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A MM A
PORTUGÜEZA
ACCOMMODADA AOS PRINCÍPIOS GERAES DA PALAVRA SEGU
DE IMMEDIATA APPLICAÇAO PRATICA.
COMPOSTA
ron
||KANCISC0 ||oTERO DOS ^jjgEIS,
PROFESSOR JUBILABO DE LÍNGUA LATINA,
E
FROFRSSflB Dl BESBA tlüifiüA F. DE LITTERATUIIA
Os herdeiros, do nuctur re.serv;tiii-se. na formada lei. o direito de nro- NO
i -dailc, por auecessSo. desta e de todas as ouIras oiiras do mesmo au-
INSTITUTO DE HUMANIDADES
Todos osexemplares desta l- edicâo v.lo rubricados pelo herdeiro Fran
isco bolero dos Reis Júnior. . DA
província*do Maranhão,
DEDICADA PELO AUCTOR
AO DIRECTOR DO MESMO INSTITUTO
0 DR. PEDRO NUNES LEAL.
SEGUNDA EDIÇÃO,
Revista, corrigida e annotada
pon
-íroncisro Sotfvo òa$ Heis 3«ntor
E
Shnerico tJfspnctO òob Rcíe.
3L» '.
MARANHÃO.
Tvp. de R. d'AlmeÍda 4 C, Editoues e proprietários
desta edição—Rua da l*nlma n. 3.
o °
1871-
AO PÚBLICO-
A aGrammatica Portugueza acco
aos princípios geraes da palavra se
immediata applicação prática», com
Francisco Sotero dos Reis, a qual d
apparecimento foi logo saudada
como um dos melhores compêndios
ticaes da Lingua Portugueza, não t
hoje outra que se lhe ayantajasse,
menos se lhe pudesse, «tpâparar, n
concisão, clareza e perfeição do e
lambem na perspieuidade e precisão das defi
nições e regras doutrinaes; por isso, acha-se que na satisfação dalma, que nos c
ella com justiça adoptada nas aulas públicas cumprimento de tão grato dever.
das principaes províncias cio Império. Com tal Contractámos, pois, com os Senrs.
acolhimento tern sido tão grande a procura dos Pereira Ramos de Almeida & C.» a i
exemplares de sua primeira edição, que ficou e publicação da segunda edição da a
esta completamente esgotada, a ponto de não tica Portugueza accommodada aos
resiar nas livrarias d'esta província mais um geraes da palavra», ficando elles co
só exemplar á venda. res e proprietários da mesma ediçã
Mm semelhante conjunctura, nós, filhos e como os revisores e annotadores da
herdeiros do Auctor, os únicos a quem como Em trabalho de tal ordem e de t
taes cabe presentemente o direito de reimpri- mento, sem dúvida superior ás nossa
mir as suas producções, julgámos conveniente fomos guiados e aconselhados pelo S
dar a toda apressa uma segunda edição de tão Carlos Pereira de Castro, distincto
útil quão excellente obra, e resolutos mettô- de grammaticada Língua Portugueza
mos hombros á empr^za, com a mira menos desta Cidade, e, a nosso yèv, um dos
no interesse que d'ahi nos poderia provir, do lisados mestres da diseípHna hoje
qual, como nosso amigo particular,
amigo e discípulo que foi do Auctor, prestou- foi nosso principal intento expurgar a obra
se de bom grado a auxiliar-nos com suas lu
dos senões apontados, já corrigindo os erros
zes em (.areia tão espinhosa, e que demanda
typographicos da primeira, já* tornando mais
por certo conhecimentos profundos e especi-
completos e perfeitos alguns tópicos, já final
aes da matéria.
mente esclarecendo por meio de notas alguns
Como o diz o Auctor no final dos «Prolego- outros.
menos», e nós o confirmamos, foi esta gram-
Quanto á orthographia e á pontuação, con
mafica leite por partes, indo os originacs para servámos as do Auctor, procurando tão so
o prelo á medida que iam sendo compostos, mente uniformisal-as.
e isto mesmo com grandes e repetidas interru Sob a poderosa égide do Senr. Luiz Car
pções, porque a esse tempo achava-se elle los, com cuja auetoridade supprimos a nossa
com outros trabalhos litterarios entre mãos. deficiência, chegámos emfim ao cabo da em-
Assim, não é de admirar que a. primeira edi _preza. Tanto numa, como n'outra daquellas
ção sahisse com alguns pequenos defeitos, os partes, presumimos haver conseguido alguma
quaes entretanto foram na sua rnór parte re- cousa, melhorando a grammaliea de que tra
salvados na errata. 'c-
ríamos; si bem estejaroorconvencidos de que,
N'esta segunda edição que damos a lume, no que respeita á orthographia e á pontuação,
apesar dos nossos esforços, muito ha ainda
que retocar, pois a urgência e celeridade da
impressão não deram logar a uma revisão das
provas mais demorada e reílectida, como era
mister.
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PROLEGOMENOS.
A Grammatica divide-se cm Grammatic
e Grammatica Particular.
« A Grammatica Geral é a sciencia dos
pios immutaveis e geraes da palavra pronu
ou escripta em todas as línguas.»
«A Grammatica particular é a arte de a
aos princípios immutavcis e geraes da pal
instituições arbitrarias e usuaes de qualqu
gua.»
Tal é a bella e suecinta definição que no
Grammatica com a dislincç&tf sobredita o pr
grammatico Du Marsais, que a fundamenta
VI
va
seguintes razões, que para aqui transcrevo da in-
vt:r-lhes os respectivos limites, c determinar
troducção ás minhas Posfillas Grammalicaesy differeuca.»
onde as inseri:— : *
Grammatica Poriantieza^ols, c a arte de.a
«A Grammatica Geral é uma sciencia,' porque aos priucipips imniulavcis c geraes da pal
tem por objecto a especulação razoada dos princí usos e idiotismos da língua portugueza.
pios immutaveis e geraes da palavra; a Gram
A Grammatica que dou á luz publica, nã
matica Particular é uma arte, porque respeita á
não o desenvolvimento da doutrina que
applicação pratica das instituições arbitrarias e
desta definição. Procurei simplifioal-a o m
nsuaes do qualquer língua aos princípios geraes sível na theoria, subordinando os usos es
da palavra. A sciencia gràmmalical 6 anterior a
da língua só aos princípios geraes do eter
Iodas as línguas, porque seus princípios são de
dade, porque ò methodo e a clareza não feem
eterna verdade, e súppõem a possibilidade das lín
inimigo do que a multiplicidade das regras,
guas: a arte grammatical pelo contrario é posterior
serve de embaraçar o alumno sem expüçar-lh
ás línguas, porque os usos destas devem preceder
alguma. Aeompanhei a theoria da pratica,
á sua applicação artificial aos princípios geraes.
logo hnmediala applicação aos princípios i
Não obstante esta distincçào da sciencia e da arte
dos com exemplos que os comprovassem,
ràmmalical, não pretendemos insinuar que se
assim se arraigão elles melhor no espirito, q
eva ou possa separar o estudo de uma do de
pode duvidar de sua solidez. Trabalhei por se
utra. Aarte nenhuma certeza poderá dar á pra
para poder ser comprehendido, porque sem c
tica, si não fòr esclarecida e dirigida pelas luzes
qualidade essencial em tratados deste gêner
a especulação; a sciencia nenhuma consistência
ca conseguiria fazer com que o meu trabalh
oderá dar á theoria, si não observar os usos com
veitasse á mocidade estudiosa, que ó o fi
inados e as diflerentcs praticas, para leval-a por
íevo em vista,
ráos á generalisação de princípios. Mas nem por
Grammatica portugueza lambem se pôde
sso é menos razoave*Nustinguir uma daoutra; as-
a arte de foliar'c escrever cokrcclanieu te a
ignar a cada uma seu objecto próprio; prescre
portugueza.
viu IX
N. B. A Grammaticade PortRoval,generalisan- As palavras são signaes com que, qua
do, define a Grammatica: «Arte "de foliar.» Esta c tacados, representamos as simples noções
a definição da Grammatica mais concisa que co sas, e, quando combinados em enunciados
nhecemos, porque, Fallar, abrange tudo omais. posições, as nruris operações do espirito; o q
Divide-se a Grammatica em quatro parles, que ser lambem representado, posto que mui
são:Etymologia,Syntaxe, Orthographia, Prosódia. imperfeitamente, pelos gestos, e ainda po
Elymologia éa parte da grammatica que ensina combinações intellectuaes.
aconhecer anatureza e origem das palavras. D'ahiá divisão da linguagem em lingua
Syntaxe éaparte da grammatica que ensina a sons articulados, a que consta de palavra
coordenar as palavras e as proposições. guagem de acção, a que consta de gestos
Orthographia é a parte da grammatica que en sado é dizer que a linguagem dos sons arti
sina a escrever as palavras correctamenle. é a única que nos occupa neste tratado.
.. (
Prosódia é a parte da Grammatica que ensina a ; Uma lingua pois, quando se toma esta
pronunciar as palavras correctainente. y\s em sentido figurado, ou n.o de idioma de u
Na composição desta Gramrnatica dei muito mais não é mais do que um systema de signaes
desenvolvimento á Elymologia c á Syntaxe, do pode ser mais ou menos completo, segund
que á Orthographia e á Prosódia, porque as duas jr gua se acha mais ou menos aperfeiçoada..
primeiras partes, que constituem a base de toda a As palavras são de duas espécies, pala
riáveis, e palavras invariáveis.
sciencia grammatical, devem ser essencialmente es^
,, São palavras variáveis:—o nome, o pro
pecuiativas e praticas; e porque as duas ultimas, 0
adjectivo, o verbo.
em que impera muito mais o uso modificavel, do
que a especulação dos princípios, devem por sua São palavras invariáveis:—a conjuncção
natureza .ser eminentemente praticas. 0 consenso cs posição, o advérbio, a interjeição.
As partes da oração, pois, nome que ta
unanime de quasi torY>s os grammalicos antigos e
jJ
dá ás palavras, devem ser^tàVitas, quanta
modernos vem em «Víòdesta opinião, quê é tão
velha como a Grammatica. palavras variáveis e invariáveis; isto é, oito.
I (y
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XI
N. B.É de notar, porem,que nem todos osgram-
maticos estão de accordo sobre este ponto que pa a relação de auterioridade ou posteriorída
recia não dever soffrer contestação, porque alguns, que então a concordância c mais complic
encarando a questão de diversa maneira, ou as ele- As relações de subordinação são deter
vão a mais, ou as reduzem a menos. Quintiliano, ou pelo complemento que indica a subo
por exemplo, entre os antigos, reduz as partes da de urna palavra á outra, ou pela conju
oração a três:—Nome,verbo econjuncção. Esta mes subordinação que indica a subordinação
ma opinião foi seguida pelo moderno grammatico proposição á outraj ou pelos adjectivos c
Tracy. vo e interrogativo e advérbios postos por
pelo verbo no participio, ou pelo verbo lio
As relações entre as palavras de que se compõe
os quaes todos indicão a subordinação de
a proposição, assim como as relações entre as pro posição á outra.
posições de que se compõe o discurso, ou são de
Tudo mais encontrará o alumnó defini
nexo, ou de concordância, ou de dependência e
subordinação.
plicado nocorpo desta grammatica, a qual,
com algumas imperfeições, merece desculp
As relações de nexo são determinadas, ou pela
os originaes erão mandados para á impren
conjuncção de aproximação ligando palavras epro-
dida que ião sendo compostos, e isto com
posições, ou pela preposição ligando um termo
tes intrerupções.
subsequente a outro antecedente, ou pelo verbo li
gando os outros dois termos da proposição.
As relações de concordância são determinadas,
ou pela fôrma especial que ordinariamente toma
o adjectivo para concordar com o nome, ou pela
fôrma especial que sempre toma o verbo para con
cordar com o sujeito^ ou pela simultaneidade dos
tempos dos verbos íAm proposições que formão o
período gràmmalical, quando não seda entre elles
ETYMOLOGIA.
Womt aubsiontiuo.
I.
I
30
31
Simples e invariável, cada,—cada homem, cada
mulher. f N. S- e P.
Composto, variável na terminação, cada um, cada 0 qual m, a qual f, os quaes m, as qua
uma, sem plural." • 1\. S. e P,
Composto, variável só no numero, qual quer, Cujo m, cuja f, cujos m, cujas í (Vale
quaes quer. que, do qual, da qual k, de quem, de que)
Compostos invariáveis, cada rjual, quem quer. Fôrmas invariáveis do mesmo adjectiv
Adjectivo conjunctivo, é, como sôa a palavra, o Que, para ambos os gêneros e números.
que tem a virtude de conjunctar proposições, fa Quem, para ambos os gêneros e númer
zendo as vezes de conjuncção: liga proposições Oqual, cujo, que, referem-se a pessoas
incidentes a outras por ellas modificadas, isto por Ha porem uina excepção quanto a,que, o
meio de dois termos de relação, um iia proposição ca se emprega para exprimir a relação d
modificada," outro na modificante,-dos quaes o pri dor da cousa, quando este é pessoa.
meiro se chama o seu antecedente, o segundo o Quem, refere-se unicamente a pessoas,
seu conseqüente. Exemplo: envolve em si a idéa de pessoa; pois
«O homem, que ama suDeus, vive isento do temor como, o qual homem. a
da morte». Exemplos disto:
Neste exemplo, onde, o homem que, que vale o «O viajante, que, ou o qual, ou a que
mesmo que,o homem o qual homem, o termo de re ras, não existe nesta cidade, a que, ou á q
lação expresso, ou o homem, sujeito da proposição não chegou».
principal, é oantecedente do adjectivo conjunctivo, Neste exemplo, que, o qual, exprimem u
e o termo de relação occulto o seu conseqüente: de pessoa; a que, â qual, de: cousa; mas
assim, é identificando-se com o primeiro termo, tuna relação só'de pessoa.'
cuja reproducção é o segundo, que este adjectivo «O proprietário, cuja, oudo qual, ou d
liga uma proposição á outra. esta casa, fez um prédio, cuja, fado qual,
Fôrmas variáveis do adjectivo conjunctivo: a'capacidade pode bem accümmodar d
lias»,
I bcr alguma cousa: ligi lambem proposições, mas
É NesCoutro exemplo, o primeiro, cuja, o primei
só completi-vas. Exemplo:
I ro, do qual, de quem, exprimem uma relação de pes
«Não dirás quem és»?
soa; o segundo, do qual, de que, uma relação de
Vi Neste caso e outros idênticos, a ligação das pro
cousa. Ha alem disso duas, observações a fazer: 1 .a
li posições faz-se também por meio de dois termos
que, quando a relação da pessoa é a do possuidor da
cousa, não se emprega, de que, porque o uso o não ,de relação, dos quaes o primeiro é sempre mental,
admitte: 2.a que, cuja, não concorda no primeiro e o segundo pode estar, claro: porquanto, «Não di
caso com o seu termo antecedente, o proprietário, rás quem és?», é o mesmo, que; «Não dirás o ho
nem no segundo, com o seu termo antecedente, mem, qual, ou que és; islo é, que qualidade de ho
prédio, mas em ambos com a cousa possuída, isto mem és?». Podia estar claro o segundo termo cfesle
I é, casa e capacidade. mudo: «Não dirás qual homem és »?
Os advérbios, onde, d'onde, por onde, para onde, Fôrmas variáveis do adjectivo inlerrogalivo:
põem-se freqüentemente pelo adjectivo conjuncti N. S. e P. -
vo, e ligão também proposições incidentes: d'ahi o Cujo1} m, cuja*! I, cujos'! m,cujas*! f. (Vale o mes
i nome que teem de, advérbios conjunetivos. Exem - •-
mo que, de quem'! do qual"! de que p.
pio disto: N. S. e P. *l
«0 logar, onde descaoçamos, c dos mais aprazí Qual"! m. e f, quaes'! m. e f.
veis; isto é, o logar, no qual logar». Fôrmas invariáveis do mesmo adjectivo:
«K terra, d'onde viestejé bemlonginqua; isto é, a Que ? para ambos os gêneros e números.
terra, da qual terra». Queml para ambos os gêneros e números.
«A cidade, para onde vamos, é bem populosa; [Quem, é o mesmo que, qual ou que homem f!
isto é, a cidade, para a qual cidade»'. Gomo o primeiro termo cie relação do adjectivo
«O caminho, por onde andamos, é bem escabro inlerrogalivo está sempre occulto, ou é puramente
so; isto é, o caminho, pelo qual caminho. mental, a proposição, a que sejiga a compietiva, de
Adjectivo interrogativo, é,como o indica o termo, que elle éhame, pode 'estar lambem* oeeulla, e as
o que serve para interrogar, quando queremos sa- mais das vezes o está. Exemplos:
i
ò-l 35 *
«Quem bate »? - terrogalivo, e iigão,como elle, proposiçõ
«Quem é que bate á poria»? vas: dahi onome que igualmente teem
«Que queres»? interrogativos. .
«Que ê o que queres»? Exemplo disto:
Nestes exemplos, dos quaes o primeiro vale tanto «0nde estamos?; isto é, em que, ou
como, «Qual ou que pessoa bate?»; o segundo, tauto gar, ou parte,estamos»?
como? «Qual oú que pessoa éa pessoa que bate á «Fonde vens ?, isto é,dé que, ou de q
porta?; o terceiro, tanto como, «Que ou qual cousa parte, vens»? _
queres»?; o quarto, tanto como, «Que, ou qual ' «Para onde vás?; isto é, para que, ou
cousa é o, isto é, a cousa que queres» ?; a proposi logar, ou parte, vás »? •
ção principal, Pergunto, ou Quero saber, ou outra, *Por bandas?; isto ê,porque,ou p
a que se liga a do adjectivo interrogativo, está, como gares, sítios; paragens, andas»? '
se vê, occulta,^ssinr como quasi sempre ó está em Adjectivo numerai, ê oque determi
casos idênticos. Cumpre ainda observar que o, e/ue significado pelo. substantivo, acrescent
do segundo exemplo é oadjectivo conjunctivo, e bem idea de numero de um modo positivo,.
assim o segundo, que, do quarto. «Umlivro; dois navios».
As vezes o primeiro termo de relação do adjectivo «Primeiro tomo; segundo dia».
interrogativo acha-se expresso, o que é apenas uma Divide-se em cardinal eordinal.
excèpção á regra geral. Exemplo: Numerai cardinal,éòque exprime si
«0 que queres»? • , o numero, como, um, dois, três, quatro
Neste exemplo, em que subentenderemos logo a Numerai ordinal, éoque exprime on
proposição principal para rnais clareza, «0 que que ordem, como, primeiro, segundo, terceir
res?», vale tanto como se disséssemos, «Desejo sa Adjectivo quantitativo, que lambem
ber Q,oú a cousa que{houso.,ou. qual cousa queres?». numerai indefinido, éoque determina
Os advérbios, onde, df,pnde, para onde, por onde, gnificado pelo substantivo, juntandò-lhe
também se põem freqüentemente pelo adjectivo in- quantidade numérica indeterminaria. Ex
SC
Vosso, vossa, vossos, vossas.
«Muitos homens; mais soldados; tantas casas»! N. S. e. P.
Pouco, é o opposto de, muito; menos, o de, mais; Seu, sua, seus, suas., .•. . •
quanto, o de, tanto.
Tanto, lorna-se partitivo,qu,ando se lhejunta, um,
Ha tampem o adjectivo possessivo d
outro, algum, cada, formando com elle uma espécie
nome próprio de pessoa, como áeJuno,j
nonia; de Manoel, manoilino, manoelina
de nome composto, como, um tanto, outro tanto, al josephim, josephiha &c. Exemplos:
gum tanto, cada tanto. «Agasalhos junonios; isto é, agasalhos
T«.fí^/oe/7w#r^o,tornãO"Seadjectivos comparativos,
«Leis manoelinas; isto é; leis del-nei D.
quando seáchão oppostos um ao outro, como se vê Pode igualmente considerar-se possess
neste exemplo: lação ao pae ou avoengõs o adjectivo pa
«Tantas forão as sentenças, quantas, as cabeças».
corno, Anchisiades, ou filho de Anchises;
Adjectivo possessivo, é o que determina o objecto filho de Lopo; Rodrigues, ou filho de Ro
significado pelo substantivo, trazendo álembrança a Adjectivo pronominal, ou adjectivo
idea de seu possuidor. Exemplo: como lhe chamão os Francezes, ha. só u
«Meu livro; istoé, o livro que me pertence». m., a t, o n., que vem de, is, ea,id, latin
«Teu chapeo; isto é, o cbapeo que te pertence». se pronominal este adjectivo, porque tem
«Seu. filho; isto é, o filho d'elle». de representar o nome que indica, ou p
Eis aqui este adjectivo em todas as suas fôrmas sempre só na oração como qualquer verd
com relação ás pessoas grammaticaes: nome. *
N. S. e P. Exemplos: •
Meu, minha, meus, minhas. «Copiaste a carta? Copiei-a».
N. S, e P. . «O, que escreve, deve pensar antes».
Nosso, nossa, ntesos, nossas. No primeiro exemplo, o adjectivo pron
N. S. e P.. sua terminação femenina,-À, é comple
Teu, tua, teus, tuas.' cto do verbo, copiei, e representa, carta, q
N. S. e P.
i
I
38
39
ü
| clicando: no segundo, o mesmo adjectivo na sua ter
tributo ao sujeito da proposição, phrase„ sentença,
minação masculina, c;,é sujeito do verbo, deve,e. re
i ou enunciado de juízo.
presenta, homenf, qui está indicando.
I
ri
Diz-se lambem que é a pai ivra por cxcellencia,'.
Em ambos os casos, este adjectivo se distingue
I porque dá vida ao discurso, que sem ella não pode
por seu emprego do artigo definido, a que só se as existir.
I semelha na fôrma, ou na apparencia. No primeiro,
A fôrma primitiva do ver!,d é uma e única cm
o artigo determina o appellativo,carta,«complemen
(odas as línguas: na portugueza, Ser, que quer di
to direclo do verbo, c.rpiaste; e este adjectivo é regi-
zer, ser ente, indeterminadamente; nas outras, equi
mcn de verbo, empreco que o artigo nunca exerce:
valente de, Ser. Divide-se poivin o verbo em subs
no segundo, o artigo não apparece; mas este adje
tantivo c allribiuavó ou ad'eclivo, segundo se acha
ctivo é sujeito de verbo, emprego que o artigo lam
bem nunca exerce.
cm sua fôrma primitiva, ou unido ao altribulo,
•como, Viver, que quer dizer, ser vireufe.
N. B. Adoptei para este adjectivo, que nas mi
E pois propriedade essencial ao verbo, ou pro
nhas Postulas chamo, demonstrativo, a denomina
ção de, pronominal, tomada dos grammaticos fran-
priedade pela qual ésla se distingue de Iodas as ou
cczes, porque melhor o distingue em seu officio tras palavras, o exprimir a afirmação: isto, quer a
I particular no discurso. proposição seja affirmativa, quer negativa, como se
vê nos seguintes exemplos:
«Deus é eterno». .
«Deus não 6: injusto».
& No primeiro caso, o verbo,7', aflirma que a qua
lUrlur.
lidade de, ser eterno, existe no sujeito, Deus, ou lhe
convém: no segundo, o verba., É, aflirma igual
Verbo,è a palavra .;uc servo para affirmar a exis mente que a qualidade de, não ser injusto, existe no
tência da qualidade Via substancia, pessoa ou cousa, sujeito, Deus, ou lhe convém.'*
1 e por conseguinte, o nexo ou copida,qiieune o at- 'Alem d'csIa propriedade cs. cncial que o caraclc-
13
#
I
Í
I •iO 41
i risa palavra por exceílencia, tem o verbo a de tomar excepção, c cm'casos especiaes, na nossa'língua.
i inflexões diversas: primo, para accommodar-se á Taes accidentes são em ultima.analyse meros acci
i pessoa c numero do sujeito a quem respeita a af dentes da affirmação do verbo, que pode existir in
ú firmação; secundo, para exprimir otempo.a que ella dependente d'elles, como se observa na proposição,
se refere; tcrció, para significar o modo por que a «Deus é omnipolente», a qual é verdadeira cm lodo
mesma se faz. o tempo e modo, e cujo atlributo convém a um su
E'sta propriedade, que tem o verbo de mudar de jeito único.
terminação parapreencher qualquer dos Ires indi
cados fins, chama-se. conjugação, de duas palavras pessoas c números i*o vcvbo.
i
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43
P .••-.•
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í mente a esfoutro:- «Eu'linha acabado de cear, O modo condicional, em que ella se faz condi
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I quando elle entrou». Assim esses dois tempos, sim cionalmente, como «Faríamos, si pudéssemos, ou
*
ples na apparencia, são compostos no sentido, por ainda, si pudéramos fazer».
que são justamente equivalentes á<dois tempos Omodo imperativo, em que ella se foz imperio-
compostos que em tudo lhes correspondem. - samente, como', «Faze tu, fazei vós.»
1
E'stas fôrmas do pretérito compostas no sentido O modo conjunctivo ou subjunetivo, em que
passarão para o Portuguez das fôrmaslatvnaiS,coena- cila se faz modificadamente, ou com dependência
bam, coenaveram, sem que passasse igualmente a de ouIra, como, «Convém que estudes».
do futuro, coenavero, a que corresponde a nossa Ornado infinito ou:infinilivo, em que ella se
composta, terei ceado, que se-põe em relação com faz incleterminadamente, como, «Morrero homem,
a simples do futuro do conjunctivo, como se vê ou morrermos é inevitável». •
ífeste exemplo: «Terei ceado,quando elle entrar». Tinha ainda o Portuguez ou Ira fôrma de condi
i cional, como se vê neste exemplo: «Concluíramos, si
"tivéssemos podido, ou pudéramos concluir»:
Esta fôrma porem antiquou-se, porque se confun
I Jlloísos í>o verbo. dia com a do pretérito mais que perfeito,—Concluí
ra, concluíras, concluíra, concluíramos, voncluíreis,
Chamão-se modos do verbo as inflexões que elle concluirão.
toma para significar os diversos modos oii manei
ras por que se faz a affirmação, que pode ser sim
ples, positiva, ou não.
A lingua portugueza tem inflexões verbaes para Uervo substantivo.
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l
'••••'."'•
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46
> 47
I
apresenta debaixo d'csla fôrma, ou separado do ai-** doente. «Pedro está doente», vale pois tanto como,
I tributo, com o qual se combina para formar o cha
Pedro existe, permanece, fica, actual mente doente;
:
mado, verbo altribulivo ou adjectivo, porque só
e o Verbo estar é um verbo altribulivo como qual
; elle é o verbo subsistente por si mesmo, ou o único
quer dos três por que elle se explica no presente
J
verbo que exprime a affirmação, e pelo qual se po
caso, ainda supprimido o advérbio, aclualmente. •
dem resolver todas as proposições de qualquer lin
A distineção que fazem os-mesmos de que, ser,
gua. Verbo substantivo, pois, é, por opposição ao
exprime uma qualidade permanente, e, estar, uma
•verbo adjectivo, o verbo não. combinado com at
qualidade accidental, serve para. demonstrar que o
lributo algum, como sé vê nestes exemplos: «Tu és
primeiro éo verbo substantivo,e osegundo,um verbo,
estudioso»; «Pedro era sábio»; «Elle foi prudente»;
altribulivo. Si quizessemos, por exemplo, dizerque,
Nós seremas amigos». «Pedro se fez homem»,diríamos com,ser, «Pedro é
Alguns grammaticos pretendem fazer lambem,
*já homem», acrescentando ao atlributo o advérbio
estar, verbo substantivo, o qual, si assim fosse, dei- ,
de tempo já, porque o verbo substantivo não ex
xaria de ser o único-verbo: mas esta doutrina é in
prime senão a simples affirmação; com o verbo,
sustentável e errônea, porque, estar, que se resolve
estar,porem,que envolve em sua significação a idéa
por,ser estante, evem do simples latino, star'e,{eslar de, estada, estado, posição actual, ou a idéa de qua
.firme,) ou ainda do comoosio,exstare,(estar eminen
lidade em referencia ao tempo, diríamos bem com
te,)'}* envolve em sua significação a idéa de, estada, o advérbio ou sem elle, «Pedro já está homem, ou
estado, altitude em certa maneira, ou a idéa de, simplesmente, está homem».
existência modal, e já é por conseguinte o verbo
Fôrmas simples do verbo substantivo, ou do ver
substantivo combinado com um atlributo.
bo, Ser.
Quando digo,por exemplo, «Pedro está doente»,
MODO INDICATIVO.
acrescento já alguma cousa á simples affirmação
expressa pelo verbo substantivo,, porque junto a
Presente.
cila a idéa de, estada, estado actual, ou modo, por
que Pedro existe na actualiclade, que é no estado de
N. S. Sou, és, c. • •
i
i
'•fi'
I
i
i
i
3 •48 40
i
i Pretérito imperfeito. MODO IMPERATIVO.
Futuro.
MODO CONDICIONAL.
a. Futuro.
'.*'•' .1
N, S. Fôr, fores, fòr. •
N. S. Seria, serias, seria. ;. N. P. Formos, íòrdcs, forem.
'-'•:j
•-•••'.
»
i. 50
Em sendo.
Participio'pretérito.
:üo
Drrb mmltnr.
Não tem.
Chama-se, auxiliar, o verbo, que auxilia o verbo
substantivo em sua conjugação, quer este esteja em
Supino. sua. fôrma primitiva, quer unido ao atlributo. Isto
5
faz-se por três maneiras, porque ou o auxiliar pró
Sido.
prio combinado com o supino fôrma os tempos
compostos do pretérito e futuro, e com o infinito
MODO INFINITO PESSOAL.
unicamente os do futuro, ou combinado com o ge-
runclio fôrma o verbo frequenlativoe suas espécies,
Presente.
ou combinado com o parlicioio pretérito fôrma o
I que se chama voz passiva do verbo. • *
N. S. Ser eu, seres tu, ser elle. Tractarei agora dos auxiliares com que se formão
i N. P. Sermos nós, sentes vós, serem elles.
I
I
I
I
I
1
r;o.
!
54 • -
o o
Haver. Presente.
1
57
56 v
MODO CONJUNCTIVO.
N. S. Tive, tivestc, teve.
N. P. Tivemos,- tivesles, tiverão.
Presente.
MODO CONDICIONAL.
N. S. Tiver, tiveres, tiver.
Fiiluro. N. P. Tivermos, tiverdes, tiverem.
I
.;
r
I
I
58 59
)
Gerundio. N. P. Havemos, haveis, hão sido.
! Pretérito anterior.
Em tendo.
s
Parlicipio pretérito. N. S. Houve, houveste, hquve sido. .
i N. P. Houvemos, houvesles, houverao sido.
1
Tido, tida.
Supino. Pretérito mais que perfeito composto.
i W-f.
i
61
i ' 60
Futuro.
MODO INFINITO IMPESSOAL.
1'-'''!
é': \
62
63
MODO INDICATIVO.
N. P. Teremos, tereis, lerão sido.
Pretérito anterior.
MODO CONDICIONAL.
1
I
u 65
Futuro.
Com estes dois verbos auxiliares e o infinito cio
Ter de ser. verbo, Ser, formão-se ainda diversas linguagens do
futuro, que os grammaticos não teem classificado,
Parlicipio futuro composto. e a que chamaremos—Futuros do-Presente ou do
Pretérito—, segundo a relação que teem com cada
Tendo de ser. um cfesles tempos, como se passa a ver nos seguin
tes exemplos:
MODO INFINITO FESSOAL. Futuro do Pretérito do •Indicativo:— «Foi, quan
do, ou como, ou porque havia ou linha de ser.»
• Pretérito. Futuro do Presente do Conjunctivo:—«Seja,
quando, ou como, ou porque haja ou lenha de ser.»
N. S. Ter eu, teres lu, ter elle sido. Futuro do Pretérito do Conjunctivo:—«Fosse,
N. P. Termos nós, terdes vós, terem elles sido. quando, ou como, ou porque houvesse ou tivesse de
ser.
; •*»! Futuro.
A terminação infinitiva em, ôr, que só se nota no Pretérito mais que perfeito.
verbo, Pôr, e seus compostos, não dá origem a uma
N. S. Amara, amáras, amara. r
Í-;
68
60
MODO IMPERATIVO.
Presente.
Futuro. Amar.
g Amando.
MODO CONJUNCTIVO.
I Gerundio.
Presente.
Em ornando.
...i •fí. S. Áme, íirnes, áffie.
i
70
71
Presente. \ Futuro. »
!•;
ió
ri
MODO IMPERATIVO.
Pariicipio pi%'sente.
Futuro. Movendo.
N. S. Move lu.
N. P. Movei vós.. .. Geru/utio.
Presente.
Puriicipio passado.
•» •'
N. S. Mova, movas, mova.
N. P. Movamos, movais, movào.' Movido, movida.
Movido.
N. S. Movesse, inovesses, movesse.
N. P. Movêssemos, movesseis, movessem.
MODO INITMTO PESSOAL.
Futuro.
Presente.
H
74
Futuro absoluto.
Terceira conjugação.
Presente.
Futuro. . .
0
70 77
Pretérito imperfeito. Supino
Unido.
\\ S. Unisse, unisses, unisse.
N. P. Uníssemos, unisseis, unissem.
MODO INFINITO PESSOAL.
• Futuro.
Presente.
>
N. S. Unir, unires; unir.
N. P. Unirmos, unirdes, unirem. N. S. Unir eu, unires tu, unir elle.
N. P. Unirmos nós, unirdes vós, unir
MODO INFINITO IMPESSOAL. N. B. Fôrma do condicional pre
quado:
Presente.
Unir.
N. S. Unira, unirão, unira.
N. P. Uníramos, unireis, unirão.
Parlicipio presente.
Unindo.
Os tempos compostos do verbo attri
Gèrundio. mão-se com os auxiliares, Haver e Ter,
do verbo substantivo e pela maneira que
Em Unindo. pta quando delle tracto.
Porei aqui para exemplo unicamente
Parãcipio pretérito. ras pessoas do singular e pluraf, porque
fácil é formatas, conhecidas as fôrmas s
auxiliares.
Unido, unida. 12
(
78
70
Tempo.* eompostus. do verbo em ÁR.
Futuro perfeito composto
MODO INDICATIVO.
Primeira Fôrma.
N. S. Haverei ou terei amado.
Pretérito perfeito composto.
N. P. Haveremos ou teremos ama
Segunda Forma.'
N. S. Hei ou tenho amado.
N. P. Havemos ou. temos amado.
N. S. Haverei ou terei de amar.
N. P. Haveremos ou teremos de a
Pretérito anterior.
MODO CONDICIONAL.
N. S. Houve ou tive amach.
N. P. Houvemos ou tivemos ornado.
Futuro perfeito composto.
Pretérito mais que perfeito composto. Primeira Fôrma.
N. S. Havia ou tinha amado. N. S. Haveria ou teria amado.
N. P. Havíamos ou tínhamos amado. N. P. Haveríamos ou teríamos am
Futuro imperfeito composto. Segunda Fôrma.
k.
N. S. Hei ou tenho de amar. N. S. Haveria ou teria de amar.
-
N. P. Havemos ou lemos de amar. N. P. Haveríamos ou teríamos de
i
80
i
M MODO INFINITO IMPESSOAL. N. P. Havermos nós-ou lermos nós de amar.
1
. Pretérito. N. B. Fôrma antiquada do condicional preté
rito composto:
Haver ou ter amado.
N. S. Houvera ou tivera amado.
Parlicipio pretérito composto. N. P. Houvéramos ou tivéramos amado.
Segunda Fôrma.
Futuro imperfeito composto.
Primeiro Farina.
Pretérito.
Pretérito. •
N. S. Haveria ou teria movido.
N. P. Haveríamos ou teríamos movido. N. S. Haver eu ou ter eu movido.
\
Si
8S
N. P. Havermos nós ou lermos nós movido.
Pretérito mais que perfato composto.
Futuro.
N. S. Havia ou tinha unido.
N. S. Haver eu ou. ter de eu mover. N. P. Havíamos ou tínhamos unido. '
N. P. Havermos nós ou termos nós de mover.
Futuro, imperfeito composto.
N.. B. Fôrma antiquada do condicional preté
N. S. Hei ou tenho de unir.
rito composto:
N. P. Havemos ou temos de unir.
N. S. Houvera ou tivera movida.
N. P. Houvéramos ou tivéramos movido.
Futuro perfeito composto.
Primeira Fôrma.
Tempo? compostas do verbo em IR.
\-A
i 87
fti 80
MODO INFINITO rESSOAL.
i
Jí. P, Haveríamos ou teríamos unido.
I
Pretérito.
Segunda Fôrma.
tú
88
89
«houvesse ou tivesse ttôo, amado, movido, unido'»; , Teui-/.'s, temente cs.
«houver ou tiver sido, amado, movido, unido»; Tem-0, temente é.
a segunda fôrma do futuro composto, com os mes N. P. Vem-èmos, tementes somos.
mos auxiliares e o infinito dos verbos, ser, amar, Tem-eis, tementes sois:'
1 mover, unir, como se vê lia primeira pessoa do sin Tcm-em, temeules são.
m
gular, «houver ou tiver de ser, amar, mover, tinir».
Preteiito imperfeito.
Futuro absoluto.
N. S. Andava procurando.
Andavas procurando.
Andava procurando. N. S. Andarei procurando.
N. P. Andávamos procurando. Andarás procurando.
Andaveis procurando. Andará procurando.
Andavão procurando. N. P. Andaremos procurando.
Andáreis procurando.
Pretérito perfeito. Andarão procurando.
N. S, Andei procurando.
MODO CONDICIONAL.
Andaste procurando.
Andou procurando.
..N. P. Andámos procurando. Fulu ro.
Andastes procurando.
Andarão procurando. N. S. Andaria procurando.
Andarias procurando.
Pretérito mais que perfeito. Andaria procurando.
N. P. Andaríamos procurando.
N. S. Andara procurando. • Andarieis procurando.
Andáras procurando. Audarião procurando.
ri
#.. J04 J05
MODO IMPERATIVO. Futuro.
Futuro.
N. S. Andar procurando.
Andares procurando.
N: S. Anda lu procurando. Andar procurandq.
N. P. Andai vós procurando. N. P. Andarmos procurando.
Andardes procurando.
MODO CONJUNCTIVO.
Andarem procurando.
MODO INFINITO IMPESSOAL.
Presente.
N. S. Ande procurando. Presente.
Andes procurando.
Ande procurando. Andar procurando.
N. P. Andemos procurando. .*
Andeis procurando. Parlicipio presente.
Andem procurando.
Andando procurando.
Pretérito imperfeito.
Gerundio.
N. S. Andasse procurando.
#•
Andasses procurando. Em andando procurando.
Andasse procurando.
N. P. Andássemos procurando. Parlicipio pretérito,
Andasscis procurando.
Andassem procurando. Não tem.
100 U)1
Supino. N. P. Havemos ou lemes andado pro
Andado procurando. Pretérito anterior.. •
MODO INFINITO ft*ESSOAL N. S. Houve ou tive andado procura
N. P. Houvemos ou livemos andado
Presente.
Pretérito mais que perfeito.
N. S. Andar eu procurando.
Primeira Fôrma.
Andares tu procurando.
Andar elle procurando..
• N. P. Andarmos nós procurando.
N. S. Havia ou tinha andado procur
Andardes vós procurando.
N. P. Havíamos ou tínhamos andado
Segunda F. r.i.a. .
Andarem elles procurando.
N. S. Houvera ou tivera andado pro
N. P. Houvéramos ou tivéramos and
rando
Fôrmas duplamente compostas do, verbo at Futuro imperfeito.
tributivo composto, em que entrão os auxiliares,
Haver e Ter. N. S..Hei ou tenho de andar procura
N. P. Havemos ou temos de andar p
MODO 'INDICATIVO.
*- '- .
Futuro perfeito.
Préter ão perfeito. Primei ra'Forma.
N. S, liei ou tenhovandado procurando. N. S. Haverei òü terei andado procur
408
409
Futuro imperfeito.
Futuro perfeito.
N. S. Haja ou tenha de andar procurando.
Primeira Pnrma.
N. P. Hajamos ou tenhamos de andar procu
rando.
N. S. Haveria ou teria andado procurando.
N. P. Haveríamos ou teríamos andado procu Futuro perfeito.
rando. *
Segundo Fórum. Primeira Fôrma.
Presente.
N. S. Façá-se. '• . •
N. P. Fação-se..
N. S. Fazer-se.
N. P. Fazerem-se.
PreUriio imperfeito. N. B. Na segunda fôrma do futuro do indica
tivo è do condicional intercala-se o pronome, se,
N. S. Fizesse-se^ ou se fizesse.
no verbo; pois, «Far-se-há, far-se-hia», é o mesmo
N. P. Fizcssem-sc?, ou se fizessem.
que, «Ha de se fazer ou íazer-se, Havia de se fazer
ou fazer-se», e, cm última análysc, «Se fará,.Se fa:
Futuro.
ria». Nos mais tempos do indicativo, ou conjunc
tivo, ou infinito, tanto se pode coUocar o pronome
N. S. Fizer-se, ou se fizer.
se, antes como depois: faz-se, ou se faz; faça-se, ou
N. P. Fizerem-se, ou se fizerem.
se faça; fazer-se, ou se fazer.
MODO INFINLTO IMPESSOAL.
Fazer-se.
W Pretérito perfeito.
Futuro perfeito.
« :•' N. S. Ha-se ou tem-se feito.
Primeira Fôrma.
N. P. Hão-se ou teem-se feito.
Segunda Forma.
Pretérito mais que perfeito.
Segunda Fôrma.
MODO CONDICIONAL.
Primeira Fôrma.
Futura imperfeito.
••'
Pretérito perfeito.
.
* . 130
434
Tu te condoeste. [ MODO CONDICIONAL.
Elle se condoêo.
N. P. Nós nos condoêinos.
Futuro.
«
Vós oos condoestcs.
Elles se condoêrao.
N. S. Eu me condoeria.
* . * Tu te condoerias. .
Pretérito rnaís que perfeito. Elle se condoeria.
N. P. Nós nos condoêriamos.
Vós ?'oscondoerieis.
N. S. Eu me condoêra. Elles se eondoerião.
*
Tu te condoêras.
Elle se condoêra. • MODO IMPERATIVO.
N. P. Nós nos condoêramos.
Vós vos condoêreis. Futuro.
Elles se condoôráo.
N. S. Condóo-/é tu.
N. P.-Cóndoei-ros vós.
Futuro absoluto. i
MODO CO.NMUXCTIVO.
N. §. Eu me condoerei. Presente.
Tu te condoerás.
Elle se condoerá. N. S. Eu nie condôa.
N. P. Nós nos condoeremos. Tu te condôas.
Vós vos condoêreis.. Elle se condôa.
Elles se condoeráò. ti P. Nós nos condoâmos,
132
433
Cantar, Ceder, Jlhulir, &. A irregularidade n'este verbo eslá, como se vê,
r
unicamente na primeira pessoa do presente do in
dicativo e uo presente do conjunctivo, que se apar-
tão da raiz, Ped; pois, em Iodos os tempos e pessoas
pKtbo irrrtiulnr. que seguem araiz,-é elle regular.
Chama-se,irregular, overbo que em todos os seus N. B. Este verbo fazia antigamente na primeira
modos, tempos e pessoas -se aparta do paradigma pessoa do presente do indicativo, <&Pido;no presente
436 4|37
do conjunctivo, «Pida, fidas, pida, pidamos, pidais, llci-boVmtuiíssoiil.
pidão»; e era regular, assim como outros que de
pois se converterão em irregulares, porque com leve Chama-se, unipessoal, o veflDO que só tem a ter
differença orthographica se escrevia, Pidir. ceira pessoa do singular. O. verbo altribulivo pôde
ser, unipessoal,de duas maneiras: ou em fôrma ac-
tiva, como, chove, venta, troveja,gea; ou em fôrma
ajpssivada, como, vive-se, falia-se, 'canta-se, come-
Ucruo üífectioe.
se. O primeiro é o, verbo unipessoal, propriamente
dito: o segundo, o verbo pessoal convertido em,
Chama-se, defeclivo, o verbo a que faltão alguns unipessoal.
tempos e pessoas, como, por exemplo, Feder; pois E propriedade do, verbo unipessoal, conter em si
não se diz na primeira pessoa do presente do indi o sujeito e o atlributo, de modo que com uma só
cativo, fedo,nem no.presente do conjunctivo, feda, palavra se fôrma proposição quando o verbo está na
fedas, feda, &, mas ou, cheiro mal, ou, estou feden voz activa, ou com duas, quando está na passiva:
do &. Todo verbo ou propriamente, «impessoal, ou por quanto, chove, é o mesmo que, «ha ou cahe
tomado como tal em casos especiaes, é por sua na chuva»; venta,o mesmo que, «ha ou sibila vento»;
tureza, defeclivo. troveja, o mesmo que, «ha ou rebôa trovão»; gea,
N. B. Na lingua portugueza, a mais rica em fôr o mesmo que, «existe ou cahe geada»; vive-se, vale
mas verbaes das que fallão hoje os povos cultos, é tanto como, «existe ou dá-se o viver ou a vida»;
rarissimó o verbo, defeclivo, pois além do caso a- falia-se, tanto como. «existcou ouve-se o fatiar ou
cima não nos occorre outro; ao passo que no La a falia»; canta-se, tanto como, «existe ou sôa o
tim, e até no Francez., é freqüentíssimo este verbo. cantar ou o canto»; come-se, tanto como, «dá-se ou
Ainda assim o povo ,baixo suppre as pessoas que tem cabimento o comer ou a comida»; ou. resolven
fallão ao verbo, feder, dizendo, feço; feça, feças, do-se a proposição por est'oulra maneira mais sim
fcça,feçamos,&; o que não é usado pela gente culta. ples, «o viver-se, o (aliar-se, o cantar-se, o cq*
mer-se, existe, ou tem cabimento».
138 : 139
MODO INDICATIVO.
MODO CONJUNCTIVO.
Presente.
Presente.
Havia. Houvesse.
Houve. Houver.
Preferilo mai? que perfeito.
í
í .
MODO INFINITO.
Houvera.
I
Presente.
Futuro absoluto.
Haver.
Haverá.
Participio presente.
MODO CONDICIONAL.
Havendo.
Futuro. Supino.
Haveria, Havido.
20
'->:
iH 443
MODO CONDICIONAL.
Houve ou teve havido.
I
Futuro.
Pretérito mais que perfeito.
Primeira fôrma!
i •
Segunda Fôrma. Haveria ou teria de haver.
.0
lí.1
Pretérito mais que perfeito. N.- B. Este verbo não vem, como sonbão al
guns grammaticos, de, Habeo,latino, que nunca foi
Houvesse ou tivesse havido. tomado em tal accepção, mas do verbo françez, y
havoir, que tem a mesma significação e emprego,
Futuro. que o verbo portuguez, com a única differença de
Primeira fôrma. vir acompanhado do pronome indefinido^/, que
indica o verdadeiro sujeito occulto, nombre, espèce,
Houver ou tiver havido. quantilé &. . ,
Os nossos clássicos costumão ás vezes juntar
Segunda fôrma. lambem a este verbo a partícula, ou advérbio, hi,
ahi; o que acontece ordinariamente quando elle
Houver ou tiver de haver. vem com sujeito expresso, por exemplo:
d Não ha hi honrem».
MODO INFINITO. «Não ha ahi cousa».
Pretérito.
jugação; c cm, onda, no verbo iiTegular, por, e seus «Sendo Cônsul Cicero, foi debellada a conjura
compostos, como, amando, de amar; movendo, de ção de Calilina».
mover; unindo, de unir; pondo, de pôr. É, transi íYeste exemplo, Cônsul, substantivo tomado ad-
tivo, ou, intransitivo,segundo a natureza da signifi jeclivaincute, é oatlributo da proposição participio,
cação do verbo cfondc nasce, e forma-se com elle cujo sujeito é, Cicero. +
a proposição chamada, parlicipio. Reinando Priamo, vale tanto como, ««Quando
Exemplos: reinava Priamo,. ou em quanto reinava Priamo, e
«Reinando Priamo, foi destruída Tróia; islo é, como reinasse Priamo»; proposições do modo in
sendo Priamo reinante». dicativo econjunctivo, em que se- resolve a do par
«Administrando os reis justiça por si e pelos ticipio:
que governão em seu nome, são os povos felizes; Assim a dillerença que existe entre o participio
islo é, sendo os reis adminisIrantes justiça, &». presente ou activo e o atlributo incluído no verbo,
No primeiro exemplo,o participio, reinando, é in é a expressão da circumstancia de tempo em rela
transitivo, porque a acção exercida pelo sujeito,. ção á acção que se pratica, ou transmitte, residin
Priamo, fica n'elle próprio: no segundo, o partici do a affirmação no participio do verbo substantivo,
pio, .adminisirando, é transitivo, porque a acção que se combina com o atlributo para formar o do
exercida pelo sujei to, reis, passa ao sujeiIo diverso, attributivo.
justiça, em que se emprega A differença de fôrma entre este participio e a-
N. B. O parlicipio presente, do verbo substan quclle atlributo, quando destacado do verbo, con
tivo em que se resolve o do verbo attributivo, ex tra o que se observa no Latim, ou lingua mãe, pro
prime unicamente a affirmação na actualidade. É vem de haver sido substituído no Portuguez, como
um simples accessorio verbal sem caracter de ad já expliquei, o primitivo participio em, ante, ente,
jectivo, porque vem sempre, como o verbo d'onde inle, pelo em, ando, endo, indo, sendo que, ondo, é
nasce, separado do atlributo, que communica tal uma contracção de, oendo.
caracter ao participio do verbo attributivo. Exem N. B. Esta nova fôrma que nos veio provavel
plo* mente do Francez, assim como o verbo unipessoal.
448 449
Haver, tem sido occasião de alguns grammaticos òada»; proposições do niodo indicativo
modernos confundirem o mencionado participio vo, em que se resolve ado" particioio.
activo com o gerundio, que, não obstante asseme- Assun adifferença que existe entre
lhar-se-lhe, se distingue todaviad'elle por sua natu Vreteruo passiva, eoadjectivo attributi
reza e emprego. # .. Wcattvo èaexpressão da circunstanci
em relação áacção recebida,- transmitti
dmdo aaffirmação
subStant que comnoe„eparticipio pretérit
primord;aImen
- participto pvctcrito. Hmdio, e hoje se nâo distingue.
Oparticipio pretérito, ou, passivo, do verbo attri
butivo exprime a acção recebida; o que já leva em.
si a idéa de. anterioridade. É um adjectivo com duas Composto.
terminações para o singular e duas para o plural,
feminina e-masculina: como, amado, amada, amados, Com oparticipio presente dos auxiliar
amadas, de amar; movido, movida, movidos, movi e,Ter,e oSupi„odo verbo attpbutivo, f
das, de mover; unido, unida, unidos,, unidas, de parucpio pretérito composto, fvavendo
unir; posto, posta, postos, postas, de pôr irregular. amado, movido, unido, posto.
Também se fôrma com elle proposição participio, Este participio,que è,intransitivo, ou, t
subetendendo-se o participio pretérito composto do segundo anatureza da significação do ver
verbo substantivo, tendo sido. Exemplo: nasce, éum verdadeiro participio pretéri
«Acabada a prática, mandou tocar.á investir; isto porque exprime simplesmente aacção na
é, tendo sido acabada a prálica». dade, sem envolver idéa de passividade.
Tendo sido acabada a prática, è o mesmo que, N. B. Émuito para notar que os gra
«Depois que a prática foi ou teve sido acabada, e nao costumem afazer esta distinccão, que
como quer que a prática fosse ou tivesse sido aca- ta aos olhos.
-150 151
ainda em, conjuncção, que Yiga palavras, proposições grammaticos, copulativas: e, nem, lambem; adver-
e sentidos, e, conjuncção, que liga unicamente pro- sativas:mas,porem; disjunclivas:ou, nem (repetido),
posições e sentidos.- ora, já (repetidos). Ora, contracçào de agora, quan
Eis as principaes conjuncçõcs de aproximação da do vem só, é conjuncção de aproximação da segunda
primeira espécie: E, nem, mas, porém, ou, lambem, espécie, e em muitos casos advérbio; agora, e já,
agora -ou ora (repelido), já (repelido). não repetidos, são advérbios. Ha ainda outras par
Exemplos desta espécie de conjuncção ligando tes da oração que servem de conjuneções efesta or
dem, como, quer, (repelido), seja (repetido).
palavras:
Formão-se lambem locuções conjunetivas da
«Pedro e João».
mesma natureza, como: não só, mas também, ou
«Rico ou pobre».
mas ainda, ou como também &.
.«Formosa, mas altiva».
Eis as principaes conjuneções de aproximação da
«Ora um, ora outro».
segunda espécie: Depois, d'ahi, assim, pois, logo,
Exemplos cia mesma espécie de conjuncção, li
ora, demais, cmfim, finalmente, por isso, por con
gando proposições:
seguinte, conseguintemente, portanto, entretanto,
«Chegou hontein, e partio hoje».
no emlanlo, ri este Ínterim, ri este comenos, ri estes
«Não veio, nem virá».
entrementes, comtudo, todavia, não obstante, bem
«Fállou muito, mas nada concluiu».
assim, outro sim.
Exemplos da mesma espécie de conjuncção, li
Exemplo desta espécie de conjuncção, ligando
gando sentidos:
proposições:
«Chovêo quasi Ires dias contínuos, de modo que
«A virtude é adorável; ora a charidade é virtude,
os caminhos se tornarão iri transi laveis. Tivemos
logo a charidade é adorável».
porem no terceiro uma bôa noite de luar».
«0 medo faz mais tyrannos que a ambição, diz Exemplo da mesma espécie de conjuncção, li
gando sentidos:
um sábio moralista. E a licção da história o con
«Todos sabemos que a morte é conseqüência ine
firma».
vitável da natureza humana. Entretanto não nos
N. B. D'esta espécie de conjuneções chamãoos
1S6
J->7
preparamos paraa morte, que quasi sempre nos apa ^Eis as principaes conjuneções efesta espécie:
nha desapercebidos». Como, quando, si, como si, siuão, em quanto, com
N. B. D'esta espécie de conjuneções chamão os quanto, porquanto, ainda quando, que, porque,
grammaticos, conlinuativas: Depois, d*ahi, demais, como quer que, ainda que, posto que, bem que, para,
no emtanlo, e suas análogas; conclusivas: assim, que, antes que, depois que, logo que, de que, aque,
logo, portanto, por isso, conseguintemente, e suas e todas as mais que se compõem com, que.
análogas.
Exemplos efesta espécie de conjuncção subordi
Em nemhum dos exemplos acima citados a con nando um termo a outro, e influindo no modo do
juncção faz um termo dependente do outro, ou verbo do segundo.-
exerce n'elles influencia alguma; pois em, «Pedro e
«Em quanto fores feliz,eontaras muitos amiços»
João», aproxima somente uma palavra á outra; em
«Fallou muito,mas nada concluio»,uma proposição «Como seja esclarecido este ponto, passarei a tra-
ctar dos mais».
á outra; em «Todos sabemos que a morte è conse
qüência inevitável da natureza humana. Entretanto
«Quando fores homem provecto, terás aprendido
a conhecer o mundo á tua custa».
não nos preparamos para amorle,que quasi sempre «Desejo que sejas feliz».
nos apanha desapercebidos», um sentido a outro; e
assim nos mais. «Por mais que facas na elevada posição em que
te achas, não conseguirás escapar ao dente vene
noso da inveja».
Exemplos da mesma espécie de conjuncção, su
<ÊonJHrtCeÍ?<i í»f srgtinba rlrtôôí. bordinando um termo a outro, sem influir no modo
do verbo do segundo:
«Partiologo,como foi dia».
Chama-se, conjuncção de segunda classe ou de su
bordinação, a que liga os termos, subordinando um «Quando chegou, já tudo estava concluído».
ao outro, einfluindo no modo do verbo do secundo, «Sahio a tomar ares no campo, logo que as for
ou ainda sem influir. ças lhe pennittírão».
158
I oi)
«Sinão é um sábio profundo, é pelo monos um
homem erudito». que exprime uma relação eu ire duas palavras, ou
N. B. D'esta espécie de conjuneções chamào os entre um termo antecedente e outro conseqüente,
grammaticos, circumstanciaes:eomo,como quer que, ligando o segundo ao primeiro, como se vê em,
quando, ainda quando, em quanto, antes que, de «Morrer pela pátria». Vem esta palavra, que se põe
pois que, posto que, ainda que; condicionaes: si, antes de outra, chamada seu complemento, do
sinão, como si; causaes: porque, pois que, por quan verbo latino,pravponere, que quer dizer,antepor, ou,
to, com quanto; subjunclivas: que, e as suas com pôr antes.
postas, de que, a que, quando ligão proposições Eis as principaes preposições simples e compos
completivas. tas: A, em, de, com, por, per, sem, para, sob, sobre,
Nos cinco primeiros exemplos dos efíeitos da entre, contra, após, dês, desde, ante, até, tc\ peran
conjuncção de segunda classe, as conjuneções, em te, durante, segundo, a segundo (antiquada), confor
quanto, como, quando, que, por mais que, não só me, excepio, afora (antiquada), acerca de, antes
subordinão o segundo termo ao primeiro, mas ain de, atrás de, trás (antiquada), dentro de, fora de,
da influem-lhe no modo do verbo, levando-o ao aquém de, alem de, junto de, perto de, por entre,
conjunctivo, como se vê em, fores, seja, fores, se em cima de, acima de, por cima de, em baixo de
jas, faças: nos quatro últimos, porem, as conjune abaixo de, por baixo de, atrás de, por detrás de,
ções, como, quando, logo que, sinão, subordinão diante de, adiante de, por diante de, por junto de,
unicamente o segundo termo ao primeiro, sem in por dentro de, por fora de.
fluir-lhe no modo do verbo. A preposição exprime em geral diversas relações,
N. B. Quando a conjuncção é composta, como, das quaes se podem reputar como principaes as
com quanto, posto que &., chama-se, locução con- seguintes:
junetiva. l.a A relação de logar, como, em junto de, de,
para, a, por, por entre, alem de, a quem de, &.
prepúf.tíjHc». 2." A relação de tempo, como, em, por, de, du
Proposição, ê uma parte invariável da oração rante, antes de, depois de, &,
160 Mil
.a A relação de ordem ou posição, como, antes «Escreve com elegância, c em regra».
depois de,*apoz, a, &. «Tez-se aceremonia segundo o rito».
.a A relação de causa, como, por, com, a, de, &. Exemplos da preposição, exprimindo u
.« Arelaçãodé modo, como, com, a, segundo, &. ção de conformidade:
.« A relação de conformidade, como, com, con «Conformou-se com o meu parecer».
e, segundo, &. «Obrou segundo, ou conforme a lei».
xemplos da preposição, exprimindo uma rela A preposição exprime apenas uma relaç
de logar: a qual só fica definida o determinada pe
Nascêo em Lisboa, junto ao Tejo». termos a que serve de liaine, como se vô
Sahio de casa, pela porta principal». um dos exemplos acima citados. E por
Embarcou para a índia num vapor». parte da oração pode ser lambem tomada*
xemplos da preposição, exprimindo uma rela tido próprio ou translato, a relação de l
de tempo: tempo, &, pode em muitos casos ser m
Arrendou a quinta por um anno». virtual.
Morrêo o anno passado de noite; isto é, durante Exemplo da preposição exprimindo um
em o anno passado». virtual de logar:
xemplos da preposição, exprimindo uma relação «Sahio do assumpto, fazendo uma digre
rdem? Exemplo da preposição, exprimindo um
Estava antes de mim, seguia-se depois de virtual de tempo:
». .«Nas conjiinclUuVas arriscadas é que s
xemplos da preposição, exprimindo uma rela o grande poli tico ik
de causa: N. B. Quando a preposição é compost
Morrêo «fome, ou de fome». por entre,alam'He, chama-se, locução pr
Com a grande magoa se finou».
xemplos da preposição, exprimindo uma rela
de modo:
I.
102 163
105
do), alhures (antiquado),por cima, por baixo, den
tro, por deatro, fora, por fora, internamente, ex (Circumstancia de quantidade):
tern cimente, interiormente, exteriormeute. «Chovêo muito; isto é, em muita quantidade».
0 advérbio em cuja composição entra o adjectivo (Circumstancia de logar):
qualificativo, ou que cFelle se fôrma, admitte lam «Esteve aqui; isto é, n'este logar».
bem gráos de significação; como o adjectivo que o Exemplos do advérbio, modificando o adjectivo
compõe, ou (fonde vem, segundo se vê, em elegan por alguma circumstancia que lhe acrescenta:
temente pos., mais elegantemente comp., eleganiis- (Circumstancia de modo):
simamente, ou muito elegantemente superl.; e cm, <lncontestavelmente real; isto é, sem contesta
ção real».
ás escondidas pos ,mais ás escondidas comp., muito
ás escondidas superl. 0 que se fôrma do adjectivo (Circumstancia de tempo):
quantitativo, muito, bom como o que vem do seu op- «Presentemente enfermo; islo é, no lempo pre
sente enfermo».
posto, pouco, tem o comparativo eo superlativo como
os adjectivos (.ronde nascem, segundo se vê em, (Circumstancia de ordem):
muito pos., mais comp..,muitíssimo superl.; e em, «Secundariamente collocado; isto. é, em segundo
pouco pos., menos comp., pouqnissimo ou nruilo logar collocado».
pouco superl. (Circumstancia de quantidade):
Exemplos do advérbio, modificando o verbo por «Pouco abundante; isto é, em pouca quantidade
abundante»,
alguma circumstancia que lhe acrescenta:
(Circumstancia de modo):
(Circumstancia de logar):
«Discorrêo acerladamcnte; isto é, com acerto». «Aqui postado; isto é, n'este logar postado».
(Circumstancia de tempo): Em todos os exemplos citados, quer modifique o
«Virá hoje; islo é, neste dia». verbo, quer o adjectivo, o advérbio se resolve na.
(Circumstancia de ordem): preposição com oseu complemento, porque éjusta
« Fatiou primeiramente; isto é,em primeiro lo
mente o equivalente de um complemento circums-
tancial.
gar».
Também se pode admittir para o advérbio a di-
J67
106
curta e viva, com que se exprimem os
visão por classes, segundo a natureza da circums-
cTalma, e que eqüivale a uma proposiç
lancia por elle expressa.
Vem do verbo latino, interjicere, qu
Pertence á primeira classe, que é a mais nume
metter de permeio, e se.entremette na
rosa de todas, o advérbio que exprime qualidade,
se vêem, «Quanto, ah! quanto é bell
modo ou maneira, quantidade, como, doutamente,
Principaes interjeieòes:
prudentemente, fortemente, de balde, em vão, quasi,
(De dor): Ai, ai de mim, ai Jesus.
muito, pouco, demasiadamente, nimiamente.
(De prazer): Ah, oh, viva, bello.
Pertence á segunda classe o advérbio que ex
(De admiração): Oh! ah! ui! irra!
prime alguma circumstancia particular da acção,
(De susto): Jesus, ai.
como—aproximação, assim, igualmente, aliás,jun
(De animação): Eia,ora, sus, animo,
tamente;—freqüência ou ordem, uma vez, duas ve-
te, vamos.
ves, cem vezes, primeiramente, secundariamente;
(De indignação): Apre, fora, fora
—tempo, sempre, até, hoje, amanhã, ainda;—lo
(termo baixo).
gar, aqui, alli, acolá;—distancia, longe, perto.
Pertence á terceira classe o advérbio que acres
(De chamar): Ú, olá, ptsio.
uDe impor silencio): Chiton, Ia, sile
centa algum juízo accessorio á proposição, como—
(De exprimir desejo): Oxalá, oh.
affirmação, sim, certamente, deveras;—dúvida, tal
vez^ quiçá (antiquado);—interrogação, por ventura*!
A ínterjeição, pois, que é como u
nossas impressões momentâneas, tran
quando*! como? porque*! onde?
voz, é uma espécie de embryão de prop
Quando o advérbio é composto, como, ás pres
enunciado de juízo não desenvolvido.
sas, por ventura, chama-se, locução advcrbial.
ma ha que se não possa resolver em
como se vê nos seguintes exemplos:
«Olá, é o mesmo que, vem cá, ou
íttlcvjjfiçíia,
mando».
ínterjeição, é uma parte invariável da oração, «Ai, o mesmo que, quanta, ou qu
168
mos se achão naturalmente collocados, lendo o pri subordinação, constituem oque se chama, Syntaxe
meiro logaro sujeito ou idéa principal, o segundo, o palavra que vem do Grego, e quer dizer, arranjo. E
verbo ou idéa de nexo, o terceiro, o attributo ou idéa como tal ligação e tal subordinação são duplas,
accessoria: está na ordem inversa, quando os seus porque são ao mesmo tempo de palavras e propo
lermos se achão invertidos, transtornada a ordem sições, cfabi lambem duas espécies de Syntaxe, syn
natural da precedência. taxe de palavras, syntaxe de proposições,
Exemplo da proposição na ordem directa,ou com
os seus termos naturalmente collocados:— SpxiXaxt fcns pnlnurns.
«Nenhum governo é bom para os homens máos».
Exemplo da proposição na ordem inversa, ou ligação das palavras pela conjuncção.
com os seus termos invertidos:—
«Era n'aqueUe tempo clara a fama de D. Du A ligação das palavras feita pela conjuncção de
arte de Menezes, governador de Tanger». aproximação éde todas a mais simples. As palavras
N. B. A ordem inversa domina ordinariamente porém ligadas por esta conjuncção são sempre da
na phrasc portugueza, e com especialidade na dos mesma espécie.
escriptores denominados clássicos; por isso cumpre Exemplos:
saber bem distinguir uma de outra ordem, para co «Honra e gloria».
nhecer os termos da proposição. «Forte, mas prudente».
«Nem bem, nem mal».
V. aOu eu, ou tu», .
«Cantou e dansou».
0 discurso resulta, não só da ligação e da subor No primeiro exemplo, a conjuncção liga dons no
dinação das palavras de uma mesma proposição^ mes; no segundo, dons adjectivos; no terceiro, dons
mas ainda da ligação e da subordinação das propo advérbios; no quarto, dous pronomes; no quinto,
sições entre si. dons verbos.
As regras a que dão origem esta ligação e esta '„'í
17o
CONCORDÂNCIA DO ADJECTIVO COM MUITOS NOMES. so aflirma do sujeito, som allenção ás fôrmas gené
ricas e numéricas.
Quando o adjectivo qualifica muitos nomes põe-
se no plural. CONCORDÂNCIA DO ADJECTIVO CONJUNCTIVO.
Exemplos;
«A terra e a lua são redondas». 0 adjectivo conjunctivo, do que já traclei em
«O sol e os mais astros são redondos». logar competente, concorda em gênero e numero
Quando o adjectivo qualifica nomes de gênero comum termo antecedente claro, e outro conseqüen
diverso põe-se no plural e fôrma masculina, si entre te quasi sempre occulto.
esses nomes ha algum masculino. Exemplos:—
Exemplos: «A guerra, que se preparava, não chegou a rca-
(dlomens, mulheres e crianças forão aprisiona hsar-se; isto ó, a guerra, a qual guerra».
dos na guerra. «0 navio, cuja vinda se esperava, não chegou;
((Pedro e Maria são robustos». isto é, o navio, do qual navio se esperava a vinda».
« Ohomem, a quem procuras, já parlio; islo é, o
NOME ATTRIBUTO., homem, o qual homem».
No primeiro exemplo,o termo antecedente é,guer
0 nome, que se actjectiva pela suppressão do arti ra, e o conseqüente subentendido, guerra: no se
go, pode servir de attributo, sem que seja necessá gundo, o antecedente, navio, eo conseqüente sub-
rio ser do mesmo gênero e numero do sujeito. tendido, navio: no terceiro, o antecedente, homem, o
Exemplos:— conseqüente subentendido, homem.
«A ira é furor».
«Os captivos forão presa dos soldados». N. 13. O adjectivo conjunctivo, vai sempre para o
princípio da oração, quer represente o sujeito, quer
\. B. iYesl.es casos, considera-se o nome attribu um simples complemento.
to, ou adjeclivado, como uma simples qualidade que
'.'.">
iȇ J83
CONCORDÂNCIA DO \D.TECTlVO INTERROGATIVO.
grauuuaticos, sgnta.ee de concordância, po
çào ao que douomiuán, sytthurr. de regên
0 adjectivo interrogativo, de que já igualmonte subordinação das palavras outro si, de- que
tracteíem logar competente, concorda em gênero e -la r.
numero com um termo antecedente quasi sempre
occulto, ou puramente mental, e outro conseqüente
claro.
Exemplos: 53rprnl>ruri« tina puluvrns.
«Que dizes? isto é, quero saber a. cousa, que, ou
qual cousa dizes» ? Sua cotlocação na proposição.
«Por quem esperas ? islo é, desejo conhecer o
homem, o indivíduo, por que, ou por qual homem,
.\as línguas que teem casos, como o La
ou indivíduo esperas»?
Crogo, as relaçõas de subordinação das
Cujo é o gado? isto é, pretendo certificar-me do
entre si são expressas pólos casos, isto indo
do dono, de que, uu de qual dono é o gado» ?
Estas proposições também se podem explicar
lemcutM das proposições clarasoa subentend
os possãu ligar, o que no Latim só tem cabi
pela seguinte maneira:
rospeilo do aceusativo, quando nào ó compl
«Pergunto pola cousa, que,ou qual cousa dizes»?
«Pergunto pelo indivíduo, por que, ou por qual
directo ou objectivo, edo ablalivo; pois a'p
ção, tenus, que so pospõo algumas vezes ao g
indivíduo esperas» ?
é uma excepçào, ou lãz autos suppór algum
aPergunto pelo dono, de que, on de qual dono é occulto.
o gado» ?
Nas línguas que não toem casos, como o
N. B. 0 adjectivo interrogativo, se põe sempre
guez e suas análogas derivadas do Latim, ess
no princípio da oração, quer represente o atlributo,
ções são expressas p-lus compita.«autos das
quer um simples complemento.
sições, que se ligào pur cilas ás palavras do
A ésla ligação das palavras entre si chamão os
dependência, rom rM;opoòos imirasilo romph
18.1 183
directo ou objectivo.que ainda assim é no Portuguez amor, e em certos case» pôr o complem
ligado ao verbo peta preposição, a, quando é nome antes do verbo.
de pessoa, como já liz ver, e do complemento indi Sirvão de exemplo do primeiro caso
recto ou terminativo, quando é algum pronome. de Francisco Manoel:
Assim, nas primeiras das sobredilas línguas a col-
"7*1 JrMtix ehrixln :i |*£ivjh w/.es nove."
locação das palavras na proposição depende unica
•'Uvismih. lie Mi«:!i'(Hit sepultura1'
mente do effoilo harmônico que ellas produzem;
porque as relações de subordinação das mesmas en
tre si se achão determinadas pelos casos, c mm ca Edo secundo esfoulros de Camões:
deixão de ser conhecidas por mais distantes que
estejão umas de outras; ao passo que nas segundas, '".I* iirmat e (ix Iturôc* a*nhjii<iltiihis.
em que taes relações são .expressas pelos comple Giiiilumlu espalharei por Ioda a parlo'.
mentos das preposições, sem outro algum indica
dor que as determine, se deve observar a lei da po Quando, porem, o complemento direc
sição, a que fica por conseguinte subordinado o pronome, antepõe-se freqüentemente aov
eífeilo harmônico. na prosa; pois tanto se pode dizer, mu s
Pode-se, por exemplo, dizer em Latim indilVeren- salvo-me; te brindou, como, brindou-t
lemenlc para o sentido, ou como melhor o exigira como, ferio-se. Vrazão disto é (pie o pr
harmonia, lauto,amor virlutis, como, virlulis anuo-, casos que deteriniuão as suas relações
tanto, sol mundum illuslral, como, sol illuslral nação com as outras palavras.
mundum, ou, mundum illusírat sol. Em Portuguez, Os outros complementos do verbo
porem, não; porque deve-se dizer, observando alei da muitos casos antepòr-sc aeste, principal
posição, amor da virtude, o, osal allumia o mundo, do são pronomes, isto quer na prosa, q
pois do contrario o sentido se tornaria muitas vezes so; pois lauto se diz, com pressa te escr
amphibologico. No verso, com tudo, hamais liberda razão fado, como,escrevo-te com pressa,
de aoslo respeito, porque po le-so dizer, da virtude ra:ào.
IHi
Itf
Os complementos do adjectivo podem lambem menio do nonv appellalivo, do nome a
m muitos cas »s antepôr-se a este, quer na prosa, verbo altribulivo.
uer no verso; porque tanto se diz, em tudo ma
nífico, o, de comer repleto, como, magnífico em
tf»omplímfiito íio appfllntiuo.
udo, e, repleto de comer. Km laes casos p melhor
egulador da collocaçãci dos complementos é sem
re o ouvido. O complemento do appellativo, é ordi
N. P>. Esta liberdade illimitada,a que se presta- restrictivo, mas pode ser lambem termin
áo oLatim e o Grego, para fazer transposições de do o appellativo requer um termo de rel
alavras, é a maior difficuidade com que, nos nos
os modernos idiomas sempre embaraçados com
m som numero de partículas liames, e sujei
os á lei da posição, liictão os que teem de fazer a Chama-se, res/riefiro,o coinpleineiilo
ersão das obras primas compostas iniquellas duas g-i a significação vaga do appellalivo, d
ínguas verdadeiramente musicaes, para. reproduzir- do-a. Por exemplo, amor, é um nome d
hes a harmonia, força e graça cio cslylo. ção vaga, porque significa qualquer am
lhe juntarmos o complemento, da virtud
gnificação da palavra restringida á de, a
tude, e, por conseguinte, determinada.
<£<n;iplr!iirnto. O complemento restrictivo, exprime
mente:
Ocomplemento, que já liocu definido que cousa 1.» A propriedade, a possessão.
oja, toma diversas denominações segundo a manei 2." 0 fim, o objecto.
a por tpte modifica a palavra a que se liga: por Exemplos do complemento roslrirlivo,
so, ora é restrictivo,ora objeclivo, ora tjrminalivo, do a propriedade e a possessão:
racircunislancial. Ocompiemento, pode ser com ple- «Esle livro é de Pedro; isto é, é livro
188
•isn
«As leis d-e Lgenrgo fizerão dos Espartanos uni «A economia é a sciencia de evitardes
povo guerreiro». teis».
«0 dono da casa nos recebêo mui bem». A paixão de que estás possuído, isto 6
«\ herdade, da qual és possuidor, ou cujo possui estás possuído, pode vir a ser-te funesta».
dor és, é mui betla». 0 apposto ao appellativo, quando é n
Em muitos casos a possessão tanto pode ser ex prio, pode ser o equivalente do complem
pressa por um complemento restrictivo, como por trictivo, porque n'elle ordinariamente se
um adjectivo possessivo. Exemplos: Exemplos:
«/ls leis d'ei rei D. José, ou as leis Josepbinas, «No baluarte S. João, isto é, de S. J
forão pela mór parte boas». sistia á violência do ferro sem temer a do f
Os soldados de Pompeio, ou os soldados Pompe- A cidade, Roma anliga, isto é, de Rom
ianos, forão vencidos na llespanha». vasta».
lüxemplos do complemento restrictivo, exprimin 0 adjectivo e qualquer outra parte d
do o fim, o objecto: substantivados pelo artigo, admittem co
«O amor da virtude eleva nossoespirito a Deus». tos restrictivos como o simples appellativ
•«A ambição de honras e dignidades nos obriga plos:
a commelter baixezas». «O bem formado d1esta cabeça é digno
«A cullnm da inteliigencia melhora o homem, de um grande artista».
que é um ente perlectivel». «O bello das artes é certamente o m
Mui Ias vezes o appellalivo é determinado, ou res rável depois do da natureza».
tringido, não por um nome, mas por um verbo, ou «Os porquês da recusa só elle os pode
por uma oração, que é o equivalente do comple «O até quando da minha ausência n
mento restrictivo. Exemplos: bem fixar».
A sabedoria é a arte de viver; isto é, de bem vi «O viver d'este homem é diverso do do
ver».
mo
101
li. era mui freqüente n'aquelles tempos de
N. B. O complemento restrictivo, liga-s
O complemento terminativo, que já em outro lo pellativo pela preposição, de, e o terminati
gar defini, modifica lambem o appellalivo quando nariamente pelas preposições, a, para, pa
é relativo, determinando-lhe a relação. Por exem um.
plo, inclinação, é um nome relativo de relação in
determinada, porque pode ser inclinação a qualquer
cousa; mas si lhe juntarmos o complemento, ás
armas, fica a relação do x\ome,inclinaeão, determi Complemento òo ntijcctiva.
nada pelo complemento terminativo, ás armas.
0 appellativo relativo, pois,pode ter dois comple 0 adjectivo, pode ser modificado por
mentos ao mesmo lempo,um,reslriclivo,outro, ter mento lerminativo, quando é relativo, e p
minativo. plemento circumstancial, quer o seja, quer
Exemplos do complemento terminativo, modifi Amante, por exemplo, é um adjectivo r
cando o appellativo relativo: de relação indeterminada, por que significa
«A inclinação ás armas é evidente em Pedro». de qualquer cousa; mas si lhe junUumos o
«O amor ao estudo é feliz disposição para apren mento, da gloria, e dissermos, amante da
der». fica a relação do adjectivo determinada pel
«A vocação para a vida monaslica era mui fre plemento lerminativo, da glória: bella, é u
qüente naquelles tempos de fé viva». ctivo qualificativo,q\ie exprime pura e simpl
Exemplos de um complemento restrictivo e ou le a qualidade, de ser bella; mas si lhe ju
tro terminativo, modificando o mesmo appellativo». o complemento, sem senão, e dissermos, be
«A inclinação de Pedro ás armas é evidente». senão, fica a qualidade expressa pelo adjecti
«0 amor de João ao estudo-é feliz disposição nida pelo complemento circumstancial, se
para aprender». ou por uma circumstancia que exclue todo
«A vocação do chrisfão para a vida monaslica quer dcífeito.
IÍ12 líW
II.
I.
Chama-se, circumstancial, o complemento que
Exemplos do complemento lerminativo do adjec acrescenta alguma circumstancia ao adjectivo, ou
tivo relativo:— ao verbo, o que especificarei em cada uma d'eiIas
«Este homem é lemente á Deus». quando tractar dos complementos do último.
«Esta menina me è cbara ou é-iue choro». Podo pois o adjectivo, quando é relativo, ter ao
«Alexandre, Cezar, c Napoleão 1 forão amantes mesmo tempo dois complementos, i\m,circumstan
da glória das armas». cial, c outro, lerminativo.
«0 graude Albuquerque era propenso á ira». Exemplos do complemento circumstancial, mo
Muitas vozes o adjectivo relativo é determinado dificando o adjectivo puramente qualificativo:—
não por um nome ou pronome, mas por um verbo, «Este cdiíicio é construído com muita solidez».
ou por uma oração, que ó o equivalente do comple «Este sitio escabroso em extremo parece que em
mento terminativo. Exemplos:— tempo nenhum foi habitado».
«Tudo quanto existo no mundo é sujeito a pere «A nova povoação está distante cerca de duas lé
cer».
guas».
«O navio estava jtrcxles a partir para a índia». A oeremonia loi celebrada segundo o rito»,
Todos os capitães do exercito eslavão prevenidos «0 templo é feito de cantaria».
de. que seriào atacados pelo inimigo durante a Exemplos do complemento, terminativo o cir
noite». cumstancial, modificando o adjectivo relativo: —
«Este sitio escabroso em extremo parece que em
N. B. O complemento terminativo, liga-se ao tempo nenhum foi habitado pelos homens».
adjectivo ordinariamente pelas proposições, a, por, «A nova povoação está distante da antiga cerca
para, para com, de, em, com, excepto quando é al de duas léguas».
gum pronome, porque então podo deixar de levar «A ceremonia loi celebrada segundo o rito pelo
preposição, como so vê no segundo exemplo. parodio da freguezia».
104
19-S
«0 templo efeito de cantaria por um archileclo
«Ninguém conhece bom todas asdiffie
élebre».
uma língua, sinão quem d'ella faz pr
N. B. O complemento circumstancial, liga-se ao tudo».
djectivo por qualquer preposição accommodada, «Estimo a Pedro que é um homem de b
omo, de, em, com, cerca, até, para, durante, se «Amas a esta menina, ou simplesm
undo, por, d*. menina, como si fosse lua filha».
N. B. NTestes exemplos ponho em itálic
plementos directos, aterra, todas as diffi
a Pedro, a esta menina, com todos os se
(Êoinplcmmto òo ucrbe
sorios, porque este complemento, queé u
diverso, vem como o sujeito da proposiçã
O complemento do, verbo altribulivo, pode ser, riamente acompanhado d'elles no discurs
directo ou objeclivo, quando o verbo é transitivo; Exemplos do complemento directo, pr
terminativa, quando o verbo é relativo, e,circums «Preso-íe por tuas excellentes qualidad
tancial, lauto nos dois casos, como quando o verbo que também me estimas».
é intransitivo.
«Visita-me sempre, porque muito apro
a tua conversação».
Venera-me como a pac».
«Apartar-/e-has de nós mui breve».
0 complemento directo ou objeclivOjào verbo tran
Exemplos do complemento directo, adjec
sitivo, que já ficou definido que cousa seja quando stantivado:—
traclci cVeste verbo, pode ser nome,pronome, qual
«Amo obello das artes, bem como o
quer parle da oração substantivada, oração. reza».
Exemplos do complemento directo, nome:— «Convém dar o seu a seu dono». •
«O homem fertilisa com a cultura a terra ainda
Exemplos do complemento directo, conj
a mais ingrata». advérbio substantivados: •
107
196
Não direi o como e o quando por não ser neces «Nós nos compadecemos dos males do
homens, porque elles são nossos semelhan
sário ».
«Ainda, tenho em lembrança aquelle seu até «Elle se esmera em todo gênero de pin
breve que nunca se realisou». emprehende, como perfeito artista que é».
Exemplos do complemento directo, verbo no in Exemplos do segundo caso:
finito e oração. * «Eu feri-we na mão brincando com umc
«Quero partir». «Tu te revês na tua imagem como um
«Não posso duvidar». N. B. Este complemento directo do ver
Desejo aprender as artes e sciencias para ser xo é, como se vê, uma excepção â regra g
instruído».
Não digas à"esla água não beberei e (Veste pão II.
não comerei».
«Sabes que o que pedes e mui diffieil de alcan Ocomplemento indirecto outerminativo,
çar» ? bo relativo, que ja ficou igualmente diíinid
N. B. Os verbos, querer, o, 7?o//er, tem ordinari do tractei d'este verbo, pode serda mesma fô
amente por complementos direclos verbos no infi me, pronome, qualquer parte da oração su
vada, oração.
nito e orações.
Ocomplemento directo, é sempre um sujeito di Exemplos do complemento indirecto, no
verso do da proposição, como fica dito, menos «0 mundo obedece a Deus».
quando é representado pelo mesmo pronome que «Usa de armas defezas».
serve de sujeito, porque então converte-se em sim Exemplosdo complemento indirecto, pron
ples intermediário para fazer reflectir a acção dJes- «Faltou-me arrebatadamente».
tesobre elle próprio, o que só tem cabimento com «Valêo-íe quando menos esperavas».
o verbo reflexo pronominal, ou accidentalmente re Exemplos do complemento indirecto, adj
flexo. advérbio substantivados:—
Exemplo do primeiro caso: «Acodio ao seu chamado».
198 \99
«Annuio aquelle seu até amanhã». nominal, e o indirecto um pronome, r
Exemplos do complemento indirecto, verbo e ambos, como se formassem uma só pal
oração:—• cando-sc por meio do apôstropho aelisão d
«Acodio à orar». pronome que se junta ao mencionado
«Accorrêo a defender o posto atacado». Exemplos:—
N. B. Ocomplemento indirecto liga-se ao verbo «Becebi boas noticias^acerca da minha
por preposição accommodada, como, a, de, por, E quem foi que Vas deo»?
para, em, para com &, menos quando é pronome, «Explicou-te elle o negocio, como
porque então pode deixar de levar preposição, como Não m'o explicou».
se vê nos dois exemplos acima. Disseste a N. oque lhe mandei dizer?
Pode o complemento indirecto concorrer con- N. B. Nos escriptores clássicos achão-
junclamente com o directo para modificar um só e riamente reunidos os dous complementos
o mesmo verbo, quando este é, transitivo relativo; e tropho indicativo da elisão da vogai do pro
diz-se então que o verbo pede dous complementos,
um, objectivo, e outro, terminativo.
Exemplos dos dous complementos, directo e in
directo, juntos a um só e o mesmo verbo:— III.
«Escrevi-íe uma carta, da qual ainda me não
deste resposta». Ocomplemento circumstancial, que se
«Aquelle que primeiramente ensinou aos homens verbo attribiuivo, modifica-o, acrescent
a arte de escrever, fez um grande bem á humani guma circumstancia ao attributo nelle i
dade».
pode ser, como odirecto e o indirecto, n
«Investio-seno cargo, para o qual fora nomeado». nome, parte de oração substantivada, oraç
«Jesus Christo mostrou o seu grande amor para São principaes circumstancias expressa
com os homens, morrendo por elles». complemento:—O modo; o meio; o instru
Quaudo o complemento directo ò o adjectivo pro- causa; a origem; o fim; a companhia; a
200
201
opposição; a exclusão; a matéria; o preço; a mcdi- «Parecia querer estalar de dôr».
da;o espaço; a distancia; o tempo, que se divide em, «Nunca mais logrou saúde com a gra
tempo anterior, actual, posterior; o logar, que se de sangue que soffrêo».
divide em, logar onde, d*onde, para onde, por onde. «Estava morrendo á pura sede».
Exemplos do mesmo complemento, exprimindo «Não pode o homem conceber longa
cada uma das circuinstancias especificadas: por ser mortal».
(Circumstancia de modo, que se liga ordinaria «Combatia pelo rei e pela pátria».
mente pelas preposições, com, em, a, de, conforme (Circumstancia de origem, que se
ou segundo): sempre pela preposição, de):
«Leio com cuidado». «Isto nos vem de Deus».
«0 «mar rebentava em flor na costa». «Nascêo de ventre livre».
«Veste-se d moda antiga, ou simplemente á an (Circumstancia de fim, que se liga pela
tiga». ções, a, para, com, em):
«Cobrio se toda dedo». «Sahio a passear».
«Procedèo conforme ou segundo á lei». «Levantou-se para orar».
(Circumstancia de meio, que se liga quasi sem «Fallou no intuito de convencer-nos,
pre pelas preposições, por, eper): conseguio».
«Por elle conseguio quanto desejava». «Partio com propósito de nunca mais
«Pelo leu intermédio se fará tudo». (Circumstancia de companhia, que se
(Circumstancia de instrumento, que se liga pelas preposição, com):
preposições, com, a, em, k): «Veio comnosco».
«Ferio-se com a espada». Sahio com elle de casa».
«O inimigo poz tudo a ferro o fogo». (Circumstancia de ordem, que se liga
«Cahio tropeçando n7uma pedra». mente pelas preposições, diante de, ante
(Circiunslancia de causa, que se liga as mais das de, depois de, após):
vezes pelas preposições, de, com, a, por, per): «Ia diante de mim no. cortejo».
203
202
«Estiiva «tt/es c/e /i na ordem hierarchica». «Cedêo-me as fazendas pelo custo».
«Vinha atrás de mim no cortejo». «Couprou tudo a peso de ouro».
«Após o bispo, ou atrás do bispo, seguia-se o (Circumstancia de medida, que se liga pe
ão». posições, até, cerca de, a, em, claras ou o
(Circumstancia deopposição, que se liga pela pre «Profundou o poço sete braças; isto é,
braças».
sição, contra):
«Alarico marchou contra Roma». «Subio com o edifício uns vinte palmos
(Circumstancia de exclusão, que se liga de or cerca de uns vinte palmos».
nário pelas preposições, á excepção de, menos): «Elevou o muro a duas toezas».
«A' excepção do commandanle, todos os officiaes «Poz a parede da frente em vinte pés de
sistirão ao cortejo». (Circumstancia de espaço, que se liga pe
«Concluí o meu trabalho sem o auxilio de pessoa posições, poi*, a, de, com, claras ou occultas
stranha». «Andou longo tracto de caminho sem
(Circumstancia de matéria, que seliga de ordiná habitação alguma: isto é, por longo tracto d
nho».
io pelas preposições, com, e, de):
«Construioo muro com pedra ensossa». «Ia tão debilitado de forças, que descanç
«Fez a casa de madeira». espaço a espaço no passeio».
N. B. Quando porem a matéria é matéria vir «Collocou asbalisas com inlervallos razo
ual, a preposição que se emprega é, sobre, acerca (Circumstancia de distancia, que se liga pel
e, em, de, como se vê n'este exemplo: posições, até, cerca de, claras ou occultas):
«Discorrêo sobre moral, mas não faltou nos de «Este sitio dista de Boma sete léguas; isto
eres do homem para comsigo mesmo, de que não sele léguas, ou cerca de sele léguas».
eve tempo detractar». (Circumstancia de tempo, que se liga pel
(Circumstancia de preço, que seliga pelas prepo posições, em,durante, por, per, claras ou oc
sições, por, per, a): e, de, a, depois de, claras):
«lsocrales vendeo urnaoraçãopor vinte talentos». (Tempo anterior):
204 205
«Meu pai morrêo o anno passado durante oin «Venho de França».
verno; isto é, em o anno passado ou pelo anno pas «Sahio d aopéde Coimbra»,
sado». (Logar para onde):
«Chegou hontem de noite á hora marcada». «Partio para a Ba/tia».
«Vivêo longo tempo depois da época em que co «Irá á China».
meçou a escrever; isto é, por longo tempo ou du «Seguio até Pernambuco».
rante longo tempo». (Logar por onde):
(Tempo actual): «Andou pelo Peru».
«Estou escrevendo rieste momento». «Sahio por esta porta».
«Só agora ás dei horas da manhã posso sahir de
casa».
«Vivo recluso de dia todo entregue ao trabalho IV
da escripta».
(Tempo posterior): Conversão Gràmmalical.
«Virá para o anno pela paschoa, como promet-
têo».
Quando se muda a oração da voz acli
«Não sahirei amanhã por tarde, como costumo». passiva, o complemento directo do verbo
«Ireiver-te no anno seguinte \& para o verão». passa a ser sujeito da oração pela passiv
(Circumstancia de logar, que se liga pelas prepo jeito da oração na voz activa a ser co
sições, em, junto, a, ao pé de, entre, de, até, para, indirecto do participio passivo; mas o co
to circumstancial fica sempre invariável, as
por, per): o indirecto do verbo transitivo relativo.
(Logar onde):
«Nascêo em Athenas».
se isto por meio de alguns dos exemplos j
Exemplo da oração na voz activa:
«Fica junto ao mar».
«O homem fertilisa com a cultura a te
«Jaz entre Roma e Frascheti».
a mais ingrata».
(Logar d'onde); 28
207
206
«Estimo a Pedro, que êum homem de bem». definido, se, admitte lambem um compl
«Preso-íe por tuas excellentes qualidades, e por directo conversível em sujeito da oração
tiva.
que lambem me estimas».
«Escrevi-íe uma carta, da qual ainda me não Exemplo:
deste resposta». (Oração pela passiva):
Exemplos das mesmas orações na voz passiva «Pelos pães e parentes das roubadas e
com a conversão sobredita: freqüentemente para Roma».
«A terra ainda a mais ingrata é fertilisada pelo (A mesma oração na activa):
homem com a cultura».
«Os pães e parentes das roubadas emig
«Pedro,que è um homem de. bem, é por mim, ou qüentemente para Roma».
N. B. 0 complemento indirecto do
de mim estimado».
passivo que representa o agente, como
«Tu és por mim, ou de mim presado por tuas
excellentes qualidades, e porque eu também sou por grammmaticos, liga-se ao participio pel
ti, ou de ti estimado». ção, por, e ás vezes, de, como se vê nos
acima.
«Por mim te foi escripla uma carta, da qual ain
da por ti me não foi dada resposta».
N'este último exemplo os participios passivos, Equivalente dos complementos.
escripla, e,dada, tem cada um dois complementos
terminativos, um da pessoa, por quem, ou,de quem., O adjectivo qualificativo, a proposição
outro da pessoa, aquém, o\x,para quem. Isto veri tancial incidente em que elle se resolv
fica-se freqüentemente nas orações pela passiva, apposto a outro, a proposição completiv
como se vê nos seguintes exemplos: posição puramente circumstancial, são o
«Um discurso íoi pôrmim recitado ao auditório». tos equivalentes dos complementos acim
«Aviso de que partiria hoje, foi por elle dirigido cados, porque coinpletão com elles o suj
a Pedro». tributo a que se juntão.
0 verbo transitivo apassivado pelo pronome in- 0 adjectivo qualificativo que se refere
208
209
hensão das idéas, exprimindo uma qualidade da sub «O homem justo, isto é, que èjusto, vi
stancia, pessoa ou cousa, designada pelo nome, é consciência tranquilla».
o equivalente do complemento restrictivo, em que «A pobreza honrada, isto é, queé honra
se converte, substituindo-se pelo substantivo abs- ferível á riqueza mal adquirida, isto é, q
tracto que significa essa qualidade, precedido da adejuirida».
preposição, de: pois, homem probo, mulher virtuosa, N. B 0 adjectivo determinativo que se
magistrado integro, terra fértil, praia arenosa, pedra extensão dasidéas, determinando porqualq
calcarea, valem o mesmo que, homem deprobidade, essaextensãoemrelação ásubstancia, pesso
mulher de virtude, magistrado de integridade ou sa, designada pelo nome a quesejunta,não
inteireza, terra de fertilidade, praia de areia, pedra complemento, excepto quando na deter
de cal. vem ao mesmo tempo envolvida a idéa
Exemplos desenvolvidos: dade, como a ordem, a propriedade.
«0 homem honrado, isto é, de honra, cumpre fi Exemplos d'estes dois casos excepcionae
elmente os seus tractos». «El-rei D. João, o terceiro dePortugal,
«A mulher virtuosa, isto é, de virtude, é o orna ziu no reino a inquisição, e depois d'ella
mento da família a que pertence». tas; isto é, el-rei D. João, que foi o terceiro
«A vida militar, isto é, do militar, é arriscada, na ordem dos reis de Portugual, introduz
mas útil á pátria». «Manda-me o meu álbum com o teu retr
Os mares polares, isto é, dopolo, só são navegá é, manda-me o álbum que me pertence, c
veis em certa estação do anno». trato que te pertence».
Este mesmo adjectivo,quando junto ao substan 0 nome apposto a outro, seja próprio, se
tivo que qualifica, pôde por meio do adjectivo con lativo, é também o equivalente do comp
junctivo resolver-se em proposição incidente, que é restrictivo; porque no primeiro caso, de q
pelo seu turno o equivalente do complemento res exemplo, converte-se n 'elle antepondo-se-l
trictivo. posição, de, e no segundo resolve-se em pr
Exemplos: incidente que representa esse complement
210 iu
Exemplos d'este segundo caso: jcctivo conjunctivo, mas pela conjuncção,
«Tito, amor e delicias do gênero humano, julga preposição, é o equivalente do complem
va perdido o dia em que não fazia bem a alguém». cumstancial em suas differentes espécies.
«0 Brazil, império mui vasto e rico, é a todos Tendo eudado quando tractei dos comp
os respeitos a segunda nação da America». do nome adjectivo, e do verbo attributiv
Nestes dois exemplos, amor e delícias do gênero plos da proposição circumstancial ligada
humano, são qualidades que se attribuem a Tito, e, posição, só produzirei os seguintes da m
império mui vasto erico, qualidades que se attri posição ligada pela conjuncção:
buem ao Brazil, por isso resolvem-se em proposi «Não partirei hoje, porque já é tarde
ções incidentes, como se vê nos mesmos exemplos, guir viagem».
que aqui ponho com todos os appostos e qualifica «Para que sejas bem snecedido no ex
tivos dos sujeitos resolvidos nas mencionadas pro cessário estudar.
posições: «Como recommendas, assim se fará».
«Tilo, que era amor, e era delícias do gênero «Depois que cVaqni parlisle, só me
que é humano, julgava perdido o dia em que não uma vez».
fazia bem a alguém». Quando vieres, de tudo te darei conta».
«0 Brazil, que é império que è mui vasto, e è mui N'esles exemplos a proposição ligada
rico, é a todos os respeitos asegunda nação da Ame juncção, porque,exprime uma circumstan
rica». sa; a proposição ligada pela conjuncção,
A proposição completiva ora é o equivalente do circumstancia de modo; as proposições li
complemento restrictivo, ora do terminativo, ora conjuneções, depois que, e, quando, ex
do objectivo, do que não produzo exemplos, porque primeira, uma circumstancia de tempo
já o fiz, quando tractei dos complementos do nome segunda, uma circumstancia de tempo p
appellalivo, do adjectivo relativo, do verbo transi Como estas se podem pelas proposiçõe
tivo, e do relativo. outras circumstancias.
A proposição circumstancial, não ligada pelo ad
212
213
SUJEITO. II.
outros por força das referidas conjuneções. Assim, ra na ordem das outras, o que é o equivalente da
todas essas proposições subordinadas—a primeira proposição principal nos períodos grammaticaes
á principal, O faelo não acontecêo; a segundaá prin que comprehendem proposições absolutas aproxi
cipal, occullouse em casa de um amigo; a terceira cá madas.
principal, passa o tempo de partiryà quarta c quinta Exemplos da proposição circumstancial, ligada
á principal, hei de leval-o ao cabo; a sexta á princi por uma conjuncção,com o seu. verbo no conjunc
pal, era eu bem menino; são conversíveis em pro tivo:—
posições absolutas simplesmente aproximadas ás «Proferes ameaças, para que nos infundas ter
ror».
principaes, si supprimirmo?» as conjuneções de
subordinação que as ligão, ou as substituirmos por «Themistocles procurava as paragens estreitas,
conjuneções de aproximação. afim que não fosse envolvido na peleja pela grande
Exemplos dos mesmos períodos grammaticaes multidão dos navios inimigos».
com a conversão sobredita:— «Podes demorar a execução do negocio, com tan
«E isso opinião geral, mas o caso não acontecêo to que o concluas bem».
assim e de modo bem diverso». <s.Atè que sejas homem feito, devem passar-se
«Foi avisado da ordem de prisão passada contra ainda não poucos annos».
elle, e oceultou-se em casa de um amigo». «Toda a cidade, como si fosse um só homem, cor
«Tu te demoras, e passa o tempo de partir». roo ás armas para defender-se do ataque».
«Encarreguei-me do negocio; hei de leval-o ao N'estes exemplos, os verbos das proposições
cabo; assim convém á minha dignidade». circumstanciaes, ligadas ás principaes pelas conjun
«Pêo-se este memorável suecesso; era eu bem eções, para que, afim que, comtanlo que, até que,
menino; mas tenho dclle perfeita lembrança». como si, estão todos no conjunctivo, não só por for
Com a suppressão das conjuneções de subordi ça d'essas conjuneções de subordinação,eomo e mui
nação ficão Iodos esses períodos grammaticaes com principalmente porque enuncião factos hypotheti-
postos de proposições absolutas aproximadas. No cos, condicionaes, e de sua natureza subordinados
primeiro até a proposição transformada ê a primei- a outros. Assim, não são taes proposições conver-
230
23!
siveis em absolutas pela simples suppressão das si, que as ligão ás principaes, couverter-
conjuneções de subordinação, como as que teem o tras tantas proposições absolutas 'aproxi
seu verbo no indicativo. esta fôrma:
Com certas conjuneções de subordinação, como,
«Já sobresae na pintura, mas ainda n
posioque, ainda que, si, como, em quanto, quando oquiparar-se ao mestre».
&., a proposição circumstancia/, ora tem o seu
«Es erudito, mas não podes passar po
verbo no indicativo, ora no conjunctivo, segundo o
«Fico íVesta terra; e não logro mais sa
facto por elle enunciado é positivo e só convencio N. B. Note-se em uns e outros exempl
nalmente subordinado, ou hypolhetico, e por sua
cie de opposição que se estabelece entr
natureza subordinado a outro.
Exemplos da proposição circnmslancial, ligada juneções de subordinação, posto que, ai
as conjuneções de aproximação,com tudo,
por uma mesma conjuncção, com oseu verbo, ora mesma espécie de opposição se verifica
no indicativo, ora no conjunctivo:—
que, com quanto, e, com tudo, todavia, na
«Posto que já sobresae na pintura, ainda não é obstante.
com twLo para equiparar-se ao mestre».
Tendo dado acima exemplos da propo
<í.Posto que jásobresáia na pintura, ainda não é
cumstancial com o verbo no indicativo, li
com tudo para equiparar-se ao mestre».
conjuneções de subordinação, como, e
Ainda que és erudito, não podes todavia passar
quando, só os produzirei agora da mesm
por sábio». ção com o verbo no conjunctivo:—
«Ainda que sejas erudito, não podes, ou não po-
«.Como não houvesse vento, não desa
derás todavia passar por sábio».
porto aquelle dia».
«Si fico n'esta terra, não logro mais saúde».
«Em quanto fores feliz, contaras muitos
*Si eu ficar nestaterra ,não lograrei mais saúde».
N'estes exemplos, as proposições cicnmstanciaes, «Quando começar a romper o dia, sah
um passeio pelo campo».
que teem overbo no indicativo, podem peta simples
suppressão das conjuneções, posto que, ainda que,
. 232 233
Proposição circuittatttttctiil Itgatur pelos áojccliuc <aoocrbioe con-
iunctiuos.
dos termos da primeira, e resumivel no
qualificativo, como se vê nesfoutros exem
«Deus justo premeia os não viciosos, o
.4 proposição circumstancial, ligada pelo adjectivo
tuosos».
conjunctivo, ou pelos advérbios que se põempor elle,
tem, como a circumstancial ligada por uma conjunc
«0 homem prudente regula suas despe
rendimentos de seu trabalho».
ção, o seu verbo no indicativo, quando o facto por
«Ha na Grã Bretanha um rio chamado
este enunciado é um facto positivo, e no conjunetir
ou o Tâmisa».
vo, quando é um facto condicional, ou hypothclico.
Casos ha notáveis em que o adjectivo conj
que liga a proposição circumstancial á p
está por uma conjuncção, seja de aproxima
de subordinação.
Prírposiyüü circuiitstituctal üjjüím pelo aítjcriiuo coujtuuliuir. Exemplos da proposição ligada por est
tivo, fazendo as vezes de uma conjuncção
ximação:
Exemplos d'esta espécie de proposição com o ver «Alcibiades passou á Ásia a ter com Phar
bo no indicativo: a quem captivou por suas maneiras insiu
«Deus, que é justo, premeia os que se não desvião «Tentarão resistir a Agesiláo os Athenie
do caminho da virtude». Beocios, e seus aluados, aos quaes todos ve
«0 homem, que é prudente, regula suas despezas batalha».
pelos rendimentos de seu trabalho». No primeiro caso, o adjectivo conjunctivo
«Ha na Grã Bretanha um rio^e se chama Tâ valente daconjuncção, e, e do adjectivo pron
misa, ou o Tâmisa. o; no segundo, o equivalente da conjuncção
Em todos estes casos, o adjectivo conjunctivo, que, do adjectivo pronominal, os, como se vê nes
liga á principal uma proposição que enuncia uma exemplos:
circumstancia explicativa ou determinativa de um
ô%
Exemplos da proposição circumstancial ligada
«Alcibiades passou á Ásia a ler com Parnabaso, pelo adjectivo conjunctivo, tendo o verbo no con
co caplivou por suas maneiras insinuantes». junctivo:
«Tentarão resistir a Agcsiláo os Athenienses, os «Não ha no inundo vivenle algum, que não seja
Beocios c seus aluados, mas a todos os vencêo em sujeito á morte».
batalha». «Ainda está por nascer o homem que saiba dar
Em taes casos, a proposição ligada pelo adjectivo direcção á navegação aer.ia; aquelle que o fizesse,
conjunctivo é conversível em absoluta aproximada, seria reputado um prodígio de gênio».
sendo este adjectivo substituído pela conjuncção de Exemplos da mesma proposição, Jazendo o adje
aproximação,por que cstá,c pelo adjectivo pronomi ctivo conjunctivo as vezes de conjuncção de subor
nal. dinação:
Outras vezes,a proposição circumstancial está li «Àrtaxerxes pedio aos Athenienses um chefe que
gada pelo adjectivo conjunctivo, fazendo este as ve prepuzesse ao seu exercito».
zes de conjuncção de subordinação, como se vê nos «Creou Deus a mulher que fosse a companheira
seguintes exemplos: do homem em todos os trabalhos da vida*.
«Somos levados a adquirir certos conhecimentos, No primeiro caso, o adjectivo conjunctivo, que,
em que reputamos bello sobresahir; isto é, porque está pela conjuncção de subordinação,para que,o\i,
il elles reputamos bello sobresahir». afim que, e o adjectivo pronominal, o.- no segundo,
«Fui á capital do orbe christão, que ha muito de pela referida conjuncção, oo pronome pessoal, cila.
sejava visitar; isto é, porque- ha muito a desejava vi Mas as duas proposições circumstanciaes não mu-
sitar». dão de natureza com a conversão, como se vê nes-
No primeiro caso, o adjectivo conjunctivo está Coutros exemplos:
pela conjuncção de subordinação, porque, c o pro «Àrtaxerxes pedio aos Athenienses umchefe,para
nome pessoal, elles: no segundo, pela referida con que, ou, afim que o prepuzesse ao seu exercito».
juncção, e o adjectivn pronominal, a. Em nenhum «Creou Deusa mulher, para que ella fosse a com
dos dois casos, porem, a proposição circumstancial panheira do homem em todos os trabalhos da vida».
muda de natureza com a conversão do liaine.
230
23*7
N. B. O adjectivo conjunctivo é um liame espe
cial que faz as vezes de uma conjuncção e de um Exemplos da mesma espécie de propo
pronome, como, alem dos exemplos acima, se pôde o verbo no conjunctivo:
verificar em toda outra proposição por elle ligada: «A terra, onde te fôr bem, será para t
«0 homem, que é mortal, isto é, porque ê mortal, ou uma segunda pátria».
vive sobre a terra vida transitória». «Procura exercer alguma profissão ho
«0 homem, que é prudente, islo é, quando elle è de, ou, por onde possas subsistir, sem ser
prudente, sabe regular a sua vida». . outros».
Todas as proposições, ligadas por adv
se põem pelo adjectivo conjunctivo, são d
das que teem por liame este adjectivo;
exemplos acima, a terra onde, vale tant
PropoeitUo rirruinataitcinl ligai)a prlot notirrHofi conpuuliuoe.
terra em quc,ou,na qual;a índia para on
de, tanto como, a índia para a qual, e
A proposição circumstancial, ligada pelos advér alguma profissão honesta d'onde, ou, por
bios que se põem pelo adjectivo conjunctivo, tem to como, alguma profissão honesta de q
lambem o seu verbo no indicativo ou no conjun qual, ou, porque, ou, pelaqual. Assim, ta
ctivo, segundo ofacto enunciado pelo verbo é positi sições dão exactamente logar ás mesmas
vo, ou condicional e hypothetico. syntaxe a que estão sujeitas as proposiçõ
Exemplos d'esta espécie de proposição com o ver pelo mencionado adjectivo.
bo no. indicativo:
«A terra, onde nos vai bem,é para nós a pátria, ou
uma segunda pátria».
«Camões andou grande parte da sua vida pela ín proposição circumstanctal infintüun ligaoa por uma
dia, para onde foi muito moço, e d?onde trouxe por
toda e única riqueza os seus Luziadas». A proposição circumstancial infiniliv
por uma preposição á principal, ou aquel
238 239
depende; vai para oinfinito pessoal, quando tem su nosso infinito é que exige ésla dislincção
jeito diverso do da proposição por ella modificada; proposições infinitivas.
e conserva-se por via de regra no infinito impesso Não obstante a regra geral estabeleci
al, quando osujeito de ambas as proposições, mo emprego do infinito pessoal, encontrao-s
dificada e modificante, é o mesmo. ctores clássicos muitos exemplos da prop
Exemplos d'esta espécie de proposição: finitiva do modo pessoal com sujeito idên
«Depois de andarem os vasos da armada de con proposição por ella modificada, isto quan
serva á não capilânea durante uns^ quinze dias, bos das duas proposições estão alguma
sobreveio tamanho temporal que os separou uns tantes um do outro, ou quando a contr
dos outros, e fez soçobrar um d'elles». regra não offende o ouvido. Já daqui se
«Por serem os ventos contrários, não poude o que uma tal excepção não assenta em
navio adiantar muito aquelle dia». guma solida, porque o que exige o empr
«Antes de emprehenderes uma tão longa viagem, finito pessoal é a clareza, ou o evitarem-s
bom é que te provejas do necessário para ella». os equívocos que por suafalta se dão nas
«Sem fazermos os preparativos necessários, não guas.
será possivel partir d^qui»» N. B. A proposição do infinito pesso
«Sem estudar ninguém aprende». ar á nossa lingua, colloca-se ordinariam
Nos exemplos acima, as proposições do infinito dem inversa, como se vê nos exemplos a
pessoal ligadas pelas preposições, depois de, por, quer seja ella circumstancial, quer comp
antes de, semt bem como a do infinito impessoal li com tudo nos bons auctores não poucos
gada pela última d'estas preposições, e postas todas do contrário. Dá-se também de ordin
em itálico, são como outros tantos complementos proposição ellipse do sujeito, quando es
circumstanciaes das proposições de que depen dos pronomes pessoaes, como ainda
dem, e nelles em última anályse se resumem, exemplos acima.
porque as preposições não deixão meste caso
4e fazer o seu officio. A modificação verbal do
240
211
porque os antigos lambem coslumavão a conjugar^ N. B. Pede o gênio da lingua que a proposição
partir, chegar, ir, vir, com, ser, como auxiliar. participio se colloque sempre na ordem inversa,
N'este caso, o participio que se devia subentender
isto com mais rigor ainda que a proposição do infi
para fazer as vezes do verbo, seria o participio pre nito pessoal. Em prosa rarissimas são as excepções
sente do verbo substantivo; e a proposição elliptica que se encontrão a esta regra, e essas de ordinário
eqüivaleria a esfoutra completa, Sendo partido de nas fôrmas especiaes, Isto não obstante, isto posto,
África o conde.
isto dito, das quaes as duas últimas se reduzem aos
A proposição participio elliptica, em que ora se complementos circumstanciaes, Depois disto posto
subentende o participio presente, ora o participio depois disto dito. No verso, porém, ha muito mais
pretérito composto, segundo o verbo da proposição liberdade a tal respeito. Camões, por exemplo, disse:
principal está no presente ou no pretérito, reduz-
«Prosperamente os ventos assoprando».
se a um simples complemento, juntando-se lhe a
preposição, depois, como se vê nos mesmos exem
plos adduzidos, que aqui ponho com ella:
Proposií-fícG suborímuiíioG romplctiuas.
«Depois de terminada a ceremonia, sae do tem
plo».
PROPOSIÇÃO COMPLETIVA LIGADA POR UMA CO.V-
«Depois de partido de África o conde, os Mou
JUNCÇAÕ.
ros mostrárão-se mais ousados que dantes, che
gando em suas correrias até ás portas de Arzila».
A proposição completiva, ligada pela conjuncção
«Depois de feita a paz, entrou a florecer o com-
de subordinação, que, tem, excepto em casos espe
mércio e a agricultura».
ciaes, o seu verbo no conjunctivo, o qual enuncia
As proposições formadas com participio pre
sempre n'este caso um facto condicional, hypothe-
térito composto, resolvem-se, corno também já fiz
tico, e subordinado ao facto positivo enunciado pelo
vêr, em proposições do modo indicativo, com a con
verbo da proposição principal, a que ella se prende.
juncção, depois que,o. em proposições do modo con
«Convém que sejas prudente nos teus negócios».
junctivo, com a conjuncção, como.
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«Desejo que te appliques ao estudo das bellas ar conjuneções, a que, com que, em que, estão pelas
simples, que, do que nos convencemos, dando um
tes».
«Ordeno-te que partas sem demora». complemento accomniodado á preposição que a
Nos três exemplos citados, e em outros análogos, precede.
os verbos das proposições subordinadas vão para o Casos ha, porém, cm que a proposição completiva
conjunctivo, porque aconjuncção de subordinação, ligada pela conjuncção, que, tem o verbo no indica
que, liga ordinariamente proposições complelivas, tivo: primeiro, quando o facto enunciado pelo seu
cujo enunciado écondicional e hypolhetico. verbo só é convencionalmente subordinado a outro:
0 mesmo se verifica com a proposição completi segundo, quando ella é comparativa.
va ligada pelas compostas da conjuncção, que, que Exemplos do primeiro caso:—
se põem pela simples, ou que suppõem aellipse de «Creio que sabes do que se passa».
alguma palavra, a que se deva seguir tal conjunc «Julgo que serás feliz naempreza».
ção. N'estes exemplos, pode até a. proposição subordi
Exemplos:— nada passar a ser principal com a suppressão da
«Inclino-me a que venha a acontecer assim; isto conjuncção, que, e a principal a ser subordinada
é, inclino-me o, crer, ou, a suppôrque &c». com a juneção de um liaine accomniodado, claro,
«Appüca-te a que se faça o serviço com cuida ou occulto, como abaixo se vê: —
do; isto é, applico-te a vigiar que &cs>. «Sabes do que se passa, como creio, ou simples
«Faze com que saias bem de tal em preza; isto é, mente, creio».
íãze comtigo mesmo que <fcc». «Serás feliz naempreza, segundo julgo, ou sim-
«Farei com que melhores de posição; isto é, fa plemcnle, julgo».
rei comigo que <fcc». Exemplos do segundo caso:
«Attenta em que o campo se lavre no menor es Serás, como espero, mais bem suecedido íVcsta
paço de tempo possível; isto é, atténta em vigiar, empreza, que nas outras; isto é, que foste bem sue
ou, em entender que &c». • cedido nas outras».
Em todos estes exemplos, e outros análogos, as «Poucos estudantes se entregarão menos ao es-
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tudo, que tu; islo é, que tu te entregas a elle, ou o pletiva-se liga á principal por outra conjuncção que
fazes». ' não seja, que, ou alguma de suas compostas predi
«Arremettêrão tão impetuosamente ao sahir dos tas, excepto quando ella é o segundo termo de uma
arraiacs, que levarão os assaltantes de vencida logo comparação de igualdade. Mas n'esses raros casos
no primeiro reconlro». o verbo da completiva pode estar no conjunctivo ou
N'estes exemplos, as proposições completivas, li no indicativo, segundo a natureza do íaclo por elle
gadas ás principaes pela conjuncção, que, são tam enunciado.
bém comparativas, porque cada uma d'ellas repre Exemplos aresta espécie de proposição ligada
senta o segundo termo de uma comparação, cujo pelas conjuneções, si, e, como:—
primeiro termo está na principal, ou porque cada (Com o verbo no conjunctivo):
uma d'ellas completa uma comparação. As duas «Ninguém pode saber melhor si seja ou não ver
primeiras são ellipticas, e supprem-se, como se vê dade o que estou dizendo».
nos mesmos exemplos. «N'esta história conhecerás a lundo como as cou-
Muitas vezes a proposição comparativa liga-se á sas se tenhão passado naquelle tempo».
principal pela locução conjunctiva, do que, que se (Com o verbo no indicativo):
põe em logar de, que, e suppõe uma ellipse. «Ninguém pode saber melhor si é ou não ver
Exemplos: dade o que estou dizendo».
«Custou-te mais a comprehender o Latim do que «N'esta história conhecerás a fundo como as cou-
a mim; isto é, em comparação do, ou,d'aquillo, que sas se passarão n'aquelle tempo».
me custou a mim». Qando a proposição completiva se acha ligada á
«E mais espirituosa, do que formosa; isto é, em principal por alguma das compostas da conjuncção,
comparação do, ou, d'aquillo, que é formosa». como, que se põem pela simples, ha ellipse de uma
N'estes exemplos, e outros análogos, ha, corno se palavra acconimodada que requeira tal conjuncção,
vê, uma dupla ellipse, que se suppre, como nos como se vê nos seguintes exemplos: —
mesmos fica indicado. «Fico inteirado, ou ao facto de como a cousa se
Raros são os casos em que a proposição com-
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tenha, ou tem passado; isto é, fico inteirado, ou ao üroposiçifo completiva liflafca pelo objectivo r advé
♦ gntiuos.
facto de saber, ou, conhecer como &».
«Estou crente em como tal desgraça se nào dê;
isto é, estou crente em esperar, ou, em conseguir Aproposição completiva, ligada pel
como &».
interrogativo e advérbios que se põem p
N. B. Gomo, n'estes casos, vale o mesmo que, o ma-se também interrogaliva, e pode ter
modo porque; por isso significa mais que o simples, bo no indicativo ou no conjunctivo, seg
que, por que podia ser substituído, e só exprimiria cto por este enunciado é positivo, ou co
a subordinação de um facto a outro. hypothelieo.
A proposição completiva porém, quando é o se
gundo termo de uma comparação de igualdade, li
ga-se á principal pelas conjuneções, como, quão, ou propooi«ji?o tomplflion lijjaon pelo níiiectioo tut
pelo advérbio, quanto, posto por cilas, e tem o seu
verbo no indicativo, como se vê nos seguintes exem Esta espécie de proposição, quando t
plos:— no indicativo, põe-se de ordinário só
«O caminho pela serra era tão extenso,como ín com a proposição principal occulta, co
greme, isto é, como era Íngreme; podia ser também, seguintes exemplos:—
quão, ou, quanto Íngreme». «Quem és»?
«Nero mostrou-se sobre o throno tão feroz, conto «Quem é que está ahi»?
imbecil e covarde, isto é, como se mostrou imbecil «Que dizes, ou, que é o que clizes»?
e covarde; podia ser também, quão, ou, quanto im «Qual será o teu destino»?
becil e covarde». Em todos estes exemplos, e outros
N. B. Cumpre notar que com quanto seja, quão, ellipse da proposição principal, Pergunt
a verdadeira correspondente de, tão, é todavia nes saber, ou outra accommodada requerid
tes casos de um uso muito menos geral que, como, tido. É este o modo habitual de nos e
sem dúvida pelo desagradável da pronúncia. quando a proposição é interrogaliva.
<3LN9
«fta
I
Muitos casos ha, porém, em que a mesma espécie nuncia um facto condicional, hypothelico, e abso
de proposição, quando tem o verbo no indicativo lutamente dependente do enunciado pelo verbo da
t
se põe no discurso com a proposição principal ex principal.
pressa, como se vê n'est'outros exemplos:— Quando, porém, a proposição ligada pelo sobre-
«Tenha vossa mercê a bondade de dizer quem é». dito adjectivo é, em vez de interrogaliva, simples
«Não sei qual será o teu destino».
mente exclamaliva, dá logar a grande numero de
«Queira vossa mercê dizer que opinião tem so ellipses, quer tenha o verbo no indicativo, quer no
bre este ponto, ou, qual é a sua opinião sobre este
ponto».
conjunctivo, como se vê n'estes exemplos:
«Que bravo» !
«Não me atrevo a dizer que cousa é mais para «Que pena»!
admirar entre tantas dignas de apreço».
N. B. Isto ainda assim verifica-se de ordinário
No primeiro dos dois exemplos, Que bravo, pode
[•:
supprir-se por esta fôrma, Admiro que bravo se
na conversação polida, ou num discurso seguido.
mostrou, ou, se tenha mostrado; no segundo, Que
Quando esta espécie de proposição tem o verbo
no conjunctivo, põe-se no discurso com a proposi
pena, por est'outra, Que pena se apossa, ou, se apos
ção principal clara,como se vê nos seguintes exem se de mim, só Deus sabe. Esta espécie de proposi
plos: ção que só apresenta de ordinário um dos termos, e
esse incompleto, participa em certo modo da na
«Dize quem sejas, e que cousa pretendas».
tureza da ínterjeição, que é apenas um ccho dos
«Vejo-me perplexo sobre qual dos dois cami a (Tectos d'alma.
nhos deva escolher».
As vezes com tudo tem ella os seus lermos ex
«Ignora-se quem tenha sido o inventor do alplia- pressos, apresentando unicamente a ellipse da pro
beto».
posição principal, como se nota no seguinte exem
«Não é possivel encontrar hoje quem saiba deci plo:
frar os hyeroplighos».
Que glória não será para ti o prestar um tal ser
N'esles casos, a proposição principal acha-se sem* viço ápátria 1isto é, Vê, ou, Considera que glória db.
pre expressa, porque o verbo da completiva e-
;>•
ftftf
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propocifüo completam li0<rt>a pelos nDuci-biosinlevrognlivos.
claras, porque os seus verbos no conjunctivo enun
cião factos condicionaes, hypoüieticos, e subordi
A proposição completiva, ligada pelos advérbios nados aos enunciados pelos verbos destes.
que se põem pelo adjectivo interrogativo, está igual
mente sujeita ás mesmas regras sobre o emprego do fJroposisSo complctiua íio infinito.
verbo e a construcção elliptica ou não.
Exemplos desta espécie de proposição com o Esta espécie de proposição completiva vai na
verbo no indicativo e a proposição principal occulta: nossa lingua para o infinito pessoal, todas as ve
«Aonde vais»? zes que tem sujeito próprio ou diverso do da pro
((D'onde vens»? posição por ella modificada; e conserva-se invaria
N'esles exemplos, tanto a proposição, Aonde vais, velmente no impessoal, quando o sujeito de ambas
que é o mesmo que, a que parle vais, como a ou as proposições, modificadaemodificante,é o mesmo.
tra, ffande vens, o mesmo que, de que parle vens,
se põem só no discurso com a ellipse da proposi
ção principal, Pergunto, ou, Quero saber, ou, Dizc,
ou outra accommodada que se subentende. 3nfiuito pessoal.
Exemplos da mesma espécie de proposição com
o verbo no conjunctivo e a proposição principal A completiva do infinito pessoal liga-se á pro
clara: posição principal, ou aquella de que depende, pela
«Por onde se dirija; não está certo». mesma fôrma infinitiva do verbo, (pie é peculiar á
«D'onde lhe venha o mal, não pôde suspeitar». lingua.
•
N'estesexemplos, a primeira completiva, Por onde Exemplos:
se dirija, vale tanto como, por que, ou, por qual «Nota-se cm certa estação do anno andarem as
parte se dirija:a segunda, D'onde lhe venha o mal, ares em bandos pelo campo».
tanto como, de que, ou, de qual causa lhe venha o ((Nascermos, crescermos, c morrermos, é próprio
mal. Ambas ellas teem as proposições principaes da nossa natureza».
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((Fazeres de tua parle a diligencia para conse alguém, ou, qualquer, e as proposições inímilivas
guir as cousas, é ponto essencial em tudo». coinplelào-se por este modo:
«Vi em tanta multidão suecederem-se uns aos E loucura dar alguém conselhos a outrem o não
outros no serviço sem a menor confusão». lomal-os para sh.
Nos Ires primeiros exemplos, asproposições com-
pletivas do infinito pessoal, Andarem as aves em
bandos pelo campo,—Nascermos, crescermos c mor 3itt"iuilo impessoal.
rermos, —Fazeres de tua parte a diligencia para
conseguir as cousas, constituem os sujeitos das Acompletiva do infinito impessoal liga-se á pro
principaes; no ultimo, a proposição completiva do posição principal, ou aquella de que depende, pela
mesmo modo, suecederem-se uns aos outros no ser
identidade do sujeito, o qual é sempre o mesmo cm
viço sem a menor confusão, apenas um comple ambas as proposições.
mento do attributo da principal. Tanto umas, como Exemplos:
outra, teem sujeito próprio, e ligão-se ás principaes «Quero instndr-le na grammatica».
unicamente pela fôrma verbal infinitiva.
«Sabes faliar com prudência c apropósito».
N. B. Já tive occasião de observar que, na pro «Não contamos vencer hoje o que resta de cami
posição do infinito pessoal, ha quasi sempre ellipse nho».
do sujeito, quando este é algum dos pronomes pes- «Os fatuos presumem ser sábios com dois dedos
soaes. Isto mesmo ainda se verifica em dois exem de sciencia».
plos acima. Dá-se lambem ellipse do sujeito iVesta N'estes exemplos, as proposições completivas do
espécie de proposição, quando elle é algum prono infinito impessoal, Instruir-te na grammatica,—
me indefinido, como se vê no seguinte exemplo: Faliar com prudência eapropósito,— Vencer hoje
«E loucura dar conselhos a outrem e não lomal-
o que resta de caminho,—Ser sábios com dois de
os para sh.
dos de sciencia, são todas meros complementos dos
N'este exemplo, eoutros analogos,subenlendc-se, attribulos das principaes, c ligão-se a ellas pela
identidade do sujeito.
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Ésla regra geral para a personalisação ou não ((Fazer o seu movimento de rotação em vinte
personalisação do infinito não tem excepção, quan e quatro horas é próprio da terra; isto é, o aclo de
to á proposição completiva. íazer á».
N. B. Ha com tudo casos cm que a proposição «Chover no alto Egyplo é raro; isto é, o aclo de
•completiva do infinito não tem outro liame, sinão o chover et».
que se dá entre os termos da proposição. Isto veri
fica-se quando esta espécie de proposição tem o su
jeito incluído no verbo, como se vê nos seguintes
exemplos: »£oncotíianrin boe ncvbor. íms pvopo&iL-iíes ím período çivamma-
tical.
((Sentir é pensar; islo é, o aclo de sentir».
«Respirar é viver;isto é, o aclo de respirar».
N'estes casos, porém, a proposição infinitiva que RELAÇÃO DE SIMULTANEIDADE.
ções aproximadas estão em relação de simultaneida- cumstancial, ou, completiva, enuncia um facto que
de com os das principaes, porque se achão postos se suppõe oceorrido ao mesmo tempo que o facto
no mesmo tempo, que os destas; e grave erro seria enunciado pelo da principal, está lambem em rela
pôl-os em outro, dizendo v. g., O homem pensa ção de simultaneidade com elle, e põe-se no mesmo
primeiramente, depois obrou,—Cheguei, vi, venço, tempo, com a única differença de modo si a subor
&, porque ficaria destruída toda a concordânciaque dinada é do conjunctivo, sem ella si do indicativo.
deve reinar entre elles em casos tacs, visto corno Exemplos:
devem enunciar factos que todos se refirão á mesma «Em quanto escrevo, não me distraio com outra
época, para a aproximação das proposições poder cousa».
de uma ou mais proposições subordinadas e uma «Pede a Deus que te conceda a paz de espirito».
flbsoluta principal, si o verbo da subordinada, cir-
w
263
262
Eis a razão d'esta espécie de anomalia que se rito perfeito, ou no mais que perfeito do indica
no Ia na relação de simultaneidade. tivo si o mesmo facto é positivo, do conjunctivo si
condicional e hypotlielico.
O imperfeito do indicativo é um tempo por fazer
que tanto participa do presente, como do pretérito, Exemplos com o verbo no pretérito perfeito do
indicativo:
por isso pode corresponder não só a outro imper
feito, mas ainda ao presente e ao pretérito, sem «Vê quanto aproveitámos ou temos aproveitado».
quebra da concordância, como se vê nos exemplos «Porque estudei ou lenho estudado a minha li-
cção, quero clal-a».
dados.
O presente do conjunctivo é um presente, não Exemplos com o verbo no mais que perfeito do
... mesmo modo:
positivo e rcalisado, mas hypolhetico e realisavel,
ou um presente com forçado futuro por fazer, por «Vê quanto aproveitáramos ou Unhamos apro
veitado».
isso pode também corresponder não só a outro
presente, mas ainda ao futuro do indicativo e do «Porque estudara ou tinha estudado a minha
imperativo; pois, Espero que faças, é o mesmo que, licção queria dal-a».
Espero que farás;—Pede a Deus que te conceda a Exemplos do verbo no pretérito do conjunctivo:
paz de espirito, o mesmo que, pede a Deus que elle «Vô quanto tenhamos aproveitado».
te concederá a paz de espirito, ou simplesmente, «Temo que se tenha rcalisado».
pede que Deus te concederá &. Exemplos do verbo no mais que perfeito do mes
mo modo:
«Temia que se tivesse rcalisado».
«Quanto desejaria que tivesse permanecido em
Roma».
Keluciío í<e nnlcrioriíiaoc.
Esta relação de auterioridade também se expri
Si o facto enunciado pelo verbo da proposição me no infinito pessoal e impessoal.
subordinada é anterior ao enunciado pelo verbo da Exemplos do verbo no pretérito do infinito pes
soal:
principal, põe-se o verbo da subordinada no prete-
264 26o
«Não approvo teres praticado tal». bredita como se vê em, Que leve aproveitado não é
«Não era conveniente lerem-se as tropas retira duvidoso, ou em, Que teve aproveitado não será,
do d'aquelle ponto». duvidoso.
No primeiro exemplo, teres praticado tal, eqüi
vale ao pretérito do conjunctivo, que tenhas prati
cado tal; no segundo, terem-se as tropas retirado -.••
d'aquelle ponto, ao mais que perfeito, que se tives Uclusfio í>c postci-ioriouíic.