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Rio de Janeiro
DEZEMBRO/2018
CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA
CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Rio de Janeiro
DEZEMBRO/2018
CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA
CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
BANCA EXAMINADORA:
_______________________________________
André Luís da Silva Pinheiro, D.Sc. - Orientador
_______________________________________
Nelson Damieri Gomes, M.Sc.
_______________________________________
Antônio José Dias da Silva, M.Sc.
Rio de Janeiro
DEZEMBRO/2018
DEDICATÓRIA
A minha esposa Elisa Bragança e aos meus filhos Ághata, William e Esther, em
especial pelo apoio, incentivo e entenderem a necessidade das vezes que foi preciso me
ausentar, vocês são a razão de tudo, benção na minha vida, também aos meus pais Levindo e
Juciara.
AGRADECIMENTOS
A gratidão sempre nos leva a lembrar o quanto as pessoas são importantes ao longo da
caminhada.
Foram tantas as dificuldades, que não é mais possível enumera-las, diversos motivos
para desistir, mas, quando olhava para o alto e para a minha família, vinha a força necessária
para continuar firme avançando.
Agradeço primeiramente a Deus, aquele que é e sempre há de ser o Senhor, o centro
de tudo.
Aos meus pais Levindo e Juciara, que conduziram a formação do meu caráter e no
apoio em todos os momentos.
Aos meus irmãos Daniel com a sua maravilhosa família e o meu irmão José, eles estão
sempre por perto.
Aos meus filhos Ághata, William, Esther e minha esposa Elisa, vocês sempre foram a
motivação de todas as noites sem dormir para estudar e tornar isso possível.
Aos meus avos Sergio Ferreira e Nilza (In Memoriam) pelos conselhos e incentivos.
Ao meu Tio Fabio, que sempre estar por perto acompanhando.
Aos meus sogros Gilberto e Joseli pelo apoio extraordinário.
Aos mais chegados Antônio Figueira, Victor Rinaldi, Ronaldo Viana, Péricles Gomes,
André Madeira e Luiz Claudio Rego pelo apoio de sempre, pelas palavras nos momentos de
desanimo e pelos conselhos.
Aos meus orientadores Prof. Mestre Roberto da Silva, Prof. Pós Dr. Gladson Fontes e
Prof. Dr. André Pinheiro, pela atenção, todas as cobranças e paciência em lidar, tudo para que
o trabalho ficasse o melhor possível.
Agradeço também a instituição UNISUAM, que através do seu corpo docente, tive a
oportunidade de adquirir aprendizado, com alguns professores que marcaram, citarei alguns:
José Tadeu, Franco Fattorillo, Almir Leite, Gladson Fontes, Geraldo Motta, André Pinheiro,
Antônio José Dias, Roberto da Silva, Luiz André Subtil, Claudio Vidal, Gilbert Santos, Josiel,
Júlio Gutierrez, José Raed, Elizandra Elias, Flavia e Everton Bispo.
Aos colegas que lembrarei por resto da vida: Victor Hugo Rinaldi, Antônio Figueira,
Luiz Claudio Rego Campos, Ronaldo Viana, Alexandre dos Santos, Jorge Gomes, Bruno
Barreto, Leonardo Tadeu, Tiago Mineiro, Victor Loubach, Rafael Mendes, Raphael Martins,
Marcos Melo, Priscila Pereira, Renato Pedra, Denílson Gaudard, Mávio Torres, Alexandre
Junior, Jorge Armando, Thais Moura, Tais Regina, Thiago Araújo, Renato Botelho, Rafael
Botelho, Luiz Maciel, Luana Andrade, Max Rueb, Elvis Amâncio, Jefferson Góes, Ricardo
Dias, Wallace, Faim José, Jonas, Jonison Andrade, Taynara Abreu, Gedilson marques,
Douglas Sales, Domingos e Silvana.
EPÍGRAFE
“O dado mais importante que separa o ser humano de todos os seus irmãos e primos da
escala filogenética é o conhecimento, só o conhecimento liberta o homem, só através do
conhecimento o homem é livre e em sendo livre ele pode aspirar uma condição melhor de
vida para ele e todos os seus semelhantes. Só consigo entender uma sociedade na qual o
conhecimento seja a razão de ser precípua que o governo dá para a formação do cidadão.
Minha mensagem é positiva, é de que o homem tem de saber, conhecer e em conhecendo ele é
livre.”
(Dr° Enéias Ferreira Carneiro Rio Branco, 5 de novembro de 1938 – Rio de Janeiro, 6
de maio de 2007).
BRAGANÇA, Jeferson Costa. Estudo de Caso no Gerenciamento da Qualidade de
Energia elétrica em Cabines Primarias, atendidas até 13.8kV nas Áreas de concessão da
light. 2018. 107p Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Engenharia Elétrica) –
Centro Universitário Augusto Motta, Rio de Janeiro, 2018.
RESUMO
Qualidade da Energia em estações consumidoras, é um tema que vem apresentando
crescente importância entre todos os níveis de consumidores de eletricidade. Cada vez mais,
equipamentos sensíveis e cargas não-lineares vêm compartilhando os mesmos circuitos e
instalações elétricas, causando sucessivos transtornos aos seus usuários.
Este trabalho visa fornecer uma visão geral sobre a Qualidade da Energia de uma
estação consumidora e o seu impacto nos dias atuais, com um estudo de caso no Centro de
Convenções. De um modo claro e objetivo, são apresentados os principais fenômenos
eletromagnéticos, suas origens e efeitos sobre outras cargas. Os principais índices de
qualidade das normas internacionais, em especial do IEEE, são citados e comentados. Ao
final, o estudo de caso dá um sentido prático ao trabalho.
ABSTRACT
The Quality of Energy in consumer stations is an issue that is showing increasing
importance among all levels of consumers of electricity. Increasingly, sensitive equipment
and non-linear loads have been sharing the same circuits and electrical installations, causing
successive disruptions to their users. This paper aims to provide an overview of the Energy
Quality of a consumer station and its impact in the present day, with a case study at the
Convention Center. In a clear and objective way, the main electromagnetic phenomena, their
origins and effects on other charges are presented. The main quality indices of international
standards, especially the IEEE, are cited and commented. In the end, the case study gives a
practical sense to the
Π – Pi, Proporção numérica definida pela relação entre o perímetro de uma circunferência e o
seu diâmetro
- Ângulo entre corrente e tensão que determina o fator de potência do circuito.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 1
1.1. APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA ......................................................................1
1.2 - DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ...............................................................................2
1.3. HIPÓTESE....................................................................................................................3
1.4. OBJETIVO ...................................................................................................................3
1.5. MOTIVAÇÃO..............................................................................................................4
1.6. TRABALHOS RELACIONADOS E CONTEXTUALIZAÇÃO.........................4
1.7. JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA ........................................................................5
1.8. METODOLOGIA ........................................................................................................6
1.9. ORGANIZAÇÃO DO TEXTO .................................................................................6
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................................. 8
2.1 ENERGIA ELÉTRICA COMERCIAL .....................................................................8
2.2. DEFINIÇÃO DE CABINE PRIMARIA ..................................................................9
2.3 PRINCIPAIS ELEMENTOS DE UMA CABINE PRIMARIA E SUAS
FUNÇÕES ......................................................................................................................... 10
2.4 QUANTO AO TIPO CONSTRUTIVO E PROTEÇÃO DE UMA CABINE
PRIMARIA ....................................................................................................................... 15
2.5 PROTEÇÃO DA CABINE PRIMARIA ................................................................ 24
2.6 ELETRÔNICA DE POTÊNCIA ............................................................................. 28
2.7 QUALIDADE DA ENERGIA ................................................................................. 30
2.8 ENERGIA CUSTOMIZADA .................................................................................. 31
3. FENÔMENOS DA QUALIDADE DA ENERGIA ................................................. 34
3.1. CLASSIFICAÇÃO DOS FENÔMENOS.............................................................. 34
3.2 CAUSAS DOS FENÔMENOS................................................................................ 44
3.3 CHAVES DE TRANSFERÊNCIA ......................................................................... 51
4. ÍNDICES DE QUALIDADE .................................................................................... 54
4.1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 54
4. 2 FATOR DE POTÊNCIA (PF) E FATOR DE POTÊNCIA DESLOCADO
(DPF) .................................................................................................................................. 55
4.3 ÍNDICES E LIMITES DE DISTORÇÃO HARMÔNICA .................................. 62
4.4 PROFUNDIDADE E ÁREA DO ENTALHAMENTO (NOTCH) .................... 66
4.5 FLUTUAÇÃO DE TENSÃO (FLICKER)............................................................. 67
4.6 FATOR K OU FATOR DE RENDIMENTO DOS TRANSFORMADORES
(KF) .................................................................................................................................... 68
4.7 FATOR DE CRISTA (CF) ....................................................................................... 70
4.8 INTERRUPÇÕES, AFUNDAMENTOS (SAGS) E INCHAMENTOS
(SWELLS) DE TENSÃO ................................................................................................ 70
4.9 FATOR DE REDIMENSIONAMENTO DE CABOS (HDF) ............................ 71
5. ESTUDO DO CASO ................................................................................................ 74
5.1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 74
5.2 LEVANTAMENTO DOS PROBLEMAS EXISTENTES ................................ 75
5.3 LOCAIS DE MEDIÇÃO E MONITORAMENTO ............................................ 75
5.4 ANALISADOR DA QUALIDADE DA ENERGIA ............................................ 76
5.5 ENTREVISTAS ...................................................................................................... 77
5.6 ANÁLISES GRÁFICAS ........................................................................................ 79
5.7 DIFICULDADES....................................................................................................... 93
5.8 SOLUÇÕES PROPOSTAS ...................................................................................... 94
6 CONCLUSÃO ........................................................................................................... 95
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 97
ANEXO ...................................................................................................................... 100
1. INTRODUÇÃO
1
1.2 - DEFINIÇÃO DO PROBLEMA
2
1.3. HIPÓTESE
1.4. OBJETIVO
3
1.5. MOTIVAÇÃO
4
Outra analise, (MASCARENHAS e NUNES, 2005) aborda a eficiência energética nas
instalações elétricas com uma visão de inúmeras formas de ter o uso sustentável dessa, que
aumenta substancialmente a demanda de consumo em paralelo com o custo agregado, nos
obrigando a usar maneiras eficazes de forma a atenuar esses valores e até mesmo colaborar no
âmbito ambiental. O mesmo também descreve o custo das ultrapassagens de demanda e
cobrança de valores adicionais na fatura de energia quando o consumidor não se preocupa
com as alterações do fator de potência, que pode ser demonstrado na implantação de análise
da energia com equipamentos que acompanham as variações no decorrer das entradas de
cargas mais relevantes.
5
1.8. METODOLOGIA
7
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
8
As concessionárias de energia elétrica devem fornecer aos consumidores uma energia
que apresente, no mínimo, os seguintes quesitos de qualidade:
Continuidade de serviço – limita a duração e a frequência das interrupções.
Duração equivalente por consumidor – exprime o espaço de tempo que, em
média, cada consumidor do conjunto considerado ficou privado do
fornecimento de energia elétrica, no período considerado.
Frequência equivalente de interrupção por consumidor – exprime o número de
interrupções que, em média, cada consumidor do conjunto considerado sofre.
No outro lado da questão, as estatísticas demonstram que a maior parte dos problemas
na energia elétrica do consumidor está restrita ao seu próprio local, sendo de natureza interna
e não em função do fornecimento. Atualmente, muitas empresas de energia elétrica estão
implementando programas de qualidade que comtemplam soluções e ajuda para os problemas
elétricos de seus consumidores. (PRODIST 8 (QUALIDADE DA ENERGIA ELÉTRICA))
No enfoque especifico do usuário, a qualidade da energia elétrica recebida depende
quase exclusivamente do subsistema de distribuição. Todos os procedimentos para a
instalação do dispositivos elétricos do consumidor são regidos por normas técnicas.
Após atendidas todas as especificações, podemos aplicar conhecimentos e tecnologias
para melhorar a energia elétrica de consumo, comercial ou de geração própria, na ocorrência
de problemas ou degradação da qualidade.
9
Subestação central de transmissão
Subestação receptora de transmissão
Subestação de subtransmissão
Subestação de consumidor
A Figura 1 mostra, esquematicamente, a posição de cada tipo de subestação desde a
geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.
2.3.1 Transformadores
10
tipo de isolamento, podendo ser secos que utilizam o ar como isolante, a óleo mineral, ou a
líquidos isolantes sintéticos pouco inflamáveis (silicone). (LIGHT, 2012)
Outros transformadores utilizados são os “transformadores de instrumentos (TI)” que
tem como objetivo reduzir os níveis de tensão e corrente para valores proporcionais ao
circuito de força (alta tensão) para alimentar instrumentos de controle, medição e proteção.
(NBR14039, 2003)
A Figura 2 é o “transformador de potencial (TP)”, que tem o objetivo de reduzir a
tensão para alimentar equipamentos de medição, controle e proteção, onde seu enrolamento
primário é ligado em paralelo a um circuito de força, barramentos ou cabos e seu enrolamento
secundário alimenta bobinas de potencial de instrumentos elétricos com tensão nominal de
115 V padronizadas pela ABNT NBR 6855/2009. (SILVA, 2014)
12
Figura 4 - Curva da Corrente do Transformador
2.3.2 Barramento
13
A passagem dos barramentos entre os cubículos do conjunto blindado são utilizadas
buchas de passagem para suporte destes barramentos. Os isoladores utilizados nos
barramentos, para média tensão, são em resina epóxi ou porcelana. (PESTANA, 2007)
2.3.3 Disjuntores
14
2.3.4 Seccionadores
2.3.5 Para-raios
15
chaves secionadoras, transformadores, relés, Controladores Lógicos Programáveis, Para-raios
e resistores de aterramento. (SILVA, 2014)
O Conjunto Blindado é parte importante em uma Subestação Distribuidora
Convencional, pois possuem cubículos revestidos por um invólucro metálico blindado de
média tensão, isolados a ar ou a gás, contendo disjuntor e demais equipamentos e
instrumentos associados de medição, proteção e controle, bem como montagem destes
dispositivos com as correspondentes interconexões, barramentos, acessórios e estruturas
utilizadas. Como por exemplo o mostrado na Figura 5 abaixo, que pertence a uma subestação
(cabine primaria) de um consumidor no Centro do Rio de Janeiro. (LIGHT, 2012)
16
Figura 6 - Circulação por um lado, de acordo com a Tabela 1
17
Os valores das seções dos barramentos estão dados na Tabela 4, são referentes aos
barramentos primários calculados levando-se em consideração a capacidade nominal da
subestação.
Tabela 4 - Dimensões de barramento
21
aterramento do circuito alimentado pelo gerador devem ser independentes do neutro do
sistema da Concessionária. (LIGHT, Março 2016)
22
disposição e aos detalhes da Figura 7. Está subestação abrigada que será estudada ao longo do
projeto. Seguindo ainda a (Recon - MT Até classe 36,2 KV , Março 2016), todas as ligações
de condutores deverão ser feitas com conectores tipo solda exotérmica ou tipo terminal cabo-
barra GTDU (Grampo de Terra Duplo), sendo obrigatório o uso de massa calafetadora em
todas as conexões do aterramento. O valor da resistência de aterramento apresentada pela
malha de terra não deve ultrapassar 10Ω (Ohms), sendo ela medida em qualquer época do
ano. “Porém, a equipotencialização, as tensões de passo e de toque são mais importantes que
o valor da própria resistência de aterramento”. (MAMEDE, 2017)
23
Figura 9 - Sistema de Aterramento (Detalhes frontal)
Caso seja necessário ampliar a malha de terra, as novas hastes serão colocadas
segundo disposição análoga mostrada neste desenho. A distância ente hastes será de 3 metros,
sendo elas sempre colocadas em caixas de alvenaria conforme o Detalhe “C” e as ferragens de
uso ao tempo deverão ser galvanizadas a fusão. Para toda subestação abrigada deve ser
utilizada solda exotérmica na conexão do cabo com a haste de aterramento.
A (Gerencia de Engenharia da Distribuição. Normas de Projeto para redes de
Distribuição até 13.8Kv, 2012) descreve também que, se o consumidor tiver geração própria,
o sistema de aterramento deverá ser independente ao da Concessionária. A interligação de
todo o circuito de aterramento e sua ligação ao neutro deverá ser feita com o cabo de cobre nu
de 50mm² e não deverá ter emendas no cabo de aterramento, ou seja, tem que ser contínuo.
A proteção do sistema elétrico é uma das partes mais importantes em uma subestação
de distribuição, pois através de seus dispositivos e esquemas garante a proteção de
equipamentos e do sistema em si, onde através da seletividade e coordenação mantém a
qualidade do fornecimento de energia. (SILVA, 2014)
24
2.5.1 Relés e Funções
25
2.5.2 Seletividade e Coordenação
Todo sistema eletrico esta sujeito a distorções sejam pror motivos de circustâncias
ambientais, de manejo de equipamentos, falha humana ou de variabilidade no sistema. Essas
distorções, por sua vez, podem provocar na rede um curto circuito que deve ser eliminado de
tal forma que assegura a proteção das fontes de energia e de demais instrumentos instalados
no sistema elétrico, e com isso, eliminar possiveis danos aos mesmos e garantindo a
inatingibilidade das pessoas que trabalham no sistema (JOÃO MAMEDE FILHO, 2013).
Evidencia que elevadas correntes de curto circuito podem ocasionar danos mecânicos e
térmicos aos instrumentos.
Os prejuizos mecânicos podem ser alteração de condutores, enrolamentos de
transformadores, entre muitos. Já os prezuisos térmicos estão diretamente relacionados ao
ciclo em que a corrente de curto-circuito continua no sistema, em virtude sua integridade e ao
seu ciclo de duração. Ela pode avariar a isolação dos mais diferentes elementos do sistema. O
curto circuito pode tambem levar a quedas de tensão significativas em outros pontos do
sistema, podendo provocar o desligamento improprio de outros dispositivos. (SILVA, 2014)
Neste , a perspectiva de estudos de coordenação e seletividade de dispositivos de
proteção contra sobrecorrente é reduzir os impactos que os curtos-circuitos consegue
ocasionar no sistema elétrico. Isso é feito eliminando o curto circuito rapidamente por meio
do desligamento do menor número de dispositivos possíveis. Quando um sistema é apto a
detectar uma ação omissa e garantir que somente essas partes omisas sejam retiradas de
operação é denominado esse circuito como seletivo (MAMEDE, 2017).
Para assegurar que a omissão em determinado ponto seja detectada e que todos os
componentes do sistema estejam protegidos é necessario que os componentes desse estejam
em pelo menos uma área protegida, área essa em que o dispossitivo de proteção é responsável
em identificar e atuar em caso de falta. Essas áreas são definidas pelo posicionamento dos
componentes de proteção. (LIGHT, Março 2016)
A coordenação e seletividade da proteção no sistema de proteção de barramento tem
a finalidade de cada curto circuito seja sensibilizado e eliminado pelo seu relé associado ao
equipamento protegido. A seletividade da atuação dos dispositivos e de acordo com
prioridade de desligamento, ou seja o tempo que será calibrado para que a falta seja
eliminada. No nosso objeto de estudo que é a proteção de barramento de 13,8kV, uma falta
no alimentador associado a barra não pode desligar a barra e sim apenas esse circuito. Desta
26
forma um defeito no alimentador deve ser eliminado pelos dispositivos associados àquele
circuito. Contudo, um curto circuito na barra deve ser coordenado de forma a eliminar
instataneamente o defeito da barra, isolando o defeito. (NBR14039, 2003)
27
Também utilizado por muitas distribuidoras tem-se o esquema do tipo diferencial.
Como o próprio nome já diz, este tipo de proteção funciona por verificação das diferenças
entre o somatório das correntes que entram num barramento com as que saem do mesmo.
Neste caso, são instalados TC nos cubículos gerais de alimentação do barramento e em todos
os cubículos de saída. Estes transformadores de corrente informam para o relé diferencial as
correntes que entram no barramento e as correntes que saem deste, delimitando assim a área a
ser protegida. No caso de um defeito no barramento, ocorrerá uma diferença entre o valor da
corrente que entra no barramento e o somatório das correntes que saem do mesmo, fazendo
com que o esquema desenergize o barramento. Já quando o defeito é externo o esquema não
será acionado, pois não haverá desequilíbrio de corrente. Vale ressaltar que este tipo de
proteção apresenta uma blindada multi-aterrada, ou seja, há vários pontos de aterramento no
conjunto blindado. (PESTANA, 2007)
Pra finalizar, apresenta-se o esquema do tipo Bloqueio Reverso, também conhecido
como proteção de blindagem. Neste esquema do mesmo modo que a proteção diferencial há
vários pontos de aterramentos e tem como principal característica proteger o barramento para
defeitos que envolvam a “terra”. Aqui, um relé é conectado no neutro dos TCs de proteção
dos circuitos de saída e é ajustado de forma a impedir a atuação da proteção de bloqueio, no
caso de um defeito externo ao barramento. Quando o defeito ocorre entre o barramento e a
terra, este relé não é sensibilizado e consequentemente não ocorrerá o bloqueio do esquema
que através de outro relé de sobrecorrente instalado no neutro dos TCs localizados no
cubículo geral, proporcionará a desernegização do barramento. (SILVA, 2014)
Hoje, com o advento dos relés numéricos e com o avanço tecnológico na área de
telecomunicação, estes esquemas têm sido aprimorados, visando garantir uma maior
confiabilidade e seletividade. O foco deste trabalho será apresentar um modelo de proteção de
barramento já com o emprego das novas tecnologias e mostrar as melhorias trazidas pelo
novo esquema de proteção. (JOÃO MAMEDE FILHO, 2013)
28
microeletrônica levaram ao desenvolvimento do controle baseado em circuitos integrados e
processadores de sinais digitais. Além disso, avanços na tecnologia de fabricação de
semicondutores tornaram possíveis uma melhora significativa na capacidade de condução de
corrente, tensão e na velocidade de chaveamento. (B. D. BONATTO, 2001)
Ao mesmo tempo, o mercado de eletrônica de potência vivenciou uma expansão
notável. Estima-se que mais de 50% das cargas ligadas a rede elétrica dos países
desenvolvidos sejam supridos por meio de sistemas de eletrônica de potência, especialmente
naqueles países cujo custo da energia é relativamente alto. (ALVAREZ e SAIDEL, 1998)
Atualmente, a eletrônica de potência está presente nas mais diversas áreas de
atuação humana, como na medicina, nos transportes, nos escritórios e não somente na
eletricidade. Por trazer inúmeros benefícios, como conforto e eficiência, a gama de aplicações
não para de crescer. A seguir, são apresentados alguns exemplos de sua aplicação no
cotidiano e na modernização dos SE’s e dos processos industriais. (LEÃO, 2013)
2.6.3 Transportes
29
2.6.4 Aplicações relacionadas ao sistema elétrico
30
O crescimento de ambas tecnologias, de certa maneira incompatíveis eletricamente, levou a
um maio interesse no estudo dessa ciência.
Atualmente, a qualidade da energia já e um tema amplamente utilizado nos cursos de
eletricidade apesar de ser um pouco estudado no nível de graduação acadêmica. Além disso,
as normas brasileiras e os órgãos reguladores ainda não se adaptaram à nova realidade, de
modo que as concessionárias de energia, de forma geral, pouco ou nada fizeram para resolver
tais problemas em suas redes. (ALVAREZ e SAIDEL, 1998)
Entretanto, pela sua crescente importância, a disponibilidade de equipamentos e
serviços de melhorias na qualidade da energia tem surgido no mercado. Estes buscam atender,
principalmente, consumidores industriais e alguns comerciais, oferecendo monitoramento,
gerenciamento e soluções para os problemas de qualidade da energia. (ANEEL)
De fato, esses monitoramentos e gerenciamentos são altamente eficientes: não
somente prover informações sobre a qualidade da energia e as possíveis causas dos distúrbios
no sistema elétrico como também são capazes de identificar condições atípicas do sistema
antes que causem falhas, operações inadequadas e até mesmo queima de equipamentos.
(MASCARENHAS e NUNES, 2005)
Portanto, a Qualidade da Energia tem um impacto significativo nos dias atuais. Com o
intuito de reduzir os crescentes transtornos causados pela introdução na rede de cargas não-
lineares e outros fatores que possam prejudicar o bom funcionamento de cargas conectadas a
rede, sua importância só tende a aumentar. (ANEEL)
31
competitividade e sobrevivência das organizações. Controles microprocessadores geraram um
significativo ganho de escala na produção, aumentando o volume, lucros e participações de
mercado.
Entretanto, toda revolução tecnológica traz novas soluções e também novos problemas
em função das cargas baseadas em controles micro processados e a operação normal do
sistema elétrico de potência tem sido fonte de problemas da área da Qualidade da Energia
tanto para consumidores como para as concessionárias de energia. (ALVAREZ e SAIDEL,
1998)
Uma das alternativas para solução dessa incompatibilidade é a dessensibilização dos
processos industriais. Porém, segundo os próprios fabricantes, isto nem sempre é viável, uma
vez que a qualidade do produto final seria afetada e, além disso, implicaria em elevados
custos adicionais para modificar o projeto de máquinas e equipamentos inerentes aos
processos. (MARTINHO, 2009)
Outra alternativa é a aplicação de modernas tecnologias baseadas em eletrônica de
potência que são capazes de minimizar os impactos causados por fenômenos eletromagnéticos
e melhorar a qualidade da energia que a Cabine Primaria entrega. Essas tecnologias são
comumente chamadas de condicionadores de energia. Apesar de muitas vezes seus custos
serem proibitivos, há uma tendência no mercado de novos dispositivos com capacidade de
condicionamento e custos mais atrativos. (B. D. BONATTO, 2001)
Em alguns sistemas de transmissão é possível encontrar tecnologias como o Facts
(Flexible AC Transmission Systems). Esses equipamentos são aplicações de eletrônica de
potência para otimizar a transmissão de energia elétrica, aumentando a capacidade de
transmissão de potência, amortecendo oscilações dinâmicas e diversas outras afinidades.
De maneira semelhante, poder-se-ia implementar um sistema de distribuição que,
utilizando novas tecnologias para condicionamento da energia, para que possa permitir o
fornecimento de energia elétrica de qualidade diferenciada. A energia customizada geraria
uma oportunidade estratégica de inovação tecnológica no mercado de energia elétrica
brasileiro. (ALVAREZ e SAIDEL, 1998)
Os médios e grandes consumidores de energia que necessitem de condicionamento na
energia elétrica fornecida, e cujas perdas associadas aos problemas de qualidade na tensão que
justifique, tecnicamente e economicamente o investimento. Os potenciais beneficiários da
energia customizada. Certamente, não hesitariam em pagar uma tarifa mais elevada a fim de
ter uma energia mais confiável para suas atividades fins. (MAMEDE, 2017)
32
Num futuro próximo, de livre competição entre concessionarias de diversas partes do
pais e de liberdade tarifarias, certamente a tarifa não e o único diferencial na escola
clientes/usuários de energia elétrica. A qualidade do serviço prestado assim como a qualidade
da energia fornecida terá um grande peso nas decisões dos consumidores, uma vez que as
cargas comerciais e industriais estão se tornando cada vez mais sensíveis a esses fatores.
Num mesmo cenário, seria possível a aplicação de tarifas diferenciais, de acordo com
o serviço e a qualidade da energia solicitada pelo usuário. Dependendo da sensibilidade dos
equipamentos e do produto final com relação a energia, o cliente contraria uma energia com
certas características, pagando uma tarifa especifica para esse contrato. (MASCARENHAS e
NUNES, 2005)
Muitos estudos já existem nessa área. Grandes investimentos estão sendo realizados no
desenvolvimento de tecnologias que possibilitam esses serviços. Muito em breve, comprar
planos de energia de acordo com a sua qualidade será como tão fácil e normal como ter um
plano de celular. (ALVAREZ e SAIDEL, 1998)
Com crescimento da utilização de equipamentos eletrônicos que causam distúrbios
eletromagnéticos ou que são sensíveis a esses fenômenos, vem aumentando o interesse na
qualidade da energia elétrica nos últimos anos. De fato, se não fossem as catastróficas
consequências nos processos industriais e comerciais decorrentes desses distúrbios, esse
assunto não teria tanta relevância como vem adquirindo atualmente. (LEÃO, 2013)
Juntamente com o aumento nos problemas operacionais tem sido realizados grandes
esforços para se classificar esses fenômenos. Uma das principais razões para o
desenvolvimento de diferentes categorias de fenômeno é que existem diferentes modos de se
resolver problemas de qualidade da energia. Assim, a solução escolhida é mais pontual no
problema e, por sua vez, mais eficaz. (MARTINHO, 2009)
Entretanto, simplesmente identificar o problema não é suficiente para saná-lo. Muitas
vezes, é preciso atuar diretamente nas suas causas, que variam desde condições transitórias
como partida de motores e chaveamentos, a condições pertinentes como as cargas não-
lineares. Identificar as causas de um determinado fenômeno pode implicar desde um simples
remanejamento de cargas até uma solução técnica-economicamente melhor. (FILHO, 2017)
33
3. FENÔMENOS DA QUALIDADE DA ENERGIA
34
Distúrbios de regime transitório
São todos os fenômenos eletromagnéticos de duração limitada. São medidos
mediante uma anormalidade na tensão, na corrente ou na frequência. Os
principais atributos de um distúrbio transitório são a taxa de subida, amplitude,
duração, espectro, frequência, taxa de ocorrência, energia potencial e
impedância da fonte. (GOMES, 1985)
É uma redução de 0,1 a 0,9 p.u. no valor RMS da tensão ou da corrente com uma
duração de 0,5 ciclo a um minuto. Também conhecido voltage dip, pode ser associado a uma
falta do sistema, partida de grande motor, chaveamento de uma carga significativa ou
aumento na demanda de carga.
Uma típica falta num alimentador de cabine primaria causará uma queda de tensão nos
barramentos da mesma, afetando todos os demais alimentadores até a falta ser extinta. Na
Figura 11, mostra que o tempo típico de extinção varia de 3 a 30 ciclos, dependendo da
magnitude da corrente de falta e da sensibilidade da proteção. (LEÃO, 2013)
35
Figura 11 - Valor RMS e forma de onda de um afundamento de tensão
É um aumento de 1,1 a 1,8 p.u. no valor RMS da tensão com uma duração de 0,5 ciclo
a um minuto. Dentre as principais causas desse tipo de fenômeno, pode-se citar faltas do
sistema, desconexão de grandes cargas e conexão de bancos de capacitores.
36
Assim como no caso dos sags, os swells também são geralmente associados ás faltas
do sistema, porem são menos comuns. Na Figura 12 esse distúrbio ocorre quando há uma falta
fase-terra, resultante numa elevação temporária nas outras fases. (LEÃO, 2013)
Os swells são caracterizados pela sua magnitude e duração, que ocorrem em função da
localização da falta, impedância do sistema e aterramento. Num sistema com aterramento
deficiente, a tensão de fase pode ser de 1.73 p.u. nas demais fases durante uma falta fase-terra.
3.1.4. Transiente
37
descritos pelo seu conteúdo espectral. A principal causa desse tipo de fenômeno são os raios.
Devido as altas frequências envolvidas, eles são rapidamente atenuados pela componente
resistiva do circuito, não se propagando para muito além da sua fonte.
Um transiente oscilatório, por sua vez, consiste de uma tensão ou corrente cujo valor
instantâneo muda de polaridade rapidamente. É descrito pelo seu conteúdo espectral,
magnitude e duração. O conteúdo espectral é dividido em 3 subclasses de acordo com os tipos
comuns desse tipo de fenômeno: alta, média e baixa frequência. (ARAUJO, 2005)
Os transientes oscilatórios cujo principal conteúdo espectral é maior que 500kHz e
possui uma duração da ordem de microssegundos são enquadrados na subclasse de alta
frequência. Esses transientes são quase sempre causados por algum tipo de chaveamento,
como uma resposta natural ao transiente impulsivo. (BRASIL GOV, 2017)
Quando a frequência principal é de 5 a 500 kHz e a duração é da ordem de algumas
dezenas de microssegundos, o transiente é classificado como de media frequência. Quando
um banco de capacitores é energizado próximo, eletricamente, a outro banco em serviço, ele
vê uma baixa impedância entre os mesmos, devida apenas a indutância do barramento que os
conecta. Deste modo, cria-se uma corrente de transiente oscilatório da ordem de algumas
dezenas de kHz entre bancos.
38
A última subclasse corresponde aos fenômenos com frequência menores que 5 kHz e
duração da ordem de milissegundos. Essa categoria é frequentemente encontrada nos sistemas
de transmissão e distribuição, sendo causada por diferentes eventos dentre os quais o
chaveamento de bancos de capacitores. Os valores mais comuns ocorrem entre 300 e 900 Hz
e a magnitude pode alcançar 2,0 p.u. com duração de 0,5 a 3 ciclos. (FILHO, 2015)
3.1.5. Interrupção
É definida como uma redução na tensão fornecida para um valor menor que 0,1 p.u.
por um período de tempo de até 1 minuto. Resultam das faltas do sistema, falhas de
equipamentos ou falhas de controle. Na Figura 14, mostra a duração da interrupção devida a
falta na rede, é determinada pelos dispositivos de proteção e pelo evento causador da falta.
Religadores instantâneos limitarão a interrupção devida a uma falta não-permanente a menos
de 30 ciclos. Religadores com atraso provocarão interrupções momentâneas ou temporárias,
dependendo do tipo. Geralmente, as interrupções devidas as faltas são precedidas por um
afundamento de tensão. Isso se deve a força contra-eletromotriz dos motores de indução
presentes no circuito interrompido. (ARAUJO, 2005)
39
As interrupções, além de serem eventos do campo da qualidade da energia,
compreendem um dos parâmetros da qualidade do serviço prestado.
3.1.7. Harmônicas
40
Figura 15 - Forma de onda e espectro da distorção harmônica
3.1.8. Desbalanceamento
41
Figura 16 - Desbalanceamento das tensões
42
mediante esse problema, mesmo não havendo flicker (efeito visual) nas lâmpadas
incandescentes. (ANEEL RESOLUÇÃO - 456, 2000)
Os fornos a arco constituem uma das principais fontes desse tipo de fenômeno nos
sistemas de transmissão e distribuição.
A causa mais comum desse tipo de fenômeno são os conversores trifásicos que
produzem corrente contínua. A Figura 17 mostra os entalhamentos (notches) ocorrem no
intervalo de comutação de uma fase para outra. Nesse momento, há um rápido curto-circuito
entre as fases comutadas que é limitado apenas pela impedância da fonte e do circuito
monitorado.
43
3.1.11. Sobretensão
3.1.12. Subtensão
É uma redução no valor RMS da tensão em relação ao nominal por um período maior
que 1 minuto. Valores típicos são de 0,8 e 0,9 p.u. As principais causas são duais as da
sobretensao, como conexão de grandes cargas, desernegização de bancos de capacitores, má
regulação ou controle da tensão, circuitos sobrecarregados, etc.
É a redução completa da tensão fornecida (menor que 0,1 p.u.) em 1 ou mais fases por
um período maior que 1 minuto. Esse tipo de interrupção é, geralmente, de natureza
permanente, exigindo intervenção humana para solução do problema e restabelecimento do
serviço.
Esses tipos de aparelhos são cargas não-lineares e injetam harmônicas na rede, criando
distorções harmônicas na tensão. Os problemas mais comuns são causados por reatores
eletrônicos de lâmpadas fluorescentes compactas e pelos acionamentos de motores com
velocidade variável (ASD), responsáveis por grande parte do terceiro e do quinto harmônicos
na rede, respectivamente.
44
3.2.2 Equipamentos de Escritório e TI
45
Figura 18 - Soldagem a arco com elevadas correntes
47
Mal funcionamento ou desligamento de equipamentos;
Redução na qualidade dos processos e dos produtos, consequentemente;
Interrupção de processos;
Corrupção e perda de dados;
Redução da vida útil;
Danos e quima de aparelhos;
Aquecimento dos motores;
Aquecimento nos transformadores e nos circuitos (ressonãncia);
Abertura indesejada dos disjuntores.
48
problemas de energia não afetam diretamente os equipamentos controlados, pois estes são
mais robustos e indiferentes aos disturbios mais comuns. Entretanto, o controle automatizado
é fortemente suscetivel a esses tipos de problemas, podendo ocasionar redução na qualidade
dos processos e dos produtos, mal funcionamento ou desligamento indesejado de
equipamentos e, consequentemente, interrupção do processo. Todas essas consequencias tem
os seus custos, seja do produto descartado, do concerto do equipamento danificado ou do
tempo despendido para reiniciar todo o processo. (LATHI, 1979)
Além disso, na era da informação o correto processamento e interpretação dos dados é
de fundamental importancia para geração de uma informação confiavel. Por outro lado, a
sensibilidade dos equipamentos de TI para com os fenomenos eletromagneticos pode ser
refletida na produção dos dados e geração de informação a partir deles. Se os dados forem
corrompidos ou perdidos durante a transmissão ou o processamento, a confiabilidade da
informação será diretamente afetada, podendo até mesmo ocasionar erros de decisões.
Mesmo os equipamentos mais robustos não estão imunes a esses tipos de problemas.
O principio de funcionamento dos motores de indução é o campo girante criado pela
sequencia positiva das 3 fases convenientemente arranjadas. A influencia das harmonicas é
percebida diretamente no torque da maquina, que se torna pulsante. As harmonicas de
sequencia negativa, como a 5ª, criam um campo girante no sentido contrario da fundamental,
ocasionando uma redução do torque e aquecimento nos enrolamentos. Já as harmonicas de
sequencia zero, como a 3ª, não realizam torque da vida útil das maquinas, podendo, inclusive,
queima-las. As vezes, o proprio consumidor final é responsável pela deterioração da
qualidade do seu suprimento.
Enquanto não se definem as responsabilidades, cada parte deve fazer o possivel para
minimizar os transtornos subsequentes da energia. Para isso, uma grande variedade de
soluções para esses tipos de problemas se encontra disponivel, tanto para os fornecedores da
energia, as concessionarias, quanto para os clientes, consumidores comerciais e industriais.
Como via de regra, a principal solução é melhorar a qualidade de energia de acordo
com as necessidades do equipamento ou carga que a consome.
49
3.2.7 Aterramento
50
3.2.9 Geração local ou particular
O uso da geração particular, como geradores a disel, não so é uma boa solução,
dependendo da essencialidade da carga, como muitas vezes é um requisito obrigatório para
determinados estabelecimentos, como os hospitalares. Esse tipo de geração pode funcionar em
standby ou continuamente, de acordo com a carga que se quer proteger. Apezar de não ser,
talvez, a solução mais econômica, a necessidade de se manter determinada carga em contínua
alimentação e livre de problemas de qualidade da energia compensa o investimento e os
custos operacionais. Além disso, outros tipos de geração como microturbinas, celulas-
combustiveis e paineis solares têm uma perspectiva de crescimento de consumo muito grande.
(ANEEL RESOLUÇÃO - 456, 2000)
Esses equipamentos são equivalentes aos disjuntores tradicionais, porém são baseados
em eletrônica de potência. A diferença na operação está no tempo de atuação, que é da ordem
de subciclos nos disjuntores estáticos. Deste modo, esse tipo de proteção permitirá a isolação
de cargas geradoras de distúrbios no menor intervalo de tempo possível, aumentando a
qualidade da energia fornecida as cargas proxímas. (ALVAREZ e SAIDEL, 1998)
51
filtragem das frequencias, os filtros passivos podem ser passa-baixa, passa-alta, sintonizado,
série, paralelo, etc.
Além dos passivos, há um outro filtro que vem sendo estudado por um longo tempo: o
ativo. A filosofia desse tipo de filtro é atuar ativamente na forma de onda da corrente e/ou
tensão, de modo a fazer uma compensação destrutiva ou consrutiva para eliminar harmônicas,
desbalanços e compensar potência reativa. Graças ao desenvolvimento da tecnologia da
eletrônica de potência e dos dispositivos semicondutores, esse tipo de filtro é considerado
extremamente promissor em grande escala. No Japão, por exemplo, já foram comissionados
centenas de filtros ativos paralelos, na ordem de dezenas de KVA’s.
52
3.3.4. Transformadores isolantes
53
4. ÍNDICES DE QUALIDADE
4.1 INTRODUÇÃO
54
4. 2 FATOR DE POTÊNCIA (PF) E FATOR DE POTÊNCIA DESLOCADO (DPF)
Antes de começar o assunto referente aos indices padronizad.os e limites impostos pelas
normas, é conveniente fazer uma revisão de importantes conceitos da eletricidade que, apesar
de inerentes ao conhecimento de qualquer engenheiro eletricista, são comumente deturpados e
usados equivocadamente (MARTINHO, 2009).
Um deles é relativo á abstração matematica da potência elétrica. A potência instantânea,
como se sabe, é o produto escalar da tensão e da corrente instantâneaa. Se tanto a forma de
onda da tensão quanto a da corrente forem senoidais, na equação (1) a potência instantânea
também terá uma forma senoidal, porém com um nível DC. Considere, inicialmente, um
sistema monifásico.
Sejam:
v 2V sin t (1)
Então:
55
Ao valor médio da primeira componente e, por conseguinte, da potência instantânea da-
se o nome de potência ativa (P), pois a mesma é unidirecional e responsavél pela realização de
trabalho:
p VI cos (4)
Q VI sin (5)
Como citado anteriormente, é fácil notar que seu valor médio é a potência ativa (5).
3 Pa Pb Pc 3P P3 (7)
Ou seja, a potência instantânea trifásica é constante e igual ao seu valor médio. (ARAUJO,
2005) Como a potência reativa (5) existe em cada fase do sistema trifásico equilibrado, a
mesma é dada como o triplo da potência reativa por fase. Cabe ressaltar que isso é apenas
uma convenção, uma vez que na soma das potencias instantâneas por fase os termos se
cancelam e a soma é nula.
Por meio dessa abstração, é possível visualizar na linha em fluxo continuo de duas
potencias distintas: a ativa e a reativa. A primeira é unidirecional e é a componente da
potência real que de fato realiza trabalho solicitado. (ALVAREZ e SAIDEL, 1998) A segunda
é criada por uma característica intrínseca do sistema, a presença das cargas indutivas e/ou
capacitivas. Apesar de não realizar trabalho, precisa ser trocada a fim de manter os níveis de
tensão e a estabilidade do sistema.
56
As duas potencias descritas são relacionadas pela potência complexa (S), que é
definida como:
S VI P jQ, (8)
P VI cos (10)
PF cos
N VI
Quanto maior a defasagem angular entre tensão e corrente, tanto menor será o fator
de potencia, isto é, a potencia ativa em relação a aparente. (MARTINHO, 2009) Se a
defasagem for nula, o fator de potencia será 1 e toda potencia consumida pela carga será ativa.
Idealmente, o fator de potencia deveria ser unitario, ou seja, Q deveria ser nulo de modo que
toda potencia transmitida fosse usada para o trabalho e a corrente consumida possuísse um
valor minimo, reduzindo perdas na linha e no equipamento elétrico.
57
Figura 22 – Triângulo de Potências
i s i1 i, (11)
h 1
58
Onde 𝑖1 é a componente fundamental (frequência da rede) e 𝑖ℎ é a componente da ℎ
frequência harmônica (𝜔ℎ = ℎ. 𝜔1).
O valor eficaz da corrente é dado por:
T (12)
1 1 2
i s t dt.
T1 0
Is
2
1/ 2 (13)
I s I 1 I h2 I I I ....
1
2 2
2
2
3
h 1
(14)
i s 2 I h sin ht
h 1
A potencia instantanea de uma carga não-linear suprida por uma tensão senoidal é obtida por:
(15)
p v i s VI 1 cos 1 1 cos 2t VI 1 sin 1 sin 2t 2VI h sin t sin ht h .
h2
Por analogia ao caso anterior (carga linear), o valor médio da potencia ativa é 𝑉𝐼 𝑐𝑜𝑠∅ .
Convenientemente, a potencia reativa é dada por 𝑉𝐼 𝑠𝑒𝑛∅ . É interressante notar que as
potencias ativa e reativa dependem apenas da componente fundamental da corrente. A
potencia, por definição, é o produto dos valores eficazes da tensão e da corrente:
N VI s V I 12 I 22 I 32 ...
(16)
59
Do mesmo modo que a potência reativa, surge agora, por convenção, uma nova
potência em função apenas das componentes harmônicas da corrente: a potência harmônica
(H). Seu valor é dado pela seguinte expressão:
H V I 22 I 32 I 42 .... (17)
N 2 V 2 I s2 V 2 I 12 I 22 I 32 ... V 2 I 12 V 2 I 22 I 32 ... (18)
N 2 V 2 I 12 sin 1t V 2 I 12 cos 1t V 2 I 22 I 32 ...
N P Q H
2 2 2 2
A partir da equação (18), uma figura muito interessante e pouco conhecida nessa área
da eletricidade aparente. A exemplo do triangulo de potencias na Figura 23 para as cargas
lineares, o tetraedro de potencias se apresenta como um útil e eficaz para análise das potencias
em cargas não-lineares.
Figura 23 – Tetraedro de Potências
60
Algumas conclusões importantes podem ser obtidas por meio dessa ferramenta:
P VI 1 cos 1 I 1 (19)
PF . cos 1 .
N VI s Is
61
DPF cos 1 . (20)
I1 (21)
PF DPF
Is
Note-se que para cargas não-lineares, o PF se confunde com o DPF, pois a corrente
total é igual a fundamental (MARTINHO, 2009).
Uma consequência direta desse problema é a má interpretação dos fatores. O baixo
fator de potência é, na maioria das vezes, relacionado ao suporte de reativos, ou seja, a
defasagem angular. Entretanto, o que vem ocorrendo nos últimos anos é o crescimento de
cargas não-lineares, aumentando a distorção da corrente. O que é interpretado como um
problema de reativos, na realidade pode ser problema de harmônicos. Nesse caso, a
implementação de bancos capacitores ou reatores não teria efeito significativo na elevação do
fator de potência.
Gh (22)
DHI G ,
G1
Onde G é a grandeza (V ou I)
62
4.3.2 THD (Total Harmonic Distortion)
(23)
G dis
G
h 1
2
h
G s2 G12
THDG .
G1 G1 G1
(24)
I dis
I
h 1
2
h
I s2 I 12
TDD I
In In In
63
4.3.4 Limites de distorção harmônica
64
Vh hLs I h (25)
Vs (26)
I cc
Ls
Vh I (27)
DHI Vh 100 h h 100
Vs I cc
I h / I1 (28)
DHI Vh h 100
I cc / I 1
65
L1 e (29)
Vn e
L1 I 2
2 L1 L2 I d (30)
tn ,
e
An Vn t n 2L1 I d . (31)
67
(motores de elevadores), aproximadamente periódicas (soldas manuais) ou periódicas (soldas
automáticas) (B. D. BONATTO, 2001).
Frequentemente, o grau de suscetibilidade dos equipamentos não é determinável de
forma precisa. Os limites de flicker Figura 24 são oriundos de estudos empíricos de várias
fontes distintas. A curva abaixo serve apenas de guia para planejamento da instalação.
Nos transformadores, a distorção harmônica causa aumento das perdas por efeito
joule, correntes parasitas e fluxo de dispersão, causando um aquecimento adicional no cobre e
no ferro capaz de levar a uma aceleração no desgaste da isolação e na redução da vida útil do
transformador (MARTINHO, 2009).
Fabricantes de equipamentos e pesquisadores já haviam percebido que harmônicas de
elevadas frequências causavam elevado aquecimento adicional por correntes parasitas em
aparelhos com núcleo de ferro, como motores e transformadores. Estudos preliminares
mostravam que essas correntes parasitas eram proporcionais ao quarado da frequência. Como
68
resultado de uma crescente necessidade de maiores estudos sobre as perdas causadas por
harmônicas, instituições como IEEE e ANSI publicam normas e recomendações praticas para
redimensionar transformadores sob condições de correntes não-senoidais oriundas de cargas
não-lineares (SILVA, 2014).
O resultado desses estudos foi a criação do índice chamado fator K (KF, do inglês) ou
fator de rendimento de transformadores. Transformadores que alimentarão cargas não-lineares
deverão ser sobredimencionados por esse fator. Já que estão em funcionamento e superam
esse tipo de carga, deverão ser subdimensionados por esse fator (LEÃO, 2013).
O fator K é um fator de proporcionalidade aplicado as perdas parasitas, que
representam o efetivo aquecimento causado pelas harmônicas. Tal fator é obtido pela razão
entre as perdas parasitas causadas pelas harmônicas e as perdas causadas apenas pela
fundamental, resultando em:
h I h
2 (32)
KF h
,
I h
2
h
69
4.7 FATOR DE CRISTA (CF)
70
Se o distúrbio for um afundamento ou inchamento de tensão, além da duração do
evento, o efeito dependera também da sua magnitude em função do valor nominal.
1 (33)
HDF
n
1 ( h2 h )
h2
71
Nessa expressão, 𝛼 é o conteúdo harmônico devido a cada harmônica de ordem ℎ
com relação a corrente nominal em p.u., isto é, algo entre DHI e a TDD:
Ih (34)
h
In
Rh (35)
h
R1
Um dos problemas dessa formula e a obtenção dos dados para calculá-la, uma vez que
os cabos são específicos e raramente os fabricantes fornecem curvas de valores de resistência
em diferentes frequências, se não as fundamentais da maioria dos sistemas elétricos de
potência: 50 e 60 Hz (ALVAREZ e SAIDEL, 1998).
Entretanto, o efeito de aquecimento nos cabos por parte de harmônicas não é um
problema de grande preocupação, segundo a própria norma (NBR 5410, Instalações Elétricas
de baixa tensão, 2008) além dos cabos já possuírem uma margem de segurança para
sobredimensionamentos, a redução na ampacidade não é tão significativa, conforme é
percebido na Figura 25 abaixo:
72
Figura 25 – Redução da ampacidade X demanda para diferentes seções
73
5. ESTUDO DO CASO
5.1 INTRODUÇÃO
74
5.2 LEVANTAMENTO DOS PROBLEMAS EXISTENTES
Uma das primeiras atividades no trabalho de estudo de caso foi o levantamento dos
problemas de energia elétrica nas instalações do Centro de Convenções. Com ajuda da equipe
de eletricistas da Empresa JAWE Serviços e Assistência Técnica - ME foram levantados os
seguintes problemas: queima de fontes, queima de lâmpadas fluorescentes, oscilação de
tensão (flicker), sobretensão e aterramento pouco eficaz (ALVAREZ e SAIDEL, 1998).
Entretanto, a maioria desses problemas, senão todos, tem um caráter aleatório, isto é,
não possui uma certa frequência de ocorrências ou, se possui, são períodos de tempo muito
longos e imprecisos. Obviamente, isso dificulta o processo de monitoramento, uma vez que se
necessitaria de um período de tempo com pelo menos o dobro do período de ocorrência do
problema para se obter uma análise confiável, permitindo a correta interpretação dos dados.
Além disso, nem sempre os dados, melhor dizendo reclamações, passados a Prefeitura
são completamente confiáveis. Muitas vezes é percebido um certo alarmismo com a
finalidade de obter prioridades, em detrimento de outros assuntos, e rápida solução para o
problema.
75
distribuição, etc. No caso, foram escolhidos o secundário do transformados da subestação 1
(SE1) e os quadros de distribuição das cargas sensíveis e não-lineares (LIGHT, Março 2016).
Este trabalho não seria possível sem o analisador da qualidade de energia FLUKE
43B. Adquirido recentemente pelo Laboratório de Máquinas Elétricas, esse equipamento é
uma excelente ferramenta para o estudo da qualidade da energia e investigação de problemas
com cargas monofásicas de baixa tensão. Deste modo, atende em grande parte as necessidades
do presente (ARAUJO, 2005).
5.4.1 Funcionalidades
5.4.2 Limitações
76
Como só registra 2 parâmetros simultaneamente, o tempo despendido para se
analisar mais parâmetros de um mesmo ponto de monitoramento é muito maior;
Nem sempre é possível analisar 2 parâmetros de interesse. Alguns deles não
podem ser registrados simultaneamente. Isto dificulta o trabalho de correlação entre diferentes
fenômenos;
A característica monofásica do equipamento não permite que se faça uma análise
precisa de uma instalação.
Não é possível realizar monitoramento de espectro sem a conexão com um
computador;
Apesar disso, os resultados obtidos foram satisfatórios, como será observado mais
adiante.
5.5 ENTREVISTAS
77
5.6 ANÁLISES GRÁFICAS
79
Figura 26 – Forma de onda da tensão e da corrente de um computador
80
Os computadores convencionais possuem fontes reguladas que fornecem tensões
apropriadas para seus circuitos eletrônicos. Essas fontes possuem uma ponte retificadora e
raramente possuem filtros apropriados (MASCARENHAS e NUNES, 2005).
Como se pode ver pelas figuras, a forma de onda da corrente é altamente distorcida,
com níveis de harmônicos bem acima do recomendado pelas normas. Entretanto, por se tratar
de uma carga de baixa potência a distorção não chega a ser relevante.
Esse cenário muda na presença de muitas cargas não-lineares. Seus efeitos, algumas
vezes, são cumulativos e podem criar problemas para outras cargas no PCC.
81
Figura 29 – Espectro de frequência da corrente na fase R da sala da administração
Um dos principais motivos por que a Divisão de Telemática foi escolhida entre as
cargas mais sensíveis refere-se à importância de seu serviço e aos prejuízos causados pelo seu
desligamento. Na DT se localiza o servidor do IME. Sem ele, todos os serviços de Internet,
intranet (Intraime) e e-mails seriam paralisados, causando grandes transtornos aos seus
usuários.
82
Além disso, devido ao grande número de fontes chaveadas e outros equipamentos
(como no-breaks) que fazem a interface dos computadores com a rede elétrica, a DT é
também uma carga poluidora da energia, injetando elevados níveis de correntes harmônicas e
criando uma significativa distorção na forma de onda da tensão (B. D. BONATTO, 2001).
A seguir, são apresentadas algumas medições da forma de onda da tensão e da
corrente de algumas fases do quadro de distribuição da DT e de uma sala específica.
83
Figura 31– Formas de onda da tensão e corrente na fase R geral da DT
84
Figura 32– Formas de onda da tensão e corrente em sala da DT
Apesar de a distorção harmônica (THD = 54,8%) nesta sala da DT ser menor que na
sala dos professores, os efeitos na rede e sobre outros equipamentos podem ser
consideravelmente mais destrutivos. A razão disso é a presença de harmônicos de altas
ordens, como se pode perceber pelo gráfico do espectro. As elevadas frequências, como a 17ª
harmônica (DHI = 4,2%), podem causar ressonâncias e aquecimentos em equipamentos com
núcleos de ferro. O elevado fator K (KF = 8,1) demonstra isso (LEÃO, 2013).
85
Figura 33 – Espectro de frequência da corrente em sala da DT
86
Figura 34 - Espectro de frequência da tensão em sala DT
87
Figura 35 – Monitoramento da tensão de fase e da corrente do MET
A última carga sensível a ser analisada foi o LRM. Nesse laboratório se encontra um
aparelho de ressonância magnética rodeado de mística. Há uma ordem expressa ao oficial-de-
dia que em caso de interrupção no fornecimento, os responsáveis pelo laboratório deverão ser
imediatamente informados.
A exemplo dos microscópios eletrônicos, não se sabe muita coisa, se é que se sabe
algo, sobre a qualidade da energia desses equipamentos. Muitos mitos existem sobre as
características da energia deles, particularmente quando não estão operando adequadamente.
Por serem equipamentos específicos, não é comum encontrar uma literatura que comente as
suas características (MARTINHO, 2009).
Apenas para efeito de análise, foram realizadas medições da forma de onda da tensão e
corrente e do espectro de frequência da corrente. Como se pode observar, a corrente é bastante
distorcida e possui uma elevada crista (CF = 2,31).
88
Figura 36 – Tensão e corrente do aparelho de ressonância magnética
89
5.6.5 Subestação 1 (SE1)
90
O comportamento da corrente é descrito pelos gráficos do THD e do KF. O período de
tempo é de apenas 1 dia, por motivos que serão explicados mais adiante. Apesar da elevada
variação, o THD tem seus maiores valores médios no período noturno. A média ao longo do
dia está por volta de 12%, atingindo picos de 18,5% e vales de 3,1%. Já o KF é relativamente
constante em torno de 1,3, algumas vezes atingindo picos de 2,3.
Ao longo dos vários monitoramentos realizados, foram tirados alguns “retratos” do
espectro da corrente. Em média, o espectro registrado é representado pela figura abaixo:
De acordo com a norma 519-1992 do IEEE, os níveis do THD da corrente estão pouco
acima do limite para o porte da instalação. Enquanto o THD e o DHI de 3ª ordem medidos são
de 12% e 10%, respectivamente, conforme pode ser visto pela Tabela 8 abaixo, o THD
máximo recomendado é de 8% e o DHI, 7%.
92
5.8 SOLUÇÕES PROPOSTAS
94
6. CONCLUSÃO
96
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
98
PLANALTO. ww2.planalto.gov.br/noticias/2015/05/prorrogado-até-2018-luz-
para-todos-deve-beneficiar-mais-um-milhao-de-brasileiros, 2017 nov. 2017.
SIEMENS. Motores de Corrente Contínua - Guia Rápido para Especificação
Precisa. [S.l.]. 01.2006.
SILVA, E. C. D. Proteção De Sistemas Elétricos De potência. 8ª. ed. [S.l.]: [s.n.],
2014.
SILVA, R. C. D. Apostila de Máquinas e Acionamentos Elétricos. Rio de Janeiro.
2017.
VILLAR, G. J. D. V. GERADORES E MOTORES CC - MÁQUINAS DE
CORRENTE CONTÍNUA, Mossoró, Outubro 2006.
WEG. Manual para Correção do Fator de Potencia. [S.l.]: [s.n.], 2009.
WEG, 2. DT-3 Características e Especificação de Motores de Corrente Contínua e
Conversores CA/CC. [S.l.].
99
ANEXO
100
I
h 1
2
h
29,6 2 9,9 2
THD1 13,28%
I1 235
Conforme pode ser visto na legenda da figura, este valor de THD está de acordo.
Entretanto, ainda não é possível comparar com os limites de distorções recomendados pela
Std. 519-1992 do IEEE. Estes levam em consideração a TDD, isto é, a corrente de distorção
em relação a corrente de máxima demanda. No caso, a pior situação quando a máxima
demanda é a corrente nominal, que pode ser calculada por:
N 300 KVA
I 1n 787 A
3 VL 3 220V
I
h 1
h
29,9 2 9,9 2
TDD1 4,0%
I 1n 787
29,6
DHI I 3 3,8%
787
9,9
DHI I 5 1,3%
787
101
Esta decisão é considerada conservadora, já que a norma recomenda se utilizar a corrente de
máxima demanda. Uma corrente maior significa limites mais rigorosos. A segunda ressalva é
em relação à corrente 𝐼 calculada. Como explicado, a mesma foi calculada por um método
simplificado, por meio de uma aproximação considerada válida. Entretanto, a impedância
total é no mínimo igual à do transformador, isto é, a corrente de curto-circuito poderá ter um
valor menor ou igual ao considerado. Um valor menor significa uma menor capacidade do
sistema e uma razão R menor, que se traduz por limites mais rigorosos.
Toda corrente extra demanda uma certa potência extra. Dependendo do nível de
distorção, uma potência não-ativa considerável pode estar sendo consumida, reduzindo de
maneira significativa o fator de potência da instalação. No caso das harmônicas, essa demanda
recebe o nome de potência harmônica (H). Com base no espectro de frequência médio
medido, pode-se estimar o valor médio dessa potência Erro! Fonte de referência não
encontrada.):
O resultado acima mostra que uma potência extra de 4 kVAr por fase é demandada
pela instalação em função das harmônicas. A potência ativa por fase é uma função somente da
corrente fundamental medida (5):
P VI 1 cos 1 235
PF cos 21
N VI 237
PF 0,926
Para efeito de comparação, calculou-se também o DPF Erro! Fonte de referência não
encontrada.):
Percebe-se por meio dos dois fatores que houve uma ligeira redução do fator de
potência da instalação em função das harmônicas. Essa diferença foi praticamente
inexpressiva em virtude do pequeno conteúdo harmônico presente na corrente e, por
conseguinte, no baixo THD.
PTSL R PLL R k R1 I 12 R2 I 22
PTSL R 11600 1,5 23,6 12,5 2 0,006 787 2
PTSL R 494,5W
As perdas por correntes parasitas (PEC-R) são obtidas segundo a hipótese 1):
105
Na região de máxima perda por correntes parasitas, a densidade de perdas causadas
pelas correntes harmônicas é dada por:
PLL ( pu ) I ( pu ) 2 1 KF PEC R ( pu )
PLL ( pu ) 1,01764 1 1,166 0,143
PLL ( pu ) 1,187 pu
A partir desse valor, é possível, enfim, calcular a máxima corrente admissível de modo que o
transformador não aqueça demasiadamente em função das cargas não-lineares:
PLL R ( pu )
I MAX ( pu )
1 KF PEC R ( pu )
1 PEC R ( pu )
I MAX ( pu )
1 KF PEC R ( pu )
1 0,143
I MAX ( pu )
1 1,166 0,143
I MAX ( pu ) 0,9897 pu
Este resultado mostra que a capacidade do transformador, mediante uma corrente não-
senoidal com o conteúdo harmônico especificado pela tabela anterior, será de 98,97% da sua
capacidade nominal. A nova corrente nominal é obtida por:
I MAX I 2 I MAX ( pu )
I MAX 787 0,9897
I MAX 778,9 A
107