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Programa de Saúde Escolar em Moçambique: Análise do actual sistema de Monitoria e Avaliação e contribuição para o seu

melhoramento

UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

FACULDADE DE MEDICINA

DEPARTAMENTO DE SAÚDE DA COMUNIDADE

MESTRADO EM SAÚDE PÚBLICA

Programa de Saúde Escolar em Moçambique: Análise do


actual sistema de monitoria e avaliação e contribuição para o
seu melhoramento

Judas Xavier Massingue

Tese de Mestrado em Saúde Pública

Maputo, Janeiro de 2014

UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE


Judas Xavier Massingue
Programa de Saúde Escolar em Moçambique: Análise do actual sistema de Monitoria e Avaliação e contribuição para o seu
melhoramento

FACULDADE DE MEDICINA

DEPARTAMENTO DE SAÚDE DA COMUNIDADE

MESTRADO EM SAÚDE PÚBLICA

Programa de Saúde Escolar em Moçambique: Análise do actual


sistema de monitoria e avaliação e contribuição para o seu
melhoramento

Dissertação apresentada como parte dos requisitos para a obtensão do grau de Mestre em Saúde
Púbica

Elaborado por:

Judas Xavier Massingue

Supervisor:

Professor Doutor Baltazar Chilundo

Maputo, Janeiro de 2014

Judas Xavier Massingue


Programa de Saúde Escolar em Moçambique: Análise do actual sistema de Monitoria e Avaliação e contribuição para o seu
melhoramento

I. RESUMO
As escolas constituem um importante espaço para a promoção da Saúde, uma vez que alcançam
mais de um bilião de crianças em todo mundo, através destas os funcionários das escolas, as
famílias e a comunidade no seu todo.

A Saúde Escolar (SE) integra várias componentes interligadas de entre as quais se destacam: (i)
a educação para fortalecer a auto-estima e a capacidade das crianças, adolescentes e jovens para
adoptar hábitos e estilos de vida saudáveis; (ii) a promoção da saúde do aluno, professor e
trabalhadores da escola; (iii) os serviços de saúde e nutrição; (iv) educação física; (v) recreação,
desportos e outras actividades que contribuam para o desenvolvimento humano integral.

O Ministério de Saúde (MISAU) e o Ministério da Educação (MINED) de Moçambique


assinaram o memorando de entendimento para a promoção de SE e do adolescente, em 2001, que
foi actualizado em 2009, porém, constata-se que grande parte das escolas em Moçambique não
implementa com consistência as acções de SE segundo as estratégias, planos e guiões
orientadores existentes no País. Em 2007, apenas 8% dos alunos (325.727 num total de
4.093.423 matriculados) foram submetidos a exames gerais de saúde nas escolas do País, para a
detecção precoce de doenças. O número de alunos examinados variou drasticamente de uma
província para a outra, por exemplo a provincia do Niassa examinou 102.792 e Nampula apenas
700.

Entre as razões do fracasso da implementação efectiva da promoção de SE pode-se incluir a


existência de um sistema de monitoria e avaliação (M&A) não efectivo que facultaria a
informação necessária para os processos de planificação, implementação, tomada de decisões
sobre a alocação e distribuição de recursos.

Das poucas pesquisas feitas em Moçambique sobre a SE, nenhuma dedicou-se à análise do
sistema de M&A das intervenções, papel de um plano de M&A e importância do envolvimento
dos intervenientes chaves na definição de indicadores, principais sucessos e desafios.

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Esta pesquisa-acção teve como objectivo geral o seguinte: Avaliar as condições do actual sistema
de M&A para o programa de SE implementado pelo MISAU e MINED e propor melhoramento.
O Estudo envolveu 145 participantes entre alunos, membros do Conselho da Escola (CE),
professores e técnicos de SE nas escolas e US, directores das escolas, responsáveis de SE nos
Serviços Distritais de Educação, Juventude e Tecnologia (SDEJT), Serviços Distritais de Saúde,
Mulher e Acção Social (SDSMAS), directores dos SDSMAS, SDEJT, responsáveis de SE nas
Direcções Provinciais de Educação e Cultura (DPEC), Direcção Provincial de Saúde (DPS),
Organizações Não Governamentais (ONGs) que trabalham na SE, técnicos de SE no MINED e
MISAU. Seis escolas foram visitadas nas províncias de Gaza, Zambézia e Nampula
representando as regiões Sul, Centro e Norte de Moçambique.

Desta avaliação, tiramos as seguintes conclusões:


 A maior parte dos técnicos de saúde e educação responsáveis pela SE, não têm formação
sobre a M&A. As transferências dos técnicos capacitados não têm sido acompanhadas de
uma base de dados, dificultando a integração destes nas intervenções de SE com
consequente limitação do uso do seu potencial. As capacitações dadas até à altura da
realização deste trabalho eram presenciais, não se aproveitando as novas tecnologias de
informação e comunicação.

 Os instrumentos de M&A elaborados em 2012, estão focalizados na monitoria, ficando a


componente de avaliação sem instrumentos padronizados. A ausência de um plano de M&A
para o programa de SE, pode estar aliada a este foco nos instrumentos de monitoria em
deterimento dos de avaliação.

 A elaboração de um plano de M&A do programa de SE pode contribuir para a colheita e


tratamento de informação atempada e de boa qualidade para informar a tomada de decisões
para a sua implementação eficaz;

 Os professores e os técnicos de saúde responsáveis pela SE desempenham um papel


importante para o sucesso das intervenções de SE, incluindo a respectiva M&A, porém, não
existe um indicador sobre o número de horas que estes dedicam por semana a esta

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actividade. Como resultado não se registam horas extraordinárias, não havendo qualquer
compensação, o que de certa forma desmotiva o seu pleno desempenho;

 O levantamento estatísco anual realizado pelo MINED, a 3 de Março de cada ano, não inclui
dados sobre o saneamento do meio (número de latrinas funcionais separadas para meninas e
meninos, bem como fontes de água funcionais na escola), apesar de ser um indicador muito
importante para a retenção da rapariga na escola.
 As crianças desempenham um papel muito importante nas intervenções de SE ao nível da
turma, da escola e da comunidade mas não existe nenhum instrumento que elas podem usar
para a M&A das actividades desenvolvidas.

 Os fundos do Apoio Directo às Escolas (ADE) têm contribuído para o melhor desempenho
das intervenções de SE em duas das 6 escolas visitadas. Porém, os recursos financeiros e
materiais alocados para as intervenções de SE e respectiva M&A são inadequados para as
reais necessidades desde o nível da escola, Zona de Influência Pedagógica (ZIP), distrital,
provincial e central.

 Há um fraco envolvimento do sector privado na promoção das intervenções de SE e


respectiva M&A. Apenas um dos entrevistados referiu-se ao sector privado como
interveniente nas iniciativas de SE e sua M&A.

Com base nos vários aspectos analisados e nas conclusões tiradas, as seguintes recomendações
são feitas:

 Incluir a cadeira ou módulo de SE, incluindo a M&A, nas instituições de formação dos
professores e dos técnicos de Saúde.

 Oferecer oportunidades sistemáticas de formação contínua em SE, incluindo a M&A para os


professores e técnicos de saúde responsáveis pela SE, que podem incluir um módulo de
formação “ONLINE” (à distância via internet).

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 Rever os actuais indicadores e instrumentos de M&A, que estão focalizados na monitoria,


para se incluir os relativos à avaliação de forma padronizada bem como a percentagem do
orçamento institucioanal em acções de M&A das intervenções de SE;

 Elaborar um plano de M&A do programa de SE implementado pelo MISAU e MINED que


possa facultar informação atempada e de boa qualidade para a tomada de decisões para a
implementação eficaz do programa. Um quadro de referência para a M&A do Programa de
SE em Moçambique é apresentado como parte desta pesquisa-acção;

 Incluir o indicador sobre o saneamento do meio da escola (número de latrinas funcionais


separadas para meninas e meninos, número de fontes de água funcionais) no levantamento
estatístico anual realizado pelo MINED, a 3 de Março de cada ano;

 Incluir um indicador sobre o número de horas dedicadas à SE pelos professores e técnicos


de saúde responsáveis por estas actividades ao nível da escola e da respectiva US;

 Elaborar instrumentos de M&A de SE a serem usados pelos alunos para as intervenções que
desenvolvem ao nível da turma, escola e comunidade circumvizinha da escola;

 Elaborar uma estratégia para o envolvimento do sector privado na promoção das


intervenções de SE e respectiva M&A, no âmbito da sua responsabilidade social.

Palavras Chaves: Programa de Saúde Escolar; Sistema Monitoria e avaliação, Dados,


informação, Instrumentos de Monitoria e Avaliação, Indicadores e Quadro de referência de
Monitoria e avaliação

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II. ABSTRACT
Schools are an important space for health promotion, given the fact that they reach more than
one billion of children around the world as well as school workers, caregivers and the whole
community.

School Health (SH) is composed by various interlinked components including: (i) education for
building children, adolescents and youth self-steam in order to adopt health practices and life
styles; (ii) Students, teachers and school workers health promotion; (iii) health and nutrition
services; (iv) physical education; (v) recreation, sports and other activities that contribute for
integral human development.

The Ministry of Health (MoH) and the Ministry of Education (MoE) in Mozambique signed an
memorandum of understanding (MoU) for promotion of adolescent and school age children´s
health, in 2001, which was updated in 2009, however, research finds that many schools in
Mozambique do not implement SH in consistency with existing strategies, plans and guidelines.
In 2007, only 8% of children (325727 out of 4093423 school age children) were submitted to
general medical examination for early detection of diseases. The number of children submitted to
medical examination varied drastically from one province to other, for example Niassa examined
102792 while Nampula examined 700.

Existence of non-effective monitoring and evaluation (M&E) system that would provide
necessary information for planning, implementation, decision making on resource allocation and
distribution, is one of the reasons for ineffective implementation of SH program in Mozambique.

Out of the few research done in Mozambique on SH, none was dedicated to analyses of the M&E
system for SH interventions, the role of a M&E framework and importance of key actors in
identification of indicators, tools, challenges and main success.

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The main objective of this Action-Research study was to evaluate the current conditions of the
M&E system of SH program implemented by the MoH and the MoE and propose improvements.
A total of 145 students, members of school council (SC), focal points for SH at school, HF,
district, provincial and central levels, school headmasters, Directors of Education and Health
Services, representatives of Non Government Organizations (ONGs) that work on school health,
head of SH departments at MoE and MoH. Six schools were visited in Gaza, Zambézia and
Nampula provinces, representing the South, Centre and North regions of Mozambique.

The following are the main conclusions of this Action-Research:


 The majority of SH Focal points at different levels of Education and Health Sectors are not
trained on M&E. The transference of trained technicians is not followed by a database,
making it difficult their integration in the new duty stations into the SH interventions,
therefore, limiting the use of their potential. The trainings that have been delivered are
presence-based, leading to less use of opportunities offered by the new information and
communication technologies.

 The M&E tools for SH Program developed in 2012, does focus on monitoring, leaving the
evaluation component without standardized tools. The focus on monitoring tools, instead of
evaluation might be due to the lack of an M&E Plan for the SH Program;

 The development of an M&E Plan for SH Program can contribute for timely and good
quality data collection, producing information for decision making that leads to effective
implementation of SH Program;

 Teachers and health technicians who are focal points for SH Program play a pivotal role for
the success of the SH interventions but there is no an indicator related to number of hours
they dedicate per week for SH activities. As result, there is no registration of extraordinary
hours for further compensation, leading to certain level of motivation, with consequences of
low performance;

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 The annual statistical survey undertaken by the MoE (March 3 rd) does not include data related
to water and sanitation (number of functioning latrines for girls and boys, number of
functional sources of water), although, it is a very important for retention of girls at school;

 Children play an important in the SH interventions at the classroom, school and the
community bur there is no any tool that they can use for M&E of the activities that are
developing;

 The Direct Support to School Fund (ADE) has contributed to better performance of SH
interventions in two out of the six schools visited. However, the financial and material
resources allocated for SH and its M&E are inadequate for the real need from school, the
Influencial Pedagogic Zone, district. Provincial and central levels;

 There is low involvement of private sector in the promotion of SH interventions and its
respective M&E. Only one out of the 145 interviewers listed private sector as key player on
SH interventions and its M&A.

Based on research findings, analyses and conclusions, the following recommendations are made:

 Inclusion of a training module on SH and its M&E in the teachers and health technicians
training institutions;

 Offering opportunities to systematic in service training on SH and its respective M&A,


especially teachers and health technicians that are focal points for SH. Those training
opportunities might include an ONLINE SH M&E training module;

 Review of the current indicators and tools of M&A that are focused on monitoring to
include those related to evaluation in a standardized manner as well as budgeting for the
M&E of SH Program interventions;

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 Development of a M&E Plan for SH Program implemented by MISAU and MINED that
would facilitate timely and good quality information for decision making for effective
implementation of the program. A reference framework for M&E of SH Program is
presented in this action-research;

 Inclusion of an indicator related to school water and sanitation (number of functioning


latrines for girls and boys, number of functional sources of water) at annual the MINED´s
statistical annual survey, done every year by March 3rd;

 Inclusion of an indicator related to number of hours dedicated to SH by SH focal point


teachers and health technicians at school and health facilities (HF);

 Development of M&E tools to be used by students for SH intervention they perform at their
class room, school and school surrounding communities;

 Development of a strategy for private sector involvement on promotion of SH interventions


and its M&E, through their corporate social responsibility.

Key words: School Health Program; Monitoring and Evaluation System, Data, information,
monitoring and evaluation tools, Indicators and Reference framework for monitoring and
evaluation

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III. DECLARAÇÃO

Declaro por minha honra que este trabalho é da minha autoria, fruto de colheita e análise de
dados na área objecto de estudo, revisão bibliográfica e discussões com personalidades
tecnicamente competentes nos assuntos de Saúde Escolar.

--------------------------------------------------

Judas Xavier Massingue

(Candidato ao grau de Mestre em Saúde Pública)

Maputo, aos _______de___________________de 2014

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IV. DEDICATÓRIA

Dedico esta tese `a memória do meu pai-Xavier Massingue, à minha mãe-Aulina Vilanculos pela
sábia orientação educacional dos seus filhos. Ao meu irmão mais velho- Reginaldo Massingue
por ter acreditado e apostado na minha Educação. Aos meus filhos- Jovial, Lúcia, Pérola; minha
sobrinha Sofia, meu cunhado Joseldo e à minha esposa-Brígida pelo encorajamento e
compreensão à minha missão académica, nas diferentes fases desta pesquisa.

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V. AGRADECIMENTOS

Diversas individualidades e instituições contribuíram directa ou indirectamente para que este


trabalho fosse uma realidade. Endereço o meu profundo agradecimento a todas, destacando:

O meu supervisor, Professor Doutor Baltazar Chilundo pelo seu incansável apoio e orientação
nas diferentes fases deste trabalho;

Aos membros do Comité Nacional de Bioética em Saúde do Ministério da Saúde, Direcção


Nacional de Saúde Pública, Direcção dos Programas Especiais do Ministério da Educação, pela
colaboração e apoio durante a fase de elaboração e aprovação do protocolo da pesquisa.

Aos alunos, membros dos Conselhos de Escolas, professores, directores de Escola, técnicos de
Saúde e de Educação responsáveis pela SE no distrito de Manhiça (EPC da Maragra), Província
de Maputo, pela colaboração na fase Piloto da pesquisa.

Aos alunos, membros dos Conselhos de Escolas, professores, directores de Escola, técnicos de
Saúde e de Educação responsáveis pela SE em Morrumbala (EP1 de Gera, CS de Pinda, EPC
Samora Machel), Nacala a Velha (EP1 de Niviria, EPC Josina Machel) e Chibuto e à Save the
Children Internacional em Moçambique (Baslucas Nhar, Mengos Nazaré, Celso Pereira, Galo
Mugaua, Arnaldo Sitóe) pela colaboração, apoio e compreensão nas fases de colheita de dados e
comentários da versão inicial;

Aos funcionários e docentes do Núcleo de Mestrado em Saúde Pública, na Faculdade de


Medicina da UEM, Direcções Provinciais (da cidade na capital do País) de Saúde, Educação e
Cultura, aos Serviços Distritais de Saúde Mulher e Acção Social bem como dos de Educação,
Juventude e Tecnologia dos distritos de Morrumbala (Zambézia), Nacala a Velha (Nampula) e
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Chibuto (Gaza), pela facilitação do material bibliográfico e comentários técnicos oportunos. Ao


Dr. Victor Sitão, chefe do Programa de Saúde Escolar no MISAU e Dra Teodora Cassamo
(ausente), chefe do Departamento de HIV e Saúde Escolar no MINED, Dra Helena Ângelo,
técnica de SE no MINED pela revisão do primeiro esboço desta tese;

A todos estudantes do curso de Mestrado em Saúde Pública, na faculdade de Medicina, turma de


2010, os elementos do meu grupo de estudo: Dra. Gina Sitóe, Dr. Aires Baptista, Dr. Assane
Macangira, pelo apoio prestado ao longo dos anos de formação;

Ao Dr Alfredo Zunguze (geógrafo) pelo apoio na elaboração dos mapas dos distritos abrangidos
pela pesquisa.

À minha família, amigos e Save the Children Internacional em Moçambique (Dra Lesley Holst,
Valério Zango) pelo apoio, carinho e compreensão durante a realização deste trabalho.

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VI. Indice

No Título Página

I Introdução 1
II Revisão da literatura e quadro conceptual 10

III Metodologia do estudo 20


IV Resultados 39
V Discussão de Resultados 51
VI Conclusões e Recomendações 88
VII Referências bibliográficas 92
VIII Apêndices 101

VII. Lista de Figuras

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No Título Página

1 Nacala a Velha, um dos distritos onde foi feita a colheita de 24


dados ao nível das escolas e US
2 Nacala a Velha, Morrumbala, Chibuto, três distritos, nas zonas 25
Sul, Centro e Norte do País, onde foi feita a colheita de dados ao
nível das escolas e US
3 Professores capacitados em matéria de Saúde Escolar, em 2007 41
4 Quadro de Organização para um Sistema Nacional Funcional de 51
M&A – 12 Componentes
5 Proposta de introdução de uma unidade de M&A para o 58
programa de SE
6 Quadro esquemático para a Qualidade de Dados 59

7 O enquadramento da SE ao nível central do Ministério da Saúde 63

8 O enquadramento da SE ao nível central do Ministério da 63


Educação
9 O enquadramento da M&A no ciclo de planificação 65
10 Grelha de resultados do Programa de SE em Moçambique 66

VIII. Lista de Tabelas

No Título Página

1 Comparação do estágio de desenvolvimento da M&A do 18

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programa de SE em Moçambique com outros países


2 Locais onde foi feita a colheita de dados ao nível das escolas e 23
US
3 Categorias que foram utilizadas na colheita de dados bem 32
como na análise dos mesmos
4 Características sócio-demográficas dos participantes na 51
pesquisa
5 Número de escolas abrangidas, professores capacitados e alunos 46
abrangidos pela Campanha Nacional de Saúde Oral
6 Resumo dos Principais Resultados da Pesquisa 49

7 Proposta da Lista de Indicadores Chaves para a M&A do 67


Programa de SE em Moçambique
8 Matriz de operacionalização do quadro de referência para o 73
plano de M&A do programa de SE em Moçambique

IX. Lista de Abreviaturas

Abreviatura Significado
CE Conselho de Escola
CNCS Conselho Nacional de Combate ao SIDA
DNSP Direcção Nacional de Saúde Pública

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DPEC Direcção Provincial de Educação e Cultura


DPS Direcção Provincial de Saúde
EPC Escola Primária Completa
EP1 Escola Primária do Primeiro Grau
EPS Educação para Saúde
FAO Fundo das Nações Unidas Para Agricultura (sigla em língua
inglesa)
FNUAP Fundo das Nações Unidas para as actividades da População
HIV Virus da Imunodeficiência Humana (sigla em língua inglesa)
INE Instituto Nacional de Estatística
ITS Infecções de Transmissão Sexual
Km Quilómetros
MAE Ministério de Administração Estatal
M&A Monitoria e Avaliação

MCT Minsitério de Ciência e Tecnologia de Moçambique


MINED Ministério de Educação
MISAU Ministério de Saúde
NED Núcleo de Estatística Distrital
NEP Núcleo de Estatística e Planificação
OMS Organização Mundial de Saúde
ONG Organização Não Governamental
PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
PEPFAR Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos da
América para o Alívio ao SIDA.
RM República de Moçambique
SADC Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (sigla

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em língua inglesa)
SDEJT Serviços Distritais de Educação, Juventude e Tecnologia
SDSMAS Serviços Distritais de Saúde, Mulher e da Acção Social
SE Saúde Escolar
SIDA Sindrome de Imunodeficiência Adquirida
SNS Sistema Nacional de Saúde
UEM Universidade Eduardo Mondlane
UNICEF Fundo das Nações Unidas para a Infância (sigla em língua
inglesa)
US Unidade Sanitária
USAID Agência Americana para o Desenvolvimento Internacional
WHO Organização Mundial de Saúde (sigla em língua inglesa)
ZIP Zona de Influência Pedagógica

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CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO

Neste capítulo apresentamos o problema do estudo e sua justificação, as perguntas, os objectivos


da pesquisa e a motivação individual do pesquisador. Os resultados esperados e a estrutura geral
da tese são igualmente descritos.

1.1 Domínio do Problema e Justificação

As escolas constituem um importante espaço para a promoção da Saúde, uma vez que alcançam
mais de um bilião de crianças em todo mundo, através destes, os funcionários das escolas, as
famílias e a comunidade no seu todo (Kwan et al., 2005). Com base nos princípios orientadores
da carta de Ottawa sobre a promoção de saúde, a Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou
em 1995 a iniciativa global de saúde escolar (OMS, 1999). Esta iniciativa visa estimular as
escolas como promotoras de saúde que procuram mobilizar e fortalecer a promoção de saúde e
actividades educacionais para melhorar a saúde dos alunos, funcionários da escola, famílias e a
comunidade (WHO, 1998 e OMS, 2003).

A Saúde Escolar (SE) integra várias componentes interligadas de entre as quais se destacam: (i)
a educação para fortalecer a auto-estima e a capacidade das crianças, adolescentes e jovens para
adoptar hábitos e estilos de vida saudáveis; (ii) a promoção da saúde do aluno, professor e
trabalhadores da escola; (iii) os serviços de saúde e nutrição; (iv) educação física; (v) recreação,
desportos e outras actividades que contribuam para o desenvolvimento humano integral
(Yoshimura et al., 2009; Lee et al., 2005).

Estudos revelam que as infecções helmínticas, particularmente por lombrigas (Ascaris


lumbricoides) têm influência na frequência escolar e afectam negativamente as habilidades
cognitivas das crianças (Drake et all, 2000), prejudicando deste modo a sua aprendizagem.
No âmbito da acção intersectorial, em 2001, o Ministério de Saúde (MISAU) e o Ministério da
Educação (MINED) de Moçambique assinaram um Memorando de Entendimento para a
promoção de SE e do adolescente, (MISAU e UNICEF, 2003). Foram seguidamente elaborados

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documentos para a operacionalização deste acordo, entre os quais: (i) Estratégia de SE (MISAU
e UNICEF, 2001); (ii) Documento de orientação sobre SE (MISAU e MINED, 2009); (iii)
instrumentos de recolha de dados. Embora o documento de orientação sobre SE, contenha a
proposta dos 11 indicadores, nota-se a ausência de um plano de Monitoria e Avaliação (M&A)
que possa facultar a informação necessária para a tomada de decisões no desenvolvimento do
programa de SE. Esses indicadores enquadram-se nas 5 categorias de desenvolvidas pela
Organização Mundial de Saúde (OMS), excepto a categoria relativa à habilidades de
aprendizagem, frequência e resultados da aprendizagem (WHO, 1996).

O presente trabalho de pesquisa resulta da constatação de que grande parte das escolas em
Moçambique não implementa com consistência as acções de SE segundo as estratégias, planos e
guiões orientadores existentes no País (Cossa, 2009). Entre as razões do fracasso da
implementação efectiva da promoção de SE pode-se incluir a existência de um sistema de M&A
não efectivo (SADC, 2006). Um sistema efectivo de M&A estimula uma aprendizagem contínua
dos intervenientes na implementação de programas de desenvolvimento ou de assistência
humanitária (emergência). Ele faculta a informação necessária para os processos de planificação,
tomada de decisões sobre a alocação e distribuição de recursos (WHO, 2010). Esta planificação e
tomada de decisões visam melhorar processos de períodos anteriores e são baseados nas
evidências documentadas através de um sistema efectivo de M&A. O desenvolvimento de um
sistema efectivo de M&A passa pela definição de indicadores que (i) fornecem dados úteis com
valor acrescentado, (ii) estejam enquadrados nos programas em desenvolvimento; (iii) facilitam
conhecimento e compreensão sobre como o programa é implementado; (iv) são desenvolvidos
com o envolvimento dos principais actores e (v) representam as cinco dimensões dos programas
de SE (Leger, 2000).

Para um sistema de M&A efectivo e estimulante, os principais intervenientes na SE devem


possuir as competências adequadas para a recolha e análise de dados e sistematização da
informação que facilite a tomada de decisões nas intervenções desenvolvidas no programa.
Procuraremos neste projecto de pesquisa desenvolver um quadro de referência para um plano de
M&A para o programa de SE em Moçambique.

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Em 2007, apenas 8% dos alunos (325.727 num total de 4.093.423 matriculados) foram
submetidos a exames gerais de saúde nas escolas do País, para a detecção precoce de doenças. O
número de alunos examinados variou drasticamente de uma província para a outra, por exemplo
a provincia do Niassa examinou 102.792 e Nampula apenas 700. Dos alunos examinados, em
todo País, cerca de 10% foram detectados com problemas de Saúde (31.595), sendo que 42.102
foram transferidos para atendimento na unidade sanitária (US). Dos 292.574 alunos examinados
em Saúde oral, (9%) 26.549 apresentaram problemas, enquanto que dos 244.083 examinados à
saúde ocular (1%) 2.547 apresentaram problemas. Quanto à saúde mental, dos 243.592
examinados, (3%) 6.851 apresentaram problemas (MISAU, 2007).

Com base nstes dados, obtidos na fonte do MISAU, nota-se a magnitude dos problemas de Saúde
nas crianças e adolescentes matriculadas nas escolas do País, em 2007. Todavia, uma leitura
atenta dos mesmos mostra uma inconsistência, pois, o número de alunos transferidos à US é
maior que o número dos que foram detectados com problemas de saúde, em algumas províncias.

Em 2005, cerca de 70% das 9806 escolas do ensino primário que existiam em Moçambique, não
possuíam água, nem sistemas de saneamento. Além disso, a maioria das escolas também não
possuíam programas ou serviços de saúde (UNICEF, 2006).

Borge et al., (2008) constatou que há uma grande lacuna entre os guiões nacionais e
internacionais para a promoção de SE e as práticas correntes dos funcionários de saúde. A falta
de clareza dos guiões oficiais aliada à falta de uma formação adequada e contínua na área de
serviços de SE pode levar à implementação deficiente dessas intervenções.

Cossa (2009), constatou, por exemplo, que nas escolas avaliadas no distrito de Matola, província
de Maputo, não existem comissões de SE; nota-se uma clara ausência de muitos intervenientes
no processo de implementação da estratégia de SE. Esta ausência pode estar aliada à limitação da
percepção do papel que cada um dos intervenientes desempenha no processo de M&A.

São vários os desafios identificados para uma efectiva M&A do programa de SE em


Moçambique, sendo de destacar a compreensão inadequada do conceito de M&A e do seu papel

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por parte dos diferentes intervenientes no programa. A falta de um plano de M&A aliado à
limitada capacidade humana e institucional dos vários intervenientes bem como a falta de
consenso na estratégia de recolha de dados, verificação dos mesmos para assegurar a qualidade é
outro desafio importante (SADC, 2006).

Embora esforços estejam sendo feitos para monitoria das actividades, ainda não existem
instrumentos padronizados de recolha de dados a todos os níveis, que facilitem as equipas de
supervisão o acompanhamento da implementação das acções de SE durante as visitas de
supervisão pedagógica, nem a agregação desses dados de modo a acompanhar o desempenho do
programa no país e facilitar o processo de monitoria. A falta de um sistema padronizado, de
recolha e análise de informação sobre a SE a todos os níveis, não permite visualizar a magnitude
dos problemas de saúde na comunidade escolar no país (MINED, 2010).

Os dados resultantes de um bom sistema de M&A devem responder às necessidades de todos


intervenientes. Todos intervenientes devem ser envolvidos no processo de elaboração de todo
sistema de M&A, incluindo a elaboração dos instrumentos a serem usados como é o caso do
plano de M&A (Rowling e Jeffreys, 2000).

A M&A é uma componente importante nas intervenções de desenvolvimento que quando não for
devidamente abordada leva a insucesso das iniciativas desenvolvidas. Das poucas pesquisas
feitas em Moçambique sobre a SE, nenhuma dedicou-se à análise do sistema de M&A das
intervenções, papel de um plano de M&A e importância do envolvimento dos intervenientes
chaves na definição de indicadores, principais sucessos e desafios.

1.2 Objectivos da Pesquisa

1.2.1 Geral

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Avaliar as condições do actual sistema de M&A para o programa de SE implementado pelo


MISAU e MINED.

1.2.2 Específicos, apresentados por subcategorias de pesquisa e de acção dada a natureza


deste trabalho que se assenta na abordagem Pesquisa-Acção (tal como descrito no capítulo
seguinte)

a) Descrever o estágio actual do sistema


de M&A de intervenções de SE desde o
nível da escola até ao nível central;

b) Identificar as forças, oportunidades,


fraquezas e ameaças das práticas actuais
de M&A dos programas de SE;

c) Analisar os instrumentos actualmente


usados para a recolha de dados para
M&A de acordo com os indicadores
para o programa de SE;
d) Analisar o papel dos profissionais da
Educação e da Saúde bem como dos
alunos, encarregados de educação e
outros intervenientes no programa de
SE na implementação do sistema de
M&A do programa de SE.

e) Elaborar um quadro de referência


para um plano de M&A do Programa
de SE.

1.3 Questões de Pesquisa

A fim de responder aos objectivos do estudo, foram identificadas as seguintes questões


específicas:
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1.3.1 Quais são as condições do actual sistema de M&A para o programa de SE implementado
pelo MISAU e MINED?

1.3.1.1 Qual é a percepção dos profissionais de Saúde e Educação bem como os alunos e
encarregados de Educação sobre a importância da M&A das intervenções de SE e do seu papel?
1.3.1.2 Que competências os profissionais da saúde e da educação bem como os alunos e
encarregados de educação possuem para monitorarem e avaliarem o programa de SE?
1.3.1.3 Quais são os indicadores que são usados para medir o desempenho do Programa de SE?
1.3.1.4 Que instrumentos são usados na M&A das intervenções da SE?
1.3.1.5 Quais são as forças, oportunidades, fraquezas e ameaças do actual sistema de M&A das
intervenções de SE?

1.3.2 Que componentes são fundamentais para a elaboração de um quadro de referência


para um plano de M&A?
1.3.2.1 Que indicadores e ferramentas melhor respondem a um quadro de referência para um
plano de M&A do programa de SE tendo em conta as condições identificadas?
1.3.2.2 Que recursos são necessários para uma efectiva implementação do plano de M&A do
programa de SE?

1.4 Motivação Individual

O autor do presente trabalho é colaborador, desde 2002 (11 anos), de uma organização não
governamental que luta pelos direitos da criança no mundo, a Save the Children, que em
Moçambique tem como uma das áreas de intervenção a SE. De 2002 a 2009 desempenhou as
funções de gestor de programas virados para a prevenção e mitigação do impacto de Virus da
Imunodeficiência Humana (HIV) e Sindrome de Imunodeficiência Adquirida (SIDA) nas
crianças em cinco províncias do País, nomeadamente: Gaza, Manica, Nampula, Sofala e
Zambézia. De 2010 a 2012 desempenhou as funções de Coordenador de Participação da Criança
com enfoque na M&A dos programas, entre os quais, os de Saúde, Educação, Segurança
Alimentar e Nutrição. Actualmente, desempenha as funções de Gestor Sénior para os Programas
de Governação e Direitos da Criança, tendo como um dos princípios básicos a programação

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baseada em Direitos humanos, especialmente, os da Criança. Nas reflexões da sua prática


profissional foi construindo em si o princípio de que a coordenação entre os diferentes actores,
multidisciplinaridade e a prestação de contas baseada num adequado sistema de M&A são
factores chaves para o sucesso das intervenções de desenvolvimento.

Acompanhou a concepção e implementação de iniciativas como “Escola como Centro de


Desenvolvimento da Comunidade”, implementada pela Save the Children em algumas escolas
das províncias de Manica e Sofala bem como do programa de “Saúde Escolar e Nutrição” em
implementação nas províncias de Gaza e Zambézia. Estas intervenções cimentaram em si a
convicção da Escola, como um espaço que deve ser seguro e saudável, facilitador da adopção de
comportamentos mais saudáveis. Está numa posição ideal para promover e manter a saúde da
comunidade educativa e da comunidade envolvente.

Está convicto de que a sua contribuição através deste trabalho, pode levar `a melhoria do sistema
de M&A das intervenções de SE implementado pelo MISAU e MINED. Um plano de M&A que
guie o fornecimento de dados completos, correctos, consistentes e atempados contribui para a
produção de uma informação oportuna para facilitar processos de planificação e tomada de
decisões sobre alocação e distribuição de recursos necessários para o alcance dos objectivos do
programa de SE.

1.5 Resultados Esperados

Esta pesquisa é um contributo importante à Saúde Pública e ao desenvolvimento dos sistemas de


M&A de SE em condições tipo de países de baixos índices de desenvolvimento humano. Ao
focalizar na análise do sistema de M&A do programa de SE, contribuirá para apoiar os processos
de planificação, implementação e de tomada de decisão na alocação, distribuição e utilização de
recursos neste programa. A interacção com os diferentes intervenientes no programa de SE, ao
longo das diferentes fases da realização da pesquisa, contribuíu para o fortalecimento das
capacidades destes na M&A do programa. A finalidade última é um quadro de referência para
um plano de M&A tipo que poderá alimentar o sistema de M&A do programa de SE
implementado pelo MISAU e MINED.

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1.6 Estrutura da Tese

Esta tese é composta por sete capítulos. No Capítulo I, apresentamos o domínio do problema e
justificação do estudo, os objectivos, as questões de estudo, motivação individual e resultados
esperados.

O Capítulo II, revisão da literatura e quadro conceptual, focaliza nas principais definições, como
a de Saúde, Saúde Escolar, sistema de informação em Saúde, monitoria e avaliação, plano de
monitoria e avaliação. Descreve as principais intervenções de Saúde Escolar e sua respectiva
monitoria e avaliação. As principais boas práticas e lições aprendidas na monitoria e avaliação da
Saúde Escolar em Moçambique são explanadas neste capítulo.

O contexto e metodologia do estudo, incluindo tipo de estudo, locais de realização, critérios de


inclusão dos participantes, aspectos éticos considerados, procedimentos, instrumentos de recolha
de dados e limitações do estudo são descritos no Capítulo III.

No Capítulo IV, Resultados, começa com a caracterização sócio-demográfica dos participantes


do estudo, seguindo-se a apresentação das principais constatações com enfoque nas (i) condições
do actual sistema de M&A do programa de SE, (ii) componentes fundamentais para elaboração
de um quadro de referência para um plano de M&A tipo de SE e (iii) ciclo de informação em
Saúde Escolar.

No Capítulo V, faz-se a discussão dos resultados comparando-os com outros similares descritos
na literatura nacional e internacional, bem como a análise baseada nas impressões do
investigador colhidas durante a realização do trabalho de campo. A primeira parte da discussão
de resultados é focalizada nas condições do actual sistema de M&A para o programa de SE
implementado pelo MISAU e MINED (subcategoria de Pesquisa). Na segunda parte é

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apresentado o quadro de referência para um plano de M&A do Programa de SE em Moçambique


(subcategoria de Acção). As conclusões e recomendações são apresentadas no Capítulo VI,
incluindo recomendações para estudos futuros.

CAPÍTULO II

REVISÃO DA LITERATURA E QUADRO CONCEPTUAL

2. 1 Saúde, Promoção de Saúde e Saúde Escolar

2.1.1 Conceito de saúde

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A Saúde é definida como o estado dinâmico de completo bem-estar físico, mental, social,
espiritual e não apenas a ausência de doença (WHO, 1998). Em 1978, ocorreu em Alma -Ata
(ex-União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), a “Conferência Internacional sobre Cuidados
Primários de Saúde”, na qual “a saúde foi definida como um direito humano fundamental, e que
o alcance do mais alto nível de saúde é a principal meta social, cuja realização requer o
envolvimento de outros sectores económicos e sociais como as escolas, além do sector da saúde”
(WHO, 1998; WHO, 1996).

2.1.2 Conceito de Saúde Escolar


A saúde escolar define –se como um conjunto de diversas acções que devem envolver tanto os
profissionais da área da saúde como os da educação, com o objectivo de promover, proteger e
recuperar a saúde das crianças e de toda a comunidade escolar. Desta forma, trata–se de acções
voltadas para a comunidade escolar para a concretização dos propósitos de promoção da saúde
(WHO, 1998). Investir na SE é investir no futuro do País e na capacidade do seu povo para
prosperar economicamente como uma sociedade (World Bank et all, 2000).

2.1.3 Conceito de escola promotora de saúde


É uma escola que envolve profissionais de saúde, de educação, professores, alunos, pais,
encarregados de educação e comunidade no esforço de promover a saúde, como um lugar limpo,
seguro, com água potável, instalações sanitárias adequadas, oferece segurança aos utentes e um
ambiente psicológico favorável para aprendizagem. É livre de violência física, verbal e
psicológica e é um lugar onde se promove o direito ao desenvolvimento humano são (OMS,
1999).

A Escola Promotora da Saúde (EPS) que “traz uma nova visão nesta área (Iervolino, 2000),
resulta da fraca evidência do impacto positivo e a longo - termo de programas de “cariz vertical”
pois, considera que o desenvolvimento harmonioso da criança em idade escolar depende em
grande parte das condições ambientais, da alimentação e nutrição adequadas, das oportunidades
de aprendizagem de habilidades, da construção de conhecimentos e do acesso à recreação e às
condições de segurança que lhes são oferecidas (Pelicioni, 2000).

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A EPS, tem como finalidades: (i) melhorar a saúde de toda a comunidade escolar; (ii) prevenir
doenças; (iii) manter um ambiente ecologicamente sustentável; (iv) promover a auto–estima; (v)
reduzir gastos em saúde (cura de doenças preveníveis) e, (vi) monitorar e avaliar a eficácia das
suas acções (Moyés, 2000; Iervolino, 2000; MISAU e UNICEF, 2003; OPAS & OMS, 2003;
Shepherd, 2003; OPAS, 2003; Valadão, 2004).

Segundo o MISAU e UNICEF (2003), a promoção da saúde na escola representa uma estratégia
mediática entre as pessoas e o meio ambiente interligando a escola, o pessoal de saúde e a
comunidade sobre o que fazer para o bem estar da sua saúde.

2.1.4 Actividades de Saúde Escolar


A implementação da educação para saúde na escola é especialmente defendida pelos seguintes
motivos: (i) em primeiro lugar, pelo facto de todas as crianças de um país passarem pelo sistema
de ensino. Dificilmente algum programa de EPS implementado noutro local, atinge tanta gente,
como os programas de EPS aplicados na escola; (ii) em segundo lugar, porque alguns estudos
mostram claramente que o nosso comportamento (o nosso modo de vida) no plano sanitário (e
não só) se situam na infância e adolescência (Precioso, 2004); (iii) em terceiro lugar, porque ao
fazer EPS na escola estamos a atingir indivíduos em fase de formação física, mental e social que
ainda não tiveram, muitas vezes, oportunidade de adquirir hábitos insanos e que são muito mais
receptivos à aprendizagem de hábitos e assimilação de conhecimentos (Jukes et al. 2007; Focesi,
1992); (iv) em quarto lugar, conta com a colaboração de profissionais valiosos que sabem educar
(Precioso, 2004).

A SE em Moçambique tem entre outras tarefas (MISAU e UNICEF, 2003): 1) vigiar e monitorar
as condições de segurança, higiene e saneamento do meio escolar, incluindo pátios, cantinas,
sanitários, água de consumo, equipamentos desportivos, dando especial atenção a eventual
necessidade de adequação dos edifícios e equipamentos às crianças com necessidades Educativas
Especiais; 2) garantir a existência de latrinas ou sanitários e água potável na escola; 3) facilitar a
preservação ou ajudar a criar um ambiente escolar e extra–escolar que dê a criança e ao
adolescente a segurança e o apoio de que necessita para crescer de forma harmoniosa e
equilibrada.

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2.1.5 Estratégia de Promoção da Saúde da População em Idade Escolar Em Moçambique.


Em Moçambique, as práticas de SE mais frequentes fundamentam-se no paradigma tradicional
que consiste em intervenções do sector da Saúde no âmbito escolar, na a lógica biomédica,
centrada na assistência e na prevenção da doença, em contraposição à Escola Promotora da
Saúde que se baseia no conceito de promoção da saúde (Cossa, 2009).

De acordo com esta estratégia, o sucesso do programa (MISAU e UNICEF, 2001) depende de
um compromisso entre todos os intervenientes, um compromisso nacional a todos os níveis, uma
capacidade institucional e uma ligação coerente entre o nível central, provincial, os distritos e as
escolas através de informação, apoio, coordenação e formação.

Entretanto, o projecto piloto "Escola Promotora de Saúde ou Escola Saudável”


(MISAU/UNICEF, 2003) cuja meta é aumentar o número de escolas que pelas suas
características possam ser exemplo, de escola promotora de saúde, ainda enfrenta dificuldades
para a sua materialização.

A estratégia de Moçambique inspira-se nas estratégias recomendadas pela OMS, sendo de


destacar: i) a adopção de políticas de saúde escolar com recursos e compromissos visando o
melhoramento da saúde e da educação; ii) a criação de um ambiente escolar física e
psicologicamente favorável a saúde; iii) o incentivo ao envolvimento comunitário no processo de
promoção da SE e ligações entre a escola e outras instituições; incluindo Organizações Não
Governamental (ONGs); iv) o desenvolvimento de habilidades para a vida por via de curricula,
formação e capacitação dos professores e alunos incluindo a aprendizagem sobre assuntos de
saúde; v) a reorientação dos serviços de saúde para facilitar o seu acesso nas escolas e realizar
intervenções específicas previstas no sistema de saúde interno das escolas.
As intervenções contidas na Estratégia de SE de Moçambique estão divididas em duas grandes
componentes, direccionadas para as diferentes faixas etárias da população estudantil,
nomeadamente: (i) “Pacote Básico Mínimo de Saúde” para crianças que se encontram no ensino
primário, com idades entre os 6 e os 12 anos e (ii) “Geração BIZ” para adolescentes e jovens que
se encontram no ensino secundário e o técnico profissional, com idades dos 13 aos 24 anos.

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As acções do “pacote básico Mínimo de Saúde” de serviços de SE incluem: (i) a educação para
saúde com a finalidade de promover boas práticas saudáveis, o desenvolvimento psico-social e a
prevenção de acidentes na criança em idade escolar, bem como a participação na comunidade
escolar como mensageiro de boas práticas de hábitos de saúde à família e comunidade; (ii) a
vacinação Anti-Tetánica nas idades de ingresso na escola e nas meninas em idade fértil; (iii) a
melhoria das condições de saneamento do meio para reduzir a contaminação de doenças por falta
de higiene individual e a melhoria das condições dos sanitários, aterros sanitários, sistema de
remoção e tratamento do lixo e dejectos humanos, incluindo o abastecimento de água potável.

O objectivo geral da “Geração BIZ” é de melhorar a saúde sexual e reprodutiva dos


adolescentes, incluindo uma redução na incidência da gravidez precoce ou indesejada,
infecções sexualmente transmissíveis (ITS), incluindo e HIV, por meio de actividades que
capacitam os jovens com o conhecimento, habilidades e serviços necessários para a
mudança positiva de comportamento.

2.2 Monitoria e Avaliação de Saúde Escolar

2.2.1 Conceito do sistema de informação em Saúde


É um conjunto de componentes humanas e técnicas que agregam, processam, armazenam, usam
e transmitem informação (Campbell, 1997). Pode ser entendido como um instrumento para
adquirir, organizar e analisar dados necessários à definição dos problemas e riscos para a saúde,
avaliar a eficácia, eficiência e influência que os serviços prestados possam ter no estado de saúde
da população, além de contribuirem para a produção do conhecimento acerca da saúde e dos
assuntos a ela ligados (White, 1980 citado por Branco, 1996). Uma boa informação em Saúde,
encoraja responsabilidade e efectividade na provisão de serviços de saúde, consequentemente,
nenhum sistema de saúde pode operar efectivamente, sem acesso à informação de Saúde ou
relacionada com a Saúde (Equity, 2000 citado por Damtew, 2005).

Sauerborn e Lippeveld (2000), chama atenção às práticas negativas em concentrar o poder de


informação em poucas mãos e a maioria dos trabalhadores de saúde comuns ficando desprovidos
deste poder.

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Muitas vezes os dados colhidos pelos trabalhadores de Saúde são de baixa qualidade e as
estatísticas dos serviços de Saúde são incompletas, o que dificulta o seu uso na monitoria de
desempenho ao nível nacional (Equity, 2000 citados por Damtew, 2005 e Sauerborn e Lippeveld
2000; Shrestha e Boadart, 2000).

Para além de se colher dados para constarem em relatórios, é importante que se dê retorno ao
nível da escola para informar o que pode levar a mudanças no processo de colheita de
informação (Campbell, 1997).

2.2.2. Conceito da avaliação da promoção de Saúde

Segundo WHO (1998), a avaliação da promoção de saúde é o levantamento feito para saber até
que ponto as acções promoção de saúde atingiram um resultado válido. Este resultado tem a
vertente impacto individual procurando saber até que ponto as acções desenvolveram habilidades
dos indivíduos ou comunidades para exercerem o controlo sobre a sua saúde.

A segunda vertente deste resultado está relacionada com o processo, procurando saber se as
actividades de promoção de saúde são participativas, isto é, envolvendo todos os intervenientes;
interdisciplinares, envolvendo a perspectiva de variadas disciplinas; integradas em todas fases de
desenvolvimento e implementação das iniciativas; ajudam na capacitação de indivíduos,
comunidades, organizações e governo para abordarem problemas importantes de saúde.

2.2.3 Conceito de Monitoria


Avaliação contínua dos processos de programa ou projecto, verificando por exemplo, as
actividades e produtos (PDC e Save the Children, 2008).

2.2.4 Conceito de Indicador

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Medidas ou variáveis quantitativas e ou qualitativas que são usadas para aferir o progresso em
relação às metas, objectivos, produtos, actividades ou padrões (PDC e Save the Children, 2008).

2.2.5 Conceito de Qualidade de dados


O termo qualidade é relativo e depende do contexto. Qualidade refere-se ao facto de um
determinado produto ou processo estar em conformdade com os requisitos inicialmente
definidos. A qualidade de dados refere-se ao grau de conformidade dos dados ou estatística em
relação ao que deveria ser medido quando foi desenhado o sistema de colheita de dados
(Heywood e Rohde, 2002). As seguintes são as dimensões da qualidade de dados: (i) validade, se
o dado mede claramente ou directamente o que se pretende medir; (ii) integridade, quando existe
um mecanismo para reduzir que o dado seja manipulado; (iii) precisão, se o dado é suficiente
para informar a tomada de decisão, (iv) confiabilidade, quando repetir-se o mesmo processo de
colheita pode-se obter o mesmo dado, (v) actualidade, se o dado é disponível atempadamente
para a tomada de decisão.

2.2.6 Conceito de Grelha de Resultados


É o ponto de partida para a elaboração de um plano de monitoria e avaliação dos programas. Ele
apresenta as actividades, produtos nas prioridades definidas para o alcance dos objectivos de
longo termo e metas, cada um com indicador associado que possa permitir que sejam
monitorados e avaliados. Ele mostra as ligações que entre as intenções do programa-objectivos,
avaliação do alcance do programa-indicadores00, meios de verificação do progresso e eventos ou
situações fora do controle directo da gestão do programa mas que podem influenciar o programa-
pressuposto (PDC e Save the Children, 2008).

2.2.7 Conceito de Plano de Monitoria e Avaliação


Um plano de monitoria e avaliação consiste num documento formal que contém um conjunto de
indicadores consolidados, metas cronologicamente ordenadas para as actividades, resultados e
objectivos que serão confrontados com as realizações num determinado período. Deve incorporar
a metodologia e procedimentos para obtensão de dados/informação, tipo de informação

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requirida, fonte de informação, tipo de instrumentos a usar na recolha de dados, frequência,


responsável (Ministério do Turismo, 2007).

2.2.8 Boas prácticas e Lições aprendidas na Monitoria e Avaliação da Saúde Escolar em


Moçambique e no Mundo
A criação de uma base de dados nacional do programa fortifica a base de conhecimento dos
principais parceiros de implementação em matérias de planificação efectiva do programa e
criação de um único sistema de M&A (FNUAP, 2010).

O estabelecimento de um sistema electrónico de gestão de informação em Saúde é visto como


uma resposta às necessidades dos provedores de serviços em termos de contenção de custos e
optimização dos processos mas também a qualidade dos serviços providenciados (Mettler et all,
2008).

Em 2009, os Ministérios da Saúde e da Educação de Moçambique celebraram um memorando de


Entendimento para garantir a correcta orientação e execução das actividades de SE, e ainda no
mesmo ano, foi elaborado o “Documento de Orientação sobre SE” e iniciou o processo de
revisão da estratégia de SE.

Em 2011, o sector elaborou instrumentos de monitoria do programa como o “Guião de


Supervisão e ficha de recolha de dados” cujo objectivo é o de melhorar a qualidade de
implementação das acções da SE.

Para efeito de assegurar a implementação e acompanhamento das actividades criou-se um Grupo


Técnico de SE (Núcleo de SE), composto por gestores de programas relevantes da Direcção
Nacional de Saúde Pública (DNSP) e os parceiros de desenvolvimento. Criou-se o grupo com
objectivo de juntar esforços na implementação das prioridades definidas no programa e o
fortalecimento dos sistemas de M&A (MISAU, 2012).

Uma comparação do estágio de desenvolvimento da M&A do programa de SE em Moçambique


com outros países, evidencia áreas de avanço e componentes que precisam de melhorar como

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mostra a Tabela 1. Uma das áreas que precisa de melhorar é a existência de Plano de M&A para
o programa de SE.

Tabela 1: Comparação do estágio de desenvolvimento da M&A do programa de SE em


Moçambique com outros países

No Descrição Moçambique Etiópia Malawi Tanzania Zâmbia

01 Documentos orientativos para a Sim Não Sim Sim Sim

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implementação do Programa de SE

02 Análise de situação do Programa de Sim Não Sim Sim Sim


SE realizada

03 Plano de M&A do Programa de SE Não Não Não Sim Sim

04 Inquérito Global sobre a Saúde do Não Não Sim Sim Sim


Estudante

05 Inquérito Nacional anual sobre latrinas Não Não Não Sim Sim
funcionais (saneamento) em cada
escola

06 Colheita sistemática de dados sobre Não Não Não Sim Sim


professores capacitados e os materiais
usados nas formações

07 Colheita anual de dados sobre Sim Não Sim Sim Sim


Crianças Órfãs e Vulneráveis na
escola

Fonte: Adaptado a partir de Haileamlak (2013); Bandre et al. (2007) e Brenner, et al. (2011)

2.3 Resumo do Capítulo


A bibliografia consultada descreve os fundamentos de SE e da sua respectiva M&A. Destaca a
pertinência da interacção dos factores humanos, organizacionais e técnicos para um efectivo
sistema de M&A do Programa de SE.

É destacada a evolução que houve nos últimos anos dentro e fora de Moçambique do Programa
de SE e da sua respectiva M&A. Esta evolução incluiu a produção de documentos orientadores

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como (i) o memorando de entendimento entre o MISAU e o MINED, (ii) a estratégia de SE, (iii)
o guião de orientação para a implementação da estratégia e as fichas de recolha de dados. Está
evidenciada a falta de um plano de M&A e uma base de dados única do programa.

As lições aprendidas estão apresentadas, incluindo a pertinência de um sistema electrónico de


gestão da informação que se recomenda dado o seu impacto na contenção de custos, optimização
dos processos e melhoria da qualidade de dados.

CAPÍTULO III
METODOLOGIA DO ESTUDO

3.1. Metodologia

3.1.1 Tipo de estudo

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Esta é uma pesquisa-acção (Elden and Chisholm, 1993) num estudo de caso interpretativo
(Washalam, 1993) com uma combinação descritiva. A pesquisa-acção é definida como se segue,
segundo Greenwood e Levin (1998), citados por Nhampossa (2005):
“Pesquisa social realizada por uma equipe composta por um profissional da pesquisa e
membros de uma organização ou comunidade procurando melhorar a sua situação. A pesquisa-
acção promove uma ampla participação no processo de pesquisa e apoio às acções que levam a
uma melhor satisfação dos intervenientes.”

De acordo com Yin (2009), este é um estudo de caso descritivo que permite ao investigador
obter uma caracterização holística e significativa dos eventos da vida real ao nível individual,
comportamento de pequenos grupos, processos organizacionais e de gestão. O desenho
descritivo serve para observar, registar, analisar, descrever e correlacionar factos ou fenómenos
(variáveis) sem fazer associação entre exposição e efeito (Duhamel e Fortini, 1999). É uma
pesquisa de carácter qualitativa, pois permite a imersão do pesquisador no contexto e a
perspectiva interpretativa na condução da pesquisa (Bradley, 1993). Porém, tem carácter
quantitativo, uma vez que somará dados numéricos obtidos da análise qualitativa. Assim, as duas
abordagens (qualitativa e quantitativa), se completam, proporcionando uma base contextual mais
rica para interpretação e validação dos resultados (Kaplan e Duchon, 1998).

Os procedimentos qualitativos têm sido utilizados quando o objectivo do pesquisador é verificar


como as pessoas avaliam uma experiência, ideia ou evento; como definem um problema e quais
as opiniões, sentimentos e significados que encontram–se associados a determinados fenómenos
(Iervolino e Pelicioni, 1998).

Portanto, trata-se de um estudo de caso para a elaboração de um quadro de referência para um


plano de M&A do programa de SE que alimentará os sistemas de informação das duas
instituições.

3.2. Locais de Estudo

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As diferentes fases da pesquisa tiveram lugar em diferentes locais, como se descreve nos
parágrafos seguintes.

a) No âmbito da avaliação das condições do actual sistema de monitoria e avaliação


para o programa de Saúde escolar

1. Colheita de dados ao nível central e provincial

A colheita de dados sobre as condições do actual sistema de M&A foi feita junto aos principais
intervenientes em diferentes níveis. Os técnicos da área de SE dos Ministérios de Educação e de
Saúde bem como representantes dos parceiros foram directamente entrevistados pelo pesquisador
como informantes chaves. O mesmo aconteceu aos responsáveis de SE das províncias de Gaza,
Zambézia e Nampula e dos distritos de Chibuto, Morrumbala e Nacala a Velha, onde se
realizaram as entrevistas e discussões em grupo com os alunos, encarregados de Educação,
profissionais de educação e de Saúde e outros intervenientes ao nível local.

Ao nível das Direcção Provincial de Educação e Cultura (DPEC) e Direcção Provincial de Saúde
(DPS)-Manica, Sofala, Maputo Cidade e Maputo Província, os técnicos das áreas de SE bem
como representantes dos parceiros intervenientes foram directamente entrevistados ou
indirectamente através do envio das questões contidas no guião de entrevistas através de correio
electrónico ou fisico respondidas por eles. Antes do envio, o pesquisador contactou os técnicos
através da via telefónicas posteriormente enviou o guião de questões via e-mail. Os técnicos da
área de SE ao nível das outras Direcções Provinciais de Educação e Cultura (DPEC), de Saúde
(DPS) bem como representantes dos parceiros na área de Saúde Escolar foram directamente
(Sofala, Maputo, Cidade de Maputo, Manica) entrevistados ou indirectamente através do envio
das questões contidas no guião de entrevistas pelo correio electrónico ou fisico respondidas por
eles. O pesquisador fez chamadas telefónicas ou enviou e-mail para o aprofundamento das
questões onde tal necessidade se manifestou.

2. Colheita de dados ao nível local

Para melhor compreensão do funcionamento do sistema de M&A do programa de SE, com


consequente alcance dos resultados esperados foi importante o envolvimento nesta pesquisa, de
todos os intervenientes, desde o nível central até ao local. Escolhemos aleatoriamente, seis
escolas (3 na área rural e 3 na urbana) dos distritos de Chibuto, na província de Gaza, Sul de

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Moçambique (Escola Primária Completa-EPC de Muxuquete e EPC de Macunene), Morrumbala


na província de Zambézia, Centro do País (Escola Primária do Primeiro Grau-EP1 de Gera e
EPC Samora Machel) e Nacala-a-Velha, na província de Nampula, Zona Norte (EP1 de Niviria e
EPC Josina Machel). A escolha das três escolas da área rural e outras três na urbana permitiu
obter diferentes perspectivas baseadas na localização geográfica (WHO, 1994). A escolha destes
distritos esteve aliada às facilidades logísticas disponíveis para o mestrando para além de
oferecerem uma diversidade em termos de implementação do programa de SE. Por exemplo, o
distrito de Chibuto possui um programa de SE que conta com o apoio do Fundo das Nações
Unidas para a Infância (UNICEF), no âmbito da iniciativa: “Escolas amigas da Criança”, o de
Morrumbala conta com o apoio da Save the Children enquanto em Nacala-a-Velha não existia
nenhum parceiro de cooperação que estava apoiando o programa, na altura da realização da
pesquisa. A tabela 2 e figura 1 mostram os distritos onde foi realizada a colheita de dados no
campo.

Obteve-se a perspectiva dos diferentes actores chaves do programa de SE ao nível local, nas três
regiões de Moçambique, nomeadamente, Sul, Centro e Norte. Escolhemos as seis escolas através
de uma amostragem aleatória. Todas as escolas dos três distritos acima referidos, tiveram a
mesma probabilidade de serem seleccionadas. Foram recortados todos nomes e dobrados em
forma de rifa, seguindo o sorteio aleatório de três escolas da área urbana e outras três da rural.

Tabela 2: Locais onde foi feita a colheita de dados ao nível das escolas e US

Região Província Distrito Descrição

Sul Gaza Chibuto Situa-se no centro da província de Gaza, localizando-se a


260 Quilómetros (Km) a Norte da Cidade de Maputo,

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capital de Moçambique. Segundo o Censo 2007, o distrito


possui 191682 habitantes, na sua área de 5653 Km². Possui
3 Escolas Secundárias, 22 EPCs e 89 EP1s. A rede sanitária
é constituída por 1 Hospital Rural, 9 Centros de Saúde
(I/II/III) e 1 posto de Saúde (INE, 2009; MCT, 2005; MAE,
2005; PNUD e FAO, 2008).

Centro Zambézia Morrumbala Situa-se no nordeste da província de Zambézia,


localizando-se a 200 Km da Cidade de Quelimane, capital
de Zambézia. Segundo o Censo 2007, o distrito possui
358913 habitantes, na sua área de 12823 Km². Possui 1
Escola Secundária, 7 EPCs e 113 EP1s . A rede sanitária é
constituída por 8 Centros de Saúde (I/II/III) e 3 postos de
Saúde (INE, 2009; MCT, 2005; MAE, 2005).

Norte Nampula Nacala a Situa-se no noreste da província de Nampula, localizando-


Velha se a 200 Km da Cidade de Nampula, capital da província
de Nampula. Segundo o Censo 2007, o distrito possui
97886 habitantes, na sua área de 967 Km². Possui duas
Escolas Secundárias, uma EPC e 36 EP1s. A rede sanitária
é constituída por dois Centros de Saúde (I/II/III) e três
postos de Saúde (INE, 2009; MCT, 2005; MAE, 2005).

Figura 1: Nacala a Velha, um dos distritos onde foi feita a colheita de dados ao nível das escolas
e Unidade Sanitária (US)

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Figura 2: Nacala a Velha, Morrumbala, Chibuto, três distritos, nas zonas Sul, Centro e Norte do
País, onde foi feita a colheita de dados ao nível das escolas e US

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b) No âmbito de elaboração de um quadro de referência para um plano de M&A do


programa de SE, implementado pelo MISAU e pelo MINED.

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Nesta fase de Acção foram envolvidos os técnicos do MISAU e MINED na área de SE, baseados
na cidade de Maputo, membros do grupo de referência constituído para a elaboração de um
quadro de referência para um plano de M&A do programa de SE.

O esboço do quadro de referência para um plano de M&A do programa de SE foi partilhado com
os técnicos responsáveis de SE, ao nível das DPS e de DPEC, por via electrónica para as
contribuições destes antes da versão final que foi recomendada a sua aprovação pelo grupo de
referência do nível central. A partir do momento em que foi recomendada a aprovação pelo
grupo de referência, o Mestrando submeteu essa versão para aprovação ao Núcleo de
Coordenação do Mestrado em Saúde Pública, na Faculdade de Medicina da UEM para os
devidos efeitos académicos.

3.3 Técnicas e instrumentos de colheita de dados

Revisão de documentos

A colecta de dados secundários foi realizada através da análise da literatura física e virtual
existente ao nível internacional bem como outra existente em Moçambique, de diversos tipos
como relatórios, manuais, guiões, artigos publicados em revistas científicas, brochuras sobre
politicas e programa de SE, estratégias de implementação, M&A, fichas de recolha de dados.

Como documentos normativos da SE em Moçambique destaca-se o Memorando de


Entendimento entre MISAU e MINED; Estratégia de SE; o Guião de implementação da
estratégia; o Manual de educação para a saúde; o Manual das doenças mais comuns na idade
escolar; o Manual dos primeiros socorros e Instrumentos de recolha de dados.

Entrevistas com informadores chave

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As entrevistas com os profissionais de educação, saúde e outros intervenientes ao nível local


tiveram lugar em seis escolas dos distritos de Chibuto (província de Gaza, zona Sul do País),
Morrumbala (província de Zambézia, zona Centro do País), Nacala a Velha (província de
Nampula, zona Norte do País) sendo três na área rural e outras três na urbana.

As entrevistas constituem ainda a forma mais comum e poderosa através da qual procuramos
entender, o ser humano, nosso semelhante (Denzin e Lincolin, 2003).

As entrevistas semi-estruturadas foram baseadas em respectivos guiões de questões (ver


apendice I). Triangulamos a informação que obtemos junto de alunos, encarregados de
Educação, funcionários de ONGs, professores, técnicos de saúde nas escolas a serem
seleccionadas através das entrevistas semi–estruturadas a informantes chaves ao nível distrital,
provincial e central.

Os responsáveis de SE ao nível das DPEC bem como DPS foram solicitados por via electrónica
ou telefónica a darem as suas contribuições ao esboço do quadro de referência para um plano de
M&A tipo do programa de SE.

Foi realizado um encontro alargado a outros intervenientes ou potenciais intervenientes no


programa de SE para darem as suas contribuições, validando assim, a proposta do quadro de
referência para um plano de M&A do programa de SE a ser submetida às Direcções do MISAU e
do MINED para aprovação.

Discussão em Grupos Focais

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As discussões em grupo focais com os alunos e membros dos Conselhos de Escola (CE) tiveram
lugar em seis escolas dos distritos de Chibuto (província de Gaza, zona Sul do País),
Morrumbala (província de Zambézia, zona Centro do País), Nacala a Velha (província de
Nampula, zona Norte do País) sendo três na área rural e outras três na urbana.

As discussões em grupos focais foram baseadas em respectivos guiões de questões. Optamos


pela realização de discussões em grupos focais com os alunos e membros dos CE por ser uma
população heterogênea (níveis de alfabetização, diferentes faixas etárias). Este instrumento é
aquele que nos permite obter informação descritiva e aprofundada que responda aos objectivos
traçados (Hill, 2000; Munn, 1995; Gil, 1994).

Observação no campo

A observação no campo foi feita em seis escolas dos distritos de Chibuto (província de Gaza,
zona Sul do País), Morrumbala (província de Zambézia, zona Centro do País), Nacala a Velha
(província de Nampula, zona Norte do País) sendo três na área rural e outras três na urbana.

Pré-teste de ferramentas de colheita de dados

O guião das questões de entrevista e o da discussão em grupo (ver apendice I) foram testados na
EPC da Maragra, distrito de Manhiça, província de Maputo. Este teste serviu para detecção de
dúvidas que são levantadas pela forma como as questões são colocadas. A população da área de
testagem possui características semelhantes às da população do estudo. Portanto, foram
envolvidos na testagem 6 alunos, 6 encarregados de Educação, 2 professores(as), um director
pedagógico da Escola e um técnico de Saúde alocado na US mais próxima da EPC da Maragra.

Análise de dados

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Os dados primários (entrevistas e discussões em grupo) foram processados e analisados através


de uma base de dados criada para o efeito.

As informações recolhidas junto dos professores, profissionais de saúde, encarregados de


educação, funcionários de ONGs e informantes chaves foram apresentadas, neste relatório,
agrupadas de acordo com os objectivos específicos do estudo a que correspondem, e por cada
uma das categorias dos participantes no estudo e em volta das questões utilizadas para conduzir
as entrevistas. Os dados sócio-demográficos estão apresentados em tabela.

Realça-se que os resultados da análise desses dados informaram o processo de elaboração de um


quadro de referência para um plano de M&A do programa de SE.

3.4 Limitações do Estudo

3.4.1 Limitações Metodológicas

A participação no estudo foi voluntária. A indisponibilidade das pessoas para participarem foi
um factor limitante que tomamos em consideração. Para contornarmos este aspecto enviamos
informação introdutória aos potenciais participantes e onde fosse necessário orientamos sessões
de explicação sobre objectivos e importância de participação no mesmo.

A localização geográfica dos participantes como é o caso dos responsáveis do programa de SE


ao nível das DPEC bem como das DPS aliada à limitada disponibilidade de recursos (tempo e
financeiros) limitou a participação efectiva destes. Para fazer face a esta limitação foram
enviados os guiões das questões da entrevista e o esboço do quadro de referência para um plano
de M&A por correio electrónico com seguimento através de chamadas telefónicas.

Por outro lado, o carácter multisectorial das intervenções de SE colocou um desafio para avaliar
a efectividade do sistema de M&A (Inchley et al, 2006; Pommier, et al, 2010). Envidamos

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esforços para fazermos face a este desafio através de aprofundamento das entrevistas semi-
estruturadas com informantes chaves. Procuramos manter uma comunicação aberta com os
membros do grupo de referência do nível central, estimulando assim, uma participação activa
destes.

3.4.2 Limitações relativas às fontes bibliográficas

A reduzida literatura em Moçambique sobre sistemas de M&A das intervenções de SE, foi uma
limitante importante da pesquisa. Recorremos à literatura existente ao nível internacional bem
como outra existente em Moçambique que ainda não foi publicada.

3.5 Aspectos Éticos

A parte de pesquisa deste trabalho observou os preceitos éticos que estabelecem normas e
directrizes para a realização da pesquisa com seres humanos, tendo em conta referências básicas
da bioética que asseguram direitos e deveres, no que diz respeito aos pesquisados e ao
pesquisador.

3.5.1 Riscos potenciais para os participantes na pesquisa


A metodologia proposta bem como os procedimentos de colheita de dados não representam risco
ou algum dano à Saúde dos participantes (Emanuel et all, 2000). Os riscos potenciais incluem a
divulgação de informação sensível que possa prejudicar o(a) participante. Estes riscos foram
minimizados pela observância rigorosa dos princípios de confidencialidade.

3.5.2 Consentimento informado e confidencialidade


Aos participantes da pesquisa foram garantidos o sigilo e anonimato, bem como a liberdade de
desistir em qualquer momento do trabalho. Uma carta de consentimento foi elaborada (ver
apendice V) que foi lida para cada potencial participante. Os que se voluntariaram assinaram a
respectiva carta. Os encarregados de educação das crianças que foram envolvidas na colheita de

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dados assinaram também a carta de consentimento, autorizando seus educandos para


participarem.

Enviamos uma carta convite aos potenciais participantes onde resumimos os objectivos da
pesquisa e a importância da participação dos principais intervenientes nas intervenções de SE.
Deixamos instruções claras sobre como confirmar a disponibilidade, incluindo os nossos
contactos para esclarecimento de dúvidas que pudessem surgir.

Os procedimentos de recolha de dados deste trabalho passaram pela aprovação do Comité


Nacional de Bioética em Saúde da República de Moçambique.

3.6. Procedimentos do estudo

Esta pesquisa-acção foi composta por duas fases principais, nomeadamente: (i) análise das
condições do actual sistema de M&A para o programa de SE e (ii) elaboração de um quadro de
referência para um plano de M&A tipo do programa de SE.

3.6.1 Avaliação das condições do actual sistema de monitoria e avaliação do programa de


Saúde Escolar
Para a colheita de dados foram usadas as seguintes abordagens metodológicas: duas discussões
em grupo com participação dos alunos e encarregados de educação, separadamente, em cada
uma das seis escolas. O grupo das crianças foi constituido, em cada escola, por 12 participantes
dos quais, seis meninas e seis meninos com idades entre 12 a 17 anos de idade. O grupo dos
adultos foi constituído, em cada escola, por 2 a 16 participantes, membros do Conselho de
Escola, respeitando-se o equilíbrio de género, em cada discussão em grupo. Foi enviada uma
carta convite para o recrutamento dos participantes para a discussão em grupo com as crianças e
adultos, em forma de folheto, tamanho A4, única página (ver apendice VI). Este convite continha
informação sobre os objectivos do encontro, local da realização, facilitador, duração e

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mecanismos de inscrição. Foram feitas entrevistas semi–estruturadas aos principais


intervenientes e informadores chave e a análise documental.

Apresentamos a seguir a tabela 3, com as categorias que foram utilizadas na recolha de dados
bem como na análise dos mesmos.

Tabela 3: Categorias que foram utilizadas na colheita de dados bem como na análise dos mesmos
No Objectivos Específicos Categorias
01 Descrever as condições do  Percepção sobre a importância da M&A das
actual sistema de M&A das intervenções de SE;
intervenções de SE desde o  Formação e capacitação em M&A das
nível da escola até ao central; intervenções de SE onde participou–conteúdos,
duração e frequência;
 Indicadores usados para monitorar o processo e
avaliar o impacto das intervenções desenvolvidas;
 Dados recolhidos, formulários usados,
responsável pela recolha e compilação de dados,
frequência de recolha de dados, mecanismo de
control de qualidade, retroalimentação.
02 Identificar as forças, Satisfação ou insatisfação, ameaças e oportunidades em
oportunidades, fraquezas e relação a:
ameaças das práticas actuais a) Formação e capacitação em M&A do
de M&A do programa de SE; programa de SE–conteúdos, duração e
frequência;
b) Indicadores usados para medir o resultado e
impacto das intervenções desenvolvidas;
c) Dados recolhidos, formulários usados,
responsável pela recolha e compilação de
dados, frequência de recolha de dados,
mecanismo de control de qualidade,
retroalimentação.
03 Analisar os instrumentos Conhecimento e disponibilidade dos documentos

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actualmente usados para a orientadores: o programa, a estratégia de implementação,


recolha de dados para M&A de as fichas de recolha de dados, formulários dos relatórios
acordo com os indicadores mensais, trimestrais e anuais e o acordo MISAU –
revistos para o programa de MINED na área de SE;
SE; Apreciação e sugestões para melhoria dos instrumentos
de M&A em uso no programa de SE.
04 Analisar o papel dos Obtensão do sentido de pertença do plano de M&A;
profissionais da Educação e da Clarificação do papel de cada um dos intervenientes na
Saúde bem como dos alunos, implementação do plano de M&A do programa de SE;
encarregados de educação e
outros intervenientes na SE na
implementação do plano de
M&A do programa de SE.
05 Elaborar um quadro de Revisão dos indicadores actualmente em uso no
referência para um plano de programa de SE com o envolvimento dos profissionais da
M&A do Programa de SE. Educação e da Saúde bem como dos alunos, encarregados
de educação e outros intervenientes.
Disponibilidade de um instrumento de colheita e
sistematização da informação que facultará a tomada de
decisões atempadas para o desenvolvimento do programa
de SE desde o nível da escola até ao central;
Recursos necessários para uma efectiva M&A do
programa de SE.

As entrevistas semi-estruturadas e discussões em grupo permitiram-nos conhecer as práticas,


percepções e opiniões dos profissionais da saúde, dos professores, alunos, encarregados de
educação e gestores dos programas de SE ao nível distrital, provincial e nacional em relação ao
sistema de M&A das intervenções de SE, colhendo subsídios para a elaboração do quadro de
referência para um plano de M&A (ver o 5.4).

Antes da submissão da proposta desse quadro de referência para aprovação pelos Ministérios de
Saúde e de Educação, organizaram-se encontros de colheita de subsídios dos diferentes

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intervenientes que participaram na fase de avaliação das condições do actual sistema de M&A do
programa de SE. A participação destes nesta fase de elaboração de um quadro de referência para
um plano de M&A do programa de SE reveste-se de crucial importância, pois para além de
darem as suas contribuições, ganharam o sentido de pertença deste instrumento.

3.6.2 Elaboração de quadro de referência para um plano de monitoria e avaliação do


programa de Saúde Escolar

Nesta fase de Acção foi necessário envolver os actores chaves desde o nível da província e
central em todas as fases de elaboração.

Uma das etapas fundamentais para assegurar a qualidade no processamento de dados qualitativos
é o trabalho em equipe, composta por pessoas de diferentes perspectivas. O envolvimento de
pessoas com diferentes perspectivas na análise de evidências de campo, é um dos cinco
elementos de qualidade de estudos de casos descritivos (Yin, 2009). Neste contexto, foi
constituido um grupo de referência do nível central para condução deste processo, composta por
representantes do MISAU, MINED e o autor deste trabalho, estudante da Universidade Eduardo
Mondlane (UEM). Coube a este grupo, providenciar subsídios no processo de elaboração de um
quadro de referência para um plano de M&A do programa de SE. Tratando-se de uma pesquisa-
acção, o envolvimento dos responsáveis pela direcção estratégica do programa de SE no MISAU
e MINED, consolida as bases para a aplicabilidade dos resultados.

O grupo de referência reuniu-se uma vez em cada mês durante a elaboração do quadro de
referência para um plano de M&A do programa de SE.

Após a incorporação das contribuições dos principais intervenientes foi realizado um encontro
alargado aos outros actuais ou potenciais intervenientes no programa de SE afim de darem as
suas contribuições, validando assim, a proposta de um quadro de referência para um plano de
M&A a ser submetida às Direcções do MISAU e do MINED para aprovação.

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3.7. Participantes na pesquisa

a) No âmbito da avaliação das condições do actual sistema de monitoria e avaliação


para o programa de Saúde escolar
As intervenções de SE caracterizam-se pela multisectorialidade e multidisciplinaridade. Para a
avaliação das condições do actual sistema de M&A do programa de SE, foi necessário envolver
todos os actores chaves desde o nível da escola, unidade sanitária, distrito, província e central na
fase de colheita de dados.

Participantes na pesquisa
Trata-se de um estudo qualitativo e que a validade dos resultados dependeu do alcance da
saturação, nas diferentes categorias da população do estudo (Guest, Bunce and Johnson, 2006).
Usando uma amostragem por conveniência, envolvemos nesta pesquisa, 145 participantes, dos
quais 107 participaram nas doze discussões em grupo, 13 responderam na qualidade de
intervenientes principais, 25 na qualidade de informadores chaves. Não chegamos ao número
246 planificado inicialmente por termos atingido a saturação.

Assim, a população do estudo foi constituída por 62 alunos, 45 encarregados de educação, 6


professores responsáveis de SE, 2 técnicos de saúde e 4 representantes de ONGs/UNICEF que
operam nas comunidades onde a escola se localiza. Três responsáveis de SE ao nível dos
Serviços Distritais de Educação, Juventude e Tecnologia bem como três dos Serviços de Saúde,
Mulher e Acção Social nos distritos de Chibuto, Morrumbala e Nacala-a-Velha participaram no
estudo. O mesmo aconteceu com 7 técnicos responsáveis pela SE ao nível das Direcções
Provinciais de Saúde e de Educação nas províncias de Maputo, Cidade de Maputo, Manica,
Sofala, Zambézia e Nampula, bem como ao nível central, nomeadamente 2 do MISAU e 2 do
MINED.

Realizaram-se entrevistas semi–estruturadas com informadores chave, nomeadamente seis


directore(a)s das seis escolas seleccionadas, cinco directore(a)s distritais dos Serviços de Saúde,
Mulher e Acção Social; Educação, Juventude e Tecnologia dos distritos de Chibuto, Morrumbala

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e Nacala-a-Velha e 4 representantes de parceiros de cooperação com acções relevantes na SE,


para triangulação e complementaridade da informação colhida através das discussões em grupo e
das entrevistas com os principais intervenientes, ao nível da escola. Nestas entrevistas
procuramos aprofundar o conhecimento das diferentes individualidades sobre a importância e o
funcionamento actual do sistema de M&A do programa de SE.

b) No âmbito de elaboração de um quadro de referência para um plano de monitoria e


avaliação do programa de Saúde Escolar
Os responsáveis de SE ao nível central (MISAU e MINED), das DPEC e DPS foram solicitados
a darem as suas contribuições ao esboço de um quadro de referência para um plano de M&A do
programa de SE, implementado pelo MISAU e MINED.

Os parceiros do MISAU e MINED e outros intervenientes apoiando ou com potencial de apoiar


o programa de SE derem as suas contribuições, validando assim, a proposta de um quadro de
referência para um plano de M&A do programa de SE que foi submetida às Direcções do
MISAU e do MINED para aprovação. Por limitação financeira, foram priorizado(a)s o(a)s
parceiro(a)s baseado(a)s na cidade e província de Maputo.

3.7.1 Critérios de Inclusão


3.7.1.1 No âmbito da avaliação das condições do actual sistema de monitoria e avaliação para a
Saúde escolar

Nesta fase da pesquisa foram usados os seguintes critérios de inclusão:


- Ser profissional de saúde com formação técnica, exercendo funções na unidade
sanitária da comunidade onde estão localizadas as escolas seleccionadas;
- Ser funcionário(a) de uma organização não governamental que apoia as
iniciativas de SE nas escolas seleccionadas;
- Ser aluno(a) das 3 escolas seleccionadas com idade entre 12 a 17 anos de idade.
Esta faixa etária enquadra-se no grupo alvo da SE e do adolescente em
Moçambique (6 a 24 anos);

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- Ser encarregado(a) de educação, membro do Conselho de Escola nas escolas


seleccionadas;
- Ser director(a), professor(a) responsável pela SE nas escolas;
- Ser director(a)/profissional responsável pela SE nos distritos de Chibuto
(província de Gaza), Morrumbala (província da Zambézia) e Nacala-a-Velha
(província de Nampula), nas outras províncias e ao nível central (Ministérios de
Educação e de Saúde);
- Ser parceiro do MINED e MISAU apoiando ou com potencial de apoiar
intervenções na área de SE, baseado na cidade e província de Maputo, Gaza,
Zambézia e Nampula.

3.7.1.2 No âmbito da elaboração de um quadro de referência para um plano de monitoria e


avaliação tipo do programa de Saúde Escolar

Os critérios de inclusão que foram usados nesta fase de pesquisa são os mesmos usados para a
constituição do grupo de referência para a efectivação deste trabalho, nomeadamente:

- Ser chefe do Programa de SE na DNSP do MISAU;

-Ser técnico(a) afecto à repartição de SE na DNSP do MISAU;

- Ser chefe do Departamento de SE e HIV na Direcção Nacional dos Programas Especiais do


MINED;

- Ser técnico(a) do Departamento de SE e HIV na Direcção Nacional dos Programas Especiais


do MINED.

As DPS e DPEC de 9 das 11 províncias foram envolvidas nesta fase da pesquisa, dando as suas
contribuições por via electrónica, observando-se os seguintes critérios de inclusão:

- Ser responsável de SE na DPS;

- Ser responsável de SE na DPEC;

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- Ser parceiro do MINED e MISAU apoiando ou com potencial de apoiar intervenções na área de
SE.

CAPÍTULO IV

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RESULTADOS
4.1 Carateristicas sócio-demográficas dos participantes na pesquisa
Começamos a apresentação dos resultados da pesquisa com uma caracterização sócio-
demográfica dos participantes na pesquisa. Dos 145 participantes, destacamos as seguintes
caracteristicas: 40% foram do sexo feminino, 31% membros dos conselhos de escolas, 44%
possuem idade inferior a 25 anos, 24% tinham o ensino médio ou superior concluído. A tabela 4,
abaixo, mostra as características sócio-demográficas dos participantes na pesquisa.

Tabela 4. Características sócio-demográficas dos participantes na pesquisa


    Percentagem Total
Total dos participantes   145
Homem 60% 87
Sexo Mulher 40% 58
Total dos participantes     145
Faixa etária do Até 25 anos 44% 64
Entrevistado 26 a 50 anos 41% 60
  51 em diante 15% 21
Total dos participantes     145
Habilitações Nenhuma 7%  10
Literárias Alfabetização 1% 1 
  Ensino Primário 65% 94
  Ensino Secundário 3% 5
  Ensino Médio 12% 17
  Ensino Superior 12% 18
Total dos participantes     145
Director de Escola, SDSMAS, 14%
SDEJT, Pedagógico 20
Responsável de SE (escola, US, 9%
distrito, província, nacional) 14
Conselho de Escola 31% 45
Alunos 43% 62
Cargo/Função Outra 3% 4
Total dos participantes     145
15%
Menos de 1 ano 22
1 a 3 anos 29% 42
Número de anos a exercer a 3 a 5 anos 48% 70
função/experiência Mais de 5 anos 8% 11
4.2 As condições do actual sistema de M&A para o programa de SE implementado pelo
MISAU e MINED

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melhoramento

4.2.1.1 A percepção dos profissionais de Saúde e Educação bem como os alunos e


encarregados de Educação sobre a importância da M&A das intervenções de SE e do seu
papel
Os intervenientes dos processos de M&A nos diferentes níveis percebem que a M&A do
programa de SE, é importante pois permite: (i) saber o estado de higiene e saúde dos alunos, (ii)
as condições do saneamento do meio na escola, (iii) o alcance ou não das metas estabelecidas em
relação às acções de sensibilização, vacinação, desparasitação, informando a tomada de decisões
para melhorar os aspectos negativos. Trazemos a seguir alguns exemplos que realçam a
percepção da importância da M&A:
[Permite conhecer o estado de saúde dos alunos, na nossa província, pois “...quanto mais
doenças houver, há absentismo escolar..., o aproveitamento pedagógico baixa...”], Chefe de
Departamento de Programas Especiais numa DPEC, Outubro de 2012

“Os dados colhidos facilitam na tomada de decisão quando fazemos nova planificação para
produzir novo impacto...”, Responsável de SE, numa US, Agosto de 2012
Ao nível central do MINED, tivemos evidência de inclusão de actividades de desparasitação na
zona norte do País, no Plano Económico e Social de 2013, como resultado da pesquisa
recentemente feita sobre prevalência de parasitoses na população estudantil.

4.2.2 As competências que os profissionais da saúde e da educação bem como os alunos e


encarregados de educação possuem para monitorarem e avaliarem o programa de SE
Apenas 7 dos 145 participantes na pesquisa referiram terem recebido alguma formação sobre
M&A do programa de SE. Um dos relatórios do programa de SE do MISAU (2007) evidencia o
incumprimento das metas na formação de professores em SE. Dos 2340 professores previstos
para serem formados, apenas 502 (21,4%) foram atingidos, implicando um incumprimento de
78,6% (ver figura 3, abaixo).

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Programa de Saúde Escolar em Moçambique: Análise do actual sistema de Monitoria e Avaliação e contribuição para o seu
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Figura 3: Professores capacitados em matéria de Saúde Escolar, em 2007. Fonte:


htt//www.gov.mz/pt/programas/saude_escolar_e_do_adolescente/relatorio_saude_escolar_e_do_
adolescente_2007

Uma das preocupações que nos foi colocada sobre as capacitações, prende-se com o facto de os
professores capacitados serem transferidos, deixando lacunas nas escolas onde estavam afectos.
Porém, não existe uma base de dados sobre os professores e técnicos de saúde formados em SE,
que possa ser actualizada quando ocorre a transferência dos mesmos, permitindo que nos locais
de destino sejam adequadamente integrados nas acções de SE.

Não tivemos a evidência da inclusão de uma cadeira sobre SE e sua respectiva M&A nos
Institutos de Formação de Professores, nos das ciências de Saúde e nas instituições de formação
dos Educadores de Infância. O curso de Educadores de Infância da Faculdade de Ciências de
Educação e Psicologia da Universidade Pedagógica, possui uma cadeira sobre Saúde Infantil mas
com pobre abordagem sobre a M&A.

A necessidade de fundos para a capacitação de professores em SE, é identificada como um dos


constrangimentos do programa de SE do MISAU, no relatório referente a 2007.

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Programa de Saúde Escolar em Moçambique: Análise do actual sistema de Monitoria e Avaliação e contribuição para o seu
melhoramento

4.2.3 Os indicadores que são usados para medir o desempenho do Programa de Saúde
Escolar

Notamos que a maior parte dos indicadores de SE são de processo e de produto, faltando
indicadores de resultado e de impacto.

Uma das preocupações que nos foi colocada é o reduzido número de vezes que os técnicos de
saúde desenvolvem as actividades de SE nas escolas, especialmente as de educação para saúde
(palestras e debates). A presença dos técnicos de Saúde resume-se nas actividades de exame
geral, vacinação e desparasitação dos alunos, planificadas ao longo do ano. Por outro lado, os
professores responsáveis pela SE organizam e controlam actividades de limpeza escolar nos
períodos de manhã e à tarde mas sem terem direito ao registo de horas extraordinárias e
respectiva compensação.

Nos três distritos abrangidos pela pesquisa, os indicadores e instrumentos de M&A usados são
diferentes. Porém, em algumas províncias, tivemos evidência do uso de indicadores instrumentos
de M&A aprovados conjuntamente ao nível central pelos dois Ministérios (MISAU e MINED).
Os principais intervenientes do programa de SE ao nível do distrito e da escola, não foram
envolvidos no processo de elaboração dos indicadores e instrumentos do Programa, actualmente
em uso.

4.2.4 Os instrumentos usados na monitoria e avaliação das intervenções da saúde escolar


Constatamos que há um conhecimento variado dos documentos e instrumentos de M&A desde o
nível da escola ou US até ao nível central. Ao nível provincial e central há conhecimento desses
instrumentos mas o mesmo já não se verifica ao nível da escola e do distrito. A falta de
capacitações, o reduzido apoio técnico do nível provincial, uma fraca liderança distrital contribui
para fraco conhecimento e domínio dos instrumentos de M&A. No distrito de Morrumbala,
constatamos que a responsável de SE ao nível dos Serviços Distritais de Saúde, Mulher e da
Acção Social (SDSMAS) é solicitada a apresentar um informe trimestral nas reuniões do
consultivo do distrito, reportando sobre os indicadores de SE, factores do sucesso, limitações e
recomendando acções para a melhoria do processos de planificação e implementação das
intervenções de SE. Este informe é dividido em partes, mostrando o que foi feito com base nos

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recursos próprios dos SDSMAS de Morrumbala e o que contou com o apoio dos parceiros de
cooperação, neste caso a Save the Children.

Constatamos que os instrumentos de reccolha e compilação da informação sobre SE, variam nos
três distritos visitados e nas diferentes províncias. Para fazer face a esta situação, o MISAU e o
MINED desenvolveram fichas padronizadas de recolha e compilação de dados, em 2012. Os
instrumentos elaborados em 2012, estão focalizados na monitoria, ficando a componente de
avaliação sem instrumentos padronizados.

No Programa de SE em Moçambique, não existe um plano de M&A. Por outro lado, não
encontramos nenhum instrumento que permite aferir o grau de satisfação das crianças que são
referidas às unidades sanitárias para tratamento, a partir de escola.

4.2.5 As forças, oportunidades, fraquezas e ameaças do actual sistema de M&A do


Programa de SE

4.2.5.1 Aspectos Fortes do actual sistema de M&A do Programa de SE


Constatamos como aspectos fortes do sistema de M&A do programa de SE: (i) a recolha e
compilação de dados a partir da escola pelo menos duas vezes ao ano, havendo casos em que este
processo é trimestral. Estes dados incidem sobre indicadores de processo e de produto do
programa de SE.

As práticas de control de qualidade de dados colhidos, compilados, analisados e interpretados


sobre a SE variam de um(a) distrito/província para a outro(a) mas as seguintes práticas são
comuns no sector de Educação: (i) os dados/relatórios que se enviam ao nível seguinte são
verificados (carimbados) pela direcção da escola/Zona de Influência Pedagógica
(ZIP)/distrito/província confirmando a veracidade dos dados e (ii) nas visitas de monitoria, os
técnicos dos níveis superiores comparam os dados nos relatórios com os factos constatados no
terreno.

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O Núcleo de Estatística Distrital (NED) solicita e compila dados sobre indicadores de


desempenho do Programa de SE numa base mensal. Os dados compilados são enviados ao
Núcleo de Estatística e Planificação (NEP) nas DPS. Os dados agregados numa base trimestral
são enviados ao nível central para o programa de SE e ao Departamento de Planificação e
Cooperação.

4.2.5.2 Oportunidades do actual sistema de M&A do Programa de SE


Tivemos evidência de que o programa “Escolas Amigas da Criança” realiza avaliações anuais do
impacto das suas intervenções (UNICEF, 2009). Todavia, esta experiência não é extensiva aos
distritos não abrangidos pelo Programa.

No nível central o MISAU está em processo de estabelecimento de uma base de dados do


programa de SE, com base nos instrumentos de M&A recentemente elaborados e aprovados.

No sector de Saúde, o NED e o NEP fazem a verificação e control de dados recebidos numa base
mensal através de reuniões organizadas para este efeito ao nível distrital e provincial.

Anualmente, realiza-se uma reunião nacional dos principais intervenientes do programa de SE,
onde os dados a M&A são apresentados e discutidos para a partilha das boas práticas e correcção
dos desvios que estejam ocorrendo. Esta prática não se replica em todas as províncias e distritos.

4.2.5.3 Fraquezas do actual sistema de M&A do Programa de SE


Como aspectos fracos destacamos que: (i) não existe um plano de M&A para o programa de SE
em Moçambique; (ii) o levantamento estatístico anual realizado pelo MINED, a 3 de Março de
cada ano, não inclui dados sobre o saneamento do meio (número de latrinas funcionais separadas
para meninas e meninos); (iii) falta um instrumento que as crianças podem usar para a M&A das
actividades desenvolvidas de SE ao nível da turma, da escola e da comunidade.

Não tivemos evidência da existência de uma base de dados ao nível distrital e provincial com
dados actualizados sobre o desempenho do programa de SE.

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Anualmente, é realizada na capital do País, uma reunião onde participam os responsáveis de SE


Provinciais e os do nível central onde as questões relativas à qualidade de dados são discutidas,
porém, não tivemos evidência da realização deste tipo de encontros em todas províncias e
distritos visitados.

Constatamos a falta de instrumentos padronizados de agregação de dados a todos os níveis. Em


2012, começaram a serem usados instrumentos padronizados de agregação de dados ao nível da
escola, distrital e provincial. Não existe uma plataforma única de análise de dados ao nível
nacional. A repartição de SE no MISAU, possui uma unidade de M&A do programa de SE mas
o mesmo não acontece ao nível do MINED. Esta unidade de M&A faz a análise dados que
recebe mensalmente a partir das DPS através do correio electrónico.

O envolvimento do sector privado na promoção das intervenções de SE e respectiva M&A, é


quase inexistente. Apenas um dos 145 participantes na pesquisa referiu-se ao sector privado
como interveniente nas iniciativas de SE e sua M&A. O fraco envolvimento do Sector Privado
nos programas de SE é confirmado pelo relatório sobre a campanha de Saúde Oral 2012, apenas
3 empresas (MCEL, COLGATE e AQUAFRESH) apoiaram a iniciativa em todo o País
(MISAU, 2012).

Não tivemos evidência do uso dos meios de Comunicação Social na disseminação dos resultados
do Programa de SE em Moçambique para os principais intervenientes em todos os níveis.

4.2.5.4 Ameaças no actual sistema de M&A do Programa de SE


Constatamos a falta de recolha dados e compilação de informação sobre o impacto das
intervenções de SE, de forma sistemática ou seja, poucas avaliações são feitas sobre as mudanças
que as intervenções estão a ter no seio dos alunos e restantes membros da comunidade escolar.

Não tivemos evidência de realização de exercícios de auditoria independente da qualidade dos


dados do sistema de M&A do programa de SE em Moçambique. Um dos exemplos de
problemas com a qualidade de dados é o facto de em alguns casos, o número de crianças
planificadas para serem vacinadas nas escolas, num distrito ser superior ao de crianças

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matriculadas. Na tabela 5, abaixo, pode-se notar uma diferença muito maior entre professores
formados saúde oral numa província e o número de alunos abrangidos pelas actividades destes.
Por exemplo, em Nampula foram abrangidas 17 escolas, formados 35 professores e apenas
abrangidos 867 alunos, quando em Sofala com quase o mesmo número de professores, foram
abrangidas 25000 alunos. O número total de escolas abrangidas é de 164 quando um cálculo
atento confere 166.

Tabela 5: Número de escolas abrangidas, professores capacitados e alunos abrangidos pela


Campanha Nacional de Saúde Oral

Nº Província Nº de Escolas Abrangidas Nº de Professores Nº de Alunos


capacitados Abrangidos

01 Maputo Cidade 1 20 611

02 Maputo Província 8 27 911

03 Gaza 12 79 11497

04 Inhambane 14 400 17964

05 Sofala 42 39 25000

06 Manica 2 83 2010

07 Tete 9 48 3174

08 Zambézia 44 415 39600

09 Nampula 17 35 876

10 Cabo Delgado 2 108 5308

11 Niassa 15 0 8636

Total 164 (166) 1254 115587

Fonte: MISAU, 2012

Nas escolas onde estão em uso os instrumentos de análise e interpretação de dados, constatamos
que nas reuniões mensais que se realizam, essas fichas não são analisadas com os principais
intervenientes ao nível da escola.

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Não há inclusão de indicadores de SE na avaliação anual do desempenho do sector de Saúde com


os parceiros do sector, excepto o indicador sobre a percentagem de jovens e adolescentes
testados ao HIV (MISAU, 2013).

4.3 As componentes fundamentais para a elaboração de um quadro de referência para um


plano de Monitoria e Avaliação tipo

4.3.1 Os indicadores e ferramentas que melhor respondem a um quadro de referência para


um plano de monitoria e avaliação do programa de Saúde Escolar tendo em conta as
condições identificadas
Nos actuais indicadores e ferramentas de M&A não existem os concernentes ao envolvimento da
comunidade. Os alunos sugeriram indicadores e ferramentas relativos ao impacto das
intervenções de sensibilização dos pais e encarregados de educação sobre a adopção das boas
prácticas de higiene e saúde a partir da casa.
“Gostariamos de ter fichas que nos permitem saber o número de famílias com copas para loiça,
cova para enterrar o lixo e latrinas na nossa comunidade”- Alunos na EP1 de Gera, distrito de
Morrumbala, Agosto de 2012.

Há necessidade de rever os actuais indicadores para abranger a componente de impacto e outras


áreas chaves que os actuais indicadores não incluem.

4.3.2 Quadro de referência para um plano de monitoria de avaliação do programa de


Saúde Escolar em Moçambique
Com base nos resultados desta pesquisa-acção, um quadro de referência para um plano de M&A
do programa de SE é proposto (Ver 5.3.3). O processo da sua elaboração envolveu os principais
intervenientes do programa de SE desde o nível da comunidade (escola e US) até ao central,
observando um dos princípios orientadores dos processos de elaboração deste tipo de
instrumentos que é uma ampla participação dos principais intervenientes (PCD e Save the
Children, 2008).

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4.3.3 Os recursos necessários para uma efectiva implementação do plano de monitoria e


avaliação do programa de saúde escolar
As pessoas entrevistadas desde o nível da escola, US até central convergem na necessidade de
uma capacitação dos principais intervenientes no uso dos instrumentos de M&A a serem usados
na implementação das acções de SE. A necessidade de um conjunto de documentos que
constituiem a ferramenta de apoio à M&A do programa de SE foi referida em quase todas as
entrevistas:
“Há necessidade de haver algumas brochuras para servirem de guião”, técnico dos SDEJT,
2012

Constatamos uma alocação inadequada de recursos para a implementação efectiva do pacote das
acções do programa de SE e respectiva M&A a todos níveis. Há alocação de recursos para
acções como vacinação e visitas de monitoria do programa de SE. Os recursos alocados para a
M&A estão muito longe de satisfazer as necessidades, sobretudo ao nível do distrito.

Os recursos alocados para as avaliações periódicas do impacto do programa são reduzidos, o que
se traduz em muito poucas avaliações realizadas, tanto no MINED como no MISAU.

4.5 Resumo dos Principais Resultados

Um resumo dos principais resultados, segundo as principais questões do estudo é apresentado na


tabela 6, como demonstrado a seguir.

Tabela 6: Resumo dos Principais Resultados da Pesquisa

Questão Boas práticas Práticas a melhorar

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Quais são as - Os dados colhidos nos - Fraca abrangência da formação dos


condições do processos de M&A são principais intervenientes de SE em M&A;
actual sistema usados na planificação;
- Desconhecimento dos guiões e instrumentos
de M&A para
- Existência de documentos de recolha de dados de monitoria do programa
o programa de
orientadores do programa de de SE nos níveis distrital e da escola;
SE
SE e instrumentos
implementado - Falta de indicadores de impacto nos actuais
padronizados de recolha de
pelo MISAU e instrumentos de M&A do programa de SE;
dados para a monitoria;
MINED?
- Ausência de indicadores de SE sobre o
-Num dos distritos,
envolvimento comunitário, sector privado e
trimestralmente a técnica de
entre intervenções chaves do programa;
SE apresenta o relatório das
actividades nas reuniões do - Falta de instrumentos de M&A para serem
Consultivo dos SDSMAS. usados pelos alunos.

- Não se faz auditoria independente dos dados


de M&A do Programa de SE.

Que - O NED e o solicitam e - Não existe um plano de M&A para o


componentes compilam mensalmente dados programa de SE em Moçambique;
são sobre indicadores de
- O levantamento estatístico anual realizado
fundamentais desempenho do Programa de
pelo MINED, a 3 de Março de cada ano, não
para a SE.
inclui dados sobre o saneamento do meio;
elaboração de
- Há alocação de recursos
um quadro de - Não existe uma plataforma única (MINED e
para visitas de monitoria do
referência para MISAU) de análise de dados ao nível
programa de SE nos níveis
um plano de nacional.
Central e Provincial mas
M&A? - Inadequada alocação de recursos para a SE
inadequada alocação para os
em geral, incluindo a M&A.
níveis distrital e da escola;

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CAPÍTULO V

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


A discussão dos resultados foi feita com base nas constatações enquadradas nas duas questões
estudo: (i) condições do actual sistema de M&A para o programa de SE implementado pelo
MISAU e MINED e (ii) componentes fundamentais para a elaboração de um quadro de
referência para um plano de M&A tipo. Foi guiada pelos princípios de M&A de acordo com o
ciclo de informação e pelas 12 componentes de um sistema de M&A nacional proposto pela
Agência das Nações Unidas Contra o HIV/SIDA (UNAIDS, 2009). Na figura 4, abaixo, estão
ilustradas essas componentes que não foram exaustivamente discutidas mas o enfoque foi dado a
algumas delas. O anel intermédio incide sobre os mecanismos através dos quais os dados são
recolhidos, verificados e analisados, enquanto o anel externo representa a planificação e recursos
humanos necessários para apoiar a recolha e uso dos dados. Pode-se ver a partir da figura 4, que
a existência de um plano de M&A com custos alocados para a sua execução, são duas
componentes fundamentais.

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Figura 4: Quadro de Organização


para um Sistema Nacional Funcional de M&A – 12 Componentes. Fonte: UNAIDS, 2009

5.2 As condições do actual sistema de M&A para o programa de SE implementado pelo


MISAU e MINED

5.2.1.1 A percepção dos profissionais de Saúde e Educação bem como os alunos e


encarregados de Educação sobre a importância da M&A das intervenções de SE e do seu
papel
A percepção da importância de M&A constatada nesta pesquisa converge com a documentada
por UNICEF (2009) que descreve três objectivos de M&A: (i) produzir dados sobre os
indicadores de M&A identificados no quadro lógico do programa, (ii) fornecer retorno regular
com vista a melhorar o desenho do programa e monitoria da implementação, (iii) sensibilizar
todos os intervenientes sobre a importância da M&A. Uma efectiva monitoria e avaliação é
considerada essencial quando pretender-se que programas compreensivos de SE sejam
expandidos de forma sustentável (PCD e Save the Children, 2008). A M&A assegura a prestação
de contas aos beneficiários do programa bem como para aqueles que providenciam recursos para
o desenvolvimento do mesmo (UNAIDS, 2009).

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5.2.2 As competências que os profissionais da saúde e da educação bem como os alunos e


encarregados de educação possuem para monitorarem e avaliarem o programa de SE
A fraca formação sobre M&A do programa de Saúde escolaré um aspecto que precisa de ser
melhorado sabendo-se que os intervenientes no programa de SE, têm responsabilidades relativas
à monitoria e avaliação. Esta responsabilidade é mais acrescida para os professores, técnicos de
saúde e de educação responsáveis pela implementação do programa a todos os níveis. McGinn
(1997), pesquisando a M&A do programa de prevenção da mortalidade materna, constatou que
os funcionários precisam de capacitação para melhor colectarem, interpretarem e usarem os
dados. A M&A deve ser parte integrante das formações que são dadas nas várias componentes
do programa de SE. Será importante assegurar que na formação dos 400 formadores dos
professores planificados até 2016 (MINED, 2011) em abordagem dos assuntos transversais,
incluindo a SE, a componente de M&A seja devidamente abordada. Essas capacitações poderão
abordar a monitoria de rotina e relatórios do programa, avaliações da qualidade dos dados, ciclos
de feedback sobre os dados a nível da escola e da comunidade, e uso dos dados na tomada de
decisões, resultando no aumento das competências de M&A e habilidades de liderança dentro
das instituições e organizações a todos os níveis (UNAIDS, 2009).

Para fazer face ao facto de os professores e técnicos de saúde capacitados serem transferidos,
deixando lacunas nas escolas onde estavam afectos, a existência de uma base de dados sobre os
professores e técnicos de Saúde formados em SE, que possa ser actualizada quando ocorre a
transferência dos mesmos, pode permitir que nos locais de destino sejam adequadamente
integrados nas acções de SE. Em 2007, Moçambique fazia parte de 42% dos Países da África
Austral e Oriental que não possuíam uma base de dados sobre professores capacitados em SE
(Bandre et al., 2007).

As visitas de monitoria que são realizadas devem ser usadas como oportunidade para a formação
contínua em M&A. Com a expansão do uso das tecnologias de informação e comunicação em
Moçambique, urge o desenvolvimento de pacotes de formação ONLINE em M&A de SE para os
técnicos de Saúde e Educação, responsáveis pela implementação do programa. Os cursos
ONLINE permitiriam uma formação contínua dos profissionais (MEASURE Evaluation, 2006;

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Metler et al, 2008) responsáveis pela SE ao nível das escolas e das unidades sanitárias com
acesso à internet.

5.2.3 Os indicadores que são usados para medir o desempenho do Programa de SE

Os indicadores que são usados nos diferentes níveis estão enquadrados naqueles recomendados
na iniciativa FRESCO: focalizar recursos numa saúde escolar efectiva (World Bank, et al, 2000)
e na Estratégia de Promoção da Saúde e Prevenção de Doença na Comunidade Escolar (MINED,
2010) que preconizam intervenções em quatro componentes principais; (i) políticas de saúde nas
escolas, (ii) fornecimento de água potável e saneamento, (iii) educação para a saúde baseada em
habilidades e (iv) serviços de saúde e nutrição baseados na escola. A educação para a Saúde,
serviços de saúde e nutrição baseados na escola fazem parte das prioridades do Plano Nacional
de Acção para Criança (PNAC II) para o período 2013 a 2019 (RM, 2012).

Os indicadores de M&A usados actualmente devem ser revistos, uma vez que a maior parte são
de processo e de resultados, faltando indicadores de impacto.

Dada a importância das intervenções de SE, sugere-se a inclusão de um indicador sobre horas
dedicadas pelos técnicos de saúde e os professores envolvidos nas actividades de SE por semana
(MISAU, 2006). Outros indicadores propostos, incluem: (i) percentagem de aluno(a)s com
gravidez (menor de 18 anos), aluno(a)s com ITS, doenças preveníveis ou que consomem
estupefacientes (drogas) ou álcool; (ii) percentagem de escolas com condições adequadas de
segurança para os alunos; (iii) percentagem de escolas com plano anual elaborado e relatório
anual feito sobre actividades de SE; (iv) percentagem do orçamento do Sector da Educação e
Saúde alocado à SE desde o nível central, Provincial, Distrital, Escola e US; (v) percentagem
dos professores, técnicos de saúde, alunos e outros intervenientes capacitados no uso dos
instrumentos de M&A do programa de SE desde o nível da escola até ao central.

5.2.4 Os instrumentos usados na M&A das intervenções da SE


A falta de conhecimento dos documentos e instrumentos de M&A ao nível da escola e do distrito
pode estar aliada à falta de capacitações regulares naqueles níveis sobre os programas de SE,
aliada à alta mobilidade dos técnicos naqueles níveis. Se por um lado, a falta de capacitações e o
reduzido apoio técnico do nível provincial, pode ser um factor determinante, o papel da liderança

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distrital pode fazer a diferença. A boa práctica constatada no distrito de Morrumbala, deve ser
replicada pelos outros distritos. A técnica responsável de SE ao nível dos SDSMAS é solicitada a
apresentar um informe trimestral nas reuniões do consultivo deste sector, reportando sobre os
indicadores de saúde escolar, factores do sucesso, limitações e recomendando acções para a
melhoria dos processos. Este informe é dividido em partes, mostrando o que foi feito com base
nos recursos próprios dos SDSMAS de Morrumbala e o que contou com o apoio dos parceiros de
cooperação, neste caso a Save the Children. Esta prática da liderança dos SDSMAS de
Morrumbala aumenta a responsabilização dos principais actores envolvidos nos programas de
SE.

Para fazer face à variação dos instrumentos de reccolha e compilação da informação sobre SE, o
MISAU e o MINED desenvolveram fichas padronizadas de recolha e compilação de dados, em
2012. A falta de instrumentos de M&A que as crianças podem usar ao nível da turma, escola e
comunidade pode fragilizar o papel que as crianças podem ter na M&A, contrariando o princípio
de participação da criança preconizado no FRESH (World Bank, et al., 2000; UNESCO, 2012):
“As crianças devem ser participantes importantes em todos aspectos dos programas de saúde
escolar e não serem simplesmente beneficiárias”;
“A participação da Criança deve ser parte integral de todas as actividades, desde a
planificação, implementação e avaliação de todas intervenções, no nível da escola, distrital,
provincial e national. É um princípio de trabalho que deve ser adoptado por todos
intervenientes (professores, provedores de cuidados de saúde, pais e membros da comunidade)”.

Os instrumentos e ferramentas de M&A acessíveis às Crianças como: (i) “Teia de Aranha” (Save
the Children, 2006), (ii) Potes e Feijões (Save the Children, 2012), Graffiti (Gibbs et al., 2002)
entre outros, podem ser adaptados pelo programa de SE em Moçambique.

Os instrumentos elaborados em 2012, estão focalizados na monitoria, ficando a componente de


avaliação sem instrumentos padronizados. A ausência de um plano de M&A para o programa de
SE, pode estar aliado a este foco nos instrumentos de monitoria em deterimento dos de avaliação.
Esta ausência dos instrumentos de avaliação, deixa um vazio de conhecimento do impacto das
intervenções de SE que são desenvolvidas ao nível das crianças e da comunidade escolar.

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Os métodos de avaliação qualitativa, incluindo o grau de satisfação das crianças que são
referidas às unidades sanitárias para tratamento, a partir de escola, podem ser usados para avaliar
a implementação ou processo de um programa, bem como, para determinar melhorias e
mudanças no mesmo (McDavid, 2005. GAO, 2005).

5.2.5. As forças, oportunidades, fraquezas e ameaças do actual sistema de M&A do


Programa de SE

5.2.5.1 Aspectos Fortes do actual sistema de M&A do Programa de SE


O facto de o MISAU e o MINED terem elaborado fichas de recolha de dados baseada na escola
sobre as principais intervenções na SE, ajudará na melhoria da qualidade dos dados recolhidos. A
existência muitos formulários de colheita de dados, constitui um dos factores para a baixa
qualidade de dados (Chilundo et al., 2003; Piotti et al., 2006).

A experiência de verificação/control de dados ao nível do distrito e da província feita pelo NED


e pelo NEP no sector de Saúde, devia ser adoptada também pelo sector de educação. Os dados
verificados incluem a componente de SE.

5.2.5.2 Oportunidades do actual sistema de M&A do Programa de SE


As fichas de recolha de dados padronizadas que foram elaboradas em 2012, permitirão a
agregação padronizada dos dados ao nível da ZIP, distrital, provincial e national. Todavia, um
investimento significativo deve ser feito para a capacitação dos principais intervenientes no uso
dessas fichas desde o registo até à agregação dos dados, incluindo o estabelecimento e gestão de
bases de dados ao nível distrital, provincial e nacional. Essas bases de dados deverão ter a
capacidade de facilmente integrar, trocar e partilhar dados, uma da outra (MDPH, 1999).

O levantamento estatístico anual realizado pelo MINED, a 3 de Março de cada ano, oferece uma
oportunidade de inclusão de dados sobre o saneamento do meio (número de latrinas funcionais
separadas para meninas e meninos). Este indicador do programa de SE é importante na
prevenção das doenças e na criação de um ambiente seguro para a retenção da rapariga na escola.

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melhoramento

Contudo, dados deste indicador não constam no leque dos dados colhidos na estatística de 3 de
Março. Os dados a serem recolhidos sobre o saneamento do meio (número de latrinas funcionais
separadas para meninas e meninos) podem ser traduzidos num formato que facilite a partilha e
análise de informação, influenciando consequemente a mobilização e alocação de recursos nesta
componente do programa de SE, desde o nivel distrital, Municipal, Provincial e Nacional.

A evidência de que o programa “Escolas Amigas da Criança” realiza avaliações anuais do


impacto das suas intervenções (UNICEF, 2009), pode ser adoptada pelo programa de SE em todo
o País e não apenas nas escolas dos sete distritos beneficiários deste programa. As boas práticas
de M&A do Programa escolar recomendam a produção de um relatório anual quantitativo e
qualitativo, como é o exemplo de Portugal (MISAU, 2006).

5.2.5.3 Fraquezas do actual sistema de M&A do Programa de SE


A falta de um sistema padronizado, de recolha e análise de informação sobre a SE a todos os
níveis, não permite visualizar a magnitude dos problemas de saúde na comunidade escolar no
país (MINED, 2010). Actualmente, cada um dos Ministérios faz a análise de dados de forma
separada, produzindo o respectivo relatório que é partilhado com o outro.

O envolvimento do sector privado no âmbito da sua responsabilidade social contribui para a


construção de escolas, provisão de equipamento, entre outros apoios (MINED, 2011), (World
Bank et al., 2000), mas apenas um dos 145 entrevistados referiu sector privado como
interveniente nas iniciativas de SE e sua M&A. Um dos entrevistados no distrito de Morrumbala,
propõe a realização de concursos da escola mais limpa do distrito. Instituições do sector privado
podem ser envolvidas neste tipo de iniciativas, apoiando a produção de materiais de IEC,
acquisição de conjuntos (KITs) dos primeiros socorros, provisão de prémios para a escola mais
limpa entre outras iniciativas.

A comunicação social desempenha um papel muito importante nos processos de disseminação de


informação, incluindo resultados de M&A, que pode ajudar no retorno da informação aos
principais intervenientes (UNAIDS, 2009; TCU, 2006; UNDP, 2002). O uso da mesma pode
ajudar na mobilização de recursos para o programa de SE em Moçambique.

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Um dos aspectos que pode contribuir para a agregação e análise de dados é o estabelecimento de
uma unidade de M&A ao nível central, provincial e distrital composta por técnicos dos dois
ministérios (ver figura 5, abaixo) que teria entre outras, a responsabilidade de apresentar um
relatório único anual sobre o desempenho do programa, nos indicadores básicos consensuais. O
estabelecimento de repositório de dados e informação, partilhado ao nível central, provincial e
distrital é um importante processo para a melhoria das práticas de partilha de informação,
permitindo a necessária alta qualidade de análise de dados (WHO, 2010).

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Figura 5: Proposta de introdução de uma unidade de M&A para o programa de SE. Fonte:
Adpatado a partir de Piotti et al., 2006

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5.2.5.4 Ameaças no actual sistema de M&A do Programa de SE


Na avaliação de desempenho anual de 2012, apenas consta o indicador sobre a percentagem de
jovens e adolescentes testados ao HIV (MISAU, 2013), porém indicadores de SE estão inclusos
pelo NEP das DPS. A falta de inclusão de indicadores SE para além de poder ser interpretada
como não priorização deste programa, exclui a reflexão dos actores chaves sobre os sucessos e
desafios na implementação do Programa de SE. Tendo em consideração que a finalidade de
informação em saúde consiste em identificar problemas individuais e colectivos do quadro
sanitário de uma população, proporcionando elementos para a análise da situação encontrada e
subsidiando a busca de possíveis alternativas de solução (Branco, 1996), torna-se importante a
inclusão de mais indicadores de SE na avaliação de desempenho do Sector de Saúde.

Uma outra ameaça no actual sistama de M&A do Programa de SE é a falta de realização de uma
auditoria independente da qualidade de dados que conferia maior credibilidade aos mesmos. A
verificação/control de dados a todos os níveis no sistema de informação do programa de SE, visa
assegurar que os mesmos reflictam o que acontece no mundo real. Essa verificação, incide nas 7
dimensões de qualidade de dados (PEPFAR, 2007), como demonstrado na figura 6, abaixo:

QUALIDADE DE DADOS

MUNDO REAL 1. Realisticos SISTEMA DE


As actividades do INFORMAÇÃO DO
2. Confiáveis PROGRAMA DE SE
programa são
implementadas no 3. Completos Representa essas
terreno. Essas actividades, colhendo
4. Precisos
actividades são resultados produzidos e
desenhadas para 5. Atempados mapeá-lo em alguma
produzirem forma de sistema de
resultados 6. Integros
documentação ou
quantificáveis e arquivo
7. Confidenciais
qualificáveis

Figura 6: Quadro esquemático para a Qualidade de Dados. Fonte: Adaptado a partir de


PEPFAR, 2007

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5.3 Resumo dos Principais Tópicos da Discussão na Fase de Pesquisa


Foi feita uma discussão de resultados de acordo com as principais questões da pesquisa que estão
enquadradas nas duas fases do estudo, nomeadamente a fase da pesquisa e a de acção.
Na fase de pesquisa, a discussão dos resultados foi feita, comparando as constatações com a
literatura existente e as contribuições dos participantes na pesquisa. A fraca capacitação dos
principais intervenientes em SE, em M&A foi amplamente discutida e foram apresentadas
soluções baseadas na evidência fazer face a esta preocupação. Estas soluções, incluem a
instrodução dos cursos à distância, usando a internet ou outras tecnologias de informação e
comunicação.

A relevância dos actuais indicadores e instrumentos de M&A do programa de SE foi discutida e


foram avançadas propostas para o melhoramento dos mesmos desde o nível da escola até ao
central. Propõe-se por exemplo, a inclusão de indicadores e instrumentos para a avaliação do
impacto e o grau de satisfação dos principais beneficiários do programa, especialmente as
crianças, em relação aos serviços prestados. As inovações discutidas incluem a introdução de um
indicador de saneamento do meio no levantamento estatístico de anual de 3 de Março, feito pelo
MINED, dada a sua relevância na saúde dos alunos e especialmente na retenção da rapariga na
escola.

A necessidade de melhoria dos processos de uso e disseminação da informação produzida pelo


sistema de M&A do programa de SE foi discutida, incluindo o retorno aos níveis subsequentes
após terem enviado os dados ou informação. Neste contexto, a relevância do estabelecimento de
uma plataforma comum de partilha de informação do programa de SE em Moçambique foi
discutida.

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5.4 As componentes fundamentais para a elaboração de um quadro de referência para um


plano de Monitoria e Avaliação tipo

5.4.1 Os indicadores e ferramentas que melhor respondem a um quadro de referência para


um plano de monitoria e avaliação do programa de Saúde Escolar tendo em conta as
condições identificadas
Uma das dez regras de SE refere-se ao envolvimento da comunidade, todavia, nos actuais
indicadores e ferramentas de M&A não existem os concernentes a esta componente. Os alunos
sugeriram indicadores e ferramentas relativos ao impacto das intervenções de sensibilização dos
pais e encarregados de educação sobre a adopção das boas prácticas de higiene e saúde a partir
da casa.

“Gostariamos de ter fichas que nos permitem saber o número de famílias com copas para loiça,
cova para enterrar o lixo e latrinas na nossa comunidade”- Alunos na EP1 de Gera, distrito de
Morrumbala, Agosto de 2012.

Os outros indicadores a serem considerados, incluem: (i) percentagem de aluno(a)s com gravidez
(menor de 18 anos), ITS, doenças preveníveis ou que consomem estupefacientes (drogas) ou
álcool; (ii) percentagem de escolas com condições adequadas de segurança para os alunos; (iii)
percentagem de escolas com plano anual elaborado e relatório anual feito sobre actividades de
SE; (iv) percentagem do orçamento do Sector da Educação e Saúde alocado à SE desde o nível
central, Provincial, Distrital, Escola e US; (v) percentagem dos professores, técnicos de saúde,
alunos e outros intervenientes capacitados no uso dos instrumentos de M& A do programa de SE
desde o nível da escola até ao central. Instrumentos adequados para estes indicadores deverão ser
elaborados.

5.4.2 Quadro de referência para um plano de monitoria e avaliação do programa de Saúde


Escolar em Moçambique
Com base nos resultados desta pesquisa-acção, um quadro de referência para um plano de M&A
do programa de SE é proposto (Ver 5.3.3). O processo da sua elaboração envolveu os principais
intervenientes do programa de SE desde o nível da comunidade (escola e US) até ao central,

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observando um dos princípios orientadores dos processos de elaboração deste tipo de


instrumentos que é uma ampla participação dos principais intervenientes (PCD e Save the
Children, 2008).

5.4.3 Proposta de um quadro de referência para um plano de monitoria de avaliação do


programa de Saúde Escolar em Moçambique

5.4.3.1. ASPECTOS GERAIS

5.4.3.1.1. Apresentação do programa/área

Este documento serve como um quadro de referência para um plano de M&A do Programa de
SE, implementado pelo MISAU e MINED em Moçambique.

5.4.3.2. Plano de Monitoria e Avaliação

5.4.3.2.1. Propósito do plano de M&A

Um plano de M&A consiste num documento formal que contém um conjunto de indicadores
consolidados, metas, cronologicamente ordenadas para as actividades, resultados e objectivos
que serão confrontados com as realizações num determinado período (Ministério do Turismo,
2007).

Este plano de M&A visa garantir o bom desempenho e sucesso do programa de Saúde Escolar
através da disponibilização regular da informação para ser usada pelos gestores do mesmo no
MISAU e MINED, desde o nível da escola/US até ao central.

5.4.3.2.2. História do desenvolvimento do quadro de referência para o plano de M&A

Este quadro de referência para o plano de M&A do programa de SE foi concebido como parte
integrante da avaliação do estudante para a obtensão do grau de mestre em Saúde Pública, pela
Faculdde de Medicina da UEM. Pretende ser uma contribuição para a M&A das intervenções do
Programa de SE em Moçambique.

Para efeitos da sua elaboração, foi feita uma avaliação das condições actuais do sistema de M&A
no País, consultada a documentação básica do MISAU e MINED complementada com revisão da
bibliografia relevante. Foram igualmente auscultados os principais intervenientes na

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implementação do programa de SE, nomeadamente, alunos, membros do CE,


professores/técnicos responsáveis pela SE ao nível da escola, distrito, província e central,
parceiros que apoiam a SE em diferentes níveis bem como gestores da Educação e Saúde em
todos níveis.

Figura 7, O enquadramento da SE ao nível central do Ministério da Saúde

Gabinete do Ministro

Direcção Nacional de Saúde Pública

Repartição de Saúde Escolar e do Adolescente

Fonte: Entrevista com os técnicos do MISAU, 2012

Figura 8, O enquadramento da SE ao nível central do Ministério da Educação

Gabinete do Ministro

Direcção de Programas Especiais

Departamento de Saúde Escolar e HIV/SIDA

Secção de Saúde Escolar

Fonte: Entrevista com os técnicos do MINED, 2012

Este enquadramento do Programa de SE ao nível dos dois ministérios mostra a priorização,


podendo notar-se que no MISAU o mesmo está mais próximo do centro de tomada de
decisão ao reportar directamente no DNSP, enquanto que no MINED a secção de SE
reporta a(o) chefe de Departamento. Por outro lado, o MISAU possui uma unidade de

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M&A do Programa de SE, enquanto que no MINED, estas responsabilidades estão


repartidas pelos técnicos da secção. Esta abordagem do MINED pode enfraquecer a
priorização dos processos de M&A do programa de SE.

A M&A deve ser parte integrante das intervenções no Programa de SE.

Figura 9, O enquadramento da M&A no ciclo de planificação:

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1. Análise da situação
10. Revisão,
aprendizagem e 2. Decisão Sobre
melhoria das intervenções
intervenções

3. Plano do
9. Avaliação
Projecto
Ciclo de
Planificação
do Programa
8. de Saúde
Implementação
e monitoria dos
Escolar 4. Decisão sobre
indicadores indicadores

7. Adaptação
baseada nos 5. Estudo de base
resultados do para os indicadores
teste 6. Testagem da realizado antes da
intervenção/técnicas implementação
a serem usadas

Fonte: Adaptado a partir de WHO and UNAIDS, 2009.

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5.4.3.3. Grelha de resultados do Programa de Saúde Escolar em Moçambique (Figura 10)

Mais alunos, professores e funcionários da escola participam do processo de ensino-aprendizagem sem problemas de saúde

Mais alunos aprendem num ambiente escolar seguro e Aumenta a proporção de actores chave (alunos, professores, profissionais de
saudável saúde, comunidades, gestores dos sectores de educação e da saúde, parceiros)
que demonstra boas práticas de gestão do Programa de SE

R.I.2 Aumenta a R.I.3 R.I.4 R.I.6 R.I.7Aument R.I.8 Inclui-se


R.I.1 Reduz a proporção de alunas R.I.5Aument
Aumenta a aa nos relatórios
com gravidez (menor de 18 anos), proporção de Aumenta a Aumenta a a a proporção
proporção de proporção de de balanço do
aluno(a)s com ITS, doenças escolas com proporção de proporção de de alunos MINED e
preveníveis ou que consomem condições escolas com alunos com dos 6 aos 10 escolas com professores
MISAU desde
estupefacientes (drogas) ou álcool. adequadas de condições problemas de anos com plano anual e técnicos de o nível do
higiene e adequadas de Saúde exames elaborado e saúde distrito até ao
saneamento para segurança identificados, médicos relatório formados em central,
R.C.1 Aumenta a proporção de alunos os alunos (Ver a a para os tratados e ou recomendado anual feito Saúde indicadores
com habilidades que contribuam para o lista de alunos (Ver referidos à sobre Escolar por sobre a SE.
s pelo
sucesso escolar através do reforço das actividades escola/US.
verificação 1, em a lista de unidade MISAU
acções de educação e promoção da saúde de SE.
anexo). verificação 2, sanitária. realizados.
(Ver a lista de verificação 3, em anexo).
R.C.3 R.C.4.1 R.C.5 R.C.6 R.C. 7 R.C. 8. 2 Aumenta a
Reduz o R.C.4.2 Realizam-se Aumenta a Introduz-
R.C. 8 .1 proporção dos
R.C.1.1 R.C.2. 1 R.C.2.2
número Aumenta a Funcionamento acções proporção se nos Aumenta a professores, técnicos
Aumenta a Aumenta Aumenta a adequado do preventivas
de proporção de escolas Institutos proporção de saúde, alunos e
proporção de a proporção sistema de que preservem
acidentes de escolas que de do outros intervenientes
alunos proporção de escolas com “Kits” referência às a saúde: realizam Formação capacitados no uso
que orçamento
abrangidos de escolas com de US do SNS, visual, uma de dos instrumentos de
ocorrem da
pelas primeiros incluindo as auditiva, oral e reunião de M& A do programa
com condições Professore Educação
na escola crianças com mental dos
actividades de latrinas para as socorros planificaçã s e dos de SE desde o nível
ou nos necessidades alunos bem e Saúde
promoção de funcionais. o e uma de técnicos de da escola até ao
separadas crianças educativas e de como o alocado à
arredores balanço das Saúde a central.
saúde (listar as para lavarem as
dela. saúde especiais. diagnóstico actividades disciplina SE.
três principais meninas. mãos. precoce. de SE. de SE.
actividades).

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5.4.3.4. Proposta da lista de Indicadores Chaves

Tabela 7: Proposta da Lista de Indicadores Chaves para a M&A do Programa de SE em Moçambique

Resultado Intermédio 1: Reduz a proporção de alunas com gravidez (menor de 18


anos), aluno(a)s com ITS, doenças preveníveis ou que consomem estupefacientes
(drogas) ou álcool.
Designação Tipo Comentários
1. Percentagem de aluno(a)s com Proporção. Este indicador será calculado pelo
gravidez (menor de 18 anos), ITS, Impacto nº de alunos com gravidez (menor de 18
Indicador
doenças preveníveis ou que anos), ITS, doenças preveníveis ou que
consomem estupefacientes (drogas) ou consomem estupefacientes (drogas) ou
álcool. álcool/nº total dos alunos.
Resultados Críticos Indicador Tipo Comentários
Resultado Crítico 1
Aumenta a proporção de alunos 2. Percentagem de alunos com Proporção. Indicador calculado pelo nº de
com habilidades que contribuam habilidades que contribuam para o Resultado alunos com habilidades que contribuam para
para o sucesso escolar através do sucesso escolar através do reforço das o sucesso escolar através do reforço das
acções de educação e promoção da acções de educação e promoção da saúde/nº
reforço das acções de educação e
saúde (Ver a lista de verificação 3, total dos alunos/nº total dos alunos.
promoção da saúde (Ver a lista de apendice II).
verificação 3, apendice II).

Resultado Crítico 1.1

Aumenta a proporção de alunos 3. Percentagem de alunos abrangidos Produto Proporção. Indicador calculado pelo nº de
abrangidos pelas actividades de pelas actividades de promoção de alunos abrangidos pelas actividades de
promoção de saúde (listar as saúde (listar as principais três promoção de saúde/nº total dos alunos.
actividades realizadas).
principais três actividades
realizadas).

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Resultado Intermédio 2: Aumenta a proporção de escolas com condições adequadas


de higiene e saneamento para os alunos (Ver a lista de verificação 1, apendice II).

Designação Tipo Comentários


4. Percentagem de escolas com Processo Proporção. Indicador calculado pelo nº de
condições adequadas de higiene e escolas com condições adequadas de
saneamento para os alunos (Ver a lista higiene e saneamento para os alunos/nº total
Indicadores de verificação 1, apendice II). de escolas.

Resultados Críticos Indicadores Tipo Comentários


Resultado Crítico 2.1
Aumenta a proporção de escolas 5. Percentagem de escolas com Processo Proporção. Indicador calculado pelo nº de
com latrinas separadas para latrinas separadas para meninas. escolas com latrinas separadas para
meninas. meninas/nº total de escolas.
Resultado Crítico 2.2
Aumenta a proporção de escolas 6. Percentagem de escolas com Processo Proporção. Indicador calculado pelo nº de
com condições para as crianças condições para as crianças lavarem as escolas com condições para as crianças
lavarem as mãos. mãos. lavarem as mãos/nº total de escolas.

Resultado Intermédio 3: Aumenta a proporção de escolas com condições adequadas


de segurança para os alunos (Ver lista de verificação 2, em anexo).

Indicador Designação Tipo Comentários

7. Percentagem de escolas com Processo Proporção. Indicador calculado pelo nº de


condições adequadas de segurança escolas com condições adequadas de
para os alunos (Ver lista de segurança/nº total de escolas.
verificação 2, em anexo).

Resultado Crítico Indicadores Tipo Comentários

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Reduz o número de acidentes que Produto Número. Indicador calculado pelo número de
ocorrem na escola ou nos arredores 8. Número de acidentes que ocorrem acidentes que ocorrem na escola ou arredores
dela. na escola ou nos arredores dela. dela, num ano.

Resultado Intermédio 4:
Aumenta a proporção de alunos com problemas de saúde identificados, tratados e ou
referidos à US.

Designação Tipo Comentários


Indicadores
9. Percentagem de alunos com Produto Proporção. Indicador calculado pelo nº de
problemas de saúde identificados, alunos com problemas de saúde
tratados e ou referidos à US. identificados, tratados e ou referidos à US/nº
de alunos com problemas de Saúde
identificados.
Resultados Críticos Indicadores Tipo Comentários
Resultado Crítico 4.1
Aumenta a proporção de escolas 10. Percentagem de escolas com Processo Proporção. Indicador calculado pelo nº de
com “Kits” de primeiros socorros “Kits” de primeiros socorros escolas com “Kits” de primeiros socorros
funcionais. funcionais. funcionais/nº total de escolas.

Resultado Crítico 4.2


Funcionamento adequado do 11. Percentagem de alunos satisfeitos Produto Proporção. Indicador verificado pelo grau de
sistema de referência às US do com o funcionamento do sistema de satisfação na forma como os casos de doença
Sistema Nacional de Saúde (SNS), referência adequado às US do SNS, em alunos são identificados na escola,
incluindo as crianças com encaminhados e tratados na US, incluindo as
incluindo as crianças com
necessidades educativas e de saúde crianças com necessidades educativas e de
necessidades educativas e de saúde especiais. saúde especiais, num determinado período.
especiais.

Resultado Intermédio 5:

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Aumenta a proporção de alunos dos 6 aos 10 anos com exames médicos recomendados
pelo MISAU realizados.

Designação Tipo Comentários


12. Percentagem de alunos dos 6 aos Produto Proporção. Indicador calculado pelo nº de
Indicadores 10 anos com exames médicos alunos dos 6 aos 10 anos com exames
recomendados pelo MISAU recomendados pelo MISAU realizados/nº de
realizados. alunos dos 6 aos 10 anos com exames
médicos recomendados pelo MISAU
realizados/nº nos alunos existentes na(o)
escola/distrito/província/País.
Resultado Crítico Indicador Tipo Comentários
Realizam-se acções preventivas 13. Número de sessões de Processo Número. Indicador calculado pelo sessões de
que preservem a saúde: visual, sensibilização aos pais/encarregados sensibilização aos pais/ encarregados de
auditiva, oral e mental dos alunos de educação, professores e alunos para educação, professores e alunos para adopção
adopção de práticas que preservem a de práticas que preservem a saúde visual,
bem como o diagnóstico precoce.
saúde visual, auditiva, oral e mental auditiva, oral e mental dos alunos bem como
dos alunos bem como a aderência aos a aderência aos cuidados de saúde, num
cuidados de saúde. determinado ano, em determinada área
geográfica (escola/distrito/província/País).

Resultado Intermédio 6: Aumenta a proporção de escolas com plano anual elaborado e


relatório anual feito sobre actividades de SE.

Designação Tipo Comentários


Indicadores
14. Percentagem de escolas com plano Produto Proporção. Indicador calculado pelo nº de
anual elaborado e relatório anual feito escolas com plano anual elaborado e relatório
sobre actividades de SE. anual feito sobre actividades de
SE/distrito/província/País.

Resultado Crítico Indicadores Tipo Comentários

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Aumenta a proporção de escolas 15. Percentagem de escolas que Processo Proporção. Indicador calculado pelo nº de
que realizam uma reunião de realizam uma reunião de planificação escolas que realizam uma reunião de
planificação e uma de balanço das e uma de balanço das actividades de planificação e uma de balanço das actividades
SE. de SE, num ano/por área geográfica
actividades de SE.
(distrito/província/País).

Resultado Intermédio 7:
Aumenta a proporção de professores e técnicos de saúde formados em SE por
escola/US.
Designação Tipo Comentários
16. Percentagem de Produto Proporção. Indicador calculado pelo nº de
professores/técnicos de saúde professores/técnicos de saúde formados ou
Indicadores formados/capacitados em SE por capacitados em SE por escola/US, nos
escola/US, nos últimos 2 anos. últimos 2 anos/Nº total de professores ou
técnicos de saúde existentes na
escola/US/distrito/província/País.
Resultado Crítico Indicadores Tipo Comentários
Introduz-se nos Institutos de 17. Introdução nos Institutos de Processo Facto. Indicador verificado pela introdução
Formação de Professores e dos Formação de Professores e dos nos Institutos de Formação de Professores e
técnicos de Saúde a disciplina de técnicos de Saúde da disciplina de SE. dos técnicos de Saúde da disciplina de SE, até
2019.
SE.

Resultado Intermédio 8:
Inclui-se nos relatórios de balanço do MINED e MISAU desde o nível do distrito até ao
central, indicadores sobre a SE.
Indicadores Designação Tipo Comentários
18. Inclusão nos relatórios de balanço Processo Facto. Indicador verificado pela inclusão nos
do MINED e MISAU desde o nível do relatórios de balanço do MINED e MISAU
distrito até ao central, de indicadores desde o nível do distrito até ao central, de

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sobre a SE. indicadores sobre a SE.


Resultado Crítico 8.1 Indicador Tipo Comentários
Aumenta, a proporção do 19. Percentagem do orçamento do Processo Proporção. Indicador calculado pelo valor de
orçamento do Sector da Educação Sector da Educação e Saúde alocado à orçamento dos sectores de Educação e Saúde
e Saúde alocado à SE. SE. alocado à SE/ valor do orçamento geral do
Sector de Educação e de Saúde.

Resultado Crítico 8.2 Indicador Tipo Comentários


Aumenta a proporção dos 20. Percentagem dos professores, Processo Proporção. Indicador calculado pelo nº de
professores, técnicos de saúde, técnicos de saúde, alunos e outros professores, técnicos de saúde, alunos e
alunos e outros intervenientes intervenientes capacitados no uso dos outros intervenientes capacitados no uso dos
instrumentos de M&A do programa de instrumentos de M& A do programa de SE/ nº
capacitados no uso dos
SE desde o nível da escola até ao total de professores, técnicos de saúde, alunos
instrumentos de M&A do central. e outros intervenientes no programa de SE
programa de SE desde o nível da existentes, desde o nível da escola até ao
escola até ao central. central.
Fonte: Adaptado a partir de UNICEF, 2009; MEC, 2006; MINED, 2011; PCD e Save the Children, 2008; MINED, 2010; MISAU,
2008; RM, 2012; Brener et al., 2011; PEPFAR, 2012

5.4.3.5. Matriz de operacionalização do quadro de referência para o plano de M&A do programa de Saúde Escolar
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Tabela 8: Matriz de operacionalização do quadro de referência para o plano de M&A do programa de SE em Moçambique

Indicador Definição e Unidades Justificação Fontes de dados,Frequência Valores de base/


métodos, responsável Metas

R.I.1 Reduz a proporção de aluna(o)s com gravidez (menor de 18 anos), ITS, doenças preveníveis ou que consomem estupefacientes
(drogas) ou álcool.
1. Percentagem de Definição: Este indicador seráAjuda-nos aFontes: IDS Valor de base
alunas com gravidez calculado pelo nº de alunas comverificar as (2013): .........................
(menor de 18 anos), gravidez (menor de 18 anos), ITS,mudanças deMétodos: Inquéritos aos ........
aluno(a)s com ITS, doenças preveníveis ou quecomportamento dosmeninos e meninas em
doenças preveníveis consomem estupefacientesaluno(a)s comoidade escolar nos seusDe 5 em 5Meta: 5% em relação
ou que consomem (drogas) ou álcool/nº total dosresultado do reforçoagregados familiares. anos ao valor de base.
estupefacientes aluno(a)s. das acções de
(drogas) ou álcool. educação eResponsável: INE
Unidade: Proporção promoção de Saúde
nas escolas.
Desagregado por: Escola, ZIP,
Urbano e Rural, distrito e
província.

R.C.1 Aumenta a proporção de alunos com habilidades que contribuam para o sucesso escolar através do reforço das acções de
educação e promoção da saúde (Ver a lista de verificação 3, apendice II).

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2. Percentagem de Definição: Este indicador seráAjuda-nos a aferirFontes: Relatórios de Valor de base


alunos com calculado pelo nº de alunos comas habilidades quepesquisas do MISAU e (2013): .........................
habilidades que habilidades que contribuam para ocontribuem para oMINED ........
contribuam para o sucesso escolar através do reforçosucesso escolar
sucesso escolar das acções de educação ecomo resultado dasMétodos: Inquéritos aosDe 5 em 5Meta: Aumento de 5%
através do reforço das promoção da saúde (Ver lista deacções de educaçãomeninos e meninas emanos em relação ao valor de
acções de educação e verificação 3, apendice II)/nº totale promoção daidade escolar nas escolas. base.
promoção da saúde dos alunos. saúde nas escolas.
nas escolas (Ver a Responsável:
lista de verificação 3, Unidade: Proporção MINED/MISAU no nível
em anexo). central
Desagregado por: Escola, ZIP,
Urbano e Rural, distrito e
província.

R.C.1.1 Aumenta a proporção de alunos abrangidos pelas actividades de promoção de saúde (listar as principais três actividades
realizadas).
3. Percentagem de Definição: Este indicador seráAjuda-nos aFontes: Relatórios Valor de base
alunos abrangidos calculado pelo nº de alunosverificar atrimestrais das escolas,Anualmente (2013) ..........................
pelas actividades de abrangidos pelas actividades deabrangência dasdos SDEJT, SDSMAS, .......
promoção de saúde promoção de saúde (listar asactividades deDPEC e DPS
(listar as principais principais três actividadespromoção de saúde Meta: Aumento de 5%
três actividades realizadas)/nº total dos alunos. nas escolas. Métodos: Recolha de em relação ao valor de
realizadas). dados nas actividades de base.
Unidade: Proporção promoção de saúde,
realizadas nas escolas.
Desagregado por: Escola, ZIP,
Urbano e Rural, distrito e Responsável:
província. MINED/MISAU no nível
central.

Judas Xavier Massingue Page 74


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R.I. 2. Aumenta a proporção de escolas com condições adequadas de higiene e saneamento para os alunos (Ver a lista de
verificação 1, apendice II).
4. Percentagem de Definição: Este indicador seráEste indicador Fontes: Relatórios Valor de base
escolas com condições calculado pelo nº de escolas comajuda verificação trimestrais das ZIPs, dosDe 6 em 6(2013): .........................
adequadas de higiene e condições adequadas de higienedas condições de SDEJT, SDSMAS,meses ........
saneamento para os e saneamento para os alunoshigiene e DPEC e DPS
alunos (Ver a lista de (Ver a lista de verificação 1,saneamento nas Meta: Aumento de 5%
verificação 1, em apendice II)/nº total de escolasescolas Métodos: Recolha de em relação ao valor de
anexo). existentes. dados nas visitas de base.
monitoria às escolas e
Unidade: Proporção leitura dos relatórios.

Desagregado por: ZIP, Urbano Responsável: ZIP,


e Rural, distrito e província. SDEJT, SDSMAS,
DPEC, DPS, MINED e
MISAU no nível central
R.C.2.1 Aumenta a proporção de escolas com latrinas separadas para meninas.
5. Percentagem de Definição: Este indicador seráEste indicador Fontes: Relatórios Valor de base
escolas com latrinas calculado pelo nº de escolas compermite a trimestrais das ZIPs, dosDe 6 em 6(2013): .........................
separadas para latrinas separadas paraverificação das SDEJT, SDSMAS,meses ........
meninas. meninas/nº total de escolasescolas com DPEC e DPS
existentes. condições de Meta: Aumento de 5%
higiene e Métodos: Recolha de em relação ao valor de
Unidade: Proporção saneamento, na dados nas visitas de base.
componente de monitoria às escolas e
Desagregado por: ZIP, Urbanolatrinas sensíveis ao leitura dos relatórios.
e Rural, distrito e província. género.

Judas Xavier Massingue Page 75


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Responsável: ZIP,
SDEJT, SDSMAS,
DPEC, DPS, MINED e
MISAU no nível central.
R.C.2.2 Aumenta a proporção de escolas com condições para as crianças lavarem as mãos.
6. Percentagem de Definição: Este indicador seráEste indicadorFontes: Relatórios Valor de base
escolas com condiçõescalculado pelo nº de escolas compermite atrimestrais das ZIPs, dosDe 6 em 6(2013): .........................
para as crianças
condições para as criançasverificação dasSDEJT, SDSMAS,meses ........
lavarem as mãos. lavarem as mãos/nº total deescolas comDPEC e DPS
escolas existentes. condições de Meta: Aumento de 5%
higiene eMétodos: Recolha de em relação ao valor de
Unidade: Proporção saneamento, nadados nas visitas de base.
componente demonitoria às escolas e
Desagregado por: ZIP, Urbanolavagem das mãosleitura dos relatórios.
e Rural, distrito e província. das crianças.
Responsável: ZIP,
SDEJT, SDSMAS,
DPEC, DPS, MINED e
MISAU no nível central
R.I. 3: Aumenta a proporção de escolas com condições adequadas de segurança para os alunos (Ver a lista de verificação 2,
apendice II).
7. Percentagem de Definição: Este indicador seráEste indicadorFontes: Relatórios Valor de base
escolas com condições calculado pelo nº de escolas compermite atrimestrais das ZIPs, dos (2013): .........................
adequadas de condições adequadas deverificação dasSDEJT, SDSMAS e De 6 em 6........
segurança para os DPEC. meses
segurança para os alunos (Verescolas com
alunos (Ver lista de
verificação 2, em lista de verificação 2, apendicecondições Meta: Aumento de 5%
anexo). II)/nº total de escolas existentes. adequadas deMétodos: Recolha de em relação ao valor de
segurança para osdados nas visitas de base.
Unidade: Proporção alunos. monitoria às escolas e
leitura dos relatórios.
Desagregado por: ZIP, Urbano e

Judas Xavier Massingue Page 76


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Rural, distrito e província. Responsável: ZIP,


SDEJT, SDSMAS,
DPEC, DPS, MINED e
MISAU no nível central.

Resultado Crítico 3: Reduz o número de acidentes que ocorrem na escola ou nos arredores dela.

8. Número de acidentes Definição: Este indicador éEste indicadorFontes: Relatórios Valor de base
que ocorrem na escola medido pelo número de acidentespermite monitorartrimestrais das ZIPs, dos (2013): .........................
ou nos arredores dela. que ocorrem na escola ou nosa situação da SDEJT, SDSMAS, DPS De 6 em 6........
arredores dela. e DPEC. meses
ocorrência de
Unidade: Número acidentes dentro da Meta: Redução de 5%
escola e nosMétodos: : Recolha de em relação ao valor de
Desagregado por: Escola, ZIP,arredores dela. dados nas visitas de base.
Urbano e Rural, distrito e monitoria às escolas e
província. leitura dos relatórios.

Responsáveis: ZIP,
SDEJT, SDSMAS,
DPEC, DPS, MINED e
MISAU no nível central.

R. I. 4: Aumenta a proporção de alunos com problemas de saúde identificados, tratados e ou referidos à US.

9. Percentagem de Definição: Este indicador é Este indicadorFontes: Relatórios Valor de base


alunos com problemas medido pelo número de alunospermite verificaçãotrimestrais das ZIPs, dos (2013): .........................
de saúde identificados, com problemas de saúdedo funcionamento SDEJT, SDSMAS, DPS De 6 em 6........
tratados e ou referidos e DPEC. meses
identificados, tratados e oudo sistema de
à US.
referidos à US/nº total de alunosidentificação das Meta: Aumento de 5%
existentes. crianças comMétodos: Recolha de em relação ao valor de

Judas Xavier Massingue Page 77


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Unidade: Proporção problemas de saúde,dados nas visitas de base.


tratamento emonitoria às escolas e
Desagregado por: Escola, ZIP,referência à US. leitura dos relatórios.
Urbano e Rural, distrito e
província.
Responsável: ZIP,
SDEJT, SDSMAS,
DPEC, DPS, MINED e
MISAU no nível central.

Resultado Crítico 4.1: Aumenta a proporção de escolas com “Kits” de primeiros socorros.
10. Percentagem de Definição: Este indicador éEste indicadorFontes: Relatórios Valor de base
escolas com “Kits” de medido pelo número de escolaspermite verificaçãotrimestrais das ZIPs, dos (2013): .........................
primeiros socorros com “Kits” de primeirosdas condiçõesSDEJT, SDSMAS, DPSDe 6 em 6........
funcionais. socorros funcionais/nº total de e DPEC. meses
existentes na escola
escolas existentes.
para a prestação de Meta: Aumento de 5%
Unidade: Proporção primeiros socorros Métodos: Recolha de em relação ao valor de
na escola paradados nas visitas de base.
Desagregado por: ZIP, Urbanocrianças commonitoria às escolas e
e Rural, distrito e província. problemas de saúde.leitura dos relatórios.

Responsáveis: ZIP,
SDEJT, SDSMAS,
DPEC, DPS, MINED e
MISAU no nível central.
Resultado Crítico 4.2: Funcionamento adequado do sistema de referência às US do SNS, incluindo as crianças com necessidades
educativas e de saúde especiais.

11. Percentagem de Definição: Este indicador éEste indicador Fontes: Relatórios de Valor de base
alunos satisfeitos com medido pelo número de alunosmede o grau deinquéritos semestrais (2013): .........................
o funcionamento do satisfeitos com o funcionamentosatisfação na formasobre o grau de satisfação De 6 em 6........
sistema de referência do sistema de referência dos alunos em relação aomeses

Judas Xavier Massingue Page 78


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adequado às US do adequado às US do SNS,como os casos defuncionamento do Meta: Aumento de 5%


SNS, incluindo as incluindo as crianças comdoença em alunossistema de referência. em relação ao valor de
crianças com necessidades educativas e desão identificados na base.
necessidades saúde especiais/número total de Métodos: Realização de
escola,
educativas e de saúde alunos entrevistados. inquéritos regulares sobre
especiais. encaminhados eo grau de satisfação em
Unidade: Proporção tratados na US,relação ao funcionamento
incluindo asdo sistema de referência.
Desagregado por: Escola, ZIP,crianças com
Urbano e Rural, distrito enecessidades Responsáveis: ZIP,
província. educativas e de SDEJT, SDSMAS,
DPEC, DPS, MINED e
saúde especiais.
MISAU no nível central.
R.I. 5: Aumenta a proporção de alunos dos 6 aos 10 anos com exames médicos recomendados pelo MISAU realizados.

12 Percentagem de Definição: Este indicador éEste indicadorFontes: Relatórios Valor de base


alunos dos 6 aos 10 medido pelo número de alunospermite medir a trimestrais das escolas, (2013): .........................
anos com exames dos 6 aos 10 anos com examescobertura dosZIPs, dos SDEJT,De 6 em 6........
médicos recomendados SDSMAS, DPS e DPEC. meses
médicos recomendados peloexames médicos
pelo MISAU
realizados. MISAU realizados/número totalrecomendados pelo Meta: Até 2018, 90%
de alunos existentes na escola MISAU no seio dosMétodos: Recolha de dos alunos dos 6 aos 10
alunos dos 6 aos 10dados nas visitas de anos com exames
Unidade: Proporção anos existentes nasmonitoria às escolas e médicos recomendados
escolas do País. leitura dos relatórios.
Desagregado por: Escola, ZIP, pelo MISAU
Responsável: ZIP,
Urbano e Rural, distrito e realizados.
SDEJT, SDSMAS,
província.
DPEC, DPS, MINED e
MISAU no nível central.

Resultado Crítico 5: Realizam-se acções preventivas que preservem a saúde: visual, auditiva, oral e mental dos alunos bem como o
diagnóstico precoce.

Judas Xavier Massingue Page 79


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13. Número de sessões Definição: Este indicador seráEste indicadorFontes: Relatórios Valor de base
de sensibilização aos medido pelo número de sessõespermite aferir ostrimestrais das escolas, (2013): .........................
pais/encarregados de de sensibilização aos pais ouesforços das acçõesZIPs, dos SDEJT,De 6 em 6........
educação, professores e
encarregados de educação,
de prevenção deSDSMAS, DPS e DPEC. meses
alunos para adopção deprofessores e alunos para
práticas que preservemadopção de práticas quedoenças e aderênciaMétodos: Recolha de
a saúde preservem a saúde visual,ao tratamento nodados nas visitas de
visual,
auditiva, oral e mental dosseio das crianças emonitoria às escolas e
auditiva, oral e mental Meta: Duas sessões
dos alunos bem como a alunos bem como a aderênciaadultos daleitura dos relatórios. por mês por escola.
aderência aos cuidadosaos cuidados de saúde,comunidade
de saúde. realizadas. escolar. Responsáveis: Director
da escola, Coordenador
Unidade: Número de ZIP, SDEJT,
SDSMAS, DPEC, DPS,
Desagregado por: Escola, ZIP, MINED e MISAU no
Urbano e Rural, distrito e nível central.
província.
R.I. 6: Aumenta a proporção de escolas com plano anual elaborado e relatório anual feito sobre actividades de SE.
14. Percentagem de Definição: Este indicador será Este indicadorFontes: Relatórios Valor de base
escolas com plano medido pelo número de escolaspermite aferir o semestrais das ZIPs, dos (2013): .........................
anual elaborado e com plano anual elaborado egrau deSDEJT, SDSMAS, DPSDe 6 em 6........
relatório anual feito e DPEC. meses
relatório anual feito sobrecompromentimento
sobre actividades de Métodos: Recolha de
SE. actividades de SE/número totalda escola emdados nas visitas de Meta: Até 2018, 100%
de escolas existentes. relação à SE atravésmonitoria às escolas e das escolas do País
de um plano deleitura dos relatórios.
Unidade: Proporção acção, elaborado deResponsável:
Desagregado por: ZIP, Urbanoforma participativa,Coordenador de ZIP,
e Rural, distrito e província. o qual expressa asSDEJT, SDSMAS,
metas e umDPEC, DPS, MINED e
relatório sobre asMISAU no nível central.
realizações e

Judas Xavier Massingue Page 80


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desafios.

Resultado Crítico 6: Aumenta a proporção de escolas que realizam uma reunião de planificação e uma de balanço das actividades
de SE.
15. Percentagem de Definição: Este indicador será Este indicadorFontes: Relatórios
escolas que realizam medido pelo número de escolaspermite aferir osemestrais das ZIPs, dos Valor de base
uma reunião de que realizam uma reunião degrau deSDEJT, SDSMAS, DPS De 6 em 6(2013): .........................
planificação e uma de planificação e uma de balanço e DPEC. meses ........
compromentimento
balanço das actividades das actividades de SE/ número Métodos: Recolha de
de SE. total de escolas existentes. da escola emdados nas visitas de
relação à SE atravésmonitoria às escolas e Meta: Até 2018, 100%
Unidade: Proporção de planificaçãoleitura dos relatórios. das escolas do País.
participativa eResponsáveis:
Desagregado por: ZIP, Urbanoprestação de contasCoordenador de ZIP,
e Rural, distrito e província. á comunidadeSDEJT, SDSMAS,
DPEC, DPS, MINED e
escolar.
MISAU no nível central.
R.I. 7: Aumenta a proporção de professores e técnicos de saúde formados em SE por escola/unidade sanitária.

16. Percentagem de Definição: Indicador calculado Este indicadorFontes: Relatórios Valor de base
professores e técnicos pelo nº de professores/técnicospermite aferir ossemestrais das ZIPs, US, (2013): .........................
de Saúde de saúde formados ouesforços dedos SDEJT, SDSMAS, De 12 em 12........
formados/capacitados DPS e DPEC. meses
capacitados em SE porcapacitação dos
em SE por escola/US, Métodos: Recolha de
nos últimos 2 anos. escola/US, nos últimos 2professores edados nas visitas de Meta: Até 2018, 10%
anos/Nº total de professores outécnicos de saúdemonitoria às escolas e dos professores e
técnicos de saúde existentes naem SE, incluindoleitura dos relatórios. técnicos de saúde
escola/US/distrito/província/País componentes deResponsável: capacitados.
M&A. Coordenador de ZIP,
Unidade: Proporção Responsável da US,
Desagregado por: ZIP, US, SDEJT, SDSMAS,
Urbano e Rural, distrito e DPEC, DPS, MINED e

Judas Xavier Massingue Page 81


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província. MISAU no nível central.

Resultado Crítico 7: Introduz-se nos Institutos de Formação de Professores e dos técnicos de Saúde a disciplina de SE, incluindo a
respectiva componente de M&A.
17. Introdução nos Definição: Indicador verificadoEste indicadorFontes: Relatório de Valor de base
Institutos de Formação pela introdução nos Institutos depermite aferir osverificação dos curricula (2013): .........................
de Professores e dos Formação de Professores e dosesforços dede formação professores De 12 em 12........
técnicos de Saúde da técnicos de Saúde da disciplina
capacitação dose os de formação dosmeses
disciplina de SE, de SE e da respectiva
incluindo a respectiva componente de M&A, até 2018 professores etécnicos de saúde. Meta: Até 2018, os
componente de M&A. técnicos de Saúde Institutos de Formação
através da inclusão Métodos: Verificação
Unidade: Facto dos professores e os de
dos curricula de
da disciplina de SEformação de professores formação dos técnicos
Desagregado por: Institutos dee respectivae os de formação dos de saúde com a
Formação de Professores e os decomponente detécnicos de saúde.
Formação de Técnicos de Saúde. disciplina de SE,
M&A, nos incluindo a respectiva
institutos deResponsáveis: MINED e componente de M&A
formação. MISAU, no nível central.
introduzidos.

R.I. 8: Inclui-se nos relatórios de balanço do PES do MINED e MISAU desde o nível do distrito até ao central, indicadores sobre a
SE.

18. Inclusão nos Definição: Indicador verificado Este indicadorFontes: Relatórios de Facto de base
relatórios de balanço pela inclusão nos relatórios depermite verificar abalanço do MINED e (2013): .........................
do MINED e MISAU balanço do MINED e MISAUinclusão dosMISAU desde o nível do De 6 em 6........
desde o nível do distrito até ao central; meses
desde o nível do distrito até ao indicadores
distrito até ao central,
de indicadores central, de indicadores sobre aessenciais de SEMétodos: Verificação de Meta: Até 2015,
essenciais sobre a SE. SE. para seremindicadores sobre a SE incluir nos relatórios de
monitorados desdenos relatórios de balanço. balanço do MINED e
Unidade: Facto o nível do distrito MISAU desde o nível
até ao central. do distrito até ao

Judas Xavier Massingue Page 82


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Desagregado por: Distrito, Responsável: SDEJT, central, indicadores


província e Central (MINED e SDSMAS, DPEC, DPS, essenciais sobre a SE.
MISAU) MINED e MISAU no
nível central.

Resultado Crítico 8.1: Aumenta a proporção do orçamento do Sector da Educação e Saúde alocado à SE.

19. Percentagem do Definição: Indicador calculadoEste indicadorFontes: Relatórios Valor de base


orçamento do Sector da pelo valor de orçamento dospermite aferir ossemestrais das ZIPs, US, (2013): .........................
Educação e Saúde sectores de Educação e Saúdeesforços dedos SDEJT, SDSMAS,De 6 em 6........
alocado à SE. alocado à SE/ valor do DPS e DPEC. meses
dinamização das
orçamento geral do Sector de
Educação e de Saúde. intervenções de SE,Métodos: Recolha de Meta: Até 2018, __%
através de alocaçãodados nas visitas de do orçamento do sector
Unidade: Proporção de orçamentomonitoria às escolas, US de Educação e Saúde,
adequado dose leitura dos relatórios. alocado à SE.
Desagregado por: Escola, ZIP,sectores de
US, Urbano e Rural, distrito eEducação e Saúde. Responsáveis: Director
província. da Escola, Coordenador
de ZIP, Chefe da US,
SDEJT, SDSMAS,
DPEC, DPS, MINED e
MISAU no nível central.

Resultado Crítico 8.2: Aumenta a proporção dos professores, técnicos de saúde, alunos e outros intervenientes capacitados no uso
dos instrumentos de M&A do programa de SE desde o nível da escola até ao central.

20. Percentagem dos Definição: Indicador calculadoEste indicadorFontes: Relatórios Valor de base
professores, técnicos de pelo nº de professores, técnicospermite aferir ossemestrais das ZIPs, US, (2013): .........................
saúde, alunos e outros de saúde, alunos e outrosesforços dedos SDEJT, SDSMAS,De 6 em 6........
intervenientes intervenientes capacitados no DPS e DPEC. meses
melhoria de
capacitados no uso dos uso dos instrumentos de M&A
qualidade das

Judas Xavier Massingue Page 83


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instrumentos de M&A do programa de SE/ nº total deintervenções de SEMétodos: Recolha de Meta: Até 2018, 15%
do programa de SE professores, técnicos de saúde,através dadados nas visitas de dos professores,
desde o nível da escola alunos e outros intervenientes nocapacitação dosmonitoria às escolas e técnicos de saúde,
até ao central. programa de SE existentes, leitura dos relatórios.
actores chaves no alunos e outros
desde o nível da escola até ao
central. uso dosResponsáveis: Director intervenientes
instrumentos deda Escola, Coordenador capacitados no uso dos
Unidade: Proporção M&A. de ZIP, Chefe da US, instrumentos de M&A
SDEJT, SDSMAS, do programa de SE.
Desagregado por: ZIP, US,
Urbano e Rural, distrito e DPEC, DPS, MINED e
província. MISAU no nível central.

Judas Xavier Massingue Page 84


Programa de Saúde Escolar em Moçambique: Análise do actual sistema de Monitoria e Avaliação e contribuição para o seu
melhoramento

5.4.3.6 Plano para a garantia da qualidade dos dados

A garantia de qualidade para qualquer sistema de M&A de programas de SE é vital porque ajuda
a compreender como é que o programa funciona e se os objectivos estão a ser alcançados.

A qualidade dos dados, é outra componente importante. Para tal, deve-se capacitar recursos
humanos sobre a importância duma informação correcta, completa, consistente, antepada,
confidencial, precisa e íntegra (PEPFAR e USAID, 2007) para o sucesso das intervenções de
SE. Essa capacitação deverá incluir o uso dos instrumentos de M&A. As formações iniciais
deverão ser seguidas de apoio técnico regular através do acompanhamento do uso dos
instrumentos em diferentes níveis.

5.4.3.7. Plano de Uso e Disseminação da informação

O retorno e análise da informação para as partes chaves envolvidas e interessadas é


extremamente importante. Pode ajudar a fortalecer a participação, compreensão e apropriação
dos resultados provenientes dos dados colhidos. Este retorno pode ser feito em reuniões regulares
desde o nível central até à escola ou unidade sanitária. Na página de internet do MISAU
encontramos alguns relatórios contendo realizações relativas à SE (MISAU, 2012). Isto significa
que a criação de uma página única (MINED e MISAU) do Programa de SE pode facilitar a
disseminação da informação sobre as realizações na área de SE.

5.4.3.8. Factores críticos de sucesso na implementação do quadro de referência para o


plano de M&A

O sucesso deste plano de M&A depende de alocação de recursos humanos, materiais e


financeiros. Depende ainda de um trabalho bem estabelecido e organizado de sensibilização de
todos envolvidos e capacitação dos técnicos responsáveis pela recolha de dados, processamento,
análise e apresentação da informação para que sejam aptos a usar adequadamente os
instrumentos propostos.

Para tal, deve-se dotar as escolas, unidades sanitárias, SDEJT, SDSMAS, DPEC, DPS, MINED e
MISAU recursos humanos e materiais, incluindo instrumentos de monitortia e avaliação, para
aumentar a cobertura actual e qualidade destes serviços de forma segura e sustentável (CNCS,
2010).

Judas Xavier Massingue, Tese de Mestrado em Saú de Pú blica, UEM Page 85


Programa de Saúde Escolar em Moçambique: Análise do actual sistema de Monitoria e Avaliação e contribuição para o seu
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5.4.8 Os recursos necessários para uma efectiva implementação do plano de monitoria e


avaliação do programa de saúde escolar
A capacitação dos principais intervenientes nos instrumentos de M&A a serem usados na
implementação do plano de M&A pode ser através do envio de um conjunto de documentos que
constituiem a ferramenta de M&A ou através da capacitação presencial (PCD e Save the
Children, 2008). A necessidade de um conjunto de documentos que constituiem a ferramenta de
apoio à M&A do programa de SE foi referida em quase todas as entrevistas:
“É preciso haver algumas brochuras para servirem de guião”, técnico dos SDEJT, 2012

Os recursos alocados para a M&A estão muito longe de satisfazer as necessidades, sobretudo ao
nível do distrito. Porém, há alocação de recursos para acções como vacinação e visitas de
monitoria do programa de SE. Os recursos para a M&A ao nível do distrito e da escola, são
muito exíguos. A alocação de motociclos para os responsáveis de SE ao nível do distrito
contribuiria para facilitar o acesso desses às escolas onde o acesso através da viatura é difícil
devido ao estado das vias de transporte.
“É importante disponibilizar meios de transporte aos técnicos de SE para facilitar a deslocação
às escolas do distrito. Recordo-me que em 2004, existiam motorizadas disponibilizadas com o
financiamento do UNICEF”, Técnica dos SDSMAS, Agosto de 2012.
Os recursos alocados para as avaliações periódicas do impacto do programa são reduzidos, o que
se traduz em muito poucas avaliações realizadas.

Não foi possível termos a percentagem de recursos do programa de SE para a área de M&A, pois
as visitas de minitoria são feitas de forma integrada com os outros programas. De acordo com a
MEASURE Evaluation (2006) e PEPFAR (2012), 5 a 10% do total do orçamento de um
programa ou projecto deve ser alocado à M&A.

5.5 Resumo dos Principais Tópicos da Discussão na Fase de Acção


Foi feita uma discussão de resultados de acordo com as principais questões da pesquisa
interligadas que estão enquadradas nas duas fase do estudo, nomeadamente a fase da pesquisa e a
de acção.

Judas Xavier Massingue, Tese de Mestrado em Saú de Pú blica, UEM Page 86


Programa de Saúde Escolar em Moçambique: Análise do actual sistema de Monitoria e Avaliação e contribuição para o seu
melhoramento

Com base nas principais constatações da fase de pesquisa e nos documentos orientadores do
Programa de SE, dentro e fora de Moçambique, um quadro de referência para a M&A do
programa é apresentado, composto pela grelha de resultados, a lista dos 20 principais indicadores
propostos, matrix de operacionalização e considerações críticas para o sucesso de
implementação.

Nas questões críticas para o sucesso da implementação, uma ênfase é dada à alocação dos
recursos para os processos de M&A a todos os níveis, recomendando-se que do total do
orçamento do programa de SE, 5 a 10% deve ser alocada nesta componente.

Judas Xavier Massingue, Tese de Mestrado em Saú de Pú blica, UEM Page 87


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melhoramento

CAPÍTULO VI
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

6.1 Conclusões
Da análise do actual sistema de M&A para o programa de SE implementado pelo MISAU e
MINED, tiramos as seguintes conclusões:
 A maior parte dos técnicos de saúde e educação responsáveis pela SE, não têm formação
sobre a M&A. As transferências dos técnicos capacitados não têm sido acompanhadas de
uma base de dados, dificultando a integração destes nas intervenções de SE com
consequente limitação do uso do seu potencial. As capacitações dadas até à altura da
realização deste trabalho eram presenciais, não se aproveitando as novas tecnologias de
informação e comunicação.
 Os instrumentos de M&A elaborados em 2012, estão focalizados na monitoria, ficando a
componente de avaliação sem instrumentos padronizados. A ausência de um plano de M&A
para o programa de SE, pode estar aliada a este foco nos instrumentos de monitoria em
deterimento dos de avaliação.
 A elaboração de um plano de M&A do programa de SE pode contribuir para a colheita e
tratamento de informação atempada e de boa qualidade para informar a tomada de decisões
para a sua implementação eficaz;
 Os professores e os técnicos de saúde responsáveis pela SE desempenham um papel
importante para o sucesso das intervenções de SE, incluindo a respectiva M&A, porém, não
existe um indicador sobre o número de horas que estes dedicam por semana a esta
actividade. Como resultado não se registam horas extraordinárias, não havendo qualquer
compensação, o que de certa forma desmotiva o seu pleno desempenho;
 O levantamento estatístico anual realizado pelo MINED, a 3 de Março de cada ano, não
inclui dados sobre o saneamento do meio (número de latrinas funcionais separadas para
meninas e meninos, bem como fontes de água funcionais na escola), apesar de ser um
indicador muito importante para a retenção da rapariga na escola.

Judas Xavier Massingue, Tese de Mestrado em Saú de Pú blica, UEM Page 88


Programa de Saúde Escolar em Moçambique: Análise do actual sistema de Monitoria e Avaliação e contribuição para o seu
melhoramento

 As crianças desempenham um papel muito importante nas intervenções de SE ao nível da


turma, da escola e da comunidade mas não existe nenhum instrumento que elas podem usar
para a M&A das actividades desenvolvidas.
 Os fundos do ADE têm contribuído para o melhor desempenho das intervenções de SE em
duas das 6 escolas visitadas. Porém, os recursos financeiros e materiais alocados para as
intervenções de SE e respectiva M&A são inadequados para as reais necessidades desde o
nível da escola, ZIP, distrital, Provincial e Central.
 Há um fraco envolvimento do sector privado na promoção das intervenções de SE e
respectiva M&A. Apenas um dos 145 participantes na pesquisa referiu-se ao sector privado
como interveniente nas iniciativas de SE e sua M&A.

6.2 Recomendações

Com base nos vários aspectos analisados e nas conclusões tiradas, as seguintes recomendações
são feitas:

 Incluir a cadeira ou módulo de SE, incluindo a M&A, nas instituições de formação dos
professores e dos técnicos de Saúde;
 Oferecer oportunidades sistemáticas de formação contínua em SE, incluindo a M&A para os
professores e técnicos de saúde responsáveis pela SE, que podem incluir um módulo de
formação ONLINE. Para o efeito devem ser feitos estudos sobre como as tecnologias de
informação e comunicação podem fortalecer a gestão da M&A do Programa de SE;
 Rever os actuais indicadores e instrumentos de M&A, que estão focalizados na monitoria,
para se incluir os relativos à avaliação de forma padronizada bem como a percentagem do
orçamento institucioanal em acções de M&A das intervenções de SE;
 Elaborar um plano de M&A do programa de SE implementado pelo MISAU e MINED que
possa facultar informação atempada e de boa qualidade para a tomada de decisões para a
implementação eficaz do programa. O mesmo dever ser custeado e orçamentado;
 Incluir o indicador sobre o saneamento do meio na escola (número de latrinas funcionais
separadas para meninas e meninos, número de fontes de água funcionais) no levantamento
estatístico anual realizado pelo MINED, a 3 de Março de cada ano;

Judas Xavier Massingue, Tese de Mestrado em Saú de Pú blica, UEM Page 89


Programa de Saúde Escolar em Moçambique: Análise do actual sistema de Monitoria e Avaliação e contribuição para o seu
melhoramento

 Incluir um indicador sobre o número de horas dedicadas à SE pelos professores e técnicos


de saúde responsáveis por estas actividades ao nível da escola e da respectiva US;
 Elaborar instrumentos de M&A de SE a serem usados pelos alunos para as intervenções que
desenvolvem ao nível da turma, escola e comunidade circumvizinha da escola;
 Introduzir a prática de auditoria periódica e externa da qualidade de dados do Programa de
SE em Moçambique;
 Elaborar uma estratégia para o envolvimento do sector privado na promoção das
intervenções de SE e respectiva M&A, no âmbito da sua responsabilidade social;

6.3 Contribuições do Estudo

A M&A é uma componente importante nas intervenções de desenvolvimento que quando não for
devidamente abordada leva a insucesso das iniciativas desenvolvidas. Esta importância reside na
oportunidade que o processo oferece para formação e aprendizagem contínua a partir das lições
aprendidas partilhadas.

Das poucas pesquisas ou dissertações feitas em Moçambique sobre a SE, nenhuma dedicou-se à
análise do sistema de M&A das intervenções de SE, papel de um quadro de referência para um
plano de M&A e importância do envolvimento dos intervenientes chaves na definição de
indicadores, principais sucessos e desafios.

Este trabalho, contribuirá para a melhoria do sistema de M&A das intervenções de SE e do


adolescente através da elaboração de um quadro de referência para um plano de M&A tipo com a
participação dos principais intervenientes.
Poderá estimular a implementação do memorando de entendimento assinado entre o MISAU e o
MINED para promoção da SE bem como a concepção de novas iniciativas.

6.4 Necessidades de Estudos Futuros


Com o avanço e popularização do uso das tecnologias de informação e comunicação em
Moçambique, recomendamos para que estudos sejam feitos sobre como estas podem fortalecer a
gestão da M&A do Programa de SE.

Judas Xavier Massingue, Tese de Mestrado em Saú de Pú blica, UEM Page 90


Programa de Saúde Escolar em Moçambique: Análise do actual sistema de Monitoria e Avaliação e contribuição para o seu
melhoramento

Dada a relevância da qualidade de dados um sistema de M&A funcional dos programas como o
de SE, recomendamos que seja introduzida a prática de auditoria periódica e externa da
qualidade de dados do Programa de SE em Moçambique.
Neste trabalho, foi apresentado um quadro de referência para a um plano de M&A do programa
de SE mas para uma efectiva implementação, o mesmo deve ser custeado e orçamentado.
Recomenda-se um estudo para a orçamentação do Plano de M&A do Programa de SE, em
Moçambique.

Judas Xavier Massingue, Tese de Mestrado em Saú de Pú blica, UEM Page 91


Programa de Saúde Escolar em Moçambique: Análise do actual sistema de Monitoria e Avaliação e contribuição para o seu
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CAPÍTULO VII
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Programa de Saúde Escolar em Moçambique: Análise do actual sistema de Monitoria e Avaliação e contribuição para o seu
melhoramento

APENDICES
I. Guiões de entrevista e discussões em grupo, cartas convite, carta de
Consentimento

Guião de entrevista com informante-chave: RESPONSÁVEIS DE SAÚDE ESCOLAR

Universidade Eduardo Mondlane

Faculdade de Medicina

Departamento de Saúde da Comunidade

Curso de Mestrado em Saúde Pública

Dados do entrevistado

Nome do(a) entrevistado(a)______________, Cargo/função________________, Local de


trabalho______________________Telefone_____________________________________,
E-mail:_______________________________________________________________ anos a
exercer a actual função/experiência em assuntos relacionados com a Saúde Escolar______;
Local de trabalho/residência______________________; Sexo________; idade________;
formação académica________; Data___/___/201_____.

1. Que tipo de intervenções de saúde escolar são desenvolvidas na sua


escola/comunidade/organização/distrito/província/instituição [assinale, dependendo da
área de responsabilidade do(a) entrevistado(a)]?

Judas Xavier Massingue, Tese de Mestrado em Saú de Pú blica, UEM Page 101
Programa de Saúde Escolar em Moçambique: Análise do actual sistema de Monitoria e Avaliação e contribuição para o seu
melhoramento

________________________________________________________________________
2. Qual é o seu papel nas intervenções de Saúde Escolar?
________________________________________________________________________
3. Que documentos orientam as intervenções que estão sendo desenvolvidas na saúde
escolar e do adolescente?
________________________________________________________________________
4. Como é feita a monitoria e avaliação das intervenções de Saúde Escolar?
________________________________________________________________________
5. Quem são as pessoas que participam nos processos de M&A?
________________________________________________________________________
6. Que formação relacionada com a M&A do programa de SE recebeu?
________________________________________________________________________
7. Se fosse a participar numa formação sobre M&A dos Programas de Saúde Escolar, que
matérias gostaria de aprender?

______________________________________________________________________________

8. Que indicadores são (sugere que sejam) usados para a monitoria e avaliação dos
processos, resultados e o impacto das intervenções do programa de Saúde Escolar?
Indicadores de Processo
________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________.
Indicadores de Resultado
________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________.
Indicadores de Impacto
________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________.
a) Se fosse necessário rever ou incluir algum indicador no actual sistema de M&A qual é
que seria e porquê acha que é necessário?
Indicadores de Processo
________________________________________________________________________

Judas Xavier Massingue, Tese de Mestrado em Saú de Pú blica, UEM Page 102
Programa de Saúde Escolar em Moçambique: Análise do actual sistema de Monitoria e Avaliação e contribuição para o seu
melhoramento

_______________________________________________________________________.
Indicadores de Resultado
________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________.
Indicadores de Impacto
________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________.

9. Que instrumentos de recolha e ou compilação de dados são usados para M&A das
intervenções em Saúde Escolar?
________________________________________________________________________
9.a) Se fosse necessário sugerir alguma alteração em algum dos instrumentos de recolha e ou
compilação de dados para a M&A do programa de SE, o que seria?
________________________________________________________________________
9.b) Nos actuais instrumentos de M&A qual é o dado que é mais fácil de colher e ou compilar?
Porquê?

9.c) Nos actuais instrumentos de M&A qual é o dado que é mais difícil de colher e ou compilar?
Porquê?

Se não está usando nenhum, que instrumentos de recolha e ou compilação de dados sugere que
sejam usados para M&A das intervenções em Saúde Escolar?
______________________________________________________________________________
_________________________________________________________________.

9.d) O que é feito para assegurar que os dados ou a informação que é colhida ou compilada é de
boa qualidade?
________________________________________________________________________

Judas Xavier Massingue, Tese de Mestrado em Saú de Pú blica, UEM Page 103
Programa de Saúde Escolar em Moçambique: Análise do actual sistema de Monitoria e Avaliação e contribuição para o seu
melhoramento

Se nada é feito, o que deve ser feito para assegurar que os dados ou a informação que é colhida
ou compilada seja de boa qualidade?
______________________________________________________________________________
_________________________________________________________________.
10. Para quê são usados os dados ou informação colhida/compilada nos processos de M&A
do programa de SE?
__________________________________________________________________________.
11. Como é (deve ser) feita a planificação e coordenação das actividades de M&A?

12. Se fosse necessário sugerir algo para ser mudado (introduzido) na maneira como é feita a
M&A das intervenções de SE, o que seria? Porquê?

________________________________________________________________________

13. O que entende por Plano de M&A do Programa de SE? Qual é a sua importância?

14. O que é preciso (recursos) para a implementação do plano de M&A do programa de


saúde escolar implementado pelo MISAU e MINED?

__________________________________________________________________________.
15. Se tem alguma(a)s pergunta(s) que gostaria que lhe tivessemos feito sobre M&A do
Programa de Saúde Escolar que não fizemos, pode partilhar connosco agora.
__________________________________________________________________________.
16. Tem algo que gostaria de acrescentar antes de terminarmos a nossa conversa?

Muito Obrigado pelo seu tempo e atenção!

Judas Xavier Massingue, Tese de Mestrado em Saú de Pú blica, UEM Page 104
Programa de Saúde Escolar em Moçambique: Análise do actual sistema de Monitoria e Avaliação e contribuição para o seu
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A. Guião de questões para a entrevista com informante-chave

Universidade Eduardo Mondlane

Faculdade de Medicina

Departamento de Saúde da Comunidade

Curso de Mestrado em Saúde Pública

Dados do entrevistado

Nome do(a) entrevistado(a)____________________________________________________,


Cargo/função_____________________________,

Local de trabalho______________________; Telefone____________________________,


E-mail:_______________________________________________________________anos a
exercer a actual função/experiência em assuntos relacionados com a Saúde Escolar______;
Local de trabalho/residência______________________; Sexo________; idade________;
formação académica________; Data___/___/201_____.

1. O que entende por Saúde Escolar?

Judas Xavier Massingue, Tese de Mestrado em Saú de Pú blica, UEM Page 105
Programa de Saúde Escolar em Moçambique: Análise do actual sistema de Monitoria e Avaliação e contribuição para o seu
melhoramento

___________________________________________________________________________
2. Que tipo de intervenções de saúde escolar são desenvolvidas na sua
escola/comunidade/organização/distrito/província/instituição [assinale, dependendo da
área de responsabilidade do(a) entrevistado(a)]?
________________________________________________________________________
3. Qual é o seu papel nas intervenções de SE?
________________________________________________________________________
4. Que documentos orientam as intervenções que estão sendo desenvolvidas na saúde
escolar?
________________________________________________________________________
5. Como é feita a monitoria e avaliação das intervenções de Saúde Escolar?
________________________________________________________________________
6. Quem são as pessoas que participam nos processos de M&A?
________________________________________________________________________
7. Que formação relacionada com a M&A do programa de SE recebeu?
________________________________________________________________________
8. Se fosse a participar numa formação sobre M&A dos Programas de Saúde Escolar, que
matérias gostaria de aprender?

______________________________________________________________________________

9. Que Indicadores são usados para a monitoria e avaliação das intervenções do programa
de Saúde Escolar?
________________________________________________________________________
b) Se fosse necessário rever, incluir ou sugerir algum indicador no actual sistema de M&A
qual é que seria e porquê acha que é necessário?
___________________________________________________________________________
10. Que instrumentos de recolha e ou compilação de dados são (podem ser) usados para
M&A das intervenções de SE?
________________________________________________________________________
10.a) Se fosse necessário sugerir (alguma alteração em) algum(s) dos instrumentos de recolha e
ou compilação de dados para a M&A do programa de SE, o que seria?

Judas Xavier Massingue, Tese de Mestrado em Saú de Pú blica, UEM Page 106
Programa de Saúde Escolar em Moçambique: Análise do actual sistema de Monitoria e Avaliação e contribuição para o seu
melhoramento

________________________________________________________________________
10.b) Nos actuais instrumentos de M&A qual é o dado que é mais fácil de colher e ou compilar?
Porquê?

10.c) Nos actuais instrumentos de M&A qual é o dado que é mais difícil de colher e ou
compilar? Porquê?

10.d) O que é (deve ser) feito para assegurar que os dados ou a informação que é colhida ou
compilada é de boa qualidade?
________________________________________________________________________

11. Para quê são usados os dados ou informação colhida/compilada nos processos de M&A
do programa de SE?
__________________________________________________________________________.
12. Como é feita a planificação e coordenação das actividades de M&A?

13. Se fosse necessário sugerir algo para ser mudado na maneira como é feita a M&A das
intervenções de SE, o que seria? Porquê?_______________________________________
_______________________________________________________________________

14. O que entende por Plano de M&A do Programa de Saúde Escolar? Qual é a sua
importância?

________________________________________________________________________

14.a) O que é preciso (recursos) para a implementação do plano de M&A do programa de saúde
escolar implementado pelo MISAU e MINED?

15. Qual é a percentagem do orçamento da instituição que é alocada para programas de


Saúde Escolar?

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Programa de Saúde Escolar em Moçambique: Análise do actual sistema de Monitoria e Avaliação e contribuição para o seu
melhoramento

__________________________________________________________________________.
15.a) Do orçamento para programas de Saúde Escolar qual é a percentagem que é alocada
para a componente de Monitoria e Avaliação?
__________________________________________________________________________.
16. Se tem alguma(a)s pergunta(s) que gostaria que lhe tivessemos feito sobre M&A do
Programa de SE que não fizemos, pode partilhar connosco agora.
__________________________________________________________________________.
17. Tem algo que gostaria de acrescentar antes de terminarmos a nossa conversa?

Muito Obrigado pelo seu tempo e atenção!

Universidade Eduardo Mondlane

Faculdade de Medicina

Departamento de Saúde da Comunidade

Curso de Mestrado em Saúde Pública

Carta Convite

Participação na pesquisa sobre Monitoria e Avaliação do Programa de Saúde Escolar-


QUESTÕES PARA INFORMANTE Chave

Exmo(a) Senhor(a),

Director da
Escola...........................................................................................................................

Distrito de Chibuto

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Chamo-me Judas Xavier Massingue, estudante do curso de Mestrado em Saúde Pública na


UEM. Como parte do meu curso estou estudando como é que está funcionar o sistema de
Monitoria e Avaliação do programa de Saúde Escolar, implementado nas escolas em
Moçambique. O resultado desse trabalho ajudará na elaboração de um quadro de referência
para um plano de monitoria e avaliação do programa de Saúde Escolar implementado pelos
Ministérios da Saúde e o da Educação. O plano de monitoria e avaliação apoia nos processos
de planificação e tomada de decisões sobre alocação e distribuição de recursos, o que pode
estimular as intervenções do programa de Saúde Escolar implementado pelos Ministérios de
Saúde e de Educação. Por outro lado, quando a monitoria e avaliação é feita como deve ser,
pode facilitar a identificação de boas práticas para serem usadas dentro e fora de
Moçambique.

A sua participação é voluntária, isto é, deve ser da sua livre vontade. Poderá interromper a
sua participação ao longo do processo, caso assim, o pretender. Não receberá nenhuma
recompensa em forma de dinheiro ou outro tipo de incentivos pela sua participação neste
trabalho.

Neste contexto, convido-lhe para a entrevista, proposta para as 13:10 horas, do dia 09 de
Abril de 2013, no seu local de trabalho, na
Escola ......................................................................, distrito de Chibuto. A sua participação
na qualidade de Director da Escola de _____________________________________é muito
valiosa para o alcance dos objectivos desta pesquisa.

Para a confirmação da sua disponibilidade ou se precisar de informações adicionais pode


contactar-me através dos seguintes endereços: (i) telefone móvel: +258 82 40 39 810; (ii)
telefone fixo: +25821428076; Ext 257; (iii) endereço electrónico: jmassingue@yahoo.com;
(iv) Skype: jmassingue; (v) físico: Av. Salvador Allende, nº 702, Cx Postal, 257. Cidade de
Maputo

Com os melhores cumprimentos

Judas Xavier Massingue

Maputo, Março de 2013

Judas Xavier Massingue, Tese de Mestrado em Saú de Pú blica, UEM Page 109
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CARTAS CONVITE

Carta Convite-CRIANÇAS para participação no estudo sobre Monitoria e Avaliação do


Programa de Saúde Escolar

Cara(o) menina(o),

Chamo-me Judas Xavier Massingue, estudante do curso de Mestrado em Saúde Pública na


UEM, em Maputo. Como parte do meu curso estou estudando como é que está acontecer a
recolha e tratamento de informação sobre o programa de Saúde Escolar implementado nas
escolas em Moçambique. Os programas de Saúde Escolar ajudam a ti e outra(o)s menina(o)s
a estarem saudáveis para aprenderem e a aprenderem para serem saudáveis. O resultado
desse trabalho ajudará na elaboração de um quadro de referência (documento de orientação)
para um plano de monitoria e avaliação do Programa de Saúde Escolar implementado pelo
Ministério da Saúde e o da Educação. O plano de Monitoria de Avaliação fornece
informação que facilita a tomada de decisões por parte dos responsáveis para manter o que
está bem e mudar o que não estiver bem. Poderá assim, estimular as escolas a melhorarem os
programas de saúde escolar.

No dia 09/04/2013, pelas 11:00 horas, estarei na tua escola para conversar com algumas
meninas e meninos. Precisamos de 6 meninos e 6 meninas da tua escola, que se
voluntariarem para participar neste trabalho. Esse(a)s menino(a)s deverão ter idades entre 12
a 17 anos de idade. Nesse dia, vamos falar sobre a monitoria e avaliação dos programas de
Saúde Escolar, num grupo do(a)s 6 meninos e 6 meninas que terão se inscrito. A nossa
conversa será realizada num lugar à escolha do(s) menino(s) sem a presença dos papás, dos
professores e terá a duração máxima de 2 horas. O(a) director(a) ou professor(a) responsável
pela SE apresentará-me a vós e ficaremos a conversar.

Se tens 12 a 17 anos e queres participar inscreve o teu nome junto do(a) professora(o) que é
responsável pela Saúde Escolar na vossa escola. Sabes quem é? Se não conheces pergunte
o(a) teu(ua) professor(a) ou Director(a) da Escola.

Judas Xavier Massingue, Tese de Mestrado em Saú de Pú blica, UEM Page 110
Programa de Saúde Escolar em Moçambique: Análise do actual sistema de Monitoria e Avaliação e contribuição para o seu
melhoramento

Lembres-te que a(o) professor(o)a responsável pelo programa de Saúde Escolar só vai aceitar
a inscrição apenas do(a)s primeira(o)s 6 meninas e 6 meninos que se aproximarem a ela(e).

Em caso de alguma dúvida ou precisar de mais informações pode contactar-me através dos
seguintes endereços: (i) telefone móvel: +258 82 40 39 810; endereço electrónico:
jmassingue@yahoo.com

Tatá e até breve!

Maputo, Março de 2013

Carta Convite-ADULTOS para participação no estudo sobre Monitoria e Avaliação do


Programa de Saúde Escolar-DISCUSSÃO EM GRUPO

Cara(o) Senhor(a),

Chamo-me Judas Xavier Massingue, estudante do curso de Mestrado em Saúde Pública na


UEM. Como parte do meu curso estou estudando como é que está funcionar o sistema de
Monitoria e Avaliação do programa de Saúde Escolar, implementado nas escolas em
Moçambique. O resultado desse trabalho ajudará na elaboração de um quadro de referência
para um plano de monitoria e avaliação do programa de Saúde Escolar implementado pelos
Ministérios da Saúde e o da Educação. O plano de monitoria e avaliação apoia nos processos
de planificação e tomada de decisões sobre alocação e distribuição de recursos, o que pode
estimular as intervenções do programa de Saúde Escolar implementado pelos Ministérios de
Saúde e de Educação. Por outro lado, quando a monitoria e avaliação é feita como deve ser,
pode facilitar a identificação de boas práticas para serem usadas dentro e fora de
Moçambique.

A sua participação é voluntária, isto é, deve ser da sua livre vontade. Poderá interromper a
sua participação ao longo do processo, caso assim, o pretender. Não receberá nenhuma

Judas Xavier Massingue, Tese de Mestrado em Saú de Pú blica, UEM Page 111
Programa de Saúde Escolar em Moçambique: Análise do actual sistema de Monitoria e Avaliação e contribuição para o seu
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recompensa em forma de dinheiro ou outro tipo de incentivos pela sua participação neste
trabalho.

Neste contexto, convido-lhe para a uma discussão em grupo, no dia 09/04/2013, pelas
12:05 horas na Escola____________________________________. A sua participação na
qualidade de membro do Conselho de Escola é muito valiosa para o alcance dos objectivos
desta pesquisa. A nossa conversa será realizada num lugar à escolha dos participantes, sem a
presença do Director da Escola e terá a duração máxima de 2 horas.

Gostariamos de fazer a discussão em um grupo de 16 membros do Conselho de Escola, dos


quais 8 mulheres. Nos casos em que o número de membros do Conselho de escola é superior
a 16, conversaremos com os primeiros 16 a se inscreverem, junto a(o) professor(a)
responsável pela Saúde Escolar, nesta escola. Se quer participar inscreve o seu nome. Sabe
quem é? Se não conhece, pergunte o(a) Director(a) da Escola.

Lembre-se que a(o) professor(o)a responsável pelo programa de Saúde Escolar só vai aceitar
a inscrição apenas do(a)s primeira(o)s 16 pessoas (das quais 8 muheres) que se aproximarem
a ela(e).

Em caso de alguma dúvida ou precisar de informações adicionais pode contactar-me através


dos seguintes endereços: (i) telefone móvel: +258 82 40 39 810; endereço electrónico:
jmassingue@yahoo.com

Com os melhores cumprimentos

Judas Xavier Massingue

Maputo, Março de 2013

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Departamento de Saúde da Comunidade

Curso de Mestrado em Saúde Pública

Carta de Consentimento

Exma(o) Senhora(o),

Responsável de Saúde Escolar na Direcção Provincial de Educação e Cultura de Niassa

Chamo-me Judas Xavier Massingue, estudante do curso de Mestrado em Saúde Pública na


UEM. Como parte do meu curso estou estudando como é que está funcionar o sistema de
M&A do programa de SE, implementado nas escolas em Moçambique. O resultado desse
trabalho ajudará na elaboração de um quadro de referência para um plano de monitoria e
avaliação do programa de Saúde Escolar que alimentará o sistema de monitoria e avaliação
dos Ministérios da Saúde e o da Educação. O plano de monitoria e avaliação apoia nos
processos de planificação e tomada de decisões sobre alocação e distribuição de recursos, o
que pode estimular as intervenções do programa de Saúde Escolar implementado pelos
Ministérios de Saúde e de Educação. Por outro lado, quando a monitoria e avaliação é feita
como deve ser, pode facilitar a identificação de boas práticas para serem usadas dentro e fora
de Moçambique.

A sua participação é voluntária, isto é, deve ser da sua livre vontade. Poderá interromper a
sua participação ao longo do processo, caso assim, o pretender. Não receberá nenhuma
recompensa em forma de dinheiro ou outro tipo de incentivos pela sua participação neste
trabalho.

Judas Xavier Massingue, Tese de Mestrado em Saú de Pú blica, UEM Page 113
Programa de Saúde Escolar em Moçambique: Análise do actual sistema de Monitoria e Avaliação e contribuição para o seu
melhoramento

A informação que nos fornecer trataremo-la como confidencial, de modo que não haja quem
lhe prejudique por ter participado neste trabalho.

Assim, gostaria ter a sua participação nesse trabalho, respondendo às perguntas que seguem
em anexo.

Caso concorde deverá assinar abaixo.

Li ou foi lido para mim, o conteúdo desta carta de consentimento, compreendi e pretendo
participar.

(assine o seu nome, como assina no seu bilhete de identidade) Sexo___________(escreve


masculino ou feminino).

_______________________________, Província de Niassa, aos______de_____ de 2013

Carta de Consentimento

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Curso de Mestrado em Saúde Pública

Carta de Consentimento para crianças

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melhoramento

Cara(o) menina(o),

Chamo-me Judas Xavier Massingue, estudante do curso de Mestrado em Saúde Pública na


Universidade Eduardo Mondlane. Como parte do meu curso estou estudando como é que está
acontecer a recolha e tratamento de informação sobre o programa de Saúde Escolar
implementado nas escolas em Moçambique. Os programas de Saúde Escolar ajudam a ti e
outra(o)s menina(o)s a estarem saudáveis para aprenderem e a aprenderem para serem
saudáveis. O resultado desse trabalho ajudará na elaboração de quadro de referência
(documento orientador) para um plano de monitoria e avaliação do Programa de Saúde
Escolar implementado pelo Ministério da Saúde e o da Educação. O plano de M&A fornece
informação que facilita a tomada de decisões por parte dos responsáveis para manter o que
está bem e mudar o que não estiver bem. Poderá assim, estimular as escolas a melhorarem os
programas de SE.

A tua participação é voluntária, isto é, deve ser da tua livre vontade. Poderá interromper a tua
participação ao longo do processo, caso assim, o pretender. Não receberás nenhuma
recompensa em forma de dinheiro ou outro tipo pela tua participação neste trabalho.

A informação que nos fornecer trataremo-la como segredo, de modo que não haja quem te
prejudique por ter participado neste trabalho.

Assim, gostaria ter a tua participação nesse trabalho, respondendo às perguntas que poderei
fazer só para ti ou para um grupo de outras crianças que tu conheces.

Caso concorde deverá assinar abaixo.

Pedimos também a assinatura da tua mãe ou teu pai ou teu(ua) encarregado(a) de Educação.

Li ou foi lido para mim, o conteúdo desta carta de consentimento, compreendi e pretendo
participar.

_____________________________________________________________________,

Judas Xavier Massingue, Tese de Mestrado em Saú de Pú blica, UEM Page 115
Programa de Saúde Escolar em Moçambique: Análise do actual sistema de Monitoria e Avaliação e contribuição para o seu
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(assine o teu nome completo aqui), tenho________anos de idade, sou do


sexo_____________(escreve masculino ou feminino), estou a estudar na _________classe
(indicar a classe).

___________________________aos______/_______/201_

Li ou foi lido para mim, o conteúdo desta carta de consentimento, compreendi e autorizo o(a)
meu(inha) educando(a) a participar.

Nome______________________________________________________________________
(assine o seu nome como no seu bilhete de identidade) na qualidade de: Mãe_____,
Pai_____, Outro_______(qual?):___________________ (Colocar x, num dos três lugares).

_____________________________aos___________/______/201_

II. Listas de Verificação para alguns indicadores do programa de SE

Lista de Verificação 1

Indicador 4: Percentagem de escolas com condições adequadas de higiene e saneamento


para os alunos

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As escolas com condições adequadas de higiene e saneamento para os alunos, são aquelas
que possuem:

 Latrinas funcionais separadas para meninas e meninos, em quantidade proporcional ao


número de alunos existentes;

 Fonte de água na escola;

 Local de depósito de lixo (aterro sanitário);

 Pátio limpo, casas de banhos e salas de aulas limpos;

 Local para as crianças lavarem as mãos;

 Material de limpeza e higiene

Lista de Verificação 2

Indicador 7: Percentagem de escolas com condições adequadas de segurança para os alunos

As escolas com condições adequadas de segurança para os alunos, são aquelas que:

 Possuem murro de vedação com portões;

 Possuem sinalização rodoviária ou lombas se estiver localizada perto de uma rua ou


estrada;

 Possuem um guarda (podendo ajudar no control de entradas e saídas de pessoas no


recinto escolar);

 Possui um conjunto (Kit) de primeiros socorros;

 Não possui objectos condudentes;

 É livre de práticas de violência por parte dos alunos e dos professores.

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Lista de Verificação 3

Indicador 2: Percentagem de alunos com habilidades que contribuam para o sucesso


escolar através do reforço das acções de educação e promoção da saúde

As habilidades dos alunos que contribuem para o sucesso, escolar, incluem:

 Conhecem três formas de prevenção das ITS, incluindo HIV e SIDA;

 Não fumam;

 Não consomem drogas;

 Não consomem bebidas alcoólicas;

 Respeitam o(a)s colegas, ou seja, não promovem a violência e intrigas;

 Seguem uma dieta alimentar que respeita os 3 grupos de alimentos, em frequência e


quantidades adequadas, de acordo com idade;

 Fazem exercício físico com regularidade.

Judas Xavier Massingue, Tese de Mestrado em Saú de Pú blica, UEM Page 118

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