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Crítica fotográfica.

Fotografias são com frequência analisadas e criticadas em fotoclubes, leituras de portfolios e editorias de revistas especializadas.

Inevitavelmente, as opiniões evocadas nessas situações revelam mais sobre a pessoa que as emite do que sobre quem está sendo avaliado. Na
verdade, a crítica artística é uma modalidade literária que ou informa e entretém o público na melhor das hipóteses, ou apenas exibe o
brilhantismo do crítico mais do que contribui para o aperfeiçoamento do artista.

Os críticos. Ainda assim, o fotógrafo que busca a crítica faz isso na esperança de se beneficiar com o encorajamento e o aconselhamento de
quem o critica. Já o expert, na ansiedade de ser prestativo, facilmente se vê tentado a emitir comentários enfáticos enaltecendo ao máximo
qualquer mínima virtude do trabalho, ou a fazer recomendações muitas vezes baseadas em crenças vagas e hábitos arraigados de
pensamento.

Os adeptos convictos de certas linhas de pensamento são notoriamente tendenciosos como críticos, como assim também o são, naturalmente,
os artistas que adotam o próprio modo particular de abordagem como parâmetro de análise dos trabalhos alheios. Não se pode esperar que
um crítico com padrões rígidos tenha a necessária tolerância e simpatia por trabalhos de níveis distintos do dele.

À revelia das qualificações do crítico, opiniões isoladas baseadas em um único trabalho tendem a ser enganosas. É impossível julgar o trabalho
de alguém a partir de uma única foto. O crítico precisa ver mais de uma fotografia para poder perceber o que o fotógrafo está buscando, o que
pode ser intencional e o que pode ser acidental em termos de estilo e técnica.

Alcance. Certos aspectos são passíveis de exame em qualquer fotografia:

(1) Qual foi a intenção do fotógrafo?


(2) A técnica foi adequada e integralmente subordinada a essa intenção no instante em que a foto foi tirada?
(3) A foto poderia ser melhorada com o pós-tratamento digital da imagem?
(4) A abordagem do fotógrafo foi original ou imitativa?

O propósito do fotógrafo deve ser levado em consideração antes de tudo. Se a fotografia realiza ou não esse propósito é, de fato, a única coisa
que importa. Se acontecer do fotógrafo estar interessado apenas na extraordinária e sutil expressão do rosto de alguém, então ele só deve ser
criticado por conta daquilo que o possa ter desviado desse intuito, independentemente do desvio em si resultar em uma boa ou má fotografia.
Portanto, nem mesmo o grau de perfeição técnica é um guia infalível para a crítica.

Ainda assim, a crítica técnica é comparativamente fácil ou, pelo menos, inofensiva, até mesmo quando erra. Objeções do tipo: "isto está
superexposto, isto está desfocado, isto está muito contrastado", podem ser rapidamente conferidas e eventualmente refutadas por qualquer
um que estiver olhando a mesma foto. O que pode parecer uma falha técnica não raramente é uma marca deliberada de estilo.

Sugestões de reenquadramento e de mudanças na angulação, ou de ocultação ou valorização de detalhes, podem ser úteis desde que não
entrem em conflito com a intenção original do fotógrafo. A crítica é relativamente segura quando se restringe a discutir mudanças de ênfase
ao invés de mudanças no assunto. Pode ser válido sugerir deixar algo de fora, mas seria grotesco solicitar a inclusão de alguma coisa. A crítica
deve se ater só ao que está lá.

Limitações. O crítico que ventila idéias próprias sobre como uma foto deveria ter sido feita se aventura por terrenos muito instáveis. Ele
dificilmente estará suficiente familiarizado com tudo o que é relevante para poder se pronunciar com propriedade. E, o que é mais importante,
nunca conseguirá provar o seu ponto de vista se for contestado. Os juízes nos tribunais pronunciam juízos que não só parecem como são de
fato justos; da mesma forma, os críticos devem emitir opiniões que sejam tanto justificadas quanto passíveis de confirmação.

Esta condição não é atendida quando as idéias do crítico se manifestam em reconstruções diagramáticas - com pretensões de análise pictórica
- através do esboço de uma versão melhorada da obra criticada. Diagramas são muito úteis como ilustrações genéricas, mas para traduzirem
fielmente uma fotografia em particular eles teriam que ser produzidos não manualmente, mas pela mesma lente e nas mesmas condições em
que a foto foi feita. Desenhos não apenas eliminam a maioria das características fotográficas como geram distorções e ilusões pela utilização
de uma linguagem não fotográfica. Sugerir melhorias em uma fotografia por intermédio de um desenho elegante é algo tão inútil quanto
tentar corrigir uma escultura tocando um apito.

O crítico tem à sua disposição o privilégio de parecer esperto às custas da obra criticada, mas seria abusivo valer-se de argumentos fora de
contexto, emitir opiniões como se fossem regras, e pretender ser a autoridade máxima em um campo de especulação abstrata onde a
realização de uma tal pretensão é algo impossível. Todo crítico honesto percebe que a crítica decorre da obra criticada, e, em função disso,
deve pelos menos tentar evitar dar vazão à sua própria criatividade. A crítica "criativa" é uma contradição em termos. Os produtos da
experiência, conhecimento e habilidade do crítico devem partir do estudo dos trabalhos dos outros, e não das suas próprias necessidades
criativas, preconceitos e frustrações. Ao olhar para uma foto, ele talvez pudesse sugerir que o fotógrafo fosse mais cuidadoso com a técnica ou
que mudasse de equipamento, ou até mesmo que desistisse de vez da fotografia. Porém, mesmo sendo alguém com olhar e idéias próprias,
ele não pode interferir no trabalho alheio tranformando-o em algo que esteja em desacordo com a intenção do autor original.

A. Kraszna-Krausz
The Focal Encyclopedia of Photography
Revised Desk Edition.
Focal Press, London & Boston, 1969.
Pgs. 369-370.
Andor Kraszna-Krausz (1904-89) foi um destacado editor e escritor de livros sobre cinema e fotografia. Nascido na Hungria, emigrou para a Inglaterra em 1937,
depois de ter trabalhado na Alemanha como crítico de cinema e de ter editado o jornal Filmtechnik (1926-36). Em 1938 fundou a editora Focal Press,
promovendo o esclarecimento dos amantes da fotografia e a desmistificação da tecnologia fotográfica. A editora prosperou com as várias reedições de clássicos
com The All-in-One Camera Book e The Focal Encyclopedia of Photography, a par de monografias sobre fotógrafos vitorianos. Mais tarde publicou também
títulos na área da cinematografia e televisão, produzindo muitos guias para profissionais. A fundação Kraszna-Krausz, criada em 1983, fomenta o
desenvolvimento das mídias visuais.

http://www.answers.com/topic/andor-kraszna-krausz#ixzz1zxJd7R5e
http://www.kraszna-krausz.org.uk/

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