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REFLEXÕES A RESPEITO DA NATUREZA DA COISA

JULGADA COMO PROBLEMA FILOSÓFICO

REFLEXÕES A RESPEITO DA NATUREZA DA COISA JULGADA COMO


PROBLEMA FILOSÓFICO
Revista de Processo | vol. 58/1990 | p. 244 - 249 | Abr - Jun / 1990
DTR\1990\58

Willis Santiago Guerra Filho

Área do Direito: Processual


Sumário:

A natureza da coisa julgada é um dos temas do Direito Processual que mais ocupou não os
cultivadores desse que é um dos mais modernos evoluídos, em termos de precisão terminológica,
ramos do Direito. Em sua época, também os civilistas e, mais recentemente, os administrativistas e
publicistas em geral, especialmente aqueles de origem austríaca (Bernatzik, Merkl), ou mesmo
filósofos do Direito como Binder e G. Husserl, opinaram sobre o assunto, sem alcançar, porém, muito
sucesso no sentido de obter um consenso em torno da questão. Tais discussões intermináveis, não
raras no Direito, podem ser vistas como indício de uma má colocação do problema, bem como de
uma parcialidade no acerto das soluções propostas. Movido por esse pressentimento e pela
constatação elementar de que a natureza de seja o que for é um problema filosófico ou, mais
precisamente, metafísico, é que se realizou a investigação que segue. A conclusão fundamental a
que se chegou foi a de que, efetivamente, trata-se de um pseudoproblema, um scheinproblem, como
denominam os filósofos analíticos o emprego errôneo da linguagem que produz questões
irrespondíveis, por carecerem intrinsecamente, ab imis, de sentido, tomarem por objeto uma
irrealidade, do ponto de vista empírico.

Iniciemos passando rapidamente em revista algumas das principais posições assumidas na ciência
processual em relação ao tema da coisa julgada. As modernas teorias a respeito podem ser divididas
em substanciais e processuais, conforme se afirme que a coisa julgada influi direta e imediatamente
sobre a situação substancial pré-existentes, criando novas relações jurídicas materiais, ou então,
contrário, que ela apenas cria um vínculo para o juiz de todo processo futuro com eadem res. Para
Allorio, essa antítese é o reflexo de uma outra, mais profunda, na qual se confrontam maneiras
opostas de explicar o telos processual: se ele é entendido como meio de atuação do Direito, então se
é levado a propugnar uma doutrina processual da coisa julgada, ao passo que se se reporta a
destinação do processo à composição da lide ou qualquer outra realidade extra-processual,
haver-se-á de defender uma posição alinhada com a doutrina substancial.1

As duas concepções divergentes sobre o objetivo do processo, cujos mais lídimos representantes
seriam Chiovenda e Carnelutti, recebem uma harmonização adequada na obra de Liebman, ao
conceituar a jurisdição como a atividade do Poder Judiciário destinada a realizar a justiça mediante a
atuação do direito objetivo às relações humanas intersubjetivas. Talvez não por acaso é ele também
o autor de lições sobre a coisa julgada que adquiriram a aceitação por parte de um vasto setor da
doutrina processual em nosso país e na Itália. A nosso ver, teorias processuais e substanciais sobre
a coisa julgada são igualmente compatíveis, posto que cada uma apontaria para aspectos distintos
do fenômeno, que teria uma dimensão de direito processual, configurada na coisa julgada formal, e
também uma outra, de direito substancial, a coisa julgada material.2

Como evidenciou desde o seu ensaio, justamente célebre, de 1936, e já em 1945 vertido para o
vernáculo, sobre eficácia e autoridade da sentença, até a sua última e definitiva contribuição ao
tema, publicada em homenagem a Allorio pouco antes de seu falecimento, Liebman entende ser a
coisa julgada uma qualidade, a qualidade de imutabilidade que se agrega ao comando da sentença e
aos seus efeitos.3 Com isso, refuta ele cabalmente a concepção, reinante de forma monolítica na
doutrina germânica, que identifica a coisa julgada com um dos efeitos da sentença, quando esta não
está mais sujeita a impugnações, o qual seria precisamente o efeito declaratório
feststellungswirkung.4 De acordo com a teoria liebmaniana, a coisa julgada se forma sobre a
declaração (statuizione) contida na parte imperativa da sentença, o comando, sendo, portanto,
inconfundível com aquela.5
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Nosso Direito positivo, segundo o próprio autor do anteprojeto do Código de Processo Civil
(LGL\1973\5) que entrou em vigor em 1973, o então Ministro da Justiça Alfredo Buzaid, na exposição
de motivos (v. n. 10, in fine), teria perfilhado o conceito de coisa julgada desenvolvido por Liebman,
seu mestre e patrono da Escola Paulista de Processo, embora o art. 467 do referido diploma legal
estabeleça que a coisa julgada é um efeito, ou, literalmente, "a eficácia que torna imutável e
indiscutível a sentença, não mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário". Com isso, parece que
se ficou a meio caminho entre a concepção de Liebman e aquela tradicional entre os autores
alemães. Contudo, o simples fato de se referir a coisa julgada como um efeito não significa dizer que
é um efeito emanado diretamente da sentença, como é o efeito declaratório, o que, aliás, fica
totalmente afastado pela definição legal mesma: é inconcebível que a causa condicionante da
modificação de alguma coisa - no caso a sentença, que em virtude da coisa julgada se torna imutável
e indiscutível -, nela própria se origine. Leve-se ainda em conta que tal eficácia, a que se resume o
instituto em tela, deve ser entendida, como bem explica Machado Guimarães, em sentido diverso do
que possui nas ciências empíricas, onde efeito é o resultado de uma causa situada temporalmente
em momento anterior, mas sim como posta frente ao trânsito em julgado como uma relação lógica de
antecedente a conseqüente.6

A partir das idéias expostas pelo último dos autores citados, Barbosa Moreira elaborou uma das
concepções mais bem acabadas da atualidade sobre o assunto que ora nos ocupa, concluindo ser a
coisa julgada uma situação jurídica em que ingressa a sentença, ao atingir uma estabilidade peculiar.
7
No entanto, como é sabido, a partir da sugestão de Kohler,8 pelo tratamento dado a essa categoria
da situação jurídica (rechtslage) por Goldschmidt,9 ela adquiriu uma amplitude tal na ciência do
processo, que inserir nela algum instituto processual é de muito pouca valia para a sua
individualização, objetivo, afinal, da busca de sua natureza.

Por outro lado, definir a essência da coisa julgada como uma qualidade, de imutabilidade ou
estabilidade, na esteira de Liebman, é incidir em grave erro filosófico, confundindo realidades
diametralmente opostas, inconciliáveis, já que a qualidade dos entes, seus atributos, por definição, é
exatamente o que lhes é acidental, e, logo, que não pertence a sua essência ou natureza.10 Isso não
significa dizer que é errôneo considerar a coisa julgada como uma qualidade da sentença: incorreto é
apenas identificar aí a sua natureza. Por isso é que não resta outra alternativa senão reconhecer
estar-se diante de uma questão que foi hipostasiada, de um falso problema, que nos leva a procurar
em vão por um fundamento concreto, uma substância, onde não há, uma vez que o referencial
semântico da coisa julgada é um outro signo lingüístico, a sentença. Essa sim é dotada de um
referente palpável, que é o ato do órgão judicial de pronunciá-la.11

Utilizando o moderno aparato conceitual fornecido pela semiótica, pode-se dizer que a coisa julgada
é um signo com função de organizar o discurso comunicativo no direito processual, o que a coloca
em uma dimensão puramente sintática, onde os signos se relacionam apenas entre si.12 Como o
próprio processo também se situa nesse plano formal, tem-se que o instituto em tela é tipicamente
processual, prestando-se para atender a função de organizar sistematicamente a matéria jurídica
tendo em vista a sua aplicação, que afinal é a do processo.13

A coisa julgada, portanto, não possui um conteúdo substancial, ao contrário da sentença, resultado
do ato de prestação da tutela jurisdicional, enquanto decisão que põe fim ao processo, acatando ou
rejeitando o pedido. A sentença representa não só o ato em que direito material e processual se
fundem em uma unidade,14 para alcançar o objetivo do ordenamento como um todo, mas, também,
por isso mesmo, é expressão do momento em que se opera a passagem do direito de um plano
valorativo e potencial, o do sollen, para aquele dos fatos do sein,15 a fim de resolver os problemas
jurídicos tal como eles se dão na realidade, distinto de como são prefigurados ideal e abstratamente
nas normas jurídicas. Nesse contexto, a coisa julgada aparece como artifício ou mecanismo de que
se vale o ordenamento jurídico para implementar o convencimento e a certeza sobre a existência ou
não de um direito ou qualquer outra situação jurídica, exercendo assim um papel ideológico de
legitimação desse mesmo ordenamento e de garantia da sua manutenção, pois evita o confronto dos
indivíduos entre si e com o próprio ordenamento, ao tornar incontrovertido, em princípio, o resultado
da função cognitiva do processo, que leva à atuação do direito em um caso concreto.16Trata-se,
portanto, de um conceito operativo, indissociável daquele outro a que se reporta, o de sentença. Que
a figura jurídica em apreço não possui um referencial semântico próprio é demonstrado também pela
circunstância de se poder perfeitamente vê-la como um adjetivo que se associa ao substantivo
"sentença". Assim é que no ordenamento processual soviético, por exemplo, se utiliza da expressão
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sentença firme para designar o que chamamos de "coisa julgada",17 terminologia essa que aparece
também em autores tedescos mais antigos.18

Não se pode deixar de reconhecer, porém, que essa tese sustentada aqui repugna a um
pensamento preso ainda ao modelo platônico, que em todo fenômeno busca a idéia imanente, seu
correlato na esfera transcendente (e real!) do topos uranos. Isso compreensível quando se leva em
conta que o pensamento é facilmente dominado pelo poder de encantamento da linguagem, tal como
ocorre na visão mágica e mítica dos povos nas sociedades arcaicas. Disso não conseguiram os
gregos se livrar completamente e permanece nas matrizes noéticas do pensamento ocidental em
estado latente, pronto para aflorar ao menor descuido. Há estudos, inclusive, que mostram como até
o Direito está contaminado, através dos próprios romanos, por semelhante visão mistificadora,19 que
reveste certos institutos de um caráter sacramental, do que a coisa julgada é um ótimo exemplo.20

Foi a partir do que já se denominou "revolução husserliana",21 em referência à obra de Edmund


Husserl, que se principiou a libertação do pensamento de tais preconceitos ontológicos, com
deslocar o eixo de preocupações da disciplina do ser (sein) para a consciência (bewusst-sein),
identificada no ato volitivo e intencional de doar significado, que é constitutivo dos objetos e fornece
toda a informação ontológica que se pode obter sobre eles. A coisa julgada, por exemplo,
representaria algo que Husserl denominou objeto intencional, em oposição àqueles reais, já que
naquele "o que existe é a intenção, o visar de um objeto de tal espécie, mas não o objeto".22

Ao encerrar essa breve comunicação de reflexões feitas sobre a vexata quaestio da natureza jurídica
do instituto da coisa julgada, não se pode deixar de enfatizar, em consonância com Albuquerque
Rocha, que semelhante preocupação só se concebe num ambiente intelectual ainda sob o influxo da
concepção helênica de uma ordem cósmica imutável, onde a "essência" das coisas determina a
posição que elas aí necessariamente ocupam, o que é de um imobilismo extremamente conservador.
23
Já Chiovenda advertia, com imensa autoridade, que a coisa julgada não tem em si nada de
necessária e absoluta, visto que se pode encontrar sistemas jurídicos onde ela simplesmente não
existe, dando o abalizado mestre peninsular como exemplo o antigo direito escandinavo.24 Hoje em
dia mesmo, na família jurídica anglo-saxônica, regida pelo common law, se desconhece o instituto tal
como ele aparece em sistemas jurídicos como o nosso, já que o julgado tanto pode ser atacado em
um mesmo processo, após o seu pronunciamento, através de "moções" (motion for a rehearing,
motion to set aside a veredict etc.), como também em outro processo, através do collateral attack:25
isso não importa, porém, em nenhum prejuízo ou inferiorização para a justiça norte-americana ou
inglesa, que na verdade é até mais eficiente que a nossa, dos países da família romano-germânica.

1. Cf. La cosa giudicata rispetto ai terzi, Milano, 1935.

2. A propósito, v. Carnelutti, Diritto e processo, Napoli, 1958, p. 279; Mandrioli, Corso di diritto
processuale civile, vol. I, Torino, 1978, pp. 20-21; Pohle, "Gedanke über das Wesen der Rechtskraft",
in Scritti giuridici in memoria di Calamandrei, vol. II, Padova, 1958, pp. 381-ss.; Vellani, Naturaleza de
la cosa juzgada, Buenos Aires, 1963, pp. 164-ss. Por outro lado, como acentua Liebman, direito
material e processo estão ligados por uma relação de implicação mútua, subordinando-se o primeiro
ao segundo e vice-versa, já que um tem a função de regular a aplicação do outro, que só assim se
torna atualizado, saindo de seu estado potencial. "L'eficacia della sentenza è certo processuale",
escreve o mestre, "per la decisiva regione che la sentenza è un atto del processo, ma essa incide
direttamente sul diritto, che per definizione è quello - e solo quello - che il giudice dichiarerà.
Processuale dunque è il mezzo, sostanziale (di solito) è l'oggetto su cui esso esercita la sua funzione
dichiarativa: in questo momento e in questo atto diritto e processo si incontrano e si fondono in
unità...". Manuale di diritto processuale civile, vol. III, Milano, 1976, p. 164.

3. Cf. ib., pp. 164-7, bem como Eficácia e Autoridade da Sentença, São Paulo. 1981, p. 54.

4. V., p. ex., Rosenberg, Tratado de Derecho Procesal Civil, vol. II, Buenos Aires, 1955, pp. 441-2.

5. Cf. Manuale, cit., p. 167; Eficácia, cit., pp. 18-ss.

6. Cf. Preclusão, coisa julgada, efeito preclusivo, in Estudos de Direito Processual Civil, Rio de
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Janeiro/São Paulo, 1969, p. 14. Como explica o grande lógico e filósofo norte-americano, fundador
da semiótica, Charles Sanders Peirce, essa é a relação que se dá entre sujeito e predicado, sendo
igual à que existe entre as premissas e a conclusão: "The relation between subject and predicate, or
antecedent and consequent, is essentially the same as that between premiss and conclusion.
Collected Papers of C. S. Peirce, Cambridge, Mass., 1969, vol. IV, § 3.

7. Cf., por último, "Eficácia da sentença e autoridade da coisa julgada", publicado na Itália em um dos
volumes de estudos homenageando Tito Canacini, e ora na coletânea Temas de Direito Processual
(Terceira Série), São Paulo, 1984, pp. 99-ss., esp. in fine, p. 113, texto e nota.

8. Cf. Der Prozess als Rechtsverhältnis. Prolegomena zu einem System des Zivilprozesses,
Manheimm, 1888 (reimp. 1969), § 16, pp. 62-ss.

9. Cf. Der Prozess alsRechtslage. Eine Kritik des prozessualen Denkens, Berlin, 1925 (reimp. 1969),
§ 18-ss., pp. 227-ss.

10. Em sua obra fundamental para o estabelecimento das categorias mais gerais do pensamento
filosófico ocidental, (Metafísica), IV, 30, Aristóteles, a propósito da noção de "acidente"
(Sumdedhkós), doutrinou: "osa uparcei ien nini iai ilhqes eipein, ou uentoi ex 'anagkhs out epi to polu;
osa uparcei ekasty kaq auto mh en th ounta." ("Tudo aquilo que pertence a um fundamento e que é
certo afirmar dele, mas não necessariamente, nem mesmo muito freqüente; tudo aquilo que pertence
a todo fundamento por si próprio, mas sem fazer parte de sua essência".)

11. Nesse ponto, não se pode deixar de registrar certa coincidência com a postura "realista" das
escolas escandinava e norte-americana contemporâneas, que em busca dc uma base empírica para
a ciência jurídica elege exatamente a decisão judicial como pauta da redefinição dos conceitos
jurídicos, libertos daquele "mundo fantasmagórico de entidades jurídicas supralegais" de que nos fala
Cohen. Cf. Luís Alberto Warat, Mitos e Teorias na Interpretação da Lei, Porto Alegre, 1979, p. 52.

12. De acordo com a conhecida divisão de tarefas da semiótica, proposta por Morris a partir da
definição de Peirce para "signo" em termos de uma relação triádica envolvendo "algo (um objeto) que
significa alguma coisa (o signo) para alguém (o sujeito intérprete)", distingue-se uma dimensão
sintática, onde se pode estudar as relações dos signos entre si em um plano estritamente formal, de
outras duas dimensões, mais concretas, que são a semântica, direcionada para o estudo da relação
doadora do significado, estabelecida entre os signos e os objetos a que se referem, e a pragmática,
onde se procura estabelecer o sentido, a conotação adquirida pelo signo, examinando o modo como
o utilizam os sujeitos na concreta relação comunicativa em que se encontram. Cf. Charles Morris,
Fundamentos da Teoria dos Signos, São Paulo, 1976; Tércio Sampaio Ferraz Jr.. Teoria da Norma
Jurídica, Rio de Janeiro. 1978, esp. pp. 2-3.

13. A propósito, consulte-se a contribuição fundamental de Tito Carnacini, "Tutela giurisdizionale e


tecnica del processo", in Studi in onore di Enrico Redenti. vol. II, Milano, 1951, pp. 693-ss.

14. A expressão é de Liebman. V. supra, sub nota 2.

15. É o que se conclui da interessante análise fenomenológica do direito, levada a cabo por um
discípulo uruguaio de Hartmann, Juan Llambías de Azevedo. Cf. "Eidetics and Aporetics of the Law"
in XXIth Century Latin-American Legal Philosophers, Cambridge, Mass., 1948, p. 417, nota, e passim
.

16. Cf. Mandrioli, Corso di diritto processuale civile, vol. I, Torino, 1978, pp. 17-21.

17. Cf. Gurvich, Derecho Procesal Civil Soviético, Madrid, 1971, p. 331.

18. Cf. Adolf Merkel, Enciclopedia Jurídica, Madrid, 1924, § 813, p. 476.

19. Cf. Alf Ross, Sobre el Derecho y la Justicia, Buenos Aires, 1963, pp. 221-ss.

20. A propósito, já se manifestou Fazzalari sobre a necessidade de se estar atento aos mitos
gerados pela doutrina processual, dentre os quais, ao lado de outros como a ação, a pretensão e a
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relação processual, destaca precisamente a coisa julgada. Cf. "L'esperienza del processo nella
cultura contemporanea", in Rivista di diritto processuale, 1965, I, pp. 10-ss., esp. 13-14, pp. 25-28.

21. Cf. Zygmunt Bauman, Por uma Sociologia Crítica. Um ensaio sobre senso comum e
emancipação, Rio de Janeiro, 1977, pp. 78-ss.

22. Husserl, Recherches Logiques, vol. II, Paris, 1963, p. 231. A denominação, na verdade, foi
sugerida com precedência por Franz Brentano, de quem Husserl foi discípulo, o qual, por sua vez, a
remonta aos filósofos escolásticos, que já se referiram a uma existência intencional ou meramente
mental de certos objetos (v. id. ib., pp. 168-ss.), como atesta a seguinte passagem de Tomás de
Aquino, em seu comentário à Metafísica de Aristóteles, Liv. IV, 1, 4, n. 574: "Ens autem rationis
dicitur proprie de illis intentionibus, quae ratio adinvenit in rebus consideratis, sicut intentio generis,
speciei et similum, quae quidem non inveniuntur in rerum natura sed considerationes rationis
sequuntur. Et hujusmodi, scil, ens rationis, est proprie subjectum Logicae" (e não da ontologia!).

23. Cf. Rocha, Teoria Geral do Processo. São Paulo. 1986, p. 128.

24. Cf. Chiovenda, Principi di diritto processuale civile, Napoli, 1965, § 78, pp. 706-7.

25. Cf. Piero Sereni. Aspetti del processocivile negli Stati Uniti. Milano, 1954. pp. 106-112.

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