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ARACAJU
2019
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Orientador:
ARACAJU
2019
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RESUMO
INTRODUÇÃO
O tema evasão escolar está presente em todas as escolas do Brasil, porém com muita
frequência na Educação de Jovens e Adultos - EJA. Esse conflito leva a questionar sobre
quais os fatores que contribuem para evasão desses alunos. O objetivo desta pesquisa é
mostrar as causas que levam o aluno da EJA a evadir-se da escola, podendo assim apontar
possíveis alternativas para amenizar a problemática e incentivar o educador a rever a
metodologia aplicada em sala de aula.
A evasão de jovens e adultos está dentre os temas mais debatidos da atualidade.
Requerendo medidas sérias para amenizar a problemática que está se alastrando cada vez mais
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Artigo apresentado à Faculdade de Ensino Regional Alternativa – FERA.
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Pós Graduanda do curso de Metodologias do Ensino da História à Faculdade de Ensino Regional Alternativa –
FERA. Email: araujoclaudiana259@gmail.com
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no âmbito educacional em todo país. Esta demanda está presente nas políticas públicas, na
ação dos educadores, dos coordenadores pedagógicos e equipe gestora.
Sabe-se que as pessoas que passam por processos educativos escolares terão
melhores condições para exercer a sua cidadania e autonomia, podendo conquistar seu na
sociedade, tendo assim mais oportunidades de se firmar em uma profissão. Por isso que se
considera a educação como o pilar para transformar a vida das pessoas.
Porém, problemas socioeconômicos, falta de qualificação dos profissionais e
metodologias inadequadas são alguns dos principais desafios encontrados de um modo geral
no sistema educacional, e a evasão escolar é um deles.
A metodologia aplicada está fundamentada na pesquisa bibliográfica e nas obras dos
autores: Morim (2003), Freire (1989), Gadotti (2006), dentre outros, buscando de modo
contundente, entender melhor o tema em foco e apontar algumas questões que indiquem um
caminho para o combate da evasão na EJA. Dessa forma, todo o trabalho será pautado nas
reais necessidades do aluno, incorporando temas emergentes e contemporâneos nas áreas do
conhecimento, os principais referenciais que abordam a esta modalidade de ensino.
A história da EJA no Brasil é muito recente, embora tenha surgido desde o período
Colonial, as iniciativas governamentais no sentido de oferecer educação para os jovens e
adultos são recentes. No Brasil Colônia, a referência à população adulta era apenas para a
doutrina religiosa, abrangendo um caráter, exclusivamente religioso e pouco educacional.
Segundo Cunha (2009), “durante muito tempo, as escolas noturnas eram a única forma de
educação de adultos praticada no país”.
Do final da década de 50 a início da década de 60 surgiu uma intensa mobilização da
sociedade civil em torno das reformas de base. (CNER) - Campanha Nacional da Educação e
Serviço Social Rural; (MEB) - Movimento de Educação de Base; (CNB) - Conselho Nacional
dos Bispos no Brasil; (MCP) - Movimento de Cultura Popular e o (MOBRAL) - Movimento
Brasileiro de Alfabetização o qual começou nos estados de Recife, Paraíba e Sergipe. O
Mobral tinha três características básicas: independência institucional e financeira face aos
sistemas regulares de ensino e aos demais programas de educação de adultos; articulada de
uma organização operacional descentralizada (MORAIS, 2013).
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raça, sexo, cultura ou outras formas de discriminação e, para isso, o educador deve conhecer
bem como o próprio meio do educando, pois somente conhecendo a realidade desses jovens e
adultos é que haverá uma educação de qualidade. Considerando a própria realidade dos
educandos, o educador conseguirá promover a motivação necessária à aprendizagem,
despertando nelas interesses e entusiasmos, oferecendo-lhes um maior campo para o
atingimento do conhecimento.
O jovem e o adulto querem ver a aplicação imediata do que estão aprendendo e, ao
mesmo tempo precisam ser estimulados para resgatarem a sua autoestima, pois sua
“ignorância” lhes trará ansiedade, angústia e “complexo de inferioridade”. Esses jovens e
adultos são tão capazes quanto uma criança, exigindo somente mais técnica e metodologia
eficientes para esse tipo de modalidade. Esta é a razão pela qual busca-se um método que
fosse capaz de fazer instrumento também do educando e não só do educador, e que
identificasse, como claramente observou um jovem sociólogo brasileiro (Celso Beisiegel), o
conteúdo da aprendizagem com o processo de aprendizagem.
Hoje, como ontem, as posições de Paulo Freire com respeito à busca de novas práticas
educativas ganham força e nos levam a refletir: alfabetização é a aquisição da língua escrita,
por um processo de construção do conhecimento, que se dá num contexto discursivo de
interlocução e interação através do desvelamento crítico da realidade, como uma das
condições necessárias ao exercício da plena cidadania exercer seus direitos e deveres frente a
sociedade global.
De acordo com Ferreiro (2007), o papel do educador é mediar a aprendizagem,
priorizando nesse processo, a bagagem de conhecimentos trazida por seus alunos, ajudando-os
a transpor esse conhecimento para o “reconhecimento letrado”. A escrita não é um objeto
cultural, resultado do esforço coletivo da humanidade.
A incorporação dos códigos relativos à leitura e à escrita por parte dos alfabetizados e
letrados, tornando-os quase que "naturais", e o caráter comum da linguagem oral, obscurece o
quanto o acesso a estes bens representa um meio e instrumento de poder. Quem se vê privado
deles ou assume este ponto de vista pode aquilatar a perda que deles advém e as
consequências materiais e simbólicas decorrentes da negação deste direito fundamental face,
inclusive, a novas formas de estratificação social (SOARES, 2010).
A Educação de Jovens e Adultos deve ser vista como uma oportunidade concreta de
presença dessas pessoas na escola e uma alternativa viável em função das especificidades
socioculturais destes segmentos para os quais se espera uma efetiva atuação das políticas
sociais. É por isso que a EJA necessita ser pensada como um modelo pedagógico próprio a
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Discutir os saberes de uma prática educativa, crítica e/ou progressista, através dos
conteúdos programáticos obrigatórios auxilia os docentes, de maneira lúcida, sendo preciso
que o formando entenda-se como sujeito, também construtor do saber, pois ensinar não
significa apenas transmissão de conhecimentos, mas munir o educando de possibilidades para
o desenvolvimento de sua própria produção.
Segundo Gadotti (2006), a solução dos problemas educacionais não reside
exclusivamente na escola. A história tem mostrado que nenhum país do mundo
contemporâneo alcançou níveis elevados de alfabetização sem que suas populações tenham
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Assim, refletindo um pouco mais sobre as causas da evasão na EJA é possível observar que
mesmo diante da sua relevância em dá uma oportunidade importante àqueles que não
puderam acompanhar o fluxo da educação regular, a EJA continua sendo o “calcanhar de
Aquiles” dos governantes. E a escola sente de perto os reflexos das suas fragilidades, quando
inicia uma turma com sua lotação máxima, e conclui o período letivo com menos de 30% dos
alunos.
Alguns motivos são apontados para justificar o que leva um jovem a evadir-se da
escola. Para se conhecer melhor esta realidade, é preciso saber: Por que os jovens de15 a 17
anos estão na EJA? Conhecer os motivos que fazem com que os adolescentes estudem na
Educação de Jovens e Adultos é muito importante. A presença de adolescentes na Educação
de Jovens e Adultos do Ensino Fundamental é preocupante, quase 20% dos matriculados têm
de 15 a 17 anos. O número de alunos dessa faixa etária na modalidade não tem sofrido
grandes variações nos últimos anos apesar da queda no total de matrículas (28,6%). Dados da
Ação Educativa com base nos Censos Escolares indicam que, em 2004, eram 558 mil
estudantes e, em 2.010, 565 mil.
O cenário tem chamado atenção dos especialistas da área. Por que esses
adolescentes estão freqüentando a modalidade, em vez de estar na Educação Básica regular?
Alguns extrapolam os muros da escola enquanto os outros têm a ver diretamente com a
qualidade da educação, ou seja, envolvem a Ministério da Educação (MEC), Secretaria
Municipal e Estadual, gestores e é claro, os professores que lecionam na modalidade. Três
grandes questões sociais fazem com que, todos os anos, muita gente desista de estudar ou
então deixe a sala de aula temporariamente, assim elencada:
Vulnerabilidade - Muitos estudantes enfrentam problemas com a pobreza extrema, o
uso de drogas, a exploração juvenil e a violência. “A instabilidade na vida deles não permite
que tenham a educação como prioridade o que os leva à abandonar a escola diversas vezes.
Quando voltam anos depois, só resta a EJA”, diz Maria Clara Di Pierro, docente da Faculdade
de Educação da Universidade de São Paulo (USP).
Trabalho – A necessidade de compor a renda familiar faz com que muitos alunos
deixem o Ensino Fundamental regular antes de concluí-lo. Os estudantes jovens de 15 a 17
anos no Ensino Fundamental, publicado este ano na série “Cadernos de Reflexões, do MEC”,
revela que 29% desse público que está matriculado do 1º ao 9° ano já exerçam alguma
atividade renumerada, sendo que 71% ganham menos de um salário mínimo: A dificuldade de
conciliar os estudos com o trabalho faz com que saiam do ensino regular para as turmas da
EJA, sobretudo no período noturno, por ser a única opção.
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No artigo. “37, inciso I, A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que
não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na
idade própria”. Artigo 38 -Os sistemas de ensino mantêm cursos e exames
supletivos que compreenderam a base nacional comum do currículo, habilitando ao
prosseguimento de estudo em caráter regular. (LDBEN: 9.394/96).
Além disso, esse sistema de ensino assegura aos jovens e adultos, que não puderam
concluir os estudos em idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, levando em
conta as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante
cursos e exames.
Essa modalidade de ensino além de oportunizar a instrução para jovens e adultos por
vários motivos, também possibilita o resgate da autoestima em uma nova perspectiva de vida
e inclusão social. Pois, a premissa do ensino em qualquer de suas modalidades é a construção
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Essa situação faz toda a diferença, uma vez que a escola tem disponibilizado meios
necessários para inserir essa clientela; que na maioria das vezes, chegam desesperançosos,
com déficit de aprendizagem, dificuldades para acompanhamento dos conhecimentos
ministrados. Dessa forma, a EJA assume uma responsabilidade muito grande dentro do
contexto social brasileiro, pois sua missão e incentivar esses alunos a retornar ao convívio
escolar. De acordo com Soares (2010),
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Neste trabalho buscou-se refletir sobre os desafios frente à evasão escolar na EJA.
Analisando questões emblemáticas no processo educativo, tais como: os desafios da atuação
pedagógica docente, a situação do contexto político e social como elementos influenciados da
grande margem de jovens e adultos não alfabetizados, e a formação continuada dos
professores.
A Educação de Jovens e Adultos é um direito importante e valioso que leva uma nova
oportunidade a todos àqueles que não conseguiram acompanhar o fluxo do ensino regular. Por
isso, nesta pesquisa resolveu-se tratar desse tema é que de suma relevância, por representar
uma fragilidade do sistema educacional que acaba refletindo a sua ineficácia, deixando à
margem muitos brasileiros.
A falta de formação continuada aos docentes e a prática pedagógica em sala de aula
aponta para uma das questões emergenciais a serem tratadas pelas políticas públicas
direcionadas à EJA.
Deste modo, enfatiza-se através desta pesquisa a necessidade de mudanças tanto no
currículo, na qualificação do docente e de políticas públicas que visem sanar as dificuldades
encontradas nas salas de aulas da EJA, a fim de promover uma educação mais eficaz, que
consiga levar estes jovens e adultos ao processo de aprendizagem.
Sabe-se que melhorar a educação desta modalidade é um processo complexo e de difícil
execução, mas é preciso rever todo o sistema educacional, observar o porquê destes jovens
optarem por desistir e evadir-se da escola, conhecendo melhor os contextos sociais que fazem
com que o abandono escolar seja uma opção mais atrativa.
Por isso, é importante deixar uma reflexão sobre a EJA, ressaltando que os índices de
evasão nesta modalidade de ensino não apontam somente para um possível fracasso nesta
etapa de escolarização, mas mostra o acúmulo de tantos outros fracassos que o ensino regular
vem tendo com esses alunos, a ponto de necessitar corrigir seus erros depois. Portanto, é
preciso que a sociedade, gestores públicos e educadores dialoguem mais sobre os seus erros, e
possam, juntos, evidenciar onde exatamente a educação deve ser melhorada.
Em suma, a evasão escolar na EJA representa um fato persistente que apontam para
falhas nas políticas públicas da educação, como também apresentam o retrato de uma nação
que não consegue garantir um dos principais direitos sociais mais importantes ao cidadão:
uma educação de qualidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CUNHA, Conceição Maria da. Introdução – discutindo conceitos básicos. In: SEED-2009.
FREIRE, Paulo. Grande Pensadores 41. Revista Nova Escola – edição especial – 19. Editora
Abril, 2003.
GADOTTI, Moacir. História das idéias Pedagógicas. Editora Ática, 8ª Edição, São Paulo,
2006.
SOARES, Leôncio José Gomes. O surgimento dos Fóruns de EJA no Brasil: articular,
socializar e intervir. In: RAAAB, alfabetização e cidadania. 2010.
SOARES, Magda. Letramento: Um tema em três gêneros, 2 Ed. Belo Horizonte. Autêntica
2006.