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Por que o povo católico chora a morte de

Dom Henrique?
Por FratresInUnum.com, 19 de julho de 2020 – A notícia do falecimento de Dom
Henrique Soares da Costa, bispo de Palmares-PE, mal tinha começado a ser divulgada, e
se desencadeava uma onda enorme de comoção por todo o Brasil, comoção especialmente
saliente nas redes sociais. Pessoas de todos os lugares do país, especialmente jovens,
lamentaram a morte do bispo como se fosse a morte de seu próprio bispo diocesano, de
seu pai, de seu amigo… Nunca se viu uma lamentação tão sentida pela morte de um bispo
como foi a de Dom Henrique Soares. Por quê?

Homem de oração, depois de ser monge beneditino e trapista, tendo abandonado a vida
contemplativa por limitações de saúde, Dom Henrique transparecia uma espiritualidade
verdadeira, de modo que suas palavras eram carregadas de uma força sobrenatural.

Pregador assíduo, utilizava todos os meios possíveis, inclusive as redes sociais, para
ensinar a doutrina católica, respondendo perguntas simples ou sofisticadas, mas sempre
com sabedoria, erudição e eloquência.

Exemplar, tinha um porte respeitoso, casto, varonil e paterno, que conciliava a firmeza e
o carinho numa harmonia rara, tão ausente hoje em nossa sociedade.
Dom Henrique não era um bispo de aeroporto ou de WhatsApp, distante das ovelhas ou
frio com o clero, não era um burocrata politicamente correto, um administrador que visava
somente os ganhos econômicos, não se preocupava consigo mesmo, antes, morreu por
sua abnegação: zeloso por seu ministério episcopal, deixou a saúde própria por último.

Dom Henrique falava como um pastor e não como membro de uma corporação. É por
isso que suas palavras vinham do coração, pois ele não estava falando para ser admirado
pelos seus pares no episcopado, mas para ser entendido pelo povo mais simples e católico.

O povo fiel sente hoje a sua ausência como uma orfandade porque encontrava nele um
bispo-bispo, não um bispo politiqueiro, um bispo membro de uma ONG, um bispo gerente
de uma empresa, um bispo apresentador de programa de televisão, um bispo incoerente
com sua vocação ou laicizado e de moral duvidosa. Não, ele realmente era um bispo-
bispo.

Apesar de defender o Concílio Vaticano II e de não ter nunca celebrado publicamente


uma missa tridentina – antes, era um entusiasta da tal “hermenêutica da reforma na
continuidade” e da “reforma da reforma” –, ele efetivamente era alguém que sabia
compaginar a nova liturgia com elementos tradicionais, sobretudo com a piedade e a
devoção que os sacramentos requerem por sua própria natureza. Embora compreendesse
a crise da Igreja a seu modo, nele transbordava o que nem o Vaticano II e suas reformas
puderam eliminar: a fé viva em Nosso Senhor Jesus Cristo.

Era um bispo que carregava o odor daquela tradição católica amada pelo povo, mas odiada
por tantos que aprenderam nos seminários a serem brutais e iconoclastas.

Ele se parte e deixa um vazio. É como se os católicos tivessem perdido uma perna e, de
repente, tudo ficasse um pouco mais difícil nesse quadro eclesiástico tão nebuloso que
vivemos.

Se o nosso clero fosse humilde e sábio – e que os seja! – tiraria as lições desta comoção
nacional e começaria a refazer o caminho de retorno para aquela pátria espiritual católica
cuja nostalgia faz hoje nosso povo tanto sofrer. Talvez o desaparecimento de Dom
Henrique possa despertar os tímidos, os fracos, os deprimidos a voltarem ao front desta
batalha pela fé e assumirem o protagonismo que lhes cabe, sem políticas nem concessões,
sendo uma imagem corajosa do Cristo Sacerdote que todo padre deveria ostentar.

Com caixão lacrado, em cerimônia rápida, Dom Henrique foi sepultado às pressas, como
mais um contaminado pelo vírus chinês. Decerto, ofereceu sua vida pela Igreja e teve a
sua oferenda aceita. Que a sua morte possa trazer vida à nossa religião tão castigada
justamente por aqueles que deveriam defendê-la.

— Adeus, Dom Henrique!

https://fratresinunum.com/2020/07/19/por-que-o-povo-catolico-chora-a-morte-de-dom-
henrique/

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