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Planos de aula / História / 7º ano / O mundo moderno e a conexão entre sociedades africanas, americanas e europeias

Eram os europeus donos de saberes e técnicas?


Por: Luís Antônio de Castro Morais / 09 de Junho de 2019

Código: HIS7_03UND05

Sobre o Plano

Este plano de aula foi produzido pelo Time de Autores de Nova Escola

Professor: Luís Antônio Morais

Mentor: Luis Felipe Nobrega

Especialista: Guilherme Moerbeck

Assessor pedagógico: Oldimar Cardoso

Ano: 7º ano do Ensino Fundamental.

Unidade temática: O mundo moderno e a conexão entre sociedades africanas, americanas e europeias.

Objeto(s) de conhecimento: Saberes dos povos africanos e pré-colombianos expressos na cultura material e imaterial.

Habilidade(s) da BNCC: EF07HI03 Identificar aspectos e processos específicos das sociedades africanas e americanas antes da chegada dos europeus, com destaque para as formas de organização social e o desenvolvimento
de saberes e técnicas.

Palavras-chave: Expansionismo, África, astecas, incas, saberes tecnológicos.

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Plano de aula

Eram os europeus donos de saberes e técnicas?

Materiais complementares

Documento
Contextualização - imagens
https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/c7gQAGqmn7JFhsZKXfghujMcMKNRTwmZ8UDkE6FtknEp5xPd2pMHzJCvgs3Q/his7-03und05-contextualizacao-imagens.pdf

Documento
Ficha de registro das estações
https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/uWnCDHNRbwKkgj2WRvWhnFNBNNVNkqYsjeYH2KHPjYETqxjdcHt3ZJU3ZVPw/his7-03und05-ficha-de-registro-das-estacoes.pdf

Documento
Estação: A civilização mexicana
https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/jCH8stqHeJEWWunXTwne83Zf7kM7seCw7TstKDwgMygmZS95x9vEauqfJ3Je/his7-03und05-estacao-a-civilizacao-mexicana.pdf

Documento
Estação: A civilização peruana
https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/DVzuMykzhkjBeRHt7Z5p9XPCkmX3fVVHmDjSBCfBfSrMEAKwE5x7cPsrVC4B/his7-03und05-estacao-a-civilizacao-peruana.pdf

Documento
Estação: Avanços tecnológicos das sociedades africanas
https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/9VrDHfCrP8nTge6bWNnCYpN8G3zBFYFR8YvNNxVqX9AKSwS5se9Evbdewdpz/his7-03und05-estacao-avancos-tecnologicos-das-sociedades-africanas.pdf

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Plano de aula

Eram os europeus donos de saberes e técnicas?

Slide 1 Sobre este plano


Este slide em específico não deve ser apresentado
para os alunos, ele apenas resume o conteúdo da
aula para que você possa se planejar.
Este plano está previsto para ser realizado em uma
aula de 50 minutos. Serão abordados aspectos que
fazem parte do trabalho com a habilidade
EF07HI03, de História, que consta na BNCC. Como
a habilidade deve ser desenvolvida ao longo de
todo o ano, você observará que ela não será
contemplada em sua totalidade aqui e que as
propostas podem ter continuidade em aulas
subsequentes.
Materiais necessários:
Link cronômetro online:
https://relogioonline.com.br/cronometro/. Acesso
em: 26/3/2019.
Contextualização - https://nova-escola-
producao.s3.amazonaws.com/c7gQAGqmn7JFhsZKXfghujMcMKNRTwmZ8UDkE6FtknEp5xPd2pMHzJCvgs3Q/his7-
03und05-contextualizacao-imagens.pdf
Ficha Análise das estações: https://nova-escola-
producao.s3.amazonaws.com/uWnCDHNRbwKkgj2WRvWhnFNBNNVNkqYsjeYH2KHPjYETqxjdcHt3ZJU3ZVPw/his7-
03und05-ficha-de-registro-das-estacoes.pdf
Estação Civilização mexicana: https://nova-
escola-
producao.s3.amazonaws.com/jCH8stqHeJEWWunXTwne83Zf7kM7seCw7TstKDwgMygmZS95x9vEauqfJ3Je/his7-
03und05-estacao-a-civilizacao-mexicana.pdf
Estação Civilização peruana: https://nova-escola-
producao.s3.amazonaws.com/DVzuMykzhkjBeRHt7Z5p9XPCkmX3fVVHmDjSBCfBfSrMEAKwE5x7cPsrVC4B/his7-
03und05-estacao-a-civilizacao-peruana.pdf
Estação Avanços tecnológicos das sociedades
africanas: https://nova-escola-
producao.s3.amazonaws.com/9VrDHfCrP8nTge6bWNnCYpN8G3zBFYFR8YvNNxVqX9AKSwS5se9Evbdewdpz/his7-
03und05-estacao-avancos-tecnologicos-das-
sociedades-africanas.pdf
Para você saber mais:
África: lugar das primeiras descobertas, invenções
e instituições humanas. Disponível em:
https://www.geledes.org.br/africa-lugar-das-
primeiras-descobertas-invencoes-e-instituicoes-
humanas/. Acesso em: 24/4/2019.
NASCIMENTO, Elisa (org). In: A matriz africana no
mundo. São Paulo: Selo Negro, 2008. (Sankofa:
matrizes africanas da cultura brasileira; 1).

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Slide 2 Objetivo
Tempo sugerido: 1 minuto.
Orientações: Projete, escreva no quadro ou leia o
objetivo para a turma. É muito importante começar
com esta apresentação para que os estudantes
entendam o que farão e compreendam aonde se
quer chegar no fim da aula. Contudo, tome cuidado
para, ao fazer isso, não antecipar respostas desde
o começo. É necessário sempre garantir que os
alunos construam o raciocínio por conta própria.

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Slide 3 Contexto
Tempo sugerido: 9 minutos.
Orientações: Antes de iniciar a Contextualização,
divida a sala de aula em seis grupos de trabalho que
deverão ser mantidos durante toda a atividade.
A dinâmica desta aula está baseada no conceito de
Rotação por estações, portanto busque fazer as
intervenções passo a passo, conforme descrito
abaixo:
Considerando uma turma com 36 alunos, organize
grupos com quatro componentes, totalizando,
assim, nove grupos. Estes mesmos grupos deverão
permanecer nesta formação até o fim da aula. (Em
turmas com maior ou menor número de
estudantes, leia o tópico Como adequar à sua
realidade, onde encontrará maiores informações
sobre a condução da atividade.) Atente para a
formação dos grupos para que os mesmos sejam o
mais heterogêneo possível, de modo que os alunos
possam se ajudar e também desenvolver-se
durante a aula.
Obs: Para turmas com maior ou menor número de
alunos, leia a seção Como adequar à sua realidade.
Organize o grupo de maneira que permita a
circulação de material entre eles no sentido
horário.
Peça que observem a imagem projetada e anotem o
que o grupo pensa em relação à pergunta
apresentada e inicie o debate com as perguntas
abaixo:
1 - O que a imagem representa?
É esperado que os alunos respondam que se trata
de uma cidade de grande porte, com trabalhadores
no primeiro plano.
2 - A cidade representada parece ser uma cidade de
grande porte? Com muitos habitantes?
É esperado que os alunos respondam que a
representação é de uma cidade que abriga diversas
pessoas e “evoluída”.
3 - Peça para os alunos observarem a planta da
cidade. Pela representação, uma sociedade sem
conhecimento técnico conseguiria construir uma
cidade assim? (Próximo slide.)
É esperado que os alunos digam que são
necessários conhecimentos técnicos e habilidades
para uma construção assim. Os estudantes podem
até trazer concepções de que é uma sociedade
“avançada”, “civilizada”, neste caso, você deve se
atentar para os termos e, se possível, discuti-los
com a turma em outro momento. Associação Nova Escola © - Todos os direitos reservados.
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com a turma em outro momento.


4 - Pergunte a turma se sabem de qual cidade são
as representações e onde ela fica.
Resposta pessoal.
Como adequar à sua realidade: A dinâmica da
Rotação por estações é facilmente adaptável à
realidade de sua turma. A proposta apresentada
contempla o número de quatro componentes, mas
é possível adequar este número para mais ou para
menos, de acordo com o seu contexto.
Utilize a lógica de formar grupos em múltiplos de 3
(três), para que todos os alunos consigam ter
acesso ao material da aula. Sendo assim, você terá
quantas rotações forem necessárias para atender o
total da turma, sempre considerando a formação
de três grupos para cada uma delas (não esqueça de
preparar a quantidade de material que atenda à
quantidade das rotações).
Por exemplo: Em uma sala com 24 alunos, você
pode formar seis grupos com quatro integrantes,
para a realização de duas rotações.
Mas se tiver uma sala com 48 alunos, pode formar
12 grupos com quatro componentes. Se entender
que 12 grupos é um número muito elevado
pode também distribuir os alunos de forma que
tenha nove grupos, sendo seis deles com cinco
componentes e três com seis componentes.
É preciso garantir o equilíbrio no número de
estudantes de cada grupo, ainda que não seja
possível formá-los exatamente com a mesma
quantidade.
Vale destacar a importância de grupos com
número reduzido de alunos para facilitar as
discussões e valorizar assim a colaboração entre
eles, sempre que possível.
Importante: Se tiver uma sala com poucos
estudantes, garanta a formação mínima de três
grupos, para que seja possível a realização de pelo
menos uma rotação completa, com o mínimo de
três componentes.
Se sua escola não contar com equipamentos
multimídia, pode imprimir seis folhas e distribuir
em cada grupo. Você pode usar um cronômetro
online para auxiliar no tempo das atividades.
Link para imprimir as imagens : https://nova-
escola-
producao.s3.amazonaws.com/c7gQAGqmn7JFhsZKXfghujMcMKNRTwmZ8UDkE6FtknEp5xPd2pMHzJCvgs3Q/his7-
03und05-contextualizacao-imagens.pdf
Link das imagens:
Tenochtitlán. Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tenochtitl%C3%A1n#/media/File:Murales_Rivera_-
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Tenochtitl%C3%A1n#/media/File:Murales_Rivera_-
_Markt_in_Tlatelolco_3.jpg.
Acesso em: 24/4/2019.
Planta de Tenochtitlán. Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Tenochtitlan_y_Golfo_de_Mexico_1524.jpg.
Acesso em: 24/4/2019.

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Slide 4 Contexto

Orientações no slide anterior


Planta de Tenochtitlán - Diego Rivera, 1945.
Wikipedia

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Slide 5 Problematização

Tempo sugerido: 30 minutos.


Orientações: Mantenha a sala dividida em seis
grupos. Esta atividade é baseada no conceito de
Rotação por estações e você deverá instruí-los
sobre os seguintes pontos:
Teremos três estações para seis grupos, ou seja,
sempre dois grupos trabalharão com a mesma
estação.
Os membros do grupo deverão participar
ativamente das discussões.
Cada grupo deverá ter:
Uma pessoa que escreverá (resumirá) o que foi
discutido pelo grupo.
Uma pessoa para alertar o grupo sobre o tempo
corrido em cada estação.
Uma pessoa para pedir informações/ajuda ao
professor, se necessário.
Uma pessoa responsável por levar o material da
estação para o próximo grupo.
Todos os grupos deverão ficar com suas fichas de
análises para anotar os pontos de cada uma das
estações de conhecimento.
O objetivo das estações é demonstrar, por meio de
textos e fontes, a tecnologia na América e na África
antes da chegada dos europeus. É comum
percebermos uma visão eurocêntrica em relação a
estas sociedades, como se não tivessem tecnologias
e fossem “atrasadas”, fato que mudou com a
chegada do europeu. Com base na análise dos
trechos selecionados o aluno terá acesso a uma
visão que mostra grandes cidades, construções,
sistemas
de comunicação e avanços tecnológicos.
Ficha de análise das estações: https://nova-
escola-
producao.s3.amazonaws.com/uWnCDHNRbwKkgj2WRvWhnFNBNNVNkqYsjeYH2KHPjYETqxjdcHt3ZJU3ZVPw/his7-
03und05-ficha-de-registro-das-estacoes.pdf
Estação civilização mexicana: https://nova-
escola-
producao.s3.amazonaws.com/jCH8stqHeJEWWunXTwne83Zf7kM7seCw7TstKDwgMygmZS95x9vEauqfJ3Je/his7-
03und05-estacao-a-civilizacao-mexicana.pdf
Tempo sugerido para a etapa: 10 minutos.
Estação Civilização peruana: https://nova-escola-
producao.s3.amazonaws.com/DVzuMykzhkjBeRHt7Z5p9XPCkmX3fVVHmDjSBCfBfSrMEAKwE5x7cPsrVC4B/his7-
03und05-estacao-a-civilizacao-peruana.pdf
Tempo sugerido para a etapa: 10 minutos.
Estação Avanços tecnológicos das sociedades
africanas: https://nova-escola-
producao.s3.amazonaws.com/9VrDHfCrP8nTge6bWNnCYpN8G3zBFYFR8YvNNxVqX9AKSwS5se9Evbdewdpz/his7- Associação Nova Escola © - Todos os direitos reservados.
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producao.s3.amazonaws.com/9VrDHfCrP8nTge6bWNnCYpN8G3zBFYFR8YvNNxVqX9AKSwS5se9Evbdewdpz/his7-
03und05-estacao-avancos-tecnologicos-das-
sociedades-africanas.pdf
Tempo sugerido para a etapa: 10 minutos.

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Slide 6 Sistematização

Tempo sugerido: 10 minutos.


Orientações: Como forma de sistematizar o
conteúdo e fomentar a comparação entre as
sociedades que foram estudadas, você deve pedir
para que os alunos listem alguns pontos
encontrados nas fontes e no texto que podemos
associar aos nossos dias atuais. O objetivo é levar os
alunos à reflexão sobre as tecnologias dessas
sociedades que, muitas vezes, são vistas como
inferiores.
Nos minutos finais você deverá pedir para que cada
grupo fale um elemento listado.
Os alunos podem destacar, por exemplo: o sistema
de correio, construções grandiosas, conhecimento
em medicina e astronomia, entre outros.

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Tenochtitlán - Diego Rivera, 1945. Wikipedia 

Planta de Tenochtitlán - Diego Rivera, 1945. Wikipedia 


FICHA DE REGISTRO DAS ESTAÇÕES 
Analise com atenção as fichas das Estações. Registre no documento abaixo quais são as percepções acerca das questões 
propostas no quadro. 
Questões  Civilização mexicana  Civilização peruana  Avanços tecnológicos das 
sociedades africanas 
Com  base  nas       
informações  presentes   
nos  textos,  trata-se  de 
uma  sociedade 
constituída  por  poucas 
pessoas? 
       
Há  alguma  relação  entre 
uma sociedade e outra? 
 
 
 
Podemos  afirmar  por       
meio  da  leitura  do  texto 
que,  antes  da  chegada 
dos  europeus,  essas 
civilizações  não  tinham 
conhecimento? 
 
Qual  foi  o  fragmento  do       
texto  que  mais  chamou 
atenção  do  grupo  e 
poderia  resumir  como  se 
organizava  esta 
sociedade? 
 
Há  mais  alguma       
informação  importante 
que deva ser anotada? 
 
 
 
Está  fundada  sobre  água,  nem  mais  nem  menos  que  Veneza...  Tem  três 
maneiras  de  ruas  largas e gentis. Umas são só de água, com muitíssimas pontes, outras 
só  de  terra,  e  as  outras  de  terra  e  água,  digo,  metade  de  terra,  por  onde  andam  os 
homens  a  pé,  e  metade  de  água,  por  onde  andam  os  barcos.  As ruas de água são de si 
limpas;  as  de  terra  varridas  a  miúdo. Quase todas as casas têm duas portas: uma sobre 
a  calçada  e  a  outra  sobre  a  água…  e  ainda  que  esteja  edificada  sobre  a  água,  não  se 
aproveita  dela  para  beber, mas trazem uma fonte de Chapultepec, que fica a uma légua 
dali  [...]  Desta  fonte  se  abastece  a  cidade  e  se  provêem  os  tanques  e chafarizes que há 
por  muitas  casas,  e  em  canoas  vão  vendendo  daquela  água,  de  que  pagam  certos 
direitos.  
O  mais  lindo  da  praça  são  as  obras  de  ouro  e  as  de  penas,  com  que  imitam 
qualquer  coisa  e  cor.  E  são  os  índios  tão  oficiais  disto,  que  fazem  de  penas  uma 
mariposa,  um  animal,  uma árvore, uma rosa..., tudo tão ao próprio que parece que está 
vivo  ou  natural...  Mas  o  ofício primeiro e mais primoroso é o de ourives; e assim trazem 
ao  mercado  coisas  bem lavradas... Um prato oitavado, com um quarto de ouro e outros 
de  prata,  não  soldado,  mas  fundido  e  ligado na fundição… Moldeiam um papagaio, que 
se  lhe  anda  a  língua,  que  se  lhe  meneia  a  cabeça  e  as  asas...  Também  esmaltam, 
engastam e trabalham esmeraldas, 
turquezas  e  outras  pedras...  Há  que  mirar  as  ervas  e  raízes,  folhas  e  sementes  que  se 
vendem,  tanto  para  comida  como  para  medicina;  pois  os  homens,  as  mulheres  e  as 
crianças  conhecem  muito  de  ervas,  porque,  com  a  pobreza  e  a  necessidade,  as 
procuram  para  comer  e  para  tratar  as  suas  doenças,  que  pouco  gastam  com  médicos, 
ainda  que  os  há,  e  muitos  boticários  que  levam  à  praça  unguentos,  xaropes,  águas  e 
outras coisas para enfermos. Quase todos os males se curam com ervas… 
O  ano  dos  mexicanos  é  de  360  dias,  porque  têm  18  meses  de  vinte  dias  cada 
um...  Têm  mais  5  dias...  intercalares,  em  que  se  celebram  grandes  festas  de  cruéis 
sacrifícios mas com muita devoção… 
(Francisco Lopez de Gomara (1512-1572?), «História Geral da Índias»). 
 
Acha-se  nas  nações  da  Nova  Espanha  grande  notícia  e memória das suas antiguidades. 
E  querendo  eu  averiguar  de  que  maneira  podiam  os  índios  conservar  suas  histórias  e 
tantas  particularidades,  soube  que,  se  bem  que  não  tivessem  tanta  curiosidade  e 
delicadeza  como  Os  chineses  e  japoneses,  todavia  não  lhes  faltava  algum  género  de 
letras e livros, com que a seu modo conservavam as coisas de seus maiores. [...] 
É  de  saber  que  tinham  os  mexicanos  grande  curiosidade  em  que  os  rapazes 
fixassem  de  memória  os  ditos  discursos  e  composições,  e  para  isto  tinham  escolas  e 
como  colégios  ou  seminários  onde'  os  anciãos  ensinavam  aos  jovens  estas  e  outras 
muitas  coisas,  que  por  tradição  se  conservam  tão  inteiras  como  se  delas  houvesse 
escrita. 
José de Acosta, História Natural e Moral das Índias, 1590. IN: FREITAS, Gustavo de. 900 textos e 
documentos de História. Plátano Editora, 1976. pp. 116-118.. 
 
 
 
 
 
 
Os  edifícios  e  construções  que  os  Incas  fizeram  em  fortalezas,  em templos e em caminhos, em 
casas  de  campo  e  outras,  foram  muitos  e  de  excessivo  trabalho,  como  o  manifestam  hoje  as 
ruínas  e  pedaços  que  ficaram,  como  se  vê  no  Cuzco,  em  Tiaguanaco  e  em  Tambo  e  noutras 
partes,  onde  há  pedras  de  imensa  grandeza  que  não  se  pode  pensar  como  se  cortaram, 
trabalharam  e  assentaram  onde  estão.  Para  todos  estes  edifícios e fortalezas... não usavam de 
argamassa,  nem  tinham  ferro  nem  aço  para  cortar  e  lavrar  as  pedras,  nem  máquinas  nem 
instrumentos  para  trazê-las,  e  com  tudo  isso  estão  tão  polidamente  lavradas  que  em  muitas 
partes  mal  se  vê  a  juntura  de  umas  com  outras,  e  são  muitas pedras destas tão grandes... que 
seria  coisa  incrível  se  não  se  visse...  Tudo  isto  se  fazia  a  poder  de  muita  gente  e  com  grande 
sofrimento  no  afeiçoar, porque para encaixar uma pedra com outra, conforme estão ajustadas, 
era forçoso tentá-lo muitas vezes, não estando 
geralmente elas iguais nem perfeitas…  
No  cômputo dos mexicanos... parece-me falta de consideração não ter em conta as luas, 
nem  fazer  a  distribuição  dos  meses  de  acordo  com  elas;  no  que  sem  dúvida  lhes  levaram 
vantagem  os  do  Peru,  porque  encontravam  cabalmente  seu  ano  de  tantos  dias  como  nós,  e 
repartiam  no  em  doze  meses  ou  luas,  consumindo  os  onze  dias  que  sobram  de  lua...  nos 
mesmos  meses.  Para  ter  certa  e  cabal  a  conta  do  ano,  usavam  esta habilidade: nos cerros que 
.estão  em  redor  da  cidade  de  Cuzco  que  era  a  corte  dos  reis  incas,  e  juntamente  o  maior 
santuário  de  seus  remos,  e  como  se  disséssemos  outra  Roma  -  tinham  postos  por  sua  ordem 
doze  pilarzitos,  em  tal  distância  e  postura  que,  em  cada  mês,  indicava  cada  um  onde  nascia  o 
Sol  e  onde  se  punha...  A  estes  pilares  do  Sol  faziam  certos  sacrifícios  conforme  a  sua 
superstição.  Cada  mês  tinha  seu  nome  próprio  e  distinto  e  suas  festas  especiais...  Conta  certa 
de  bissexto  não  se  sabe  que  a  tivessem  uns  nem  outros,  ainda  que  alguns  dizem  que,  sim, 
tinham… 
Os  índios  do  Peru,  antes  da  vinda  dos  Espanhóis,  nenhum  género  de  escrita  tiveram, 
nem  por  caracteres  ou  cifras,  ou  figurinhas,  como  os  da  China  e  os  do  México;  nem  por  isso 
conservaram  menos  a  memória  das  suas  antiguidades,  nem  tiveram  menos  sua  conta  para 
todos  os  negócios  de  paz  e  guerra  e  governo,  porque  na tradição de uns e outros foram muito 
diligentes, e como coisa sagrada recebiam e guardavam 
os  moços  o  que  seus  maiores  lhes  referiam,  e  com  o  mesmo  cuidado  as  ensinavam  a  seus 
sucessores.  Fora  desta  diligência,  supriam  a  falta  de  escrita  e  letras,  parte  com  pinturas, como 
as  de  México,  ainda  que  as  do  Peru  eram  mais  grosseiras  e  toscas,  parte,  e  sobretudo,  com 
quipos.  São  quipos  uns  memoriais  ou registos feitos de cordas, em que diversos nós e diversas 
cores significam diversas coisas. 
Para  acabar,  no  que  toca  a  isto  de escrever, poderá com razão alguém duvidar de como 
os  reis  de  México  e  do  Peru  tinham notícias de todos os seus remos, que eram tão grandes; ou 
de  que  maneira  despachavam  os  negócios  que  ocorriam  na  sua  corte,  pois  não  tinham  letras, 
nem  escreviam  cartas;  a  esta  dúvida  se  satisfaz  com  saber  que  de  palavra  e  por  pintura  ou 
memoriais  se  lhes  dava  muito  frequentemente conhecimento de tudo quanto se oferecia. Para 
este efeito havia homens de grandíssima ligeireza que serviam de correios, que iam e vinham, 
e  desde  jovens  os  criavam  no  exercício  de  correr  e  procuravam  que  fossem  muito  alentados, 
de  sorte  que  pudessem  subir  uma  ladeira  muito  grande  correndo  sem  cansar-se...  No  Peru 
houve  uma  curiosidade  nos  correios  estranha,  porque  tinha  o  Inca em todo o seu reino postas 
ou  correios,  que  aqui  chamam  chasquis...  Estavam  estes  chasquis  postos  em  cada  topo,  que é 
légua  e  meia,  em  duas  casitas,  onde  estavam  quatro  índios.  Estes  proviam-se  e  mudavam  por 
meses  de  cada  comarca,  e  corriam  com  o  recado  que  se  lhes  dava,  a  toda  a  fúria,  até  dá-lo  a 
outro  chasqui,  onde  sempre  estavam  apercebidos  e  acordados  os  que  haviam  de  correr. 
Corriam  entre  dia  e  noite  cinquenta  léguas,  por  ser  terra  asperíssima.  Serviam  também  para 
trazer  coisas  que  o  Inca  queria  com  grande  brevidade,  e  assim  tinha  no  Cuzco  pescado  fresco 
do mar, com estar a cem léguas, em dois dias ou pouco mais. 
José de Acosta, História Natural e Moral das índias, 1590. In: FREITAS, Gustavo de. 900 textos e documentos de 
História. Plátano Editora, 1976. pp. 121-122. 
É,  portanto,  inexato  atribuir  a  Hipócrates  (responsável  do  chamado  juramento  de 
Hipócrates,  uma  declaração  do  compromisso  profissional  do  médico) a prerrogativa de 
“pai  da  medicina”.  O  saber  médico  do  Egito  tem  como  referência  o  cientista  egípcio 
Imhotep,  que  desenvolvia  importantes  trabalhos  em  cerca  de  2800  a.C.  e  dominava 
muitas  técnicas  básicas  da  medicina.  Conhecia  vacinação  e  farmacologia,  além  de 
assepsia, anestesia, hemóstase e cauterização. 
[...] 
Além  da  medicina,  outra  área  de  destaque  no antigo saber africano é a astronomia. [...] 
Mais  impressionante  ainda é o conhecimento astronômico dos dogon, povo que vive na 
região  do  antigo  Mali.  O  conhecimento  tradicional  dogon  envolve  uma  concepção 
moderna  do  universo  e  um  saber  extremamente  complexo  a  respeito  da  astronomia. 
Há  cinco  ou sete séculos, os sacerdotes astrônomos dogon conheciam o sistema solar e 
descreviam a estrutura espiral da Via Láctea, as luas de Júpiter e os anéis de Saturno. 
[...] 
Os  dogon  desenvolveram  conhecimentos  bastantes  complexos  acerca  do  pequenino 
satélite  da  estrela  Sirius,  o  Sirius  B,  invisível  a  olho  nu.  O  calendário  de  festas  sagradas 
de  sua  tradição  religiosa,  de  mais  de  setecentos  anos,  define-se  com  referência  a  esse 
satélite  de  Sirius  que  a  astronomia ocidental só conseguiu observar em 1862. Os dogon 
desenhavam  com  exata  precisão  a  órbita elíptica em relação a Sirius. [...] Conhecedores 
de  86  elementos  fundamentais,  os  dogon  souberam  identificar  as  propriedades  do 
material de que o satélite é composto e chamavam-no ​sagala​.   
[...] 
No  campo  da  metalurgia,  há  vários  exemplos  do  domínio  africano  de  técnicas 
sofisticadas.  Há  mais  de  dois  mil  anos,  por  exemplo,  os  haya,  povo  de  fala  banta 
habitante  de  uma  região  da  Tanzânia,  perto  do  lago  Vitória,  produziam  aço  em  fornos 
que  superavam,  de  duzentos  a  quatrocentos  graus centígrados, a temperatura atingida 
por fornos europeus até o século XIX. 
[...] 
Na  matemática,  há  um  volume  enorme  de  conhecimentos  africanos.  A  construção  das 
pirâmides  egípcias,  em  torno  de  2700  a.C.,  exigiu,  por  exemplo,  um  domínio 
avançadíssimo  da  engenharia  baseado  numa  matemática  de  geometria  capaz  de 
projetar ângulos com 0,070 graus de precisão.  
[...] 
 
Palco  de  uma  movimentação  constante  em  busca  de  novos  espaços,  rotas  comerciais, 
intercâmbio  e  comunicação  internacional,  a  África  nunca  se  reduziu  a  um  viveiro  de 
povos  isolados,  perdidos  na  selva  e  ocupados  com  a  pesca  e  a  caça  [...].  No  século  XII, 
por  exemplo,  Estados  da  África  oriental  mandavam  ouro  e  elefantes  à  China  em 
embarcações  muito  mais  sofisticadas  do  que  a  caravela,  utilizada  pelos  portugueses 
três séculos mais tarde em sua acidental chegada às Américas. (Sertima, 1976, p. 50-70) 
 
NASCIMENTO, Elisa (org). O desenvolvimento tecnológico africano. In: A matriz africana no mundo.  
São Paulo: Selo Negro, 2008. (Sankofa: matrizes africanas da cultura brasileira;1). pp. 41-46 

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