Вы находитесь на странице: 1из 20

A LINGUAGEM

DOS CÃES:
OS SINAIS DE CALMA

TURID RUGAAS

Traduzido por:
Alexandra Costa de Souza
Este livro é a tradução da obra
On Talking Terms With Dogs: Calm Signals
Autora Turid Rugaas

Este livro é publicado com a autorização de


Turid Rugaas.

© Versão inglesa, Abril de 1997,


por Turid Rugaas e Terry Ryan.

© Da edição em língua portuguesa


Kns Ediciones S.C., 2011.

Primeira edição: 2011

ISBN: 978-84-937456-6-0
Depósito Legal: C 2410-2011

Tradução: Alexandra Costa de Souza


Capa e composição gráfica: Ana Loureiro
Ilustrações cedidas por Turid Rugaas

Impressão: TÓRCULO. Impresso em Espanha.

Autora: Turid Rugaas. Books 109. N-3360 Geithus, Noruega

Para obter este livro ou outros desta editora, contacte:


Kns Ediciones http://www.knsediciones.com
e-mail: portugal@knsediciones.com

Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial desta obra, texto
ou ilustrações, e não pode ser transmitida por meios eletrónicos, nem mecânicos, sem
a autorização, por escrito, da autora, à exceção de breves transcrições para comentar
a obra.
A minha eterna gratidão e amor para VESLA,
por ter iniciado tudo isto, por ser ela mesma.
Índice

Apresentação (edição espanhola) . ................................................ 9

A história de Vesla . ................................................................... 11

Introdução de Terry Ryan ........................................................... 13

Capítulo I: Os sinais de calma.


A apólice de seguro de vida ....................................................... 17

Capítulo II: Os sinais de calma:


Identificá-los e usá-los? .............................................................. 23

Capítulo III: Histórias . ............................................................... 43

Capítulo IV: O cão stressado . .................................................... 49

Capítulo V: A escolha é tua ....................................................... 57

Epílogo .................................................................................... 61

Bibliografia .............................................................................. 62

Agradecimentos . ..................................................................... 63
9

Apresentação
(edição espanhola)

Muito já foi escrito sobre cães, como comunicam, o treino de cães… o


que parece incrível é que ainda possam surgir livros tão interessantes e,
de alguma forma, tão originais como este.

A leitura deste livro é interessante e divertida. É como redescobrir, de


uma forma intuitiva, o que sempre soubemos. É surpreendente quando
alguém consegue juntar todas as peças e lhes dá sentido, as estrutura,
sistematiza e dá orientações, sintetiza e define um método de análise para
aquilo que observamos. Após a leitura deste livro, tiramos muito mais
proveito da observação e da comunicação com os cães.

Um livro essencial para todos os profissionais do mundo dos cães e para


os donos de cães. Escrito numa linguagem muito direta, simples e sem tec-
nicismos, para conseguir compreender o código que rege a comunicação
dos e com os cães, ajudar-nos-á a evitar os conflitos e a aproveitar, com
uma maior intensidade, a relação com os nossos cães. Sem dúvida, este
livro mudará a forma como comunicas com o teu animal de companhia.

Foi precisamente o que nos animou e levou a que decidíssemos traduzir


e publicar este livro que esperamos que seja bem acolhido pelos profis-
sionais e nos permita continuar a publicar os últimos trabalhos no mundo
dos cães.

Benigno Paz Ramos


Instrutor de mobilidade com cães-guia.
11

A história de Vesla
O enorme Pastor de Brie fez um violento ataque a rosnar e a ladrar.
Dirigiu-se a toda a velocidade para a pequena Elkhound, que parou, ficou
imóvel e voltou a cabeça para o lado. O cão parou, perplexo, desconcer-
tado, apenas a poucos passos da Elkhound, como se não soubesse o que
fazer. Então procurou numa direção e noutra uma atividade alternativa,
farejando ligeiramente o chão, distraidamente e, finalmente, voltou ao
ponto de partida.

O local onde tudo aconteceu era a minha pista de treino. O Pastor de


Brie era um cão com problemas de relacionamento com os outros cães
que um cliente tinha trazido à minha consulta. A pequena Elkhound era a
minha cadela Vesla, com treze anos.

A Vesla sabia sempre o que tinha de fazer e tentava sempre apaziguar os


outros cães quando mostravam agressividade, estavam assustados, stressa-
dos ou, simplesmente, a incomodavam. Durante onze anos, nenhum cão
foi capaz de a fazer perder o equilíbrio mental, de a fazer perder a cabeça.
Ela é a verdadeira imagem da sobrevivência, uma cadela capaz de resolver
conflitos, com toda a destreza da comunicação necessária para sobreviver.
12 A linguagem dos cães: Os sinais de calma

A Vesla nem sempre se comportou deste modo. Chegou às minhas mãos


como um cão vadio e tínhamos a intenção de lhe arranjar uma família que
a adotasse, pois ela não se adaptava aos meus cães e tinha um compor-
tamento muito agressivo e violento. Brigava, tinha rixas, disputas, estava
stressada, era impossível e eu não acreditava ter forças para começar a
treiná-la. Mas, ninguém a queria, consequentemente, com um suspiro de
resignação, decidimos ficar com ela e começámos a tentar integrá-la na
“matilha” de cães e gente.

Foi um período de testes e de experiências. Estou convencida que era o


cão com o pior comportamento de todos os que já tinha tido em casa.
Mas, gradualmente, as coisas melhoraram. Deixou de pendurar-se nos
cortinados. Começou a sair com os outros cães sem estar sempre a tentar
mordê-los e conseguia, de vez em quando, ficar descontraída. De repen-
te, um dia, para surpresa minha, vi que começava a comunicar com os
outros cães. O trabalho dos outros cães com ela começava a dar frutos!
Quando reparei que começava a recuperar a sua linguagem canina tentei
aplicar os meus métodos tradicionais de treino. Assim, tudo o que fazia
nas sucessivas aproximações ao comportamento desejado era premiado:
cada vez que deixava entrever um sinal de calma, era recompensada.
Progressivamente a Vesla melhorou. Reparei, para surpresa minha, que
era possível reforçar a sua própria linguagem com as recompensas e as
coisas começaram a acontecer muito rapidamente. Tudo com a minha
ajuda e dos meus dois cães. Em pouco tempo transformou-se no milagre
da linguagem canina. Um ano mais tarde, já tinha desaparecido todo o
seu comportamento agressivo e, desde então até hoje, doze anos depois,
nunca mais teve uma altercação com os outros cães. Pura e simplesmente
não conseguem fazê-la perder o controlo.

A história de Vesla permitiu-me compreender que é possível devolver a


linguagem perdida aos cães. Desde então fiz desta lição o meu modo de
vida e o meu principal trabalho. Para além disso, enriqueceu a minha vida,
pois agora entendo, compreendo melhor, o que sentem os cães. Sinto
realmente que comunico com eles, o que me dá boas vibrações, quase
como o sonho pueril de conseguir falar com os animais.

Obrigada Vesla por tudo aquilo que me ensinaste. Mudaste a minha vida.
13

Introdução de Terry Ryan


Aconteceu na VI Conferência Internacional, Os animais e nós, sobre a
interação entre pessoas-animais, em Montreal. Uma das participantes
neste seminário, atenta e tranquila, era Turid Rugaas, que estava sen-
tada numa das filas à minha frente, durante as apresentações sobre o
comportamento canino. Turid nunca poderia ser uma boa jogadora de
poker. Apercebi-me imediatamente que os seus ombros ficavam tensos
ou descontraídos dependendo do orador. O mais engraçado era que a
sua linguagem corporal espelhava com precisão a minha opinião sobre
as apresentações dos oradores.

Contactos! As conferências servem precisamente para isso, para fazer con-


tactos! Tinha vontade de conhecer esta estrangeira cujas opiniões sobre
os temas de comportamento pareciam ser muito semelhantes às minhas
opiniões. Ao aperceber-me de que o inglês não era a sua língua materna,
e questionando-me se a entenderia, passei o dia a ganhar coragem para
a interpelar e apresentar-me. Desde este encontro em 1992, já estive
com Turid inúmeras vezes. Convidei-a como oradora para os seminários
e apresentações sobre o comportamento e sessões práticas de treino que
organizei nos Estados Unidos, assim como no estrangeiro. Em todos os
lugares onde esteve cativou a atenção do público. Foi muito popular no
Japão com os seus olhos azuis e os seus coletes vermelhos.

A quinta de Turid, Hagan Hundeskole, rodeada por uma densa floresta,


está situada no topo de uma montanha de onde se podem ver os fiordes
noruegueses. Vêm pessoas de todos os cantos do país, com os seus cães,
para que ela os treine nas respostas básicas e resolva os problemas de
comportamento. Já lá estive a observá-la durante as suas sessões de tra-
balho com os cães e fiquei impressionada. Descobri o seu grande conhe-
cimento sobre o comportamento canino. A seguinte citação demonstra a
essência da teoria dos sinais de calma de Turid Rugaas.

«Os cães, como animais gregários, possuem uma lingua-


gem para comunicarem entre si. Em geral, a linguagem
canina consiste numa grande variedade de sinais utilizan-
do o corpo, a zona facial, as orelhas, a cauda, os sons, os
14 A linguagem dos cães: Os sinais de calma

movimentos e as expressões. Esta habilidade inata dos cães,


de compreender e fazer estes sinais, desaparece ou é refor-
çada através das suas experiências ao longo das suas vidas.
Se estudamos os sinais que os cães fazem entre si e se os
aplicarmos a nós próprios, aumentamos a nossa capacidade
de comunicação com os nossos cães. Os sinais caninos mais
notórios são os sinais de calma, que utilizam para manter
uma hierarquia social estável e para resolver os conflitos na
matilha. São competências que, quando aplicadas na nossa
interação com os nossos cães, são extremamente benéficas
para a relação. Os cães possuem a capacidade de se acal-
marem entre si quando enfrentam uma situação traumática
(uma situação de medo ou stressante) e também para se
acalmarem uns aos outros. Consideremos, por exemplo, a
forma como se apresentam uns aos outros. Os cães que
demonstram estar receosos num encontro “social” podem
comunicar diversas sensações como, por exemplo, “sei que
aqui tu és o líder e não vou dar-te problemas.” Para além
disso, o líder também pode querer transmitir-lhe que não
tem a intenção de criar problemas. “Não te preocupes, eu
sou o chefe aqui e não tenho a intenção de te fazer mal.”
Os cães que não utilizam os sinais adequados podem ser
aqueles que provocam problemas».

Pedi a Turid que o escrevesse, mas como muitos dos entusiastas dos cães,
ela estava demasiado ocupada, dedicando-se ao tema, para escrever sobre
o assunto. Os capítulos que seguidamente apresentamos representam
uma tradução direta dos conceitos, em norueguês, de Turid. Os termos e
as expressões foram mantidas, sem tentar alterar a sintaxe para acomodar
as regras gramaticais. Esta é uma decisão intencional da minha parte, com
a aprovação de Turid. Frequentemente, quando tentamos expressarmo-
-nos numa língua diferente da nossa, constatamos que não existe uma
palavra adequada para a ideia que desejamos transmitir. Libertemo-nos da
linguagem estabelecida e das barreiras impostas pelo idioma.

Comportamentos de submissão, atividades de movimento, estereótipos,


instintos, coloquemos de lado os nossos rótulos e opiniões e falemos sobre
Introdução de Terry Ryan 15

o que observamos e consideramos o que é a linguagem corporal dos cães


por um instante, tal e qual como nos é apresentada por Turid.

Nas minhas deambulações pela Europa, visitei a quinta de Turid,


Hagan Hundeskole, para observar o seu trabalho. Assisti com ela
a seminários na Europa, nos Estados Unidos e no Japão. Tanto
nos cursos de treino a norte do Círculo Polar Árctico como num
simpósio nacional de Génova, em todas as ocasiões fui agrada-
velmente impressionada pela sua capacidade de transmitir ao seu
público as intenções do cão. Ela é uma das primeiras pessoas
na Noruega a interessar-se pelos «street mixes», designação pela
qual são conhecidos no seu país os cães que não são de raça
pura, os mestiços. Na Escandinávia predomina um movimento
que visa a erradicação do método de treino designado como
«frying pan»1, recorrendo, uma vez mais, à terminologia utilizada
na Noruega, defendendo o «contact training»2.

Terry Ryan

1 «Frying pan» (frigideira): no original, para fazer referência à utilização do castigo e da força
utilizados nalgumas técnicas de treino tradicionais.
2 «Contact training»: o treino realizado recorrendo ao reforço positivo, ao treino positivo.
17

Capítulo I
Os sinais de calma
A apólice de seguro de vida
Nas obras sobre o comportamento dos lobos encontramos a sua lingua-
gem, as suas expressões corporais definidas como sinais para apaziguar
os ânimos («cutoff»1), pois os investigadores constatavam como estes eram
utilizados para mitigar ou impedir a agressão dos outros lobos. Estes si-
nais foram descritos, em diversas ocasiões, ao longo dos anos e são bem
conhecidos. As mesmas pessoas que observaram e descreveram estes
sinais parecem considerar que os cães são desprovidos desta capacidade
de apaziguar a agressão dos seus pares (Michael Fox: Behaviour of wol-
ves, dogs and related Canis) e estão verdadeiramente enganados! Os cães
possuem as mesmas capacidades e as mesmas regras sociais que os lobos
para evitar conflitos. É possível que seja difícil às pessoas aperceberem-se
disto, porque, nos lobos, o comportamento é muito mais intenso, dadas
as características do seu habitat e as suas condições de vida. Os cães, que
são lobos domesticados, são mais subtis e delicados nas suas expressões
e utilizam, por assim dizer, «uma letra mais pequena». Normalmente, os
cães não correm o mesmo perigo que os lobos, por isso não precisam de
falar entre si com letra maiúscula (para engrandecer os seus gestos).

Quando comecei a observar e a utilizar estes sinais, designei-os como


sinais de calma2. «Cutoff» Não me parecia ser uma palavra adequada para
os definir, pois são sinais que se utilizam sobretudo como prevenção, mais
do que para «cortar» realmente algo. Os sinais são utilizados numa fase
inicial para prevenir que algo aconteça, para evitar ameaças das pessoas
ou de outros cães, reduzir o nervosismo, o medo, o ruído ou os aconteci-
mentos indesejados. Utilizam os sinais para se acalmarem a eles mesmos
quando se sentem stressados ou inseguros, para transmitir calma e fazer
com que os outros cães envolvidos se sintam mais seguros e percebam os
sinais de boas intenções que são dados. São utilizados para fazer amizade
com outros cães e com as pessoas.
1 «Cutoff»: sinais para cortar, apaziguar os ânimos (N. do T.).
2 «Calming signals» (no original): sinais, expressões de calma. O termo “sinais de apaziguamen-
to” é utilizado por outros autores para se referirem a estas expressões dos canídeos.
18 A linguagem dos cães: Os sinais de calma

A resolução de conflitos
Os cães que têm a possibilidade de desenvolver competências de comuni-
cação com os outros cães e que por esta razão não tenham ainda perdido
estes sinais, comunicarão entre eles e nunca terão conflitos ou disputas
com outros cães. Os lobos e os cães tentam evitar confrontos. São animais
que resolvem disputas. Somos nós, os humanos, que, normalmente, cria-
mos os conflitos com os nossos cães.

Assim, deveriam observar os sinais de calma, quais são, como são utiliza-
dos e aprender a entender melhor o vosso cão para que possam ser um
melhor líder para ele, e tudo isto vos ajudará no treino e no adestramento.
Aposto que esta nova competência enriquecerá a vossa vida tal como
enriqueceu a minha.

Como é que tudo começou?


Eu conhecia os sinais para apaziguar os ânimos e também tinha obser-
vado que os cães se acalmavam, se tranquilizavam uns aos outros. Não
sabia que era possível fazer com que os cães aprendessem de novo a
linguagem perdida ou que era possível utilizar a mesma linguagem que
eles para conseguir que me entendessem melhor.

Quando Vesla, a cadela vadia (tenho de dizer já que o seu nome significa
“A Pequenita”) me ensinou que era possível aprender a linguagem, quis
saber se outras pessoas poderiam ajudar os cães a melhorar a sua lingua-
gem e como é que isto funcionaria.

Com o meu colega, Ståle Ødegaard, comecei um projecto que levou ano
e meio a ser concluído. Durante este período de tempo treinámos cães, ob-
servámo-los, tirámos fotografias, fizemos diapositivos, vídeos e guardámos
uma grande quantidade de informação e de conhecimentos (aprendemos
muito). Quando terminou este período sentia-me confiante que entendia
como funcionavam. O que tinha reunido deu-me forças para trabalhar
com convicção e foi então que iniciei o trabalho de reabilitação dos cães.

Dedico, atualmente, grande parte do tempo a ensinar outras pessoas a


observar, a entender e a usar os sinais de calma dos cães. Como é que
funciona? Pensa num dia normal com o teu cão. Levantas-te, de manhã,
Os sinais de calma. A apólice de seguro de vida 19

ainda meio a dormir e dizes ao teu cão que te deixe em paz com um tom
de voz um pouco irritado. O cão vira a cabeça para o lado contrário do
sítio onde te encontras e lambe o nariz, num movimento rápido. Terminas
a tua higiene pessoal e acabas de te vestir e encaminhas-te para a porta.
O cão está feliz por ir à rua e está agitado e excitado à tua volta. Dás-lhe a
ordem: Senta. O tom de voz em que lhe dás a ordem faz com que o teu
cão boceje antes de se sentar. Saem para a rua, o cão puxa um pouco a
trela e tu dás um puxão (corrigindo-o), então o cão volta-se e dá-te as cos-
tas e põe o nariz no chão. No parque vais soltá-lo durante uns minutos e
olhas para o relógio. Está na hora de irem embora. Começas a chamá-lo.

Havia algum stress no teu tom de voz?


O cão começa a andar devagar e a
rodear-te até chegar onde tu estás.
Achas que o está a fazer para te irritar,
começas a repreendê-lo, gritas com
ele. Ele fareja o chão e em vez de se
aproximar, em linha reta, em direção
a ti, começa a rodear ainda mais, não
olha para ti, olha para outro lado. No
fim, chega onde tu estás e ralhas com
ele ou pior ainda vais abaná-lo. Ele vol-
ta a cabeça e olha para o outro lado,
lambendo o nariz ou bocejando.

Trata-se apenas da descrição do que acontece de manhã. Poderíamos con-


tinuar a descrever o que acontece durante todo o dia e mostrar-te, passo a
passo, sempre que o teu cão tenta acalmar-te com os seus sinais. Os sinais
de calma aparecem assim que acontece alguma coisa.

Os cães utilizam os sinais no momento em que surge uma situação que


é preciso apaziguar, descontrair. Eles, se estão despertos, “falam”. Tal qual
como tu e eu. Frequentemente, os sinais são movimentos tão rápidos que
precisamos de prestar muita atenção para os captar. Com a prática apren-
demos a ver estes flashes rápidos. Os outros cães vêem-nos, inclusive
os outros animais, como os gatos. É preciso ser um pouco observador e
saber quais são os sinais que temos de procurar.
20 A linguagem dos cães: Os sinais de calma

Quais são os cães que utilizam estes sinais?


Os lobos usam-nos. Os cães herdaram-nos. Todas as raças de cães exis-
tentes no mundo, independentemente do tamanho, da cor ou da forma,
possuem estes sinais e utilizam-nos. É realmente uma linguagem univer-
sal, uma linguagem maravilhosa que pressupõe que podemos comunicar
com todos os cães, independentemente do sítio onde nos encontremos.

Imaginem, apenas por um momento, que podiam viajar pelo mundo fora
e onde quer que fossem podiam falar, comunicar, na vossa própria língua,
porque todos os outros a falavam (a mesma língua universal). Seria extra-
ordinário, maravilhoso. Estive nos EUA, no Japão, em Inglaterra e noutros
países e pude constatá-lo, com os meus próprios olhos. Os cães falam a
mesma linguagem no mundo inteiro.

Algumas raças utilizam


mais uns sinais do que
outras, devido às carac-
terísticas específicas da
sua aparência externa.
Os cães de pêlo pre-
to, por exemplo, têm
tendência a lamber-se
com maior frequência,
utilizando mais esta ex-
pressão facial do que
outras; muito embora
sejam capazes de com-
preender os sinais de
calma utilizados pelos outros cães, assim como os outros os irão compre-
ender quando os utilizarem.

Os cães e os lobos têm um instinto muito forte para evitar conflitos, para
comunicarem e cooperarem.

O seu repertório inclui também sinais e expressões de ameaça e quando


trabalhamos com cães temos a possibilidade de decidir como nos compor-
tamos, que técnica ou atitude devemos utilizar: podemos estar calmos, ser

Вам также может понравиться