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AUGUSTO BORGES MANRIQUE

SEMINÁRIO II - ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS

Questionário relativo ao Seminário II


apresentado ao Curso de Pós-Graduação em
Direito Tributário do IBET, como pré-requisito
para a obtenção parcial da média final do
Modulo tributo e segurança jurídica

Goiânia/GO
2020

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Questões

1. Efetue, de forma fundamentada, proposta de classificação jurídica dos tributos,


evidenciando os critérios classificatórios adotados. A destinação do produto da
arrecadação tributária é relevante para a classificação jurídica dos tributos e
consequente definição das espécies tributárias? Considerar, na análise da pergunta, o
art. 167, inciso IV, da CF/88, e o art. 4º do CTN. (Vide anexo I). A legislação tributária
pode proibir a compensação de tributos entre diferentes espécies sob a justificativa de
que a destinação das receitas são diferentes? (Vide REsp 1.449.713)

Compreendo que o sistema tributário brasileiro adota cinco espécies tributárias,


impostos, taxas, empréstimos compulsórios, contribuições de melhoria e contribuições
sociais:
 IMPOSTO: é uma modalidade de tributo que tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal (ex: auferir renda, não depende de uma
atividade estatal) – fato gerador não vinculado a atividade estatal (art. 16, CTN). De
acordo com o art. 167, IV, da CF, é proibido que a receita de imposto tenha uma
destinação específica – não destinação prévia do produto arrecadado. Por fim, não são
restituídos os valores pagos.
 TAXA: é uma modalidade de tributo que tem por fato gerador uma atividade estatal
diretamente vinculada ao sujeito passivo. O dinheiro arrecadado pela taxa tem que ser
destinado àquela atividade que o arrecadou – destinação da receita arrecadada. Os
valores pagos à titulo de taxa não são restituídos.
 CONTRIBUIÇÃO MELHORIA: é uma modalidade de tributo que te por fato
gerador uma atividade estatal indiretamente relacionada ao sujeito passivo (é preciso
que haja uma valorização no imóvel do sujeito, decorrente da realização de uma obra
pública) – art. 145, III, da CF e art. 81, do CTN. Não possui destinação específica,
portanto, o Estado define a destinação da renda arrecadada, bem como não há previsão
de restituição dos valores pagos.
 EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO: é uma modalidade de tributo, cujo fato gerador
não está determinado na Constituição Federal. Ele poderá ser instituído pela União
diante das hipóteses autorizadoras previstas na CF (art. 148 da CF). Nos termos do
parágrafo único do art. 148, obrigatoriamente o dinheiro arrecadado é destinado para a
situação que motivou sua instituição. Como o próprio nome diz “empréstimo”, os
valores pagos são restituídos (art. 15, parágrafo único, do CTN).
 CONTRIBUIÇÃO ESPECIAL: é uma modalidade de tributo instituída para custear
as atividades expressamente indicadas na Constituição Federal. O fato gerador dela
não está previsto na CF. Ele será determinado na lei que os instituir. Assim, o conceito
dela é formado a partir de sua destinação. A renda arrecadada é destinada para o ramo
de contribuição que instituiu a obrigação tributária.
Como consequência dessa classificação, entendo que a destinação do produto da
arrecadação tributária é relevante para a classificação jurídica, bem como é relevante para a
definição deles, em especial para as Contribuições Especiais que formam seu conceito a partir
da destinação.

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2. Que é taxa? Que se entende por o “serviço público” e “poder de polícia”? (Vide anexo
II). Há necessidade de comprovação da efetiva fiscalização para cobrança da taxa de
poder de polícia? (Vide anexos III, IV e V).

Como mencionado em linhas anteriores, taxa é a modalidade de tributo que tem por
fato gerador uma atividade estatal diretamente ligada ao sujeito passivo. Essa atividade estatal
consubstancia-se no exercício do poder de polícia ou da prestação de serviços públicos
específicos e divisíveis, efetivo ou potencial.
Serviço público é todo aquele prestado pelo ente público ou particular mediante
concessão sob o regime do direito público. É o serviço prestado por determinação legal,
exemplo: coleta de lixo.
Esse serviço tem que ser específico e divisível para incidir a taxa. Específico,
significa que é possível identificar o usuário/beneficiário, ainda que de maneira potencial, é
possível identificar o grupo que se utiliza do serviço, por exemplo. Divisível, significa que é
possível mensurar quanto foi utilizado do serviço, baseando-se no princípio da razoabilidade.
Já Poder de Polícia, se refere à atividade da Administração Pública que visa coibir,
limitar ou disciplinar direito individual ou liberdade em razão de interesse publico de maior
relevância.
Em relação à necessidade de comprovação de fiscalização para a cobrança de taxa,
há muito os tribunais já entendem não ser necessária tal comprovação, tendo o STF, inclusive,
cancelando a sua Súmula 157 que tratava sobre o assunto.

3. Que diferencia taxa de preço público? (Vide voto do Min. Carlos Velloso na ADI 447). Os
serviços públicos de energia elétrica, água e esgoto, quando prestados diretamente pelas
pessoas jurídicas de direito público, são remuneráveis por taxa? E no caso de concessão
desses serviços? (Vide anexos VI e VII). E os serviços que, embora prestados pelo Poder
Público, são suscetíveis de prestação pela iniciativa privada em regime concorrencial?
(Vide anexo VIII).

Taxa é espécie tributária definida pela Constituição Federal e pelo Código


Tributário Nacional, sujeita aos princípios tributários; instituída por lei; cobrada pela
prestação do serviço público de utilidade, específico e divisível, ou pela mera disponibilidade
(potencialidade) do serviço, se prevista utilização compulsória.
Constituição Federal e nem tampouco no Código Tributário Nacional. Na verdade,
preço público é receita originária, pago de forma voluntária, visto que o Estado atua como
particular na A taxa é um tributo, sendo, portanto, objeto de uma obrigação instituída por lei,
já o preço é obrigação contratual. O preço é, pois, obrigação assumida voluntariamente, ao
contrário da taxa de serviço, que é imposta pela lei a todas as pessoas que se encontrem na
situação de usuários, efetivos ou potenciais, de determinando ente estatal.
Assim, fica claro que Taxa e Preço Público não são sinônimos, posto que somente a
primeira é espécie tributária prevista no ordenamento jurídico, instituída por lei e sujeita aos
princípios tributários cobrança do mesmo.

Existem serviços cuja prestação é especifica, mensurável, individual, ou seja, se


apresenta de forma concreta ao usuário, o que gerará um direito subjetivo de prestação. A

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fruição destes serviços não será homogênea para todos os usuários, que poderão utilizá-los em
intensidades diversas, de acordo com a necessidade de cada um. São serviços como energia
elétrica, telefonia, gás, água encanada e transporte coletivo. Eles são específicos, que significa
dizer que são prestados de uma forma autônoma, destacada e são também divisíveis, em que o
uso efetivo ou potencial pode ser aferido individualmente.
Estes serviços serão remunerados por taxas de serviços (que diferem das taxas de
polícia) ou por também por tarifas (também chamadas de preços), já que este tipo de serviço
público pode ser objeto de delegação.
Embora, os serviços que, embora prestados pelo Poder Público, sejam suscetíveis
de prestação pela iniciativa privada em regime concorrencial, eles não se sujeitam aos
princípios da legalidade e anterioridade.

4. Há necessidade do valor exigido a título de taxa referir-se ao custo do serviço


prestado? Caso essa referibilidade não seja verificada, é possível a restituição? No caso
de excessiva dificuldade de mensurar o custo do serviço prestado, como fixar a base de
cálculo da taxa? (considerar em sua resposta o exemplo das taxas judiciais – vide
anexos IX, X e XI);

Por ser critério da taxa a especificidade e divisibilidade, entendo que o valor


exigido da taxa deve, obrigatoriamente, referir‐se ao custo do serviço prestado. Sendo
possível mensurar e no caso, o valor pago tenha sido superior a o prestado, entendo que pode
haver a restituição com fundamento no enriquecimento ilícito do estado.
Na hipótese de dificuldade em calcular ou mensurar o custo do serviço prestado,
pode no cálculo do valor da taxa, usar um ou mais elementos da base de cálculo próprio de
determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base de calculo e
outro.

5. Sobre a contribuição de melhoria pergunta-se: (i) Quais os requisitos e limites à


cobrança da contribuição de melhoria? (ii) A Lei que a institui deve ser produzida
antes do início da obra ou pode ser posterior à sua conclusão e à valorização
imobiliária? Se for apresentado laudo comprovando a perspectiva de gastos, poderia
ser exigido o tributo antes da conclusão da obra e da valorização imobiliária? (Vide
anexos XII e XIII).

Existem três elementos ínsitos ao fato gerador: 1) a realização de obra pública,


sendo que a cobrança tributária só é possível após a concretização da obra, sendo vedado ao
Estado realizar uma obra pública pela metade e exigir de pronto a contribuição de melhoria,
até porque, nessa hipótese, não haverá valorização, face à existência incompleta da obra. 2) a
valorização, pois apenas a obra não é suficiente, já que existem obras públicas que ao invés de
valorizar, acabam mesmo por acarretar a desvalorização do imóvel. 3) que a valorização
ocorra sobre bens imóveis.
Ademais, respeito aos limites do valor a pagar da contribuição de melhoria, o
CTN prescreve no texto normativo inserido no artigo 81que “(...) A contribuição de melhoria
cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de
suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que
decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite
individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado”.
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A contribuição de melhoria deve ser instituída para cada obra em concreto. Está
vinculada à obra pública e à valorização imobiliária decorrente. Na seqüência lógica dos atos
administrativos, primeiramente há que se ter uma norma que autorize a construção da obra
pública. Após a obra pública realizada, e de acordo com a valorização imobiliária
experimentada pelos imóveis contíguos à obra, o ente político que realizou a obra poderá
editar uma lei instituindo contribuição de melhoria tendo como hipótese de incidência a
valorização imobiliária decorrente da referida obra pública.
Não fere o princípio da irretroatividade porque, antes da instituição da contribuição
de melhoria, há que se avaliar se houve ou não valorização imobiliária. E isso somente pode
ser feito após a concretização da obra pública. Somente neste momento é que estarão
preenchidos os requisitos para instituição da contribuição de melhoria. A institui de
contribuição de melhoria antes de apurado se houve valorização imobiliária estaria
pressupondo uma valorização em potencial do imóvel. Nenhum tributo pode ser instituído
tendo como hipótese de incidência uma suposição.

6. Os adicionais ao IPI, ICMS e ISS sobre supérfluos destinados ao Fundo de Combate a


Erradicação da Pobreza, constantes do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias (art. 79, introduzido pela EC n. 31/00), se enquadram em qual espécie?
Pode o “adicional” de imposto ter destinação específica? E ser de natureza tributária
diversa do tributo adicionado? (Vide anexos XV e XVI e XVII);

Inicialmente é importante considerar que o texto normativo inserido no artigo 167,


IV da CF/88 determina que é vedada a “vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou
despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os
arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para
manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração
tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, §2º, 212 e 37, XXII, e a
prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art.
165, § 8º, bem como o disposto no § 4ºdeste artigo; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
Desta forma, como é vedado aos impostos possuir destinação específica, o
adicional tem natureza jurídica tributária diversa dos impostos, razão pela qual pode-se
afirmar tratar-se de contribuição social, face a destinação especifica do produto da
arrecadação.
É possível que a natureza jurídica seja diversa do tributo adicionado, uma vez que o
fato gerador e os elementos da regra matriz de incidência é que são determinantes para
identificação da espécie tributária apresentada ao caso concreto.

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