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As Duas Formações de Ain Soph

Primeiramente, o conceito de “Ain Soph” deve ser devidamente esclarecido


para que não ocorram falhas interpretativas acerca da manifestação da Luz
Obscura.

Segundo conceitos gnósticos, Ain Soph é um dos três véus negativos da


existência, mais precisamente um estágio de luz ilimitada em que o Demiurgo
ainda não havia se manifestado, tampouco, não existiam espíritos ou formas
restritas. Neste estágio de “Não-Existência” iniciou-se o TzimTzum, ou seja,
em Ain Soph começou a Criação de um Espaço/Tempo e de uma “realidade”
através da grande pressão exercida pelo movimento restritivo. Após a
separação do espaço conceitual, o agente criador da “realidade” multifaceta-se
e nasce o Demiurgo como modelador e organizador da massa caótica emitindo
sua imunda totalidade “divina”(Pleroma) abrindo caminho para que o impulso
TzimTzum pudesse completar toda restrição e materialização.

Essa “Luz Infinita” pressionada pelo TzimTzum formou a “Árvore da Vida” e as


Sephirots descendentes. Isaac Luria ( “Ari” - o Leão), conceituado cabalista da
escola de Moisés Cordovero, após anos de estudo apresentou ao ocultismo,
em meados do século XVI, a palavra “Kliphot” ou “Concha” como sendo o
reflexo negativo da obra Demiúrgica onde residem os distúrbios sexuais,
fanatismo religioso, violência extrema, traição, mentiras, ódio, vinganças (os
excrementos energéticos), enfim, as insatisfações compulsivas que tornam o
ser humano irracional e débil em amplos aspectos.

Como já descrito, a Cabalá é dividida em dez Sephiras ( ou dez frutos


sagrados), sendo as três primeiras (Kether, Chokmah e Binah), formadoras do
triângulo supremo ou o plano tridimensional. Em algum momento incerto a
pressão TzimTzum, após ultrapassar as três primeiras sephiras, fez que com
que os demais sete vasos (sephiras) rachassem por não suportarem os
impulsos.

Alguns afirmam que Satanás preencheu tais rachaduras com o mal. Luria dizia
que esse “mal” era propositalmente implementado no universo para que o
homem soubesse resistir às tentações, além disso, era propósito mister que os
cabalistas reparassem as rachaduras de tais “vasos” para a contemplação
divina. As rachaduras, sob um entendimento mais racional, seriam as falhas
espirituais e comportamentais do ser humano perante às Leis de suas
doutrinas e dogmas sagrados. Desse entendimento nasce a ideia da 11ª
sephira ou sephira secreta Daath (o abismo).

Certos cabalistas alegam que os pedaços desses vasos rachados cairam nos
abismos caóticos que cerceiam o espaço/tempo e, impregnados pelo mal,
representado pela figura de Satanás ou Shaitan ( ‫ )ן ת י ש ן ת י ש‬geraram o lado
inverso da criação ou uma outra árvore denominada “Árvore da Morte” (Otz
Daath), onde as Kliphots exerceriam os vícios das “divinas” Sephirots. Gerson
Scholem corrobora com tal afirmação ao explanar: “O Outro Lado é o fogo da
severidade divina, externada e feita independente, donde torna-se um sistema
hierárquico integral, um mundo contrário governado por Satã.”

A grande maioria dos entendimentos prega que a dualidade (direita e


esquerda, “lux et nox”) está sob mesma regência, ou seja; um Ser Inefável,
através da sua Onisciência (ad infinitum) permitiu a quebra da harmônica
construção e a formação de um rígido sistema de vícios tutelados por
arquidemônios. Tal sistema deveria ser vencido pelo homem sagrado para, ao
fim, ser coroado com a luz divina nos mistérios incognoscíveis. O lado divino
(santidade) e puro “Sitra D 'Kedushah” e o lado da impureza em Sitra Ahra
são consideradas as duas faces do Criador que tem em ambas a mesma
intensidade.

Porém, Nathan de Gaza, um estudioso do Talmud e da Cabalá, muito radical e


profético, criou um sistema diverso do original e foi considerado um herege
pelo rabinato. Segundo seus entendimentos, em “Ain Soph” se formaram duas luzes
antagônicas catalogadas em direita e esquerda. A direita era a “luz brilhante que deseja
a Criação” (Sheyesh bo Mahshavah) e esquerda era a “Luz Negra que deseja
permanecer dentro de Si” (She-ein bo Mahshavah). Num impulso criativo, a “Luz
Direita” expande-se criando uma lacuna e, conscientemente, inicia a Criação. A “Luz
Esquerda” mesmo estando num estado não pensativo motivado pelo desejo de
permanecer na pureza de “Ain Soph” é obrigada a criar forças contrárias à Criação. Tal
força esquerda era tão hostil e destruidora que fora entendida como a expressão máxima
do próprio “Mal”. As Kliphots têm suas raízes envoltas nessa energia e são Reinos que
emitem, em diversos níveis, a dissolução de qualquer estrutura criada através da
“Criadora Luz Pensante”. Dessa forma, Sitra Ahra não é entendida como o lado
impuro do Criador e sim como o lado não maculado, que está fora da obra Criativa e
que tende a destruir a obra “sephirotica”.

Os conceitos de Nathan de Gaza identificam que o segundo Véu Negativo da


Existência “Ain Soph” foi o marco donde uma falsa luz criadora separou-se da
emanação da Luz Suprema. A Quimbanda Brasileira entende que a Luz
Suprema não tem vínculos com os conceitos de Inefável, Uno e Inominável
propagado pelas doutrinas pró-cósmicas. Nossa crença baseia-se na ideia
que “Ain Soph” (00) foi um período “sem deus”, sem regras e
ordenamentos que emanava a essência Irada maculada pela
movimentação de partículas que se se contrairam e expandiram no afã de
criar um espaço/tempo apropriado para a Criação da Matéria. Sob esse
aspecto, inviável torna-se pensar que “Lux et Nox” estão sob a mesma
regência! Podemos associar o “Ain Soph” com o Abismo profundo, Bohu
( ) e ao próprio Apsu, consorte de Tiamat.
Em “Ain Soph” a Luz Negra não pensativa manifestou-se com toda
grandeza e fúria ao redor do Pleroma, criando uma barreira de energia
obscura que impediu a expansão cósmica e iniciou o processo de
degradação e destruição da obra demiúrgica. A Luz Negra (She-ein bo
Mahshavah)é a própria Suprema Sabedoria não maculada, a Gnose Luciferiana que
busca as fagulhas usurpadas dentro da manifestação material, despertando-as e
conduzindo-as para Sitra Ahra.

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