas vezes, pela divulgação
na mídia de novas descobertas ou problemáticas sociais.

Neste contexto, podemos concluir que, “[...] enquanto o tema de uma pesquisa é uma
proposição até certo ponto abrangente, a formulação do problema é mais específica: indica
exatamente qual a dificuldade que se pretende resolver” (LAKATOS; MARCONI, 2003, p. 126).
O problema de pesquisa, geralmente, é apresentado no primeiro capítulo do estudo, ou seja,
na apresentação/introdução do trabalho, e podemos observar o quanto é importante para o
delineamento do Trabalho de Conclusão de Curso.

Após a definição do tema e construção da pergunta/problema de pesquisa, devemos


definir os objetivos do estudo. Os objetivos são os propósitos do estudo, ou seja, o que deverá
ser alcançado. Os objetivos são divididos em objetivo geral e objetivos específicos.

Os objetivos apresentam as ações que deverão ser desenvolvidas na pesquisa. O


verbo no infinitivo (analisar, demonstrar, identificar, descrever, etc.) ajuda na redação
do enunciado, apresentando de maneira mais clara o que deverá ser abordado no
trabalho. É necessário tomar cuidado para não apresentar objetivos na introdução
que não sejam “cumpridos” no desenvolvimento do trabalho.

O objetivo geral é a proposição maior do estudo, enquanto os objetivos específicos são


os desdobramentos ou etapas que serão realizados para alcance do objetivo geral.

Para Cervo, Bervian e Silva (2006, p. 74):

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Nos objetivos gerais procura-se determinar, com clareza e objetividade, o propósito


do estudante com a realização da pesquisa. Deve-se estar atento ao fato de que, em
pesquisa bibliográfica, os propósitos são essencialmente acadêmicos, como mapear,
identificar, levantar, diagnosticar ou historiar determinado assunto específico (ou
traçar o perfil dele) dentro de um tema. No âmbito de uma pesquisa bibliográfica, por
exemplo, não queira o estudante se propor a resolver o problema em si, mas apenas
levantar informações necessárias para melhor compreendê-lo. Definir os objetivos
específicos significa aprofundar as intenções expressas nos objetivos gerais [...].

Os objetivos devem ter um formato simples. São termos comumente utilizados no início
dos objetivos: “analisar”, “apontar”, “comparar”, “descrever”, “caracterizar”, “investigar a
possibilidade de...” e outras expressões.

Para exemplificação dos conceitos aprendidos até agora acerca do tema de pesquisa,
problema e objetivos, no Quadro 1 veremos esses elementos de um TCC.

Quadro 1 – Tema de pesquisa, problema e objetivos em um TCC

O acolhimento como um processo de intervenção do serviço social junto a


Título do trabalho:
mulheres em situação de violência.
Acolhimento de mulheres em situação de risco no Centro de Atendimento à
Tema:
Vítima de Crime (CEVIC), em Florianópolis/SC.
O que é e qual a importância do acolhimento realizado pela profissional do
Problema de pesquisa:
Serviço Social às mulheres em situação de violência?
Descrever o conceito e a importância do acolhimento realizado pela
Objetivo geral: profissional do Serviço Social às mulheres em situação de violência no Centro
de Atendimento à Vítima de Crime (CEVIC), em Florianópolis/SC.
- Analisar a importância do acolhimento no processo de intervenção do
Serviço Social junto às mulheres em situação de violência;
- Perceber na trajetória do movimento feminista a conquista dos Direitos
Objetivos específicos: Humanos das mulheres; e
- Elaborar uma proposta de construção teórico-metodológica sobre o
acolhimento para o Centro de Atendimento à Vítima de Crime (CEVIC), em
Florianópolis/SC .

Fonte: Adaptado de Santos (2005).

Podemos observar que o tema de pesquisa do TCC intitulado “O acolhimento como um


processo de intervenção do serviço social junto a mulheres em situação de violência” foi
corretamente delimitado, visto que demonstrou o foco do trabalho (acolhimento de mulheres
em situação de risco), bem como seu “recorte” (no Centro de Atendimento à Vítima de Crime
(CEVIC), em Florianópolis/SC). Além disso, o problema de pesquisa, bem como o seu objetivo
geral, conseguem expressar o que o estudo pretende “encontrar” ou “responder”, enquanto
os objetivos específicos descrevem as etapas que serão realizadas para chegar-se à satisfação
do objetivo geral.

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TCC I: Análise do Contexto e Justificativa

Considerações finais
Nesta aula aprendemos sobre a escolha do tema de pesquisa. A escolha adequada do
tema será um fator decisivo para o sucesso do seu estudo e, neste sentido, aprendemos
que os critérios para a delimitação deste são: viabilidade, originalidade e importância.
Além disso, vimos que o problema de pesquisa é o norteador do estudo, pois, ao fim, este
questionamento precisa ter sido respondido ou considerações acerca de sua resposta devem
ser expostas. Por este motivo, as regras práticas para a formulação de um problema são: deve
ser formulado como pergunta; deve ser delimitado a uma dimensão viável; deve ter clareza
e objetividade; deve apresentar referências empíricas; deve conduzir a uma pesquisa factível
e deve ser ético. Por fim, visualizamos que o objetivo geral do estudo é a sua proposição
maior, enquanto os objetivos específicos consiste nos desdobramentos ou etapas que serão
realizados para o alcance do objetivo geral. Com estes conceitos, você já tem aporte para
começar a construção do seu TCC.

Referências
CASTRO, C. M. A prática da pesquisa. Rio de Janeiro: McGraw Hill, 1977. 156 p.

CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A; SILVA, R. da. Metodologia Científica. 6. ed. São Paulo: Prentice Hall,
2006.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2012. VitalBook file.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, E. Fundamentos de metodologia científica. São Paulo: Atlas, 2003.

MATIAS-PEREIRA, J. Manual de metodologia da pesquisa científica. 3. ed. São Paulo: Atlas,


2012. VitalBook file.

SANTOS, E. T. dos. O Acolhimento como um processo de intervenção do serviço social junto a


mulheres em situação de violência. Florianópolis, 2005. 111 f. TCC (Graduação) - Universidade
Federal de Santa Catarina, Centro Sócio Econômico, Curso de Serviço Social. Disponível em:
<http://tcc.bu.ufsc.br/Ssocial286865.pdf>. Acesso em: 16 dez. 2010.

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