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Psicopatologia Geral II

Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 2. Ed. – Porto


Alegre: Artmed, 2008. 440p.

Aula 8 - A atenção e suas alterações

A atenção pode ser definida como a direção da consciência, o estado de


concentração da atividade mental sobre determinado objeto (Cuvillier, 1937). A atenção
se refere ao conjunto de processos psicológicos que torna o ser humano capaz de
selecionar, filtrar e organizar as informações em unidades controláveis e significativas.
Os termos “consciência” e “atenção” estão estreitamente relacionados. A determinação
do nível de consciência é essencial para a avaliação da atenção (Cohen; Salloway;
Zawacki, 2006).

Tomando-se em consideração a natureza da atenção, pode-se discernir dois tipos


básicos de atenção: a atenção voluntária, que exprime a concentração ativa e intencional
da consciência sobre um objeto; e a atenção espontânea, que é aquele tipo de atenção
suscitado pelo interesse momentâneo, incidental, que desperta este ou aquele objeto.
Esta última geralmente está aumentada nos estados mentais em que o indivíduo tem
pouco controle voluntário sobre sua atividade mental.

A psicologia contemporânea da atenção

Atualmente, subdivide-se a atenção em quatro aspectos básicos:

1) Capacidade e foco de atenção: referem-se à focalização da atenção e estão


intensamente associados à experiência subjetiva de concentração. A capacidade de
atenção não é constante com o passar do tempo. A capacidade de focalizar a atenção
relaciona-se diretamente com o número de operações mentais que precisam ser
realizadas ao mesmo tempo e com a dificuldade das tarefas.

2) Atenção seletiva: diz respeito aos processos que permitem ou facilitam a


seleção de informações relevantes para o sujeito e seu processamento cognitivo. Todo o
tempo o sujeito é inundado por um número quase infinito de sinais vindos do exterior
ou do interior; a atenção seletiva limita as informações que chegam ao sistema cerebral.
3) Seleção de resposta e controle executivo: o ato de prestar a atenção está,
quase sempre, associado a uma ação planejada, voltada a certos objetivos. Assim, a
atenção está sempre envolvida na seleção não apenas dos estímulos e das informações,
mas também das respostas e do controle destas.

4) Atenção constante ou sustentada (Cohen; Sallo-way; Zawacki, 2006): diz


respeito à capacidade de manter a atenção ao longo do tempo. Tal capacidade varia
(geralmente diminui) com o passar do tempo. Como função psíquica, a atenção é mais
variável ao longo do tempo que a percepção e a memória. Todas as pessoas apresentam
limites na capacidade de manter a atenção por longo tempo; tal desempenho depende da
relação entre os estímulos-alvo e os estímulos distrativos, do nível de consciência
(vigilância), da motivação (incluindo aqui a excitação com a tarefa e seu oposto, o
tédio) e da fadiga.

Anormalidades da atenção

A alteração mais comum e menos específica da atenção é a diminuição global


desta, chamada hipoprosexia. Aqui se verifica uma perda básica da capacidade de
concentração, com fatigabilidade aumentada, o que dificulta a percepção dos estímulos
ambientais e a compreensão; as lembranças tornam-se mais difíceis e imprecisas, há
dificuldade crescente em todas as atividades psíquicas complexas, como o pensar, o
raciocinar, a integração de informações, etc. Denomina-se aprosexia a total abolição da
capacidade de atenção, por mais fortes e variados que sejam os estímulos utilizados.

Por sua vez, a hiperprosexia consiste em um estado da atenção exacerbada, no


qual há uma tendência incoercível a obstinar-se, a deter-se indefinidamente sobre cer-
tos objetos com surpreendente infatigabilidade.

A distração é um sinal, não de déficit propriamente, mas de superconcentração


ativa da atenção sobre determinados conteúdos ou objetos, com a inibição de tudo o
mais (Nobre de Melo, 1979). É o caso do cientista que, pelo fato de seu interesse e de
sua atenção estarem totalmente voltados para um problema, comete erros do tipo
esquecer onde estacionou o carro ou colocar meias de cores diferentes.

Já a distraibilidade é, ao contrário da distração, um estado patológico que se


exprime por instabilidade marcante e mobilidade acentuada da atenção voluntária, com
dificuldade ou incapacidade para fixar-se ou deter-se em qualquer coisa que implique
esforço produtivo. A atenção do indivíduo é muito facilmente desviada de um objeto
para outro.

Transtornos mentais

Sabe-se, desde os primórdios da semiologia psicopatológica, no século XIX, que


a atenção quase sempre está alterada nos transtornos mentais graves.

- Transtornos do humor (depressão e transtorno bipolar): A atenção do indivíduo em


fase maníaca salta rapidamente de um estímulo para outro, sem se fixar em algo. Nos
quadros depressivos, geralmente há diminuição geral da atenção, ou seja, hipoprosexia.
Em alguns casos graves, ocorre a fixação da atenção em certos temas depressivos
(hipertenacidade), com rigidez e alguma diminuição da capacidade de mudar o foco da
atenção (hipovigilância).

- Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC): o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC)


apresenta atenção ou vigilância excessiva e desregulada.

- Esquizofrenia: Pacientes esquizofrênicos costumam ter dificuldade em anular


adequadamente estímulos sensoriais irrelevantes enquanto realizam determinada tarefa;
são muito suscetíveis de distrair-se com estímulos visuais e auditivos externos. Sob
testagem neuropsicológica, os pacientes com esquizofrenia revelam lentificação no
tempo de reação em consequência da distraibilidade (Cohen; Salloway; Zawacki, 2006).

- Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH): há dificuldade marcante de


prestar atenção a estímulos internos e externos, pois o paciente, geralmente criança ou
adolescente, tem a capacidade prejudicada em organizar e completar tarefas, assim
como relutância em controlar seus comportamentos e impulsos (Cohen; Salloway;
Zawacki, 2006).

Semiotécnica simplificada da atenção

Perguntar ao paciente e à pessoa que o acompanha (em especial a ela): Tem dificuldade para se
concentrar? Distrai-se com facilidade? Não escuta quando lhe falam? Tem problemas para terminar
tarefas? Não consegue organizar as tarefas? Perde coisas necessárias para a realização de tarefas?
A avaliação mais simples e prática da atenção é pedir ao paciente que olhe os objetos que estão na
sala da entrevista e que logo em seguida cite o que viu.
Prova de repetição de dígitos (dígito span): Pedir ao paciente que repita uma série de dígitos
pronunciados em voz alta, de forma pausada, evitando tudo o que possa distraí-lo: 2-7/4-9/5-8-2/6-9-
4/6-4-3-9/7-2-8-6/ 4-2-7-3-1/7-5-8-3-6/6-1-9-4-7-3/3-9-2-4-8-7/5-9-1-7-4-2-8/4-1-7-9-3-8-6.
(O adulto normal repete corretamente 6 ou 7 dígitos.)

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