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APRENDE A
FAZER ALGO
QUE NÃO PODE
SER ENSINADO?
"Participar neste
encontro foi uma
ambição de todos os
que adoram liderar."
Pierre e Mohammeded
Bedjou
"Uma visão
atempada do
futuro"
Francine Savater
NOTA DA 2º Edição
Nada é mais
confortante para o
homem, nem mais
perigoso, que as
certezas. A 24 de
Abril, em Madrid,
Álvaro Carva
apontou caminhos
que parecem ser as
respostas que se
procuravam. A
diferença
fundamental é que
quem o ouviu nessa
data esteve um
passo mais à frente.
Estas reflexões
ajudam aos
problemas de hoje.
Leia, pois, as
perguntas e
repostas e, no fim,
PREFÁCIO
7
comum os valores democráticos duma sociedade moderna.
Edição
Centro de Estudos Fernando Pessoa
Paginação e Capa
Centro de Estudos Fernando Pessoa
Edição
1º EDIÇÃO— Abril de 2010
2º EDIÇÃO— Maio de 2010
Depósito Legal
XXXX/10
ESPAÇO PARA LEITURAS
PENSAMENTOS
Álvaro Carva é um especialista reconhecido em Comunidades Europeias e na
área bancária.
Álvaro Carva nasceu em Angola e desde cedo viveu no meio das fragas trans-
montanas e no meio das suas gentes que muito ama, como faz questão de
salientar. Mas é um cidadão urbano e universal. Ao longo dos seus 50 anos
de idade realizou diversas intervenções na sociedade civil. Viajador incansá-
vel e reconhecido internacionalmente pelas suas qualidades de comunica-
ção, liderança e assertividade nos seus pensamentos , é um conhecedor pro-
fundo dos temas que domina. Recebeu, recentemente, da Câmara Municipal
do Rio de Janeiro uma Moção de Honra ao Mérito pelos seus esforços em
incrementar e enriquecer as relações entre Portugal e o Brasil. A Academia
de Letras e Artes do Brasil e outras entidades nacionais e internacionais hon-
ram-no com Diplomas de Mérito e distinguem-no em conjunto com outras
personalidades. Álvaro Carva é quadro bancário e Professor “Ad honorem”
do reconhecido INSTITUT INTERNATIONAL DES SCIENCES POLITIQUES IICP -
IISP, membro das Nações Unidas .
Prefácio…………………………………………………….……………...….…. 02
O Poder…………………………………………………….……………….…….. 23
A Imutabilidade da Política Europeia .………..…………….…….. 25
A Legitimidade do Poder Europeu …....………..………….………. 29
A Mentira ……………………………………………….……………….…….. 33
Nota de Esclarecimento ……………………………….……………….…….. 37
Workshop em Madrid…………………………………….…………….…….. 39
“O PODER DA EUROPA”
***
WORKSHOP EM MADRID
(24.04.2010)
Séculos depois...
11
nuem prostradas a seus pés, Henrique VI sabe que a única possibi-
lidade que tem para que o seu filho o suceda no trono é contar
com o apoio de Celestino. A Igreja está dividida [...] És um cardeal
da Igreja Católica, o que mais podes desejar neste momento?
[...]
Ortolana
12
O que levou estes homens a agirem desta forma?
13
Mas por que escrevo este texto apesar de ser convidado pela Con-
selho Científico e editor do Instituto de Estudios Politicos y Socia-
les? Faço-o para compreender. É a minha forma de reflectir .
14
O PODER
15
que não o têm ou o sofrem. O poder é e deve ser analisado como
algo que circula e funciona – por assim dizer – em cadeia. Nunca
está localizado aqui ou ali, nunca está nas mãos de alguém. Nunca
é uma propriedade, como uma riqueza ou um bem”.
16
A IMUTABILIDADE DA POLÍTICA EUROPEIA
Eu não sei se terei talento suficiente para esta breve reflexão. Por
pensar e duvidar. Se tento saber, medito e torno-me um ente sem
interesse e sem utilidade. Se vejo e constato o que se passa com
os outros, fico inquieto e pelo respeito sobre esses outros deixo de
duvidar do poder europeu. Mas sem esforço percebo que o poder
fascina. Trata-se de uma realidade contraditória mas que o euro-
17
peu cultiva com visibilidade e grandeza, na sua miséria e espanto.
Esta conflitualidade agarra-se a conceitos como a liberdade para o
tornar menos suspeito. Uma realidade contraditória que o lord
Acton esclarece com ”o poder corrompe sempre”.
18
Seria então possível e no momento actual abdicarmos da união
europeia? Haveria uma força suficiente para um movimento natu-
ral de metodologia, de filosofia, que alterasse esta manifestação
de uma união europeia? É certo que a história nos demonstra que
com os tempos os sistemas mudam e a mudança provoca a evolu-
ção das sociedades.
20
A LEGITIMIDADE DO PODER EUROPEU
21
vontade colectiva pelo interesse público. Uma linha nem sempre
visível mas onde o interesse público era percebido com uma visão
ampla, que iria muito para além da política. Atravessava as pró-
prias relações sociais. A passagem pela Idade Média redefine-se e
as autoridades cristãs esforçam-se por rejeitar o público e a moral
argumentativa da sociedade. Deixa de existir a politica idealizada
pelos gregos e existe apenas o poder e o privado assume a van-
guarda das relações das lideranças sociais. Na Modernidade há as
oscilações históricas e, segundo Humberto Eco, a racionalidade
moderna não é apenas composta de ideal de conhecimento segu-
ro, de verdade, de paz, mas de conflito e contingência. Percebe-se
que a Modernidade tratou a legitimidade como se este termo
tivesse o sinónimo de legalidade. E na Europa de hoje?
22
cionado de hoje coincide com a autoridade, com a paixão, com a
manutenção das barreiras sociais para que se nutra o desejo desse
sentimento. Tratam-se os cidadãos como apaixonados, promoven-
do-lhes a felicidade e a satisfação, como se houvesse um senti-
mento afectivo. Mas estudos de psicologia humana dizem-nos que
os sentimentos de um estado de paixão dificilmente ultrapassa os
três anos. A paixão pelos governados esforça-se para que estes
sentimentos de propaganda e publicidade política não se percam
nos três anos subsequentes a uma eleição. E se a paixão se perder,
com ela, existirá uma eventual derrota nas eleições. A tristeza
invade as pessoas e as dificuldades atingem a plenitude levando o
“eleitor-apaixonado” a ser só feliz se conseguir o objecto da sua
paixão. Mas ainda temos um outro conceito que pode abalar esta
paixão pela politica europeia ou até, pela politica de cada um dos
Estados Europeus: a mentira.
23
A MENTIRA
25
vezes utilizados.
Há também a transformação consciente de acontecimentos e
objectos “estranhos”, que se utilizam para produzirem anulação. E
não me devendo alongar, a transformação da indefinição que se
assemelha a uma anulação parcial e que o exemplo seguinte escla-
rece: “Quem foi o ministro?” “Um conhecido”. É certo que há ain-
da variadíssimas outras modalidades e transformações da mentira
politica. Mas estas observações já nos permitem perceber que
este é o nosso tempo, onde a desfiguração da verdade tem causas
ontológicas, gnoseológicas e linguísticas. Tal como a inconstância
da realidade, a delimitação imprecisa dos objectos, acontecimen-
tos e situações; ou onde a virtude de actos e mensagens são desfi-
gurados da verdade a fim de se evitar falar da realidade da cons-
ciência e, por fim, o carácter generalizado com a referência inexac-
ta de objectos e acontecimentos em textos.
NOTA DE ESCLARECIMENTO
29
Mapa Antigo dos Açores
30
WORKSHOP em MADRID
31
apoiar esta realidade económica?
32
- As condicionantes económicas são uma condição da própria
sociedade civil. A avaliação das possibilidades técnicas da banca
é que podem passar pela fusão, absorção e cooperação, na
sequência desses condicionantes económicos.
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- Não haverá tensões de liquidez?
- Dê-nos um exemplo?
- Que mais variáveis se pode ter em conta para este perigo emi-
nente?
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aumentos de morosidade. Mas há, para mim, duas variáveis que
posso deixar aqui em jeito de reflexão. Duas variáveis que podem
fazer evoluir favoravelmente a liquidez no sistema financeiro:
uma será o aumento da taxa de poupança e a consequente redu-
ção da taxa de consumo. A segunda, a redução substantiva do
deficit exterior da economia de qualquer país.
35
- Não estou céptico e acredito que o governo se empenhe nes-
sa redução. O rácio da dívida poderá ser gradualmente consolida-
do.
36
- Resolvendo o problemas do euro e da economia grega. Portu-
gal está a viver as preocupações e o pessimismo vivido por outros
países que se relacionam com a união europeia e que fazem par-
te da nossa moeda comum, o euro. Mas eu não sou economista.
Sou apenas um estudioso destas matérias, em especial na área
financeira e europeia. Por envolvimento profissional e por conhe-
cimento cientifico. E é pela nossa “velha” Europa que estou hoje
aqui. Apesar de compreender esta interdependência.
- Como vê a banca?
- Em Portugal?
37
menores receitas. E nalguns trimestres perdas com significado.
Mas isso não é entrar no vermelho. E a banca portuguesa, estou
certo disso, apostará em rendibilidade operacional. Aumentando
a margem financeira e potenciando os benefícios das operações
internacionais. Conhecem a qualidade dos serviços bancários pra-
ticados em Portugal?
38
- Acompanhou o processo das Caixas de Crédito Espanholas?
- Naturalmente.
- Nada.
39
cional de protecção a esse movimento.
40
elevado valor nas organizações de topo. A esse nível precisamos
é de pessoas com uma determinação inabalável, de um certo
optimismo, ambição, resistência à frustração, personalidade
audaciosa e considerar que o mais fácil não é o sucesso — descul-
pem-me por ter lido este apontamento.
41
- Eu não sei o que pensam as outras pessoas sobre as questões
que me estão a colocar. O poder directo demorou uma eternida-
de para chegar às nações. Desde a impunidade, às glórias nacio-
nais, aos actos bélicos e às batalhas triunfantes.
42
- As guerras na banca usam a coacção?
- A banca do meu País trata todos os assuntos de forma directa
e indirecta e tem em conta os valores morais e éticos universais.
Isso é um processo de legitimação.
43
- Mas têm perdido muitos bancos.
- Não é uma observação perfeita. Tem havido muitas fusões. É
certo que nos pode apontar uma perda de 59 bancos em 10 anos.
Se considerar que as Caixas Agrícolas, cada uma per si, são um
banco, perceberá aqui a necessidade das fusões. Não são pois
perdas, mas a necessidade de se fundirem para reforço da sua
intervenção nos mercados.
- Efeito da concentração?
44
- Um acto que não posso deixar de considerar naturalíssimo.
Em Portugal, os cinco maiores bancos representam oitenta por
cento dos activos bancários.
- E Basileia III ?
45
- Explique-se melhor.
46
- O que levou no passado a que houvesse receitas extraordinárias
a favor de muitos administradores?
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levar ao aumento do rácio do crédito malparado e da própria
eficiência. Com a expansão necessária podem-se criar proble-
mas na Conta de Resultados. Mas no momento presente e futu-
ro os bancos pequenos têm de emagrecer e não expandirem-se.
E se não o fizerem de imediato, fá-lo-ão e com maiores prejuí-
zos.
- Que valor nos pode dar como referência para o crédito malpa-
rado em Portugal?
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- Isso é uma preocupação natural de qualquer gestor bancá-
rio. Só que os rácios nos bancos mais pequenos são, consequen-
temente, de outra dimensão, mas sempre muito preocupantes.
No actual modelo económico-financeiro há que rever, pelo
menos de três em três meses, as metodologias da organização. E
dar resposta à seguinte pergunta: como colocar um País ou uma
empresa com um rating AA, por exemplo? Se assim não pensar-
mos a margem de manobra é curta e as metas podem não ser
apropriadas.
50
- Controlar a dívida é um acto normalíssimo na gestão do meu
País. Mas se a dívida disparar, a banca portuguesa pode vir a ter
problemas.
51
- Dando notoriedade aos seus dirigentes locais e trabalhando
afincadamente pelos seus países.
- Cotada em bolsa?
- Temo que este investimento num País que deve em breve pro-
mover a fuga de investidores possa ser penalizador. Os Gregos já
admitiram erros propositados nos cálculos realizados sobre as contas
gregas. A dívida desta forma pode ser superior aos valores que são
admitidos pelos gregos. Os problemas da Grécia devem ser superio-
res a 200 mil milhões de euros. Por quanto tempo? No final desse
prazo terão de recorrer a novos empréstimos. Não tem alternativa.
Tirem as vossas conclusões.