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Y V

A MM A
PORTUGÜEZA
ACCOMMODADA AOS PRINCÍPIOS GERAES DA PALAVRA SEGU
DE IMMEDIATA APPLICAÇAO PRATICA.
COMPOSTA
ron
||KANCISC0 ||oTERO DOS ^jjgEIS,
PROFESSOR JUBILABO DE LÍNGUA LATINA,
E
FROFRSSflB Dl BESBA tlüifiüA F. DE LITTERATUIIA
Os herdeiros, do nuctur re.serv;tiii-se. na formada lei. o direito de nro- NO
i -dailc, por auecessSo. desta e de todas as ouIras oiiras do mesmo au-
INSTITUTO DE HUMANIDADES
Todos osexemplares desta l- edicâo v.lo rubricados pelo herdeiro Fran
isco bolero dos Reis Júnior. . DA
província*do Maranhão,
DEDICADA PELO AUCTOR
AO DIRECTOR DO MESMO INSTITUTO
0 DR. PEDRO NUNES LEAL.
SEGUNDA EDIÇÃO,
Revista, corrigida e annotada
pon
-íroncisro Sotfvo òa$ Heis 3«ntor
E
Shnerico tJfspnctO òob Rcíe.
3L» '.
MARANHÃO.
Tvp. de R. d'AlmeÍda 4 C, Editoues e proprietários
desta edição—Rua da l*nlma n. 3.
o °
1871-
AO PÚBLICO-
A aGrammatica Portugueza acco
aos princípios geraes da palavra se
immediata applicação prática», com
Francisco Sotero dos Reis, a qual d
apparecimento foi logo saudada
como um dos melhores compêndios
ticaes da Lingua Portugueza, não t
hoje outra que se lhe ayantajasse,
menos se lhe pudesse, «tpâparar, n
concisão, clareza e perfeição do e
lambem na perspieuidade e precisão das defi
nições e regras doutrinaes; por isso, acha-se que na satisfação dalma, que nos c
ella com justiça adoptada nas aulas públicas cumprimento de tão grato dever.
das principaes províncias cio Império. Com tal Contractámos, pois, com os Senrs.
acolhimento tern sido tão grande a procura dos Pereira Ramos de Almeida & C.» a i
exemplares de sua primeira edição, que ficou e publicação da segunda edição da a
esta completamente esgotada, a ponto de não tica Portugueza accommodada aos
resiar nas livrarias d'esta província mais um geraes da palavra», ficando elles co
só exemplar á venda. res e proprietários da mesma ediçã
Mm semelhante conjunctura, nós, filhos e como os revisores e annotadores da
herdeiros do Auctor, os únicos a quem como Em trabalho de tal ordem e de t
taes cabe presentemente o direito de reimpri- mento, sem dúvida superior ás nossa
mir as suas producções, julgámos conveniente fomos guiados e aconselhados pelo S
dar a toda apressa uma segunda edição de tão Carlos Pereira de Castro, distincto
útil quão excellente obra, e resolutos mettô- de grammaticada Língua Portugueza
mos hombros á empr^za, com a mira menos desta Cidade, e, a nosso yèv, um dos
no interesse que d'ahi nos poderia provir, do lisados mestres da diseípHna hoje
qual, como nosso amigo particular,
amigo e discípulo que foi do Auctor, prestou- foi nosso principal intento expurgar a obra
se de bom grado a auxiliar-nos com suas lu
dos senões apontados, já corrigindo os erros
zes em (.areia tão espinhosa, e que demanda
typographicos da primeira, já* tornando mais
por certo conhecimentos profundos e especi-
completos e perfeitos alguns tópicos, já final
aes da matéria.
mente esclarecendo por meio de notas alguns
Como o diz o Auctor no final dos «Prolego- outros.
menos», e nós o confirmamos, foi esta gram-
Quanto á orthographia e á pontuação, con
mafica leite por partes, indo os originacs para servámos as do Auctor, procurando tão so
o prelo á medida que iam sendo compostos, mente uniformisal-as.
e isto mesmo com grandes e repetidas interru Sob a poderosa égide do Senr. Luiz Car
pções, porque a esse tempo achava-se elle los, com cuja auetoridade supprimos a nossa
com outros trabalhos litterarios entre mãos. deficiência, chegámos emfim ao cabo da em-
Assim, não é de admirar que a. primeira edi _preza. Tanto numa, como n'outra daquellas
ção sahisse com alguns pequenos defeitos, os partes, presumimos haver conseguido alguma
quaes entretanto foram na sua rnór parte re- cousa, melhorando a grammaliea de que tra
salvados na errata. 'c-
ríamos; si bem estejaroorconvencidos de que,
N'esta segunda edição que damos a lume, no que respeita á orthographia e á pontuação,
apesar dos nossos esforços, muito ha ainda
que retocar, pois a urgência e celeridade da
impressão não deram logar a uma revisão das
provas mais demorada e reílectida, como era
mister.

Maranhão 15 de Novembro de 1871.

Francisco Sotero dos Ruis Júnior.

Américo Vespdgio dos Reis.

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'Jf/a? t/s&a^ ^tr€^9


/o - / ^ J.
PROLEGOMENOS.
A Grammatica divide-se cm Grammatic
e Grammatica Particular.
« A Grammatica Geral é a sciencia dos
pios immutaveis e geraes da palavra pronu
ou escripta em todas as línguas.»
«A Grammatica particular é a arte de a
aos princípios immutavcis e geraes da pal
instituições arbitrarias e usuaes de qualqu
gua.»
Tal é a bella e suecinta definição que no
Grammatica com a dislincç&tf sobredita o pr
grammatico Du Marsais, que a fundamenta
VI
va
seguintes razões, que para aqui transcrevo da in-
vt:r-lhes os respectivos limites, c determinar
troducção ás minhas Posfillas Grammalicaesy differeuca.»
onde as inseri:— : *
Grammatica Poriantieza^ols, c a arte de.a
«A Grammatica Geral é uma sciencia,' porque aos priucipips imniulavcis c geraes da pal
tem por objecto a especulação razoada dos princí usos e idiotismos da língua portugueza.
pios immutaveis e geraes da palavra; a Gram
A Grammatica que dou á luz publica, nã
matica Particular é uma arte, porque respeita á
não o desenvolvimento da doutrina que
applicação pratica das instituições arbitrarias e
desta definição. Procurei simplifioal-a o m
nsuaes do qualquer língua aos princípios geraes sível na theoria, subordinando os usos es
da palavra. A sciencia gràmmalical 6 anterior a
da língua só aos princípios geraes do eter
Iodas as línguas, porque seus princípios são de
dade, porque ò methodo e a clareza não feem
eterna verdade, e súppõem a possibilidade das lín
inimigo do que a multiplicidade das regras,
guas: a arte grammatical pelo contrario é posterior
serve de embaraçar o alumno sem expüçar-lh
ás línguas, porque os usos destas devem preceder
alguma. Aeompanhei a theoria da pratica,
á sua applicação artificial aos princípios geraes.
logo hnmediala applicação aos princípios i
Não obstante esta distincçào da sciencia e da arte
dos com exemplos que os comprovassem,
ràmmalical, não pretendemos insinuar que se
assim se arraigão elles melhor no espirito, q
eva ou possa separar o estudo de uma do de
pode duvidar de sua solidez. Trabalhei por se
utra. Aarte nenhuma certeza poderá dar á pra
para poder ser comprehendido, porque sem c
tica, si não fòr esclarecida e dirigida pelas luzes
qualidade essencial em tratados deste gêner
a especulação; a sciencia nenhuma consistência
ca conseguiria fazer com que o meu trabalh
oderá dar á theoria, si não observar os usos com
veitasse á mocidade estudiosa, que ó o fi
inados e as diflerentcs praticas, para leval-a por
íevo em vista,
ráos á generalisação de princípios. Mas nem por
Grammatica portugueza lambem se pôde
sso é menos razoave*Nustinguir uma daoutra; as-
a arte de foliar'c escrever cokrcclanieu te a
ignar a cada uma seu objecto próprio; prescre
portugueza.
viu IX
N. B. A Grammaticade PortRoval,generalisan- As palavras são signaes com que, qua
do, define a Grammatica: «Arte "de foliar.» Esta c tacados, representamos as simples noções
a definição da Grammatica mais concisa que co sas, e, quando combinados em enunciados
nhecemos, porque, Fallar, abrange tudo omais. posições, as nruris operações do espirito; o q
Divide-se a Grammatica em quatro parles, que ser lambem representado, posto que mui
são:Etymologia,Syntaxe, Orthographia, Prosódia. imperfeitamente, pelos gestos, e ainda po
Elymologia éa parte da grammatica que ensina combinações intellectuaes.
aconhecer anatureza e origem das palavras. D'ahiá divisão da linguagem em lingua
Syntaxe éaparte da grammatica que ensina a sons articulados, a que consta de palavra
coordenar as palavras e as proposições. guagem de acção, a que consta de gestos
Orthographia é a parte da grammatica que en sado é dizer que a linguagem dos sons arti
sina a escrever as palavras correctamenle. é a única que nos occupa neste tratado.
.. (
Prosódia é a parte da Grammatica que ensina a ; Uma lingua pois, quando se toma esta
pronunciar as palavras correctainente. y\s em sentido figurado, ou n.o de idioma de u
Na composição desta Gramrnatica dei muito mais não é mais do que um systema de signaes
desenvolvimento á Elymologia c á Syntaxe, do pode ser mais ou menos completo, segund
que á Orthographia e á Prosódia, porque as duas jr gua se acha mais ou menos aperfeiçoada..
primeiras partes, que constituem a base de toda a As palavras são de duas espécies, pala
riáveis, e palavras invariáveis.
sciencia grammatical, devem ser essencialmente es^
,, São palavras variáveis:—o nome, o pro
pecuiativas e praticas; e porque as duas ultimas, 0
adjectivo, o verbo.
em que impera muito mais o uso modificavel, do
que a especulação dos princípios, devem por sua São palavras invariáveis:—a conjuncção
natureza .ser eminentemente praticas. 0 consenso cs posição, o advérbio, a interjeição.
As partes da oração, pois, nome que ta
unanime de quasi torY>s os grammalicos antigos e
jJ
dá ás palavras, devem ser^tàVitas, quanta
modernos vem em «Víòdesta opinião, quê é tão
velha como a Grammatica. palavras variáveis e invariáveis; isto é, oito.
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XI
N. B.É de notar, porem,que nem todos osgram-
maticos estão de accordo sobre este ponto que pa a relação de auterioridade ou posteriorída
recia não dever soffrer contestação, porque alguns, que então a concordância c mais complic
encarando a questão de diversa maneira, ou as ele- As relações de subordinação são deter
vão a mais, ou as reduzem a menos. Quintiliano, ou pelo complemento que indica a subo
por exemplo, entre os antigos, reduz as partes da de urna palavra á outra, ou pela conju
oração a três:—Nome,verbo econjuncção. Esta mes subordinação que indica a subordinação
ma opinião foi seguida pelo moderno grammatico proposição á outraj ou pelos adjectivos c
Tracy. vo e interrogativo e advérbios postos por
pelo verbo no participio, ou pelo verbo lio
As relações entre as palavras de que se compõe
os quaes todos indicão a subordinação de
a proposição, assim como as relações entre as pro posição á outra.
posições de que se compõe o discurso, ou são de
Tudo mais encontrará o alumnó defini
nexo, ou de concordância, ou de dependência e
subordinação.
plicado nocorpo desta grammatica, a qual,
com algumas imperfeições, merece desculp
As relações de nexo são determinadas, ou pela
os originaes erão mandados para á impren
conjuncção de aproximação ligando palavras epro-
dida que ião sendo compostos, e isto com
posições, ou pela preposição ligando um termo
tes intrerupções.
subsequente a outro antecedente, ou pelo verbo li
gando os outros dois termos da proposição.
As relações de concordância são determinadas,
ou pela fôrma especial que ordinariamente toma
o adjectivo para concordar com o nome, ou pela
fôrma especial que sempre toma o verbo para con
cordar com o sujeito^ ou pela simultaneidade dos
tempos dos verbos íAm proposições que formão o
período gràmmalical, quando não seda entre elles
ETYMOLOGIA.

Womt aubsiontiuo.

I.

Nome substantivo é o que designa a substancia


que se nomeia, pessoa ou cousa, como Deus, natu
reza: co sujeito por excellencia. Diz-se quesubsis-
te por si so, porque nao suppoe a existência de ou
tra palavra para figurar no discurso.
Divide-se o nome substantivo em próprio ou
particular, e appellalivo ou com muni.
Name próprio ou particular é o que designa a
pessoa,ou a cousa individualmente, como Colombo,
America. Diz-se que pertence a uma só pessoa ou
cousa, porque exprime uma ideia individual: assim
Colombo 6 um homem certo e determinado; Ame
rica, uma grande divisão da.terra, ou um conti
nente certo e determinado, f-
Nome appellalivo ou còmlnum c o que designa a
pessoa, ou a cousa genericamente, como homem, ar-
vore. Diz-se que compete a muitas pessoas ou cou- N. B. Ha com tudo alguns nomes de animaes,
sas, porque exprime uma idea geral, ou de classe: como, águia, cobra, que não lêem terminação ge
assim homem équalquer homem; arvore, qualquer nérica: em caso tal diz-se, para exprimir o gênero,
arvore.
a águia macho, a águia fêmea, ou o macho da co
II. bra, a fêmea da cobra.

0 nome substantivo divide-se também em mas III.


culino e feminino.
Nome masculino é o que designa indivíduo do O nome appellalivo ou commmti tem singular e
reino animal de sexo masculino,- racional ou irra plural, ousubdivide-se em nome do singularc no
cional, como Antônio, leão; nome feminino, o que me do plural.
designa indivíduo de sexo feminino, como Amélia, É nome do singular quando significa uma só
pomba. pessoa ou cousa, como mãe, livro; nome do plural,
O substantivo varia na terminação,.segundo*sisr- quando significa muitas pessoas ou cousas, como
niíica macho ou fêmea,-como se vê nestes excm- mães, livros.
plosj^ntonio m., Antonia f'.; leão m., leoa í. O appellativo varia no plural que se fôrma do
Esta propriedade, que tem o substantivo cie desi singular, acresceutando-se-lhe um—s, quando o
gnar o indivíduo com a sua diílerença especifica, singular termina por vogai, como de livro, livros;
liama-se gênero, do nome. ou um—es, quando termina por consoante, como
Quando o substantivo significa cousa inanimada de amor, amores; ou um—eis, converteudo-se a
accominoda-se pela terminação ao gênero masculi consoante em vogai, quando é—/, como de capitei,
no ou feminino: assim eco, livro, fão do gênero capiteis; ou com leve alteração um—ns, quando a
masculino, porque teeni terminação semelhante aos consoante por que termina é, m, como de ordem-,
nomes de animaes machos; terra, água, do gênero ordens; ou um simples—s, quando a consoante é,
feminino," porque a' lêem semelhante aos nomes de n, como de regimen, regir.ieils, ou mudando o n
animaes fêmeas: em, s, regimes.
5 ,
Esta propriedade, que tem o appellalivo de desi
gnar um só indivíduo ou cousa, e muitos indivíduos IV.

ou cousas, chama-se numero danome.


O appellativo também involve no singulara idea O nome substantivo admitte dois gráos de signi
de plural,quando significa reunião de indivíduos, e ficação, que modificão a sua significação positiva,
collecçâo de cousas, como povoylivraria, e chama- um augmentativo, outro diminutivo.
se então appellativo collèctivo. Mas ao mesmo nome Grão augmentativo é o que exagera a significa
collectivose dá igualmente plural numérico, como.á ção positiva do nome, formando por exemplo de
povo, povos: h. livraria, livrarias; isto, porque a homem, homenzarrão; de sala, salão.
collecçâo pode ser uma, como povo romano, ou Grão diminutivo é o que attenúa a significação
muitas, como diversos povos. positivado nome, formando por exemplo de homem,
O appellalivo collèctivo divide-se em geral e par homemzinho, homúnculo, homemzilo.; de sala, sa-
ti ti vo. linha, saleta, salita.
Collèctivo geral é o que exprime a idea geral O nome próprio admitte os mesmos gráos de
de um todo completo, como exercito, assembléa. significação, que o appellativo, pois de Gònçalo se
Collèctivo partüivo é o que exprime a idea de fôrma Gonçalão, de Anna, Anninha ou Anninhas,
parte de um todo completo, como trosso de exer Anicota, Anniquinha, Anniquita. Ha porem esta
cito, maioria ou minoria de assembléa. clifferença, que nelleé freqüentíssimo o gráo dimi
N. B. 0 nome próprio só tem' singular, porque nutivo, que se emprega a cada passo, com especi
exprime uma idea individual: assim quando se diz alidade nos nomes deindivíduos da espécie humana,
os Camões, os Vieiras, estes nomes ficão como ap- erarissimoo augmentativo,que poucas vezes se usa.
pellativados pelo artigo, pois dizer, os Camões, é o N: B. O professor augmentará o numero de
mesmo que dizer os poetas como Camões; os Vi exemplos aqui produzidos, quando'fôr conveniente
eiras, os oradorespomo Vieira. para bem gravar na mente do escolar as diversas
propriedades do nome substantivo, porque só me
limito a noções grammaticaes deduzidas dos princí
pios geraes de grammatica. •
G
escrevo fábulas»; isto é, «eu, João La Foiitaiuc, es
pronome pessoal. crevo fábulas.»
Exemplo dasegunda: <lTu me turvas a água»; isto
1 é, «.tu, ó cordeiro, me turvas a água.»
Exemplo da terceira: «A virtude é adorável: ella
Pronome pessoal c, como o está dizendo a for brilha em qualquer estado da vida»; isto é, ella a
ça dos lermos, o que se põe em logar do nome, virtude, brilha em qualquer estado da vida.»
ou do sujeito, indicando ao mesmo tempo a pessoa
gràmmalical deste, ou o papel que clle representa II.
no discurso.
As pessoas grammaticaes comprehendem não 0 pronome pessoal ésempre do gênero do sujeito
só os indivíduos de nossa espécie, que-são as pes que representa: por isso ora toma o masculino, ora
soas por exccllencia, mas ainda, por extensão, os ir- ofeminino, sem variar de terminação na primeira e
racionaes, e as mesmas cousas inanimadas na segunda pessoa: varia, porem, na terceira.
São taes pessoas unicamente Ires: a primeira, ou Exemplos do primeiro e segundo caso: eu Antô
aquella que folia; a segunda, ou aquella a quem se nio, eu Joanna; Tu Francisco, tu Josefo.
falia; a terceira, ou aquella de quem se falia. Exemplo cio terceiro caso: Elle José; Ella Maria.
Três são lambem os pronomes que as indicão, eu, Tem este pronome numero singular eplural como
tu, elle, ou ella, os quaes estão,alem disso,represen- o nome, e alem disso casos com que exprime as suas
tando sempre alguém ou alguma cousa. relações de dependência com as outras palavras, c
Ha ainda um quarto pronome, se, que é como re declina-se pela seguinte maneira.
flexo dos três primeiros, porque, quando entra no
discurso, refere-se sempre a esse alguém, ou a essa Primeira pessoa. *
alguma cousa, que elles representão. D'ahi lhe vem
o nome de reflexivo,por que é mais geralmente co N. S. Eu, me, mim, inigoi "
nhecido. N. P. Nós, nos, nôsco.
Exemplo da primeira pessoa gràmmalical: *Eu.
8
Segunda pessoa. que se ajunta ao substantivo, ou para qual
para determinar a pessoa ou cousa por e
N. S. Tu, te, ti,tigo. nada: é uma espécie de accessorio do su
N. P. Vós, vos, vôsco. com o qual concorda em gênero e numero,
qual não figura no discurso, porque não te
Terceira pesssòa. A concordância do", adjectivo com o su
verifica-se, variando ò adjectivo ordinaria
N. S. Elle, ella, lhe. terminação accommodada ao gênero e n
N. P* Elles, ellas, lhes. ' substantivo, como se vê nestes exemplos: h
O reflexivo, se, serve para ambos os números: busto, mulher robusta, homens robustos,
N. S. e P. Se, si, sigo. robustas; este homem, esta mulher, estes
Esta differente terminação do pronome pessoal estas mulheres. Quando poremo adjectivo
em cada numero é o que se chama, caso. Divide-se só terminação para o masculino* e femini
este em recto e oblíquo. Nos pronomes da Ia, 2a e unicamente no numero, como se vê n'
3» pessoa o caso rècto é o primeiro de cadanumero, exemplo: homem célebre, mulher célebre,
e representa o sujeito: todos os mais são oblíquos, e célebres, mulheres célebres.
servem de complementos. O plural do adjectivo forma-se da me
O reflexivo, se, não tem caso recto,- por isso não neira, que o do substantivo, acrescentand
representa o sujeito, e só a elle se refere. —s, quando o singular termina por vogai,
es, quando o singular termina por consoant
do, porem, o adjectivo termina em—ei, n
ilome ròjcctiuü. lar, muda o—l em—is; quando termina
breve, muda essa terminação em—eis; qua
I. mina em—il longo, muda apenas o—l e
quando termina em—uni, o gul é rarissim
Nome adjectivo è, como sôa a palavra, um nome bstantivo, só admitte um—s no'plural, co
10
em comtnum, communs, convertendo o m em n.
O adjectivo qualifica quando exprime alguma
qualidade da pessoa ou cousa designada pelo subs Divide-se o adjectivo qualificativo em ex
tantivo, como.se vê nestes exemplos: homem pru e restrictivo: é explicativo, quando a qualid
dente, rocha dura: aqui oí\í\}ecú.\o,prudente, expri exprime, é inherente ao objecto, como,hom
me umaqualidade accidenlat. ao homem, que pode tal; restrictivo, quando a qualidade que ex
ser ou deixar de ser prudente:' o adjectivo, dura, ex somente accidental ao objecto, como home
dente.
prime uma qualidade inherente á rocha, que por sua
natureza é dura.
Conhece-se si a qualidade expressa pelo a
Oadjectivo determina quando indica de uma ma é inherente, ou meramente accidental ao
supprimindo-se o adjectivo; porque no prim
neira positiva a pessoa ou cousa designada pelo su
so não ha offensa de sentido, no segundo ha
bstantivo, como se observa nos seguintes exemplos:
este homem, aquella casa: aqui o adjectivo, este, de Exemplo do primeiro caso:
«0 homem mortal vive sobre a terra vida
terminaa posição de um" certo homem em relação a
tória.» Supprima-se aqui o adjectivo morta
quem falia, ou a outros homens: o adjectivo, aquel
ha a menor offensa de sentido, porque a pro
la, determina igualmente a de uma certa casa em
fica^empre verdadeira, sendo que todo o
relação a quem aponta, ou a outras,casas.
vive neste mundo vida transitória oupassage
D'ahi a divisão do adjectivo em qualificativo e de-
no outro gozará da perduravel ou eterna.
terminalivo. Assim:
Exemplo do segundo caso:
«O homem prudente sabe regular bem a
11
da.» Supprima-se aqui o adjectivo prudente
viciado o sentido, porque a proposição torn
Adjectivo qualificativo é o que exprime a quali sa, sendo que nem todo homem sabe regula
dade do objecto significadd pelo substantivo a que sua vida, mas só o que é,prudente.
se junta: e o attnbiuovpor excellencia. D'ahi lhe vem
Tem o qualificativo ovl du35 terminações
também o nome dê attributivo.
cas no singular enó plural, como bello m,
• 4â -13
^//os m, bellas f, ou uma só em cada numero, O comparativo é sempre o primeiro
como sagaz m e f, sagazes m e f. '• uma comparação, cujo segundo termo
Fácil.éxonhecer quando este adjectivo tem duas claro ou occulto no discurso, porque
termmaçeos, genéricas, ou uma só, juntando-o em suppõe em todo caso o segundo.
qualquer dos números á um substantivo masculino, Exemplo do comparativo com o segu
e a outro íeminino, e com especialidade a estes dois, da comparação claro:
homem, mulher, como aqui: Livro «om, casa nova, «Será mais afamada, que ditosa.»
trages usuaes, conversações usuaès; homens bons; Exemplo do comparativo com o segu
mulheres boas; homem perspicaz, mulher perspicaz. da comparação occulto:
Admitte o qualificativo dois gráos de significação «Foi menos feliz da segunda vez.»
encarecida, que lhe aiterão a significação positiva No segundo exemplo deve subtende
para mais, ou para menos: d'ahi a sua divisão em foi feliz da primeira vez», ou simples
positivo, comparativo, superlativo. o foi da primeira, ou que da primeira.»
Exemplo do qualificativo com os gráos da signifi N. B. A ligação do segundo cóm
cação encarecida para mais: termo faz-se pela conjuncção que, ou a
Sábio pos., mais sábio comp., muito sabiò, ou o que. .'•
mais sábio, ou sapientissimo superl. O superlativo pode ser absoluto ou
Exemplo do qualificativo com os gráos da signi absoluto, quando exprime encarecimen
ficação encarecida para menos: como muito bravo., bravíssimo: relativo
Forte pos., menos forte comp., pouco forte ou o prime encarecimento relativo, como
menos forte superl. de todos, ou só, o mais bravo.
O positivo exprime a qualidade simplesmente: o Melhor se conhecerá-isto nos segu
comparativo, comparando-a vantajosa ou desvanta- plos:
josamente com outra:, o superlativo, levando-a ao «Este soldado é mui brãyo, ou brav
último gráo de encarecimento para mais ou para «Este capitão é. omais 'bravo de todo
menos, cito.»
4
15
No primeiro exemplo, que é o mesmo que, este
soldado é soldado mui bravo, ou bravíssimo, a bra
' O mesmo superlativo absoluto tor
vura do soldado é levada ao superlativo, mas con juntando-lhe o artigo, como se obse
siderada só nelle isoladamente, e sem relação á brár serrimo dos homens, a formosíssima
vura de outros soldados, ou indivíduos da mesma lheres.
classe. N. B. >A preposição que liga o ter
No segundo, que é o mesmo que, este capitão ao superlativo relativo é sempre, de, o
è o capitão mais bravo de todos os capitães do exer Forma-se o comparativo juntando-
cito, a bravura do capitão é levada ao superlativo, os advérbios, mais, e menos, como no
como no primeiro caso, mas considerada nelle com ros exemplos produzidos, excepto qu
relação á bravura dos outros capitães do exercito, tivo tem ccmparaüvo próprio, o qu
ou como Uma bravura superior á dos outros capi na nossa lingua.
tães do exercito, ou individuos da mesma classe. Eis os poucos adjectivos que teem
Distinguerse pois o superlativo relativo do abso próprios: grande pos, maior ou m
luto, porque pede um termo de relação, o qual tam queno pos., menor comp.; bom pos.,
bém pode estar occulto; porque o artigo que se mão pos., peior comp.; muito pos.,
junta ao comparativo para formar este superlativo, pouco pos., menos comp.
desperta, em nós a idéa de indivíduo, e esta a da clas Quando porem o comparativo é o p
se, em que o grupamos. de uma comparação, não de superi
Exemplos: ferioridade, mas de igualdade, form
«Este estudante é o menos applicado.» se ao positivo o advérbio, tão, com
«Esta flor é a mais bella.» guinte exemplo: %
No primeiro exemplo deve subentender-se: «En «Era tão formosa como discretas
tre os outros estudantes, ou simplesmente, entre N. B. Neste.caso a ligação do s
outros da classe»; no segujido: «De todas as flores, primeiro termo faz-se p^la conjuc
• •* .
ou simplesmente, de todas.» quanto.
0 superlativo forma-se juntando-
17
16
se unicamente o superlativo Qm,rimiis, do
os advérbios, muito, e pouco, ou o artigo ao compa
latino*
rativo, comei nos dois primeiros exemplos produ
Assim se fôrma- por exemplo: de míser
zidos; isto não obstante ter o positivo superlativo
rimo; de integro, integerrimo; (}e salubre,
próprio, pois todo o qualificativo o tem, ou pode ter.
rinib; de célebre, celcberrinio.
N. B. Os advérbios, muito, e pouco, também po
2.a Quando o adjectivo portuguez vem
dem ser superlátivos, quando sejuntão aovpositivo,
como sevê em, muitíssimo feio,pouquíssimo liberal', ctivo latino, cuja terminação masculina e
mas isto só é freqüente em linguagem familiar. do singular é em, ilis, como, fácil (de fa
Osuperlativo próprio forma-se, juntando-se, is- milde (de humilis), semelhante (de similis;
simo, ao positivo, a que sefaz alguma leve alteração gueza-se igualmente o superlativo em, im
jectivo latino.
na terminação, ou não. Assim se fôrma por exem
'Assim se fôrma por exemplo: de fácil,
plo: de alto, altíssimo; de suave, suavíssimo; de
de humilde, humilimo; de semelhante, si
branco, branquissimo; de gago,gaguissimo; de te
N. B. Isto quanto á formação apparent
naz, tenacissimo; d* admirável, admirabillissimo
teriál; porque éra ultima anályse o que s
(a antiga terminação deste adjectivo, assim como
positivo com o acréscimo do s, ou r do
a de todos em vel, era em bil, e d'ahi o supeçlativo);
superlativo coiitracto, imo, ima, derivado
de commum, communissirno; de hábil, habillissimo;
lativo latino lambem contracto, imus, i
de singular, singularissimo; de cru, cruissimo.
como se vê mui claramente em,facilimo, a
Ha duas excepções a esta regra: .
se acrescenta.
4.a Quando oadjectivo portuguez vem de adjec
Ha porem adjectivos que lêem dois su
tivo latino, cuja terminação masculina do singular
uni portuguez, outro latino aportugueza
é em, er, comofmísero.* (de miser), integro (de in-
são entre outros:
teger), salubre (de saluber), ou de adjectivo latino, Grande, que faz, grandíssimo, ou
cuja terminação íçiisculina efeminina do singular é. Pequeno, <t « pequehüssimo, ou
em, bris, como, célebre (de celebris), aportugueza- Bom, « « boníssimo, ou opl
19
18

Máo «• « malissimo, ou péssimo modo positivo oobjecto significado pelo substantivo


Áspero, «• « asperissimo, ou asperrimo. aque se junta: éum simples mostrador do attributo
Pobre; « « pobríssimo ou paupérrimo occulto, quando está por elle, visto, que rião expri
me qualidade.
Humilde, « « humUissimo, ou humilimo
Semelhante, a <t semellianüssimo,ousimilimo Divide-se este adjectivo em articular, conjunc-
N. B. Oprofessor terá cuidado de dar ao alurn- tivo, mterrogativb, numerai, quantitativo, posses
sivo, e pronominal. *
nouin quadro completo destes diversos superlativos.
0 qualificativo divide-se ainda em verbal, parti- Adjectivo articular é o que determina indican-*
cipio, e palrio ou gentilico. do ogênero, a espécie, ologar, aidentidade, adis
Adjectivo verbal é o que vem de verbo, como tribuição. Comprehende esta divfsão oartigo pro
amante, temente, vindouro, pcrcccdouro. priamente dito e oadjectivo demonstrativo que ou
íais ou menos foz as suas vezes.
N. B. 0 adjectivo verbal da primeira fôrma
apontada è, como mostraremos em logar compe- Oartigo divide-se em definido e indefinido.
,tente, o atlribulo gràmmalical, que com o verbo '.Artigo definido è oque, posto antes do nome,
ser, fôrma o verbo atlributivo, e tão encravado se indica oobjecto por este significado, individualisan-
acha muitas vezes no verbo, que na terceira conju do-o de modo certo, como, ao mestre», que vale o
gação quasi nunca se destaca dellc. nesmo que, um indivíduo determinado da classe
Adjectivo participio é o que participa dos tem los mestres: indefinido, oque, posto antes do nome,
pos do verbo e faz as íuncções de nome adjectivo, indica o objecto por este significado, individualisan-
como, amado, cedido, unido. do-o só de modo vago, como, «um mestres, que
Adjectivo pátrio ou gentilico é o que exprime vale o mesmo que, um indivíduo indeterminado
da classe dos mestres.'
nacionalidade, como brazilèiro, português, francês.
Isto melhor se conhecerá nos seguintes exem
plos: <v
III.
«O mestre explica assim.» ' °
Adjectivo determiiialioo c o que indica de um «.Um mestre aprende ensinando.»
21 '
-° «Deus creou o homem á sua image
No primeiro exemplo, omestre (suppondo-se que lhança». - . .
éalgumdos seus alumnos quem emittea proposição), «Vejo um homem».
é o nosso mestre: no segundo, um mestre (emitta No primeiro exemplo, o homem, está
quem emittir a proposição) é qualquer mestre. determinado, no segundo, zíwi homem,
Fôrma S. e P do ^rtigo definido: O, m, a, f, os, vago.
m, as f. . «Veio o medico»?
*Fôrma S. P. do artigo indefinido: Um, m, uma, «Veio aqui um medico»?
í,uns, m, umas, í. - No primeiro exemplo, ò medico, está
N. B. Muitos grammaticos rejeitão o artigo determinado; é o medica, por que se
indefinido; mas a nossa lingua o admitte, edistin segundo, um medico, em sentido vago,
gue do numerai cardeal, vm, uma, dando-lhe plu a pessoa a quem sedirige a pergunta, o
ral. ce'.
0 artigo põe-se antes do substantivo appellativo Põe-se o artigo antes do nome adje
para determinal-o: ohomem, a mulher, os homens, substantival-o: o bello, um sábio.
as mulheres; um homem, uma mulher, ims homens, «O bello, é ponto essencial em bellas.
umas mulheres. «Um sábio não sustenta o que não
No primeiro caso o' artigo apresenta o homem var».
. íx consideração de nosso espirito determinadamen No primeiro exemplo, o bello, é o m
te, porque individualisa aidea geral de homem de belleza: no segundo, um sábio, o mes
modo determinado, ou porque, o homem, torna-se o homem sábio: um e outro ficão rigoroso
• equivalente de toda a humanidade que nelle se re vos por virtude do artigo que se lhes ju
sume: no segundo porém só vagamente, porque in Põe-se também antes de qualquer
dividualisa a níásma.idea de modo vago, ou porque da oração, ou de orações inteiras, para
um homem, que vale o mesmo que um dos homens, val-as, como se .vê nos seguirites exempl
é apenas oequivalente de um certo indivíduo da es <aOs porquês só tu os sabes».
péciehumana.
22 23
«Z7w víaòt assim é insupportavel». logo á significação do nome: por exemplo
«0 dizeres que não farás, não .é razão para que noel, a Maria, é o mesmo que,o homem
deixes de fazêl-o». mulher Maria; o Brasil, a Bahia, o Amaz
Nestes exemplos, os porquês, a mesma cousa que Andes, o mesmo que, o império Brazil, á p
os motivos, é uma conjuncção reduzida a riome,e no Bahia, o rio Amazonas, os montes Andes;
me do plural; o viver assim, o dizeres, são duas pro rio do Brasil, a província da Bahia, o rio d
posições infinitivas, uma do modo impessoal, ou zonas, o mesmo que, o império do território
tra do pessoal, que ficão igualmente reduzidas a a província da divisão territorial Bahia, o
simples nomes por virtude do artigo que se lhes mulheres Amazonas (pois dellas lhe veio
junta. . , N. B. Quando se junta oartigo aos no
N. B. Quando o artigo se antepõe a qualquer prios, formando d'elles nomes do plural, e
parte de oração invariável, ou a orações inteiras, mes convertem-se em appellativos, como fiz
pode-se dizer que está na fôrma neutra que to ctando do substantivo.
mou áe,hic, haec, hoc, latino, donde vem; pois mui Adjectivo demonstrativo è o que indica
tos dos auctores antigos escreverão, ho homem, ha cto significado pelo nome substantivo, d
mulher, hò cantar. trando-© debaixo de alguma relação, como
Em certos casos a suppressão do artigo adjecti- gar, de identidade, de distribuição. Dahi â
va o nome appellativo, como se vê nos attributos visão em demonstrativo puro, partitivo,distri
das seguintes proposfções: Eis os demonstrativos puros:
«O homem é homem de bem». Este, esta, isto (esto, antiquado).
«O trigo é trigo sem joio». Aquelle, aquella, aquillo (aquello, antiqu
O artigo nunca se põe antes de nome próprio, Esse, essa, isso (esso, antiquado).
porque não teria objecto, sendo que o nome próprio Mesmo, mesma.
está por sua natureza determinado. Assim, quan O mesmo, a mesma (com o $rtigo).
do o uso o faz juntar a algum nome destes, está Este, aquelle, esse, demoostrão distancia
sempre determinando um appellativo occulto ana- gar, ou posição do objecto em*relacão ás
grammaticaes.
24 •, ' 2$
«Toma este livro». José mesmo, tanto como' o homem me
«Dá-me aquelle tinfeiro». demonstrativo expressaa identidade de
«Chega-me dahi essa cadeira». plesmente: em, «É omesmo», que no pr
Nos exemplos produzidos, este livro, é o que vale tanto como, «É o mesmo homem
está próximo a mim; atfuells tinteiro,è o que está gundo como,«É omesmo homem ouindi
mais distante de mim, ou em logar, onde lhe não. o demonstrativo expressa a mesma iden
posso chegar; essa cadeira, é a que está em logar determinação do -indivíduo, de que se tr
intermédio, mas indeterminado parar mim, porque Mesmo. pos"põe-se, o mesmo antepõe-s
está em relação com outra indivíduo. Cícero mesmo, o mesmo Cícero; a co
Esta relação de logar pode existir unicamente a mesma cousa.
na consideração do espirito de quem falia, e de Exemplos desenvolvidos:
quem ouve, como, este homem de que vos foliei, «Cicero mesmo não foi poupado pel
aquella mulher que tão pouco se assemelha ás ou ros».
tras, esse capitão que encheo o mundo çom a fama «0 mesmo Cícero não foliaria tão
de suas victorias. mente».
Este, está sempre em opposição, aquelle: esse, A cousa mesma é bôa».
sempre em logar indeterminado para quem falia. «A mesma cousa o está indicando».
Mesmo, o mesmo, demonstrão a identidade, com No primeiro exemplo, Cicero mesn
a differença porem que, o mesmo determina tam em pessoa, ou a pessoa de Cicero; no
bém o indivíduo, porque leva o art:goque conser mesmo ^Cícero, éo mesmo orador Cice
va toda à sua força. Exemplo disto: ceiro, a cousa mesma, é a cousa em si;
«É este o homem? É elle mesmo; é o mesmo». a mesma cousa, éa cousa de que se tra
E este José?É José mesmo; é o mesmo». N/ B. Quando se folia com emphas
Na dupla respostg, a cada uma das duas pergun mesmo, aos pronomes péssoae^ como,
tas se conhece esta differença. Em,«É elle mesmo»,. fiz, tu mesmo disseste, elle*mesmo escre
que vale tanto como o homem mesmo, e em,«É 0 demonstrativo pode ser composto,
26
27
outro, aquell"outro, ess outro, est'outro mesmo &, Isto, aquillo, isso, antigamente, esto
e então serve para fazer distinguir um objecto de esso, como em castelhano, são termina
outro da mesma natureza, acrescentando o último tras, que passarão para a lingua de, isl
a idea de identidade. Exemplos: ipsum, ou de iguaes terminações dos de
«Queres este livro, ou est'outro »? . vos latinos, e eqüivalem a nomes substan
«Quero ess'outro ou ess'outro mesmo». Eis os parlitivos, ou distributivos:
Todos estes, demonstrativos, excepto, mesmo, po Outro, outra (ai, antiquado).
dem, postos sós na oração, servir de sujeitos, como, Algum, alguma (algo, antiquado).
este affirmon, aquelle negou, esse nada disse. Dahi Tal.
a denominação de pronomes que lhes davam os Qual.
antigos grammaticos, illudidos pela apparencia. Todo, toda, tudo (quando anteposto a
Mas não são pronomes, porque não se põem pelo tivo).
nome, como, eu-, tu, elle, que representão nomes de Nenhum, nenhuma (negativo).
que se não tem tractado anteriormente no fliscurso: Outro, oppõe-se a, um, como, um e out
são simples demonstrativos ainda nos casos acima, te caso, um, converte-se de artigo em
pois, este, aquelle, esse, quando sujeitos, demons- Exemplo:
Irão sempre uma relação de logar de indivíduo, de «Umas tocavão, outras dançavão; isto
qiie já se tractou, ou o mesmo indivíduo pelo lo dellas, outras dellas».
gar.
Tal e qual, só são partitivos quando s
•Elle, ella, (ello, antiquado), que alguns gram pòem um ao outro, como se vê nestes exe
maticos incluem no numero dos demonstrativos, «Tal jogava, tal dançava; isto é, tal
passou a ser exclusivamente pronome pessoal, como oVentre*elles.» .
o está indicando a sua terminação antiquada, ello, «Qual as piumas vermelhas foz de bran
que não tem equivalente na lingua, porque o nosso, c^s penachos dó elnio açouta %s ancas; is
aquelle, é que corresponde exactaniente ao de d1elles ou d'entre elles». *
monstrativo latino, ille. Quando porem se oppõem um ao outr
d
% 28 20
â
I jcctivos comparativos, como se observa neste exem do, e, muitos e.poucos, só no.plural:—Muitos d'en-
plo: tre elles, poucos d'entre ellès.
I
i
.•••;-•
«Tal se mostrou hoje em bravura, qual sempre Algumas vezes se põe só na oração o.comple
se havia mostrado»; isto é, tal heroe, qual heroe. mento, d'elles, ou d'entre elles, servindo de sujeito
Todo, só c parti tivo quando se antepõe ao nome apparente, porque elle suppõe sempre a existência
appellativo como aqui: do partitivo, de que é termo de relação. Exemplo:
«Todo homem é mortal; isto é, lodo e qualquer «B ellesfoliarão; d'elles obrarão;d1elles conservá-
homem, ou lodo d-entre os homens.» rão-se inactivos;istoé,?ms a"elles; outros d'elles; al
Quando porem se pospoe ao nome appellalivo, guns d*elles.
todo converte-se em collèctivo universal, porque De, outro, algum, nenhum, e homem, formão-se,
S exprime idea de totalidade, como se vê neste exem outrem, alguém, ninguém, os quaes valem tanto
plo: como, outro, algum, nenhum homem d'entre os ho-
«O homem lodo não perece»; isto é, o homem mens,e podem considerar-se simples partitivos de
em seu ser todo, ou cm corpo e alma». rivados.
Aqui, o homem todo, é justamente o opposto de, Oppõem-se, outrem, alguém, ninguém, aos pro
todo homem, no precedente exemplo. nomes pessoaes, eu, tu, elle, com preferencia aos
Nenhum, oppõe-se a'qualquer dos outros parli- primitivos seus análogos, porque involvem já em si
tivos, quando intervém a conjuncção,mas, como a idea de pessoa.
aqui se observa: «Eu trabalhei, e outrem ou alguém lucrou».
«Um ou um d'entre elles foliou pouco; outro ou «Tu lembraste, e outrem ou alguém fez».
outro d'entrc elles, muito; algum ou algum d'enlre «Elle recitou, mas outrem ou alguém compoz o
elles, entre pouco e muito; mas nenhum ou nen- discurso». •;* — '
mhu d'entre elles, salisíactoriamenle». «Ninguém obedecerá, ainda que, eu, tu e elle
Alguns delcrminMivos não partitivos tornão-se mandemos». \
taes, junlaudo-se-lhcs o complemento, d'elles, ou Eis os distributivos próprios:
d. entre elles, como, um, uma, uns, umas, já nota-

I
30
31
Simples e invariável, cada,—cada homem, cada
mulher. f N. S- e P.
Composto, variável na terminação, cada um, cada 0 qual m, a qual f, os quaes m, as qua
uma, sem plural." • 1\. S. e P,
Composto, variável só no numero, qual quer, Cujo m, cuja f, cujos m, cujas í (Vale
quaes quer. que, do qual, da qual k, de quem, de que)
Compostos invariáveis, cada rjual, quem quer. Fôrmas invariáveis do mesmo adjectiv
Adjectivo conjunctivo, é, como sôa a palavra, o Que, para ambos os gêneros e números.
que tem a virtude de conjunctar proposições, fa Quem, para ambos os gêneros e númer
zendo as vezes de conjuncção: liga proposições Oqual, cujo, que, referem-se a pessoas
incidentes a outras por ellas modificadas, isto por Ha porem uina excepção quanto a,que, o
meio de dois termos de relação, um iia proposição ca se emprega para exprimir a relação d
modificada," outro na modificante,-dos quaes o pri dor da cousa, quando este é pessoa.
meiro se chama o seu antecedente, o segundo o Quem, refere-se unicamente a pessoas,
seu conseqüente. Exemplo: envolve em si a idéa de pessoa; pois
«O homem, que ama suDeus, vive isento do temor como, o qual homem. a
da morte». Exemplos disto:
Neste exemplo, onde, o homem que, que vale o «O viajante, que, ou o qual, ou a que
mesmo que,o homem o qual homem, o termo de re ras, não existe nesta cidade, a que, ou á q
lação expresso, ou o homem, sujeito da proposição não chegou».
principal, é oantecedente do adjectivo conjunctivo, Neste exemplo, que, o qual, exprimem u
e o termo de relação occulto o seu conseqüente: de pessoa; a que, â qual, de: cousa; mas
assim, é identificando-se com o primeiro termo, tuna relação só'de pessoa.'
cuja reproducção é o segundo, que este adjectivo «O proprietário, cuja, oudo qual, ou d
liga uma proposição á outra. esta casa, fez um prédio, cuja, fado qual,
Fôrmas variáveis do adjectivo conjunctivo: a'capacidade pode bem accümmodar d
lias»,
I bcr alguma cousa: ligi lambem proposições, mas
É NesCoutro exemplo, o primeiro, cuja, o primei
só completi-vas. Exemplo:
I ro, do qual, de quem, exprimem uma relação de pes
«Não dirás quem és»?
soa; o segundo, do qual, de que, uma relação de
Vi Neste caso e outros idênticos, a ligação das pro
cousa. Ha alem disso duas, observações a fazer: 1 .a
li posições faz-se também por meio de dois termos
que, quando a relação da pessoa é a do possuidor da
cousa, não se emprega, de que, porque o uso o não ,de relação, dos quaes o primeiro é sempre mental,
admitte: 2.a que, cuja, não concorda no primeiro e o segundo pode estar, claro: porquanto, «Não di
caso com o seu termo antecedente, o proprietário, rás quem és?», é o mesmo, que; «Não dirás o ho
nem no segundo, com o seu termo antecedente, mem, qual, ou que és; islo é, que qualidade de ho
prédio, mas em ambos com a cousa possuída, isto mem és?». Podia estar claro o segundo termo cfesle
I é, casa e capacidade. mudo: «Não dirás qual homem és »?
Os advérbios, onde, d'onde, por onde, para onde, Fôrmas variáveis do adjectivo inlerrogalivo:
põem-se freqüentemente pelo adjectivo conjuncti N. S. e P. -

vo, e ligão também proposições incidentes: d'ahi o Cujo1} m, cuja*! I, cujos'! m,cujas*! f. (Vale o mes
i nome que teem de, advérbios conjunetivos. Exem - •-
mo que, de quem'! do qual"! de que p.
pio disto: N. S. e P. *l
«0 logar, onde descaoçamos, c dos mais aprazí Qual"! m. e f, quaes'! m. e f.
veis; isto é, o logar, no qual logar». Fôrmas invariáveis do mesmo adjectivo:
«K terra, d'onde viestejé bemlonginqua; isto é, a Que ? para ambos os gêneros e números.
terra, da qual terra». Queml para ambos os gêneros e números.
«A cidade, para onde vamos, é bem populosa; [Quem, é o mesmo que, qual ou que homem f!
isto é, a cidade, para a qual cidade»'. Gomo o primeiro termo cie relação do adjectivo
«O caminho, por onde andamos, é bem escabro inlerrogalivo está sempre occulto, ou é puramente
so; isto é, o caminho, pelo qual caminho. mental, a proposição, a que sejiga a compietiva, de
Adjectivo interrogativo, é,como o indica o termo, que elle éhame, pode 'estar lambem* oeeulla, e as
o que serve para interrogar, quando queremos sa- mais das vezes o está. Exemplos:

i
ò-l 35 *
«Quem bate »? - terrogalivo, e iigão,como elle, proposiçõ
«Quem é que bate á poria»? vas: dahi onome que igualmente teem
«Que queres»? interrogativos. .
«Que ê o que queres»? Exemplo disto:
Nestes exemplos, dos quaes o primeiro vale tanto «0nde estamos?; isto é, em que, ou
como, «Qual ou que pessoa bate?»; o segundo, tauto gar, ou parte,estamos»?
como? «Qual oú que pessoa éa pessoa que bate á «Fonde vens ?, isto é,dé que, ou de q
porta?; o terceiro, tanto como, «Que ou qual cousa parte, vens»? _
queres»?; o quarto, tanto como, «Que, ou qual ' «Para onde vás?; isto é, para que, ou
cousa é o, isto é, a cousa que queres» ?; a proposi logar, ou parte, vás »? •
ção principal, Pergunto, ou Quero saber, ou outra, *Por bandas?; isto ê,porque,ou p
a que se liga a do adjectivo interrogativo, está, como gares, sítios; paragens, andas»? '
se vê, occulta,^ssinr como quasi sempre ó está em Adjectivo numerai, ê oque determi
casos idênticos. Cumpre ainda observar que o, e/ue significado pelo. substantivo, acrescent
do segundo exemplo é oadjectivo conjunctivo, e bem idea de numero de um modo positivo,.
assim o segundo, que, do quarto. «Umlivro; dois navios».
As vezes o primeiro termo de relação do adjectivo «Primeiro tomo; segundo dia».
interrogativo acha-se expresso, o que é apenas uma Divide-se em cardinal eordinal.
excèpção á regra geral. Exemplo: Numerai cardinal,éòque exprime si
«0 que queres»? • , o numero, como, um, dois, três, quatro
Neste exemplo, em que subentenderemos logo a Numerai ordinal, éoque exprime on
proposição principal para rnais clareza, «0 que que ordem, como, primeiro, segundo, terceir
res?», vale tanto como se disséssemos, «Desejo sa Adjectivo quantitativo, que lambem
ber Q,oú a cousa que{houso.,ou. qual cousa queres?». numerai indefinido, éoque determina
Os advérbios, onde, df,pnde, para onde, por onde, gnificado pelo substantivo, juntandò-lhe
também se põem freqüentemente pelo adjectivo in- quantidade numérica indeterminaria. Ex
SC
Vosso, vossa, vossos, vossas.
«Muitos homens; mais soldados; tantas casas»! N. S. e. P.
Pouco, é o opposto de, muito; menos, o de, mais; Seu, sua, seus, suas., .•. . •
quanto, o de, tanto.
Tanto, lorna-se partitivo,qu,ando se lhejunta, um,
Ha tampem o adjectivo possessivo d
outro, algum, cada, formando com elle uma espécie
nome próprio de pessoa, como áeJuno,j
nonia; de Manoel, manoilino, manoelina
de nome composto, como, um tanto, outro tanto, al josephim, josephiha &c. Exemplos:
gum tanto, cada tanto. «Agasalhos junonios; isto é, agasalhos
T«.fí^/oe/7w#r^o,tornãO"Seadjectivos comparativos,
«Leis manoelinas; isto é; leis del-nei D.
quando seáchão oppostos um ao outro, como se vê Pode igualmente considerar-se possess
neste exemplo: lação ao pae ou avoengõs o adjectivo pa
«Tantas forão as sentenças, quantas, as cabeças».
corno, Anchisiades, ou filho de Anchises;
Adjectivo possessivo, é o que determina o objecto filho de Lopo; Rodrigues, ou filho de Ro
significado pelo substantivo, trazendo álembrança a Adjectivo pronominal, ou adjectivo
idea de seu possuidor. Exemplo: como lhe chamão os Francezes, ha. só u
«Meu livro; istoé, o livro que me pertence». m., a t, o n., que vem de, is, ea,id, latin
«Teu chapeo; isto é, o cbapeo que te pertence». se pronominal este adjectivo, porque tem
«Seu. filho; isto é, o filho d'elle». de representar o nome que indica, ou p
Eis aqui este adjectivo em todas as suas fôrmas sempre só na oração como qualquer verd
com relação ás pessoas grammaticaes: nome. *
N. S. e P. Exemplos: •
Meu, minha, meus, minhas. «Copiaste a carta? Copiei-a».
N. S, e P. . «O, que escreve, deve pensar antes».
Nosso, nossa, ntesos, nossas. No primeiro exemplo, o adjectivo pron
N. S. e P.. sua terminação femenina,-À, é comple
Teu, tua, teus, tuas.' cto do verbo, copiei, e representa, carta, q
N. S. e P.
i
I
38
39
ü
| clicando: no segundo, o mesmo adjectivo na sua ter
tributo ao sujeito da proposição, phrase„ sentença,
minação masculina, c;,é sujeito do verbo, deve,e. re
i ou enunciado de juízo.
presenta, homenf, qui está indicando.
I
ri
Diz-se lambem que é a pai ivra por cxcellencia,'.
Em ambos os casos, este adjectivo se distingue
I porque dá vida ao discurso, que sem ella não pode
por seu emprego do artigo definido, a que só se as existir.
I semelha na fôrma, ou na apparencia. No primeiro,
A fôrma primitiva do ver!,d é uma e única cm
o artigo determina o appellativo,carta,«complemen
(odas as línguas: na portugueza, Ser, que quer di
to direclo do verbo, c.rpiaste; e este adjectivo é regi-
zer, ser ente, indeterminadamente; nas outras, equi
mcn de verbo, empreco que o artigo nunca exerce:
valente de, Ser. Divide-se poivin o verbo em subs
no segundo, o artigo não apparece; mas este adje
tantivo c allribiuavó ou ad'eclivo, segundo se acha
ctivo é sujeito de verbo, emprego que o artigo lam
bem nunca exerce.
cm sua fôrma primitiva, ou unido ao altribulo,
•como, Viver, que quer dizer, ser vireufe.
N. B. Adoptei para este adjectivo, que nas mi
E pois propriedade essencial ao verbo, ou pro
nhas Postulas chamo, demonstrativo, a denomina
ção de, pronominal, tomada dos grammaticos fran-
priedade pela qual ésla se distingue de Iodas as ou
cczes, porque melhor o distingue em seu officio tras palavras, o exprimir a afirmação: isto, quer a
I particular no discurso. proposição seja affirmativa, quer negativa, como se
vê nos seguintes exemplos:
«Deus é eterno». .
«Deus não 6: injusto».
& No primeiro caso, o verbo,7', aflirma que a qua
lUrlur.
lidade de, ser eterno, existe no sujeito, Deus, ou lhe
convém: no segundo, o verba., É, aflirma igual
Verbo,è a palavra .;uc servo para affirmar a exis mente que a qualidade de, não ser injusto, existe no
tência da qualidade Via substancia, pessoa ou cousa, sujeito, Deus, ou lhe convém.'*
1 e por conseguinte, o nexo ou copida,qiieune o at- 'Alem d'csIa propriedade cs. cncial que o caraclc-
13
#
I
Í
I •iO 41

i risa palavra por exceílencia, tem o verbo a de tomar excepção, c cm'casos especiaes, na nossa'língua.
i inflexões diversas: primo, para accommodar-se á Taes accidentes são em ultima.analyse meros acci
i pessoa c numero do sujeito a quem respeita a af dentes da affirmação do verbo, que pode existir in
ú firmação; secundo, para exprimir otempo.a que ella dependente d'elles, como se observa na proposição,
se refere; tcrció, para significar o modo por que a «Deus é omnipolente», a qual é verdadeira cm lodo
mesma se faz. o tempo e modo, e cujo atlributo convém a um su
E'sta propriedade, que tem o verbo de mudar de jeito único.
terminação parapreencher qualquer dos Ires indi
cados fins, chama-se. conjugação, de duas palavras pessoas c números i*o vcvbo.

latinas,, cum ejugmn, com ejugo, que querem di


zer com o jugo das mesmas leis; isto em relação ás Chamãó-se pessoas e números do verbo as di
inílexões: semelhantes do verbo cm uma é a mesma, versas inflexões que elle toma para accoinodar-se á
conjugação. . • pessoa e ao numero do sujeito a quem respeita a
N. B. Os accidentes da conjugação do verbo cor affirmação. Assim tem o verbo primeira, segunda,
respondem em- certa maneiraaos accidentes da clc- terceira pessoa do singular e plural, ou concorda
clinação do nome nas línguas que lêem' casos, ou sempre em numero e pessoa com esse sujeito, .como
da simples variação dos números nas que não toem se nota em, eu sou mortal, tu és bravo, elle ê hon
e não constituem a essência do verbo, que é, expri rado, nós somos viventes,. vós sois ricos, elles são
mir a affirniação,assim como os do nome não cons pobres.
tituem a d'este, que è,designar asubstancia: Nãode Em virtude desta modificação cio verbo pode-se,
vem pois elles entrar na definição do verbo, como quando elle.está cm sua'fôrma primitiva, formar
querem alguns grammaticos; porque a definição não proposição com duas palavras, ou ainda com uma
conviria n'esse caso ao definido, visto que o verbo só, si elle se acha unido ao'atlributo, como se vê
"unipcssoal tem só aVterceira pessoa do singular, c nos seguintes exemplos: <>
o verbo no infinito não só está em modo indeter «Sou homem».
minado, mas não tem pessoas e números, sinão por «Viveis».
:•-*

i
i
43

i '••• amo, presente; amei, passado ou pretérito; amarei,


•••:•;
No primeiro caso, sou, homem, é o mesmo que, futuro.
.-;
f en sou homem, porque a inflexão do verbo substan
tivo, sou, indica um sujeito da primeira pessoa do
0 presente, ou tempo em que a cousa existe^
singular: no segundo, viveis, c o mesmo que, vós
indivisível; mas opretérito ou tempo em que èxistio,
sois Vivenles, porque a inflexão do verbo allribu-
e o futuro, ou tempo em que existirá, admittem
livo, viveis, indica um sujeito da segunda pessoa gráos de perfeição em auterioridade e posteriorí
do plural.
dade: cfahi anecessidade de novas inflexões para
N. 1>. Que cousa, e quantas sejào as pessoas
exprimir esses diversos gráos de auterioridade e
graunnalicacs, já ficou convenientemente explicado,
postenoridade, que constituem os tempos compos
quando tractei do pronome pessoal; por isso para
tos do verbo, quer na forma, quer simplesmente
no sentido.
ahi rcmolto o alumno. s
Sendo mui conhecidos os tempos compostos na
forma, só tractarei de explicar aqui o seja tempo
composto no sentido. A lingua portugueza. só tem
(tempos í>o vcvbo.
dois naslinguagensdo pretérito,— o imperfeito, eo
mais que perfeito—,que nos seguintes exemplos po
Chamào S;i tempos do verbo as inflexões (pie elle
mos em relação com o pretérito perfeito:
«Eu ceava, quando elle entrou».
toma para exprimir a affirmação em rclção ao pre
«Eu ceara, quando elle entrou».
sente, ao passado' ou pretérito, ao futuro, ou ás
Ires épocas cia duração do tempo; por quanto pode-
"«No primeiro caso, opretéritoimperfeito,ceava
se asseverar que a cousa de que se tracta,existe,
vale lauto como, estava ceando, ou no aelo da cêa;
pois o exemplo citado corresponde exactamente a
i exislio, existirá, como se vc neslc exemplo:
esfoutro: «Eu eslava ceando, quando elle entrou».
«0 sol,que brilhou lioutem, brilhahoje,c brilhara
amanhã». *'
No segundo, o mais que porfeito, ceara, vale igual
Os Ires tempos indicados, a que alguns gramma
mente tanto como, tinha ceado ou acabado de cear;
ticos chamào primitivos, são osunicossimples, Como,
pois oeáemplo citado corresponde lambem exacta-

P .••-.•

•"-:•"•:

i •"•'•í
!
:
i 44 -4r>
.%
í mente a esfoutro:- «Eu'linha acabado de cear, O modo condicional, em que ella se faz condi
'

I quando elle entrou». Assim esses dois tempos, sim cionalmente, como «Faríamos, si pudéssemos, ou
*
ples na apparencia, são compostos no sentido, por ainda, si pudéramos fazer».
que são justamente equivalentes á<dois tempos Omodo imperativo, em que ella se foz imperio-
compostos que em tudo lhes correspondem. - samente, como', «Faze tu, fazei vós.»
1
E'stas fôrmas do pretérito compostas no sentido O modo conjunctivo ou subjunetivo, em que
passarão para o Portuguez das fôrmaslatvnaiS,coena- cila se faz modificadamente, ou com dependência
bam, coenaveram, sem que passasse igualmente a de ouIra, como, «Convém que estudes».
do futuro, coenavero, a que corresponde a nossa Ornado infinito ou:infinilivo, em que ella se
composta, terei ceado, que se-põe em relação com faz incleterminadamente, como, «Morrero homem,
a simples do futuro do conjunctivo, como se vê ou morrermos é inevitável». •
ífeste exemplo: «Terei ceado,quando elle entrar». Tinha ainda o Portuguez ou Ira fôrma de condi
i cional, como se vê neste exemplo: «Concluíramos, si
"tivéssemos podido, ou pudéramos concluir»:
Esta fôrma porem antiquou-se, porque se confun
I Jlloísos í>o verbo. dia com a do pretérito mais que perfeito,—Concluí
ra, concluíras, concluíra, concluíramos, voncluíreis,
Chamão-se modos do verbo as inflexões que elle concluirão.
toma para significar os diversos modos oii manei
ras por que se faz a affirmação, que pode ser sim
ples, positiva, ou não.
A lingua portugueza tem inflexões verbaes para Uervo substantivo.

significar unicamente cinco modos ou maneiras de


affirmação, a saber: Verbo substantivo, é o verbo em sua fôrma pri
I O modo indicativo, "em que ella se faz simples mitiva, ou o verbo, Ser, nadingua portugueza, como
mente, como, «amof amei, amarei». fica dito. Chama-se, substantivo,o verbo,quando se

~4i
l

'••••'."'•
» •

>
46
> 47

I
apresenta debaixo d'csla fôrma, ou separado do ai-** doente. «Pedro está doente», vale pois tanto como,
I tributo, com o qual se combina para formar o cha
Pedro existe, permanece, fica, actual mente doente;
:
mado, verbo altribulivo ou adjectivo, porque só
e o Verbo estar é um verbo altribulivo como qual
; elle é o verbo subsistente por si mesmo, ou o único
quer dos três por que elle se explica no presente
J
verbo que exprime a affirmação, e pelo qual se po
caso, ainda supprimido o advérbio, aclualmente. •
dem resolver todas as proposições de qualquer lin
A distineção que fazem os-mesmos de que, ser,
gua. Verbo substantivo, pois, é, por opposição ao
exprime uma qualidade permanente, e, estar, uma
•verbo adjectivo, o verbo não. combinado com at
qualidade accidental, serve para. demonstrar que o
lributo algum, como sé vê nestes exemplos: «Tu és
primeiro éo verbo substantivo,e osegundo,um verbo,
estudioso»; «Pedro era sábio»; «Elle foi prudente»;
altribulivo. Si quizessemos, por exemplo, dizerque,
Nós seremas amigos». «Pedro se fez homem»,diríamos com,ser, «Pedro é
Alguns grammaticos pretendem fazer lambem,
*já homem», acrescentando ao atlributo o advérbio
estar, verbo substantivo, o qual, si assim fosse, dei- ,
de tempo já, porque o verbo substantivo não ex
xaria de ser o único-verbo: mas esta doutrina é in
prime senão a simples affirmação; com o verbo,
sustentável e errônea, porque, estar, que se resolve
estar,porem,que envolve em sua significação a idéa
por,ser estante, evem do simples latino, star'e,{eslar de, estada, estado, posição actual, ou a idéa de qua
.firme,) ou ainda do comoosio,exstare,(estar eminen
lidade em referencia ao tempo, diríamos bem com
te,)'}* envolve em sua significação a idéa de, estada, o advérbio ou sem elle, «Pedro já está homem, ou
estado, altitude em certa maneira, ou a idéa de, simplesmente, está homem».
existência modal, e já é por conseguinte o verbo
Fôrmas simples do verbo substantivo, ou do ver
substantivo combinado com um atlributo.
bo, Ser.
Quando digo,por exemplo, «Pedro está doente»,
MODO INDICATIVO.
acrescento já alguma cousa á simples affirmação
expressa pelo verbo substantivo,, porque junto a
Presente.
cila a idéa de, estada, estado actual, ou modo, por
que Pedro existe na actualiclade, que é no estado de
N. S. Sou, és, c. • •
i
i
'•fi'
I
i
i
i
3 •48 40

i N. P. Somos, sois, são. N. V. Seriamos, serieis, seriào. m

i
i Pretérito imperfeito. MODO IMPERATIVO.

à N, S. Era, eras, era. Futuro.


N. P. Éramos, ereis, erào.
N. S.Sèlu.
Pretérito perfeito. N, P. Sede vós.

N. S. Fui, fosle, foi. MODO CONJUNCTIVO.


N. P. Fomos, tostes, íôrão.
Presente.
Pretérito mais que perfeito.
N. S. Seja, sejas, seja.
N. S. Fora, foras, fora.
N. P. Sejamos, sejais, scjào.
I N. P. Fôramos, fôreis, íôrão.
3
Pi •elerilo impeijeito.
Futuro absoluto.

N. S. Fosse, fosses, fosse.


ê N. S. Serei, serás, será.
N. P. Fossemos, fosseis, fossem.
N. P. Seremos, sereis, serão.

Futuro.
MODO CONDICIONAL.

a. Futuro.
'.*'•' .1
N, S. Fôr, fores, fòr. •
N. S. Seria, serias, seria. ;. N. P. Formos, íòrdcs, forem.

'-'•:j

•-•••'.
»
i. 50

\ MODO INFINITO .IMPESSOAL-


Ni B. Fôrma antiquada do condicional pretérito:
N. S. Fora, foras, fora.
1 N. P. Fôramos, (oreis, íôrão. .
i Presente.
i
ú Ser.
Pariicipio. preseate.
Os tempos compostos do verb,o substantivo, ou
Sendo.
antes do verbo, formão-sc com o mesmo verbo de
baixo da fôrma, e pelo modo que passo a descre
Gcruudio.
ver.

Em sendo.

Participio'pretérito.
:üo
Drrb mmltnr.

Não tem.
Chama-se, auxiliar, o verbo, que auxilia o verbo
substantivo em sua conjugação, quer este esteja em
Supino. sua. fôrma primitiva, quer unido ao atlributo. Isto
5
faz-se por três maneiras, porque ou o auxiliar pró
Sido.
prio combinado com o supino fôrma os tempos
compostos do pretérito e futuro, e com o infinito
MODO INFINITO PESSOAL.
unicamente os do futuro, ou combinado com o ge-
runclio fôrma o verbo frequenlativoe suas espécies,
Presente.
ou combinado com o parlicioio pretérito fôrma o
I que se chama voz passiva do verbo. • *
N. S. Ser eu, seres tu, ser elle. Tractarei agora dos auxiliares com que se formão
i N. P. Sermos nós, sentes vós, serem elles.
I
I
I
I
I
1
r;o.

os tempos compostos, reservando-me para tractar N. P. Houvéramos, houvereis, houverao.


dos outros em logar competente. São estes, dois,—
Havere Ter,—que perdem neste caso o caracter de Futuro absoluto.
altributivos ou adjectivos, e cujas fôrmas simples
são as seguintes: N. S. Haverei, haverás, haverá.
N. P. Haveremos, hayereis, haverão.
)If;DO INDICATIVO.
MODO CONDICIONAL.
Presente.
# • Futuro.

, N. S ITei, lias, ha.


N. P. Havemos, haveis, hão. N. S. Haveria, haverias, haveria.
i N. P. Haveríamos, haverieis, haverião.
P.relt rito inpcrfeito.
MODO IMPERATIVO.

N. S. Havia, havias, havia.


N. P. Havíamos, havieis, havião. Futuro.

Pretérito perfeito. N. S. Ha tu.


N. P. Havei vós.

N. S. Houve, houveste, houve.


N. P. Houvemos, houvesles, houverao. MODO CONJUNCTIVO.

* Pretérito mais que perfeito. Presente,

N. S. Houvera, houveras, houvera. N. S. Haja, hajas, haja.

!
54 • -
o o

N. P. Hajamos, hajais, hajão.


Parlicipio pretérito.

Pretérito imperfeito. Havido, havida.

N. S. Houvesse, houvesses, houvesse. Supino:


N. P. Houvéssemos, hpuvesseis, houvessem.
Havido.
Futwfà.
MODO INFINITO WíSSOAL:

N. S. Houver, houveres, houver.


N. P. Houvermos, houverdes, houverem. Presente.
r

MODO INFINITO IMPESSOAL.


N. S. Haver eu, haveres tu, haver.elle.
»'
N. P. Havermos nós,haverdes vós, haverem elles.
Presente.
MODO INDICATIVO.

Haver. Presente.

Parlicipio presente. . T. S. Tenho, tens, tem.


N. P. Temos, tendes, lêem.
Havendo.
Pretérito imperfeito.
Gerundio.

N. S. Tinha, tinhas, linha.


1 Em havendo. N. P. Tínhamos, tinheis, tinhão.

1
57
56 v

Pretérito perfeito. N. P. Tende vós.

MODO CONJUNCTIVO.
N. S. Tive, tivestc, teve.
N. P. Tivemos,- tivesles, tiverão.
Presente.

Pretérito mais que perfeito.


N. S. Tenha, tenhas, lenha.
N. S. Tivera, tiveras, tivera. N. P. Tenhamos, tcnhaes, tenhão.
»
N. P. Tivéramos, Svereis tiverão.
Pretérito imperfeito.
Futuro absoluto.
N. S. Tivesse, tivcsses, tivesse.
N. S. Terei, terás terá. N. P. Tivéssemos, tivesseis, livessjin.
N. P. Teremos, tereis, terão.
Futuro.

MODO CONDICIONAL.
N. S. Tiver, tiveres, tiver.
Fiiluro. N. P. Tivermos, tiverdes, tiverem.

MODO INFINITO IMPESSOAL.


N. S. Teria, terias, teria.
N. P. Teríamos, ferieis, terião.
Presente.
*

MODO IMPERATIVO. Ter.


Futuro. Parlicipio presente.


, • N. S. Tem tu. • • Tendo.
i
3
''.'•'••

I
.;
r
I
I
58 59
)
Gerundio. N. P. Havemos, haveis, hão sido.
! Pretérito anterior.
Em tendo.
s
Parlicipio pretérito. N. S. Houve, houveste, hquve sido. .
i N. P. Houvemos, houvesles, houverao sido.
1

Tido, tida.
Supino. Pretérito mais que perfeito composto.

Tido. N. S. Havia, havias, havia sido.


N. P. Havíamos, havieis, haviào sido,.
MODO INFINITO PESSOAL.
Futuro imperfeito composto.
Presente.
N. S. Hei, has, ha de ser.
N. P. Havemos, haveis, hão de ser.
N". S. Ter eu, leres tu,-ter elle. •
N. P. Termos nós, lerdes vós, terem elles. Futuro perfeito composto.
93

I Tempos compostos do verbo, Ser, formados Primeiro Fôrma.


com os seus dois auxiliares:
N. S. Haverei, haverás, haverá sido.
I MODO INDICATIVO. N. P. Haveremos, havereis, haverão sido.

Pretérito perfeito composto. , Sftgu íula Fín-imi.

" N. S, Hei, has, ha sido. N. S. Haverei, haverás, haverá de ser.

i W-f.

i
61
i ' 60

N. P. Haveremos, havereis, haverão de ser. Futuro.

MODO CONDICIONAL. Haver de ser.

Futuro perfeito composto. Parlicipio futuro composto.


*

Primeira Forma. Havendo de ser.

N. S. Haveria, haverias, haveria sido. MODO INFINITO FESSOAL.

N. P. Haveríamos, haverieis, haverião sido.


..-,:• Preterilo.
Segunda Fôrma.

N. S. Haver eu, haveres tu, haver elle sido.


N. S. Haveria, haverias, haveria, de ser. N. P. Havermos nós,haverdes*vós,haverem elles
N. P-. Haveríamos, haverieis, haverião de ser. sido.

Futuro.
MODO INFINITO IMPESSOAL.

N. S. Haver eu, haveres tu, haver elle de ser.


Pretérito..
j N. P. Havermos nós, haverdes vóSjhaverem elles
de ser.
Haver sido.
N. B. Fôrma antiquada do condicional pre
térito composto:
!1 Parlicipio pretérito composto.
N. S. Houvera, houveras, houvera sido.
Havendo sido.
s-•:• N. P. Houvéramos, houvcreis, houverao sido,
10

'•••y<

1'-'''!
é': \
62
63

MODO INDICATIVO.
N. P. Teremos, tereis, lerão sido.

Pretérito perfeito composto. Segunda Fôrma.

N. S. Tenho, tens, tem sido. N. S. Terei, terás, terá de ser.


N. P. Temos, tendes, teem sido..
N. P. Teremos, tereis, terão de ser.

Pretérito anterior.
MODO CONDICIONAL.

N. S. Tive, tiveste, teve sido. Futuro perfeito composto.


N. P. Tivemos, tivéstes, tiverão sido.
Primeira Fôrma.
Pretérito- mais que perfeito composto.

N. S. Tinha, tinhas, tinha sido. N. S. 'feria, terias, teria sido.


N. P. Tínhamos, tinheis, tinhão sido. N. P. Teríamos, terieis, terião sido.
í
Segunda Fôrma.
Futuro imperfeito composto.
3

I N. S. Tenho, tens, tem de ser. N. S. Teria, terias, teria de ser.


N. P. Temos, tendes, teem de ser. N. P. Teríamos, terieis-, terião de ser.

Futuro perfeitoxomposto. MODO INFINITO IMPESSOAL.

i Primeira Forma. Pretérito.

M •V. S. Terei, terás, terá sido. Ter sido.


1
í

1
I
u 65

Parlicipio pretérito composto. N. S. Tivera, liveras, tivera sido,


N. P. Tivéramos, tivereis, tiverão sido:
Tendo sido.

Futuro.
Com estes dois verbos auxiliares e o infinito cio
Ter de ser. verbo, Ser, formão-se ainda diversas linguagens do
futuro, que os grammaticos não teem classificado,
Parlicipio futuro composto. e a que chamaremos—Futuros do-Presente ou do
Pretérito—, segundo a relação que teem com cada
Tendo de ser. um cfesles tempos, como se passa a ver nos seguin
tes exemplos:
MODO INFINITO FESSOAL. Futuro do Pretérito do •Indicativo:— «Foi, quan
do, ou como, ou porque havia ou linha de ser.»
• Pretérito. Futuro do Presente do Conjunctivo:—«Seja,
quando, ou como, ou porque haja ou lenha de ser.»
N. S. Ter eu, teres lu, ter elle sido. Futuro do Pretérito do Conjunctivo:—«Fosse,
N. P. Termos nós, terdes vós, terem elles sido. quando, ou como, ou porque houvesse ou tivesse de
ser.
; •*»! Futuro.

N. S. Ter eu, teres tu, ter elle de ser.


tlerbo attvibutiuo.
N. P, Termos nós, terdes vós, terem elles de ser.

N. B. Fôrma antiquada do condicional pre Chama-se, altribulivo ouadjeclivo,o verbo,quan


do se acha unido ao atlributo, isto, por opposição
teri Io composto:
66 , 67
1 '
ao verbo substantivo, ou quando está d elle separa conjugação especial, porque, Pôr, écontraceno de,
do, como si se dissesse verbo combinado com um Pôer, como se dizia antigamente.
atlributo ou um adjectivo.
A necessidade de abreviar o discurso, para de Primeira conjugação.
algum modo acompanhar o pensamento na rapidez,
Fôrmas simples do verbo em. AR.
levou o homem a unir o verbo ao attributo: assim,
em vez de dizer com duas palavras, Ser crcante, MODO INDICATIVO.
Ser vivente, disse com uma só, Crear, Viver, o que
é muito mais conciso. Presente.
h Três são as terminações infinilivas do verbo al
tribulivo na língua portugueza, e por conseguinte N. S. Amo (sou amante),amas, ama.
Ires as conjugações a que dão origem: a primeira N. P. Amamos, amais, amão.
em,ar, como, Amar; a segunda em, êr, como, Mover;
a terceira em, ir, como Unir: • • Pretérito imperfeito.
Todas estas Ires terminações eomprehendem o
atlributo gràmmalical e o verbo, Ser, que se torna N. S. Amava, amavas, amava.
patente na terminação em, er}àa segunda conjuga N. P. Amávamos, amáveis amavão..
ção. A terminação em, ar, é evidentemente uma
terminação contracta de, aer,.ea terminação em, ir, *Pretérito perfeito.
a
é lambem outra terminação contracla de, ier. As
sim, Amar, quer dizer, amante ser, ou s<?r o queama; N. S. Amei, amaste, amou.
Mover,movente ser, ou ser o que move; unir, uninlc N. P. Amámos, amastes, amarão.
ser, ou ser o que une.

A terminação infinitiva em, ôr, que só se nota no Pretérito mais que perfeito.
verbo, Pôr, e seus compostos, não dá origem a uma
N. S. Amara, amáras, amara. r

Í-;
68
60

N...P. Amáramos, amá reis, amarão. N. P. Amemos, ameis, amem. í-


Futuro absoluto.
Pretérito imperfeito." •
N. S. Amarei, amarás, amará. N. S. Amasse, amasses, amasse.
N. P. Amaremos, amareis, amarão. N. P. Amassemos, amasseis, amassem.
MODO CONDICIONAL.
'luro.

Futuro. N. S. Amar, amares, amar.


N...P. Amarmos, amareles, amarem.
N. S. Amaria, amarias,'amaria,
N. P. Amaríamos, amaneis, arnar-ào. > MODO INFINITO IMPESSOAL.

MODO IMPERATIVO.
Presente.

Futuro. Amar.

N. S. Ama tu. Parlicipio presente.


N. P. Amai vós.

g Amando.
MODO CONJUNCTIVO.

I Gerundio.
Presente.

Em ornando.
...i •fí. S. Áme, íirnes, áffie.
i
70
71

) Parlicipio pretérito. N. P. Movemos, moveis, movem.

Amado, amada. Pretérito' imperfeito.


Supino.
Amado. N. S. Movia, movias, movia.
MODO INFINITO PESSOAL N. P. Movíamos, moyieis, movião.

Presente. Pt•eterit.o perfeito.

N. S. Amar eu, amares lu, amar elle. • N. S. Movi, moveste, moveo.


N. P. Amarmos nóss amardes vós, amarem elles. N. P. Movemos, movestes, moverão.
N. B. Fôrma antiquada do condicional pre
térito: • .. ; i • Pretérito mais que perfeito.
N. S.- Amara, amáras, amara.
N. P- Amáramos, amareis, amarão. N. S. Movera, moveras, movera.
N. P. Movêramos, movèreis, moverão.

Segunda conjugação. Futuro, absoluto.

flórinas-Simples do verbo em ER- N. S. Moverei, moverás, moverá.


N. P. Moveremos, movèreis, moverão.
MODO INDICATIVO.
MODO CONDICIONAL.

Presente. \ Futuro. »

'N. S. Moveria, moverias, moveria.


N. S. Movo (sou movente), moves, move. N. P. Moveríamos, moverieis, moverião.

!•;

ri

MODO IMPERATIVO.
Pariicipio pi%'sente.

Futuro. Movendo.

N. S. Move lu.
N. P. Movei vós.. .. Geru/utio.

MODO CONJU.XCTIVO. Em movendo.

Presente.
Puriicipio passado.
•» •'
N. S. Mova, movas, mova.
N. P. Movamos, movais, movào.' Movido, movida.

• Pretérito imperfeito. Supino.

Movido.
N. S. Movesse, inovesses, movesse.
N. P. Movêssemos, movesseis, movessem.
MODO INITMTO PESSOAL.

Futuro.
Presente.

N. S. Mover, ínovères, mover.


N. P. Movermos, moverdes, moverem. N. S. Mover eu, movereá lu, mover elle,
N. P. Movermos nós,moverdcsvós,movercm elles
MODO INFINITO IMPESSOAL. N. B. Fôrma do condicional pretérito anti
quado:
Presente. N.S. Movera, moveras, movera. •
Mover.
N. 1\ Movêramos, movèreis, moverão. -

H
74
Futuro absoluto.
Terceira conjugação.

Fôrmas simples du verbo em IR.


^.•^. Unirei, unirás, unirá.
N. P. Uniremos, unireis, uniráõ,
MODO INDICATIVO.
MODO CONDICIONAL.

Presente.
Futuro. . .

N. S. Uno (sou unnile), unes, une. N. S. Uniria, unirias, uniria.


N. P. Unimos, Linís, unem. N. P. Uniriam os, uni rieis/ unirião.
i

Pretérito imperfeito. * MODO IMPERATIVO.

N. S. Unia, unias, unia. Futuro.


N. P. Uníamos, unicis, união.
N. S. ünelu.
Pretérito perfeito. N. P. Uni vós.

N. S. Uni, uniste, unío. MODO CONJUNCTIVO.


N. P. Unimos, unistes unirão.
Presente.
Pretérito mais que perfeito.
I N. S. Una, unas, una. ,,
N. S. Unira, uniras, unira. N. P. Unamos, unais, unão.
N. P. Uníramos, unireis, unirão.

0
70 77
Pretérito imperfeito. Supino
Unido.
\\ S. Unisse, unisses, unisse.
N. P. Uníssemos, unisseis, unissem.
MODO INFINITO PESSOAL.
• Futuro.
Presente.
>
N. S. Unir, unires; unir.
N. P. Unirmos, unirdes, unirem. N. S. Unir eu, unires tu, unir elle.
N. P. Unirmos nós, unirdes vós, unir
MODO INFINITO IMPESSOAL. N. B. Fôrma do condicional pre
quado:
Presente.
Unir.
N. S. Unira, unirão, unira.
N. P. Uníramos, unireis, unirão.
Parlicipio presente.
Unindo.
Os tempos compostos do verbo attri
Gèrundio. mão-se com os auxiliares, Haver e Ter,
do verbo substantivo e pela maneira que
Em Unindo. pta quando delle tracto.
Porei aqui para exemplo unicamente
Parãcipio pretérito. ras pessoas do singular e pluraf, porque
fácil é formatas, conhecidas as fôrmas s
auxiliares.
Unido, unida. 12
(
78
70
Tempo.* eompostus. do verbo em ÁR.
Futuro perfeito composto
MODO INDICATIVO.
Primeira Fôrma.
N. S. Haverei ou terei amado.
Pretérito perfeito composto.
N. P. Haveremos ou teremos ama
Segunda Forma.'
N. S. Hei ou tenho amado.
N. P. Havemos ou. temos amado.
N. S. Haverei ou terei de amar.
N. P. Haveremos ou teremos de a
Pretérito anterior.
MODO CONDICIONAL.
N. S. Houve ou tive amach.
N. P. Houvemos ou tivemos ornado.
Futuro perfeito composto.
Pretérito mais que perfeito composto. Primeira Fôrma.
N. S. Havia ou tinha amado. N. S. Haveria ou teria amado.
N. P. Havíamos ou tínhamos amado. N. P. Haveríamos ou teríamos am
Futuro imperfeito composto. Segunda Fôrma.
k.
N. S. Hei ou tenho de amar. N. S. Haveria ou teria de amar.
-
N. P. Havemos ou lemos de amar. N. P. Haveríamos ou teríamos de
i
80
i
M MODO INFINITO IMPESSOAL. N. P. Havermos nós-ou lermos nós de amar.
1
. Pretérito. N. B. Fôrma antiquada do condicional preté
rito composto:
Haver ou ter amado.
N. S. Houvera ou tivera amado.
Parlicipio pretérito composto. N. P. Houvéramos ou tivéramos amado.

Havendo ou lendo amado. • Tempos compostos du verbo em 1SR.

Futuro. MODO INDICATIVO.

Haver ou ter de amar.


Pretérito perfeito composto.

Parlicipio futuro composto. N. S. Hei ou tenho movido.


» N. P. Havemos ou temos movido.

Havendo ou tendo de amar.


Pretérito anterior.
MODO INFINITO PESSOAL.
N. S. Houve ou tive movido.
Pretérito. N. P. Houvemos ou tivemos movido.

N. S. Haver eu ou ler eu amado. Pretérito mais que perfeito composto.


ii

N. P. Havermos'nós ou termos nós amado.


- Futuro. N. S. Havia ou tinha movidol
N, S. Haver eu ou ter eu de amar. N. P. Havíamos ou tínhamos movido.
82

Segunda Fôrma.
Futuro imperfeito composto.

N. S. Haveria ou teria de mover.


N. S. Hei ou lenho de mover.
Ní P. Havemos ou temos de mover. N. P. Haveríamos ou loriamos cie mover.

MODO INFINITO IMPESSOAL.


Futuro perfeito composto.

Primeiro Farina.
Pretérito.

llaver ou ler movido.


N. S. Haverei ou terei movido.
N. P. Haveremos ou teremos movido.
Parlicipio pretérito composto.
k Segunda Fôrma. * -

Havendo ou tendo movido.

N. S. Haverei ou terei de mover.


Futuro.
N. P. Haveremos ou teremos de mover

' Haver ou ler de mover.


MODO CONDICIONAL.

- Parlicipio futuro composto.


Futuro perfeito composto..
Havendo ou tendo de mover.
Primeira Fôrma.

MODO INFINITO PESSOAL.

Pretérito. •
N. S. Haveria ou teria movido.
N. P. Haveríamos ou teríamos movido. N. S. Haver eu ou ter eu movido.

\
Si
8S
N. P. Havermos nós ou lermos nós movido.
Pretérito mais que perfato composto.
Futuro.
N. S. Havia ou tinha unido.
N. S. Haver eu ou. ter de eu mover. N. P. Havíamos ou tínhamos unido. '
N. P. Havermos nós ou termos nós de mover.
Futuro, imperfeito composto.
N.. B. Fôrma antiquada do condicional preté
N. S. Hei ou tenho de unir.
rito composto:
N. P. Havemos ou temos de unir.
N. S. Houvera ou tivera movida.
N. P. Houvéramos ou tivéramos movido.
Futuro perfeito composto.

Primeira Fôrma.
Tempo? compostas do verbo em IR.

N. S. Haverei ou terei unido.


i MODO INDICATIVO.
N7 P. Haveremos ou teremos unido.
Pretérito perfeito composto, Segunda Fôrma.

N. S. Hei ou lenho unido.


N. S. Haverei ou terei de unir..
N. P. Havemos ou temos unido. N. P. Haveremos ou teremos de unir.

Pretérito anterior. MODO CONDICIONAL.

Futuro perfeito composto.


N. S. Houve ou tive unido.
Primeira Fôrma.
N. P. Houvemos ou tivemos unido.
í}. S. Haveria ou teria unido,
' -i 13

\-A
i 87

fti 80
MODO INFINITO rESSOAL.
i
Jí. P, Haveríamos ou teríamos unido.
I
Pretérito.
Segunda Fôrma.

N. S. Haver eu ou ter eu unido.


N. S. Haveria ou teria de unir. N. P. Havermos nós ou termos nós unido.
N. P. Haveríamos ou teríamos de unir
Futuro.
MODO INFINITO IMPESSOAL.

N. S. Haver eu ou ter eu de unir..


Pretérito.
N. P. Havermos nós ou termos nós de unir.
N.' B. Fôrma antiquada do condicional prete
Haver ou ler unido. riIo composto:
N. S. Houvera ou tivera unido.
Parlicipio pretérito composto. N. P. Houvéramos ou tivéramos unido.
N. B. Os tempos compostos' do modo con
Havendo ou tendo unido. • junctivo,tanto do verbo,ser, como dos verbos, amar,
mover, unir, cuja exemplificação omittimos para
Futuro. não avolumar mui Io este livro, formão-se como os
do indicativo: o pretérito propriamente dito, o pre
térito mais que perfeito, e a primeira fôrma do fu
Haver ou ter de unir.
turo composto, com os auxiliares, haver e ter, e os
supino*, sido, amado, movido, unido, como se vê nas
Parlicipio futuro composto. primeiras pessoas do singular "de cada um dos refe
ridos tempos em ordem suecessiva, «haja ou tenha
Havendo ou tendo de unir. sido, amado, movido, unido»; •


88
89
«houvesse ou tivesse ttôo, amado, movido, unido'»; , Teui-/.'s, temente cs.
«houver ou tiver sido, amado, movido, unido»; Tem-0, temente é.
a segunda fôrma do futuro composto, com os mes N. P. Vem-èmos, tementes somos.
mos auxiliares e o infinito dos verbos, ser, amar, Tem-eis, tementes sois:'
1 mover, unir, como se vê lia primeira pessoa do sin Tcm-em, temeules são.
m
gular, «houver ou tiver de ser, amar, mover, tinir».
Preteiito imperfeito.

N. S. Tem-ií<, temente era.


Para melhor se conhecer que o verbo altribulivo Tzm-ias, temente eras. '
consta de um adjectivo, que é o atlributo, e do verbo Ttim-ia, temeule era.
substantivo, que affirma a existência d'elle no sujeito, N. P. Tem-iamas, tementes éramos.
passarei agora a conjugal-o em seus tempos sim Tem-ieis, tementes ereis.'
ples, pondo claras as fôrmas mutiladas que repre Tom-ião, tementes erao.
sou tão o atlributo e o verbo, das quaes a primeira se
chama a radical ou raiz, e a segunda ou a termina Pretérito perfeito.
ção é o mesmo verbo. Tomarei o verbo cm, er, em
que mais facilmente se pode verificar isto, que no N. S. Tem-/, temente fui.
verbo em,#r,ou em, ir, cujas terminações são con- Teixi-esle, temente foste.
tractas. Sirva de exemplo o verbo, Temer.. Tcm-00, temente foi.
[\\ P. Tem-émos, tementes fomos.
MODO INDICATIVO.
T&nn-estes, tementes fostes.
Tem-êrão, tementes farão.
Presente.'
Pretérito mais que perfeilo.
m
N. S. Tem-0, temente, sou, j\. S. Tom-êra, temeu te fora,
90
91
Tem-eV«s, temente /o;W.
Tem-êra, temente fora. modo imperativo.
N. P. Tem-êramos, tementes fôramos*
Tem-creis, tementes foreis. Futuro.
Tem-êrão, tementes forcio.'
N. S.' Tem-e tu, temente se tu.
N. P. Tem-e/ vós, tementes sede vós.
. Futuro absoluto.
modo conjunctivo.
N. S. Tem em, temente serei.
Tem-erás, temente serás. '
Presente.
Tem-era, temente será.
N. P. Tem-ercmos, lemcnics seremos.
N. S. Tem-ff, temente seja.
Tem-weis, tementes sereis.
Tem-qs, temente sejas.
Tem-eraã, tementes serão.
Tem-a, temente seja.
N. P. Tem-amos, tementes sejamos.
MODO CONDICIONAL. Tem-ais, tementes sejais,
Tem-5(?, tementes sejão.
Futuro.
Pretérito imperfeito.
N. S. Tem-eria. temente seria.
N. S. Tem-me, temente fosse.
Tem-crias, temente serias.
Tem-esses, temente fosses.
Tem-erifl; temente seria.
Tèm-esse, temente fossa.
N. P. Tem-eriamos, tementes seriamos.
N. P. Tem-essemos, tementes fossemos
Tem-erieis, tementes serieis.
"J^m-esseis, tementes fosseis.
Tem-crião, tementes serido.
Izm-cssim, tementes fossem*
-92
Futuro.
Parlicipio pretérito.
N. S. Tem éV, temente /Br. Temido, temida. *
Tem-eres, temente fores.
Tem-er, temente fôr. Supino.
N. P. Temermos, tementes formos.
Tem-êrdes, tementes fôrdes. Tem-ido, temente sido. ••'
Tem-ârem, tementes forem.
MODO INFINITO PESSOAL.
MODO INFINITO IMPESSOAL,
Presente.
Presente. N.- S. Tem-er eu, temente ser eu.
Tem-eres tu, temente seres lu.
Tem-er, temente ser.
Tem-er elle, temente ser elle.
N. P. Tem-ermos nós, tementes sermos
Tem-erdes vós, temen tes serdes*v
Parlicipio presente. Tem-erem elles, tementes serem
O verbo attributivo divide-se em, trarsi
transitivo, relativo, reflexo e pronominal.
Tem-ew/o, temente sendo.
Gerundio. 1 Esta forma do verbo attributivo no parlicipio pretérito
sua significação passiva, a conversão, que as demais Tórmas
pois de tal conversão resultaria tornar-se de paciente em age
ou coiisa significada pelo substantivo com que concordasse
Em Tem-cndo, ém temente &???</#, ^ Os RE
9o
Oi ♦ . .
llcrlu» tvnnaitiuo. N'este exemplo, a Pedro, complemento.i
ou terminativo, é o termo de relação dá a
Chama-se, transitivo, o. verbo attributivo, quando sujeito occulto, Eu, expressa pelo verbo, e r
ssa a acção do sujeito a outro sujeito diverso em pelo sujeito diverso, ou complemento dir
e ella se emprega,, e que se denomina, comple objectivo, uih livro, como é ainda fácil v
ento directo ou objeclivo do verbo. Exemplo: • mudando-se a oração para a passiva:
«Pedro estuda a grammatica».' «.Um livro.foi dado por mim a Pedro».
Neste exemplo, a acção exercida pelo sujeito, Pe O verbo transitivo, pode também conv
o, recae sobre, a grammatica, que é um sujeito em,intransitivo,quando, tomado absolutame
iverso de, Pedro, como é fácil verificar, mudando- passa a acção do sujeito para outro sujeito
a oração para a passiva: «A grammatica é estu como" se vê n'este exemplo: '
ada*por Pedro». *' «Pedro amar, isto é, tem ou experimenta
Na.lingua portugueza o complemento directo ou A razão cFisto é que o altpibuto gràm
bjeclivo do verbo transitivo é sempre precedido amante, que exprime a acção que o verbo s
a preposição, a, quando é nome de pessoa. Exem- tivo afíirma do sujeito, é tomado n'este cas
*
io: simples adjectivo verbal; ao passo que, qu
«Pedro^estima a João». verbo é transitivo, como, *Amo a Deos»,
A preposição porem que o precede, pode algu buto, amante, conserva a sua força de pa
as vezes estar occulta, como se vê mesfoutro latino no verbo portuguez, ou é um verdadei
xemplo: ticipio Platinado. O mesmo se. observa em
«Criou Antônio como filho; islo é, a Antônio». onde, amans, amantis, Ora é simples adjecti
O verbo transitivo, pode ser ao mesmo tempo, bal, ora parlicipio.
elativo, quando, alem do complemento directo ou N. B. Quando, o Portuguez começou a f
bjectivo, pede um termo de relação, que se denomi se tinha pauticipios presentes em, anfe, ent
a, complemento indirectoou terminativo. Exemplo: que depois seforão convertendo em, ando, end
«Dei um livro a Pedro». Ainda hoje dizemos, por exemplo: «Isto n
96 97
lante», que vale tanto como, «Não obstando isto». para a passiva d'esta fôrma: «Vida feliz
D'ahi sem duvida a força de participio que ain Antônio». .
da conserva no, verbo transitivo, o adjectivo attri O verbo intransitivo, pode lambem to
butivo, ou o atlributo com que se combina' o verbo, lativo, quando se dá um termo, de relaç
Ser. .* • exercida pelo sujeito da proposição, com
seguintes exemplos:
«Tu morreste para o mundo».
li cr üo tntmnaitioo.
«Ficou-Me a gloria da acção».
Chama-se, inlransilivo, o verbo attributivo, quan * Ucrbo rclatiuo.
do não passa a acção do sujeito para outro sujeito
diverso. Exemplo: Chama-se, relativo, o»verbo attributi
«José faliou admirávelmente». pede complemento indirecto ou terminat
N'este exemplo, a acção exercida pelo sujeito, termo de relação da acção exercida p
José, não passa para outro sujeito diverso; fica no Exemplos:
mesmo que a exerce. «O mundo obedece*a Deus».
O verbo ititransilivo, converte-se em, transitivo, «O sacerdote usa de vestes talares».
quando se lhe dá por complemento directo ou ob N'estes exemplos, os complementosin
jectivo o substantivo cognato do verbo acompanha terminativos çlos verbos, obedece e usa,
do de um adjectivo qualificativo, como se vêtio se de relação, o primeiro, da acçao exerci
guinte exemplo: . . jeito, omumlo, o segundo, daexercida pel
«Antônio vive vida feliz». sacerdote.
N'este exemplo, a acção exercida pelo sujeito, An N. B. Querem alguns que o verbo si
tônio, passa para um sujeito diverso, vida feliz, mas relativo seja também transitive/, mas sem
representado por substantivo cognato do verbo, e to plausível, porque o complemento in
com qualificação especial. Aoração pode mudar-se terminativo, que se lhe junta, não rece
98
99
exercida pelo sujeito; é apenas delia mero termo'de
O verbo pronominal, émuitas vezes, r
relação. Porisso o commu m dos grammaticos faz se vê nestes exemplos:
d'elle uma espécie á parte.
«Condôo-me de ti».
«Compunge-te de meus males».
N. B. O verbo pronominal, que ta
Ücvbo veílcxo^ t pronominal. para dar expressão e harmonia ao disc
tigamente muito mais freejuente na li
Chama-se, verbo reflexo, o verbo attributivo, é hoje. Muitos verbos pronominaes p
quando se lhe dá por complemento directo ou objec teem antiquado: entre outros, vir-se,
tivo o. mesmo pronome pessoal que representa o seguramente pelo equivoco a que se
sua significação.
sujeito; e, pronominal re/te?, quando,habitualmen
te se conjuga com o referido pronome por aquelle
bexbxr attvibutiux» composto.
complemento; porque então a acção exercida pelo
sujeito não passa para outro sujeito diverso, mas Ha na lingua portugueza uma espé
reflecte sobre elle próprio. Exemplo do, verbo pu attributivo composto, formado ordinar
ramente reflexo-.
os verbos, estar, ficar, andar, ir, vir,
«Tu ^eíeriste».
dos outros verbos, como, estar orand
Exemplo do, verbo pronominal reflexo. • rando, andar viajando, ir subindo, vir
«Eu não me queixo».
ainda com o gerundio próprio, quand
Tanto num como noutro exemplo, a acção exer com elle se combina exprime movime
cidapelo sujçito não seemprega em sujeito diverso; Ires últimos, andar andando, ir indo,
pois no primeiro reflecte sobre osujeito, Tu, porque Esta espécie, de verbo composto po
recáe no mesmo profiome da segunda pessoa, te, tivo, intransitivo, relativo, reflexo e
e no segundo, sobre o sujeito, Eu, porque recae no segundo a natureza da significação do g
mesmo pronome da primeira pessoa, me. que se compõe, como se vê nos seguint
J00 401
{Transitivo) «Estou escrevendo cartas». * «Ronca dormindo».
{Intransitivo) «Ficou expirando». Com esta espécie de verbo altribul
{Relativo) Andou usando de banhos». pode formar-se toda asorte de verbo
.(Reflexo) «.Voix-me exercitando». porque a expressão do movimento o
(Pronominal) «Veio se queixando». mo tempo no verbo eno gerundio qu
Querem alguns grammaticos que, estar, ficar, combina, como em, andou dizendo, f
andar, ir, vir, sejãò verbos auxiliares quando se ou unicamente no ultimo, como em, f
combinão com os gerundios de outros verbos; mas do, permaneceo trabalhando.
em. realidade o não são, já porque contribuindo, N. Bi .Esta fôrma de verbo é, com
por níeio de tal combinação, para exprimir a acção pessoal, uma- riqueza especial á lingu
em movimento, não perdem'toda a sua força de que leva por uma e outra grande vant
verbos altributivos, como, haver e ter, quando fa guas suas análogas e a muitas outras.,
zem o officio de verbos auxiliares; já. porque, a sêl-o, O verbo attributivo composto, con
o numero de taês auxiliares seria muito maior, bém com os auxiliares, Haver eTer, c
como se observa dos seguintes exemplos, e de ou a ver.
tros análogos, que podião ser adcluzidos: Fôrmas do, verbo attributivo comp
«Vivo estudando». dois auxiliares.
«Morreo fallando». MODO INDICATIVO.
«Falia gritando».
«.Canta trabalhando».. Presente.
«.Trabalha cantando».
«Pinta escrevendo ». • (Sou atulante sendo pmcurante.)
«.Escreve pintando». .
«.Corre passeiando». N. S. Ando procurando. °
« Passeia- correndo». Andas procurando.
«.Dorme roncando». Anda procurando.
15
I 102 103

N. P. Andamos procurando. Andara procurando.


Andais procurando. N. P. Andáramos procurando.
Andão procurando. Andáreis procurando.
Andarão procurando.
Pretérito imperfeito.

Futuro absoluto.
N. S. Andava procurando.
Andavas procurando.
Andava procurando. N. S. Andarei procurando.
N. P. Andávamos procurando. Andarás procurando.
Andaveis procurando. Andará procurando.
Andavão procurando. N. P. Andaremos procurando.
Andáreis procurando.
Pretérito perfeito. Andarão procurando.

N. S, Andei procurando.
MODO CONDICIONAL.
Andaste procurando.
Andou procurando.
..N. P. Andámos procurando. Fulu ro.
Andastes procurando.
Andarão procurando. N. S. Andaria procurando.
Andarias procurando.
Pretérito mais que perfeito. Andaria procurando.
N. P. Andaríamos procurando.
N. S. Andara procurando. • Andarieis procurando.
Andáras procurando. Audarião procurando.

ri
#.. J04 J05
MODO IMPERATIVO. Futuro.
Futuro.
N. S. Andar procurando.
Andares procurando.
N: S. Anda lu procurando. Andar procurandq.
N. P. Andai vós procurando. N. P. Andarmos procurando.
Andardes procurando.
MODO CONJUNCTIVO.
Andarem procurando.
MODO INFINITO IMPESSOAL.
Presente.
N. S. Ande procurando. Presente.
Andes procurando.
Ande procurando. Andar procurando.
N. P. Andemos procurando. .*
Andeis procurando. Parlicipio presente.
Andem procurando.
Andando procurando.
Pretérito imperfeito.
Gerundio.
N. S. Andasse procurando.
#•
Andasses procurando. Em andando procurando.
Andasse procurando.
N. P. Andássemos procurando. Parlicipio pretérito,
Andasscis procurando.
Andassem procurando. Não tem.
100 U)1
Supino. N. P. Havemos ou lemes andado pro
Andado procurando. Pretérito anterior.. •
MODO INFINITO ft*ESSOAL N. S. Houve ou tive andado procura
N. P. Houvemos ou livemos andado
Presente.
Pretérito mais que perfeito.
N. S. Andar eu procurando.
Primeira Fôrma.
Andares tu procurando.
Andar elle procurando..
• N. P. Andarmos nós procurando.
N. S. Havia ou tinha andado procur
Andardes vós procurando.
N. P. Havíamos ou tínhamos andado
Segunda F. r.i.a. .
Andarem elles procurando.
N. S. Houvera ou tivera andado pro
N. P. Houvéramos ou tivéramos and
rando
Fôrmas duplamente compostas do, verbo at Futuro imperfeito.
tributivo composto, em que entrão os auxiliares,
Haver e Ter. N. S..Hei ou tenho de andar procura
N. P. Havemos ou temos de andar p
MODO 'INDICATIVO.
*- '- .
Futuro perfeito.
Préter ão perfeito. Primei ra'Forma.
N. S, liei ou tenhovandado procurando. N. S. Haverei òü terei andado procur
408
409

N. P. Haveremos ou teremos andadoprocurando. N. P. Hajamos ou tenhamos andado procurando.


Secunda Fôrma.
Mais que perfeito.
N. S. Haverei ou terei de andar procurando.
N. S. Houvesse ou tivesse andado procurando.
N. P. Haveremos ou teremos de andar procu
N. P. Houvéssemos ou tivéssemos andado pro
rando.
curando.
MODO CONDICIONAL.

Futuro imperfeito.
Futuro perfeito.
N. S. Haja ou tenha de andar procurando.
Primeira Pnrma.
N. P. Hajamos ou tenhamos de andar procu
rando.
N. S. Haveria ou teria andado procurando.
N. P. Haveríamos ou teríamos andado procu Futuro perfeito.
rando. *
Segundo Fórum. Primeira Fôrma.

N. S. Haveria ou teria de andar procurando. N. S. Houver ou tiver andado procurando.


N» P. Haveríamos ou teríamos, cie andar procu N. P. Houvermos ou tivermos andado procu
rando. rando.
MODO CONJUNCTIVO. Segunda Fôrma.

Pretérito. N. S. Houver ou tiver de andar procurando.


N, P. Houvermos ou tivermos de andar procu
rando.
N. S. Haja oü tenha andado procurando.
' -' . 440 , 4 41
N. B. Damos em sua integra as fôrmas conw És Amado, ou amada.
postas do modo conjunctivo deste verbo com os au É amado, ou amada.
xiliares, Haver, e, ter,nas primeiras pessoas do sin N. P. Somos amados, ou amadas.
gular e plural, contra o que praticámos com os ou Sois amados, ou amadas.
tros, por ser elle duplamente composto e apresen São amados, ou amadas.
tar mais diffiçuldade.
Pretérito imperfeito.
Do"} passiva òo verbo transttiuo.
N. S. Era anMdo, oxx^amada.
Eras amado, ou amada.
O verbo altribulivo, está sempre na fôrma de
Era amado, ou amada.
verbo activo, porque a lingua portugueza não tem
N. P. Éramos amados, ou amadas.
fôrma de, verbo passivo; mas fórma-se a voz passi
Ereis amados, ou amadas.
va do, verbo transitivo, juntando-se, como nas lín
Erão amados, ou amadas.
guas suas análogas,ao verbo substantivo o participio
pretérito do, verbo attributivo, ou o attributo sob
esta fôrma, como se vê em, Amar (voz activa), Ser Pretérito perfeito.
atuado (voz passiva).
N. S. Fui amado, ou amada.
Foste amado, ou amada.
Foi amado, ou amada.
Conjuoaeíío òo vevbo trtwstttuo opassUmbo.
N. P. Fomos amados, ou amadas.
N Fostes amados, ou amadas.
MODO INDICATIVO.
Forão amados, ou amadas.
Presente.
Pretérito mais que perfeito
N. S. Sou amado, ou amada, • N. S. Fora amado, ou amada.
> 412 413
Foras amado, ou amada. MODO IMPERATIVO.
Fora amado, ou amada.
N. P. Fôramos amados, ou amadas. Futuro.
Fôreis amados, ou amadas:
Fôrão amados, ou amadas. N. S. Sê tu amado, ou amada.
N. P. Sede vós amados, ou amadas
Futuro absoluto.
MODO CONJUNCTIVO.
N. S. Serei amado, ou amada.
Presente.
Serás atuado, ou amada.
Será amado, ou amada.
N. S. Seja amado, ou amada.
N. P. Seremos amados, ou amadas.
Sejas amado, ou amada.
Sereis amados, ou amadas.
Seja amado, ou amada.
. Serão amados, ou amadas.
N. P. Sejamos amados, ou amadas.
Sejais amados, ou amadas.
MODO CONDICIONAL.
Sejão amados, ou amadas.
Futuro. Pretérito imperfeito.
N. S. Seria amado, ou amada. N. S. Fosse amado, ou amada.
Serias amado, ou amada. Fosses amado, ou amada.
Seria amadnr ou amada. _ Fosse amado, ou amatjfa.
N. P. Seriamos amados, ou amadas. N. P. Fossemos amados, ou amadas
. Serieis amados, ou amadas. Fosseis amados, ou amadas.
Serião amados,ou amadas. Fossem amados, ou amadas.
4 44
.445
. Futuro. N. P. Sermos nós amcidos, ou ama
Serdes vós amados, ou amad
N. S. Fôr amado, ou amada. Serem elles amados, ou ama
Fores amado, ou amada. N. B. O participio- pretérito é
Fôr amado, ou amada. flerta attributivo, que se apassiva, e
N. P. Formos amados, ou amadas. amotfo, amada; porque na lingua portu
Fòrdes amados, ou amadas. análogas oparlicipio pretérito do, verfo
Forem amados, ou amadas. que em Latim pertencia ao mesmo ve
ma especial passiva, tem força de partic
MODO INFINITO IMPESSOAL.
Presente.
v. Fôrmas compostas do, ?>erta transi
Ser amado, ou amada. • • vado, em que entrão os auxiliares, 7Jrti
«
Participio presente. MODO INDICATIVO.
Sendo amado, ou amada. Pretérito perfeito.
MODO INFINITO PESSOAL. N. S. Hei ou tenho sido amado, ou
N. P. Havemos ou temos sido amad
Presente.
N. S. Ser eu amado, ou amada. Pretérito anterior.
Seres tu amado, ou amada.
[Ser elle amado, ou amada. iV. S. Houve ou tive sido amado, ou
44,6 447
N. P. Houvemos ou tivemos sido amados, ou N. P. Haveremos ou teremos sido
madas.
amadas.
Segunda Fôrma.
Pretérito mais que perfeito.
N. S. Haverei ou terei de ser amad
Primeira Fôrma. N. P. Haveremos ou teremos de s
amadas. •
N. S. Havia ou tinha sido amado, ou amada. •••_;.. MODO CONDICIONAL.
N. P. Havíamos ou tínhamos sido amados, ou
amadas. Futuro perfeito.
Segunda Fôrma.
•? • • Primeira Fôrma.
N. S. Houvera ou tivera sido amado, ou amada,
N. P. Houvéramos ou tivéramos sido amados, ou N. S. Haveria ou teria sido amado o
amadas. N. P. Haveríamos ou teríamos sido
amadas. /
Segunda Fôrma.
Futuro imperfeito.
N. S. Hei ou tenho de ser amado, oú amada. N. S. Haveria ou teria de ser amado
N. P. Havemos ou temos de ser amados,o\i ama N. P. Haveríamos ou teríamos de ser
amadas.
das.
Futuro perfeito. modo Infinito impessoal.
c -
Primeira Fôrma*
Presente.
iSS» S, Haverei ou terei sido amado>oü amada. Haver ou ter sido amado ou m4
448 44f>
. Parlicipio pretérito composto. o pretérito maisque perfeito, e a prim
íuturo, combinando-se os auxiliares,
Havendo ou tendo sido amado ou amada. e o supino do, verbo Ser, «sido», com
do, amar, «amado,amada»,como se vê
Futuro. •. pessoas dos referidos tempos em orde
«Haja ou tenha sido amado.ou amada»'
Haver ou ter de ser amado ou amada. tivesse sido amado ou amada»; Ho
sido amado ou amada»: a segunda for
Participio futuro composto. combinando-se ps auxiliares e o infin
> . • *
Ser, com o sobredito participio do
Havendo ou tendo de ser amado ou amada. como se vê na primeira pessoa do
«Houver ou tiver de ser amado, ou a
MODO INFINITO PESSOAL.
O verbo substantivo, que os gram
mão n'este caso, verba auxiliar, aind
Pretérito. que, estar, ficar, andar, ir, wr, quand
com o gerundio .de outros verbos,
N. S. Haver ou ter eu s\do_amado ou amada. como em qualquer outro, caso expri
N. P. Havermos ou termos nós sido amados ou inação, e nada perde de sua força, c
amadas.' com, Haver, e, Ter,quando se conver
Futuro. liares. «Sou amado», é uma proposiç
o verbo, sou, é o nexo ou cópula qu
N. S. Haver ou ter eu de ser amado ou amada. buto, amado, ao sujeito occulto, eu.
N. P. Havermos ou termos nós de ser amados Assim a/passividade está umeame
ou amadas. pio, amado, quando digo, sou amado
.9 N. B. Os tempos compostos do conjunctivo tividadeunicamente no participio alati
formão-se como os do indicativo: o pretcrito perfeito, -quando digo, amo, que é o mesmo qu
420
121
N. B. Esta maneira de apassivar o, verbo attri N. P. Fazem-se.
butivo, menos no que se refere aos tempos compos
tos com os auxiliares, Haver, e, Ter, adop.tou-a o Pretérito Imperfeito..
Portuguez, bem como os idiomas seus análogos,
da segunda maneira.por que os Latinos apassiva- N. S. Fazia-se.
vão o mesmo verbo, os quaes tanto dizião,com fôr N. P. Fazião-se.
ma especial passiva, «Amor»,Sou amado, ou amada,
Como, á maneira portugueza, italiana, hespanhola Pretérito perfeito.
e franceza, «Sum amatus, atnata», Sou amado ou N. S..Fez-se.
amada,, com a simples addição da fôrma neutra, N. P. Fizerão-se.
amavam, que não temos.
Ha ainda na lingua portugueza outra fôrma de Pretérito mais que perfeito.
apassivar o, verbo transitivo, nas terceiras pessoas
do singular e plural, dando-lhe por complemento N. S. Fizera-se.
directo apparente 0 pronome, se, quando osujeito N. P. Fizerão-se.
da proposição é cousa, enão pessoa propriamente
dita, como se vê em, «A obra fez-se», «Celebrou-se ! Futuro absoluto.
a festa». ' ' :
Fôrmas simples do, verbo transitivo, apassivado
unicamente nas terceiras pessoas: N. S. Se fará, ou far-se-ha.
N. P. Se farão, ou íar-se-hão.
MODO INDICATIVO.
MODO CONDICIONAL.
c
Presente.
Futuro.
N. S. Faz-se (é feito ou feita). N. S. Se faria, ou far-se-hia.
423
i'22
Gerundio.
N. P. Se farião, ou far-se-hião.
Em Fazendo-se, ♦
MODO C0.NJUNCT1V0.

- ' MODO INFINITO PESSOAL.


Preseule.

Presente.
N. S. Façá-se. '• . •
N. P. Fação-se..
N. S. Fazer-se.
N. P. Fazerem-se.
PreUriio imperfeito. N. B. Na segunda fôrma do futuro do indica
tivo è do condicional intercala-se o pronome, se,
N. S. Fizesse-se^ ou se fizesse.
no verbo; pois, «Far-se-há, far-se-hia», é o mesmo
N. P. Fizcssem-sc?, ou se fizessem.
que, «Ha de se fazer ou íazer-se, Havia de se fazer
ou fazer-se», e, cm última análysc, «Se fará,.Se fa:
Futuro.
ria». Nos mais tempos do indicativo, ou conjunc
tivo, ou infinito, tanto se pode coUocar o pronome
N. S. Fizer-se, ou se fizer.
se, antes como depois: faz-se, ou se faz; faça-se, ou
N. P. Fizerem-se, ou se fizerem.
se faça; fazer-se, ou se fazer.
MODO INFINLTO IMPESSOAL.

Fazer-se.

Pai'licipio presente. Fôrmas compostas do, verbo itahsürvo, apassi-,


vado unicamente nas terceiras pessoas.
Fazèndorse.
42íi
MODO INDICATIVO. .
N. P. Hão-se ou teem-se de fazer.

W Pretérito perfeito.
Futuro perfeito.
« :•' N. S. Ha-se ou tem-se feito.
Primeira Fôrma.
N. P. Hão-se ou teem-se feito.

N. S. Se haverá ou se terá, haver-se-ha ou ter-


, Pretérito anterior.
se-ha feito.
N. P. Se haverão ou se terão, haver-se-hão ou
li N. S. Houve-se ou teve-se feito.
ter-se-hão feito.
N. P. Hou verão-se ou tiverão-se feito.

Segunda Forma.
Pretérito mais que perfeito.

Primeira Fôrma. N. S. Se haverá ou se terá, haver-se-ha ou ter-


se-ha de fazer.
N. S. Havia-se ou tinha-se feito. N. P. Se haverão ou se terão, haver-se-hão ou
N. P> Havião-se ou tinhão-se feito. ter-se-hão de fazer.

Segunda Fôrma.
MODO CONDICIONAL.

N. S. Houvesse ou tivera-se feito.


N. P. Houverão-se ou tiverão-se feito. Futuro perfeito.

Primeira Fôrma.
Futura imperfeito.

N. S. ÍU-se ou tem-se de fazer. N. S. Se haveria ou se teria, haver-se-hia ou'


••
ter-se-hia feito.
ia
127
i$e

N. P. Se haverião ou se terião, haver-se-hião ou propriamente dito, o pretérito mais que perfeito, c a


ler-se-lttão feito. primeira fôrma do futuro,com osãuxiUarés,2ír2«er,c,
Ter, o pronome,se, e osupino do verbo,Fazer,<tfei-
Segunda Fôrma. ío^como se vê nas terceiras pessoas do singular dos
referidos tempos em ordem suecessiva, «Haja-se ou
N. S. Se haveria ou se leria, havcr-se-hia ou tenha-se feito; Ilouvesse-se ou tivesse-se leito; Houver-
ter-se-hia de fazer. * se ou tiver-se feito: a segunda fôrma do futuro,com
N. P. Se haverião ou se terião, haver-sr-hiãoou os referidos auxiliares c pronome, e o infinito do ver
ter-se-hião cie fazer. • bo, Fazer, como se vê na terceira pessoado singular
do mesmo tempo, «Ho.uveivse ou tiver-se de fazer.
MODO TNFTMTO TYTPRSSOAL. Ha ainda na lingua portugueza outra maneira . '
de apassivar o, verbo transitivo, formando uma es
Preferi!o. pécie de verbo composto com o verbo, Estar, o
gerundio do verbo, Ser, e o parlicipio do verbo que
HaveiY.se ou ter-se feito. se apassiva.
Exemplos: •
i >•

Participio pretérito composto. , «Estou sendo felicitado».


«Estás sendo aceommeIlido». .
Havendo-se ou tendo-se feito. • «Está sendo illudido».*
•«Estamos sendo enganados».
MODO INFINITO PESSOAL. «Estais sendo defendidos».
«Fstão. sendo punidos».
N. S. 1Iaver-se ou ter-se íeiIo. Com o verbo composto por esta fôrma na voz
N. P. Haverem-se ou terem.-se feito. passiva se exprime a paixão em movimento, assim .
N. B. Os tempos compostos do modo conjunc como com o verbo composto com o gerundio na
tivo formão-se como os do indicativo: o pretérito voz activa se representa a accão em movimento.
128 120

!Y. B. A lingua. portugueza, que ó de todas as MODO INDICATIVO.


modernas a mais rica em fôrmas verbaes, tem tam
bém outra maneira de apassivar o verbo altribulivo Presente.
unicamente na terceira pessoa do singular, cie que
logo me oecuparei. N. S. Eu me condòó—Eu sou condoente a mim.
Tu te.condóes—Tués condoente a ti.
Elle.se condóe—Elle é condoente a ri.
N. P. Nós nos condoemos—Nós somos condo-
entes a nós. .

«, Vós vos condoeis— Vós sois condoentes a


1)í>j mcíúit ou vtíltxa. vós.
i
Elles.se condóem—Elles são condoentes -
1 Avoz media ou reflexa é uma espécie de voz en a si.
tre a voz activa e a passiva. Diz-se que o, verbo at
tributivo, está na voz media ou reflexa, quando é Pretérito imperfeito.
•ou simplesmente, reflexo, ou, reflexo pronominal.
No primeiro caso, overbo-não dá logar á conjuga N. S. Eu me condoía.
ção alguma especial, porque é accidentalmente, re Tu te condoias.
flexo; no segundo, sim,-porque o é sempre, ou se Elle se condoía.
conjuga habitualmente com o mesmo pronome que N. P. -Nós nos condoíamos.
representa o sujeito. , ' . Vós vos eondoíeis».
Elles se condoíão.

••'
Pretérito perfeito.

Fôrmas simples do,ücrbo reflexo pronominal. N. S. Eu me condoí.

.
* . 130
434
Tu te condoeste. [ MODO CONDICIONAL.
Elle se condoêo.
N. P. Nós nos condoêinos.
Futuro.
«
Vós oos condoestcs.
Elles se condoêrao.
N. S. Eu me condoeria.
* . * Tu te condoerias. .
Pretérito rnaís que perfeito. Elle se condoeria.
N. P. Nós nos condoêriamos.
Vós ?'oscondoerieis.
N. S. Eu me condoêra. Elles se eondoerião.
*
Tu te condoêras.
Elle se condoêra. • MODO IMPERATIVO.
N. P. Nós nos condoêramos.
Vós vos condoêreis. Futuro.
Elles se condoôráo.
N. S. Condóo-/é tu.
N. P.-Cóndoei-ros vós.
Futuro absoluto. i
MODO CO.NMUXCTIVO.
N. §. Eu me condoerei. Presente.
Tu te condoerás.
Elle se condoerá. N. S. Eu nie condôa.
N. P. Nós nos condoeremos. Tu te condôas.
Vós vos condoêreis.. Elle se condôa.
Elles se condoeráò. ti P. Nós nos condoâmos,
132
433

Vós. vós condoais.


Participio presente.
Elle se condôão.
»
Condoendo-se.
Pretérito imperfeito.
Gerundio.
N. S. Eu me condoesse.
Th le condoesses. Em condoendo-se.
Elle se condoesse. *
N. P. Nós nos condoessemos.
MODO INFINITO PESSOAL.
Vós vos condoesseis.
Elles se condoéssem. Presente.

Futuro. N. S. Condoer-we eu.


'•;
Condóeres-te tu.
N. S. Eu me condoer. Condoer-se e//e.
Tu te condoeres.
N. P. Condoermos-raos nós.
Elle se condoer. Condoerdes-ws vós.
A " N. P. Nós nos condo ermos. Concloerem-se elles.
Vós vos cancloerdes.
Elles se condoerem.
N. B. Os tempos compostos d'este verbo for
mão-se, como os do verbo apassivado, nas terceiras
•-. MODO INFINITO IMPESSOAL.
pessoas, com opronome,se, quando tem por sujeito .
cousa, com a única differença.de se lhe dar por
Presente. complemento directo ou objecto apparente os pro
nomes, me, e, te, na primeira e segunda pessoa do
.Condoer-se'. ' • Singular, eos pronomes, nos,*, vos, na primeira ese-
gunda do plural, como se vê no pretérito perfeito sobredito, corno,Pôr, e seus compostos, ou somen
composto do modo indicativo, «Eume hei ou tenho te em alguns dos seus tempos e pessoas, como,
condoído, tu te has ou tens condoído, elle se ha ou Pedir, Fazer, Dizer, &. N'este ultimo caso consiste
tem condoído, nós nos havemos ou temos condoído, apenas a irregularidade em apartar-se o verbo da
radical ou raiz.
vós vos haveis ou tendes condoído, elles se hão ou
teem condoído».
Sirva de exemplo, Pedir, cuja radical ou raiz é7
O verbo attributivo, divide-se ainda em,regula$, •d: .

irregular, defectivo, e unipessoal.


«.Presente do indicativo.

N. S. Peço, pèdfs, pede.


\lcrho rrgulnv. N. P. Pedimos, pedis, pedem».

Chama-se,regular, o verbo que em todos os seus «Presente do conjunctivo.


modos, tempos e pessoas se conforma com o pa
radigma das três conjugações, representado por, N. S. Peça, peças, peça.
Amar, Mover, Unir,ou outros verbos que d'elles não N. P. Pecamos; peçais, peçao».
»
discrepão em cousa alguma, como, por exemplo,

Cantar, Ceder, Jlhulir, &. A irregularidade n'este verbo eslá, como se vê,
r
unicamente na primeira pessoa do presente do in
dicativo e uo presente do conjunctivo, que se apar-
tão da raiz, Ped; pois, em Iodos os tempos e pessoas
pKtbo irrrtiulnr. que seguem araiz,-é elle regular.

Chama-se,irregular, overbo que em todos os seus N. B. Este verbo fazia antigamente na primeira
modos, tempos e pessoas -se aparta do paradigma pessoa do presente do indicativo, <&Pido;no presente
436 4|37
do conjunctivo, «Pida, fidas, pida, pidamos, pidais, llci-boVmtuiíssoiil.
pidão»; e era regular, assim como outros que de
pois se converterão em irregulares, porque com leve Chama-se, unipessoal, o veflDO que só tem a ter
differença orthographica se escrevia, Pidir. ceira pessoa do singular. O. verbo altribulivo pôde
ser, unipessoal,de duas maneiras: ou em fôrma ac-
tiva, como, chove, venta, troveja,gea; ou em fôrma
ajpssivada, como, vive-se, falia-se, 'canta-se, come-
Ucruo üífectioe.
se. O primeiro é o, verbo unipessoal, propriamente
dito: o segundo, o verbo pessoal convertido em,
Chama-se, defeclivo, o verbo a que faltão alguns unipessoal.
tempos e pessoas, como, por exemplo, Feder; pois E propriedade do, verbo unipessoal, conter em si
não se diz na primeira pessoa do presente do indi o sujeito e o atlributo, de modo que com uma só
cativo, fedo,nem no.presente do conjunctivo, feda, palavra se fôrma proposição quando o verbo está na
fedas, feda, &, mas ou, cheiro mal, ou, estou feden voz activa, ou com duas, quando está na passiva:
do &. Todo verbo ou propriamente, «impessoal, ou por quanto, chove, é o mesmo que, «ha ou cahe
tomado como tal em casos especiaes, é por sua na chuva»; venta,o mesmo que, «ha ou sibila vento»;
tureza, defeclivo. troveja, o mesmo que, «ha ou rebôa trovão»; gea,
N. B. Na lingua portugueza, a mais rica em fôr o mesmo que, «existe ou cahe geada»; vive-se, vale
mas verbaes das que fallão hoje os povos cultos, é tanto como, «existe ou dá-se o viver ou a vida»;
rarissimó o verbo, defeclivo, pois além do caso a- falia-se, tanto como. «existcou ouve-se o fatiar ou
cima não nos occorre outro; ao passo que no La a falia»; canta-se, tanto como, «existe ou sôa o
tim, e até no Francez., é freqüentíssimo este verbo. cantar ou o canto»; come-se, tanto como, «dá-se ou
Ainda assim o povo ,baixo suppre as pessoas que tem cabimento o comer ou a comida»; ou. resolven
fallão ao verbo, feder, dizendo, feço; feça, feças, do-se a proposição por est'oulra maneira mais sim
fcça,feçamos,&; o que não é usado pela gente culta. ples, «o viver-se, o (aliar-se, o cantar-se, o cq*
mer-se, existe, ou tem cabimento».
138 : 139

Este'segundo modo de iiluverler em,unipessoal, «Convém que estudes».


o verbo pessoal, é ainda uma maneira que possiie a «Cumpre que sejas virtuoso».
a lingua portugueza*de apassivar o, verbo ailribu- «Importa partir cedo».
tivo,unicamente na terceira pessoa do singular; pois «Releva seguires o caminho mais curto».
vive-se, corre-se, escreve-se, é justamente o equi O verbo unipessoal, converte-se também em pes
valente dos verbos unipessoaes latinos com fôrma soal, quando se toma em sentido figurado,jcomo se
passiva, vivilur, currilur, scribilur. ^ j*& oJaserva nos seguintes exemplos:
O verbo, peza-me, que se conjuga só na terceira «Clwvião-\he as desgraças uma sobre outra».
pessoa do singular, e sempre com o pronoufe pes . «Trovejas na. voz».
soal, é igualmente um verdadeiro verbo unipessoal, Ha na lingua portugueza um, verbo unipessoal,
porque tem o sujeito e o atlributo incluídos em si, que se emprega quasi sempre com sujeito occulto,
como se vô n'este exemplo: o verbo, Haver, com a significação de,existir. Este
«Pêza-me de haver peccado», que vale tanto sujeito é de ordinário, numero, classe, espécie, quan
como, «o pezar de haver peccado me possúe, ou se tidade, espaço, -período, como se vê nos seguintes
apodera de mim». exemplos:
N. B. Aqui o-verbo conjugado com o pronome %«Ha homens extraordinários; isto é, numero,clas
está na voz media ou reflexa, como já. cm oul.ro se, espécie de homens».
logar expliquei. «Ha dias que não te tenho visto; isto é, uumero,
O mesmo verbo pessoal na fôrma activa se uni- quantidade de dias».
personalisa algumas vezes, como se vê em,convém, •«.Ha tempos bem calamitosos; isto é, espaço, pe
cumpre, importa, releva. N'este caso porém toma' ríodo de tempos».
simplesmente a fôrma, e não o caracter de verbo N. B. O emprego efeste verbo com sujeito oc
unipessoal, porque não traz. o sujeito incluído em culto é um dos idiotismos dalingua, assim como
si, como, chove, relampêa,tüBS tem ordinariamente o é lambem o do infinito pessoal, e o do verbo
por sujeito alguma proposição. composto com o gerundio.
Exemplo: Fôrmas simples do verbo unipessoal, Haver,
140
1.44

MODO INDICATIVO.
MODO CONJUNCTIVO.

Presente.
Presente.

Ha (é havenle, ou existente). Haja.


•!
Preterito imperfeito. Pretérito imperfeito.
i

Havia. Houvesse.

Pretérito perfeito. Futuro.

Houve. Houver.
Preferilo mai? que perfeito.
í
í .
MODO INFINITO.
Houvera.
I
Presente.
Futuro absoluto.
Haver.
Haverá.

Participio presente.
MODO CONDICIONAL.

Havendo.
Futuro. Supino.

Haveria, Havido.
20

'->:
iH 443

Fôrmas compostas cio mesmo verbo. Futuro perfeito.

MODO INDICATIVO. Primeira forma.

Pretérito perfeito. Haverá ou terá havido.

Ha Ou tem havido. Secunda fórum.

Pretérito anterior. Haverá ou terá de haver.

MODO CONDICIONAL.
Houve ou teve havido.
I

Futuro.
Pretérito mais que perfeito.
Primeira fôrma!

Primeira Fôrma* Haveria ou teria havido.

Havia ou tinha havido. Segunda forma.

i •
Segunda Fôrma. Haveria ou teria de haver.

Houvera ou tivera havido. MODO CONJUNCTIVO.

Futuro imperfeito. Pretérito.

Ha ou tem de haver. . Haja ou tenha havido.

.0
lí.1

Pretérito mais que perfeito. N.- B. Este verbo não vem, como sonbão al
guns grammaticos, de, Habeo,latino, que nunca foi
Houvesse ou tivesse havido. tomado em tal accepção, mas do verbo françez, y
havoir, que tem a mesma significação e emprego,
Futuro. que o verbo portuguez, com a única differença de
Primeira fôrma. vir acompanhado do pronome indefinido^/, que
indica o verdadeiro sujeito occulto, nombre, espèce,
Houver ou tiver havido. quantilé &. . ,
Os nossos clássicos costumão ás vezes juntar
Segunda fôrma. lambem a este verbo a partícula, ou advérbio, hi,
ahi; o que acontece ordinariamente quando elle
Houver ou tiver de haver. vem com sujeito expresso, por exemplo:
d Não ha hi honrem».
MODO INFINITO. «Não ha ahi cousa».

Pretérito.

Haver ou ter havido. 2lcccssorios tio nabo.

Participio .pretérito. PARTICIPIO PRESENTE.

Havendo ou lendo havido. O partieieio presente, ou, aelivo, do Verbo attri


butivo exprime a acção na actualidade. Na lingua
Parlicipio futuro. portugueza é este participio um adjectivo invariá
velno singular e plural com a terminação em, ando,
Havendo ou tendo de haver eiido, indo, no verbo regular -da i.«, °2.ae 3." cou-
4 46
147

jugação; c cm, onda, no verbo iiTegular, por, e seus «Sendo Cônsul Cicero, foi debellada a conjura
compostos, como, amando, de amar; movendo, de ção de Calilina».
mover; unindo, de unir; pondo, de pôr. É, transi íYeste exemplo, Cônsul, substantivo tomado ad-
tivo, ou, intransitivo,segundo a natureza da signifi jeclivaincute, é oatlributo da proposição participio,
cação do verbo cfondc nasce, e forma-se com elle cujo sujeito é, Cicero. +
a proposição chamada, parlicipio. Reinando Priamo, vale tanto como, ««Quando
Exemplos: reinava Priamo,. ou em quanto reinava Priamo, e
«Reinando Priamo, foi destruída Tróia; islo é, como reinasse Priamo»; proposições do modo in
sendo Priamo reinante». dicativo econjunctivo, em que se- resolve a do par
«Administrando os reis justiça por si e pelos ticipio:
que governão em seu nome, são os povos felizes; Assim a dillerença que existe entre o participio
islo é, sendo os reis adminisIrantes justiça, &». presente ou activo e o atlributo incluído no verbo,
No primeiro exemplo,o participio, reinando, é in é a expressão da circumstancia de tempo em rela
transitivo, porque a acção exercida pelo sujeito,. ção á acção que se pratica, ou transmitte, residin
Priamo, fica n'elle próprio: no segundo, o partici do a affirmação no participio do verbo substantivo,
pio, .adminisirando, é transitivo, porque a acção que se combina com o atlributo para formar o do
exercida pelo sujei to, reis, passa ao sujeiIo diverso, attributivo.
justiça, em que se emprega A differença de fôrma entre este participio e a-
N. B. O parlicipio presente, do verbo substan quclle atlributo, quando destacado do verbo, con
tivo em que se resolve o do verbo attributivo, ex tra o que se observa no Latim, ou lingua mãe, pro
prime unicamente a affirmação na actualidade. É vem de haver sido substituído no Portuguez, como
um simples accessorio verbal sem caracter de ad já expliquei, o primitivo participio em, ante, ente,
jectivo, porque vem sempre, como o verbo d'onde inle, pelo em, ando, endo, indo, sendo que, ondo, é
nasce, separado do atlributo, que communica tal uma contracção de, oendo.
caracter ao participio do verbo attributivo. Exem N. B. Esta nova fôrma que nos veio provavel
plo* mente do Francez, assim como o verbo unipessoal.
448 449
Haver, tem sido occasião de alguns grammaticos òada»; proposições do niodo indicativo
modernos confundirem o mencionado participio vo, em que se resolve ado" particioio.
activo com o gerundio, que, não obstante asseme- Assun adifferença que existe entre
lhar-se-lhe, se distingue todaviad'elle por sua natu Vreteruo passiva, eoadjectivo attributi
reza e emprego. # .. Wcattvo èaexpressão da circunstanci
em relação áacção recebida,- transmitti
dmdo aaffirmação
subStant que comnoe„eparticipio pretérit
primord;aImen
- participto pvctcrito. Hmdio, e hoje se nâo distingue.
Oparticipio pretérito, ou, passivo, do verbo attri
butivo exprime a acção recebida; o que já leva em.
si a idéa de. anterioridade. É um adjectivo com duas Composto.
terminações para o singular e duas para o plural,
feminina e-masculina: como, amado, amada, amados, Com oparticipio presente dos auxiliar
amadas, de amar; movido, movida, movidos, movi e,Ter,e oSupi„odo verbo attpbutivo, f
das, de mover; unido, unida, unidos,, unidas, de parucpio pretérito composto, fvavendo
unir; posto, posta, postos, postas, de pôr irregular. amado, movido, unido, posto.
Também se fôrma com elle proposição participio, Este participio,que è,intransitivo, ou, t
subetendendo-se o participio pretérito composto do segundo anatureza da significação do ver
verbo substantivo, tendo sido. Exemplo: nasce, éum verdadeiro participio pretéri
«Acabada a prática, mandou tocar.á investir; isto porque exprime simplesmente aacção na
é, tendo sido acabada a prálica». dade, sem envolver idéa de passividade.
Tendo sido acabada a prática, è o mesmo que, N. B. Émuito para notar que os gra
«Depois que a prática foi ou teve sido acabada, e nao costumem afazer esta distinccão, que
como quer que a prática fosse ou tivesse sido aca- ta aos olhos.
-150 151

Parlicipio Jrutxaco. ou, transitivo, segundo a natureza da significação


do verbo, d'onde nasce.
Com o participio presente dos mencionados au Exemplos das principaes circumstancias expres
xiliares, e o infinito do verbo attributivo, fórma-se sas pelo gerundio:
o participio futuro, havendo ou tendo de amar, mo (Tempo) «Em amanhecendo, poz-se logo a ca
ver, unir, pôr. minho; islo é, ao amanhecer, na occasião de ama
Este participio, que exprime simplesmente a ac nhecer».
ção por fazer, é também um participio activo. • (Modo) «Entrou na praça, caracolando ou èm
N. B. Alguns verbos portuguezes conservarão o earacolando: isto é, a caracolar».
equivalente do participio futuro simples dos latinos (Causa) «Alcançou a paz de espirito, orando ou
na fôrma aetrva. Taes são por exemplo: Vir, que faz, em orando a Deus; isto é, com orar ou por orar».
vindouro, vindoura,áevenlurus,a,um; Morrer, que N. B. Os nossos clássicos lambem'ligão ás vezes
faz, morredouro, morredoura, de moriturus, a, um; o gerundio ao termo antecedente com a preposição,
Perecer, que faz, perecedouro, perecedoura, de pe- entre, como, entre faltando, isto é, entre fallar.
riturus, a, um. Azurára, escriptor dos mais antigos, disse, sem fa
zendo, isto é, sem fazer:
Confundir o gerundio com o parlicipio presente
com que se fôrma proposição, como fazem alguns
modernos grammaticos, é desconhecer-lhe a ori
gem, natureza, e serventia.
0 gerundio, nome-verbo invariável, com o cara No primeiro exemplo citado, si, em vez de dizer
cter de substantivo, exprime a acção actual de uma mos, «Em amanhecendo,, poz-se logo a caminho»,
certa maneira, como: em amanhecendo, em folian disséssemos^/? m- amanhecendo o dia», teriamosmão
do. Vem'do ablativo do gerundio latino, cuja força um gerundio, mas uma proposição participio, cujo
conserva, e liga-se a um termo antecedente pela sujeito seria, o dia, verbo, sendo, atlributo, amanhe-
preposição,ew,quasi sempre occulta. É,inéransilivo? cente, ligada á de que é dependência, não só pelo
152

participio, como acontece com esta espécie de pro iConjuncção.


posição, mas ainda por uma preposição, como se
verifica na mór parte das proposições. infinitivas. Conjuncção, é uma parle invariável da oração que
•N. B. Em Latim o gerundio é o infinito do ver liga uma palavra á outra, uma proposição á ou
bo declinado, um verdadeiro nome-verbo, que ex tra, um sentido a outro, ou um termo antecedente
prime, como entre nós, a acção actual, e a mesma a outro conseqüente, como se vê em, «Eu ditarei e
acção por fazer, como se vô em, «Pugnandum est», lu escreverás». Vem esta palavra liame do verbo
que vale tanto, como, «Ha-se ou tem-se de pelejar». Matino, cónjungere, que quer dizer, unir com, ou pro
0 que nós fazemos com oinfinitivo eas preposições, priamente, conjunetar.
fazião os Latinos com o gerundio. Aconjuncção, ou liga, aproximando simplesmen
te os termos, como, «Desejo, mas temo»; ou liga,
subordinando um termo a outro, e influindo no
modo do verbo do segundo, como, «Desejo, bem
que tema». D'ahi a suadivisão em, conjuncção de
VlipilIÜ.
primeira classe ou de aproximação, e conjuncção
de segunda classeou de subordinação.
0 supino, espécie de nome substantivo invariá
vel, exprime a acção anterior na voz acliva. Assu
me lambem esta parte da oração força de verbo,
como no Latim; mas em Portuguez só tem empre «íoujuncyíio \>c primeira classe.
go nos tempos compostos do verbo, formados com
os auxiliares, Haver, e, Ter, como se vô em, hei ou Chama-se, conjuncção de primeira classe ou de
lenho fallado, has ou tens escripto, ha ou tem po aproximação, aque liga simplesmente os temios, sem
lido, havendo ou lendo dito.
fazel-os dependentes um do outro, nem exercer nel-
les influencia alguma.
A conjuncção de primeira classe, subdivide-se
•lo4

ainda em, conjuncção, que Yiga palavras, proposições grammaticos, copulativas: e, nem, lambem; adver-
e sentidos, e, conjuncção, que liga unicamente pro- sativas:mas,porem; disjunclivas:ou, nem (repetido),
posições e sentidos.- ora, já (repetidos). Ora, contracçào de agora, quan
Eis as principaes conjuncçõcs de aproximação da do vem só, é conjuncção de aproximação da segunda
primeira espécie: E, nem, mas, porém, ou, lambem, espécie, e em muitos casos advérbio; agora, e já,
agora -ou ora (repelido), já (repelido). não repetidos, são advérbios. Ha ainda outras par
Exemplos desta espécie de conjuncção ligando tes da oração que servem de conjuneções efesta or
dem, como, quer, (repelido), seja (repetido).
palavras:
Formão-se lambem locuções conjunetivas da
«Pedro e João».
mesma natureza, como: não só, mas também, ou
«Rico ou pobre».
mas ainda, ou como também &.
.«Formosa, mas altiva».
Eis as principaes conjuneções de aproximação da
«Ora um, ora outro».
segunda espécie: Depois, d'ahi, assim, pois, logo,
Exemplos cia mesma espécie de conjuncção, li
ora, demais, cmfim, finalmente, por isso, por con
gando proposições:
seguinte, conseguintemente, portanto, entretanto,
«Chegou hontein, e partio hoje».
no emlanlo, ri este Ínterim, ri este comenos, ri estes
«Não veio, nem virá».
entrementes, comtudo, todavia, não obstante, bem
«Fállou muito, mas nada concluiu».
assim, outro sim.
Exemplos da mesma espécie de conjuncção, li
Exemplo desta espécie de conjuncção, ligando
gando sentidos:
proposições:
«Chovêo quasi Ires dias contínuos, de modo que
«A virtude é adorável; ora a charidade é virtude,
os caminhos se tornarão iri transi laveis. Tivemos
logo a charidade é adorável».
porem no terceiro uma bôa noite de luar».
«0 medo faz mais tyrannos que a ambição, diz Exemplo da mesma espécie de conjuncção, li
gando sentidos:
um sábio moralista. E a licção da história o con
«Todos sabemos que a morte é conseqüência ine
firma».
vitável da natureza humana. Entretanto não nos
N. B. D'esta espécie de conjuneções chamãoos
1S6
J->7

preparamos paraa morte, que quasi sempre nos apa ^Eis as principaes conjuneções efesta espécie:
nha desapercebidos». Como, quando, si, como si, siuão, em quanto, com
N. B. D'esta espécie de conjuneções chamão os quanto, porquanto, ainda quando, que, porque,
grammaticos, conlinuativas: Depois, d*ahi, demais, como quer que, ainda que, posto que, bem que, para,
no emtanlo, e suas análogas; conclusivas: assim, que, antes que, depois que, logo que, de que, aque,
logo, portanto, por isso, conseguintemente, e suas e todas as mais que se compõem com, que.
análogas.
Exemplos efesta espécie de conjuncção subordi
Em nemhum dos exemplos acima citados a con nando um termo a outro, e influindo no modo do
juncção faz um termo dependente do outro, ou verbo do segundo.-
exerce n'elles influencia alguma; pois em, «Pedro e
«Em quanto fores feliz,eontaras muitos amiços»
João», aproxima somente uma palavra á outra; em
«Fallou muito,mas nada concluio»,uma proposição «Como seja esclarecido este ponto, passarei a tra-
ctar dos mais».
á outra; em «Todos sabemos que a morte è conse
qüência inevitável da natureza humana. Entretanto
«Quando fores homem provecto, terás aprendido
a conhecer o mundo á tua custa».
não nos preparamos para amorle,que quasi sempre «Desejo que sejas feliz».
nos apanha desapercebidos», um sentido a outro; e
assim nos mais. «Por mais que facas na elevada posição em que
te achas, não conseguirás escapar ao dente vene
noso da inveja».
Exemplos da mesma espécie de conjuncção, su
<ÊonJHrtCeÍ?<i í»f srgtinba rlrtôôí. bordinando um termo a outro, sem influir no modo
do verbo do segundo:
«Partiologo,como foi dia».
Chama-se, conjuncção de segunda classe ou de su
bordinação, a que liga os termos, subordinando um «Quando chegou, já tudo estava concluído».
ao outro, einfluindo no modo do verbo do secundo, «Sahio a tomar ares no campo, logo que as for
ou ainda sem influir. ças lhe pennittírão».
158
I oi)
«Sinão é um sábio profundo, é pelo monos um
homem erudito». que exprime uma relação eu ire duas palavras, ou
N. B. D'esta espécie de conjuneções chamào os entre um termo antecedente e outro conseqüente,
grammaticos, circumstanciaes:eomo,como quer que, ligando o segundo ao primeiro, como se vê em,
quando, ainda quando, em quanto, antes que, de «Morrer pela pátria». Vem esta palavra, que se põe
pois que, posto que, ainda que; condicionaes: si, antes de outra, chamada seu complemento, do
sinão, como si; causaes: porque, pois que, por quan verbo latino,pravponere, que quer dizer,antepor, ou,
to, com quanto; subjunclivas: que, e as suas com pôr antes.
postas, de que, a que, quando ligão proposições Eis as principaes preposições simples e compos
completivas. tas: A, em, de, com, por, per, sem, para, sob, sobre,
Nos cinco primeiros exemplos dos efíeitos da entre, contra, após, dês, desde, ante, até, tc\ peran
conjuncção de segunda classe, as conjuneções, em te, durante, segundo, a segundo (antiquada), confor
quanto, como, quando, que, por mais que, não só me, excepio, afora (antiquada), acerca de, antes
subordinão o segundo termo ao primeiro, mas ain de, atrás de, trás (antiquada), dentro de, fora de,
da influem-lhe no modo do verbo, levando-o ao aquém de, alem de, junto de, perto de, por entre,
conjunctivo, como se vê em, fores, seja, fores, se em cima de, acima de, por cima de, em baixo de
jas, faças: nos quatro últimos, porem, as conjune abaixo de, por baixo de, atrás de, por detrás de,
ções, como, quando, logo que, sinão, subordinão diante de, adiante de, por diante de, por junto de,
unicamente o segundo termo ao primeiro, sem in por dentro de, por fora de.
fluir-lhe no modo do verbo. A preposição exprime em geral diversas relações,
N. B. Quando a conjuncção é composta, como, das quaes se podem reputar como principaes as
com quanto, posto que &., chama-se, locução con- seguintes:
junetiva. l.a A relação de logar, como, em junto de, de,
para, a, por, por entre, alem de, a quem de, &.
prepúf.tíjHc». 2." A relação de tempo, como, em, por, de, du
Proposição, ê uma parte invariável da oração rante, antes de, depois de, &,
160 Mil
.a A relação de ordem ou posição, como, antes «Escreve com elegância, c em regra».
depois de,*apoz, a, &. «Tez-se aceremonia segundo o rito».
.a A relação de causa, como, por, com, a, de, &. Exemplos da preposição, exprimindo u
.« Arelaçãodé modo, como, com, a, segundo, &. ção de conformidade:
.« A relação de conformidade, como, com, con «Conformou-se com o meu parecer».
e, segundo, &. «Obrou segundo, ou conforme a lei».
xemplos da preposição, exprimindo uma rela A preposição exprime apenas uma relaç
de logar: a qual só fica definida o determinada pe
Nascêo em Lisboa, junto ao Tejo». termos a que serve de liaine, como se vô
Sahio de casa, pela porta principal». um dos exemplos acima citados. E por
Embarcou para a índia num vapor». parte da oração pode ser lambem tomada*
xemplos da preposição, exprimindo uma rela tido próprio ou translato, a relação de l
de tempo: tempo, &, pode em muitos casos ser m
Arrendou a quinta por um anno». virtual.
Morrêo o anno passado de noite; isto é, durante Exemplo da preposição exprimindo um
em o anno passado». virtual de logar:
xemplos da preposição, exprimindo uma relação «Sahio do assumpto, fazendo uma digre
rdem? Exemplo da preposição, exprimindo um
Estava antes de mim, seguia-se depois de virtual de tempo:
». .«Nas conjiinclUuVas arriscadas é que s
xemplos da preposição, exprimindo uma rela o grande poli tico ik
de causa: N. B. Quando a preposição é compost
Morrêo «fome, ou de fome». por entre,alam'He, chama-se, locução pr
Com a grande magoa se finou».
xemplos da preposição, exprimindo uma rela
de modo:
I.
102 163

Eis os principaes advérbios:


De modo—assim, como, quasi, bem, mal, ás es
Advérbio, é uma parte invariável da oração, que
condidas, ás tontas, k, alio, baixo (em referencia á
modifica o verbo ou o nome adjectivo a que se junta,
voz), sabiamente, bellamente,graciosamente (e todos
acrcsccntando-lhe alguma circumslan.cia, como se
os advérbios formados d'um adjectivo e cio substan
vêem, «Faltou eloqüentemente». ' É o equivalen tivo, mente,exceoio os que exprimem ordem, tempo,
te da preposição com o seu complemento; pois, elo
e logar).
qüentemente, vale o mesmo que, com eloqüência. De tempo— hoje, hontem, anle-hontem, amanhã
Vem esta palavra, ou complemento abreviado, de depois de amanhã, cedo, tarde, logo, immediala-
dous termos latinos, ad, e,verbum, quequerem dizer, mente, agora, outfora, então, antigamente, já, nun
junto ao verbo, porque o verbo é a parte cia oração ca, jamais, sempre, incontinenle, ás pressas.
a que mais freqüentemente se junta. De ordem—primeiramente, secundariamente,
O advérbio, pois,exprime todas as circumstancias prima, lertió, quarto, &.
expressas pelos complementos das preposições, nos De quantidade—muito, pouco, assás, mais, me
quaes se pode resolver. nos, tão, quão, tanto, quanto.
De affirmar—sim, em verdade, deveras, certa
mente, de certo, por ventura (dubitativo), talvez,
1 O advérbio lambem modifica outros advérbios a que se juuia. a-
crescenlando-lhes uma circunisiancia do quantidade ou encarecimento, (dubilalivo), quiçá (dubitativo antiquado), e os ad
para mais. ou para menos, como se vê nos seguintes exemplus: "Com vérbios demonstrativos, eis, eis-aqui, cis-ahi, cis
prou tudo assaz barato": "Ganhou no negocio muüo mais do rpic pensa
va"'; "Perdôo mui. pouco ao jogo": "Foi muito menos feliz que o seu am.
competidor"; "Fallou perfeUamenle bem;" Sahio-se da empreza terrível- De negar—não, nunca, nuncajamais, nada.
mente mal".
Sô por omissão fui que o Auelor deixou de incluir ésla idéa na
De interrogar—comol porque*! quando? onde ?
definição do advérbio, pois, havendo sido elle o nosso mestre de gram donde'! para onde'! por ventura ? por caso*!
matica, assim nos ensinou: e. em verdade, os advérbios que nos exem
piosacima se acham em gripbo, modificam ém primeiro logar os outros
De logar—aqui, ahi, alli, cá, lá, acolá, de lá, de
advérbios a que estão juntos, concorrendo então uns eoulros já reuni eá,d'af[ui, d"ahi, d'alli, onde, donde, por onde, para
dos para modificarem os verbos altributivos das proposições, e oatlribu.
Io da que é formada com o verbo substantivo. onde, aliás, algures(antiquado), nenlmres (antiqua-
(1S REVISORES.
ii;l

105
do), alhures (antiquado),por cima, por baixo, den
tro, por deatro, fora, por fora, internamente, ex (Circumstancia de quantidade):
tern cimente, interiormente, exteriormeute. «Chovêo muito; isto é, em muita quantidade».
0 advérbio em cuja composição entra o adjectivo (Circumstancia de logar):
qualificativo, ou que cFelle se fôrma, admitte lam «Esteve aqui; isto é, n'este logar».
bem gráos de significação; como o adjectivo que o Exemplos do advérbio, modificando o adjectivo
compõe, ou (fonde vem, segundo se vê, em elegan por alguma circumstancia que lhe acrescenta:
temente pos., mais elegantemente comp., eleganiis- (Circumstancia de modo):
simamente, ou muito elegantemente superl.; e cm, <lncontestavelmente real; isto é, sem contesta
ção real».
ás escondidas pos ,mais ás escondidas comp., muito
ás escondidas superl. 0 que se fôrma do adjectivo (Circumstancia de tempo):
quantitativo, muito, bom como o que vem do seu op- «Presentemente enfermo; islo é, no lempo pre
sente enfermo».
posto, pouco, tem o comparativo eo superlativo como
os adjectivos (.ronde nascem, segundo se vê em, (Circumstancia de ordem):
muito pos., mais comp..,muitíssimo superl.; e em, «Secundariamente collocado; isto. é, em segundo
pouco pos., menos comp., pouqnissimo ou nruilo logar collocado».
pouco superl. (Circumstancia de quantidade):
Exemplos do advérbio, modificando o verbo por «Pouco abundante; isto é, em pouca quantidade
abundante»,
alguma circumstancia que lhe acrescenta:
(Circumstancia de modo):
(Circumstancia de logar):
«Discorrêo acerladamcnte; isto é, com acerto». «Aqui postado; isto é, n'este logar postado».
(Circumstancia de tempo): Em todos os exemplos citados, quer modifique o
«Virá hoje; islo é, neste dia». verbo, quer o adjectivo, o advérbio se resolve na.
(Circumstancia de ordem): preposição com oseu complemento, porque éjusta
« Fatiou primeiramente; isto é,em primeiro lo
mente o equivalente de um complemento circums-
tancial.
gar».
Também se pode admittir para o advérbio a di-
J67
106
curta e viva, com que se exprimem os
visão por classes, segundo a natureza da circums-
cTalma, e que eqüivale a uma proposiç
lancia por elle expressa.
Vem do verbo latino, interjicere, qu
Pertence á primeira classe, que é a mais nume
metter de permeio, e se.entremette na
rosa de todas, o advérbio que exprime qualidade,
se vêem, «Quanto, ah! quanto é bell
modo ou maneira, quantidade, como, doutamente,
Principaes interjeieòes:
prudentemente, fortemente, de balde, em vão, quasi,
(De dor): Ai, ai de mim, ai Jesus.
muito, pouco, demasiadamente, nimiamente.
(De prazer): Ah, oh, viva, bello.
Pertence á segunda classe o advérbio que ex
(De admiração): Oh! ah! ui! irra!
prime alguma circumstancia particular da acção,
(De susto): Jesus, ai.
como—aproximação, assim, igualmente, aliás,jun
(De animação): Eia,ora, sus, animo,
tamente;—freqüência ou ordem, uma vez, duas ve-
te, vamos.
ves, cem vezes, primeiramente, secundariamente;
(De indignação): Apre, fora, fora
—tempo, sempre, até, hoje, amanhã, ainda;—lo
(termo baixo).
gar, aqui, alli, acolá;—distancia, longe, perto.
Pertence á terceira classe o advérbio que acres
(De chamar): Ú, olá, ptsio.
uDe impor silencio): Chiton, Ia, sile
centa algum juízo accessorio á proposição, como—
(De exprimir desejo): Oxalá, oh.
affirmação, sim, certamente, deveras;—dúvida, tal
vez^ quiçá (antiquado);—interrogação, por ventura*!
A ínterjeição, pois, que é como u
nossas impressões momentâneas, tran
quando*! como? porque*! onde?
voz, é uma espécie de embryão de prop
Quando o advérbio é composto, como, ás pres
enunciado de juízo não desenvolvido.
sas, por ventura, chama-se, locução advcrbial.
ma ha que se não possa resolver em
como se vê nos seguintes exemplos:
«Olá, é o mesmo que, vem cá, ou
íttlcvjjfiçíia,
mando».
ínterjeição, é uma parte invariável da oração, «Ai, o mesmo que, quanta, ou qu
168

«Animo, o mesmo que, tem animo».


«Oh! o mesmo que, como estou admirado» !
«Jesus, o mesmo que, valho-me Jesus». SYXTAXE.
«Triste de mim, o mesmo que, como sou irisle ou
infeliz».
Como estas, se'podem resolver todas as outras,
Ucsftcs preliminares.
prestando-se allenção á intenção com que são pro
feridas quando isoladas, ou ao sentido antecedente
1
e conseqüente quando vêm intercaladas no discurso.
Quando a Ínterjeição é composta, como, ai de
mim, ora sus, chama-se, locução inlcrjcctiva.
O discurso consta de proposições: a proposição,
de palavras.
Proposição, que'lambem se chama, oração, phrasc,
sentença, è o enunciado dojuizo, ou acto do enten
dimento, polo qual affirmamos uma cousa cie outra.
Toda a reunião de palavras, a qual fôrma sentido,
é uma proposição, em que se contem Ires termos,
denominados, sujeito, verbo, atlributo.
Sujeito, é a pessoa ou cousa a que so allribúe al
guma qualidade: é a idéa principal, o objecto du
juízo.
Atlributo, éa qualidade que so allribuo ao sujeito:
o a idéa aecessona.
Verbo, que já. ficou definido cm logar competen
te, o o nexo cnIre os outros dous lermos.
Exemplo do uma proposição com seus trestermos:
170
171
«Deus é eterno».
Deus, sujeito; e, verbo; eterno, atlributo. Sujeito composto, é o que representa o
íerentes,ou de natureza diversa.
II.
Exemplo:
«Pedro e João são irmãos».
0 sujeito e o attributo dividem-se em graminati- Atlributo composto, é o que exprim
caes e totaes.
maneiras de existir do sujeito.
Exemplo:
0 sujeito gràmmalical, é representado por nome
substantivo, pronome, oração. «Cicero foi orador e philosopho».
0 attributo grammatical, é representado por Sujeito incomplexo,éo quenão tem com
nome adjectivo ou cousa equivalente. Atlributo incomplexo, é o que també
0 sujeito eo attributo totaes são o sujeito e atlri complementos.
buto com complementos. Exemplo do sujeito e atlribulo incompl
«Deus é misericordioso».
Complemento, é toda palavra ou oração que com
pleta o sujeito ou o attributo. Sujeito complexo, éo que tem comple
Exemplo:
«O homem que sabe regular sua rid
ar.
dente».
Atlributo complexo, é o que também te
0 sujeito e attributo podem ser simples, com
mentos.
postos; incomplexos, complexos.
Exemplo:
Sujeito simples, éoque representa um só objecto,
«0 mundo foi creado por Deus».
ou objectos da mesma natureza.
Attributo simples, é o que exprime uma só ma
IV.
neira de existir do sujeito.
Exemplo do sujeito e attributo simples:
Aproposição pode estar na ordem direc
«0 homem è mortal».
versa: está na ordem directa, quando os
172 173

mos se achão naturalmente collocados, lendo o pri subordinação, constituem oque se chama, Syntaxe
meiro logaro sujeito ou idéa principal, o segundo, o palavra que vem do Grego, e quer dizer, arranjo. E
verbo ou idéa de nexo, o terceiro, o attributo ou idéa como tal ligação e tal subordinação são duplas,
accessoria: está na ordem inversa, quando os seus porque são ao mesmo tempo de palavras e propo
lermos se achão invertidos, transtornada a ordem sições, cfabi lambem duas espécies de Syntaxe, syn
natural da precedência. taxe de palavras, syntaxe de proposições,
Exemplo da proposição na ordem directa,ou com
os seus termos naturalmente collocados:— SpxiXaxt fcns pnlnurns.
«Nenhum governo é bom para os homens máos».
Exemplo da proposição na ordem inversa, ou ligação das palavras pela conjuncção.
com os seus termos invertidos:—
«Era n'aqueUe tempo clara a fama de D. Du A ligação das palavras feita pela conjuncção de
arte de Menezes, governador de Tanger». aproximação éde todas a mais simples. As palavras
N. B. A ordem inversa domina ordinariamente porém ligadas por esta conjuncção são sempre da
na phrasc portugueza, e com especialidade na dos mesma espécie.
escriptores denominados clássicos; por isso cumpre Exemplos:
saber bem distinguir uma de outra ordem, para co «Honra e gloria».
nhecer os termos da proposição. «Forte, mas prudente».
«Nem bem, nem mal».
V. aOu eu, ou tu», .
«Cantou e dansou».
0 discurso resulta, não só da ligação e da subor No primeiro exemplo, a conjuncção liga dons no
dinação das palavras de uma mesma proposição^ mes; no segundo, dons adjectivos; no terceiro, dons
mas ainda da ligação e da subordinação das propo advérbios; no quarto, dous pronomes; no quinto,
sições entre si. dons verbos.
As regras a que dão origem esta ligação e esta '„'í
17o

Ligação das palavras pela preposição. Exemplos:


«Eu delibero».
A ligação das palavras feita pela preposição pode «O homem pensa».
ser entre palavras da mesma, ou de diversa espécie. «Vós estudais».
Exemplos: No primeiro exemplo, o sujeito, eu, é da primei
«Amor á pátria». ra pessoa do singular, e o verbo, delibero, accom-
«Cheio de vicia». moda-se pela fôrma á primeira pessoa e ao numero
«Fallou com ardor». singular: no segundo, o sujeito, o homem, é da ter
No primeiro exemplo, a preposição liga dons no ceira pessoa do singular, e o verbo, pensa, accom.
mes; no segundo, um adjectivo e um nome; no ter moda-se pela fôrma á terceira pessoa c ao numero
ceiro, um verbo e um nome». singular: no terceiro, o sujeito, vós, é da segunda
possôa do plural, c o verbo, estudais, accommoda-
Ligação dos Termos da proposição. se pela fôrma á segunda pessoa oao numero plural.
A ligação dos termos da proposição faz-se unica CONCORDÂNCIA DO VERBO COM MUITOS SUJEITOS.
mente pela conveniência de fôrma e concordância
entre elles, sem intervenção dos liamos da conjunc Com mais de um sujeito, ainda que seja cada um
ção e preposição. do singular, o verbo se põe regularmente no plural,
Exemplo: concordando com todos, quer elles estejáo ligados
«Deus é omnipotenlo: Deus, sujeito; c, verbo; om- por conjuneções, (pior não. Por isso dizem os gram
nipolnnle, atlributo». maticos que muitos sujeitos do singular fazem um
do plural.
CONCORDAISCIA DO VF.RP.0 COM O SUJEITO.
Exemplos:
0 verbo, concorda com o sujeito em pessoa e nu
«Camões e Tasso compuzorão epopcas».
mero, accommodando-se pela fôrma á pessoa e nu
«Poinpêo, Leululo, Scipião, perecerão miseravel
mero do sujeito.' mente».
170 177
«0 alnor e a amisade são cousas muito dislinc- Quando o sujeito c um infinito to
tas». nome, ou uma oração inteira, o verbo
Quando concorre um sujeito da primeira pessoa singular.
do singular com outro da segunda ou terceira, põe- Exemplos:
se o verbo no plural, mas na primeira pessoa. «li vergonhoso mentir ou o mentir».
Exemplo: «A ninguém se deve fazer mal».
«Eu e tu estamos bons». «E licito partires».
Quando concorre um sujeito da segunda pessoa E mui conveniente que parlas hoje».
do singular com outro da terceira, põe-se o verbo Quando o sujeito é uma conjuncção,
no plural, mas na segunda pessoa, posição, convertidas em nomes pelo arti
Exemplo: toma o numero cfessa parte da oraçã
«Tu e Antônio estais bons». vada.
Westes douscasos, porem, os verdadeiros sujeitos Exemplos:
subentendidos são os pronomes, nós, e, vós. «0 quando só de Deus é sabido».
Quando dous ou mais .sujeitos do singular, e da «Os porquês, com que sustentou a c
terceira pessoa, se achão separados pela conjunc mui valiosos».
ção disjunctiva, ou, o verbo se põe no singular, «Alli se discutio o pro e o contra».
concordando com o mais visinho. O verbo, dizem, concorda muilas v
«Pedro ou João faltará». sujeito indefinido occulto, homens, o que
Mas si os sujeitos são da primeira e segunda pes ellipse, porque o sujeito não se subentend
soa do singular, o verbo se põe uo plural, e na pri espécie de idiotismo da língua.
meira pessoa. Exemplo:
Exemplo: cDizcui muito bem de ti».
«Eu ou tu faltaremos»'.
iYosle caso, o verdadeiro sujeito subentendido é o «i\\ D. Esta expressão eqüivale á lati
pronome, nós. aiunf, dicntil, c á franceza, ou dif,
17S 170
COXCORD.UNCIA DO ADJECTIVO E Dl) HOME. «Aristides vivêo e morrêo pobre».
0 adjectivo, concorda em gênero enumero, como N. B. N'csles últimos casos, o adjectivo
já ficou dito ein logar competente, com o nome o sentido do participio antiquado incluído
que qualifica, ou determina, accominodando se a e o attributo se acha composto de duas
elle pela fôrma. «Ninguém é nascente máo»; Aristides fo
exemplo do adjectivo, qualificando o nome: e morrente pobre». Innumeraveis são os
«As orações fervorosas agradão a Deus». d'esta natureza que podião ser adduzido
Exemplo do adjectivo, determinando o nome. «Ellepermaneceo inabalável»; «e//acahio
«Este homem é sábio». da»; «eu estou admirado»; «tu ficasle feri
No primeiro caso, o adjectivo, fervorosas, accom- brincamos alegres etc».
moda-se pela fôrma ao gênero feminino e numero O rjualificativo, concorda com uma or
plural do nome, orações, com que concorda: no mada como nome, pondo-se sempre na fô
segundo, o adjectivo, este, accommoda-se também culina, ou antes n uma espécie de fôrma n
pela fôrma ao gênero masculino e numero singular variável.
do nome, homem,, com quem concorda.
A concordância do atlributo com o sujeito, ou Exemplos:
do qualificativo com o nome, opera-se quando os
dous termos estão unidos pelo verbo substantivo. «E glorioso morrer pela pátria».
Exemplos: «E preciso que saias desta terra».
«A terra é redonda».
«O homem é racional». N. B. Ésla espécie de fôrma neutra, q
\ concordância do qualificativo com o nome se distingue nos determinativos, este, aqu
opera-se ainda quando elles estão unidos por um ou todo, vêm-nos em taes casos do Latim,
mais verbos intransitivos. vê no primeiro exemplo, que é traducçã
«Exemplos: Ninguém nasce máo». guinte: «Decoram est pro pátria morb.
180 181

CONCORDÂNCIA DO ADJECTIVO COM MUITOS NOMES. so aflirma do sujeito, som allenção ás fôrmas gené
ricas e numéricas.
Quando o adjectivo qualifica muitos nomes põe-
se no plural. CONCORDÂNCIA DO ADJECTIVO CONJUNCTIVO.
Exemplos;
«A terra e a lua são redondas». 0 adjectivo conjunctivo, do que já traclei em
«O sol e os mais astros são redondos». logar competente, concorda em gênero e numero
Quando o adjectivo qualifica nomes de gênero comum termo antecedente claro, e outro conseqüen
diverso põe-se no plural e fôrma masculina, si entre te quasi sempre occulto.
esses nomes ha algum masculino. Exemplos:—
Exemplos: «A guerra, que se preparava, não chegou a rca-
(dlomens, mulheres e crianças forão aprisiona hsar-se; isto ó, a guerra, a qual guerra».
dos na guerra. «0 navio, cuja vinda se esperava, não chegou;
((Pedro e Maria são robustos». isto é, o navio, do qual navio se esperava a vinda».
« Ohomem, a quem procuras, já parlio; islo é, o
NOME ATTRIBUTO., homem, o qual homem».
No primeiro exemplo,o termo antecedente é,guer
0 nome, que se actjectiva pela suppressão do arti ra, e o conseqüente subentendido, guerra: no se
go, pode servir de attributo, sem que seja necessá gundo, o antecedente, navio, eo conseqüente sub-
rio ser do mesmo gênero e numero do sujeito. tendido, navio: no terceiro, o antecedente, homem, o
Exemplos:— conseqüente subentendido, homem.
«A ira é furor».
«Os captivos forão presa dos soldados». N. 13. O adjectivo conjunctivo, vai sempre para o
princípio da oração, quer represente o sujeito, quer
\. B. iYesl.es casos, considera-se o nome attribu um simples complemento.
to, ou adjeclivado, como uma simples qualidade que
'.'.">
iȇ J83
CONCORDÂNCIA DO \D.TECTlVO INTERROGATIVO.
grauuuaticos, sgnta.ee de concordância, po
çào ao que douomiuán, sytthurr. de regên
0 adjectivo interrogativo, de que já igualmonte subordinação das palavras outro si, de- que
tracteíem logar competente, concorda em gênero e -la r.
numero com um termo antecedente quasi sempre
occulto, ou puramente mental, e outro conseqüente
claro.
Exemplos: 53rprnl>ruri« tina puluvrns.
«Que dizes? isto é, quero saber a. cousa, que, ou
qual cousa dizes» ? Sua cotlocação na proposição.
«Por quem esperas ? islo é, desejo conhecer o
homem, o indivíduo, por que, ou por qual homem,
.\as línguas que teem casos, como o La
ou indivíduo esperas»?
Crogo, as relaçõas de subordinação das
Cujo é o gado? isto é, pretendo certificar-me do
entre si são expressas pólos casos, isto indo
do dono, de que, uu de qual dono é o gado» ?
Estas proposições também se podem explicar
lemcutM das proposições clarasoa subentend
os possãu ligar, o que no Latim só tem cabi
pela seguinte maneira:
rospeilo do aceusativo, quando nào ó compl
«Pergunto pola cousa, que,ou qual cousa dizes»?
«Pergunto pelo indivíduo, por que, ou por qual
directo ou objectivo, edo ablalivo; pois a'p
ção, tenus, que so pospõo algumas vezes ao g
indivíduo esperas» ?
é uma excepçào, ou lãz autos suppór algum
aPergunto pelo dono, de que, on de qual dono é occulto.
o gado» ?
Nas línguas que não toem casos, como o
N. B. 0 adjectivo interrogativo, se põe sempre
guez e suas análogas derivadas do Latim, ess
no princípio da oração, quer represente o atlributo,
ções são expressas p-lus compita.«autos das
quer um simples complemento.
sições, que se ligào pur cilas ás palavras do
A ésla ligação das palavras entre si chamão os
dependência, rom rM;opoòos imirasilo romph
18.1 183
directo ou objectivo.que ainda assim é no Portuguez amor, e em certos case» pôr o complem
ligado ao verbo peta preposição, a, quando é nome antes do verbo.
de pessoa, como já liz ver, e do complemento indi Sirvão de exemplo do primeiro caso
recto ou terminativo, quando é algum pronome. de Francisco Manoel:
Assim, nas primeiras das sobredilas línguas a col-
"7*1 JrMtix ehrixln :i |*£ivjh w/.es nove."
locação das palavras na proposição depende unica
•'Uvismih. lie Mi«:!i'(Hit sepultura1'
mente do effoilo harmônico que ellas produzem;
porque as relações de subordinação das mesmas en
tre si se achão determinadas pelos casos, c mm ca Edo secundo esfoulros de Camões:
deixão de ser conhecidas por mais distantes que
estejão umas de outras; ao passo que nas segundas, '".I* iirmat e (ix Iturôc* a*nhjii<iltiihis.
em que taes relações são .expressas pelos comple Giiiilumlu espalharei por Ioda a parlo'.
mentos das preposições, sem outro algum indica
dor que as determine, se deve observar a lei da po Quando, porem, o complemento direc
sição, a que fica por conseguinte subordinado o pronome, antepõe-se freqüentemente aov
eífeilo harmônico. na prosa; pois tanto se pode dizer, mu s
Pode-se, por exemplo, dizer em Latim indilVeren- salvo-me; te brindou, como, brindou-t
lemenlc para o sentido, ou como melhor o exigira como, ferio-se. Vrazão disto é (pie o pr
harmonia, lauto,amor virlutis, como, virlulis anuo-, casos que deteriniuão as suas relações
tanto, sol mundum illuslral, como, sol illuslral nação com as outras palavras.
mundum, ou, mundum illusírat sol. Em Portuguez, Os outros complementos do verbo
porem, não; porque deve-se dizer, observando alei da muitos casos antepòr-sc aeste, principal
posição, amor da virtude, o, osal allumia o mundo, do são pronomes, isto quer na prosa, q
pois do contrario o sentido se tornaria muitas vezes so; pois lauto se diz, com pressa te escr
amphibologico. No verso, com tudo, hamais liberda razão fado, como,escrevo-te com pressa,
de aoslo respeito, porque po le-so dizer, da virtude ra:ào.
IHi
Itf
Os complementos do adjectivo podem lambem menio do nonv appellalivo, do nome a
m muitos cas »s antepôr-se a este, quer na prosa, verbo altribulivo.
uer no verso; porque tanto se diz, em tudo ma
nífico, o, de comer repleto, como, magnífico em
tf»omplímfiito íio appfllntiuo.
udo, e, repleto de comer. Km laes casos p melhor
egulador da collocaçãci dos complementos é sem
re o ouvido. O complemento do appellativo, é ordi
N. P>. Esta liberdade illimitada,a que se presta- restrictivo, mas pode ser lambem termin
áo oLatim e o Grego, para fazer transposições de do o appellativo requer um termo de rel
alavras, é a maior difficuidade com que, nos nos
os modernos idiomas sempre embaraçados com
m som numero de partículas liames, e sujei
os á lei da posição, liictão os que teem de fazer a Chama-se, res/riefiro,o coinpleineiilo
ersão das obras primas compostas iniquellas duas g-i a significação vaga do appellalivo, d
ínguas verdadeiramente musicaes, para. reproduzir- do-a. Por exemplo, amor, é um nome d
hes a harmonia, força e graça cio cslylo. ção vaga, porque significa qualquer am
lhe juntarmos o complemento, da virtud
gnificação da palavra restringida á de, a
tude, e, por conseguinte, determinada.
<£<n;iplr!iirnto. O complemento restrictivo, exprime
mente:
Ocomplemento, que já liocu definido que cousa 1.» A propriedade, a possessão.
oja, toma diversas denominações segundo a manei 2." 0 fim, o objecto.
a por tpte modifica a palavra a que se liga: por Exemplos do complemento roslrirlivo,
so, ora é restrictivo,ora objeclivo, ora tjrminalivo, do a propriedade e a possessão:
racircunislancial. Ocompiemento, pode ser com ple- «Esle livro é de Pedro; isto é, é livro
188
•isn
«As leis d-e Lgenrgo fizerão dos Espartanos uni «A economia é a sciencia de evitardes
povo guerreiro». teis».
«0 dono da casa nos recebêo mui bem». A paixão de que estás possuído, isto 6
«\ herdade, da qual és possuidor, ou cujo possui estás possuído, pode vir a ser-te funesta».
dor és, é mui betla». 0 apposto ao appellativo, quando é n
Em muitos casos a possessão tanto pode ser ex prio, pode ser o equivalente do complem
pressa por um complemento restrictivo, como por trictivo, porque n'elle ordinariamente se
um adjectivo possessivo. Exemplos: Exemplos:
«/ls leis d'ei rei D. José, ou as leis Josepbinas, «No baluarte S. João, isto é, de S. J
forão pela mór parte boas». sistia á violência do ferro sem temer a do f
Os soldados de Pompeio, ou os soldados Pompe- A cidade, Roma anliga, isto é, de Rom
ianos, forão vencidos na llespanha». vasta».
lüxemplos do complemento restrictivo, exprimin 0 adjectivo e qualquer outra parte d
do o fim, o objecto: substantivados pelo artigo, admittem co
«O amor da virtude eleva nossoespirito a Deus». tos restrictivos como o simples appellativ
•«A ambição de honras e dignidades nos obriga plos:
a commelter baixezas». «O bem formado d1esta cabeça é digno
«A cullnm da inteliigencia melhora o homem, de um grande artista».
que é um ente perlectivel». «O bello das artes é certamente o m
Mui Ias vezes o appellalivo é determinado, ou res rável depois do da natureza».
tringido, não por um nome, mas por um verbo, ou «Os porquês da recusa só elle os pode
por uma oração, que é o equivalente do comple «O até quando da minha ausência n
mento restrictivo. Exemplos: bem fixar».
A sabedoria é a arte de viver; isto é, de bem vi «O viver d'este homem é diverso do do
ver».
mo
101
li. era mui freqüente n'aquelles tempos de
N. B. O complemento restrictivo, liga-s
O complemento terminativo, que já em outro lo pellativo pela preposição, de, e o terminati
gar defini, modifica lambem o appellalivo quando nariamente pelas preposições, a, para, pa
é relativo, determinando-lhe a relação. Por exem um.
plo, inclinação, é um nome relativo de relação in
determinada, porque pode ser inclinação a qualquer
cousa; mas si lhe juntarmos o complemento, ás
armas, fica a relação do x\ome,inclinaeão, determi Complemento òo ntijcctiva.
nada pelo complemento terminativo, ás armas.
0 appellativo relativo, pois,pode ter dois comple 0 adjectivo, pode ser modificado por
mentos ao mesmo lempo,um,reslriclivo,outro, ter mento lerminativo, quando é relativo, e p
minativo. plemento circumstancial, quer o seja, quer
Exemplos do complemento terminativo, modifi Amante, por exemplo, é um adjectivo r
cando o appellativo relativo: de relação indeterminada, por que significa
«A inclinação ás armas é evidente em Pedro». de qualquer cousa; mas si lhe junUumos o
«O amor ao estudo é feliz disposição para apren mento, da gloria, e dissermos, amante da
der». fica a relação do adjectivo determinada pel
«A vocação para a vida monaslica era mui fre plemento lerminativo, da glória: bella, é u
qüente naquelles tempos de fé viva». ctivo qualificativo,q\ie exprime pura e simpl
Exemplos de um complemento restrictivo e ou le a qualidade, de ser bella; mas si lhe ju
tro terminativo, modificando o mesmo appellativo». o complemento, sem senão, e dissermos, be
«A inclinação de Pedro ás armas é evidente». senão, fica a qualidade expressa pelo adjecti
«0 amor de João ao estudo-é feliz disposição nida pelo complemento circumstancial, se
para aprender». ou por uma circumstancia que exclue todo
«A vocação do chrisfão para a vida monaslica quer dcífeito.
IÍ12 líW

II.

I.
Chama-se, circumstancial, o complemento que
Exemplos do complemento lerminativo do adjec acrescenta alguma circumstancia ao adjectivo, ou
tivo relativo:— ao verbo, o que especificarei em cada uma d'eiIas
«Este homem é lemente á Deus». quando tractar dos complementos do último.
«Esta menina me è cbara ou é-iue choro». Podo pois o adjectivo, quando é relativo, ter ao
«Alexandre, Cezar, c Napoleão 1 forão amantes mesmo tempo dois complementos, i\m,circumstan
da glória das armas». cial, c outro, lerminativo.
«0 graude Albuquerque era propenso á ira». Exemplos do complemento circumstancial, mo
Muitas vozes o adjectivo relativo é determinado dificando o adjectivo puramente qualificativo:—
não por um nome ou pronome, mas por um verbo, «Este cdiíicio é construído com muita solidez».
ou por uma oração, que ó o equivalente do comple «Este sitio escabroso em extremo parece que em
mento terminativo. Exemplos:— tempo nenhum foi habitado».
«Tudo quanto existo no mundo é sujeito a pere «A nova povoação está distante cerca de duas lé
cer».
guas».

«O navio estava jtrcxles a partir para a índia». A oeremonia loi celebrada segundo o rito»,
Todos os capitães do exercito eslavão prevenidos «0 templo é feito de cantaria».
de. que seriào atacados pelo inimigo durante a Exemplos do complemento, terminativo o cir
noite». cumstancial, modificando o adjectivo relativo: —
«Este sitio escabroso em extremo parece que em
N. B. O complemento terminativo, liga-se ao tempo nenhum foi habitado pelos homens».
adjectivo ordinariamente pelas proposições, a, por, «A nova povoação está distante da antiga cerca
para, para com, de, em, com, excepto quando é al de duas léguas».
gum pronome, porque então podo deixar de levar «A ceremonia loi celebrada segundo o rito pelo
preposição, como so vê no segundo exemplo. parodio da freguezia».
104
19-S
«0 templo efeito de cantaria por um archileclo
«Ninguém conhece bom todas asdiffie
élebre».
uma língua, sinão quem d'ella faz pr
N. B. O complemento circumstancial, liga-se ao tudo».
djectivo por qualquer preposição accommodada, «Estimo a Pedro que é um homem de b
omo, de, em, com, cerca, até, para, durante, se «Amas a esta menina, ou simplesm
undo, por, d*. menina, como si fosse lua filha».
N. B. NTestes exemplos ponho em itálic
plementos directos, aterra, todas as diffi
a Pedro, a esta menina, com todos os se
(Êoinplcmmto òo ucrbe
sorios, porque este complemento, queé u
diverso, vem como o sujeito da proposiçã
O complemento do, verbo altribulivo, pode ser, riamente acompanhado d'elles no discurs
directo ou objeclivo, quando o verbo é transitivo; Exemplos do complemento directo, pr
terminativa, quando o verbo é relativo, e,circums «Preso-íe por tuas excellentes qualidad
tancial, lauto nos dois casos, como quando o verbo que também me estimas».
é intransitivo.
«Visita-me sempre, porque muito apro
a tua conversação».
Venera-me como a pac».
«Apartar-/e-has de nós mui breve».
0 complemento directo ou objeclivOjào verbo tran
Exemplos do complemento directo, adjec
sitivo, que já ficou definido que cousa seja quando stantivado:—
traclci cVeste verbo, pode ser nome,pronome, qual
«Amo obello das artes, bem como o
quer parle da oração substantivada, oração. reza».
Exemplos do complemento directo, nome:— «Convém dar o seu a seu dono». •
«O homem fertilisa com a cultura a terra ainda
Exemplos do complemento directo, conj
a mais ingrata». advérbio substantivados: •
107
196
Não direi o como e o quando por não ser neces «Nós nos compadecemos dos males do
homens, porque elles são nossos semelhan
sário ».
«Ainda, tenho em lembrança aquelle seu até «Elle se esmera em todo gênero de pin
breve que nunca se realisou». emprehende, como perfeito artista que é».
Exemplos do complemento directo, verbo no in Exemplos do segundo caso:
finito e oração. * «Eu feri-we na mão brincando com umc
«Quero partir». «Tu te revês na tua imagem como um
«Não posso duvidar». N. B. Este complemento directo do ver
Desejo aprender as artes e sciencias para ser xo é, como se vê, uma excepção â regra g
instruído».
Não digas à"esla água não beberei e (Veste pão II.
não comerei».
«Sabes que o que pedes e mui diffieil de alcan Ocomplemento indirecto outerminativo,
çar» ? bo relativo, que ja ficou igualmente diíinid
N. B. Os verbos, querer, o, 7?o//er, tem ordinari do tractei d'este verbo, pode serda mesma fô
amente por complementos direclos verbos no infi me, pronome, qualquer parte da oração su
vada, oração.
nito e orações.
Ocomplemento directo, é sempre um sujeito di Exemplos do complemento indirecto, no
verso do da proposição, como fica dito, menos «0 mundo obedece a Deus».
quando é representado pelo mesmo pronome que «Usa de armas defezas».
serve de sujeito, porque então converte-se em sim Exemplosdo complemento indirecto, pron
ples intermediário para fazer reflectir a acção dJes- «Faltou-me arrebatadamente».
tesobre elle próprio, o que só tem cabimento com «Valêo-íe quando menos esperavas».
o verbo reflexo pronominal, ou accidentalmente re Exemplos do complemento indirecto, adj
flexo. advérbio substantivados:—
Exemplo do primeiro caso: «Acodio ao seu chamado».
198 \99
«Annuio aquelle seu até amanhã». nominal, e o indirecto um pronome, r
Exemplos do complemento indirecto, verbo e ambos, como se formassem uma só pal
oração:—• cando-sc por meio do apôstropho aelisão d
«Acodio à orar». pronome que se junta ao mencionado
«Accorrêo a defender o posto atacado». Exemplos:—
N. B. Ocomplemento indirecto liga-se ao verbo «Becebi boas noticias^acerca da minha
por preposição accommodada, como, a, de, por, E quem foi que Vas deo»?
para, em, para com &, menos quando é pronome, «Explicou-te elle o negocio, como
porque então pode deixar de levar preposição, como Não m'o explicou».
se vê nos dois exemplos acima. Disseste a N. oque lhe mandei dizer?
Pode o complemento indirecto concorrer con- N. B. Nos escriptores clássicos achão-
junclamente com o directo para modificar um só e riamente reunidos os dous complementos
o mesmo verbo, quando este é, transitivo relativo; e tropho indicativo da elisão da vogai do pro
diz-se então que o verbo pede dous complementos,
um, objectivo, e outro, terminativo.
Exemplos dos dous complementos, directo e in
directo, juntos a um só e o mesmo verbo:— III.
«Escrevi-íe uma carta, da qual ainda me não
deste resposta». Ocomplemento circumstancial, que se
«Aquelle que primeiramente ensinou aos homens verbo attribiuivo, modifica-o, acrescent
a arte de escrever, fez um grande bem á humani guma circumstancia ao attributo nelle i
dade».
pode ser, como odirecto e o indirecto, n
«Investio-seno cargo, para o qual fora nomeado». nome, parte de oração substantivada, oraç
«Jesus Christo mostrou o seu grande amor para São principaes circumstancias expressa
com os homens, morrendo por elles». complemento:—O modo; o meio; o instru
Quaudo o complemento directo ò o adjectivo pro- causa; a origem; o fim; a companhia; a
200
201
opposição; a exclusão; a matéria; o preço; a mcdi- «Parecia querer estalar de dôr».
da;o espaço; a distancia; o tempo, que se divide em, «Nunca mais logrou saúde com a gra
tempo anterior, actual, posterior; o logar, que se de sangue que soffrêo».
divide em, logar onde, d*onde, para onde, por onde. «Estava morrendo á pura sede».
Exemplos do mesmo complemento, exprimindo «Não pode o homem conceber longa
cada uma das circuinstancias especificadas: por ser mortal».
(Circumstancia de modo, que se liga ordinaria «Combatia pelo rei e pela pátria».
mente pelas preposições, com, em, a, de, conforme (Circumstancia de origem, que se
ou segundo): sempre pela preposição, de):
«Leio com cuidado». «Isto nos vem de Deus».
«0 «mar rebentava em flor na costa». «Nascêo de ventre livre».
«Veste-se d moda antiga, ou simplemente á an (Circumstancia de fim, que se liga pela
tiga». ções, a, para, com, em):
«Cobrio se toda dedo». «Sahio a passear».
«Procedèo conforme ou segundo á lei». «Levantou-se para orar».
(Circumstancia de meio, que se liga quasi sem «Fallou no intuito de convencer-nos,
pre pelas preposições, por, eper): conseguio».
«Por elle conseguio quanto desejava». «Partio com propósito de nunca mais
«Pelo leu intermédio se fará tudo». (Circumstancia de companhia, que se
(Circumstancia de instrumento, que se liga pelas preposição, com):
preposições, com, a, em, k): «Veio comnosco».
«Ferio-se com a espada». Sahio com elle de casa».
«O inimigo poz tudo a ferro o fogo». (Circumstancia de ordem, que se liga
«Cahio tropeçando n7uma pedra». mente pelas preposições, diante de, ante
(Circiunslancia de causa, que se liga as mais das de, depois de, após):
vezes pelas preposições, de, com, a, por, per): «Ia diante de mim no. cortejo».
203
202
«Estiiva «tt/es c/e /i na ordem hierarchica». «Cedêo-me as fazendas pelo custo».
«Vinha atrás de mim no cortejo». «Couprou tudo a peso de ouro».
«Após o bispo, ou atrás do bispo, seguia-se o (Circumstancia de medida, que se liga pe
ão». posições, até, cerca de, a, em, claras ou o
(Circumstancia deopposição, que se liga pela pre «Profundou o poço sete braças; isto é,
braças».
sição, contra):
«Alarico marchou contra Roma». «Subio com o edifício uns vinte palmos
(Circumstancia de exclusão, que se liga de or cerca de uns vinte palmos».
nário pelas preposições, á excepção de, menos): «Elevou o muro a duas toezas».
«A' excepção do commandanle, todos os officiaes «Poz a parede da frente em vinte pés de
sistirão ao cortejo». (Circumstancia de espaço, que se liga pe
«Concluí o meu trabalho sem o auxilio de pessoa posições, poi*, a, de, com, claras ou occultas
stranha». «Andou longo tracto de caminho sem
(Circumstancia de matéria, que seliga de ordiná habitação alguma: isto é, por longo tracto d
nho».
io pelas preposições, com, e, de):
«Construioo muro com pedra ensossa». «Ia tão debilitado de forças, que descanç
«Fez a casa de madeira». espaço a espaço no passeio».
N. B. Quando porem a matéria é matéria vir «Collocou asbalisas com inlervallos razo
ual, a preposição que se emprega é, sobre, acerca (Circumstancia de distancia, que se liga pel
e, em, de, como se vê n'este exemplo: posições, até, cerca de, claras ou occultas):
«Discorrêo sobre moral, mas não faltou nos de «Este sitio dista de Boma sete léguas; isto
eres do homem para comsigo mesmo, de que não sele léguas, ou cerca de sele léguas».
eve tempo detractar». (Circumstancia de tempo, que se liga pel
(Circumstancia de preço, que seliga pelas prepo posições, em,durante, por, per, claras ou oc
sições, por, per, a): e, de, a, depois de, claras):
«lsocrales vendeo urnaoraçãopor vinte talentos». (Tempo anterior):
204 205
«Meu pai morrêo o anno passado durante oin «Venho de França».
verno; isto é, em o anno passado ou pelo anno pas «Sahio d aopéde Coimbra»,
sado». (Logar para onde):
«Chegou hontem de noite á hora marcada». «Partio para a Ba/tia».
«Vivêo longo tempo depois da época em que co «Irá á China».
meçou a escrever; isto é, por longo tempo ou du «Seguio até Pernambuco».
rante longo tempo». (Logar por onde):
(Tempo actual): «Andou pelo Peru».
«Estou escrevendo rieste momento». «Sahio por esta porta».
«Só agora ás dei horas da manhã posso sahir de
casa».
«Vivo recluso de dia todo entregue ao trabalho IV
da escripta».
(Tempo posterior): Conversão Gràmmalical.
«Virá para o anno pela paschoa, como promet-
têo».
Quando se muda a oração da voz acli
«Não sahirei amanhã por tarde, como costumo». passiva, o complemento directo do verbo
«Ireiver-te no anno seguinte \& para o verão». passa a ser sujeito da oração pela passiv
(Circumstancia de logar, que se liga pelas prepo jeito da oração na voz activa a ser co
sições, em, junto, a, ao pé de, entre, de, até, para, indirecto do participio passivo; mas o co
to circumstancial fica sempre invariável, as
por, per): o indirecto do verbo transitivo relativo.
(Logar onde):
«Nascêo em Athenas».
se isto por meio de alguns dos exemplos j
Exemplo da oração na voz activa:
«Fica junto ao mar».
«O homem fertilisa com a cultura a te
«Jaz entre Roma e Frascheti».
a mais ingrata».
(Logar d'onde); 28
207
206
«Estimo a Pedro, que êum homem de bem». definido, se, admitte lambem um compl
«Preso-íe por tuas excellentes qualidades, e por directo conversível em sujeito da oração
tiva.
que lambem me estimas».
«Escrevi-íe uma carta, da qual ainda me não Exemplo:
deste resposta». (Oração pela passiva):
Exemplos das mesmas orações na voz passiva «Pelos pães e parentes das roubadas e
com a conversão sobredita: freqüentemente para Roma».
«A terra ainda a mais ingrata é fertilisada pelo (A mesma oração na activa):
homem com a cultura».
«Os pães e parentes das roubadas emig
«Pedro,que è um homem de. bem, é por mim, ou qüentemente para Roma».
N. B. 0 complemento indirecto do
de mim estimado».
passivo que representa o agente, como
«Tu és por mim, ou de mim presado por tuas
excellentes qualidades, e porque eu também sou por grammmaticos, liga-se ao participio pel
ti, ou de ti estimado». ção, por, e ás vezes, de, como se vê nos
acima.
«Por mim te foi escripla uma carta, da qual ain
da por ti me não foi dada resposta».
N'este último exemplo os participios passivos, Equivalente dos complementos.
escripla, e,dada, tem cada um dois complementos
terminativos, um da pessoa, por quem, ou,de quem., O adjectivo qualificativo, a proposição
outro da pessoa, aquém, o\x,para quem. Isto veri tancial incidente em que elle se resolv
fica-se freqüentemente nas orações pela passiva, apposto a outro, a proposição completiv
como se vê nos seguintes exemplos: posição puramente circumstancial, são o
«Um discurso íoi pôrmim recitado ao auditório». tos equivalentes dos complementos acim
«Aviso de que partiria hoje, foi por elle dirigido cados, porque coinpletão com elles o suj
a Pedro». tributo a que se juntão.
0 verbo transitivo apassivado pelo pronome in- 0 adjectivo qualificativo que se refere
208
209
hensão das idéas, exprimindo uma qualidade da sub «O homem justo, isto é, que èjusto, vi
stancia, pessoa ou cousa, designada pelo nome, é consciência tranquilla».
o equivalente do complemento restrictivo, em que «A pobreza honrada, isto é, queé honra
se converte, substituindo-se pelo substantivo abs- ferível á riqueza mal adquirida, isto é, q
tracto que significa essa qualidade, precedido da adejuirida».
preposição, de: pois, homem probo, mulher virtuosa, N. B 0 adjectivo determinativo que se
magistrado integro, terra fértil, praia arenosa, pedra extensão dasidéas, determinando porqualq
calcarea, valem o mesmo que, homem deprobidade, essaextensãoemrelação ásubstancia, pesso
mulher de virtude, magistrado de integridade ou sa, designada pelo nome a quesejunta,não
inteireza, terra de fertilidade, praia de areia, pedra complemento, excepto quando na deter
de cal. vem ao mesmo tempo envolvida a idéa
Exemplos desenvolvidos: dade, como a ordem, a propriedade.
«0 homem honrado, isto é, de honra, cumpre fi Exemplos d'estes dois casos excepcionae
elmente os seus tractos». «El-rei D. João, o terceiro dePortugal,
«A mulher virtuosa, isto é, de virtude, é o orna ziu no reino a inquisição, e depois d'ella
mento da família a que pertence». tas; isto é, el-rei D. João, que foi o terceiro
«A vida militar, isto é, do militar, é arriscada, na ordem dos reis de Portugual, introduz
mas útil á pátria». «Manda-me o meu álbum com o teu retr
Os mares polares, isto é, dopolo, só são navegá é, manda-me o álbum que me pertence, c
veis em certa estação do anno». trato que te pertence».
Este mesmo adjectivo,quando junto ao substan 0 nome apposto a outro, seja próprio, se
tivo que qualifica, pôde por meio do adjectivo con lativo, é também o equivalente do comp
junctivo resolver-se em proposição incidente, que é restrictivo; porque no primeiro caso, de q
pelo seu turno o equivalente do complemento res exemplo, converte-se n 'elle antepondo-se-l
trictivo. posição, de, e no segundo resolve-se em pr
Exemplos: incidente que representa esse complement
210 iu
Exemplos d'este segundo caso: jcctivo conjunctivo, mas pela conjuncção,
«Tito, amor e delicias do gênero humano, julga preposição, é o equivalente do complem
va perdido o dia em que não fazia bem a alguém». cumstancial em suas differentes espécies.
«0 Brazil, império mui vasto e rico, é a todos Tendo eudado quando tractei dos comp
os respeitos a segunda nação da America». do nome adjectivo, e do verbo attributiv
Nestes dois exemplos, amor e delícias do gênero plos da proposição circumstancial ligada
humano, são qualidades que se attribuem a Tito, e, posição, só produzirei os seguintes da m
império mui vasto erico, qualidades que se attri posição ligada pela conjuncção:
buem ao Brazil, por isso resolvem-se em proposi «Não partirei hoje, porque já é tarde
ções incidentes, como se vê nos mesmos exemplos, guir viagem».
que aqui ponho com todos os appostos e qualifica «Para que sejas bem snecedido no ex
tivos dos sujeitos resolvidos nas mencionadas pro cessário estudar.
posições: «Como recommendas, assim se fará».
«Tilo, que era amor, e era delícias do gênero «Depois que cVaqni parlisle, só me
que é humano, julgava perdido o dia em que não uma vez».
fazia bem a alguém». Quando vieres, de tudo te darei conta».
«0 Brazil, que é império que è mui vasto, e è mui N'esles exemplos a proposição ligada
rico, é a todos os respeitos asegunda nação da Ame juncção, porque,exprime uma circumstan
rica». sa; a proposição ligada pela conjuncção,
A proposição completiva ora é o equivalente do circumstancia de modo; as proposições li
complemento restrictivo, ora do terminativo, ora conjuneções, depois que, e, quando, ex
do objectivo, do que não produzo exemplos, porque primeira, uma circumstancia de tempo
já o fiz, quando tractei dos complementos do nome segunda, uma circumstancia de tempo p
appellalivo, do adjectivo relativo, do verbo transi Como estas se podem pelas proposiçõe
tivo, e do relativo. outras circumstancias.
A proposição circumstancial, não ligada pelo ad
212
213

Jlloíirlcip tic rtiinh)f»f.


que concorda em gênero e numero com o sujeito gràm
malical, a inclinação).
N. B. Não entro em mais promenores, porque o
«A inclinação de Pedro ás armas é evidente». alumno já conhece todas as partes da oração.

SUJEITO. II.

A inclinação (sujeito gràmmalical). «Alexandre, Cezar, e Napoleão o primeiro forão aman


De Pedro (complemento restrictivo do appellativo, in tes da glória das armas».
clinação, ligado a elle pela preposição, de, da qual, a in
clinação, é o termo antecedente, e, Pedro, o conseqüen SUJEITO.

te): ás armas, complemento terminativo do mesmo ap


pellativo, ligado a elle pela preposição, a, combinada Alexandre, Cezar, e,Napoleão oprimeiro (sujeito gràm
com o artigo, as, e da qual, a inclinação, é o termo ante malical e total; composto, porque representa objectos,
cedente, e, as armas, o conseqüente). isto é, pessoas, differentes; complexo, porque, Napoleão,
A inclinação de Pedro ás armas (sujeito total; comple tem o complemento, o primeiro, que se resolve na pro
xo, porque tem os complementos, de Pedro, e, ás armas). posição incidente, que foi o primeiro de nome na ordem
dos reis de França, e é o equivalente do complemento
VEUBO.
restrictivo).
verbo.

hV (verbo substantivo; está na terceira pessoa do pre


sente do indicativo; concorda com o sujeito gràmmali Forão (verbo substantivo; está na terceira pessoa do
cal, a inclinarão, porque se accommoda pela fôrma á plural do pretérito perfeito do indicativo; concorda com
terceira pessoa e numero singular do sujeito). o sujeito accommodando-se á sua pessoa e numero, por
que os três sujeitos da terceira pessoa do singular fa
ATTRIBUTO.
zem um só da mesma pessoa do plural.

Evidente ('attributo grammatica) e total: simples, por ATTRIBUTO.

que exprime uma só maneira de existir do sujeito; in-s


complexo, porque não tem complementos; é nm adjectivo Amantes
•.'ii
(attributo gràmmalical; concorda com os Ires
2 li 215

sujeitos do singular representando um só no plural, e IIL


por isso está no plural): da glória (complemento termi
nativo do adjectivo relativo, amantes, ligado a elle pela «O homem fertilisa com a cultura a terra ainda i a mais
preposição, de, combinada com o artigo, a, e da qual, ingrata a.
amantes, é o termo antecedente, e, a glória, o conse sujeito.
qüente): das armas (complemento restrictivo do apella-
livo, glória, ligado a elle pela preposição, de, combina Ohomem (sujeito gràmmalical e total; simples, por
da com q artigo, as, eda qual, a glória, éo termo ante que representa um só objecto, isto é, uma só pesssòa;
cedente, e, as armas, o conseqüente). incomplexo, porque não tem complementos).
Amantesda glória das armas (attributo total; complexo,
porque tem os complementos, da glória, e, das armas). VERBO.
N. B. Verifica-se que o sujeito é composto, dividindo-
se a proposiçaoem tantas, quantos são os sujeitos; o que Fcrlilmi (verbo attributivo da primeira conjugação,
se faz, aceommodando-se o verbo e o attributo a cada que, decomposto, é omesmo que, éferlilisante; está na
um dos sujeitos tomado separadamente. A proposição terceira pessoa do singular do presente do indicativo;
analysada, por exemplo, pode-sedividir em trez pela se concorda em pessoa e numero com osujeito, ohomem\
guinte maneira: a cuja pessoa e numero scaccommoda; c transitivo, por
«Alexandre foi amante da glória das armas». que passa a acção do sujeito, o homem, ao sujeito diver
oCezar foi amante da glória das armas». so, a terra ainda amais ingrata).
«Napoleão o primeiro foi amante da glória das armas».
Quando o attributo é composto lambem se verifica ATTRIBUTO.
que o é, dividindo-se a proposição em tantas, quantos
são os attributos. Mas n'este último caso o verbo e o at Ferlilisante (attributo grammatica] incluído no verbo):
tributo que se repetem, fieão sempre subordinados ao com a cultura (complemento circumstancial de causa do
sujeito que lambem se repete. Sirva de exemplo a pro attributo, ferlilisante, ligado a elle pela preposição, com,
posição, *.Cicero foi orador ephilosopho», a qual se divide da qual, ferlilisante, ou overbo, fertilisa, em que se in
em duas pela seguinte maneira: cluo este attributo, é o termo antecedente, e, a cultura,
«Cicero foi orador». Oconseqüente): a terra (complemento objectivo do at
«Cicero foi philosopho». lributo, ferlilisante, ou do verbo, fertilisa, em que se
moine este attributo): a mais ingrata (complemento do
216 217
appellativo, aterra, como qual este adjectivosuperlativo corda com o sujeito, eu, em gênero e num
concorda em gênero e numero): ainda (advérbio de quan (complemento objectivo do attributo, amante
tidade, complemento do superlativo; o maisingrata, cuja bo, amo, em que se inclue este attributo): das
significação encarece). plemento restrictivo do adjectivo substantiv
Ferlilisante com a cultura a terra ainda a mais ingrata ligado a elle pela preposição, de, combinada
(attributo total; complexo, porque tem os complementos, go, as, e da qual, o bello, ê o termo antece
com a.cultura, a terra, a mais ingrata, e, ainda). artes, o conseqüente;: bem como o da natu
complemento total do attributo, amante,que s
IV. de, representando oadjectivo pronominal,*),
mento objectivo, obello, adjectivo substantiva
«Amo o bello das artes, bem como o da natureza».
da natureza, é complemento restrictivo,ligad
preposição, de, combinada com o artigo, tf;
SUJEITO.
equivalente a uma proposição ligada á pri
locução conjunetiva, bem como).
Eu (sujeilo grammatical etoUl subentendido; simples, Amante o bello das artes, bem como oda n
porque representa um só objecto, isto é, uma só pessoa; tributo total; composto, porque exprime dive
incomplexo, porque não tem complementos). ras deexistir do sujeito; complexo, porque te
plementos totaes, obello das artes, e, o bello da
VERBO. N. B. Fácil é verificar que o attributo da
analysada é composto, dividindo-se a proposiç
Amo (verbo attributivo da primeira conjugação, que, tas, quantos são os attributos pela seguinte m
decomposto,é ò mesmo que, sou amante; está na primeira «Amo o bello das artes, bem como amo o d
pessoa do singular do presente do indicativo; concorda isto é, o bello da natureza».
em pessoa e numero com o sujeto. eu, a cuja pessoa e
numero se accommoda; é transitivo, porque passa a V.
acção do sujeito, eu, ao sujeito diverso, o bello das arles). «Convém dar o seu a seu dono».
ATTRIBUTO. SUJEITO.
Amank'(úliv\büio grammatical incluído no verbo; con- Dar o seu a seu dono (sujeito gràmmalical c
218
219
pies, porque representa um só objecto, isto é, urna só
Sunrtnvf iras propostsurs.
cousa; complexo, porque é uma proposição infinitiva
com o sujeito, verbo, e attributo, como se vai vêr da a-
nályse que se segue): NOÇÕES PRELIMINARES.
—Dar (verbo attributivo transitivo da primeira conju
gação; está no presente do infinito ; tem incluído em si I.
o sujeito, que é, o mesmo aclo de dar; decompõe-se em,
ser dante: dante, attributo grammatical incluído no ver
A proposição, que è, como fica dito, o
bo, tem os complementos, objectivo o seu, e terminativo
a seu dono, que se explicão também por complementos
do juízo e sem a qual não pode haver d
do verbo que comprehende o attributo que elles coui- fôrma por si só, ou concorre com outras
pletão;. mar uma phrase, ou sentido completo e
Esta phrase ou sentido que se liga ao
VERBO.
formar o dircurso, é o que se chama perí
Convém (verbo attributivo da terceira conjugação que,
matical, o qual é simples si consta de u
decomposto, é o mesmo que, ser convinle, ou convenien
posição, composto si de mais de uma.
te; está na terceira pessoa do singular do presente do in A proposição,por exemplo, «Deus creo
dicativo; concorda em pessoa e numero com o sujeito, em seis dias», é uma proposição absolut
dar o seu a seu dono, a cuja pessoa e numero se accom fôrma um sentido completo e absoluto
moda; é intransitivo, porque não passa a acção do sujei por si só no discurso, constituo um perío
to a outro diverso;. matical simples.
Si eu porem disser, em vez disso, «De
ATTRIBUTO.
mundo em seis dias, e descançou no séti
Convinle ou conveniente (attributo grammatical e lotai mo um período grammatical composto; p
incluído no verbo; simples, porque exprime uma só meio da conjuncção, e,estabeleço um laço
maneira de existir do sujeito; incomplexo, porque não lação entre as duas proposições. É com
tem complemento; concorda com o sujeito em gênero e notar n'este caso, que a segunda proposi
numero.
que ligada â primeira pelo sentido, não fi
220
221
independente d'ella em sua construcção, ou que posição principal; a segunda, proposiçã
nada.
são apenas duas proposições absolutas aproxima
das por virtude de uma conjuncção de primeira 0 verbo n'esta espécie de proposição
classe, ou de aproximação; por issotaes proposições nada circumstancial ora vai para o indic
não dão logar á regra alguma particular de syn para o conjunctivo.
taxe.
Ôverbo da proposição absoluta, ora está no in III.
dicativo, ora no imperativo, ora no condicional.
As vezes a proposição subordinada nã
H.
gada á principal por uma conjuncção, ma
jectivo conjunctivo, ou por um advérbio c
0 período grammatical pois pode, quando com vo, como se observa nos dois seguintes
posto, constar de proposições absolutas aproxima grammaticaes:
das, ou, o que é muito mais freqüente, de uma pro «Enéas fugia dê Tróia, que tinha sido
posição absoluta, e de outras proposições subordi «Enéas veio á Itália, onde fundou um r
nadas que d'ella dependão. No primeiro período, a proposição sub
Quando digo, por exemplo. «0 homem pensa, que tinha sido tomada, acha-se ligada á
porque é um ente dotado de intelligencia», estas Enéas fugia de Tróia, pelo adjectivo con
duas proposições unidas pela conjuncção, porque, que. No segundo, a proposição subordina
concorrem ambas para formar uma phrase ou pe fundou um reino, acha-se ligada á principa
ríodo grammatical, mas de tal maneira, que a se veio á Itália, pelo advérbio conjunctivo, o
gunda não só modifica e determina a primeira, mas se resolve no mesmo adjectivo.
é d'ella dependente. Esta subordinação opera-se 0 verbo n'esla espécie de proposição su
porvirtude da conjuncção de segunda classe, ou de da, vulgarmente chamada incidente, vai t
subordinação, (\ne as liga. A primeira chama-se,p?*p- ora para o indicativo, ora para o conjuncti
222
223
IV.
uma fôrma especial, chama-se, proposição
pio.
Outras vezes a proposição subordinada, debaixo
Taes são as quatro formas de proposi
da fôrma de proposição infinitiva, liga-se ã principal
bordinadas, chamadas, circumstanciaes, p
por uma simples preposição, como se nota n'esta primem uma circumstancia, seja relativa a
phrase ou período grammatical: geral da proposição principal, seja a qu
«Sem a cultivares, a terra não te produz bons seus termos.
fructos».
N'este período, a proposição subordinada, sem a VI
cultivares, acha-se ligada á principal, a terra não
te produz bons fructos, pela preposição, sem, como Mas n'esta phrase ou período grammatic
si fosse um mero complemento circumstancial. ro que sejasfeliz», a proposição subordina
feliz, ligada á proposição principal, Que
V. conjuncção, que, não exprime uma sim
cumstancia d'ella, mas completa-lhe o sent
Casos ha em que a proposição subordinada toma isso chama-se, completiva.
uma fôrma particular, porque não tem conjuncção, Não ha senão um limitado numero de
nem outro equivalente, que a ligue, e o seu verbo ções que sirvão para unir a proposição co
vai para o participio, como se vô nesfoutro período á principal, por exemplo, que, a que, de
grammatical: o adjectivo interrogativo, ou os advérbios
<s.Tcndo sido tomada Tróia, Enéas veio â Itália». gativos desempenhão o mesmo officio, como
N'este período, a proposição subordinada, Tendo nos seguintes períodos grammaticaes:
sidotomada Tróia,acha-se ligada á principal, Enéas «Dize-me quem sejas, ou és»?
veio á Itália, unicamente pelo participio, tendo si «Quero saber d'onde viesle»?
do tomada,ou, em última anâlyse, tendo sido, No primeiro período, a proposição co
Ésla espécie de proposição, em que overbo toma quem sejas, ou cs, acha-se ligada â princi
224 oc);;
ze-mc, pelo adjectivo interrogativo, quem. No se infinito; o que acontece com todas as pr
gundo^ proposição completiva, d'onde vieste, acha- do infinito pessoal sem outro liame.
se ligada á principal, Qwero saber, pelo advérbio Esta espécie de proposição subordinad
interrogativo, düonde. se, proposição completiva do infinito.
N'esta espécie de proposição subordinada, quan
do ligada pela conjuncção, o verbo vai ordinaria
mente para o conjunctivo; e, quando ligada pelo
adjectivo e advérbios interrogativos, ora para o in Ufívuiitú,
dicativo, ora para conjunctivo.
Dividem-se,pois,as proposições:1.o em,
VII.
2.o em, subordinadas circumstanciaes; 3.
bordinadas completivas.
Algumas vezes a proposição completiva não tem As proposições absolutas podem estar s
conjuncção que a ligue á principal, e o seu verbo curso, ou aproximadas entre si, sem que
vai para o infinito, como se vê nas duas seguintes n'outro caso constituão regra alguma es
phrases ou períodos grammaticaes: syntaxe. Quando aproximadas entre si, e
«Creio ser feliz». posições ligão-se,ou por conjuneções de a
«Bom é estndaresv. ção, ou pela identidade de sujeito, ou sim
No primeiro período, a proposição subordinada, te pelo sentido na falta das duas primeiras
ser feliz, acha-se ligada á principal, Creio, pela As proposições subordinadas não podem
identidade do sujeito, queé o mesmo em ambas: pois, no discurso, mas unem-se sempre á uma
Creio ser feliz, é a mesma cousa que, Eu creio ser ção absoluta, de que dependem, e que se
eu feliz. No segundo, a proposição subordinada, principal.
estudares, serve ella mesma de sujeito á principal, As proposições subordinadas circumst
Bom é, e sendo os sujeitos diversos, a ligação entre ligão-se á principal,ou por conjuneções d
as duas proposições opcra-se pelo mesmo verbo uo dinação, ou pelos adjectivo e advérbios c
226 227
tivos, ou por preposições quando tomão a fôrma de Este princípio geral determina o empre
proposição infiniliva, ou pelo verbo no participio ou de outro d'estes modos na proposição
quando tomão a fôrma de proposição participio. stancial.
As proposições completivas, ligão-se á principal Assim, si a circumstancia, que a prop
ou por certas conjuneções de subordinação, ou pe crescenta, é um facto positivo, e só conv
los adjectivo e advérbios interrogativos, ou pelo mente subordinado a outro por força da
verbo no infinito quando tomão a fôrma de propo- ção, o verbo vai paia o indicativo, mas
ção in/initiva. facto hypolhetico, e por sua natureza su
Asregrasdeconstrucção,a que estão sujeitas as a outro, vai para o conjunctivo.
proposições subordinadas circumstanciaes e comple Exemplo da proposição circumstanci
tivas, constituem oque se chama, syntaxe das pro por uma conjuncção com o verbo no indi
posições. «0 caso não acontecêo, como geralmen
mas de modo bem diverso».
«Tanto que foi avisado da ordem de pris
Propoaicftcs subavírinabas circuinslfincioís, da contra elle, oceultou-se em casa de um
<s.Em quanto te demoras, passa o temp
tir».
proposição circunstancial ligada por uma con
juncção. «Pois que me encarreguei do negocio,
vai o ao cabo, como convém á minha di
A proposição circumstancial, ligada por uma con aQuando se dêo este memorável succes
juncção, pode ter o seu verbo, no indicativo, ou no bem menino,.mas tenho d'elle perfeita lem
conjunctivo. N'eslas cinco phrases ou períodos gram
0 verbo no indicativo enuncia um lacto como os verbos das proposições circumstanciae
positivo e sem dependência de outro. O verbo no pelas conjuneções de subordinação, co
conjunctivo enuncia um faclo como incerto, condi que, em quanto, pois que, quando, enunci
cional, hypolhetico c subordinado a outro. positivos, é só convencionalmente subord
±2S 22?)

outros por força das referidas conjuneções. Assim, ra na ordem das outras, o que é o equivalente da
todas essas proposições subordinadas—a primeira proposição principal nos períodos grammaticaes
á principal, O faelo não acontecêo; a segundaá prin que comprehendem proposições absolutas aproxi
cipal, occullouse em casa de um amigo; a terceira cá madas.

principal, passa o tempo de partiryà quarta c quinta Exemplos da proposição circumstancial, ligada
á principal, hei de leval-o ao cabo; a sexta á princi por uma conjuncção,com o seu. verbo no conjunc
pal, era eu bem menino; são conversíveis em pro tivo:—

posições absolutas simplesmente aproximadas ás «Proferes ameaças, para que nos infundas ter
ror».
principaes, si supprimirmo?» as conjuneções de
subordinação que as ligão, ou as substituirmos por «Themistocles procurava as paragens estreitas,
conjuneções de aproximação. afim que não fosse envolvido na peleja pela grande
Exemplos dos mesmos períodos grammaticaes multidão dos navios inimigos».
com a conversão sobredita:— «Podes demorar a execução do negocio, com tan
«E isso opinião geral, mas o caso não acontecêo to que o concluas bem».
assim e de modo bem diverso». <s.Atè que sejas homem feito, devem passar-se
«Foi avisado da ordem de prisão passada contra ainda não poucos annos».
elle, e oceultou-se em casa de um amigo». «Toda a cidade, como si fosse um só homem, cor
«Tu te demoras, e passa o tempo de partir». roo ás armas para defender-se do ataque».
«Encarreguei-me do negocio; hei de leval-o ao N'estes exemplos, os verbos das proposições
cabo; assim convém á minha dignidade». circumstanciaes, ligadas ás principaes pelas conjun
«Pêo-se este memorável suecesso; era eu bem eções, para que, afim que, comtanlo que, até que,
menino; mas tenho dclle perfeita lembrança». como si, estão todos no conjunctivo, não só por for
Com a suppressão das conjuneções de subordi ça d'essas conjuneções de subordinação,eomo e mui
nação ficão Iodos esses períodos grammaticaes com principalmente porque enuncião factos hypotheti-
postos de proposições absolutas aproximadas. No cos, condicionaes, e de sua natureza subordinados
primeiro até a proposição transformada ê a primei- a outros. Assim, não são taes proposições conver-
230
23!
siveis em absolutas pela simples suppressão das si, que as ligão ás principaes, couverter-
conjuneções de subordinação, como as que teem o tras tantas proposições absolutas 'aproxi
seu verbo no indicativo. esta fôrma:
Com certas conjuneções de subordinação, como,
«Já sobresae na pintura, mas ainda n
posioque, ainda que, si, como, em quanto, quando oquiparar-se ao mestre».
&., a proposição circumstancia/, ora tem o seu
«Es erudito, mas não podes passar po
verbo no indicativo, ora no conjunctivo, segundo o
«Fico íVesta terra; e não logro mais sa
facto por elle enunciado é positivo e só convencio N. B. Note-se em uns e outros exempl
nalmente subordinado, ou hypolhetico, e por sua
cie de opposição que se estabelece entr
natureza subordinado a outro.
Exemplos da proposição circnmslancial, ligada juneções de subordinação, posto que, ai
as conjuneções de aproximação,com tudo,
por uma mesma conjuncção, com oseu verbo, ora mesma espécie de opposição se verifica
no indicativo, ora no conjunctivo:—
que, com quanto, e, com tudo, todavia, na
«Posto que já sobresae na pintura, ainda não é obstante.
com twLo para equiparar-se ao mestre».
Tendo dado acima exemplos da propo
<í.Posto que jásobresáia na pintura, ainda não é
cumstancial com o verbo no indicativo, li
com tudo para equiparar-se ao mestre».
conjuneções de subordinação, como, e
Ainda que és erudito, não podes todavia passar
quando, só os produzirei agora da mesm
por sábio». ção com o verbo no conjunctivo:—
«Ainda que sejas erudito, não podes, ou não po-
«.Como não houvesse vento, não desa
derás todavia passar por sábio».
porto aquelle dia».
«Si fico n'esta terra, não logro mais saúde».
«Em quanto fores feliz, contaras muitos
*Si eu ficar nestaterra ,não lograrei mais saúde».
N'estes exemplos, as proposições cicnmstanciaes, «Quando começar a romper o dia, sah
um passeio pelo campo».
que teem overbo no indicativo, podem peta simples
suppressão das conjuneções, posto que, ainda que,
. 232 233
Proposição circuittatttttctiil Itgatur pelos áojccliuc <aoocrbioe con-
iunctiuos.
dos termos da primeira, e resumivel no
qualificativo, como se vê nesfoutros exem
«Deus justo premeia os não viciosos, o
.4 proposição circumstancial, ligada pelo adjectivo
tuosos».
conjunctivo, ou pelos advérbios que se põempor elle,
tem, como a circumstancial ligada por uma conjunc
«0 homem prudente regula suas despe
rendimentos de seu trabalho».
ção, o seu verbo no indicativo, quando o facto por
«Ha na Grã Bretanha um rio chamado
este enunciado é um facto positivo, e no conjunetir
ou o Tâmisa».
vo, quando é um facto condicional, ou hypothclico.
Casos ha notáveis em que o adjectivo conj
que liga a proposição circumstancial á p
está por uma conjuncção, seja de aproxima
de subordinação.
Prírposiyüü circuiitstituctal üjjüím pelo aítjcriiuo coujtuuliuir. Exemplos da proposição ligada por est
tivo, fazendo as vezes de uma conjuncção
ximação:
Exemplos d'esta espécie de proposição com o ver «Alcibiades passou á Ásia a ter com Phar
bo no indicativo: a quem captivou por suas maneiras insiu
«Deus, que é justo, premeia os que se não desvião «Tentarão resistir a Agesiláo os Athenie
do caminho da virtude». Beocios, e seus aluados, aos quaes todos ve
«0 homem, que é prudente, regula suas despezas batalha».
pelos rendimentos de seu trabalho». No primeiro caso, o adjectivo conjunctivo
«Ha na Grã Bretanha um rio^e se chama Tâ valente daconjuncção, e, e do adjectivo pron
misa, ou o Tâmisa. o; no segundo, o equivalente da conjuncção
Em todos estes casos, o adjectivo conjunctivo, que, do adjectivo pronominal, os, como se vê nes
liga á principal uma proposição que enuncia uma exemplos:
circumstancia explicativa ou determinativa de um
ô%
Exemplos da proposição circumstancial ligada
«Alcibiades passou á Ásia a ler com Parnabaso, pelo adjectivo conjunctivo, tendo o verbo no con
co caplivou por suas maneiras insinuantes». junctivo:
«Tentarão resistir a Agcsiláo os Athenienses, os «Não ha no inundo vivenle algum, que não seja
Beocios c seus aluados, mas a todos os vencêo em sujeito á morte».
batalha». «Ainda está por nascer o homem que saiba dar
Em taes casos, a proposição ligada pelo adjectivo direcção á navegação aer.ia; aquelle que o fizesse,
conjunctivo é conversível em absoluta aproximada, seria reputado um prodígio de gênio».
sendo este adjectivo substituído pela conjuncção de Exemplos da mesma proposição, Jazendo o adje
aproximação,por que cstá,c pelo adjectivo pronomi ctivo conjunctivo as vezes de conjuncção de subor
nal. dinação:
Outras vezes,a proposição circumstancial está li «Àrtaxerxes pedio aos Athenienses um chefe que
gada pelo adjectivo conjunctivo, fazendo este as ve prepuzesse ao seu exercito».
zes de conjuncção de subordinação, como se vê nos «Creou Deus a mulher que fosse a companheira
seguintes exemplos: do homem em todos os trabalhos da vida*.
«Somos levados a adquirir certos conhecimentos, No primeiro caso, o adjectivo conjunctivo, que,
em que reputamos bello sobresahir; isto é, porque está pela conjuncção de subordinação,para que,o\i,
il elles reputamos bello sobresahir». afim que, e o adjectivo pronominal, o.- no segundo,
«Fui á capital do orbe christão, que ha muito de pela referida conjuncção, oo pronome pessoal, cila.
sejava visitar; isto é, porque- ha muito a desejava vi Mas as duas proposições circumstanciaes não mu-
sitar». dão de natureza com a conversão, como se vê nes-
No primeiro caso, o adjectivo conjunctivo está Coutros exemplos:
pela conjuncção de subordinação, porque, c o pro «Àrtaxerxes pedio aos Athenienses umchefe,para
nome pessoal, elles: no segundo, pela referida con que, ou, afim que o prepuzesse ao seu exercito».
juncção, e o adjectivn pronominal, a. Em nenhum «Creou Deusa mulher, para que ella fosse a com
dos dois casos, porem, a proposição circumstancial panheira do homem em todos os trabalhos da vida».
muda de natureza com a conversão do liaine.
230
23*7
N. B. O adjectivo conjunctivo é um liame espe
cial que faz as vezes de uma conjuncção e de um Exemplos da mesma espécie de propo
pronome, como, alem dos exemplos acima, se pôde o verbo no conjunctivo:
verificar em toda outra proposição por elle ligada: «A terra, onde te fôr bem, será para t
«0 homem, que é mortal, isto é, porque ê mortal, ou uma segunda pátria».
vive sobre a terra vida transitória». «Procura exercer alguma profissão ho
«0 homem, que é prudente, islo é, quando elle è de, ou, por onde possas subsistir, sem ser
prudente, sabe regular a sua vida». . outros».
Todas as proposições, ligadas por adv
se põem pelo adjectivo conjunctivo, são d
das que teem por liame este adjectivo;
exemplos acima, a terra onde, vale tant
PropoeitUo rirruinataitcinl ligai)a prlot notirrHofi conpuuliuoe.
terra em quc,ou,na qual;a índia para on
de, tanto como, a índia para a qual, e
A proposição circumstancial, ligada pelos advér alguma profissão honesta d'onde, ou, por
bios que se põem pelo adjectivo conjunctivo, tem to como, alguma profissão honesta de q
lambem o seu verbo no indicativo ou no conjun qual, ou, porque, ou, pelaqual. Assim, ta
ctivo, segundo ofacto enunciado pelo verbo é positi sições dão exactamente logar ás mesmas
vo, ou condicional e hypothetico. syntaxe a que estão sujeitas as proposiçõ
Exemplos d'esta espécie de proposição com o ver pelo mencionado adjectivo.
bo no. indicativo:
«A terra, onde nos vai bem,é para nós a pátria, ou
uma segunda pátria».
«Camões andou grande parte da sua vida pela ín proposição circumstanctal infintüun ligaoa por uma
dia, para onde foi muito moço, e d?onde trouxe por
toda e única riqueza os seus Luziadas». A proposição circumstancial infiniliv
por uma preposição á principal, ou aquel
238 239
depende; vai para oinfinito pessoal, quando tem su nosso infinito é que exige ésla dislincção
jeito diverso do da proposição por ella modificada; proposições infinitivas.
e conserva-se por via de regra no infinito impesso Não obstante a regra geral estabeleci
al, quando osujeito de ambas as proposições, mo emprego do infinito pessoal, encontrao-s
dificada e modificante, é o mesmo. ctores clássicos muitos exemplos da prop
Exemplos d'esta espécie de proposição: finitiva do modo pessoal com sujeito idên
«Depois de andarem os vasos da armada de con proposição por ella modificada, isto quan
serva á não capilânea durante uns^ quinze dias, bos das duas proposições estão alguma
sobreveio tamanho temporal que os separou uns tantes um do outro, ou quando a contr
dos outros, e fez soçobrar um d'elles». regra não offende o ouvido. Já daqui se
«Por serem os ventos contrários, não poude o que uma tal excepção não assenta em
navio adiantar muito aquelle dia». guma solida, porque o que exige o empr
«Antes de emprehenderes uma tão longa viagem, finito pessoal é a clareza, ou o evitarem-s
bom é que te provejas do necessário para ella». os equívocos que por suafalta se dão nas
«Sem fazermos os preparativos necessários, não guas.
será possivel partir d^qui»» N. B. A proposição do infinito pesso
«Sem estudar ninguém aprende». ar á nossa lingua, colloca-se ordinariam
Nos exemplos acima, as proposições do infinito dem inversa, como se vê nos exemplos a
pessoal ligadas pelas preposições, depois de, por, quer seja ella circumstancial, quer comp
antes de, semt bem como a do infinito impessoal li com tudo nos bons auctores não poucos
gada pela última d'estas preposições, e postas todas do contrário. Dá-se também de ordin
em itálico, são como outros tantos complementos proposição ellipse do sujeito, quando es
circumstanciaes das proposições de que depen dos pronomes pessoaes, como ainda
dem, e nelles em última anályse se resumem, exemplos acima.
porque as preposições não deixão meste caso
4e fazer o seu officio. A modificação verbal do
240
211

í $h'opo3ts<Jo civcmiislancial participio.


der as línguas suas derivadas; a quarta elliptica
tem por sujeito, a ceremonia,eliga se pelo participio
A proposição circumstancial parlicipio, liga-se subentendido, estando, á principal, sae do templo;
á principal ou aquella de que depende, pelo mesmo todas teem sujeito próprio ou diverso do das pro
participio, que uella está pelo verbo; e fórma-se posições por ellas modificadas, e constituem o que
com o participio presente ou pretérito composto, se chama, proposição participio, porque conteem
quando tem sujeito diverso do da proposição por os tres termos, fazendo n'ellas oparlicipio, com ou
cila modificada, pois sem esta circumstancia o par sem o atlributo, as vezes do verbo, cuja affirmação
ticipio é apenas complemento de algum sujeito. exprime. Estas proposições, como já fiz ver, resol
Exemplos d'esla espécie de proposição formada vem-se, quando formadas com o parlicipio presen
com participio presente: te, em proposições do modo indicativo, com a con
((.Sendo o vento favorável, o navio desaferrou do juncção, em quanto, ecm proposições do modo con
porto, e seguio viagem». junctivo, com a conjuncção, como.
«Escasseando as munições para resistir mais Quando, porém, oparticipio não tem sujeito pró
tempo, rendèo-se a fortaleza por capitulação». prio, é apenas complemento do sujeito da proposi
«Sabendo-se bem a lingua latina, fácil é apren ção em que se encontra, como se vê n'ost?oulros e-
der as línguas suas derivadas». xemplos:
«Terminada a ceremonia, sae do templo». «Recebendo aviso de haver o inimigo torcido a
As proposições postas em itálico nos exemplos marcha, manda César levantar o campo».
acima, das quaes a primeira tem porsujeito, o vento, ((Conhecendo o mal que causara com sua levian
e liga-se pelo parlicipio, sendo, á principal, o navio dade, José se arrependêo de ter fallado indiscreta
desaferrou do porto; a segunda tem por sujeito, as mente».
munições, e liga-se pelo participio, escasseando, á N'cstes dois exemplos, os participios, recebendo,
principal, rendêo-se a fortaleza por capitulação; a conhecendo, são meros complementos; o primeiro,
terceira tem por sujeito, a lingua latina, e liga-se do sujeito, César; osegundo, do sujeito, José; c am
pelo participio, sabendo, í\. principal, fácil óapren- bos se resolvem em proposições circumstanciaes,
242 243
como os simples qualificativos, por éstã maneira: «Feita a paz, entrou a florecer o com
«César, que recebe aviso de haver o inimigo tor a agricultura».
cido a marcha, manda levantar o campo». Em todos quatro exemplos acima citad
«José, que conhecia o mal que causara com sua posição participio, quevai em itálico, fórma
loviandade,Rirepenáèo-se de ter fatiado indiscreta o participio pretérito composto, e por elle
mente». principal. As duas primeiras são proposiçõ
Taes complementos também se podião explicar pletns; asduas últimas, ellipticas.
pelos gerundios, emrecebendo, emconhecendo, como Na primeira das duas proposições com
accessorios dos atlribulos, mandante, arrependen- participio, tendo cabido, que está pelo v
te; e então as duas proposições citadas equivalerião participio composto de um verbo attributiv
a est'outras: gunda, que se acha na fôrma passiva, o p
«Ao receber aviso de haver o inimigo torcido a lendo sido, que está pelo verbo, é o particip
marcha, manda César levantar o campo». posto do verbo substantivo.
«Por conhecer o mal que causara com sua levian Na primeira das duas proposições ellipti
dade, José arrependêo-se de ter fallado indiscreta tido, é apenas um supino, a que se deve ad
mente». tendo, e, se, para fórm ir oparlicipio comp
Exemplos da mesma espécie de proposição for está pelo verbo, porque, partir-se, era anti
mada com participio pretérito composto: verbo pronominal: nasegunda, que seacha
«Tendo cabido o cabeça ferido na refrega, os passiva, o participio que se subentende pa
amotinados começarão a dispersar-se sem apresen as vezes do verbo, é o participio composto
tar mais resistência». substantivo, tendo sido. Assim, as duas pro
«Tendo sido tomada Tróia, Enéas veio á Itália». ellipticas eqüivalem a esfoutras completas,
«Partido de África o conde, os Mouros mostrá- se partido de África o conde, ou, tendo-se
rão-se logo mais ousados que d'antes, chegando em partido de África, e, Tendo sido feita a pa
suas correrias alé ás portas de Arzila». Na primeira proposição elliptica, partido,
se podia explicar pelo participio pretérito
2ía
244
I

porque os antigos lambem coslumavão a conjugar^ N. B. Pede o gênio da lingua que a proposição
partir, chegar, ir, vir, com, ser, como auxiliar. participio se colloque sempre na ordem inversa,
N'este caso, o participio que se devia subentender
isto com mais rigor ainda que a proposição do infi
para fazer as vezes do verbo, seria o participio pre nito pessoal. Em prosa rarissimas são as excepções
sente do verbo substantivo; e a proposição elliptica que se encontrão a esta regra, e essas de ordinário
eqüivaleria a esfoutra completa, Sendo partido de nas fôrmas especiaes, Isto não obstante, isto posto,
África o conde.
isto dito, das quaes as duas últimas se reduzem aos
A proposição participio elliptica, em que ora se complementos circumstanciaes, Depois disto posto
subentende o participio presente, ora o participio depois disto dito. No verso, porém, ha muito mais
pretérito composto, segundo o verbo da proposição liberdade a tal respeito. Camões, por exemplo, disse:
principal está no presente ou no pretérito, reduz-
«Prosperamente os ventos assoprando».
se a um simples complemento, juntando-se lhe a
preposição, depois, como se vê nos mesmos exem
plos adduzidos, que aqui ponho com ella:
Proposií-fícG suborímuiíioG romplctiuas.
«Depois de terminada a ceremonia, sae do tem
plo».
PROPOSIÇÃO COMPLETIVA LIGADA POR UMA CO.V-
«Depois de partido de África o conde, os Mou
JUNCÇAÕ.
ros mostrárão-se mais ousados que dantes, che
gando em suas correrias até ás portas de Arzila».
A proposição completiva, ligada pela conjuncção
«Depois de feita a paz, entrou a florecer o com-
de subordinação, que, tem, excepto em casos espe
mércio e a agricultura».
ciaes, o seu verbo no conjunctivo, o qual enuncia
As proposições formadas com participio pre
sempre n'este caso um facto condicional, hypothe-
térito composto, resolvem-se, corno também já fiz
tico, e subordinado ao facto positivo enunciado pelo
vêr, em proposições do modo indicativo, com a con
verbo da proposição principal, a que ella se prende.
juncção, depois que,o. em proposições do modo con
«Convém que sejas prudente nos teus negócios».
junctivo, com a conjuncção, como.
247
246

«Desejo que te appliques ao estudo das bellas ar conjuneções, a que, com que, em que, estão pelas
simples, que, do que nos convencemos, dando um
tes».
«Ordeno-te que partas sem demora». complemento accomniodado á preposição que a
Nos três exemplos citados, e em outros análogos, precede.
os verbos das proposições subordinadas vão para o Casos ha, porém, cm que a proposição completiva
conjunctivo, porque aconjuncção de subordinação, ligada pela conjuncção, que, tem o verbo no indica
que, liga ordinariamente proposições complelivas, tivo: primeiro, quando o facto enunciado pelo seu
cujo enunciado écondicional e hypolhetico. verbo só é convencionalmente subordinado a outro:
0 mesmo se verifica com a proposição completi segundo, quando ella é comparativa.
va ligada pelas compostas da conjuncção, que, que Exemplos do primeiro caso:—
se põem pela simples, ou que suppõem aellipse de «Creio que sabes do que se passa».
alguma palavra, a que se deva seguir tal conjunc «Julgo que serás feliz naempreza».
ção. N'estes exemplos, pode até a. proposição subordi
Exemplos:— nada passar a ser principal com a suppressão da
«Inclino-me a que venha a acontecer assim; isto conjuncção, que, e a principal a ser subordinada
é, inclino-me o, crer, ou, a suppôrque &c». com a juneção de um liaine accomniodado, claro,
«Appüca-te a que se faça o serviço com cuida ou occulto, como abaixo se vê: —
do; isto é, applico-te a vigiar que &cs>. «Sabes do que se passa, como creio, ou simples
«Faze com que saias bem de tal em preza; isto é, mente, creio».
íãze comtigo mesmo que <fcc». «Serás feliz naempreza, segundo julgo, ou sim-
«Farei com que melhores de posição; isto é, fa plemcnle, julgo».
rei comigo que <fcc». Exemplos do segundo caso:
«Attenta em que o campo se lavre no menor es Serás, como espero, mais bem suecedido íVcsta
paço de tempo possível; isto é, atténta em vigiar, empreza, que nas outras; isto é, que foste bem sue
ou, em entender que &c». • cedido nas outras».
Em todos estes exemplos, e outros análogos, as «Poucos estudantes se entregarão menos ao es-
248 249

tudo, que tu; islo é, que tu te entregas a elle, ou o pletiva-se liga á principal por outra conjuncção que
fazes». ' não seja, que, ou alguma de suas compostas predi
«Arremettêrão tão impetuosamente ao sahir dos tas, excepto quando ella é o segundo termo de uma
arraiacs, que levarão os assaltantes de vencida logo comparação de igualdade. Mas n'esses raros casos
no primeiro reconlro». o verbo da completiva pode estar no conjunctivo ou
N'estes exemplos, as proposições completivas, li no indicativo, segundo a natureza do íaclo por elle
gadas ás principaes pela conjuncção, que, são tam enunciado.
bém comparativas, porque cada uma d'ellas repre Exemplos aresta espécie de proposição ligada
senta o segundo termo de uma comparação, cujo pelas conjuneções, si, e, como:—
primeiro termo está na principal, ou porque cada (Com o verbo no conjunctivo):
uma d'ellas completa uma comparação. As duas «Ninguém pode saber melhor si seja ou não ver
primeiras são ellipticas, e supprem-se, como se vê dade o que estou dizendo».
nos mesmos exemplos. «N'esta história conhecerás a lundo como as cou-
Muitas vezes a proposição comparativa liga-se á sas se tenhão passado naquelle tempo».
principal pela locução conjunctiva, do que, que se (Com o verbo no indicativo):
põe em logar de, que, e suppõe uma ellipse. «Ninguém pode saber melhor si é ou não ver
Exemplos: dade o que estou dizendo».
«Custou-te mais a comprehender o Latim do que «N'esta história conhecerás a fundo como as cou-
a mim; isto é, em comparação do, ou,d'aquillo, que sas se passarão n'aquelle tempo».
me custou a mim». Qando a proposição completiva se acha ligada á
«E mais espirituosa, do que formosa; isto é, em principal por alguma das compostas da conjuncção,
comparação do, ou, d'aquillo, que é formosa». como, que se põem pela simples, ha ellipse de uma
N'estes exemplos, e outros análogos, ha, corno se palavra acconimodada que requeira tal conjuncção,
vê, uma dupla ellipse, que se suppre, como nos como se vê nos seguintes exemplos: —
mesmos fica indicado. «Fico inteirado, ou ao facto de como a cousa se
Raros são os casos em que a proposição com-
250 281
tenha, ou tem passado; isto é, fico inteirado, ou ao üroposiçifo completiva liflafca pelo objectivo r advé
♦ gntiuos.
facto de saber, ou, conhecer como &».
«Estou crente em como tal desgraça se nào dê;
isto é, estou crente em esperar, ou, em conseguir Aproposição completiva, ligada pel
como &».
interrogativo e advérbios que se põem p
N. B. Gomo, n'estes casos, vale o mesmo que, o ma-se também interrogaliva, e pode ter
modo porque; por isso significa mais que o simples, bo no indicativo ou no conjunctivo, seg
que, por que podia ser substituído, e só exprimiria cto por este enunciado é positivo, ou co
a subordinação de um facto a outro. hypothelieo.
A proposição completiva porém, quando é o se
gundo termo de uma comparação de igualdade, li
ga-se á principal pelas conjuneções, como, quão, ou propooi«ji?o tomplflion lijjaon pelo níiiectioo tut
pelo advérbio, quanto, posto por cilas, e tem o seu
verbo no indicativo, como se vê nos seguintes exem Esta espécie de proposição, quando t
plos:— no indicativo, põe-se de ordinário só
«O caminho pela serra era tão extenso,como ín com a proposição principal occulta, co
greme, isto é, como era Íngreme; podia ser também, seguintes exemplos:—
quão, ou, quanto Íngreme». «Quem és»?
«Nero mostrou-se sobre o throno tão feroz, conto «Quem é que está ahi»?
imbecil e covarde, isto é, como se mostrou imbecil «Que dizes, ou, que é o que clizes»?
e covarde; podia ser também, quão, ou, quanto im «Qual será o teu destino»?
becil e covarde». Em todos estes exemplos, e outros
N. B. Cumpre notar que com quanto seja, quão, ellipse da proposição principal, Pergunt
a verdadeira correspondente de, tão, é todavia nes saber, ou outra accommodada requerid
tes casos de um uso muito menos geral que, como, tido. É este o modo habitual de nos e
sem dúvida pelo desagradável da pronúncia. quando a proposição é interrogaliva.
<3LN9
«fta
I
Muitos casos ha, porém, em que a mesma espécie nuncia um facto condicional, hypothelico, e abso
de proposição, quando tem o verbo no indicativo lutamente dependente do enunciado pelo verbo da
t
se põe no discurso com a proposição principal ex principal.
pressa, como se vê n'est'outros exemplos:— Quando, porém, a proposição ligada pelo sobre-
«Tenha vossa mercê a bondade de dizer quem é». dito adjectivo é, em vez de interrogaliva, simples
«Não sei qual será o teu destino».
mente exclamaliva, dá logar a grande numero de
«Queira vossa mercê dizer que opinião tem so ellipses, quer tenha o verbo no indicativo, quer no
bre este ponto, ou, qual é a sua opinião sobre este
ponto».
conjunctivo, como se vê n'estes exemplos:
«Que bravo» !
«Não me atrevo a dizer que cousa é mais para «Que pena»!
admirar entre tantas dignas de apreço».
N. B. Isto ainda assim verifica-se de ordinário
No primeiro dos dois exemplos, Que bravo, pode
[•:
supprir-se por esta fôrma, Admiro que bravo se
na conversação polida, ou num discurso seguido.
mostrou, ou, se tenha mostrado; no segundo, Que
Quando esta espécie de proposição tem o verbo
no conjunctivo, põe-se no discurso com a proposi
pena, por est'outra, Que pena se apossa, ou, se apos
ção principal clara,como se vê nos seguintes exem se de mim, só Deus sabe. Esta espécie de proposi
plos: ção que só apresenta de ordinário um dos termos, e
esse incompleto, participa em certo modo da na
«Dize quem sejas, e que cousa pretendas».
tureza da ínterjeição, que é apenas um ccho dos
«Vejo-me perplexo sobre qual dos dois cami a (Tectos d'alma.
nhos deva escolher».
As vezes com tudo tem ella os seus lermos ex
«Ignora-se quem tenha sido o inventor do alplia- pressos, apresentando unicamente a ellipse da pro
beto».
posição principal, como se nota no seguinte exem
«Não é possivel encontrar hoje quem saiba deci plo:
frar os hyeroplighos».
Que glória não será para ti o prestar um tal ser
N'esles casos, a proposição principal acha-se sem* viço ápátria 1isto é, Vê, ou, Considera que glória db.
pre expressa, porque o verbo da completiva e-
;>•
ftftf
255
propocifüo completam li0<rt>a pelos nDuci-biosinlevrognlivos.
claras, porque os seus verbos no conjunctivo enun
cião factos condicionaes, hypoüieticos, e subordi
A proposição completiva, ligada pelos advérbios nados aos enunciados pelos verbos destes.
que se põem pelo adjectivo interrogativo, está igual
mente sujeita ás mesmas regras sobre o emprego do fJroposisSo complctiua íio infinito.
verbo e a construcção elliptica ou não.
Exemplos desta espécie de proposição com o Esta espécie de proposição completiva vai na
verbo no indicativo e a proposição principal occulta: nossa lingua para o infinito pessoal, todas as ve
«Aonde vais»? zes que tem sujeito próprio ou diverso do da pro
((D'onde vens»? posição por ella modificada; e conserva-se invaria
N'esles exemplos, tanto a proposição, Aonde vais, velmente no impessoal, quando o sujeito de ambas
que é o mesmo que, a que parle vais, como a ou as proposições, modificadaemodificante,é o mesmo.
tra, ffande vens, o mesmo que, de que parle vens,
se põem só no discurso com a ellipse da proposi
ção principal, Pergunto, ou, Quero saber, ou, Dizc,
ou outra accommodada que se subentende. 3nfiuito pessoal.
Exemplos da mesma espécie de proposição com
o verbo no conjunctivo e a proposição principal A completiva do infinito pessoal liga-se á pro
clara: posição principal, ou aquella de que depende, pela
«Por onde se dirija; não está certo». mesma fôrma infinitiva do verbo, (pie é peculiar á
«D'onde lhe venha o mal, não pôde suspeitar». lingua.

N'estesexemplos, a primeira completiva, Por onde Exemplos:
se dirija, vale tanto como, por que, ou, por qual «Nota-se cm certa estação do anno andarem as
parte se dirija:a segunda, D'onde lhe venha o mal, ares em bandos pelo campo».
tanto como, de que, ou, de qual causa lhe venha o ((Nascermos, crescermos, c morrermos, é próprio
mal. Ambas ellas teem as proposições principaes da nossa natureza».
256 257

((Fazeres de tua parle a diligencia para conse alguém, ou, qualquer, e as proposições inímilivas
guir as cousas, é ponto essencial em tudo». coinplelào-se por este modo:
«Vi em tanta multidão suecederem-se uns aos E loucura dar alguém conselhos a outrem o não
outros no serviço sem a menor confusão». lomal-os para sh.
Nos Ires primeiros exemplos, asproposições com-
pletivas do infinito pessoal, Andarem as aves em
bandos pelo campo,—Nascermos, crescermos c mor 3itt"iuilo impessoal.
rermos, —Fazeres de tua parte a diligencia para
conseguir as cousas, constituem os sujeitos das Acompletiva do infinito impessoal liga-se á pro
principaes; no ultimo, a proposição completiva do posição principal, ou aquella de que depende, pela
mesmo modo, suecederem-se uns aos outros no ser
identidade do sujeito, o qual é sempre o mesmo cm
viço sem a menor confusão, apenas um comple ambas as proposições.
mento do attributo da principal. Tanto umas, como Exemplos:
outra, teem sujeito próprio, e ligão-se ás principaes «Quero instndr-le na grammatica».
unicamente pela fôrma verbal infinitiva.
«Sabes faliar com prudência c apropósito».
N. B. Já tive occasião de observar que, na pro «Não contamos vencer hoje o que resta de cami
posição do infinito pessoal, ha quasi sempre ellipse nho».
do sujeito, quando este é algum dos pronomes pes- «Os fatuos presumem ser sábios com dois dedos
soaes. Isto mesmo ainda se verifica em dois exem de sciencia».
plos acima. Dá-se lambem ellipse do sujeito iVesta N'estes exemplos, as proposições completivas do
espécie de proposição, quando elle é algum prono infinito impessoal, Instruir-te na grammatica,—
me indefinido, como se vê no seguinte exemplo: Faliar com prudência eapropósito,— Vencer hoje
«E loucura dar conselhos a outrem e não lomal-
o que resta de caminho,—Ser sábios com dois de
os para sh.
dos de sciencia, são todas meros complementos dos
N'este exemplo, eoutros analogos,subenlendc-se, attribulos das principaes, c ligão-se a ellas pela
identidade do sujeito.
258 259

Ésla regra geral para a personalisação ou não ((Fazer o seu movimento de rotação em vinte
personalisação do infinito não tem excepção, quan e quatro horas é próprio da terra; isto é, o aclo de
to á proposição completiva. íazer á».

N. B. Ha com tudo casos cm que a proposição «Chover no alto Egyplo é raro; isto é, o aclo de
•completiva do infinito não tem outro liame, sinão o chover et».
que se dá entre os termos da proposição. Isto veri
fica-se quando esta espécie de proposição tem o su
jeito incluído no verbo, como se vê nos seguintes
exemplos: »£oncotíianrin boe ncvbor. íms pvopo&iL-iíes ím período çivamma-
tical.
((Sentir é pensar; islo é, o aclo de sentir».
«Respirar é viver;isto é, o aclo de respirar».
N'estes casos, porém, a proposição infinitiva que RELAÇÃO DE SIMULTANEIDADE.

serve de sujeito, está evidentemente pelo nome; pois,


sentir, é o mesmo que, o sentir, ou. o sentimento;
Quando o período grammatical, ou phrase, cons
respirar, o mesmo que, o respirar, ou,a respiração. ta unicamente de proposições absolutas aproxima
O mesmo se deve entender dos infinitivos, attributos; das, os verbos d'estas, excepto em alguns casos es-
pois, pensar, e, viver, eqüivalem aqui a substantivos peciaes que apontarei, estão sempre em relação de
abstractos, ou a simples designativos de qualidades. siraultancidade, e põem-se todos no mesmo tempo,
Assim,tacs proposições são os equivalentes d'est'ou- como se vê nos seguintes exemplos:
tras:
«O homem pensa primeiramente, depois obra; o
«O sentimento é pensamento». bruto, porem, só se dirige pelo instineto».
«A respiração é vida». «Tudo era mar, e ao mar faltarão praias».
Reduzi o infinitivo á sua expressão mais simples «Cheguei, vi, venci».
para tornar a cousa evidente, mas o mesmo se ob «Levanta-te, cneaminha-le ao templo, e ora a
serva nas seguintes proposições iufmitivasquanto ao Deus».

liame e sujeito:— Em todos estes exemplos, os verbos das proposi-


20)0 201

ções aproximadas estão em relação de simultaneida- cumstancial, ou, completiva, enuncia um facto que
de com os das principaes, porque se achão postos se suppõe oceorrido ao mesmo tempo que o facto
no mesmo tempo, que os destas; e grave erro seria enunciado pelo da principal, está lambem em rela
pôl-os em outro, dizendo v. g., O homem pensa ção de simultaneidade com elle, e põe-se no mesmo
primeiramente, depois obrou,—Cheguei, vi, venço, tempo, com a única differença de modo si a subor
&, porque ficaria destruída toda a concordânciaque dinada é do conjunctivo, sem ella si do indicativo.
deve reinar entre elles em casos tacs, visto corno Exemplos:
devem enunciar factos que todos se refirão á mesma «Em quanto escrevo, não me distraio com outra
época, para a aproximação das proposições poder cousa».

ser completa. «Quando eu ia, tu vinhas».


Pode-se considerar como excepção a esta regra «Espero (pie facas».
o caso em que se distingue intencionalmente o tem «Eu esparava que fizesses».
po, para se tirar cfahi alguma conclusão moral, ou Eu quisera que o tivesses feito».
outra, porque então o verbo da proposição aproxi Esta relação de simultaneidade ou concordância
mada se põe em relação de anterioridade, ou de dos verbos não se suppõe interrompida, quando se
posteriorídade, com o da principal, como se vê nos põe em correspondência: 1.°,o imperfeito do indi
seguintes exemplos: cativo com o presente ou pretérito do mesmo modo:
«Já fomos jovens, ehoje somos velhos». 2.°, opresente do conjunctivo com o futuro do in
«Filho és, e pai serás». dicativo ou do imperativo.
Isto verifica-se ordinariamente nos provérbios, ou Exemplo do primeiro caso:
no cslylo sentencioso, porque em tal caso o espirito «Em quanto caminhavão, fez-se ou faz-se noite».
só attende á conclusão que se tira da opposição das Exemplo do segundo caso:
épocas. ((Pedirás a Deus que te conceda a paz de espi
Quando o período grammatical, ou phrase, consta rito».

de uma ou mais proposições subordinadas e uma «Pede a Deus que te conceda a paz de espirito».
flbsoluta principal, si o verbo da subordinada, cir-
w

263
262

Eis a razão d'esta espécie de anomalia que se rito perfeito, ou no mais que perfeito do indica
no Ia na relação de simultaneidade. tivo si o mesmo facto é positivo, do conjunctivo si
condicional e hypotlielico.
O imperfeito do indicativo é um tempo por fazer
que tanto participa do presente, como do pretérito, Exemplos com o verbo no pretérito perfeito do
indicativo:
por isso pode corresponder não só a outro imper
feito, mas ainda ao presente e ao pretérito, sem «Vê quanto aproveitámos ou temos aproveitado».
quebra da concordância, como se vê nos exemplos «Porque estudei ou lenho estudado a minha li-
cção, quero clal-a».
dados.
O presente do conjunctivo é um presente, não Exemplos com o verbo no mais que perfeito do
... mesmo modo:
positivo e rcalisado, mas hypolhetico e realisavel,
ou um presente com forçado futuro por fazer, por «Vê quanto aproveitáramos ou Unhamos apro
veitado».
isso pode também corresponder não só a outro
presente, mas ainda ao futuro do indicativo e do «Porque estudara ou tinha estudado a minha
imperativo; pois, Espero que faças, é o mesmo que, licção queria dal-a».
Espero que farás;—Pede a Deus que te conceda a Exemplos do verbo no pretérito do conjunctivo:
paz de espirito, o mesmo que, pede a Deus que elle «Vô quanto tenhamos aproveitado».
te concederá a paz de espirito, ou simplesmente, «Temo que se tenha rcalisado».
pede que Deus te concederá &. Exemplos do verbo no mais que perfeito do mes
mo modo:
«Temia que se tivesse rcalisado».
«Quanto desejaria que tivesse permanecido em
Roma».
Keluciío í<e nnlcrioriíiaoc.
Esta relação de auterioridade também se expri
Si o facto enunciado pelo verbo da proposição me no infinito pessoal e impessoal.
subordinada é anterior ao enunciado pelo verbo da Exemplos do verbo no pretérito do infinito pes
soal:
principal, põe-se o verbo da subordinada no prete-
264 26o

«Não approvo teres praticado tal». bredita como se vê em, Que leve aproveitado não é
«Não era conveniente lerem-se as tropas retira duvidoso, ou em, Que teve aproveitado não será,
do d'aquelle ponto». duvidoso.
No primeiro exemplo, teres praticado tal, eqüi
vale ao pretérito do conjunctivo, que tenhas prati
cado tal; no segundo, terem-se as tropas retirado -.••

d'aquelle ponto, ao mais que perfeito, que se tives Uclusfio í>c postci-ioriouíic.

sem as tropas retirado d aquelle ponto».


Exemplos do verbo no pretérito do infinito im Quando o faclo enunciado pelo verbo da propo-
pessoal: posição subordinada é um facto posterior ao enun
«Julga elle ter aproveitado». ciado pelo verbo da principal, o verbo da subordi
«Julgava elle ter aproveitado». nada põe-se, ou no futuro próprio do conjunctivo
No primeiro exemplo, ter aproveitado, eqüivale e modificações do futuro do presente e preteri-
tanto ao pretérito perfeito do indicativo, que apro to do mesmo modo, si o facto é incerto e hypolhe
veitou, ou, tem aproveitado, como ao pretérito do tico; ou no futuro imperfeito absoluto, e perfeito do
conjunctivo, que tenha aproveitado; no segundo, indicativo, si é positivo; ou no futuro do condi
ler aproveitado, tanto ao mais que perfeito do in cional, si é puramente condicional.
dicativo, que tinha aproveitado, como ao do con Exemplos do verbo no futuro próprio do 'conjun
junctivo, que tivesse aproveitado». ctivo :
Em todos os exemplos citados, os verbos das «Si partires, faze-m^o saber».
proposições subordinadas concordão com os das «Quando tiveres chegado ao logar do teu destino,
principaes na correlação dos tempos do pretérito escreve-me».

com os do presente, imperfeito, c futuro. Exemplos do verbo nas modificações do futuro


N. B. Não puz exemplos do pretérito anterior do mesmo modo:
por ser raro entre nós o emprego deste tempo, «Quando lenhas, ou, hajasde partir,faze-iu o sa
mas pode se dar com elle a mesma correlação so- ber».
206
207

«Devias-me fazer saber, quando iivesscs, ou, hou-


partirão alies; a segunda, a esfoulra do modo con
vesscs de partir». junctivo, que tenha, ou, haja de partir.
Exemplo do verbo no futuro imperfeito do indi Em todos os outros exemplos citados, os tempos
cativo:
cio futuro do conjunctivo, do indicativo, e do con
«Desejo saber quando teus, ou, lias de partir». dicional, estão em relação com o presente, e imper
Exemplo do verbo no futuro absoluto do mesmo feito, do indicativo, e com o futuro do imperativo
modo:
que outros deuominão também presente.
«Desejo saber quando partiras».
Esta correlação chama-se, como as anteriores já
Exemplo do verbo no futuro perfeito do mesmo designadas, concordância dos verbos.
modo:
«Qual dos dois terá aproveitado mais, não sei
dizer».
Exemplos do verbo no futuro do condicional: JUoíiflos í>e anúliH-.r.
«Eu julgava que começaria a ceremonia».
((Julguei que teria começado n ceremonia». SENTIDOS AI'1'.OX I MA DOS.

Esta relação de posteriorídade também se pode


ÚNICO.
exprimir pelo infinito pessoal ou impessoal.
Exemplo do verbo no futuro do infinito pessoal: «Deus creou o mundo em sois dias, o dcseançoii no
«Creio lerem, ou, haverem elles de partir». sétimo».
Exemplo do verbo no futuro do infinito impes É ura período gràmmalical, ou phrase, que se compõe
soal: de duas proposições aproximadas. Deus creou o inundo
«Receio ler, ou, haver de partir». em seis dias, absoluta (principal, ou antes primeira em
ordem, porque a ella se refere a segunda absoluta): E
Nos dois últimos exemplos, a primeira proposição
desnuiçou no seplimo, absoluta aproximada. As duas pro
infinitiva eqüivale a esta do modo indicativo, que
posições ac.hão-se aproximadas uma da outra; I", pela
teem, ou, hão de elles partir, ou ainda a esta, que conjuncção de aproximação, E ; 2°,pela identidade do
sujeito, que em ambas é, Deus, claro na primeira, <-. su-
209
268
bentendido na segunda; 3», pela relação de simultanei tempos dos verbos, os quaes ambos estão no
perfeito.
dade dos verbos, Creou, Descançou, que estão ambos no
Assim, o segundo sentido subordinado fica c
pretérito perfeito.
mente adherente ao primeiro.
Cumpre observar que as duas últimas relações não
concorrem menos, que a primeira de nexo, para apro
ximar os sentidos absolutos formados pelas duas pro
II.
posições, e tornar osegundo relativo ao primeiro. Ás ve
zes falta a relação denexo, e a da identidade do sujeito,
mas subsiste sempre a da simultaneidade dos tempos
«0 homem, que ama a Deus, vive isento do
dos verbos, excepto ò caso único que apontei.
morte, porque tem a consciência tranquilla».
É um período grammatical, ou phrase, que s
SENTIDOS SUBORDINADOS.
de três proposições, uma principal, e duas s
das. 0 homem (que ama a Deus) vive isento do
morte, absoluta (principal, porque d^Ila depende
Iras); Que ama a Deus, i .» subordinada (inciden
«Tanto que foi avisado da ordem de prisão passada ctiva, porque exprime uma circumstancia accid
contra elle, occultou-se em casa de um amigo». sujeito da principal); Porque tem a consciência tr
É um período grammatical. ou phrase, que se compõe 2.» subordinada (circumstancial, porque expri
de duas proposições, das quaes uma é subordinada á ou circumstancia do attributo da principal).
tra. Occnllou-se em casa de um amigo, absoluta (principal, A relação de dependência da i .« subordinada
porque d'ella depende a outra); Tanto que foi avisado da determinada pelo adjectivo conjunctivo, Que, q
ordem de prisão fiassada contra elle, subordinada (circum á principal; a da 2." subordinada, pela conju
stancial, porque exprime uma circumstancia da princi subordinação, Porque, que a liga igualmente
pal). pal. Cumpre notar que, além das relações de s
A relação de dependência em que está a subordina ção, que ligão as subordinadas á principal, e
da da principal é determinada pela conjuncção de su ligadas á mesma pelas deidentidade do sujeito,
bordinação, Tanto que, que as liga. Além d'esta relação última anláyse o mesmo em todas, ou, 0 Hom
de subordinação, achâo-se as duas proposições ligadas simultaneidade dos tempos dos verbos, os qu
por outras duas, a de identidade do sujeito subentendi estão no presente do indicativo,
do, que c o mesmo em ambas, ea da simultaneidade dos 3li
270
271
lll.
É um período grammatical que se compõe de q
proposições, uma principal, e três subordinadas.
aSoprando vento favorável, largou o navio do porto
absoluta (principal, porque d'ella dependem as
ara seguir a derrota que lhe estava designada».
Que. saibas bem o Latim, 1.a subordinada ("comp
É um período grammatical, ou phrase, que sè compõe
três proposições, uma principal, e duas subordina
porque completo a principal, de cujo attributo faz
as. Largou o navio do porto para seguir a derrota, abso
Seiii que com ludo abandones oestudo das outras ma
2.» subordinada (circumstancial, porque exprime
ta (principal, porque cfella dependem as mais); So
circumstancia do attributo da principal); A que t
ando vento favorável, proposição parlicipio equiva
dedicado, 3.» subordinada (incidente rcstrictiva, p
nte, a esfoutra do modo conjunctivo, como soprasse
exprime uma circumstancia accidental do attribu
nto favorável, subordinada (circumstancial, porque
2.» subordinada, e em última anályse do da princip
prime uma circumstancia da principal). Que lhe eslava
que ambas fazem parte como a completiva).
esignada', subordinada (incidente explicativa, porque
As relações de dependência da l.»subordinada a
xprime uma circumstancia inherente a um dos com
se determinadas pela conjuncção de subordinação
lementos do attributo da principal.
Aivlação de dependência da 1.a subordinada c deter
que a liga á principal, e pelo verbo no conjunctivo;
inada pelo participio, Soprando, qne ? liga á principal;
2." subordinadavpela conjuncção de subordinação
da 2.a subordinada, pelo adjectivo conjunctivo, Que,
que, que a liga lambem á principal, e pelo verbo
mente no conjunctivo; a da 3.a subordinada, pelo
ne a liga igualmente â principal. Cumpre notar que,
ctivo conjunctivo, Que, que a liga á 2.:| subordina
lém d'esta relação de subordinação, achão-se as três
V) de notar (pie, além d'essas relações de subo
roposições ligadas pela da simultaneidade dos tempos
ção, estão as proposições ligadas, as três primeira
os verbos, correspondendo o imperfeito do conjunctivo,
relação de simultaneidade dos tempos dos verbos,
oprasse, por que está o participio, Soprando, como fica
do-sc, Desejo (verbo da principal) no presente do i
ito, e o imperfeito do indicativo, Estava, nas duas su
tivo, Estudes, c, Abandones ("verbos da I .* e 2.a su
ordinadas, ao pretérito perfeito do indicativo, Largou,
nadas.) no presente do conjunctivo; a quarta pel
a principal.
ção de auterioridade de tempo do seu verbo, Ten
IV.
cado, no pretérito perfeito do indicativo, posto e
respondência com o presente do conjunctivo do
«Desejo que saibas bem o Latim, sem que com tudo
Abandones, da 3.» subordinada.
abandones o estudo das outras matérias a que te tens de
dicado».
272
273
V.
saber;—a i.", pela relação de posteriorídade do
verbo, Partirás, no futuro do indicativo, posto em c
uero saber quando partirás da Bahia para a Corte, respondência com o verbo da principal, Quero, no p
tencionavas, afim de poder remetter-te direcla-
sente do indicativo, e modificado pelo iufinitivo, Sa
e ao logar, onde te achares, as cartas que tiver de
a 2.», pela relação de anterioridade do seu verbo, Ten
ver-te».
navas, no pretérito imperfeito do indicativo, posto
um período grauimalical, ou phrase, que se compõe correspondência com o verbo sobreditoda I." no fut
nco proposições, uma principal, c quatro subor do mesmo modo;-a 3.» e a4.«, pelas relações de p
as Quero saber (quando partirás &) afim de poder lenoridade de seus verbos, Achares, e, Tiver de escrev
lcr-le dircclamcnlc ao logar (onde &) as cartas, ab no futuro simples (o •!.«;, no composto (o2.«) doconj
(principal, porque d'ella dependem todas as mais;)
flivo, postos em correspondência com o menciona
4o partirás da Bahia para a Corte, J.a subordinada verbo da principal no presente do indicativo.
pletiva, porque concorre paracompletar o attributo
incipal de que faz parlcj; Como tencionavas, 2.'» su
Dividem ainda os grammaticos a Syntaxe e
nada (circumstam-ial, porque exprime uma cir syntaxe natural e syntaxe figurada, o que tanto
tancia da I.»subordinada); Onde te achares, 3.n su pode applicar a syntaxe das palavras, como á d
nada (circumstancial incidente restrictiva, porque proposições; irias esta divisão não tem verdadei
me uma circumstancia accidental da principal); importância grammatical, visto como o discurso
ver de escrever-te, 4." subordinada (circumstancial sempre mais ou menos figurado em toda e qual
nte rcstrictiva, porque exprime também uma cir
tancia accidental do attributo da principal.
quer lingua; por isso deixo de lhe dar aqui'segui
relações de dependência das subordinadas achão-se mento. Basta que oalumno saiba que pela syntax
inadas, a saber;—da 1.«, pela conjuncção de su natural se deve dizer:—Deus creou o mundo e
ação, Quando, quea liga á principal;—da 2.a, pela seis dias, e Deus descauçou no selimo dia; E
ncção de subordinação, Como, que a liga á 1.«;— pergunto d'onde véus tu ?—e que pela figurada s
, pelo advérbio conjunctivo, Onde, que a liga á pode dizer:-—Deus creou o mundo em seis dias,
pal, e pelo verbo no conjuuctivo;—da 4 •', pelo descauçou no selimo;—Uonde vens*!
ivo conjunctivo, Que, que lambem a liga á princi
peloverbo igualmente no conjunctivo. É de notar Quanto ás principaes figuras de syntaxe, Elli
lem de todas essas relações de subordinação, as pse, ou supressão, hgperbato, ou transposição e des
sições subordinadas ligão-se ainda á principal, a locaçáo, Sgllepse, ou discordância apparcute, k
274
metto o alumno ás minhas Postulas Grammati
es, onde tracto largamente da matéria. ORTHOGRAPHIA
A melhor maneira de aprender a orthogra
a prática adquirida pela leitura dos bons au
contemporâneos, e pela consulta dos diecio
mais correctos que devem ser manuseados; p
limitar-me hei a poucos preceitos a tal re
convencido de que o professor deve obrigar o
no a fazer exercícios orthographicos sobre
vír1 delos a seguir, para escrever correctamente.
Os systemas exclusivos de orthographia so
segundo a pronúncia, ou de orthographia
mente etymologica,são irrealisaveis; o primeir
que a pronúncia varia, para bem dizer, e
província, e em cada século; o segundo, por
ria mister escrever as palavras como se ac
lingua d'onde são derivadas, ao que se oppõe
ma e a pronúncia dos termos derivados. As
unico systema racional, e o unico seguido
bons auetores, é o da orthographia mixta, q
ticipa de um e de outro, e melhor se acco
27f>
277
modificações, por que vai passando a lingua de
pos a tempos. orthographia etymologica e phonelica, e por
Si observarmos oque vai pelas outras línguas, em complicado, é seguir a orthographia dos escri
as palavras se escrevem de uma maneira, e pro- contemporâneos de melhor nota, rectificada
cião de outra, como na fraiiceza e na ingleza, bons diccionarios.
a orthographia merece o nome de verdadeiro ca Duas são as espécies de signaes que empr
ho orthographico, veremos que a portugueza é orthographia para chegar ao seu fim: 4.° os
a d'aquellas em que a escriptura varia menos da cteres alphabeticos, ou lettras, com que se esc
núncia, si bem mais que na italiana; e que não as palavras: 9.°, os signaes orthographicos,
razão para se clamar tanto contra a falta de re pontuação, que marcão as pausas do discurso
aridade de nossa orthographia, uma das mais a- inllexões da voz em cada uma.
tadas á pronúncia. Sem dúvida a invariabili-
I.
e das regras orthographicas, a qual se não ac-
oda ás modificações por que passa a pronúncia
ualquer lingua em certo período de tempo, foi a Gomo os caracteres alphabeticos já são b
em da singular disparidade que se nota na pro nhecidos do alumno,dispenso-me de reprod
cia e na escriptura do Francez e do Inglez. aqui, elimito-me a indicar em geral o seu co
ente emprego na escriptura.
Escrevem-se com lettras maiúsculas ou gr
l.o A inicial de todos os princípios de pe
como se vê no seguinte exemplo:
rthographia, é uma palavra de origem grega, «A terra é redonda, e gira em tomo do so
soa tanto como escriptura correcta ou exacta; 2.o A inicial de todos os nomes proprios,c
ahi o seu objecto, que vem a ser a—correcção vê em, Pedro, Brazil, Maranhão, Amazonas
escripta.
palta, Charaies, &.
melhor preceito que se pôde dar acerca da or- 3.o As iniciaes do tractamento que se dá
aphia portugueza, que é um systema mixto de eprincipes,ás auctoridades, aos titulares e,p
270
27S
«Para (prcpos.), pára (verbo), Pará (no
e, aos simples cidadãos, e que se exprime ordi
«Se (nome), se (verbo), se (pronome)».
mente porcilas, como se vê em, V. M., V. A.,
2.o Guardar a uniformidade no modo de
xc, V. S., V. Mc.
o diphtongo nasal, ão, tanto nos nomes, c
o A inicial de todos os versos,como se vê n'este
verbos, escrevendo, pão, mão, louvarão, lo
plo:
que é seguramente muito mais lógico, que
cm uns casos, ão, e n'outros, am.
«E julgarcis qual é a mais excellenle,
N. B. Muitos escriptores modernos, a m
«Si ser do mundo rei, si de tal gente».
te sem dúvida, escrevem, amaram, amarão,
so que escrevem ao mesmo tempo, quinhã
o A inicial de todo o discurso que se cita, e se
tão, oração, funcção, frangão, golphão k;
ordinariamente depois de dois pontos, como se
vejo fundamento plausível para esta alteraçã
'est'outro exemplo:
do a natureza do diphtongo é a mesma, q
Deus disse: Faça-se a luz, e a luz foi feita».
nomes, quer nos verbos. Uma tal novidad
.o A inicial de algumapalavra que se queira dis
ve para difficultar a pronúncia do portu
uir no discurso, como se vê em muitos logares
estrangeiros, visto como a terminação, am,
ta grammatica.
presenta eflectivamente o diphtongo, ão, p
excepção d'estes casos,todas as mais lettras que
lingua, e corrupção de, ou.
mpregão na escriptura são minúsculas ou pe
3.o Não dobrar consoantes, sinão entre
as.
gaes, e quando a etymologia ou a pronún
uanto á maneira de escrever as palavras deve-se
quer, como se vê em, bello, sgllaba, suece
cipalmente observar o seguinte:
o Fazer a distincção das homógraphas, escre-
mellimento, communicar, vosso, grosso,
arrombar &.
o-as, para evitar a confusão, com o respectivo
uto, como se vê nos exemplos aqui adduzidos: 4.0 Guardar a analogia nas palavras
de outras, escrevendo, por exemplo, com
Rogo (nome), rogo (verbo)».
peccadosinho, peccador, peccar, de peccad
Vivido (simples adj.), vivido (adj. pari.)».
281
280
II.
ivo, succcder, succedido,&Q succcsso; com dois, bb,
bbadessa, abbadia, abbacial, de abbadc.
São signaes orthographicos, ou de pontua
5.ü Conservai' nas palavras que vêem do grego o
h, o ph, e o y, escrevendo, por exemplo, chimera,
vírgula (,), o ponto evírgula (;), os dois pon
o ponto final (.), oponto de interrogação'^.),
liimica, philosophia e hgdrographía.
6.0 Guardar, apenas com as modificações requi- to de admiração (l), os pontos de relicencia
a linha ou risca de união ( -), o traço de
idas pela pronúncia, a orthographia etyinologica
nas palavras derivadas do Latim, que constituem a (—)y oparenthesis [), as vírgulas dobradas
mmensa maioria das dalingua que d'elle seformou,
.1 vírgula,scvvc para fazer a distineção d
ções, ou ainda dos membros destas quando
escrevendo, por exemplo: Acção, de actionem (aceu-
conveniente, c marca uma pequena pausa c
sat. latino); licção,àQ lectionem (idem;;condição, de
flexão de voz. .
condítionem (iácm);exlensão, de extensionem (idem);
facto, de facto (ablat. latino); império, de império Exemplos:
[dum); imperar, de imperare (iufmit. latino); cor «Converta-se em trevas aquelle dia, n
romper; de corrompere (idem;; inquirir, de inqni- Iieus para ells do alto, c não seja esclareci
luz. Mob)».
rere (idem) &.
São estes os poucos preceitos geraes que julgo
«A intelbgencia, a palavra, a belleza da
conveniente dar sobre o modo de escrever as pala
são as qualidades essenciaes que distingue
mem do bruto».
vras, deixando tudo o mais á capacidade do pro
fessor; porque n'um estudo que deve ser eminente Oponto e vírgula, serve para lazer a di
mente prático, e leito sobre modelos quasi como a de sentidos que se incluem, ou põem em op
pintura, fora improficuo, sobre latigante, para o no mesmo período, c marca uma pausa co
alumno, estar a amontoar regras que todas teem de xáo de voz, maior que a vírgula.
Exemplos:
ordinário numerosas excepções.
cc Encarreguei-me de uni negocio que é
lieil; hei-de levai o ao cabo, custe o que cu
282 283
im convém á minha dignidade n'elle compromel- O ponto final, serve para fazer a distineção do
ida». sentidos absolutos, ou períodos, de que se compõe
«Sabia o poder com que o governador vinha em discurso, e marca uma pausa, também absoluta, co
essoa, ainda estimado maior na fama, que na ap- inflexão de voz que a denota.
arencia; mas nem assim dobrou da resolução de Exemplos:
roseguir o cerco, esperando a última fortuna. (Ja «0 governador andava sobremaneira cuidados
into Freire)». dos negócios de Dio, interpretando mal a falta do
Os dois pontos, servem para fazer a distineção, ou avisos, quando aportou na barra, de Gòa a capita
e pensamentos cuja enumeração se faz, ou de um nea em que fora D. Álvaro. Vinha o navio tod
iscurso, ou pensamento, que se cita; e mareão embandeirado, e dando alegres salvas, querendo in
ma pausa com inflexão de voz, ainda maior que o dicar de longe as novas que trazia. Accorrêo á prai
onto e vírgula. grande parte do povo, solícito a perguntar pelos fi
Exemplos: lhos, parentes e amigos, e os menos empenhados
«Julgava o arcebispo que quem se valia de rc- pelo commum do Estado. O capitão foi levado ao
adores para negócios dependentes de sufliciencia, paços do governardor, satisfazendo pelo caminho
ulgava mal da sua: ou era querer ensinar os subdi- duplicadas e molestas perguntas. (Jacinto Freire)
tos a trabalharem e merecerem por si, estando de- N. B. N'estas pausas, a voz alça-se menos o
sengànaclos que não havião de ler com elle melhor mais, segundo a pausa é menor, ou maior.
valedor, que merecimento próprio. (Frei Luiz de O ponto de interrogação, marca uma pausa co
Souza)». inflexão de voz especial, própria de quem pergun
«E disse: «Esses Turcos e Janizaros que d'este ta, e espera pela resposta, ou a dá a si mesmo.
logar estamos vendo, vêem a restaurar comnosco a Exemplos:
honra que no primeiro cerco perderão; porém nem «De Dio não queremos, nem podemos ter mai
elles valem mais que os que então forão vencidos, que a fortaleza;- pois com que furia cega tornamos
nem nós valemos menos (pie os vencedores. (Jacinto comprar com o nosso sangue o mesmo de que s
Freire ». mos senhores? Que novos povoadores lemos pa
285
284 a leva, liga-se ao fragmento que está no pr
habitar a illml De que parte do mundo podemos da regra seguinte; posta entre o verbo e
trazer outros, que deixem de ser Mouros, ou Gen- nome que se lhe junta immediatamente p
tios de fé tBo incerta com oEstado, como esles que plemento, mostra que as duas palavras se li
nn0ra nos offendoml (Jacinto Freire)?. pronúncia, como se vê em, Dizer-vos, quero
"Oponlo do admiração, marca uma pausa com çamol-o, quizerão-rfo; posta no meio de Um
inflexão de vo, também especial, própria de quem vra,composta, mostra que a palavra fôrma
se admira, ou mostra surpreendido eestupefacto. com a sua componente, ligando-se na pro
Exemplos: como se vê em, Boqui-aberfo, equi-dislante
di-loquo.
,N« mar tanta tormenta, e tanto damno, O traço de divisão, serve para fazer a dis
Tantas vev.es a morte apercebida! de pensamentos ou palavras que se queirão
Nn terra tanta guerra, tanto engano, minar, chamando sobre elles a attenção d
•rama. necessidade aborrecida ! (Cantora).. Exemplo:
«De tudo isto o que era para concluir-s
Os pontos de reticência, marcáo uma pausa com n'aquelle tempo erão rarissimos os mappas
inllexão de voz, que denota suspensão intencional e tanto que, tractando delles Antônio Ribe
do què se ia dizer. Santos, citado pelo auctor da memória, apo
Exemplos: nas dois,—um do infante D. Pedro, Duque
imbra, e outro do cartório de Alcobaça, que
«Mas moura emf.m nas mãos das bmlas gentes, mãos do infante D. Fernando, filho de D.
Que pois eu fui...En'islo, de mimosa, (Gonçalves Dias)».
Orosto banha em lágrimas ardentes O parenthesis, serve para fazer a distin
Como co-orvalbo fica a fresca rosa. (Camões),. um sentido que se intercala no período s
cfelle faça parte,e marca uma paifta.com infl
4 linha ou risca de união, posta no fim da regra voz, que denola interrupção.
38
aa'escripta mostra que ofragmento de palavra que
wi
2S6
28"
xemplo:
N. B. E' de sunima importância conhecer be
Tinha partido de Baçaim D. Álvaro de Castro
emprego que se deve fazer d'estes signaes ortho
cincoenta navios (assim chamão quaesquer bai
phicos,. porque sem uma boa pontuação o discu
na índia, ainda que sejão caravelas latinas, ou
não produz o seu eíTeito; por isso dei mais des
arcações de remo); e como vinhão empachados volvi niento a esta parte.
munições e mantimentos, não podendo soíTrcr
es tão grossos, tornarão a arribar em popa des
ados, eabertos, tomando diversas angras e en
as, onde otemporal os lançava.(Jacinto Freire)».
. B. Os clássicos fazião grande uso, antes abu
o parenthesis; mas cumpre evitar omais possi-
l oseu emprego,'quando a phrase que se inter
éextensa, porque isso torna oestylo empeçadó,
rejudica á clareza, que deve ser a primeira qua
de do discurso.
s vírgulas dobradas, servem para fazer a distin
o dos discursos de terceiro, ou cVaquillo que se
, ou* põe por exemplo.
xemplo:
No século XIV escrevêo o célebre Boccaccio a
pósito do- Oceano Atlântico: • • .
Além do Oceano Atlântico,existem certas ilhas
aradas por canaes,e um pouco afastadas da terra,
quaes, segundo sediz, habilão as gorgonas: ou
s affirmão quê* ellas estão muito pelo mar den
. (Gonçalves Dais)».
PROSÓDIA.
Suppoudo o alumno bem conhecedor do qu
syllaba, e de que as palavras se compõem de syl
bas, assim como estas de sons vogaes e consoa
tes, ou de vozes e consonâncias, dispenso-me
instruil-o no que já sabe, e limito-me a dar-lhe
guns preceitos geraes sobre a prosódia portugue
a qual pode simplificar-se muito, visto como o
.lor da quantidade especial das syllabas subordi
das é quasi nuUo na lingua em relação ao da qua
dade da syllaba predominante de cada palav
em cuja composição entrão umas e outras.
A prosódia das línguas vivas aprende-se, com
orthographia, mais com a prática, que com as
gras que, sem esta, serião de fraco soecorro, e
illudirião muitas vezes, por mais minuciosas
fossem; porque só ouvindo fallar bem qualq
lingua, é que se adquire a bôa pronúncia d'e
Assim,o alumno deve aprender a bòa pronúncia
sua lingua,' não só sob a direcção dos professo
que a ensinão, mas ainda na couversaçáo das p
soas instruídas c bem fallantes.
»^^J
291
200
Na syllaba sobre que recae o accenlo pr
rosódia, que tomada em sentido geral vale tanto co da palavra carrega-se fortemente, alçand
o, orlhoepia, correcta pronúncia, é uma pala voz; as outras pronuncião-se com rapidez,
que quer dizer em Grego—accenlo conforme o subsequentes maissurdamente que as anteced
to; e dahi oseu objecto que vem a ser—a bòa Ha comtudo casos, em que a quantidade da s
rrecta pronúncia. subordinada pode ser reconhecida, não obst
m toda a palavra ha uma syllaba predominante, rapidez da pronúncia.
mada accenlo prosódico, ou tônico, á qual fi- Chama-se quantidade da syllaba a sua qua
subordinadas todas as outras syllabas antece de ser—longa, breve, ou commum.
tes e subsequentes, como se vê em, Amisáde, Em, Procurador, por exemplo, a primeira
a penúltima syllaba é a predominante. Este ac- tima syllabas são ambas longas, porque cad
to prosódico ou louico é o princípio regulador dellas gasta dois tempos na pronunciação,
correcta pronúncia, que se não pode dar sem que a prolação da primeira seja apenas sensí
e. " . comparação da da última, em que recae o a
prosódico: a Segunda e a terceira são amba
r ves, porque cada uma d'ellas gasta um só
na pronunciação.
As palavras porluguezas só admittem accenlo Em, Amarão a primeira syllaba é breve,
osódico: i.°, na última syllaba, como, Rubôr, co gasta um só tempo na pronunciação; a seg
ção, feroz, azul, talvez, farão; %\ na penúltima^ a última ambas são longas, porque cada uma
mo, Pureza, virtude, piedoso, sincero, mansa gasta dois; sendo a segunda a syllaba predo
ente, amarão; 3.°, na antepenúltima, como, Espi te,sobre contracta; a última, um dipthongo.
to, púrpura, férvido, líquido, misericordiosíssi N. B. Chama-se tempo o maior ou me
o, cândido. * paço que gasta a voz em pronunciar a syllab
As palavras, cujo accenlo prosódico recac*na N'estes dois exemplos, observa-se que a p
ntepenúltima syllaba, chanião-se]exdriixulas ou da primeira de, Procurador, torna-se sensív
uclvlicas.
•MH
203
202
e asvllaba subordinada precede ao aecento pro menino, trissyllabos: os que constão de mais d
dico da palavra, eque aprolação da úlüma de, como, amplitude, misericórdia, riquíssimo, i
marão, não, porque asvllaba subordinada segue- rar, curiosidade, polysyllabos.
ao aecento prosódico da palavra. Escusado é dizer que nos monosyllabos
No Grego eno Latim, linguas evidentemente mu- cento prosódico recae na syllaba única, que
pre longa, quando não é alguma das prepo
icaes, cuja verdadeirae exact. V™<"™*ZZ de, em, ou só, ou combinada com o artigo,
„„0ra, era de summa importância operfe.to conhe em, do, no, ou algum dos pronomes, me, te, s
Lnío da quanüdade de cada syllaba; «.m« vos, porque então torna-se grave.
inguas modernas.cuja pronúnoa érap.da, epassa
como acorrer pelas syllabas subordinadas para a - Nos dissyllabos que terminão por consoante,
centuar fortemente a predominante segtmdo se Setim, cochim, afan, pudor, rubor, retroz, t
verifica no Portuguez, enos outros «fcomas densa-, fevez, cruel, feral, feliz, feroz, atroz, dispoz,
dos do Latim, êisso cousa de pouco momento. recae o aecento prosódico na última syllaba
O que importa saber éque as svllabas que pre nos nas terceiras pessoas do plural dos v
cedem o aecento prosódico tomão-se breves em. re pedem, medem, movem, fazem., &, nas quaes
na penúltima. >
lato a elle, embora em certas palavras se possa
sentir aprolação de alguma ffellas, como em Pre Nos dissyllabos que. terminão por vogai,
gar, de predica,, ade, Vvé, em sácmm, ade, sa,e Dama/pella, fama, fome, sàde, cofre, pomo,
que as que se seguem ao referido aecento, tornao- lombo, doce, molle, grave, justo, puro, sanet
cae o aecento prosódico na penúltima, rnen
íe não só breves, mas quasi surdas, como em, «m, cipó, limbo, ou quando a vogai é, u, como em,
fere, [úro, as syllabas finaes.que são brevíssimas Ilú, e outros nomes brasilicos, porque então
Os vocábulos que constão de uma só syllaba, na última.
como, do, fé, já,••«, cru, sé, chamão-se «1- Nos dis&yllübos que terminão por diphtong
labos: os que constão de duas, como, pede, lasso, sal em, ão, recae o aecento prosódico na pe
?W)S5,, «»*., ouro, pmAMissyllabos: os que consUK,
de três, corno, amara, cenlelU, virtude, mísero,
29o
294 '
ão, v.eslião, ou do condicional, corno, farião
se são terceiras pessoas do plural do presente Hão, e na última, si são terceiras pessoas do
verbos, como, amão, louvão, laçãoAgao.sejao, ral do futuro do indicativo, comp, Quererão,
na última, si são terceiras pessoas do futuro, varão, sentirão, &: recae na última, si são no
áõ, diráò, teràõ, &: recae na última, si são no como, Condição, extensão, confusão, trapalhão
como, Torrão, menção, porção, purao, ração, Quanto aos polysyllabos, como, Tempestade,
menos em, Órgão, golphão, /^«o, nos quaes formidade, misericórdia, gloriosíssimo, miser
e na penúltima. . diosamente, conservarão, conservariam, cons
os trissyllabos que terminão por consoante, rão, admiração, estapefacção, seguem a mesm
o Eslemlal, arraial, arganaz, sassafraz, arre-
gra dos vocábulos de mais de unia syllaba,
rosioler, Espichei, recae oaecento prosod.co como os nomes portuguezes não admittem ac
última syllaba, menos nas terceiras pessoas do prosódico, sinão na última, penúltima, e antep
ral dos verbos, como, Impedem, suecedem, pe
tima.
em, ouvissem, quinem, &, nas quaes recae
penúltima, bem como nos non.es, Setúbal e
II
ntúgal. •
Nos Trissyllabos que terminão por vogai, como>
irtude, bondade, justiça, dh-eiWi espelho, formoso,' São accentos orthographicos, o agudo(\), o
rmado, eivado, sumido, amava, pedia, recae o ve (';), o circihmflexq (A), o til{ r), o apôstroph
ecento prosódico na penúltima, menos nas pala o trema (••).
ra» exdruxulas, como, cúpula, crápula, férvido O accenlo dgudd; que recae sobre a vogai
ivido, límpido, &, nas quaes recae na antepenul- ta, representa o aecento prosódico em que s
fortemente a voz sobre a syllaba accentuacla,
ima. ,..••••' se vê em, Amáramos, Sc, verti, cipó, condurú
Nos trissyllabos que terminão por d.phlongo na
al em, «o, recae o aecento prosódico na penulU- 0 accehtô grave, que recae sobre a vogai
maysi são terceiras pessoas do plural do pretento ou levemente fechada, representa o accenlo p
dos verbos, como, Amarão, fizerão, disserao, fazi- dico em qiie.se abaixa a voz sobre a vogai acce
.^'j/.,
206
como se vê em, Do, no, (prep. e art.),quando os
remos distinguir de, Dó, nó, (nomes).
. B. Este aecento é pouco usado, porque o agu ERRAM.
posto sobre a vogai aberta indica suíTficiente
te que a vogai próxima é grave.
'AVI MAS. Lindas Ermos. Emendas.
accenlo circumflexo, que recae sobre a vogai XI 17 intreru peões.
3 23
interrupções.
de regimen; regimciis, de regimen, regim
emente fechada, representa o aecento prosódico 12 7 casa turva,
>
casa nova;
8 homens bons:
15 2
homens bons,
que se alça e abaixa a voz, como se vê em, como se observa me, como se observa e
Mi 15 deste adjectivo,
30 18
d este adjectivo,
o homem que, que vale o homem quis. vale
ámos, víramos, somos. :n ã da pessoa
39
de pessoa
8e«J nas oniras, equivalente
de. Ser.
nas outras, o equi
accenlo nasal, ou, lil, que recae sobre a vogai de, Ser.
8* 3 Havor eu ou ler de eu Haver eu ou ter
•muver. mover.
al, só representa a nasalidade da syllaba, e não o D!) 21 exemplo s
i:i«
exemplos:
17 directo ou objecto
IfU 13
directo ou objectiv
ento prosódico propriamente dito; por isso não Iroina-se forma-se
!(i!) II se contem se conlcem
LSI 17c 18 snbtendido,
pensa os outros accentos orthographicos. I!il> 2(>
subentendido,
Exemplo Exemplos
•203 2
aCouprou •Comprou
*2'23 15 senão
O apôstropho, indicasuppressão de vogai, como sinão
•2ii 13 "depois,
'!*,•» depois de.
*2Í Os hycroptiphos».
vê em, D1isso, d'ahi, d1ora avante &i •V;õ 13c li
os hyerogliplios».
accoinoda accommoda
O trema, indica divisão de syllaba ou de dipthon- N. B. São estes os principaes erros que eneonlramos n'esla se
, corno se,vê .em, Saudade^ em vez de, saudade. edição; e, ainda assim, muitos d»ellessão meramente tvpogrjpliic
Quanto a outros (poucos), que existem, e que consistem em d
Enumeramos o apôstropho e o trema entre os çíio de alguma lettra, em separação ou reunião indevida de algu
entos orthographicos, porque ou mais ou menos lra,cemiiiá divisão de syllabas de alguma palavra que começa
Iniba eacaba na seguinte, deixamos de tomal-os por serem ins
luem sobre a pronúncia. cantes; sendo que taes erros foram oceasionados pela rapidez co
se fez a impressão, dentro do curto espaço de dois niezes.
São estes os preceitos geraes que julgo conveni
te dar sobre a prosódia, deixando o mais á ca
cidade do professor, que deve aperfeiçoar a pro
ncia do alumno. ' -
FIM.
CATALOGO
DE
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•NA'. ,-
• ' T - V P O . O B . A P H JCA. - :-
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ões e inspirações nocturnasísegundo os mais fa lativos á incompatibilidade na accumulação
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o de uni interessante e eurioso. quadro spara fa grande utilidade a todas as pessoas que quize
er sonetos, preço•brochado.w: . v .... 320- ter á mão as disposições relativas ás compl
toria de simão de' nantua: ou o mercador de dissimas questões de incompatibilidades. Mu
eiras, obra de. Lourenço de Jussien, trasladada vezes se tem necessidade de citar um aviso
m portuguez, preço, dvolume cartonado • 1#200 qne está decidida alguma destas questões,
nual ecclesiasticq, ou collecçâo dê' formu memória nem sempre guarda as datas, e pro
as para qualquer pessoa poder* regular-se nos ral-o nos numerosos volumes de legislação s
egócios que tiver a tractar no foro da Igreja, um trabalho longo e penoso que exigiria te
pprovado pelo Exm.o e Reym;0 Senr- D. Manoel Além desta vantagem, que mesmo aos hom
oaquim àa Silveira, Arcebispo da Bahia e Pri conhecedores da legislação pôde prestarestao
az do Brazil, è D. Frei Luiz dá'Conceição: Sa acresce que nem todos os funccionarios públ
raiva, Bispo Diocesano, da província do Mara possuem a legislação do império completa. P
nhão, compilado e publicado ^pelo cónego Ma- estes, o livro que publicamos é uma necessid
noel Tavares da Silva, bacharel formado pela uni Vende-ui em brochura - 2#
versidade de Coimbra &; &.,9.a edição correcta Encadernado 2#
304
è alphabetico das íeis, decretos, avizos econ-
ltas do conselho de estado sobre assembléas
ovinciaes, organisadas pelo mesmo autora
lume brochado . . . . . . . 2^000
cadernado. . . 20500
lem destes, acha-se constantemente á venda
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