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O professor que ensina as cegas, torna-se escravo no seu ofício!

ESTUDOS NORMATIVOS NA GESTÃO DEMOCRÁTICA DA ESCOLA: UM


OLHAR SOBRE O DISTRITO DE ILE

Eusébio Bernardo Fortunato1


eusbernato@gmail.com
849162151/869903292
Resumo

A convivência na Escola, como em qualquer outra organização social demanda não so, o
conhecimento de um conjunto de documentos normativos, como também a sua aplicação
contextualizada, para isso tanto gestores e professores devem assumir desde logo uma postura
de aprendizagem colaborativa e por descoberta é mister no dia-a-dia da escola. Esta pesquisa
descritiva-explicativa quanto aos objectivos, pelo que traz uma reflexão em torno do nível dos
estudos normativos nas escolas, suas repercussões no actual contexto em que aos professores
(protagonistas da revolução social), são chamados, não apenas a transformar alunos em
ferramentas para o mercado, mas também transformando-os em sujeitos da História. Para
suportar as conclusões desta pesquisa quantitativa, inquirimos a uma amostra aleatória de 25
professores (5 gestores e 20 professores sem função de gestão) a nível de 11 escolas (onde a
experiencia destes varia de 2 a 14 anos). Assim sendo esta pesquisa do campo, com auxílio de
fontes bibliográficas, fazemos jus a cultura jurídica nas escolas, particularmente no Distrito de
Ile. Em função das constatações, podemos afirmar que, tem faltado alguma acção na direcção
dos estudos normativos a nível das escolas, minando a gestão democrática destas e implantando
um ambiente de acomodação, submissão e dominação.

Palavras-chave: Estudo Normativo, Gestão, Escola, Democrática.

INTRODUÇÃO

A tripla dimensão que a escola ostenta (pedagógica, organizacional ou institucional),


desafia a todos os seus intervenientes (gestores, professores, funcionários, alunos,
encarregados) na compreensão segundo a qual é só com a gestão democrática que ele
encontra a sua realização plena, o que graça da mudança de mentalidade.

É neste contexto que o presente artigo nasce, na esperança de compreender a quantas


anda a realização de estudos normativos (capacitações), o que possibilita a compreensão
plena desses dispositivos, que são tantos no funcionamento da Administração Publica e
da Educação em particular. Esta prática enquadra-se na formação contínua e integral
dos professores, que reveste-se de vital importância nas suas Praticas Pedagógicas.

E como não podia deixar de ser, uma amostra de 25 professores (5 deles gestores de
escolas), vai dar substância as nossas conclusões, através de um breve inquérito
1
Licenciado em Ensino de Língua Portuguesa pela Universidade Católica de Moçambique/Centro de Ensino à
Distancia de Gurue.e Mestrando em Psicopedagogia
O professor que ensina as cegas, torna-se escravo no seu ofício!

traduzido posteriormente em gráficos percentuais. Importa referir também, que esta


amostra é do tipo probabilística, onde qualquer elemento do universo tem igual
possibilidade de participação.

As lideranças nas escolas

Há muito que qualquer colectividade, associação ou organização, quer religiosa, social


ou profissional vem sendo desafiada a uma convivência, não necessariamente
democrática, mas sim baseada em regras (regulamentos), o que por si só, é um passo
para a democraticidade.

Assim, as manifestações de uma organização, remete-nos ao enquadramento dos


diferentes tipos de liderança (autocrática, democracia, anarquia), sendo cada uma delas,
o reflexo, por um lado, da forma como os gestores lidam com o poder, e por outro lado,
o domínio da base normativa que regula a vida de cada grupo ou organização, por parte
dos seus membros.

A escola, pela sua natureza social e formativa de gerações, enquadra-se perfeitamente


com a liderança democrática daqueles que a representam a todos níveis, principalmente
nas bases (escola enquanto instituição), de outra forma na visão de Freire (19941987),
não se trata de transmitir a democracia ou os seus valores, mas sim fazer de todos os
referidos intervenientes dela, construtores dessa democracia e dos seus valores,
almejando sempre a libertação de todos através da conscientização.

Ainda na visão de Freire (19941987), na sua “Pedagogia do Oprimido”, pela


dicotomia opressor/oprimido, somente este ultimo (o povo mergulhado no regime
de dominação), pode tomar as rédeas da luta pela liberdade com a reversão desta
dominação, que naturalmente carece de um revolucionário (o professor, sem
duvidas), com o “método de conscientização”.

Ora, se ao professor (revolucionário) cabe-lhe este papel vital de conscientização de


gerações que constroem seus destinos de forma autónoma, o que dizer da situação em
que aquele encontra-se mergulhado nesta dominação!? Ou até como ponta do iceberg
desta dominação (lideranças nas escolas)?! Naturalmente, o seu ofício fica
comprometido, e a sua posição visionária deliu-se ao papel de uma marioneta (estar,
ouvir, cumprir, e nunca questionar).
O professor que ensina as cegas, torna-se escravo no seu ofício!

Assim, muito para além dos gestores, que quase sempre pela sua posição política na
escola, enfrentam o dilema de impressionar àqueles que os confiaram, têm igualmente a
dura missão de disseminar 1º um ambiente onde os seus colaboradores podem construir
suas convicções num ambiente de liberdade (disposição dos mais variados instrumentos
legais) e 2º cabe a estes colaboradores (os professores), o espírito da convivência
jurídica, pelo que é esta que oferece o amparo legal de uma posição revolucionaria no
contexto educativo, e 3º envolver a comunidade a quem esta mesma escola deve servir.

As condições dispostas no parágrafo acima, só podem ter êxito se os professores,


assumirem uma postura vigilante diante do seu ofício, sob pena de as escolas
transformarem-se num património privado onde os hábitos individuais dos dirigentes,
transfiguram-se em acções legais e a gestão daquelas imerge a seu belo prazer numa
verdadeira situação de opressão.

A este respeito Boschetti (2016), salienta que a tendência de gestão democrática nas
escolas reveste-se da necessidade das transformações sociais, onde os seus gestores e
colaboradores (professores) não devem encarar como mero processo burocrático do
Estado, mas como uma conquista da comunidade, pelo que os primeiros devem agir e
procurar mudar as suas mentalidades e da dos demais.

O Contexto normativo na escola

Nas palavras de Canário (2002), a escola é uma forma (dimensão pedagógica do


processo educativo monopolizado por si, os conteúdos, métodos), organização (envolve
toda logística para que haja interacção professor/aluno) e instituição (cabe apenas a ela,
o papel unificador cultural e político, ou a fabrica de cidadãos).

Nessa classificação tripartida de Canário, chama a presença de um gestor, gerador de


ideias, pensamentos, orientador e principalmente um líder em condições de, trazer novas
possibilidades para organização do processo educativo (Silva, 2014).

Estas qualificações, alcançam-se com uma larga compreensão da dimensão da escola e


da necessidade de despir-se do poder absoluto e partilhar a tomada de decisões.

Um gestor a luz do espírito e da letra dos princípios de funcionamento da Administração


Publica:
O professor que ensina as cegas, torna-se escravo no seu ofício!

Legalidade, presunção do interesse público, igualdade e proporcionalidade, justiça e


imparcialidade, ética e boa-fé, colaboração da administração com os administrados,
participação dos administrados, decisão, responsabilização da Administração Publica,
fundamentação dos actos administrativos, transparência, gratuitidade, acesso a justiça e
ao direito (artigo 18, Secção III, Conselho de Ministros Assembleia da República).

A escola é o resultado da acção dos seus diferentes actores (gestores, professores, pais,
alunos, a comunidade), coabitantes de um mesmo ambiente social, onde entrecruzam
vários tipos de relacionamentos que transcendem o simples acto de ensinar (Novoa,
1992).

Desta forma, se aos educadores reside a função de orientar pessoas a se tornarem


futuros cidadãos (activos, críticos e construtivos), é imperioso que esta actividade esteja
assente numa base normativa, onde cada colaborador assume suas responsabilidades e
goze seus direitos a luz das leis que regulam, a Administração Publica em geral, e ao
Sector da Educação em particular.

Segundo a Constituição vigente na República Moçambicana desde 1990, no seu artigo


88, nos seus n.ºs 1 e 2, a educação constitui direito e dever de cada cidadão, cabendo ao
Estado promover a extensão desta à formação profissional contínua e a igualdade de
acesso a ela por parte de todos. Este desiderato encontra eco na Política Educacional,
através do seu SNE2 no capítulo sobre os princípios, que defende:

O desenvolvimento da iniciativa criadora, da capacidade de estudo individual e de


assimilação crítica dos conhecimentos (Capitulo 1, artigo 2, b)alínea b). ~

Esta dimensão pedagógica, alcança-se com professores preparados, não apenas a nível
técnico e profissional, como também científica, que o habilita de estimular as mentes
dos alunos com estabelecimento de pontes entre as condições reais do mundo e as
matérias pedagógicas nas suas aulas.

a) Leccionação

Desta forma a seu dispor, os professores para a leccionação contam com os programas
de ensino, que norteia os conteúdos programáticos (temáticas, objectivos, carga horária,
possíveis orientações pedagógicas), e um manancial de livros didácticos. Tudo isto por
si só, não basta para a satisfação da tripla responsabilidade: mediação dos conteúdos

Sistema Nacional de Educação


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O professor que ensina as cegas, torna-se escravo no seu ofício!

técnicos e científicos; construção de comportamentos socioculturalmente aceite; e o


atendimento público.

É preciso também dotar permanentemente o ambiente escolar de acervos normativos,


que actualizem a vida e o exercício profissional dos professores, tornando-os
coincidentes de que, é com a pedagogia e não com a propaganda que se processa a
libertação participativa dos homens em situação de dominação/opressão (Freire, 1987).

b) Normalização

Para assegurar a convivência plena na escola, um conjunto de documentos normativos


(plano curricular do ensino básico, regulamento geral de avaliação e do ensino básico,
Manual de Apoio ao Conselho de Escola, lei n.º 10/2017 que cria o EGFAE3 e o seu
respectivo regulamento, NFSAP4) e demais decretos-lei (por exemplo, Decreto nº
5/2018 sobre o REGFAE5, Decreto n.º 75/2017 sobre a contenção de custos).

Com este acervo bibliográfico normativo, que a princípio devia estar nas escolas e
sempre a disposição dos professores, estaríamos sem dúvidas diante de uma classe
ciente da sua missão na escola e um colaborador activo na construção de um ambiente
democrático.

Essa democratização alcança-se sobretudo com uma liderança clarificada que o papel de
administrar a escola não cabe apenas a si, mas sim a todos (professores, funcionários,
alunos, pais/encarregados de educação), dando-lhes oportunidade de conhecerem os
dispositivos legais que guiam a sua vida profissional (Boschetti, 2016).

Desta forma, aos professores cabe-lhes a missão de ir ao encontro desses dispositivos,


quer a nível da escola, ou até por conta própria, sob pena de ouvirem apenas dos seus
dirigentes constantes actualidades de deveres e redundância de direitos conhecidos, o
que mina alguns eixos que garantem o sucesso do processo educacional (administração
escolar participativa, praticas pedagógicas significativas, valorização dos profissionais
de educação).

Espera-se que esta prática de convivência normativa nas escolas, vai ganhando corpo a
medida em que o Sector da Educação assume-se sindicalizado desde o seu 4º Congresso

3
Lie n.º 10/2017 de 1 de Agosto: Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado
4
Decreto n.º 30/2001 de 15 de Outubro: Normas de Funcionamento dos Serviços da Administração Publica.
5
Decreto n.º 5/2018 de 26 de Fevereiro: Regulamento do Estatuto dos Funcionários e Agentes do Estado
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havido em Agosto do corrente ano, o que significa criação de condições de acessória,


mobilização e de fiscalização das condições de vida e de trabalho dos professores.

A Sindicalização da Educação

A cultura jurídica no exercício da docência

O novo desafio dos professores na actualidade não é apenas conhecer situação holística
da educação em Moçambique, é também estar dotado de ferramentas que o permitam
constatar as malévolas sociais, e agir como sujeito histórico.

Este agir não pode em momento algum, ser confundido como uma posição reaccionária
do professor diante do status quo opressor que se busca manter a nível da gestão de
algumas escolas, mas antes sim, uma atitude revolucionaria deste na busca permanente
pelo domínio, técnico, normativo e científico do seu exercício profissional, que
demanda sempre a formação de gerações.

Situações em que professores, desconhecem os principais instrumentos que norteiam a


sua profissão, dos documentos normativos que as escolas devem ter a princípio por uma
questão de funcionamento (RIE6, PCEB7, RGA8), e que se quer, reconhecem sua
existência na escola, minam gravemente o ideal o exercício da docência. Esta
fragilidade gnosiológica, reduz o ângulo de acção do professor, arrastando-o a
ignorância, acomodação e sectarismo referidos por Freire (1994), como os indicadores
que alimentam as lideranças opressoras a nível das escolas.

Se então temos o professor imerso na acomodação, aquele que devia ser o líder
revolucionário no meio em que se encontra, precisaríamos de uma outra instancia que
intermediasse o seu despertar de conscientização humanizadora (que logicamente, não
viria apenas do Governo), mas também de uma ONP/SNPM 9 verdadeiramente
sindicalizada, comprometida com a dignidade profissional e social do professor,
conscientização e liberdade académica.

6
Regulamento Interno da Escola
7
Plano Curricular do Ensino Básico
8
Regulamento Geral de avaliação
9
Organização Nacional dos Professores/Sindicato Nacional dos Professores Moçambicanos
O professor que ensina as cegas, torna-se escravo no seu ofício!

“ (…) o professor primário é investido duma expectativa de poder social e cultural que
objectivamente não possui (

Balói & Palme, 1995, p. 12 citados em MINEDH, 2017, p. 131) ”.

Esta constatação prova a deficiente assistência aos professores constatados


unanimemente nos estudos holísticos encabeçados pelo Ministério de Educação
Moçambicano em 1998 e 2017, confirmando que a insatisfação dos professores reside
na precariedade salarial ou de trabalho, demora na promoção e a consequente
vertiginosa queda do prestígio social da profissão aliada a continua baixa da qualidade
de ensino.

Apesar das insatisfações descritas no parágrafo anterior não justificarem as situações de


cobranças ilícitas, abuso/assédio sexual, o absentismo e queda retumbante da qualidade
de ensino, descritas no Estudo sobre o Estatuto do Professor Moçambicano (1998), e
uma boa parte dos professores assegurar a satisfação e preferência renovada na
profissão, este background trava fortemente o ideal revolucionário de conscientização
de mentes a que se propõe a Educação nos dias de hoje.

Apreciação e discussão dos resultados

O Inquérito que suporta esta pesquisa, abrangeu a ZIP-Muliquela (Sede); ZIP-1 de


Junho (Escola Sede de ZIP e Mutuaze); ZIP-Sede ile (Escolas Sede-Ile, de Macucune e
Muigaua); ZIP-Errego (Escolas Errego e Nipine) e as Escolas de Muelamasse (ZIP -
Namanda); Mugudo (ZIP-Mucuaba); Acinhara (ZIP-Muaziua); e Mutoma (ZIP-
Macalissa).

Da amostra constituída de 25 professores, 20 (10 mulheres e 15 homens) exercem


apenas funções de docência e apenas 5 exercem para além da docência, a função de
gestão (sendo destes 2 directores de Escola, sedes de ZIP10 e 3 directores pedagógicos
também de ZIP), constatando-se com tempo médio de experiencia profissional de 7
anos.

10
Zona de Influencia Pedagógica
O professor que ensina as cegas, torna-se escravo no seu ofício!

16 0.75
14
0.6 0.6
12
10 0.5 0.5 0.5

8 0.4 0.4 0.4 0.4


15
6 12 12
0.25 10 10 10
4 0.2 0.2 0.2 8 8 8 8
4 4 5 4 0.1
2 0 2
0

Gráfico 1: Inquérito aos professores

Embora as percentagens façam referencia a ocorrência dos estudos normativos nas


escolas em 60%, o esclarecimento dos gestores aos professores situar-se em 75% e
cerca de 40% ter afirmado que, já comprou mais de 2 vezes livros normativos, contrasta
em grande medida com a não referência ou confusão eminente verificada na citação de
4 normas/leis que regulam o seu exercício profissional (40% citou apenas dois).
O professor que ensina as cegas, torna-se escravo no seu ofício!

O cenário acima descrito, é referido por Gadotti (1988) citado em Boschetti (2016),
como sendo próprio do sistema gestão escolar fechado, estático e estreito condenado ao
consenso, a adaptação, a ordem e a hierarquia, o que contrasta com o ideal
contemporâneo de uma gestão escolar dinâmica, que presa a contradição, a mudança, o
conflito e a autonomia. O outro facto não menos importante, tinha que ver com a
dificuldade de preenchimento pontual dos inquiridos, notando-se
remarcações/prolongamentos ou até consultas externas para o preenchimento do
mesmo, reflectindo fraca convivência com as normas/leis que regulam a sua vida
profissional.

Há consciência em 60%, que ensinar os conteúdos programáticos não é o fim último do


exercício da docência, tomando-se em consideração a Visão Freiriana da libertação dos
homens por intermédio do exercício pedagógico, naturalmente os professores são
chamados a fazer e fazer bem o seu papel de conscientização dos seus interlocutores,
onde quer que esteja (da sala de aulas a comunidade).

Gráfico 2: Inquérito aos Gestores de Escolas


O professor que ensina as cegas, torna-se escravo no seu ofício!

1 1
0.8 0.8 0.8

5 0.4 0.4 5
4 4 4
0.2 0.2 0.2 0 2 2 0.2
1 1 1 1

Um sinal animador pode-se ter, com o facto das relações liderança e colaboradores ser
classificada como sendo boa em 80%, pelo que um dos elementos para a gestão
democrática descrito por Luck (2009) citado em Boschetti (2016), um ambiente onde
todos os colaboradores (professores e outros funcionários) estejam engajados nas suas
responsabilidades.

E como bem se referiu Boschetti (2016), é particularmente na figura do gestor da escola


pública, através de suas acções democráticas e representativas que deve-se encontrar a
essência e a prova da gestão democrática das escolas.

A primazia de 80% dada às repreensões na mediação de conflitos, embora privadas,


pode em parte justificar a fraca predominância da conscientização (através dos estudos
normativos), o que culminou com a insatisfação verificada na interpretação das
implicações das faltas injustificadas, que revelou-se defeituosa, na medida em que
O professor que ensina as cegas, torna-se escravo no seu ofício!

muito para além dos descontos correspondentes no ordenado, implicam também na


contagem do tempo, e são passiveis de processos disciplinares.

Cumprir e fazer cumprir todos os instrumentos de planificação: Programa do Governo,


Plano Economico e Social, e outros, b) do n.º 2, artigo 45 do EGFAE. Este apanágio
esta muito longe de se tornar realidade, muitas vezes, a realidade moçambicana
liderar/governar/gerenciar torna-se numa oportunidade para muitos, de realização de
sonhos pessoais em detrimento de terceiros.

Esta realidade, tem sido fomentada pelas interpretações inflamadas do n.º 1 do artigo 20
os gestores de escola são nomeados em comissão de serviço a título de confiança,
banalizando sobremaneira o ideal de gestão democrática, que muito exige dos seus
titulares mudança de mentalidade e acções imparciais, abertas e envolventes (Boschetti,
2016).

Se as opiniões dividem percentagens, sobre as razões das infracções cometidas pelos


professores (falta de hábitos de leitura 40% e fraca disseminação dos instrumentos
normativos 40%), faz-nos crer que o papel de reflexão normativa nas escolar deixa a
desejar, o que desafia principalmente as ZIPs e já agora com o SNPM, a reverão e
construção de novos paradigmas alicerçados na cultura jurídica dos professores.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Desde o século XVI com o advento da Escola, pelas mãos da Burguesia, esta sempre
esteve a serviço das classes sociais dominantes (as que governam), perpetuando o status
quo da dominação (desigualdades socioeconómicas entre os homens). Apesar das
mudanças sociais e do papel da escola, ainda subsiste o velho problema da opressão.

Embora muito tenha sido feito até ao presente século (cartas, convenções, leis, e outras
acções normativas), que procuram implantar uma educação inclusiva e de qualidade nas
escolas públicas, ainda a muita que se faça tanto da formação qualitativa dos
professores, disposição de condições condignas de aprendizagem e uma liderança
escolar dinâmica, progressista e visionaria.

A Sindicalização da ONP, deve ser vista como uma mais-valia na acessória jurídica da
vida dos professores e não só, na promoção de simpósios em matéria normativa diversa
a nível das ZIPs. A Repartição da Função Publica, dos Governos Distritais, deve
O professor que ensina as cegas, torna-se escravo no seu ofício!

assumir este Sindicato como um parceiro estratégico na disseminação dos demais


dispositivos normativos.

A mudança de mentalidade deve não somente chegar aos gestores de escola, mas a
todos os intervenientes no processo educativo (professores, funcionários, pais e alunos),
sem dúvida com elevada dose aos professores, a quem lhes foi incumbida a missão de
mediação, conscientização e mudanças comportamentais dos seus alunos e da sociedade
em geral.

Esta mudança de mentalidade, manifesta-se com a insaciável busca de conhecimentos


de varia natureza (didácticos, científicos, socioculturais, jurídicos), ferramentas
indispensáveis de quem quer libertar-se libertando os demais, caso contrario, todos
estarão mergulhados na implícita opressão a muito engendrada desde os séculos
passados.

Os professores devem avançar mesmo, quando o sindicado, as direcções de escola, o


governo local aparenta adormecimento na sua missão, quer de guardiã, orientação e/ou
provimento de condições dignas de funcionamento das instituições.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Bueno, A.M. de Oliveira & Pereira, E.K. Onofre (2013). Educação, Escola e
Didáctica: uma análise dos conceitos das alunas do curso de pedagogia do 3º
ano. II Jornada de Didáctica, Universidade Estadual de Londrina, Brasil.
2. Boschetti, V. R. (2016). Gestão escolar democrática: desafios e perspectivas.
Universidade de Sorocaba Revista n.º1, vol.10, Brasil. Disponível em
http://dx.doi.org/10.5902/2318133822257. Acesso 10 de Novembro 2019.
3. Freire, Paulo (1987). Pedagogia do oprimido. (17ª ed.), São Paulo: Editora Paz e
Terra S/A.
4. MINED (1998). Estudo sobre o estatuto do professor do ensino primário em
Moçambique. Maputo.
5. MINEDH (2017). Estudo holístico da situação do professor em Moçambique.
Maputo.
6. -------- (S/D). A escola como objecto de estudo. Disponível em PUC-Rio-
Certificação digital n.º 0710362/CA.

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