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INSTITUTO VALE DO CRICARÉ

FACULDADE VALE DO CRICARÉ


CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

FÁBIO OLIVEIRA DOS SANTOS


MÁRCIA APARECIDA NATALE DE ARAÚJO
RONÁRIA JULIANA SILVESTRE

LOGÍSTICA REVERSA COMO MECANISMO PARA O DESCARTE DO


LIXO ELETRÔNICO

SÃO MATEUS
2010
FÁBIO OLIVEIRA DOS SANTOS
MÁRCIA APARECIDA NATALE DE ARAÚJO
RONÁRIA JULIANA SILVESTRE

LOGÍSTICA REVERSA COMO MECANISMO PARA O DESCARTE DO


LIXO ELETRÔNICO

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de
Administração da Faculdade Vale do
Cricaré, como requisito parcial para
obtenção do grau de Bacharel em
Administração.
Orientador: Prof. Especialista
Ademilson Jacinto da Mota.

SÃO MATEUS
2010
FÁBIO OLIVEIRA DOS SANTOS
MÁRCIA APARECIDA NATALE DE ARAÚJO
RONÁRIA JULIANA SILVESTRE

LOGÍSTICA REVERSA COMO MECANISMO PARA O DESCARTE DO


LIXO ELETRÔNICO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Administração da


Faculdade Vale do Cricaré, como requisito parcial para obtenção do grau de
Bacharel em Administração.

Aprovado em 07 de julho de 2010.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________
PROF. ADEMILSON JACINTO DA MOTA
FACULDADE VALE DO CRICARÉ
ORIENTADOR

_________________________________
PROF. HELVÉCIO FAUSTINI JUNIOR
FACULDADE VALE DO CRICARÉ

_________________________________
PROF. TACIANA M. COMMANDEUR
FACULDADE VALE DO CRICARÉ
Dedico a Deus, que esteve comigo
durante todo esse período.
À minha família, que mesmo de longe me
apoiou e acreditou no meu triunfo.
Aos meus “amigos”, pela paciência e
apoio.
Fábio Oliveira dos Santos

Dedico a Deus, que nas dificuldades me


deu força.
A minha família, pelo incentivo.
Ao meu esposo pela compreensão e
paciência.
Em especial aos meus filhos Júlia e Luiz
Eduardo que tanto sofreram com a minha
ausência.
Márcia Aparecida Natale de Araújo

Dedico a Deus, pela presença em minha


vida me iluminando em todos os
momentos, pois sem ele nada seria
possível.
Dedico aos meus pais e familiares pelo
apoio e confiança.
Ronária Juliana Silvestre
Agradecemos primeiramente ao nosso
grandioso Deus, que nos possibilitou a
realização desse trabalho e nos iluminou
em cada etapa desse processo, nos
permitindo errar e crescer por intermédio
desse.
Agradecemos aos nossos pais e familiares
pelo apoio, e por entenderem a nossa
ausência durante muitos momentos no
decorrer desse trabalho, esse ato foi
fundamental e nos deu ainda mais forças
para que conseguíssemos concluir essa
etapa tão importante das nossas vidas.
Agradecemos também de forma especial
ao nosso professor orientador Ademilson
J. Mota, pela disponibilidade e paciência,
e por muitas vezes dispor dos seus
momentos de lazer para estar conosco.
Agradecemos aos nossos professores
(Mestres e Doutores) que com os
conhecimentos transmitidos nos
conduziram para o mais perto da
sabedoria.
Agradecemos aos nossos colegas de
turma, pelo companheirismo e pelos
momentos únicos que compartilhamos
nesses 04 anos juntos.
Enfim queremos agradecer a todos que de
alguma forma contribuíram para a
realização desse trabalho, seja por ações,
orações ou pensamentos positivos, o
importante foi a intenção.
DURANTE ESTE TRABALHO...

As dificuldades não foram poucas...


Os desafios foram muitos...
Os obstáculos, muitas vezes, pareciam
intransponíveis.
Muitas vezes nos sentimos sós, e, assim,
o estivemos...
O desânimo quis contagiar, porém, a garra
e a tenacidade foram mais fortes,
sobrepondo esse sentimento, fazendo-nos
seguir a caminhada, apesar da
sinuosidade do caminho.
Agora, ao olharmos para trás, a sensação
do dever cumprido se faz presente e
podemos constatar que as noites de sono
perdidas e visitas realizadas; o cansaço
dos encontros, os longos tempos de
leitura, digitação, discussão; a ansiedade
em querer fazer e a angústia de muitas
vezes não o conseguir, por problemas
estruturais; não foram em vão.
Aqui estamos, como sobreviventes de
uma longa batalha,
porém, muito mais fortes e hábeis, com
coragem suficiente para mudar a nossa
postura, apesar de todos os percalços...

Como dizia Antoine Saint Exupèry em sua


obra prima “O Pequeno Príncipe”:

“Foi o tempo que perdeste com a tua


rosa, que fez a tua rosa tão importante”
RESUMO

As inovações tecnológicas além de contribuírem para a otimização das tarefas e


rapidez no fluxo de informações, tem contribuído para o consumo inconsciente da
sociedade e conseqüentemente para a alta descartabilidade de resíduos eletrônicos
no ambiente. Essa realidade tem despertado a sensibilidade ecológica da
sociedade, bem como novos comportamentos de compras. O presente trabalho
busca mostrar as conseqüências do descarte inadequado do lixo eletrônico e como
a logística reversa pode recuperar o valor dos produtos após o fim de sua vida útil
através dos canais reversos de distribuição, reinserindo-os novamente ao ciclo
produtivo, ou destinando-os à disposição adequada, com um enfoque
ambientalmente correto.

Palavras Chaves: Inovações tecnológicas, Descarte, Lixo eletrônico, Sensibilidade


ecológica e Logística reversa.
ABSTRACT

Technological innovations besides contributes to optimization of tasks, and the fast


flow information, it has contributed to the consumption unconscious of society and
consequently for the high electronic waste disposal in the environment. This reality
has risen the ecological sensitivity of society, as well as new purchase behaviors.
This work seeks to show the consequences of inappropriate disposing of electronic
junk and how reverse logistics can to retrieve the value of the products after the end
of its useful life through reverse distribution channels, reinserting them back to the
productive cycle, or for destine them appropriately, with an environmentally friendly
focus.

Keywords: Technological innovations, disposition, electronic junk, ecological


Sensitivity and reverse logistics.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Gerenciamento da cadeia de suprimentos.............................................. 22

Figura 2 – Gestão das partes da cadeia de suprimentos........................................ 24

Figura 3 – Caminho reverso do lixo eletrônico........................................................ 35

Figura 3 – Contaminação dos Recursos Hídricos................................................... 37

Figura 5 – Representação esquemática dos processos logísticos diretos e reversos


................................................................................................................................. 41

Figura 6 – Fluxo reverso de pós-venda................................................................... 43

Figura 7 – Fluxo logístico de pós-consumo............................................................. 45

Figura 8 – Fatores que influenciam na organização dos canais reversos de pós-


consumo.................................................................................................................. 46

Figura 9 – Retorno dos produtos de pós-consumo ao ciclo produtivo.....................51


LISTA DE FOTOS

Foto 1 – Fachada da loja Pastore Fechada............................................................. 77

Foto 2 – Fachada da loja Pastore Aberta................................................................ 77

Foto 3 – Depósito de sucata eletrônica da loja Pastores......................................... 78

Foto 4 – Sucata eletrônica entulhada...................................................................... 78

Foto 5 – Proprietário da loja Pastore em visita ao depósito de lixo eletrônico..........79


LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Importância do descarte correto............................................................ 58

Gráfico 2 – Tempo de permanência dos produtos até o descarte........................... 59

Gráfico 3 – Quantidade de descarte e reutilização.................................................. 59

Gráfico 4 – Local de descarte.................................................................................. 60

Gráfico 5 – Responsabilidade dos fabricantes........................................................ 60

Gráfico 6 – Forma de retorno dos produtos............................................................. 61

Gráfico 7 – Quantidade de descarte diário.............................................................. 61


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ..........................................................................................................13

1 LOGISTICA.......................................................................................................16
1.1 ABORDAGEM LOGÍSTICA...............................................................................16
1.2 LOGÍSTICA NO BRASIL ...................................................................................18
1.3 LOGÍSTICA INTEGRADA .................................................................................20
1.4 GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS .....................................23

2 PRODUÇÃO .....................................................................................................26
2.1 EVOLUÇÃO DA NECESSIDADE E DA PRODUÇÃO.......................................26
2.2 OS IMPACTOS DOS AVANÇOS TECNOLÓGICOS PARA O AUMENTO DA
PRODUTIVIDADE.....................................................................................................30

3 O AVANÇO TECNOLÓGICO ...........................................................................32


3.1 IMPACTOS DO AVANÇO TECNOLÓGICO......................................................32
3.2 CONSEQÜÊNCIAS DO LIXO TECNOLOGICO PARA SAÚDE HUMANA E O
MEIO AMBIENTE......................................................................................................36

4 MODERNIZAÇÃO DA LOGISTICA ..................................................................40


4.1 LOGÍSTICA REVERSA .....................................................................................40
4.2 CANAL DE DISTRIBUIÇÃO REVERSO DE PÓS-VENDA ...............................41
4.3 CANAL DE DISTRIBUIÇÃO REVERSO DE PÓS-CONSUMO .........................43
4.4 FATORES DETERMINANTES DA LOGÍSTICA REVERSA..............................45
4.4.1 Fatores Econômicos .......................................................................................46
4.4.2 Fatores Ecológicos .........................................................................................47
4.4.3 Fatores Legislativos........................................................................................47
4.4.4 Fatores Logísticos ..........................................................................................48
4.4.5 Fatores Tecnológicos .....................................................................................48
4.5 UMA NOVA VISÃO SOBRE O RETORNO DOS PRODUTOS DE PÓS-
CONSUMO AO CICLO PRODUTIVO .......................................................................49
4.6 LOGISTICA REVERSA NO SETOR DE COMPUTADORES............................51
4.7 BENEFÍCIOS EMPRESARIAIS INERENTES DO GERENCIAMENTO DOS
IMPACTOS AMBIENTAIS .........................................................................................52
4.7.1 Redução de Custos ........................................................................................54
4.7.2 Responsabilidade Social ................................................................................55

5 ESTUDO DE CASO ..........................................................................................57


5.1 OBJETIVOS ......................................................................................................57
5.2 ESTUDO DE CASO NAS EMPRESAS DE ELETRÔNICOS DE SÃO
MATEUS/ES..............................................................................................................57
5.3 ANÁLISE E RESULTADO DA PESQUISA DE CAMPO....................................58

6 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES .............................................................64

7 REFERÊNCIAS.................................................................................................68

8 APÊNDICE........................................................................................................72
8.1 PESQUISA DE CAMPO SOBRE GERENCIAMENTO DO LIXO ELETRÔNICO
NA CIDADE DE SÃO MATEUS/ES...........................................................................73
8.2 LEVANTAMENTO DAS INFORMAÇÕES COLETADAS NA PESQUISA DE
CAMPO UTILIZADA NO ESTUDO DE CASO...........................................................75
8.3 LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO DO ESTUDO DE CASO ..........................77
13

INTRODUÇÃO

O mercado corporativo tem passado por grandes transformações. A rapidez


na evolução tecnológica, com cada vez mais inovações, principalmente com
produtos de informática, tem aguçado o senso consumista da sociedade. Devido a
grande oferta e variedades de produtos eletrônicos, os consumidores têm
respondido às inovações tecnológicas, acompanhando o ritmo acelerado da oferta
de produtos e variedades. Dessa forma o ciclo de vida dos produtos tem diminuído
significativamente, e conseqüentemente aumentado a quantidade de lixo eletrônico
gerado e, por conseguinte a alta descartabilidade de resíduos sólidos no meio
ambiente.
Diante das conseqüências cada vez mais presentes e visíveis do lixo
tecnológico no meio ambiente, bem como seus riscos a saúde humana, a sociedade
tem se sensibilizado quanto às questões ambientais e a destinação final dos
elementos eletrônicos, e tem expressado essa consciência ecológica dando
preferência às organizações com imagem institucional de empresa ecologicamente
correta, ou seja, empresas que gerenciam o impacto ambiental provindas dos seus
produtos.
A sociedade em todas as partes do globo, tem se preocupado cada vez
mais como os diversos aspectos do equilíbrio ecológico. [...] a questão da
preservação ecológica dirigirá esforços das empresas para a defesa de sua
imagem corporativa e seus negócios [...]. (LEITE, 2003, p. 20-21).

Essa nova realidade de mercado, de consumidores cada vez mais


sensibilizados e preocupados com as questões ecológicas, tem mudado as
estratégias competitivas empresariais. As organizações para se manterem
competitivas, a fim de melhorar o nível de serviço aos clientes, para que dessa
forma atraiam a preferência dos mesmos e criem relacionamentos duradouros, têm
investido em logística reversa.
[...] a logística reversa é a área da logística empresarial que planeja, opera e
controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos
bens de pós venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ciclo
produtivo, por meio dos canais de distribuição reversos, agregando-lhes
valor de diversas naturezas: econômicos, ecológico, legal, logístico, de
imagem corporativa, entre outros. (LEITE, 2003, p. 16-17).
14

Mas como será se as empresas não aderirem à logística reversa como parte
integrante dos seus processos empresariais?
É notório que o alto consumismo levará a superlotação de lixo eletrônico,
causando, por conseguinte um grande caos mundial, que inclusive implicará na
extração futura de nova matéria prima para novas produções. Por isso a importância
da conscientização organizacional com relação à realidade que é o lixo eletrônico,
bem como os prejuízos financeiros e ambientais que o gerenciamento ineficaz do
mesmo pode causar a todas as partes envolvidas.
A solução proposta na logística reversa como mecanismo para o descarte do
lixo eletrônico, trata do retorno dos produtos de pós-venda ou pós-consumo através
dos canais reversos de distribuição, agregando valor aos mesmos reinserindo-os
novamente ao ciclo produtivo como insumos, dessa forma esses insumos implicarão
em um novo produto final, que será enviado novamente para o mercado.
A organização que inserir o processo reverso em suas operações, agregará
valor à sua imagem corporativa frente ao mercado, além de reduzirem seus custos
com base no reaproveitamento de materiais.
Para melhor apresentação do tema, este trabalho esta dividido em cinco
capítulos. O primeiro capítulo faz um breve histórico do início das atividades
logísticas no mundo e no Brasil, bem como suas principais definições e melhores
práticas, além de sua importância organizacional e como ferramenta de gestão.
No segundo, é abordada a evolução da produção, onde é possível visualizar o
aumento gradativo da necessidade da produção, e como os avanços tecnológicos
impactaram nesse aumento.
No terceiro capítulo os problemas gerados pela evolução da tecnologia e seus
principais ímpetos para o meio ambiente e a saúde humana.
O mecanismo para o gerenciamento dos impactos provindos do avanço
tecnológico, e conseqüentemente aumento de competitividade empresarial são
abordados no quarto capítulo.
No quinto capitulo é apresentado o estudo de caso na cidade de São Mateus /
ES, onde foi realizado pesquisa nas principais empresas de eletrônicos da cidade, a
fim de avaliar as praticas de descarte do lixo eletrônico das mesmas.
Conforme descrição dos capítulos, o decorrer do trabalho abordara os
motivos da geração do lixo eletrônico, e como as organizações podem minimizar os
impactos dos seus produtos de pós-venda e pós-consumo no meio ambiente com a
15

inserção da logística reversa nos seus processos. Dessa forma a logística reversa
bem aplicada nas organizações além de ferramenta para destinação final da sucata
eletrônica, passa a ser uma ferramenta de gestão agregando competitividade às
organizações.
16

1 LOGISTICA

1.1 ABORDAGEM LOGÍSTICA

Após a Segunda Guerra Mundial houve a necessidade do aceleramento


logístico empresarial. No Brasil a Logística desenvolveu após a explosão da
Tecnologia da Informação, na década de 1980. A partir desse período o conceito de
logística vem se desenvolvendo e se integrando cada vez mais como parte da
estratégia competitiva das organizações.
A concepção logística de agrupar conjuntamente as atividades relacionadas
ao fluxo de produtos e serviços para administrá-las de forma coletiva é uma
evolução natural do pensamento administrativo. As atividades de transporte,
estoques e comunicações iniciaram-se antes mesmo da existência de um
comércio ativo entre regiões vizinhas. (BALLOU, 2003, p. 18).

Percebe-se que, na concepção do autor que a Logística é um processo que


anda junto com os conceitos administrativos, e com essa junção há uma otimização
das atividades e compreensão da importância das mesmas, pois são essenciais
para os negócios das empresas.
A Logística possibilita a empresa agregar valor aos serviços de distribuição
aos clientes, além de possibilitar o gerenciamento eficaz das atividades de
movimentação e armazenagem dos produtos.
Desta forma, o propósito central da Logística é atingir um nível desejado de
serviço ao cliente pelo menor custo possível. Sendo assim, a chave para alcançar a
eficiência Logística é dominar a arte de combinar competência Logística com
expectativas e necessidades básicas dos clientes. Esse compromisso com o cliente
é a base para a formulação de uma estratégia Logística. É por isso que “a Logística
é um assunto vital” (BALLOU, 1993, p. 17).
Considerando-se o assunto nos dias atuais, é possível afirmar que a Logística
é um processo, o que significa que inclui todas as atividades importantes para a
disponibilização de bens e serviços aos consumidores, quando e onde estes
quiserem adquiri-los. Essa idéia implica que a Logística é parte do processo da
cadeia de suprimento e não do processo inteiro. O gerenciamento da cadeia de
suprimentos é um termo surgido mais recentemente e que capta a essência da
17

Logística integrada.
A Logística é uma grande palavra para um grande desafio (HARISSON; VAN
HOOKE, 2003).
Ela é a atriz principal que trabalha por trás do palco do capitalismo moderno.
Poucas áreas de operações envolvem a complexidade ou abrangem o escopo
geográfico característico da Logística, pois,
é um fato econômico que tanto os recursos quanto os seus consumidores
estão espalhados numa ampla área geográfica. Além disso, os
consumidores não residem, se é que alguma vez o fizeram, próximos donde
os bens ou produtos estão localizados. Este é o problema enfrentado pela
Logística: diminuir o hiato entre a produção e a demanda, de modo que os
consumidores tenham bens e serviços quando e onde quiserem, e na
condição física que o desejarem (BALLOU, 1993, p. 17).

Quando se vai a uma loja ou a um supermercado se espera encontrar


produtos disponíveis e recém-fabricados. Para que o consumidor tenha esta
satisfação, a Logística exerce um importante papel, entendendo-se que é difícil
imaginar atualmente a realização de qualquer atividade de produção ou de
marketing sem o apoio logístico. Desta forma, a Logística pode ser vista como parte
das atividades de uma “cadeia de suprimento”.
O conceito de sistema logístico e a tecnologia da Logística tiveram um
processo considerável desde a Segunda Guerra Mundial. O conceito de
sistema logístico tornou-se amplamente aceito e a administração, tanto
privada como governamental, começa a reconhecer a necessidade de
projetar e administrar o sistema logístico como um todo, ao invés de uma
série funções discretas e independentes. (MAGEE, 2004, p. 3).

Partindo desta compreensão, vê-se que a Logística envolve a integração de


uma série de atividades que, juntas, agregam valor ao negócio. Tais atividades são:
informações, transporte, estocagem, armazenamento, movimentação dos materiais
e embalagem. Cada uma dessas áreas oferece uma ampla variedade de tarefas
estimulantes para quem deseja se profissionalizar nesse ramo.
Muitos dos executivos bem sucedidos na área de Logística se tornam
orquestradores das diversas operações que envolvem processos dentro e fora das
empresas. O grande desafio é coordenar as tarefas individuais de cada ator numa
empresa e fora dela, atingindo os fornecedores de matérias-primas e de serviços,
tudo para atender ao cliente no momento certo, na quantidade correta, no menor
tempo possível e ao menor custo. Tais executivos sabem que é por meio do
processo logístico que os materiais fluem pelo sistema de produção de um país e
18

são distribuídos para os consumidores através dos canais de marketing, seja no


varejo, seja no atacado (IMAM, 2000).
Os autores Bowersox e Closs (2001) remetem para um dado muito
interessante: a complexidade da Logística é extraordinária.
Apenas nos EUA, a estrutura de marketing envolve aproximadamente 1,5
milhões de varejistas e mais de 460.000 atacadistas. Para mover produtos e
materiais entre essas empresas foram registrados 14,9 milhões de caminhões em
1992. Para dar apoio à Logística, o investimento total em estoques por parte dos
fabricantes atacadistas e varejistas ultrapassou a casa de US$ 893 bilhões em 1994.
Nas empresas, os gastos com Logística variam normalmente entre 5% a 35%
do valor das vendas, dependendo obviamente do tipo de atividade, da região da
operação e da relação peso/valor dos produtos e materiais.
Verifica-se, portanto, que a Logística é responsável por uma das maiores
parcelas do custo final do produto, sendo superado somente pelo custo dos
materiais consumidos na produção e dos custos dos produtos vendidos no atacado
ou no varejo (BOWERSOX; CLOSS, 2001).
No entanto, o principal interesse na Logística não é somente em busca da
simples redução de custos, mas também visa-se compreender melhor como certas
empresas utilizam de sua competência Logística para obter vantagem competitiva.
Isso significa oferecer ao cliente um serviço superior em qualidade e satisfação.
Também as empresas estão preocupadas em detectar problemas em seus
produtos. Assim, elas monitoram suas operações on-line e são capazes de pôr em
prática providências corretivas antes que essas falhas atinjam o cliente final; quando
essas providências não são corrigidas em tempo hábil, conseguem avisar ao cliente
de tal situação e encontrar soluções alternativas para que não sejam tomadas por
surpresas as falhas nos serviços que ainda estão em andamento. É a antecipação
como importante fator de aprimoramento da própria imagem da empresa diante dos
seus clientes.

1.2 LOGÍSTICA NO BRASIL

No Brasil, a Logística tem um histórico bem recente e pode ser considerada


19

ainda uma novidade, pois,


no Brasil, a Logística surgiu no inicio da década de 1980, logo após a
explosão da Tecnologia da Informação. Surgiram algumas entidades dando
enfoque a Logística, como: ASBRAS (Associação Brasileira de
Supermercados), ASLOG (Associação Brasileira de Logística), IMAM
(Instituto de Movimentação e Armazenagem), entre outras, que tinham a
difícil missão de disseminar este novo conceito, voltado para as
organizações (SANTOS, 2007, p. 1).

É dentro deste contexto ainda recente no Brasil, que constata-se que a


Logística neste país passa por uma fase de significativas mudanças. Pode-se
mesmo afirmar que se está no despontar de transformações enormes,
considerando-se os diversos fatores que envolvem sua dinâmica nas práticas
empresariais eficientes, na qualidade e disponibilidade da infra-estrutura de
transportes e comunicação, dentre outros elementos que se mostram primordiais na
permanência e desenvolvimento da moderna visão Logística.
Para o empresariado brasileiro, a caminhada da Logística até aqui feita tem
culminado com resultados bastante positivos. É claro, no entanto, que há sérios e
importantes desafios, isto devido aos enormes espaços para melhorias de qualidade
do serviço e aumento de produtividade, fundamentais para o desenvolvimento de
uma competitividade saudável.
A nova realidade exigiu uma mudança de comportamento nas
organizações, chegando a fusão de algumas, como foi o caso da AmBev
(Companhia de Bebidas das Américas) que juntou as três principais marcas
de cervejas do mercado, e tudo isso só foi possível mediante ao estudo de
viabilidade Logística, fazendo assim com que as três marcas fossem
produzidas em unidade fabris únicas espalhadas pelo Brasil, utilizando as
mesmas tecnologias e mão de obra, este processo levou ao fechamento de
algumas unidades fabris e uma seleção natural da mão-de-obra. Isso valeu
o posicionamento entre as três maiores do mundo, tirando do ranking
empresas tradicionais do Sistema Pilsen. (SANTOS, 2007, p. 1).

O Brasil se mostra, então, um espaço promissor para o exercício adequado


da Logística, especialmente a partir da estabilização econômica. Realidade bem
diferente daquela que vivia com as contínuas oscilações de valores das mercadorias
e serviços, causadas pela inflação e proporcionavam espaços para a prática
especulativa. Isto dificultava quase que totalmente quaisquer tentativas de relação
mais próxima na cadeia de suprimentos.
O contingente de empresas que estão investindo grandes somas de valores
em sua estrutura Logística é bom e este volume tende a aumentar, colocando o
Brasil em posição mais segura de competitividade no mercado cada vez mais
20

exigente da globalização.
Há que se considerar ainda o que escreve Dias (2006), quando destaca a
situação brasileira:
Falando de Logística aqui no Brasil não há mais que 25 anos. Se trata de
algo ainda muito novo, nossos alicerces para consolidação dos conceitos
logísticos são muito frágeis, não apresentam condições mínimas de
sustentação, como podemos ver a seguir:
• Ausência de política que sincronize as ações dos governos (federal,
estaduais e municipais) e da iniciativa privada;
• Infraestrutura de armazéns inadequada;
• Não há equilíbrio na disponibilidade dos modais de transportes;
• A maior parte de nossa produção destinada à exportação é transportada
até o porto de embarque por meio de caminhões;
• 60% do total da carga transportada no Brasil é feita pelo modal
rodoviário e apenas 23% pelo modal ferroviário;
• As estradas estão em péssimas condições de utilização, com exceção
das do interior do estado de São Paulo;
• A idade média da frota brasileira de caminhões gira em torno de 17 anos.
Frota muito antiga e inoperante, chegando a faltar caminhões na época
da safra;
• Nas poucas ferrovias a velocidade é muito baixa (em torno de 25 km por
hora), em razão da falta de investimentos em composições ferroviárias,
trilhos e pelo tráfego em áreas urbanas;
• Baixa capacidade operacional dos portos. Necessidade de manutenção
e dragagem;
• Pouca utilização do transporte hidroviário, mesmo com a nossa riqueza
hidrográfica;
• Poucos profissionais com competência para fazer a gestão de Logística
nas empresas;
• Baixo investimento de tecnologia de informações para viabilizar sistemas
dinâmicos de relacionamentos entre fornecedores, prestadores de
serviços logísticos e clientes. (DIAS, 2006, p. 1).

Vê-se, portanto, que as mudanças são muitas e as dificuldades também. No


entanto, o caminho já foi estabelecido. Para as empresas brasileiras, ainda há muito
espaço a conquistar. Resta continuar trabalhando na busca por maior produtividade
e melhores serviços, que levarão a uma maior competitividade.

1.3 LOGÍSTICA INTEGRADA

Para uma melhor compreensão do significado de Logística Integrada é


preciso destacar que a mesma está diretamente ligada ao gerenciamento do fluxo
de materiais, informações e serviços. Desta forma, quando as operações logísticas
estão integradas e são consideradas uma competência-chave, elas podem servir
como base para a obtenção de vantagens estratégicas. É por isso que um
desempenho integrado produz melhores resultados do que funções gerenciadas
21

individualmente, sem coordenação entre si. Esta integração é à base de existência


da Logística e gera ciclos de atividades que devem ser trabalhadas de modo coeso,
a fim de que produza valores que expressem satisfação para os clientes.
A interação dentro da Logística está diretamente ligada ao entendimento de
que, segundo argumenta BALLOU (2001),
uma empresa geralmente não está habilitada a controlar seu fluxo de
produto inteiro no canal, desde as fontes de matéria-prima até o ponto final
de consumo, embora esta seja uma oportunidade emergente. Normalmente,
o máximo controle gerencial que pode ser esperado está sobre o
suprimento físico imediato e sobre os canais de distribuição física. O canal
de suprimento físico refere-se ao hiato de tempo e espaço entre as fontes
de material imediato de uma empresa e seus pontos de processamento. Da
mesma maneira, o canal de distribuição física refere-se ao hiato de tempo e
espaço entre os pontos de processamento da empresa e seus clientes.
Devido às similaridades nas atividades entre os dois canais, o suprimento
físico e a distribuição física compreendem as atividades que estão
integradas na Logística empresarial. (BALLOU, 2001, p. 22).

É preciso que haja, em qualquer empresa, o planejamento adequado, a fim de


que o diferencial logístico seja alcançado. Isto, todavia, somente irá acontecer
quando as atividades das várias áreas estiverem acontecendo de forma coordenada,
isto é, harmoniosamente.
O que se pode perceber é que um dos maiores desafios para qualquer executivo
da área de Logística é exatamente coordenar os trabalhos dessas áreas funcionais
de modo integrado e com o foco bem direcionado para o real e pleno atendimento
das necessidades dos clientes, os quais estão no final da cadeia de suprimento e é
a razão de todo este esforço integrado.
Portanto o trabalho da Logística Integrada deve ser encarado como a procura de
respostas para as perguntas sobre o quê, sobre o quando e sobre o como se
desenvolve a Logística. Estas perguntas devem se desenvolver, basicamente, em
três níveis, os quais são: nível estratégico, tático e operacional (BALLOU, 2003).
A diferença primordial entre estes níveis de planejamento está no momento em
que cada um ocorre. Então, se o planejamento estratégico é estruturado para longo
prazo, o planejamento tático possui um foco em resultados intermediários. O
planejamento operacional, por sua vez, é admitido como algo que se estrutura em
curto espaço de tempo, com posicionamentos dia a dia.
Assim, a principal preocupação de tudo isso é o modo através do qual o produto
será encaminhado, de forma eficiente e rápida, através da estrutura Logística
planejada. Na figura 1 abaixo são postos exemplos de processos de decisões e os
22

recursos logísticos.

Figura 1: Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos.


Fonte: Adaptado por BALLOU, R. Logística Empresarial, p. 53.

Todas as empresas fazem alguma atividade Logística para os clientes


(estocam, trocam informações com clientes, transportam, movimentam cargas). Uma
empresa pode ter um ótimo produto, um bom preço, uma boa propaganda, mas ela
entrega mais rápido que os seus concorrentes, ou informa melhor que ninguém onde
estão seus produtos antes de chegar ao cliente. Esse posicionamento estratégico
com foco de excelência na Logística torna-se, aos olhos dos clientes, a fonte de
excelência da empresa, o que alguns autores chamam de competência central.
Assim, o objetivo da Logística está em criar valor para o cliente ao menor
custo possível. O grande desafio aqui está em equilibrar as expectativas de serviços
que o cliente espera com os gastos da empresa prestadora de modo a alcançar os
objetivos do negócio. Na maioria das situações, o impacto de uma falha Logística
sobre o custo-benefício está diretamente relacionado com a importância da
execução do serviço para o cliente envolvido. Quanto maior for o impacto da falha
do serviço sobre o cliente, maior será a prioridade dada ao desempenho logístico.
Esse é um pilar essencial no raciocínio das atividades da Logística.
Segundo BOWERSOX; CLOSS (2001) esse nível de serviço dado ao cliente é
23

medido em termos de disponibilidade, desempenho operacional e confiabilidade do


serviço.
É às custas, então, desta Logística Integrada que se considera normalmente o
trabalho com a noção de custos totais, e não apenas levando em conta os custos
unitários das operações. Assim é que o custo total é compreendido como o custo
que inclui todos os gastos necessários para executar as exigências logísticas. E é
dessa soma de todos os custos incorporados na operação Logística em comparação
com o benefício esperado pelo cliente que deve ser levado em conta na decisão
envolvendo atividades logísticas.

1.4 GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS

Como o gerenciamento da Cadeia de Suprimentos exige uma preocupação


considerável por parte dos responsáveis pela mesma, vale ressaltar que sua
compreensão clara se faz necessária.
Desta forma, tal gerenciamento deve ser compreendido como a gestão e a
coordenação dos fluxos de informações e materiais entre a fonte e os usuários como
um sistema, de forma integrada (BALLOU, 1993).
A relação entre cada uma das fases existentes no processo, à proporção que
os produtos e materiais se encaminham rumo ao seu destino – o consumidor – sua
composição baseia-se em uma postura de busca da qualidade total. Isto significa
dizer que a o serviço ao cliente deve ser muito otimizado, enquanto visa-se também
a redução dos custos para o fluxo logístico.
A finalidade de toda a Cadeia de Suprimentos é, portanto, a maximização do
valor global gerado (CHOPRA; MEINDL, 2003).
Sendo assim, a importância originada pela Cadeia de Suprimentos é
exatamente a distinção que surge entre o valor do produto final para o cliente e o
desempenho que a Cadeia de Suprimento faz para realizar a sua vontade,
confirmando o produto solicitado.
Pode-se observar na figura 2 a seguir como o gerenciamento da Cadeia de
Suprimentos funciona.
24

Figura 2: Gestão das partes da cadeia de suprimentos.


Fonte: ARAÚJO, 2002, p. 33

Para que ocorra um correto desenvolvimento da Cadeia se faz necessário


desenvolver equipes centradas estrategicamente em determinada classe de clientes,
o que gera um entendimento comum sobre características de produtos e serviços, a
fim de torná-los atrativos para aquela classe de clientes.
Outro fator considerável é o fornecimento de um ponto comum para relação com
todos os clientes, atendendo de forma eficiente a suas consultas e requisições.
Faz-se necessário também atender aos pedidos dos clientes sem erros e dentro
do prazo de entrega combinado, dessa forma é possível aperfeiçoar o atendimento,
bem como desenvolver sistemas flexíveis de produção, que estejam aptos a atender
com dinamismo às transformações nas condições do mercado.
Portanto, o gerenciamento da Cadeia de Suprimentos precisa ser tratada como
uma atividade importante, porém complexa, tendo em vista seu interesse por uma
maior integração das atividades das organizações, bem como além da estruturação
de relações de confiança e de longa duração com clientes e fornecedores. E isto não
é fácil! Vale ainda ressaltar que tudo isso deve ser permeado por sistemas de
informações que ofereçam apoio sólido e dêem suporte ao procedimento, a fim de
que, desse modo, a organização consiga agregar ao produto acabado valor
25

perceptível aos consumidores finais.


26

2 PRODUÇÃO

2.1 EVOLUÇÃO DA NECESSIDADE E DA PRODUÇÃO

Antes mesmos da existência do homem os caminhos já estavam formados


pelas manadas de animais. Os trajetos destinavam das águas as montanhas,
variavam de acordo com as necessidades básicas para o desenvolvimento da vida
de cada espécie existente.
Os dominantes emergiam poderes de perseguição e os dominados as
estratégias de sobrevivência e a vida não só dependia da sorte, mas da ação de
cada líder de bando, que variavam de acordo com ambiente e da força de
sustentabilidade do grupo, assim cada bando aumentava a possibilidade de jazigo
nas conquistas territoriais.
Quando surge o homem, mesmo não sendo o maior em espécie e número,
nem tampouco em força, entretanto com a maior adoção em raciocínio que lhe
garante um diferencial atributo que o torna no maior predominante entre os animais.
O homem nascente já era atribuído das guardas de seus pertences mesmo
sendo ele nômade como os demais animais. Era usuário do mesmo caminho e
trilhava com suas cargas até o ambiente onde se sentia seguro e saciado das suas
necessidades e quando a escassez chegava, partiam em tribos a outros ambientes,
em buscas de novas conquistas e assim lhe garantindo a soberana vivência da
espécie. Com as adaptações de armas e ferramentas se aventurava com suas
tralhas as conquistas e aos poucos se tornou detentor de grande adiáforo de
sobrevivência.
A necessidade foi o ponto inicial para o homem inventar e fabricar suas
ferramentas e utensílios. Esta busca foi primordial para superar os obstáculos e aos
poucos acumular pertences. A troca de bens fundamentou o desejo em possuir algo
a invés de outro, originando os negócios. A evolução do negócio conduziu a
fabricação de produtos, o qual evoluiu de acordo com os desejos humanos
estimulando as necessidades.
Com o tempo a ocupação terrestre por colônias humanas desencadeou a
escassez de recursos naturais e maximizou a necessidade. A onda crescente para
27

ter seus desejos saciados, requer cada vez mais, de novas estratégias de
sobrevivência e de negócios que vem a viabilizar caminhos que antes não foram
trilados nem percorridos por nenhum outro, como um marco diferenciado que
garante e viabiliza conceitos de produzir e negociar a favor da humanidade
doravante.
Destrate, que a evolução da produção de bens, teve inicio a modo artesanal
intencionalmente a suprir as necessidades de campo de conquistas terrestre em
combates por nações e poderes. Armaduras, arreios, ferraduras, coletes, lanças,
chuchus e escudos foram os principais produtos fabricados, porém com as
descobertas de novos continentes, as cordas de teares e as roupagens de algodão
se associaram aos métodos de navegações, originando novas necessidades e
passamos a um segundo momento histórico vivenciado pela Revolução Industrial.
O mundo sofreu profundas e aceleradas transformações, tanto no campo
econômico, como político e social.
A busca pela perfeição do negócio, as mudanças realmente revolucionárias
que descentralizam a autoridade, reduziram a hierarquia, também estimularam
parcerias e privilegiam a qualidade com foco nos clientes consumidores.
Ferramentas e tecnologias aplicadas foram fatores perseguidos ao longo dos anos
por pensadores que buscavam a exeqüibilidade acima de tudo em seus planos de
forma seqüencial e incremental, até atingir o estágio inicialmente visado.
Após a Segunda Guerra Mundial a economia entrou em uma fase de
crescimento, começou uma acelerada caminhada rumo à globalização. Desde então
começaram a ser desenvolvidas novas técnicas de produção, com o objetivo de
produzir mais e a custos mais baixos. O conceito de produtividade vem evoluindo
juntamente com as mudanças na economia.
Taylor deu inicio as primeiras técnicas de aumento da produtividade, a partir
de então novas técnicas foram introduzidas, como é o caso da produção em massa
ou escala desenvolvida por Henri Ford na década de 10 que consistia em produzir
em grande escala um mesmo produto. O método de produção em massa aumentou
muito a produção dos produtos acabados, além da diminuição dos custos, em
relação aos produtos artesanalmente fabricados, com um relativo ganho na
qualidade, pois a introdução de maquinários alavancou a produção e padronizou os
cortes que aperfeiçoou os encaixes das peças, entretanto o grande problema da
produção em escala eram as inspeções, como a produção era em linha graduada
28

ficava difícil mensurar em caso de defeito qual a quantidade de produtos


defeituosos, afinal não tinha como mensurar onde começou e terminou o lote com
defeito, devido à produção ser contínua, além dos gastos com os inspetores dos
lotes, que agregava custos finais aos produtos.
Com a evolução da filosofia de William Edwards Deming, consubstanciada
nos quatorze pontos organizacionais e com o emprego dos métodos estatísticos de
Walter Andrew Shewhart, bem como os fundamentos projetais de Joseph Moses
Juran, de melhoria, controle e planejamento que tinha como foco o aumento da
produção com qualidade nas fabricas a custos mais baixos, se definiu padrão de
estratégia organizacional que determinava a eliminação de todos os itens que não
agregassem valor ao produto, tais como: desperdício, tempo ocioso, troca de
ferramentas, sujeiras e contaminações, lotes de produção, estoques em trânsito,
defeitos, falhas e inspeções.
Assim, se desenvolveu um método de controle de qualidade que ao invés de
encontrar e eliminar as peças defeituosas buscava evitar que os defeitos
ocorressem que culminou em um processo de produção em série e com qualidade.
Ainda na década de 60 surgiu uma nova técnica produtiva, denomina
produção enxuta. Com a ideologia de produção mais flexível dava aos trabalhadores
oportunidade de inovar na produção, bem como escolher o melhor método de
trabalho. A partir da produção enxuta começaram a ser produzidos produtos
personalizados de acordo com a necessidade do cliente.
Um dos problemas que têm acompanhado os administradores ao longo dos
tempos é decidir sobre a quantidade a ser produzida. O conflito é evidente:
produzir a mais gera custos desnecessários; produzir a menos gera custos
não-atendimento, desgaste na imagem da empresa e perda de clientes.
(MARTINS e LAUGENI, 2003, p.11).

Devido à procura por uma ferramenta que sanasse o problema quanto à


quantidade a ser produzida foi implementado o conceito de Just in Time. O principal
objetivo do Just in Time é diminuir a manutenção de estoque, ou seja, os
suprimentos são recebidos a medida da necessidade para a produção.
Boa parte desses preceitos focaliza o relacionamento entre clientes e
fornecedores, internos e externos, de modo que se entenda o que o
primeiro necessita do segundo, formando uma “corrente virtual” em direção
ao consumidor final e acrescentando valor de diferentes naturezas ao
produto ou serviço fornecido. (LEITE, 2003, p. 23-24)
29

A partir desses métodos a importância do consumidor e sua satisfação


cresceram perante a organização, e as empresas passaram a produzir de maneira a
atender as necessidades dos clientes, os quais ficam cada vez mais exigentes e
simultaneamente os produtos evoluem de acordo com as projeções dos desejos
dessas demandas tornando mais customizados e mais variados em espécies.
Para uma “[...] produção eficaz, devem-se usar eficientemente seus recursos
e produzir bens e serviços de maneira que satisfaça a seus consumidores”. (SLACK
2009, p. 29).
Assim esta evolução deve ser planejada para que se estabeleça uma
interação entre a produção e a incubação dos desejos elaboradores das
necessidades humanas.
Provindo os anos da década de 90 veio à estabilidade econômica dos
principais países em desenvolvimentos, de onde surgiu um novo modelo de
mercado abrolhado na possibilidade de consumo da população, cujo acúleo foi o
mercado globalizado, que direcionou os negócios para uma fronteira franqueada.
Desse momento, passa a existir a necessidade de agregar diferencial
competitivo nos produtos para garantir a sobrevivência nas intenções de consumo,
destes novos usuários dos países emergentes. Das intenções de mercados se
desenvolveram vários novos processos e metodologias expandidas através das
tecnologias, que incidiram no aumento dos desejos isentando as necessidades que
culminaram no aumento significativo do consumo da população, quão refletiu no
avanço da produção.
O mercado passou a exigir mais das empresas no tocante nível de qualidade,
garantias, prazos de fornecimento e com isso se fez necessário a adequação de
seus sistemas logísticos, desencadeando novas reflexões no modelo de gerenciar
negócios. A partir da entrada de matéria prima no sistema de produção, nas
estocagens e embalagens de produtos, tanto quanto nos depósitos e envios das
encomendas que viabilizaram conceitos estratégicos com melhoria diferenciada aos
clientes.
O aumento da demanda desencadeou um crescimento nas variedades das
ofertas de produtos e ao mesmo tempo a praticidade evolutiva dos produtos
culminou com a redução do ciclo de vida mercadológico dos produtos.
30

“O acelerado ímpeto de lançamentos de inovações no mercado cria um alto


nível de obsolescência desses produtos e reduz seu ciclo de vida, com clara
tendência à descartabilidade”. (LEITE 2003, p. 34-35)
Diante desse aumento no consumo a quantidade de resíduos sólidos
descartados cresceu significativamente. Provindo desse aumento na produção e
conseqüentemente o descarte, surgiu em 2002 um novo conceito em Logística,
denominado Logística Reversa ou Inversa.

2.2 OS IMPACTOS DOS AVANÇOS TECNOLÓGICOS PARA O


AUMENTO DA PRODUTIVIDADE

Os avanços tecnológicos foram fundamentais para o aumento da produtividade


e para os rumos da economia mundial.
“Sem dúvida, informação e conhecimento sempre foram elementos cruciais no
crescimento da economia, e a evolução da tecnologia determinou em grande parte a
capacidade produtiva da sociedade [...]”. (CASTELLS, 2007, p. 119)
O avanço tecnológico tem sido ferramenta importante para usos gerenciais,
acarretando ganhos de eficiência e produtividade nas organizações.
“O avanço da Tecnologia da Informação (TI) nos últimos anos vem
permitindo às empresas executar operações que antes eram inimagináveis”.
(FLEURY, 2000, p. 285).
Pode-se afirmar que a tecnologia aumentou desordenadamente a inserção de
produtos no mercado.
[...] de fato, revoluções no sentido de que um grande aumento repentino e
inesperado de aplicações tecnológicas transformou os processos dos
países de produção e distribuição, criou uma enxurrada de novos produtos
e mudou de maneira decisiva a localização das riquezas e do poder do
mundo, que, de repente, ficaram ao alcance dos países e elites capazes de
comandar o novo sistema tecnológico. (CASTELLS, 1999, p. 53).

Os avanços tecnológicos são de extrema importância no que tange aumento


de competitividade e produtividade nas organizações, pois além de maquinários
altamente modernos e sofisticados fornecem ainda informações precisas em tempo
real.
31

Gerentes de produção não precisam ser especialistas na tecnologia que


estão gerenciando, mas devem ser capazes de entender o suficiente sobre
a tecnologia para definir seu propósito, a forma pela qual ela vai
desempenhar sua função, os benefícios de usar a tecnologia em sua
operação e as limitações que o uso da tecnologia pode colocar na
operação. (SLACK, 2009, p. 197).

Logo se faz necessário que os gerentes avaliem os reais benefícios da


tecnologia dentro da organização, bem como a conheçam a fundo.
A Tecnologia da Informação deve ser vista não apenas como uma
ferramenta para a automatização ou desenho de processos, mas,
principalmente, como uma ferramenta que pode auxiliar na reformulação do
modo como o negócio opera, na redução do tempo de resposta, num
melhor balanceamento de recursos e na redução de custos. (FURLAN,
1994, p. 36-37).

Subentende da contextualização que as inovações tecnológicas têm definido


as formas de gestão, produção, inovação e comercialização. Além do
processamento de informações a tecnologia possibilitou uma nova geração de
equipamentos e a custos mais baixos.
Slack (2009, p. 179) define a tecnologia de processos como sendo as “[...]
máquinas, equipamentos e dispositivos que ajudam a produção a transformar
materiais e informações e consumidores de forma a agregar valor e atingir os
objetivos estratégicos da produção”.
Diante dessa afirmação fica explicito que a tecnologia traz retornos
significativos a organização.
Os investigadores acreditam que o crescimento da produtividade, naquele
período, está associado a três processos, todos eles condições necessárias
para que o crescimento da produtividade aconteça: geração e difusão de
novas tecnologias microeletrônicas/digitais de comunicação e informação,
com base em investigação científica e inovação tecnológica; transformação
do trabalho, com o crescimento de trabalho altamente qualificado,
autônomo, capaz de inovar e de se adaptar a mudanças globais constantes
e à economia local; difusão de uma nova forma de organização em torno de
rede. [...]“Só quando estas três condições se cumprem numa empresa, num
sector, numa região ou num país, é que a produtividade aumenta
substancialmente, e só quando isto acontece é que é possível sustentar a
competitividade em longo prazo”. (CASTELLS, 2005, p. 21).

Além dos benefícios com relação à competitividade, os avanços tecnológicos


têm gerado impactos a sociedade e ao meio ambiente. Pois possibilita produção
cada vez mais crescente e a preços mais acessíveis e isso tem crescido a demanda
por novas tecnologias e, por conseguinte diminuído o ciclo de vida mercadológico
dos produtos.
32

3 O AVANÇO TECNOLÓGICO

3.1 IMPACTOS DO AVANÇO TECNOLÓGICO

De acordo com ROBINS (2002, p. 7-8) A historia humana pode ser dividida
em ondas. A primeira foi à agricultura, que prevaleceu até o fim do século XX. A
segunda foi à industrialização, onde a maioria dos países desenvolvidos passou de
sociedades agrárias para sociedades baseadas em maquinas que foi do final do
século XIX até os anos 1960. A terceira onda foi à informação, que chegou nos anos
1970, é voltada para os trabalhadores do conhecimento. Os trabalhos são
projetados em torno da aquisição e da aplicação de informações.
A Tecnologia tem nos proporcionado facilidades em nossas atividades
rotineiras, melhores condições de vida e melhorias ao acesso da informação e
entretenimento.
Além de facilidades quanto às atividades cotidianas, a tecnologia propicia a
otimização das atividades nas organizações. MIRANDA (1999, p.285) define
informação como sendo "dados organizados de modo significativo, sendo subsídio
útil à tomada de decisão".
Os integrantes das organizações necessitam de informações, dados e
conhecimento para o desenvolvimento das demandas de tarefas diárias, bem como
para traçarem suas possíveis estratégias, e para tanto é necessário a precisão nas
informações.
Os avanços tecnológicos foram de importância imprescindível para as
organizações, no que tange redução de custos, produtividade, qualidade,
flexibilidade e inovação. E continua sendo de grande importância para o alcance dos
objetivos estratégicos e o desafio de criar novos produtos, serviços, processos e
sistemas gerenciais.
A economia também sofreu grandes transformações com os avanços
tecnológicos, pois as operações de uma organização passaram a ser feitas além das
fronteiras nacionais.
“Para abrir novos mercados, conectando valiosos segmentos de mercado de
cada país a uma rede global, o capital necessitou de extrema mobilidade, e as
33

empresas precisaram de uma capacidade de informação extremamente maior”


(CASTELLS, 2007, p. 138).
E com isso o cliente passou a ter uma gama de produtos e serviços ofertados,
o que os tornou mais inconstantes e exigentes, o que tem desencadeado novos
comportamentos de compras e encurtado a vida útil dos produtos.
Um exemplo prático de inovação são os aparelhos celulares com TV, surgiu
MP6, MP7, MP15 e assim sucessivamente, e os consumidores tem respondido a
essas inovações, consumindo esses produtos na medida que são lançados no
mercado.
“A vida útil de um bem é entendida como o tempo decorrido desde a sua
produção original até o momento em que o primeiro possuidor se desembaraça
dele”. (LEITE, 2003, p. 34).
As inovações tecnológicas têm sido constantes principalmente com produtos
de informática, sendo assim a vida média de um produto de informática passa a ser
muito curta, pois os produtos tornam-se ultrapassados em pouquíssimo tempo de
uso, afinal os produtos estão chegando ao mercado cada vez mais rápido e com as
mais diversas funções e isso aguça a curiosidade dos consumidores por produtos
cada vez mais modernos.
“Eletrodomésticos, automóveis, computadores, embalagens e equipamentos
de telecomunicações, entre outros, tem seu custo reduzido e uma obsolescência
acelerada, gerando produtos de ciclos de vida cada vez mais curtos”. (LEITE, 2003,
p. 35).
Isso ocorre devido à grande oferta de novos produtos e variedades no
mercado.
O desenvolvimento acelerado de programas de computador, equipamentos
eletrônicos e meios de comunicação voltados à informação tem
proporcionado oportunidades de aumento de produtividade empresarial,
tanto operacional como administrativa, bem como melhoria de qualidade na
prestação de serviços, por meio da digitalização, automação, teletrabalho,
inteligência artificial e realidade virtual. ( PHILIPPI, 2005, p. 170).

Essa crescente demanda por novas tecnologias gera-se estímulo para


produção dos mais variados produtos.
Segundo CASTELLS (2005, p.17) “A sociedade é que dá forma à tecnologia
de acordo com as necessidades, valores e interesses das pessoas que utilizam as
tecnologias”.
34

Essa grande oferta de produtos tecnológicos além da necessidade acentua o


senso consumista da população e faz com que os produtos tornem-se ineficientes
mais rapidamente. Contudo esse consumo inconsciente vem gerando acúmulo de
lixo eletrônico, e toda essa sucata eletrônica normalmente não recebem tratamento
final adequando, e acabam sendo depositados no meio ambiente.
No momento da aquisição de um novo produto, antes mesmo da sua
utilização já são descartados vários componentes no ambiente.
Devido à fragilidade de alguns produtos, bem como o intuito de proteção dos
mesmos ao saírem da fabrica até o consumidor final, os produtos são revestidos de
isopor, plásticos isolantes, papel, além da caixa. Todos esses materiais são
descartados no ambiente antes mesmo da utilização do novo produto.
Ainda relevante na geração de lixo é a “obsolescência programada”, que
consiste em programar os produtos para ficarem obsoletos mais rapidamente. Em
resumo a obsolescência programada é o ato de a indústria produzir bens de
consumo com vida útil mais curta possível. Quando é lançado um produto no
mercado a indústria já esta trabalhando em outro e essa é uma forma de forçar o
consumidor a acompanhar esse ciclo produtivo acelerado adquirindo um produto
novo. E essa diminuição na duração de um bem ou produto faz com que o
consumidor acredite que os novos lançamentos são de qualidade superior aos
anteriores.
Assim sendo além dos avanços tecnológico que tem alavancado as vendas
lançando novos produtos em grande velocidade e aumentado significativamente o
consumo, a “obsolescência programada” tem sido grande aliada para a geração de
grandes quantidades de lixo.
Outro fator relevante para a geração de lixo eletrônico é o e-commerce, ou
seja, o comércio eletrônico. Como não existe contato entre produto e cliente, o nível
de devolução é relativamente maior que no comercio tradicional.
O comércio eletrônico entre empresa e o consumidor final apresenta as
mesmas características do comercio de vendas por catálogo. Ambos
pertencem ao setor denominado ‘canal direto de vendas’, ou seja, um nível
de devoluções por não-conformidade às expectativas do consumidor na
ordem de 25 a 30% em relação ao total das vendas [...]. (LEITE, 2003,
p.10).

O e-commerce tem colaborado muito para o aumento do descarte de resíduos


sólidos, pois antes os produtos eram apenas expostos em lojas físicas e hoje é
35

possível adquiri-los pela internet e receber em casa com toda comodidade. O fato é
que em loja física existe contato entre fornecedor, consumidor e produto. Já no
comércio eletrônico não existe contato físico com o produto o que gera muito mais
devoluções de mercadoria do que no comércio tradicional.
Dependendo do estado de conservação, alguns produtos ao fim de sua
vida útil poderiam ser reciclados e assim retornarem ao processo produtivo como
insumo. A reinserção desses produtos novamente no ciclo produtivo reduz custos e
tempo de produção. Além de benefícios econômicos essa reinserção acarreta ainda
benefícios ambientais. Contudo os resíduos eletrônicos têm sido encontrados em
ruas, rios, entre outros, e essa realidade têm aumentado a consciência ecológica do
consumidor, o que tem resultado em novos comportamentos de compras.
A conscientização da sociedade para as questões ambientais tem sido
despertada pela ocorrência de alguns desastres ecológicos que deixaram
marcas, muitas vezes ainda invisíveis e até permanentes, em sistemas em
todo o mundo. (VALLE e LAGE 2003, p. 9).

A figura 3 abaixo demonstra de forma clara e dinâmica o caminho que o lixo


tecnológico/eletrônico percorre entre a casa do consumidor e o destino final, com ou
sem o descarte adequado.

Figura 3: Caminho reverso do lixo eletrônico.

Fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/lixo/lei-equipamento-eletroeletronico-ong-
organizacao-nao-governamental-eletrodomestico-aterro-sanitario-550477.shtml

Os novos clientes estão mais sensíveis quanto às questões ambientais, com


isso eles buscam mais que preço e qualidade, é necessário algo que agregue valor
36

perceptível, e a postura de empresa ecologicamente correta atrai a preferência dos


consumidores.

[...] um aspecto diz respeito ao aumento da consciência ecológica dos


consumidores, que esperam que as empresas reduzam os impactos
negativos de sua atividade ao meio ambiente. Isso tem gerado ações por
parte de algumas empresas que visam comunicar ao público uma imagem
institucional “ecologicamente correta”. (LACERDA, 2009).

Além do acúmulo de lixo que o descarte de resíduos sólidos gera no


ambiente, existem ainda problemas muito mais graves relacionados aos
componentes tóxicos que existem nesses equipamentos, muitas vezes nocivos a
saúde humana e ao meio ambiente.

3.2 CONSEQÜÊNCIAS DO LIXO TECNOLÓGICO PARA SAÚDE


HUMANA E O MEIO AMBIENTE

Os produtos de informática têm tantos elementos preciosos quando


perigosos, de acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Leasing (ABEL)
há preciosidades como ouro e prata nos circuitos eletrônicos, mais o campeão em
toxidade é o monitor que possui alto volume de metais pesados. Esses metais
pesados encontrados nos produtos eletrônicos, quando jogados em grandes lixões
causam danos tanto a saúde humana, quanto as espécies animais e ao meio
ambiente.
[...] bens e materiais residuais [...] caso não seja devidamente ‘controlada’
gerara impactos ambientais, seja pela liberação de constituintes nocivos à
vida, seja pelo acúmulo desses resíduos, originando indiretamente poluição.
Algumas pilhas usadas em aparelhos eletrônicos contêm chumbo, cádmio,
mercúrio e outros metais pesados que, quando liberados em certas
condições de concentração, oferecem riscos à saúde humana [...].LEITE,
2003, p. 41).

Um dos principais impactos do lixo tecnológico para o meio ambiente e saúde


humana, é a quantidade extensiva de substâncias perigosas em sua composição.
Quando jogadas no ambiente as substâncias químicas encontradas nos eletrônicos,
como chumbo, cádmio, mercúrio, cobre, arsênio e outros, que ao chover penetram
no solo ocasionando contaminação de plantas e animais, e ao ingerir tais alimentos
37

os seres humanos podem ser contaminados, além da pulverização de gases na


atmosfera que acentuam o buraco na camada de ozônio que causam entre outros,
câncer de pele e problemas de visão.
A contaminação dos recursos hídricos pode ser melhor ilustrada na figura 4
abaixo:

Figura 4: Contaminação dos Recursos hídricos


Fonte:< http://seixomirense.blogspot.com/2009_12_01_archive.html>

Kevin Bridgen, da unidade de ciência do Greenpeace afirma que “Muitos dos


elementos químicos encontrados são tóxicos e podem afetar o desenvolvimento do
sistema reprodutor de crianças, além de interferir no desenvolvimento do cérebro e
do sistema nervoso”.
Muito se tem discutido que as substâncias tóxicas encontrados em
computadores e celulares são muitas vezes nocivas a saúde humana.
Abaixo algumas substâncias que podem ser encontradas em componentes
eletrônicos e seus prejuízos a saúde humana.
Chumbo: Prejudicial ao cérebro e sistemas nervosos central e periférico dos
seres humanos, além de efeitos negativos no sistema circulatório, digestivo,
reprodutor e nos rins.
Cádmio: É um agente cancerígeno. Seus componentes são classificados como
tóxicos e com risco de efeitos irreversíveis a saúde humana. O cádmio e os
38

compostos de cádmio acumulam-se no corpo humano, especialmente nos rins,


podendo vir a deteriorá-los, com o tempo. O cádmio é absorvido por meio da
respiração, mas também pode ser ingerido nos alimentos.
Mercúrio: O mercúrio inorgânico disperso na água é transformado em
metilmercúrio nos sedimentos depositados no fundo. O metilmercúrio acumula-se
facilmente nos organismos vivos e concentra-se através da cadeia alimentar pela via
dos peixes. O metilmercúrio provoca problemas de estômago, distúrbios renais e
neurológicos, alterações genéticas e no metabolismo.
Níquel: Causa irritação nos pulmões, bronquite crônica, reações alérgicas,
ataques asmáticos e problema no fígado e no sangue.
Zinco: Produz secura na garganta, tosse, fraqueza, dor generalizada, arrepios,
febre, náusea e vômito.
Manganês: Causa anemia, dores abdominais, vômito, seborréia, impotência,
tremor nas mãos e perturbações emocionais.
Cloreto de Amônia: Acumula-se no organismo e provoca asfixia.
Arsênico: Causa doenças de pele, prejudica o sistema nervoso e pode causar
câncer no pulmão.
Berílio: Causa câncer no pulmão.
Retardantes de chamas (BRT): Causam desordens hormonais, nervosas e
reprodutivas.
PVC: Se queimado e inalado, pode causar problemas respiratórios.
[...] o tratamento inadequado do lixo, tanto pela população que o joga
irresponsavelmente em qualquer lugar, quanto pelas agências públicas, que
raramente dispõem de sistemas de tratamento adequado, transforma as
cidades em um campo minado [...]. (VIOLA et al. 1987, p. 83).

Devido aos componentes altamente tóxicos encontrados nos eletrônicos eles


não podem ser descartados em lixo comum, nem em lixões, ou aterros sanitários
como resíduos urbanos comuns e nem podem ser incinerados.
“A incineração do lixo produzido nas cidades tem sido contestada em diversas
comunidades pelos efeitos da emanação de gases” (LEITE 2003, p. 23).
Essa emanação de gases contribui para a intensificação do efeito estufa e
liberam ozônio em baixas altitudes, provocando sérios danos à saúde humana.
39

De acordo com estudos do IBGE divulgados no ano de 2010 aproximadamente


64% dos municípios depositam seus resíduos em lixões a céu aberto e sem nenhum
tratamento, sendo que em torno de 14% somente, possuem aterros sanitários.
Segundo LEITE (2003, p. 20) “Um dos mais graves problemas ambientais
urbanos da atualidade é a dificuldade de disposição do lixo urbano”.
O lixo eletrônico antes era um problema dos países desenvolvidos, hoje com a
evolução acelerada da tecnologia, como se desfazer de toda essa sucata eletrônica
produzida passou a ser um problema do mundo inteiro.
Partindo dessa compreensão pode-se afirmar que a destinação final
inadequada dos resíduos eletrônicos, causa perturbações no ecossistema,
acarretando assim contaminação das águas, solo e lençóis freáticos e a proliferação
de vetores de doenças.
O desenvolvimento econômico e o bem-estar do ser humano dependem
dos recursos da Terra. O desenvolvimento sustentável é simplesmente
impossível se for permitido que a degradação ambiental continue. O
desenvolvimento econômico e o cuidado com o meio ambiente são
compatíveis, interdependentes e necessários. O desenvolvimento
econômico podem e devem coexistir com um meio saudável. (DIAS, 2003 p.
226).

O desenvolvimento econômico é importante e necessário, mais ele deve


caminhar lado a lado com a sustentabilidade, para que não haja conflito entre
crescimento econômico e qualidade de vida.

“Condições tecnológicas, industriais e formas de organização e gestões


econômicas da sociedade estão em conflito com a qualidade de vida” (MORATO
LEITE, 2003, p. 21).

Diante do problema exposto, provindo do avanço tecnológico e


conseqüentemente do consumo inconsciente da população surgiu a necessidade de
modernizar todo o sistema logístico.
40

4 MODERNIZAÇÃO DA LOGISTICA

4.1 LOGÍSTICA REVERSA

A crescente demanda e oferta de novas tecnologias que desencadearam o


consumo inconsciente da população e, por conseguinte a redução do ciclo de vida
mercadológico dos produtos e conseqüentemente o aumento das quantidades de
materiais descartados pela sociedade, tem se tornado um grande problema para o
meio ambiente, a sociedade e para as organizações. Essa realidade do alto índice
de descartabilidade de resíduos sólidos acabou despertando a sensibilidade
ecológica dos consumidores, visto que a população passou a presenciar os ímpetos
causados pela destinação final inadequada desses resíduos, bem como os
desastres ecológicos.
A partir de tais problemas gerados, viu-se a necessidade de modernizar o
sistema logístico. A partir dessa necessidade surgiu um novo conceito em logística
denominado a logística reversa, com a proposta de revalorização dos produtos
obsoletos.
Logística reversa: em uma perspectiva de logística de negócios, o termo
refere-se ao papel da logística no retorno de produtos, redução na fonte,
reciclagem, substituição de materiais, reuso de materiais, disposição de
resíduos, reforma, reparação e remanufatura [...]. (STOCK, 1998, apud
LEITE, 2003, p.15).

Conforme contextualizado a logística reversa consiste em agregar valor a um


bem após o fim de sua vida útil, reintegrando-o novamente ao ciclo produtivo.
Os conceitos de logística reversa evoluíram ao longo do tempo e hoje é
definida por como sendo,
[...] a área da logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo e as
informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós venda
e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ciclo produtivo, por meio dos
canais de distribuição reversos, agregando-lhes valor de diversas
naturezas: econômicos, ecológico, legal, logístico, de imagem corporativa,
entre outros. (LEITE, 2003, p. 16-17).

Diante da definição de Leite pode-se afirmar que além dos ganhos financeiros
e logísticos que a logística reversa proporciona, existem também os ganhos
41

referentes à imagem institucional, já que a postura de empresa ecologicamente


correta atrai a preferência dos clientes.

A Figura 5 a seguir, representa o processo logístico reverso de forma simples


e dinâmica, como sendo o processo de planejar, executar e controlar o fluxo de
matérias-primas, estoque em seguimento e produtos acabados, tendo como objetivo
a aquisição de um novo valor ou a realização de um descarte adequado.

Figura 5: Representação esquemática dos processos logísticos diretos e reversos.


Fonte: LACERDA (2009). Disponível em:
http://www.sargas.com.br/site/artigos_pdf/artigo_logistica_reversa_leonardo_lacerda.pdf.

Então pode-se afirmar que as matérias reaproveitadas deste processo


logístico reverso, retornam ao processo tradicional de suprimentos, produção e
distribuição.

A distribuição no sistema logístico além de favorecer a comunidade onde está


inserida, a sociedade e o meio ambiente, beneficia ainda a redução dos custos
globais, pois é possível ter uma boa economia com base no reaproveitamento de
materiais, além de ser ainda um diferencial competitivo numa economia globalizada.

4.2 CANAL DE DISTRIBUIÇÃO REVERSO DE PÓS-VENDA


42

Os bens de pós-venda são taxados como os bens devolvidos com pouco ou


nenhum uso.
[...] a Logística reversa de pós-venda é a área de atuação que se ocupa do
planejamento, operacionalização e controle do fluxo físico e das
informações logísticas correspondentes de bens de pós-venda, com ou sem
uso, os quais por diferentes motivos retornam aos diferentes elos da cadeia
de distribuição direta que se constituem de uma parte dos canais reversos
pelos quais fluem esses produtos. (LEITE, 2003, p. 206).

Pode-se afirmar que a logística reversa de pós-venda é uma importante


ferramenta com relação a aumento de competitividade no mercado e diferenciação
no nível de serviço ao cliente.
Seu objetivo estratégico é agregar valor a um produto logístico devolvido
por razões comerciais, erros no processamento dos pedidos, garantia dada
pelo fabricante, defeitos ou falhas de funcionamento do produto, avarias no
transporte, entre outros. Esse fluxo de retorno se estabelecerá entre os
diversos elos da cadeia de distribuição direta, dependendo do objetivo
estratégico ou do motivo de retorno. (LEITE, 2003, p. 206).

Outro motivo de retorno de bens de pós-venda é o termino da validade, ou


problemas apresentados após a venda, chamados de recall. Vale ressaltar que um
recall em produtos serve para aprimorar, avaliar e principalmente para inspecionar a
qualidade dos produtos para que não apresentem novos erros.
De acordo com LEITE (2003), um dos principais canais reversos de pós-
venda é o e-commerce, pois devido à falta de contato entre cliente e produto o
número de devoluções é relativamente maior. O nível de devoluções por não-
conformidades às expectativas do cliente da ordem de 25 a 30% em relação ao
volume de vendas.
A partir das conjunções apresentadas, pode-se afirmar que o canal reverso de
pós-venda tem por objetivo, viabilizar operacionalmente o retorno de produtos ao
ciclo produtivo, agregando valor aos mesmos.
A logística reversa de pós-venda trata do retorno dos produtos de pós-venda
por motivos de “Garantia/Qualidade”, “Comerciais” e de “Substituição de
Componentes”.
Pode-se rotular como devoluções por “Garantia/Qualidade”, os produtos
devolvidos por motivo de defeitos de fabricação ou de funcionamento, quando do
retorno desses produtos eles podem ser submetidos a consertos ou reformas e
assim voltam novamente ao mercado com valor comercial.
43

São classificados como “Comerciais”, os produtos devolvidos por motivo de


erros de expedição, pontas de estoque, erros de processamento de dados, validade,
etc.,
Na classificação “Substituição de Componentes”, categoriza-se os bens
duráveis e semiduráveis, que tem seus elementos submetidos a manutenções e
consertos ao longo de sua vida útil, e são reparados, assim recebem destinação final
adequada, quer seja retornar ao mercado, reciclagem ou descarte.
Abaixo a figura 6 representando o fluxo logístico de pós- venda.

Figura 6: Fluxo reverso de pós-venda.


Fonte: LEITE (2003)
Disponível_em:<http://pessoal.facensa.com.br/girotto/files/Logistica_de_Distribuicao/logistica_reversa
.pdf.>

4.3 CANAL DE DISTRIBUIÇÃO REVERSO DE PÓS-CONSUMO


44

A vida de um produto não termina na sua entrega para o cliente.


[...] Um produto ou material torna-se bem de pós-consumo quando sua vida
útil é encerrada e, mesmo assim, ainda podem retornar ao ciclo produtivo,
ou serem enviados a destinos tradicionais, como a incineração ou os aterros
sanitários. (LEITE, 2003, p. 34).

Quando os produtos tornam-se obsoletos eles devem retornar ao seu ponto


de origem para serem reaproveitados ou descartados de maneira adequada.
“Os bens industriais apresentam ciclos de vida útil de algumas semanas ou
muitos anos, após o que são descartados pela sociedade, de diferentes maneiras,
constituindo os produtos de pós-consumo e os resíduos sólidos em geral”. (LEITE
2003, p. 6).
A logística reversa de pós-consumo trata de agregar valor econômico,
ecológico e logístico aos produtos de pós-consumo ou seus elementos constituintes,
em condições uso, fim de vida útil e resíduos industriais.
Estes bens e resíduos industriais de pós-consumo, podem ser
encaminhados para disposições finais seguras ou inseguras, do ponto de
vista ambiental. As disposições finais, tradicionalmente consideradas
seguras, são os aterros sanitários e a incineração, sendo as demais formas
consideradas inseguras, por acarretarem poluição ambiental. (FULLER e
ALLEN, 1995, p. 244).

O descarte dos produtos ao fim de sua vida útil é que dá origem ao processo
de logística reversa.
“O foco de atuação da logística reversa envolve a reintrodução dos produtos
ou materiais a cadeia de valor através do ciclo produtivo ou de negócios e, portanto,
um produto só é descartado em último caso”. (CHAVES e MARTINS, 2005, p. 3).
Os produtos de pós-consumo descartáveis em condições logísticas,
tecnológicas e econômicas, retornam ao ciclo produtivo pelo canal reverso de
“reciclagem industrial” como matéria prima secundária. Caso os bens de pós-
consumo não tenham as condições descritas às mesmas terão destinação final
adequada.
Na figura 7 abaixo representação de LEITE (2003) do fluxo logístico de pós-
consumo.
45

Figura 7: Fluxo logístico de pós-consumo.


Fonte: LEITE (2003)
Disponível_em:<http://pessoal.facensa.com.br/girotto/files/Logistica_de_Distribuicao/logistica_reversa
.pdf.>

4.4 FATORES DETERMINANTES DA LOGÍSTICA REVERSA

Existem vários fatores que podem ser considerados como determinantes da


logística reversa além da competitividade, que são os fatores econômicos,
ecológicos, legislativos, logísticos e tecnológicos.
Esses fatores são abordados por LEITE (2003) como os fatores que
interferem na organização e estruturação e, em conseqüência, no equilíbrio entre as
quantidades de bens de pós-consumo que são descartadas e as que são
reintegradas ao ciclo produtivo e que justificam o grau de inserção da logística
reversa na estratégia empresarial.
A figura 8 abaixo apresenta os fatores de influência da logística reversa de
pós-consumo.
46

Figura 8: Fatores que influenciam na organização dos canais reversos de pós-consumo.

Fonte: LEITE, 2003 p. 89

4.4.1 Fatores Econômicos

A logística reversa proporciona benefícios econômicos para as organizações


com base no reaproveitamento de materiais.
O objetivo econômico da implementação da logística reversa de pós
consumo pode ser entendido como a motivação para a obtenção de
resultados financeiros por meio de economias obtidas nas operações
industriais, principalmente pelo aproveitamento de matérias-primas
secundárias, provenientes dos canais reversos de reciclagem, ou de
revalorizações mercadológicas nos canais reversos de reuso e de
remanufatura. (LEITE, 2003, p. 107).

Tais benefícios são possíveis, pois as matérias primas provenientes de


produtos de pós-consumo são relativamente mais baratas para a produção de novos
produtos. Portanto a reintegração desses materiais no ciclo produtivo traz retornos
financeiros significativos para as organizações.
47

4.4.2 Fatores Ecológicos

A revalorização ecológica de um bem minimiza os impactos do mesmo ao meio


ambiente.
A revalorização ecológica de um bem em fim de vida é entendida como a
eliminação ou a mitigação desse somatório de custos dos impactos no meio
ambiente provocados pela ação nociva de produtos perigosos à vida
humana ou pelos excessos desses bens. (LEITE, 2003, p.124).

Diante da crescente visibilidade dos desastres ecológicos provindos do


descarte inadequado das sucatas eletrônicas, a sociedade tem ficado cada vez mais
ecologicamente sensibilizada. Logo a imagem de empresa ecologicamente correta
atrai a preferência dos consumidores. Essa preferência tem desencadeado novos
comportamentos ecológicos por parte das empresas, que tem expressado a sua
preocupação ambiental nas declarações de missões empresariais.

4.4.3 Fatores Legislativos

Os fatores legislativos são um dos principais motivos das empresas estarem


aderindo a logística reversa em suas operações.
“Um dos principais fatores estratégicos da logística reversa é o crescente
número de legislações ambientais que têm surgido em todo mundo”. (ROGERS E
TIBBEN LEMBKE 1999, p. 26)
Essas pressões legais têm impulsionado as empresas a agirem de maneira
socialmente responsável.
“Empresas fabricantes de produtos que de alguma maneira impactem
negativamente o meio ambiente serão certamente afetadas por legislações
restritivas de alguma natureza às suas operações [...]” (LEITE 2003, p. 153).
No Brasil em 10 de março de 2010 foi aprovado o novo projeto de lei, que diz
em seu artigo 1° que,
Esta Lei institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, dispondo sobre
seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes
relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos,
incluindo os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do Poder
Público, e aos instrumentos econômicos aplicáveis. (Lei nº 203, de 1991).
48

Com a intervenção governamental as empresas se vêem obrigadas a por em


prática suas políticas ambientais e agir em conforme com o meio ambiente seja na
hora de produzir ou de destinar adequadamente os produtos ao fim de sua vida útil.

4.4.4 Fatores Logísticos

O fator logístico é de importância fundamental para a estruturação e


organização dos canais reversos, pois aumenta o fluxo de informações e diminui o
hiato do percurso a ser percorrido quando do retorno do produto de pós-consumo ao
ciclo produtivo.
Dizem respeito à existência de condições de organização, localização e
sistemas de transporte entre os diversos elos da cadeia de distribuição
reversa: fontes primárias de captação, centros de consolidação e
adensamento de cargas dos materiais de pós-consumo, processadores
intermediários, centros de processamento de reciclagem e usuários finais
desses materiais reciclados. (LEITE, 2003, p. 92).

Conforme contextualizado o fator logístico influi diretamente no que tange


origem e destino. Sendo que a logística proporciona viabilidade econômica à
organização, pois possibilita acessibilidade dos produtos de pós-consumo no local
certo e com quantidade necessária.

4.4.5 Fatores Tecnológicos

Os fatores tecnológicos são de suma importância no processo logístico, pois


são estes os responsáveis pela eficiência e precisão do processo.
A existência de tecnologia adequada e economicamente viável, garantindo
os processamentos logísticos e industriais nas diversas etapas dos canais
reversos, é uma das condições básicas de estruturação e organização das
cadeias reversas de produtos e materiais, influindo ou permitindo equilíbrio
entre os fluxos reversos e diretos. (LEITE, 2003, p. 169).
49

Conforme contextualizado a tecnologia tem papel fundamental no tratamento


econômico dos resíduos sólidos no seu descarte. Sua importância vai desde a
elaboração do projeto do produto até o seu retorno ao ciclo produtivo quando
obsoleto.

4.5 UMA NOVA VISÃO SOBRE O RETORNO DOS PRODUTOS DE


PÓS-CONSUMO AO CICLO PRODUTIVO

Quando os produtos tornam-se obsoletos os mesmos devem retornar ao ciclo


produtivo para reciclagem ou para compor um novo produto final e então ser lançado
novamente no mercado, evitando danos ao meio ambiente e a sociedade.
O retorno dos produtos de pós-consumo ao ciclo produtivo é definido por LEITE
(2003) como,
Portanto, a logística reversa, por meio de sistemas operacionais diferentes
em cada categoria de fluxos reversos, objetiva tornar possível o retorno dos
bens ou de seus materiais constituintes ao ciclo produtivo ou de negócios.
Agrega valor econômico, ecológico, legal e de localização ao planejar as
redes reversas e as respectivas informações e ao operacionalizar o fluxo
desde a coleta dos bens de pós-consumo ou de pós-venda, por meio dos
processamentos logísticos de consolidação, separação e seleção, até a
reintegração ao ciclo. (LEITE, 2003, p. 17).

Conforme contextualizado os bens de consumo após o fim de sua vida útil


retornam ao ciclo produtivo como matéria prima secundária, ou seja, como
subproduto. Partindo dessa idéia pode-se afirmar que os produtos oriundos dessa
matéria prima secundária já chegarão ao mercado com sua vida útil em decadência.
DRUCKER (1995 apud BATALHA, 2001, p. 163) ainda afirma que a “logística
é última fronteira gerencial que resta ser explorada para reduzir tempos e custos,
melhorar o nível e a qualidade de serviços, agregar valores que diferenciem e
fortaleçam a posição competitiva da empresa”.
Com base nessa afirmação nota-se que a qualidade é uma característica
imprescindível no processo logístico, ou seja, não basta que o produto de pós-
consumo seja reciclado ou volte ao ciclo produtivo, o mais importante é que o
produto final saia com qualidade, e dessa forma a vida útil do produto seja
compatível com o tempo da necessidade do cliente final.
50

“Um dos critérios-chave para um relacionamento duradouro e uma garantia de


fidelização de clientes, obtidos por meio da logística empresarial integrada, é a
qualidade ou o nível de serviços logísticos que lhes são oferecidos”. (LEITE 2003, p.
207).
Partindo dos conceitos existentes de logística reversa e o objetivo da mesma
em melhorar os níveis de serviços ao cliente, chega-se a conclusão de que o retorno
dos produtos de pós-consumo ao ciclo produtivo como subproduto, além de gerar
um produto com vida útil programada, ocasionará ainda insatisfação por parte do
consumidor final, visto que o produto não terá a mesma qualidade de um produto
constituído por matérias primas primárias oriundas do meio ambiente.
“As coisas que a organização traz do ambiente – e o que ela faz com as
mesmas – irão determinar a qualidade e o preço de seu produto final”. (STONER &
FREEMAN 1999, p. 48).
O tempo de vida útil dos elementos que compõem um produto é diferente, e
dessa forma um subproduto de pós-consumo não pode compor um produto final.
A satisfação do cliente é uma preocupação fundamental da logística, dessa
forma o serviço ao cliente “é medido em termos de disponibilidade, desempenho
operacional e confiabilidade de serviço”. (BOWERSOX, 2001, p.24).
Os clientes buscam sempre o melhor nível de serviço, e um produto no
mercado a partir de matérias primas secundarias, ou seja, subprodutos não
oferecem esse nível de serviço, visto que o mesmo já chega ao mercado com pouco
tempo de vida útil.
A logística reversa é um diferencial competitivo e pode auxiliar a empresa na
retenção de seus clientes.
“O serviço a clientes bem-sucedido sempre implica olhar para seus produtos,
sua empresa e seus métodos de serviço a clientes através dos olhos dos seus
clientes”. (STERN, 2001, p.39).
Partindo da concepção de produtos gerados a partir de subprodutos com o
nível de qualidade que o cliente busca, se faz necessário que ao retornar ao ciclo
produtivo, os produtos de pós-consumo devem retornar como insumo e não como
subproduto.
Ao retornar ao ciclo produtivo como insumo as partes integrantes dos
produtos de pós-consumo devem ser separadas, transformadas em insumo e então
retornar ao ciclo produtivo, conforme figura 9 representada abaixo:
51

Figura 9: Retorno dos produtos de pós-consumo ao ciclo produtivo.


Fonte: Autores

4.6 LOGISTICA REVERSA NO SETOR DE COMPUTADORES

Conforme abordado no capitulo 3, as constantes inovações tecnológicas,


principalmente no setor de computadores têm criado um alto grau de obsolescência
dos produtos, devido a redução do ciclo de vida dos mesmos, levando a um alto
índice de descartabilidade.
Segundo LEITE (2003), os bens produzidos são classificados em três
categorias: bens descartáveis, bens duráveis e bens semiduráveis.
● Bens descartáveis: são os bens que apresentam duração de vida útil
média de algumas semanas, raramente superior a seis meses. Essa
categoria de bens produzidos constitui-se tipicamente de produtos de
embalagens, brinquedos, materiais para escritório, suprimentos para
computadores, artigos cirúrgicos, pilhas de equipamentos eletroeletrônicos,
fraldas, jornais, revistas, entre outros.
● Bens duráveis: são os bens que apresentam duração de vida média útil
variando de alguns anos a algumas décadas. Constituem bens produzidos
para a satisfação de necessidades da vida social e incluem os bens de
capital em geral. Fazem parte dessa categoria os automóveis, os
eletrodomésticos, os eletroeletrônicos, as máquinas e os equipamentos
industriais, os edifícios de diversas naturezas, os aviões, as construções
civis, os navios, entre outros.
52

● Bens semiduráveis: são bens que apresentam duração média de vida


útil de alguns meses, raramente superior a dois anos. Trata-se de uma
categoria intermediária que, sob o enfoque dos canais de distribuição
reversos dos materiais, apresenta características ora de bens duráveis, ora
de bens descartáveis. Trata-se de bens como baterias de veículos, óleos
lubrificantes, baterias de celulares, computadores e seus periféricos,
revistas especializadas, entre outros. (LEITE, 2003, p. 34).

O objetivo principal da logística reversa no setor de computadores é promover


meios de gerenciamento desses produtos ao fim de sua vida útil. Partindo dessa
concepção a logística reversa objetiva agregar valor aos produtos informáticos ou os
elementos dos mesmos, retornando-os ao ciclo produtivo por meio do canal reverso
de pós-consumo quando termina sua vida útil.
Atualmente, por motivos de legislação, redução de custos e imagem
corporativa, as organizações fabricantes de produtos de informática reutilizam os
elementos dos seus produtos eletrônicos quando chegam ao fim de sua vida
eletrônica. Dessa as organizações têm buscado meios de recuperar de alguma
forma os produtos de pós-consumo reinserindo-os novamente ao ciclo produtivo.
Uma placa mãe, por exemplo, pode ser diretamente reutilizada,
remanufaturando-a em brinquedos eletrônicos ao invés de enviá-la para aterros,
evitando assim o descarte da mesma no ambiente (RAVI; SHANKAR, 2005).
Dessa forma é possível reduzir custos e diminuir o impacto ambiental do
descarte dos produtos de informática.

4.7 BENEFÍCIOS EMPRESARIAIS INERENTES DO


GERENCIAMENTO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

Fatores antes considerados diferenciais competitivos e maneiras de


conquistar e fidelizar clientes não parecem surtir o mesmo efeito face ao novo
cenário corporativo. Preço, qualidade e atendimento são essenciais para entrar no
mercado, porém não são suficientes para permanecer nele. Sendo assim é
necessário algo que agregue valor perceptível aos clientes, algo que permita
relacionamentos duradouros com os mesmos, e nesse sentido conquistá-los vai
além de tais fatores, é preciso inovar.
53

[...] um dos critérios-chave para um relacionamento duradouro e uma


garantia de fidelização de clientes, obtidos por meio da logística empresarial
integrada, é a qualidade ou o nível de serviços logísticos que lhes são
oferecidos, tais como rapidez, confiabilidade nas entregas, freqüência de
entregas, disponibilidade de estoques [...] que agregue valor perceptível aos
clientes. (LEITE, 2003, p. 205).

A busca pela competitividade no meio corporativo tem levado as empresas a


investirem em logística reversa. A crescente sensibilização ecológica por parte dos
consumidores também tem incentivado a prática da logística reversa.
Os consumidores estão exigindo um nível de serviço mais elevado das
empresas e estas, como forma de diferenciação e fidelização dos clientes, estão
investindo em logística reversa (CHAVES e MARTINS, 2005, p. 1).
Os consumidores estão cada vez mais ecologicamente sensibilizados, desse
modo eles buscam mais que um bom atendimento. Diante dessa sensibilidade com
relação a questões ambientais, se faz necessário um relacionamento eficaz e
duradouro entre empresa e clientes, adequando os produtos e serviços as suas
necessidades e desejos.
As empresas que inserirem o processo reverso em suas operações tendem a
se destacar no mercado, visto que as mesmas oferecem serviço diferenciado aos
seus clientes. Quando a empresa investe em logística reversa, ela esta investindo
em benefícios para ela, a sociedade, o meio ambiente e as gerações futuras.
Mediante a diferenciação por serviços que a logística reversa oferece, as
organizações tendem a sobressair em relação à concorrência.
Os varejistas acreditam que os clientes valorizam as empresas que
possuem políticas mais liberais de retorno de produtos. Esta é uma
vantagem percebida onde os fornecedores ou varejistas assumem os riscos
pela existência de produtos danificados. Isto envolve, é claro, uma estrutura
para recebimento, classificação e expedição de produtos retornados. Esta é
uma tendência que se reforça pela existência de legislação de defesa dos
consumidores, garantindo-lhes o direito de devolução ou troca. (LACERDA,
2009).

Além dos benefícios econômicos e competitivos, a logística reversa


proporciona benefícios com relação à imagem institucional.
Alem das possíveis oportunidades oriundas desses ‘reaproveitamentos’,
‘reutilizações’, ‘reprocessamentos’, ‘reciclagens’ etc., a questão da
preservação ecológica dirigirá esforços das empresas para a defesa de sua
imagem corporativa e seus negócios, enquanto a sociedades se defenderão
por meio de legislações e regulamentações específicas. (LEITE 2003, p.
21).
54

A organização que inserir o processo reverso em sua cadeia produtiva,


agregará valor à sua imagem frente à sociedade, trazendo benefícios ao meio
ambiente, estabelecendo inclusive novas oportunidades de negócios, além de
benefícios como a geração de postos de trabalho, revertendo assim em benefícios
ao meio no qual está inserida.
A imagem corporativa vem ganhando espaço no ambiente competitivo, visto
que as organizações buscam relacionamentos duradouros com os clientes, e estes
devido à crescente consciência ecológica passou a exigir maior responsabilidade
sócio-ambiental das empresas, e com isso a imagem institucional vem ganhando
cada vez mais destaque.

4.7.1 Redução de Custos

A logística reversa além de proporcionar ganhos com relação à imagem


corporativa e competitividade, possui outro fator importante que é a redução de
custos, pois é possível minimizar parte das perdas econômicas.
De acordo com LACERDA (2009) as iniciativas relacionadas à logística
reversa têm trazido consideráveis retornos para as empresas.
As organizações têm sido instigadas a realizarem cada vez mais novas
iniciativas empresariais com base no reaproveitamento de materiais, pois a
utilização de embalagens retornáveis tem trazido benefícios econômicos às
organizações.
Ainda completa que os esforços em desenvolvimento e melhorias nos
processos de logística reversa podem produzir também retornos consideráveis, que
justificam os investimentos realizados. (LACERDA, 2009).
De acordo com os conceitos apresentados até então se percebe que podem
ser alcançadas significativas reduções de custos e inclusive agregação de valor dos
produtos pelos canais reversos de pós-consumo e pós-venda. É possível ter
redução de custos com o reaproveitamento de produtos e isso tem estimulado novas
iniciativas empresariais.
“[…] todo indivíduo e toda empresa têm condições de ‘evitar’ os impostos
mudando de comportamento, de designs, de processos e de aquisições.
Isso funciona. Muitas municipalidades aumentaram consideravelmente a
55

vida útil de um aterro sanitário quase repleto tributando os acréscimos


desnecessários ou recompensando a redução, a reutilização e a
reciclagem. Os impostos de aterros sanitários da Dinamarca aumentaram a
reutilização do entulho, nas construções, de doze para 82 por cento em
menos de uma década: vinte vezes mais que a taxa média de quatro por
cento da maioria dos países industrializados.” (GARDNER e SAMPAT apud
HAWKEN, LOVINS & LOVINS, 1999, p. 156).

Ao minimizar os impactos negativos da produção, os ganhos vão desde a


redução de matéria prima e a produção de um novo produto, além da utilização
eficiente dos produtos, transporte e armazenagem e, conseqüentemente os
benefícios com relação às pressões legais que também impactam no processo, tais
comportamentos empresariais acarretam em retorno financeiro.

4.7.2 Responsabilidade Social

As empresas têm tomado consciência de que para estar e permanecer no


mercado deve participar da sociedade de forma responsável.
Cada vez mais, em todo o mundo, as empresas têm sido estimuladas a
adotar indicadores que, ao espelhar o desempenho do negócio como um
todo, incluam a sua performance social. Cada vez menos esses indicadores
têm a ver com programas sociais patrocinados pela empresa, e cada vez
mais com a responsabilidade dela pelos impactos decorrentes de sua forma
de operar. “[...] responsabilidade social: trata-se da capacidade da empresa
ouvir e fazer convergir os interesses de suas diferentes partes interessadas.
(ESTEVES, 2000, p.244).

A partir dos preceitos de que empresa socialmente responsável tem a


preferência dos clientes e que o intermédio dessa visibilidade se dá por meio da
imagem institucional, políticas e práticas ambientais, as empresas têm definido
políticas de proteção ao meio ambiente, além de demonstrar essa preocupação em
sua missão e valores institucionais.
A variável ambiental, tanto quanto social, é introduzida na reflexão
estratégica de empresas lideres como um diferencial competitivo, por meio
da percepção de que o posicionamento e o reforço de suas imagens
corporativas permitirão a perenização de seus negócios, em um ambiente
em que essa diferenciação é extremamente difícil por meio de outras
variáveis mercadológicas. (LEITE, 2003, p. 134).

As empresas comprometidas com a responsabilidade sócio-ambiental


estabelecem programas e diretrizes de gestão dos impactos negativos de seus
56

produtos no ambiente através dos canais reversos logísticos. Assim é possível


melhorar o processo produtivo, enquadrando à empresa as estratégias pela busca
da eficácia competitiva, acarretando em redução de custos.
57

5 ESTUDO DE CASO

5.1 OBJETIVOS

O presente estudo de caso tem como objetivo avaliar como é feito o descarte
dos produtos eletrônicos na cidade de São Mateus/ES, e como é visto pelos
representantes a importância e necessidade dos fabricantes utilizarem métodos
reversos para retorno e descarte adequado dos produtos de pós-consumo.

5.2 ESTUDO DE CASO NAS EMPRESAS DE ELETRÔNICOS DE SÃO


MATEUS/ES

Para melhor desenvolvimento desta pesquisa, buscamos também livros, artigos


e revistas que tratam sobre o assunto em questão.
“Pesquisa de campo consiste na observação dos fatos tal como ocorrem
espontaneamente, na coleta dos dados e no registro de variáveis
presumivelmente para posteriores análises, não permite o isolamento e o
controle das variáveis supostamente relevantes, mas possibilita o
estabelecimento de relações constantes entre determinadas condições
(variáveis independentes) e determinados eventos (variáveis dependentes),
observados e comprovados”. (OLIVEIRA, 1999, p.124).

Entrevistamos treze empresas de consertos de eletrônicos e três grandes


empresas revendedoras de grande porte da cidade.
Optamos por realizar a pesquisa por meio de questionário, o mesmo é
composto por sete questões, com perguntas direcionadas, com o intuito de conhecer
as práticas que as mesmas utilizam para a destinação dos produtos quando termina
sua vida útil.
A questão 1 objetiva identificar a conscientização dessas empresas quanto ao
descarte correto do lixo eletrônico nessa cidade.
A questão 2 procura mostrar qual o tempo de permanência dos produtos dos
clientes no estabelecimento, quando os mesmo não retornam para buscá-los.
A questão 3 expõe a maneira como é feita a destinação final dos produtos
58

eletrônicos quando termina sua vida útil.


A questão 4 demonstra os destinos encontrados pelas empresas para
descartar o seu lixo eletrônico.
A questão 5 investiga a importância da inserção da logística reversa no
recolhimento do produto quando chega ao final de sua vida útil para as empresas.
A questão 6 identifica qual a melhor maneira para as empresas recolherem os
seus produtos de pós-consumo.
A questão 7 procura mensurar a quantidade de lixo eletrônico descartado
diariamente por essas empresas.
Em posse dos resultados desta pesquisa apresentamos a análise a seguir.

5.3 ANÁLISE E RESULTADO DA PESQUISA DE CAMPO

1- Você acha importante ter um descarte correto de


resíduos eletrônicos na cidade de São Mateus?

0; 0%

SIM
NÃO

16; 100%

GRÁFICO 1: IMPORTÂNCIA DO DESCARTE CORRETO

Diante de entrevista realizada com as empresas de eletrônicos da cidade de


São Mateus / ES, 100% acham importante que exista um local apropriado para o
descarte dos resíduos sólidos eletrônicos.
59

2- Quando o cliente deixa um produto e não retorna para


buscá-lo, qual é o período que você permite que os
equipamentos eletrônicos permaneçam no seu
comércio?
1; 6%

até 1 mês
4; 25%
de 01 a 6 mes es

mai s de 6 mes es

11; 69%

GRÁFICO 2: TEMPO DE PERMANENCIA DOS PRODUTOS ATÉ O DESCARTE

Com relação ao período que os produtos eletrônicos permanecem no


estabelecimento aguardando até que o cliente volte para buscá-lo 69% aguardam
até um mês para então dar destinação ao equipamento, 25% permitem que os
produtos permaneçam em seu estabelecimento por até 06 meses, e apenas 6%
permitem que os produtos permaneçam por mais de 6 meses aguardando o retorno
do cliente.

3- Quando o cliente não aparece para pegar o


equipamento deixado para receber os devidos
reparos, você :
1; 6%
4; 25%
Des ca rta
Reuti l i za
Ambos

11; 69%

GRÁFICO 3: QUANTIDADES DE DESCARTE E REUTILIZAÇÃO

Quando findado o tempo de espera pelo retorno do cliente para buscar os


produtos, 69% das empresas entrevistadas descartam os mesmos, 25% reutilizam
para remanufatura de outros produtos eletrônicos e 6% destinam esses produtos de
ambas as formas, descartam e reutilizam.
60

4 – Quando descartado, onde você descarta?

1; 6%
15; 94%

0; 0%

Lixo Ma te ens e

Devol ve a os
Fa bri ca ntes

Ma ntém
es toca do

GRÁFICO 4: LOCAL DE DESCARTE

Observando a estatística acima, 94% das empresas fazem o descarte do seu


lixo eletrônico no lixo mateense, mostrando assim o grande impacto ambiental que
este causa, devido não haver outro lugar para efetuar o descarte adequado.
Um fato importante neste gráfico é que apenas uma empresa se destacou em
termos de preocupação com a disposição final do seu lixo eletrônico.

5 - Você acha que as empresas que fabricam os


produtos deveriam ter responsabilidade em recolher
os mesmos?

2; 12,5%

SIM

NÃO

14; 87,5%

GRÁFICO 5: RESPONSABILIDADE DOS FABRICANTES

Com relação à responsabilidade do fabricante em recolher o que ele mesmo


produz, 87,5% das empresas concordam que os mesmos deveriam recolher o
produtos ao fim de sua vida útil.
61

6 - Se a pergunta anterior for positiva, qual é a forma que


as empresas deveriam utilizar para o retorno dessas
sucatas?

0; 0%

1; 6%

2; 13%

Posto de Coleta

Transportadora

Retirar no local

13; 81% Negaram a


pergunta anterior

GRÁFICO 6: FORMA DE RETORNO DOS PRODUTOS

Como melhor forma para recolhimento dos resíduos sólidos eletrônicos, 81%
acham que a melhor maneira se dá por meio de um posto de coleta.

7- Qual é a quantidade de lixo eletrônico descartado


diariamente?

2; 13%

0; 0%

01 à 10 uni da de s

a ci ma de 20
uni da des

a ci ma de 50
uni da des
14; 87%

GRÁFICO 7: QUANTIDADE DE DESCARTE DIÁRIO

As empresas de eletrônicos entrevistadas descartam cerca de 1 a 10 unidades


de produtos eletrônicos por dia.

Com base nos resultados da pesquisa de campo realizada na cidade de São


Mateus/ES, as práticas socialmente responsáveis com relação ao descarte dos
resíduos sólidos eletrônicos não estão sendo realizadas, além do mais não existe
apoio e nem incentivo governamental para que tais práticas sejam adotadas.
Existe consciência por parte das organizações sobre os impactos da
62

destinação inadequada do lixo eletrônico para o meio ambiente e conseqüentemente


a sociedade.
Apenas 25% das empresas entrevistadas reutilizam os produtos quando os
mesmos tornam-se obsoletos, dessa forma são descartados cerca de 10 produtos
diariamente por cada empresa, parece pouco, mais se multiplicado pela quantidade
de empresas que realizam esse descarte, anualmente a quantidade será
relativamente grande, e essa quantidade só tende a aumentar cada vez mais.
Devido à falta de local apropriado para destinação final dos equipamentos 94%
das empresas realizam seus descartes no lixo mateense, a céu aberto, expondo
toda a população mateense aos mais diversos riscos, principalmente às que moram
próximas ao lixão. Conforme abordado no capitulo 03, quando chove os produtos
tóxicos existentes nos equipamentos descartados escorrem e penetram nos lençóis
freáticos, correndo risco de que a água seja contaminada, contaminando os animais
e por fim as pessoas. É preciso que haja conscientização governamental, para que a
mesma ofereça condições de local adequado para o descarte desses resíduos.
Dentre as empresas entrevistadas uma nos chamou a atenção, a empresa
Pastore, pois por falta de destinação para o descarte dos produtos, a mesma possui
o 3º piso da loja repleto de sucata eletrônica. A empresa tem plena consciência das
conseqüências que seriam causadas caso esses resíduos fossem descartados em
local inapropriado, dessa forma a mesma encaminhou um ofício à justiça, pedindo
uma solução para se desfazer da sucata eletrônica de maneira adequada. Até então
a empresa Pastore não teve retorno desse ofício, portanto a mesma continua a
depositar os produtos eletrônicos obsoletos sem condição de reuso ou remanufatura
no andar em cima da loja.
Conforme as fotos apresentadas no apêndice 3 é possível evidenciar a
realidade descrita acima da empresa Pastore.
Onde na foto 3 é possível demonstrar a grandiosidade do espaço gasto com
sucata eletrônica, visto que o mesmo poderia ser utilizado para outros fins que
intermediassem a expansão do lucro da empresa.
Conforme a foto 4 conferida no apêndice 3 é possível mensurar a quantidade
de lixo eletrônico entulhada no local, bem como as condições quase impossíveis de
higiene, pois a grande quantidade de sucata dificulta o manejamento das mesmas e
do local.
Por fim, observamos o quão importante é o processo de logística reversa não
63

só na empresa Pastore, mas em todas as empresas que lidam com produtos


eletrônicos e buscam a excelência nos serviços prestados aos seus clientes e
conseqüentemente para o sucesso destas, ressaltando que para ter êxito neste
processo é necessário um apoio direto dos órgãos governamentais.
De acordo com as evidencias do estudo de campo, no setor de eletrônicos em
São Mateus/ES quase não existem práticas reversas de manejamento dos produtos
obsoletos, algumas empresas ainda reaproveitam esses bens de pós-consumo,
outra como a loja Pastore estoca.
A realidade que o estudo de caso apresentou não se delimita apenas na cidade
de São Mateus/ES, mais em todo o mundo. Essa é uma situação que esta
acontecendo de forma global. Por isso a necessidade de apoio governamental, para
que todas as empresas possam aderir à logística reversa como parte integrante do
processo de serviço ao cliente.
Após minucioso estudo das conjunções desse trabalho, chega-se ao seu
fechamento trazendo a seguinte conclusão.
64

6 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

Os avanços tecnológicos têm definido novos padrões de comportamento


humano, e isso têm mudado os rumos da economia. A tecnologia esta presente em
todos os momentos, em atividades simples do cotidiano das pessoas e das
empresas, além do mais possibilita atender os desejos mais simples de uma pessoa
até as mais diversas necessidades das grandes organizações.
A tecnologia proporcionou o alavancamento da economia mundial,
transformando as estratégias de fazer negócios, quebrando os limites, rompendo as
fronteiras nacionais, encurtando as distâncias e tornando o tempo momento
instantâneo para tomar decisões. Sua dinâmica resultou no aumento dos desejos e
das necessidades humanas que culminaram no aumento da produção, sendo esse o
principal instrumento utilizado para responder as suas expectativas.
A constância na produção acarretou em grande volume de produtos obsoletos,
pois às inúmeras inovações e facilidades de aquisição dos produtos eletrônicos
aguçaram o senso consumista da população. E isso tem gerado um forte agravante
do meio ambiente, que é o acumulo de lixo eletrônico, pois não tem existido
equilíbrio entre produção, consumo e meio ambiente.
A visibilidade dos problemas gerados a partir da falta de destinação final
adequada do lixo eletrônico tem ganhado destaque frente à sociedade, pois a
mesma esta exposta aos mais diversos riscos, inerentes do impacto ambiental
provinda da sucata eletrônica em destino final inadequado.
É diante de tudo isso, que este trabalho apresenta com o fim específico de
fomentar a reflexão de um mecanismo que possibilita o manejamento correto final da
sucata eletrônica, seja descartando, ou retornando ao ciclo produtivo para compor
um novo produto final.
Frente ao papel que a sociedade tem desenvolvido perante a realidade do lixo
eletrônico, a logística reversa passa a ser um mecanismo solucionador de tais
problemas gerados. Pois a partir dos novos rumos de competitividade empresarial e
pressões legais, a logística reversa passa a ser considerada uma ferramenta para as
empresas, principalmente como diferencial competitivo.
Ao se preocupar em recolher o lixo que ela mesma produz, as empresas
estarão se preocupando com a qualidade de vida das pessoas e com as gerações
65

futuras.
Acontece que a realidade apresentada no estudo de caso se faz presente de
forma global, pois as empresas e os órgãos governamentais ainda não se deram
conta da gravidade do problema que é o lixo eletrônico.
A questão é o que fazer com o lixo gerado? A empresa que produz e lança o
produto no mercado é responsável em dar destinação final adequada ao mesmo. A
logística reversa busca resolver esse problema, fazendo exatamente o caminho
inverso da logística tradicional, o produto ao fim de sua vida útil sai do consumidor
até a fábrica, onde é reinserido no ciclo produtivo como insumo, para então compor
um produto final com qualidade.
E se as organizações não aderirem à logística reversa como parte integrante
dos processos empresariais? Diante deste questionamento, analisamos que se as
empresas não implantarem esse processo em seu cotidiano empresarial, o lixo
eletrônico só terá dois caminhos a ser direcionado, o primeiro e mais comum é o
descarte do mesmo em lixo doméstico, que é direcionado aos aterros sanitários, e
que diferente do que muitos pensam, acarretará em problemas ambientais como
contaminação do solo ou dos lençóis freáticos, e isso tem acontecido com grande
intensidade devido aos avanços tecnológicos e a necessidade de se consumir aquilo
que estes avanços trazem, levando os produtos anteriores a essa evolução
tecnológica, a sofrerem uma obsolescência mais rápida que em tempos anteriores.
Quanto ao segundo caminho e não muito usual, é manter tais produtos dentro
de galpões, salas e cômodos dentro das empresas, formando assim lixões internos,
composto de sucata eletrônica, sujeira e principalmente acarretando na ocupação de
espaço que poderia ser destinado a uso benéfico para as empresas em questão.
Este acúmulo de lixo eletrônico é justamente devido a não se ter um local correto
para destinação desses produtos obsoletos. Algumas empresas até utilizam partes
dos produtos em consertos, mas quanto ao restante não se tem muito que se fazer.
Assim notamos que para se ter um local apropriado para esse descarte é
necessário haver uma nova postura governamental em nosso país. Não adianta
haver leis bem elaboradas em papel, se não há ação por parte dos órgãos
governamentais em implementá-las, e a não colaboração dos organismos sociais
em aderir e praticar no cotidiano de suas rotinas a atividade atinente em conter o
aumento dos resíduos descartados.
A logística reversa resolve o problema da destinação final dos produtos de pós-
66

consumo, e minimiza a utilização dos recursos naturais. Dessa forma as empresas


agem conforme a legislação ambiental e melhora sua imagem corporativa perante a
sociedade.
Mais não basta que apenas as empresas adéqüem seus processos a logística
reversa, é preciso que haja conscientização por parte do consumidor também, pois
quando o consumidor adquire produtos do Paraguai, por exemplo, para montar o
seu próprio equipamento eletrônico, o custo desse produto é relativamente mais
barato, mais e depois o que fazer com esse equipamento obsoleto? Essa é a
questão, porque esse produto não tem fabricante, dessa forma por falta de
responsável para recolher o mesmo quando termina sua vida útil eles vão parar em
lixões a céu aberto ou no próprio lixo doméstico, ou seja, não é dada destinação final
adequada, por isso a necessidade e importância dessa conscientização.
Entretanto não é suficiente ter uma sociedade consciente e pró-ativa, se os
governantes do nosso país não se atentarem para esse problema ambiental, social e
político-econômico que é o descarte adequado do lixo eletrônico, pois sem o apoio
dessas autoridades governamentais, não será possível atingir o tão sonhado
progresso, utilizando este processo revolucionário e de grande importância para
todos nós que é a logística reversa.
Pensando em melhores métodos de inserção da logística reversa nas
organizações, recomendamos a implantação de um SAC (Serviço de Atendimento
ao consumidor), um SAC reverso para recolhimento dos produtos, assim quando a
vida útil do produto chegar ao fim, o cliente poderá entrar em contato para
recolhimento do mesmo. A inserção dessa ferramenta vai trazer soluções plausíveis,
para o tratamento do lixo e possíveis avanços da tecnologia e crescimento das
empresas, além de ser uma forma de preocupação e valorização com o cliente.
Sugerimos ainda, que as organizações e a sociedade cumpram com o que
está determinado pela Lei nº 203 de 1991, aprovada em 10 de março de 2010, onde
é citada a Política Nacional de Resíduos Sólidos, pois sabemos que esta legislação
pode resolver o problema no que diz respeito à implantação da logística reversa no
descarte do lixo eletrônico, mas será necessária uma cobrança maior por parte dos
órgãos competentes e constante acompanhamento nas rotinas da sociedade.
Infelizmente é fundamental ainda, estipular punições para àqueles, sociedade
ou empresas, que não atenderem ao exposto na lei citada e assim levar a
funcionamento promissor deste mecanismo que é a logística reversa.
67

Por fim, concluímos este trabalho, afirmando que os efeitos da inserção da


logística reversa nos processos organizacionais, bem como parte integrante do
planejamento estratégico empresarial proporcionará resposta aos problemas
enfrentados pela falta de destinação dos resíduos principalmente eletrônicos,
potencializará maior competitividade corporativa aos desafios doravante,
promovendo desta forma, um ganho imensurável e incomparável à sociedade como
um todo.
68

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8 APÊNDICE
73

8.1 PESQUISA DE CAMPO SOBRE GERENCIAMENTO DO LIXO


ELETRÔNICO NA CIDADE DE SÃO MATEUS/ES.

Esta pesquisa tem como finalidade mensurar e conhecer as práticas de


gerenciamento do lixo eletrônico na cidade de São Mateus/ES. A pesquisa será
apresentada à Faculdade UNIVC como requisito parcial para obtenção do título de
Bacharel em Graduação em Administração de Empresas.
Contamos com a sua colaboração respondendo a todas as questões.

1- Você acha importante ter um descarte correto de resíduos eletrônicos na


cidade de São Mateus?
( ) Sim ( ) Não

2- Quando o cliente deixa um produto e não retorna para buscá-lo, qual é o


período que você permite que os equipamentos eletrônicos permaneçam no
seu comércio?
( ) ate 1 mês ( ) de 01 a 6 meses ( ) mais de 6 meses

3- Quando o cliente não aparece para pegar o equipamento deixado para


receber os devidos reparos, você:
( ) Descarta ( ) Reutiliza ( ) Ambos

4- Quando descartado, onde você descarta?


( ) Lixo Mateense ( ) Devolve aos Fabricantes

5 - Você acha que as empresas que fabricam os produtos deveriam ter


responsabilidade em recolher os mesmos?
( ) Sim ( ) Não

6 - Se a pergunta anterior for positiva, qual é a forma que as empresas deveriam


utilizar para o retorno dessas sucatas?
( ) Posto de Coleta ( ) Transportadora ( ) Retirar no local
74

7- Qual é a quantidade de lixo eletrônico descartado diariamente?


( ) 01 à 10 unidades ( ) acima de 20 unidades ( ) acima de
50 unidades
75

8.2 LEVANTAMENTO DAS INFORMAÇÕES COLETADAS NA


PESQUISA DE CAMPO UTILIZADA NO ESTUDO DE CASO

1- Você acha importante ter um descarte correto de


resíduos eletrônicos na cidade de São Mateus?

Alternativas Quantidade %
SIM 16 100%
NÃO 0 0%
TOTAL 16 100%

2- Quando o cliente deixa um produto e não retorna para


buscá-lo, qual é o período que você permite que os
equipamentos eletrônicos permaneçam no seu comércio?

Alternativas Quantidade %
até 1 mês 11 69%
de 01 a 6 meses 4 25%
mais de 6 meses 1 6%
TOTAL 16 100%

3- Quando o cliente não aparece para pegar o


equipamento deixado para receber os devidos reparos,
você:
Alternativas Quantidade %
Descarta 11 69%
Reutiliza 4 25%
Ambos 1 6%
TOTAL 16 100%

4 – Quando descartado, onde você descarta?

Alternativas Quantidade %
Lixo Mateense 15 94%
Devolve aos Fabricantes 0 0%
Mantém estocado 1 6%
TOTAL 16 100%
76

5 - Você acha que as empresas que fabricam os produtos


deveriam ter responsabilidade em recolher os mesmos?

Alternativas Quantidade %

SIM 14 87,5%

NÃO 2 12,5%
TOTAL 16 100%

6 - Se a pergunta anterior for positiva, qual é a forma que


as empresas deveriam utilizar para o retorno dessas
sucatas?

Alternativas Quantidade %
Posto de Coleta 13 81%

Transportadora 0 0%

Retirar no local 1 6%
Negaram a pergunta anterior 2 13%
TOTAL 16 100%

7- Qual é a quantidade de lixo eletrônico descartado


diariamente?

Alternativas Quantidade %
01 à 10 unidades 14 87,5%

acima de 20 unidades 2 12,5%

acima de 50 unidades 0 0%

TOTAL 16 100%
77

8.3 LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO DO ESTUDO DE CASO

Foto 1: Fachada da loja Pastore fechada.

Foto 2: Fachada da Loja Pastore aberta.


78

Foto 3: Depósito de sucata eletrônica da loja Pastore.

Foto 4: Sucata eletrônica entulhada.


79

Foto 5: Proprietário da loja Pastore em visita ao depósito de lixo eletrônico.

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