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Expresso
ECONOMIA 2093
8 de dezembro de 2012
www.expresso.pt
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02 ECONOMIA Expresso, 8 de dezembro de 2012
Amândio
Santos
Presidente da Derovo
e da Portugal Foods
José Ferreira
Machado Portugal mais Carlos Oliveira formaliza no Japão primeira 30 personalidades
Diretor da Nova
School of Business
austero também foi pedra para uma cidade inteligente em Lisboa discutem o futuro
and Economics menos transparente na SIC Notícias
A Universidade Nova entrou na lis-
ta das 30 melhores escolas de negó- 1 Dinamarca Primeiro, os japoneses convidaram Japão, uma economia madura e 12-12-12. A curiosa combinação
cios da Europa, elaborada pelo jor- 1 Finlândia António Costa, o presidente da tecnologicamente muito avançada. O numérica desta data foi a escolhida
nal “Financial Times”, estando na 1 Nova Zelândia Câmara de Lisboa, para observar no contrato vale dois milhões de euros e pela SIC Notícias para a realização
29ª posição. É um sinal de que as 4 Suécia Japão o que era uma “cidade foi subscrito por quatro grandes da mesa-redonda Fala Futuro 3.0.
escolas de negócios em Portugal es- 5 Singapura inteligente”. Depois, eles próprios empresas japonesas (NTT Data, NTT Uma iniciativa organizada pelo
tão a fazer boa figura lá fora, já que 6 Suíça vieram a Lisboa e assinaram uma Docomo, Mitsubishi Heavy Industries “Falar Global”, programa de ciência
também a Católica Lisbon School 7 Austrália Carta de Intenções com o Governo. e Joint Research Institute). O estudo e tecnologia da SIC Notícias e que
of Economics e a Porto Business 7 Noruega Tornaram a vir e realizou-se um estará pronto em março e vai contar repete o modelo de debate já posto
School (32ª e 55ª posições, respeti- 9 Canadá seminário com empresários sobre as com a participação de empresas em prática noutras datas com
vamente), fazem parte da lista. 9 Holanda possibilidades do negócio. Agora, foi portuguesas, algumas das quais simbologia associada ao mundo
33 Portugal a vez do secretário de Estado da acompanharam os secretários de digital: 10-10-10 e 11-11-11. Tal como
Inovação, Carlos Oliveira, e da Estado nesta visita. Ao Expresso, nas edições anteriores, o fórum Fala
Isabel Num ano, Portugal desceu uma Energia, Artur Trindade, irem ao Carlos Oliveira disse que o próximo Futuro vai levar ao Pavilhão do
Jonet posição na lista dos 176 países que Japão. Na quarta-feira, o primeiro passo é a constituição de um Conhecimento, em Lisboa,
Presidente compõem o Índice de Perceção de deles assinou em Tóquio com os “consórcio informal” destas 30 personalidades portuguesas
do Banco Corrupção 2012, da Transparency responsáveis da NEDO, a agência empresas, que possam depois de diferentes áreas de atividade
Alimentar International. Mas numa década governamental japonesa para as trabalhar no projeto e potenciar que vão ser confrontadas com
perdeu dez lugares face aos países Novas Energias, o contrato para o a participação de outras, mais 30 perguntas relacionados com
que se colocam nos primeiros lançamento do concurso para a pequenas, numa área onde Portugal temas como emprego e segurança
Apesar de alguns apelos absurdos lugares do ranking, considerados os realização do estudo de viabilidade tem competências reconhecidas. social, empreendedorismo e
ao boicote às campanhas do Ban- mais transparentes: caiu do 23º de uma “cidade inteligente” em Depois do desastre nuclear de educação, sustentabilidade, ciências
co Alimentar Contra a Fome, na patamar para o atual 33º, numa Lisboa. Trata-se de implantar na Fukushima, o Japão está a investir e tecnologia. O programa “Falar
sequência de declarações recen- lista que aponta o Afeganistão, capital um conjunto de tecnologias fortemente nas energias alternativas, Global” dedicado ao Fala Futuro
tes proferidas pela sua presiden- Coreia do Norte e Somália como os de ponta nas áreas da mobilidade e sendo hoje um enorme estaleiro 3.0 será emitido na SIC Notícias
te, Isabel Jonet, os portugueses países mais corruptos do mundo. eficiência energética, uma ideia que nesse campo, com projetos de a 15 de dezembro e repetido
voltaram a contribuir em massa Entre os 27 da UE, Portugal fica na Costa acarinha e o Governo vê com centenas de milhões de euros. O no dia seguinte. Os vídeos ficarão
para esta instituição, com um vo- 15ª posição, à frente de Malta, bons olhos pelas possibilidades de problema é entrar. O contrato agora disponíveis em
lume de alimentos idêntico ao de Grécia, Itália e os países de Leste. cooperação e negócio que abre com o assinado é uma primeira porta. www.falarglobal.com.
campanhas anteriores, cerca de 3
mil toneladas.
PT é o 6º operador
PORTUGAL GANHA TRÊS PRÉMIOS NO EUROBEST do mundo que mais
E BAIXOS investe em I&D
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Expresso, 8 de dezembro de 2012 ECONOMIA 03
É
pela Unidade Técnica de Apoio Até outubro, a receita fiscal caiu 4,2% sindicato pretende requerer a humorística como se
Orçamental (UTAO) da Assembleia em termos de variação homóloga inconstitucionalidade da lei do pode explicar a alguém
ESTIMATIVA
da República: nos primeiros nove acumulada e a UTAO afirma que esta trabalho portuário e continua que quer ser esclarecido
meses do ano, o défice das contas receita “deverá ficar aquém do novo empenhado em avançar com uma sobre o conceito
públicas, em contabilidade nacional — objetivo anual, tanto a relativa a denúncia junto da Organização estatístico de “média”:
usada pelas autoridades europeias
para avaliar Portugal — terá ficado
entre 5,9% e 6,3% do PIB, muito
acima da meta de 5% acordada entre
5,9%-6,3%
do PIB é o intervalo em que a Unidade
impostos diretos como indiretos, não
obstante aquele objetivo ter sido
recentemente revisto em baixa”.
Aliás, a revisão em baixa das
Internacional do Trabalho (OIT),
porque considera que viola uma
convenção internacional aprovada
para este sector. Os estivadores
— Se eu comer um frango
inteiro e tu nada comeres, posso
afirmar que, em média, comemos
meio frango cada um.
o Governo e a troika para 2012. É Técnica de Apoio Orçamental estima previsões para a receita fiscal tem defendem que a dita convenção Esta explicação, sendo
certo que só no final do ano se que se tenha situado o défice público sido uma constante ao longo de 2012. prevalece sobre as leis portuguesas. estatisticamente correta, tem uma
sentirão os efeitos do corte dos até setembro, em contabilidade E os últimos meses do ano não devem Vítor Dias refere ainda que o seu componente sádica, mas é muito
subsídios de Natal a funcionários nacional (aquela que é utilizada pelas trazer qualquer notícia positiva neste sindicato, “juntamente com os pedagógica. Com efeito,
públicos e pensionistas, mas, face a autoridades europeias para avaliar domínio, já que o corte dos subsídios parceiros europeus, vai fazer pressão alerta-nos, através de um absurdo,
estes números, a UTAO considera Portugal). Números muito acima da de Natal e a antecipação das duras em Bruxelas”, que, considera, “tem para aspetos essenciais que devem
“extraordinariamente difícil de meta de 5% prevista pelo Governo — medidas de austeridade já anunciadas tido um cuidado extremo para não estar presentes na leitura de
alcançar” o objetivo de 5%. E salienta e acordada com a troika — para o para 2013 devem penalizar ainda colidir com nenhuma matéria desta indicadores estatísticos, muito
que, “a confirmar-se esta estimativa, final de 2012. mais o consumo e o andamento da convenção internacional”. Na especialmente quando se pretende
o cumprimento do objetivo nominal economia, logo, as receitas fiscais. A segunda-feira, os sindicatos dos definir uma política para atuar
para 2012 implica que no último confirmação de que a zona euro se Estivadores do Centro e Sul e dos sobre uma dada situação.
trimestre se registe um défice sem encontra em recessão e o maior Trabalhadores do Porto de Aveiro Na verdade, os indicadores
precedentes em anos mais recentes — pessimismo do Banco Central entregaram um novo pré-aviso de estatísticos são conceitos teóricos
período em que a contração da Europeu sobre a evolução da greve que prolongará a paralisação que ajudam a compreender a
economia deverá ser ainda mais economia da eurolândia adensam em curso até à véspera de Natal. situação que se quer analisar, mas
acentuada do que a verificada até ao ainda mais as nuvens sobre o Estes sindicatos entraram em greve não “retratam” necessariamente
momento —, mesmo considerando o comportamento das receitas fiscais em setembro e os efeitos negativos uma realidade. Assim, tomar
valor previsto para a concessão do em Portugal, tornando o destas paralisações já afetam quase decisões com base em índices
serviço público aeroportuário de cumprimento da meta do défice este todos os sectores da indústria e da estatísticos, sem cuidar de
apoio à aviação civil”. As receitas ano quase uma miragem. agricultura portuguesa. ponderar a realidade que está em
causa, pode conduzir a um mundo
irrealista que perspetiva o
desastre. Na citada anedota,
QUIZ DA SEMANA
Capital de Risco por Rodrigo de Matos fica-se tranquilo quanto ao nível
de subsistência alimentar dos
personagens e, se houver lugar a
1 Quantos portugueses
estão em risco de pobreza
preocupações, será quanto ao
excessivo regime alimentar que
parece denunciar.
ou exclusão social? Vem isto a propósito de
a) Em 2011 ascendiam a 2,5 afirmações feitas correntemente
milhões sobre o nosso atual nível de
b) Em 2011 eram 2,6 milhões fiscalidade, considerando-o mais
c) Em 2011 eram 2,4 milhões baixo que o nível “médio” da
maioria dos países europeus,
4 Quantos automóveis
ligeiros se venderam a menos
nos restantes países europeus tal
não acontece.
É neste sentido que se deve
nos primeiros 11 meses face a medir o esforço fiscal e, se o
igual período de 2011? fizermos, estamos realmente
a) Menos 53 mil longe da média europeia, mas no
b) Menos 62 mil sentido contrário ao que sugere a
c) Menos 47 mil simplista análise das médias.
O mesmo rigor analítico deveria
5 A Autoridade Tributária
ultrapassou em novembro o EM OFF tos no BES... e na conta do futebolista.
E ficou a saber-se que há quem conside-
Olha que dois! Juntaram-se no
Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa,
colocar-se no conceito de
rendimento bruto. Este último é já
de si muito falível porque,
objetivo da cobrança coerciva re que a profissão de banqueiro tam- para responder à pergunta “Onde para o evidentemente, não tem em conta,
de dívidas fiscais. Qual era o Empreiteiro ao pódio Um bém é de desgaste rápido, tal como a Dinheiro?” Artur Santos Silva, presiden- nem pode ter, as situações
valor fixado para 2012? pequeno grupo de empresários partici- dos jogadores de futebol. Um dos admi- te da Fundação Calouste Gulbenkien, e individuais que torna muito
a) ¤1500 milhões pava numa conferência em Xangai em nistradores do BES disse-o taxativa- presidente da administração do BPI, e o diferente o que aparenta ser igual.
b) ¤1100 milhões que uma organização chinesa anuncia- mente, a que não será alheio o filme de fundador do BCP, Jorge Jardim Gonçal- Mas passa de falível a incoerente
c) ¤1000 milhões va o empresário do ano. E quando espe- terror que os bancos portugueses vi- ves. Dois históricos da banca que se afas- quando se sobrepõem diversas
rariam que a distinção premiasse um vem desde que, em 2008, se verificou a taram com a ousadia do BCP de tentar medidas fiscais e não fiscais, todas
6 O desemprego em
Espanha não para de subir
empresário ligado a sectores de ponta,
tecnológicos ou afins, ficaram banza-
dos com a escolha de um empreiteiro
implosão de alguns gigantes da banca
internacional.
comprar o BPI, em 2006 e com a ‘con-
traousadia’ posterior do BPI de tentar
comprar o BCP. Consta que o encontro
baseadas simultaneamente
naquele conceito. Na verdade, só
tem sentido falar em rendimento
e ultrapassa já... local. Mas, a surpresa só durou até sa- não correu mal, embora não tenha enchi- bruto relativamente ao montante
a) 4,9 milhões de pessoas berem que a construtora cometera a do as medidas de quem queria de facto que o contribuinte usufruiria se
b) 4,2 milhões de pessoas proeza de erguer um prédio de sete an- saber onde para o dinheiro e ali se dirigiu não fosse tributado. Se esse
c) 5,3 milhões de pessoas dares em três dias, a tempo de uma fei- ao final de tarde da passada terça-feira... rendimento não é recebido por
ra em Xangai. E não se pense que se motivos e regras extrafiscais, o
tratava de uma solução frágil de pré-fa- Zonaecom, Zonangol... rendimento bruto não devia ser o
bricação. A estrutura resistia a um sis- Já tanto se especulou sobre uma fusão inicial, mas corrigido.
mo de grau 7 na escala de Ritcher. O entre a ZON e a Sonaecom que, quando Caso contrário, à medida que as
industrial inventara um novo e re- o negócio acontecer, provavelmente reduções se acumulam, os
volucionário método! provocará em algumas pessoas uma rendimentos líquidos
certa indiferença. Todas as sema- aproximam-se dos níveis dos que
ILUSTRAÇÃO PAULO BUCHINHO
CR7 e Ricardo Sal- nas é dada como certa — esta não estão isentos de impostos.
gado com profissão foi exceção —, e já muito se escre- Acontece mesmo que já existem
de desgaste... rápido veu sobre o tema. Daí que tenham contribuintes que estão no limiar
O famoso futebolista Cristiano Ro- surgido potenciais designações para e que carecem de apoios, sem
naldo e o banqueiro Ricardo Salgado a empresa resultante desse negó- deles poder usufruir dado o seu
têm coisas em comum... Na sede do cio: Zonaecom foi uma delas, ou- elevado rendimento bruto!
BES Espanha em Madrid, renovaram o tra, mais recente, é Zonangol, em Se só nos fiássemos nos valores
6 — a)
Soluções: 1 — b); 2 — a); 3 — c); 4 — a); 5 — b);
contrato de publicidade que tem um re- alusão ao capital angolano que está cegos das estatísticas, um dos dois
torno grande para a captação de depósi- presente na Zon... cidadãos morrerá à fome...
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04 ECONOMIA Expresso, 8 de dezembro de 2012
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Expresso, 8 de dezembro de 2012 ECONOMIA 05
Há coisas que estão Agora sou a criatura que prepara as asas para o voo
sou o chefe da estação que se esqueceu de apitar
sou a beata que falhou na missa
E agora, sr.
Presidente?
a correr bem aparentemente o barro solto num jardim questão grega está definitiva-
perdido perdido
na imensidade das mãos
das curvas e dos sons das névoas que elas traçam
Sim hoje amor a tarde ou a manhã de nunca
A mente a inquinar o ambiente
político e económico euro-
peu e o que se passa nos dois
países sob assistência internacional.
O que aconteceu esta semana foi pe-
hoje as balas o sangue a confusão noso. O primeiro-ministro e o minis-
decisivas horas que se arrastam sem cor tro das Finanças admitiram publica-
mente que Portugal deveria benefi-
no tempo da maior desespe- seu, com mais de oito milhões de e cerram-se janelas pombas de luto vermelho ciar das novas regras concedidas a
É
rança que é preciso encon- obras, que visa preservar e promover Agora a partida com aviões silenciosos Atenas, no quadro de uma nova rene-
trar razões para acreditar a cultura e a história da humanidade. aéreos e possíveis os desejos gociação da ajuda concedida aos helé-
que não estamos condenados A Eleutério, fundada em 1925 em Tra- a dança a enxada nicos. O presidente do eurogrupo dis-
ao declínio moral, social e cul- vassos, é uma empresa familiar, que se o mesmo. Dois dias depois, após
tural. Eis seis dessas razões. tem vindo a passar a sua arte e a tradi- o campo juncado de berros oceânicos afirmações dos ministros franceses e
ção da filigrana de geração em gera- as trevas a noite grandes infindáveis alemão das Finanças, aconselhando
1. A Logoplaste anunciou esta sema- ção. A marca está presente em Ango- e na sombra das casas a Irlanda e Portugal a não pedir o
na que ganhou um concurso para for- la, EUA, Inglaterra, Moçambique, mesmo que foi concedido à Grécia,
necer a Procter & Gamble nos Esta- Brasil e Polónia e prepara-se para en-
a luz brilha todos mudaram de posição, com ar-
dos Unidos contra o atual fornecedor trar no mercado russo. e a esperança nasce gumentos patéticos (perguntas mal
americano e contra as duas maiores no grito do miúdo da quinta geração de estátuas percebidas, assuntos muito comple-
empresas mundiais da Malásia. Vai as- 4. O Seedcamp, o maior fundo de in- nas asas do primeiro antiporteiro xos, etc., etc.). Agora vem o Presiden-
sim investir 31,5 milhões de dólares vestimento de capital semente da Eu- te da República dizer, preto no bran-
na construção de uma fábrica em Kan- ropa, vai investir em três start-ups na- Agora hoje choro sinto co, que devemos pagar menos comis-
sas City. Em cinco anos, esta é a déci- cionais: CrowdProcess (que criou um o canto sobe sões e ter mais tempo para pagar o
ma fábrica que a Logoplaste abre no sistema que usa a capacidade instala- e há arestas quebradas que pedimos emprestado. É o contrá-
mercado NAFTA (EUA — 5; Canadá da em computadores espalhados pelo montras sem vidros rio da estratégia seguida pelo Gover-
— 3; México — 2), onde espera faturar mundo, para construir uma platafor- no e do que está contido no Orçamen-
¤140 milhões no final de 2014. ma de supercomputador com capaci- e bolos agora há bolos pão to do Estado 2013. Há, pois, uma cla-
Ou seja, com persistência, trabalho dades de processamento muito eleva- a fome saciada ra clivagem entre Belém e São Bento
e competência é possível batermo- das para tarefas específicas); Hole19 sou como um café quanto aos caminhos a seguir para
-nos, de igual para igual, com os me- (um conjunto de produtos móveis e combater a crise. E como o Governo
lhores e vencê-los. E a internacionali- online para a indústria do golfe, per-
de muitos agrupados muitos de comboio e sempre direitos não vai mudar, a pergunta que se co-
zação não é fácil mas não está vedada mitindo aos golfistas análises de per- Na metamorfose fatal o grito assoma loca é: e agora, sr. Presidente? Falou
às empresas portuguesas. formances, contactos com instrutores a criança rompe a dieta o leito apenas ou pensa agir?
e cursos); e Qamine (um software de e pela primeira vez
2. Os Douro Boys, que agrupam cinco teste que funciona como uma plata-
produtores de vinhos da região — forma de serviços de ajuda aos progra- é um chefe de estações esquecido
Quinta do Vallado, Niepoort, Quinta madores identificando erros e bugs e uma beata revoltada Financiar
do Crasto, Quinta do Vale Dona Ma- propondo de forma automática pa-
Joaquim Benite (1943-2012), 'Primeiro poema para a manhã',
ria, Quinta do Vale Meão — venceram
o Prémio Europeu de Promoção Em-
drões de correção dos mesmos).
São apenas seis exemplos. Mas são a
Arquivo histórico de imprensa do jornalista Pedro Foyos. empresas:
Quando andava pelos vinte anos, queria ser poeta.
presarial da Comissão Europeia, na
categoria “Apoio à internacionaliza-
prova de que temos capacidades, com-
petências e talentos para ultrapassar
Mas a censura cortou cerce esse sonho, proibindo duas versões
a publicação dos seus poemas, como é o caso deste.
ção das empresas”. A justificação pa- esta desgraça que cai sobre todos nós. Perdeu-se um poeta, ganhou-se um grande encenador
ra o prémio assenta na cooperação en- e um dos maiores construtores do teatro português. relação entre bancos e peque-
tre os cinco produtores para promo-
ver conjuntamente os seus vinhos no
exterior sem perder a identidade pró-
pria, um esforço, segundo Bruxelas,
que “deu origem a um aumento de
Logoplaste, Douro Boys,
Eleutério, Crowdprocess,
A nas e médias empresas que
trabalham para o mercado in-
terno está gélida. Num traba-
lho publicado na última edição do Ex-
presso, os cinco maiores bancos na-
134% nas exportações de vinho dos Hole19 e Qamine são a cionais foram muito esquivos a deter-
produtores” em causa. Ao prémio prova de que temos minar quanto emprestaram às PME
concorriam outros cinco concorren- capacidade e talento para através das linhas de crédito que cria-
tes, oriundos da Bélgica, Hungria, Li- ram para o efeito. Na verdade, os ban-
tuânia, Malta e Eslováquia. ultrapassar a desgraça cos querem apoiar empresas exporta-
Este é um excelente exemplo para que cai sobre todos nós doras com uma estrutura económico-
as pequenas e médias empresas portu- -financeira equilibrada e projetos
guesas, que não tem capacidade, só com mérito. Assim é fácil ser banquei-
por si, para promoverem os seus pro- ro. Eis a síntese que faz um conheci-
dutos no exterior. Atuar em conjunto do empresário nacional: “A banca es-
nesse plano não só poupa recursos co- tá a financiar as empresas boas, fiá-
mo aumenta a eficácia quanto ao obje- veis e exportadoras com juros compe-
tivo que se pretende atingir. titivos. Mas as empresas viradas para
o mercado nacional e que estão a so-
3. Conhece a marca portuguesa de frer as agruras do ajustamento, a es-
joalharia Eleutério? Provavelmente sas estão a evitá-las a todo custo. Não
FOTO JORGE SIMÃO
não. Pois bem: o British Museum não sei para que serve o sistema de Garan-
só conhece como acaba de aquirir um tia Mútua que até agora só acumula
conjunto de peças desta marca portu- resultados positivos, sendo uma fon-
guesa (as coleções Flora, Lace e te para o Governo. A banca prefere
Oriental Fantasy) para integrarem a então, fazer aplicações financeiras,
exposição permanente daquele mu- em águas calmas...”
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06 ECONOMIA Expresso, 8 de dezembro de 2012
CRISE
} França coloca
¤3970 milhões
em leilão de dívida
“A FRAQUEZA ECONÓMICA DA ZONA
EURO VAI CONTINUAR NO PRÓXIMO
RISCO
SOBE
APESAR
“O ponto mais alto da crise foi em junho,
aquando das eleições gregas. Agora, temos a
DE LEILÃO
tendência inversa. Uma mudança de política
Foi o leilão de dívida
ANO”, DISSE MÁRIO DRAGHI, POSITIVO está em curso, de uma gestão
de longo prazo com PRESIDENTE DO BANCO CENTRAL Espanha emitiu esta semana da crise pura e
os juros mais baixos EUROPEU (BCE), NO FINAL DA REUNIÃO ¤4251,8 milhões em simples, para o
de sempre obrigações a 3, a 7 e a 10 anos
DO CONSELHO DE GOVERNADORES, e arrecadou mais uma verba
enfoque nos
QUE DECIDIU MANTER A TAXA DE JURO de financiamento já para 2013, assuntos estruturais
] Economia britânica
vai fechar em DIRETORA EM 0,75%. O BCE PREVÊ QUE mas os juros no mercado
secundário e o risco de
e na
competitividade”
recessão este ano O PIB DA ZONA EURO QUEBRE ENTRE incumprimento da dívida
OLLI REHN
subiu. Os investidores dizem
O PIB vai cair 0,1%, diz 0,4% E 0,6% ESTE ANO E QUE POSSA que há abundância de
Comissário Europeu
de Assuntos Económicos
chanceler do Tesouro VOLTAR A CAIR PARA O ANO. obrigações espanholas. e Financeiros
Espanha Mário
Draghi
Resgate não
da anima
mercados
banca O Banco Central Europeu
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Expresso, 8 de dezembro de 2012 ECONOMIA 07
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08 ECONOMIA Expresso, 8 de dezembro de 2012
IMPOSTOS
fiscal tira
cais em todo o mundo. Só aos Es- medidas concertadas de combate evitar a repetição do boicote dos
tados-membros da União Euro- a estes expedientes. consumidores britânicos, ocorri-
peia, a evasão fiscal custa cerca n A receita gerada pela Google O tema está tão quente que, es- da na passada quinta-feira.
de ¤1 bilião, por ano, segundo cál- Portugal é faturada a empresas ta semana, a Comissão Europeia Os esquemas utilizados com o
culos da Comissão Europeia di- estrangeiras, sobretudo à apresentou um plano de comba- objetivo de reduzir a tributação
n Faturas de serviços de
União: empenharem-se na identi-
ficação de paraísos fiscais e colo-
cá-los em listas negras; e reforçar
as convenções para evitar dupla
tributação.
dos Assuntos Fiscais, Paulo Nún-
cio. “São diversas as multinacio-
nais na área das novas tecnolo-
gias cuja atividade é conhecida
e regularmente escrutinada pe-
— como a Irlanda, Holanda, Lu- publicidade passadas a clientes Nuno Sampaio Ribeiro, espe- la AT, que controla a faturação
xemburgo, Bermudas ou Caraí- portugueses (a que Expresso cialista em fiscalidade interna- recíproca entre entidades do
bas —, as grandes tecnológicas teve acesso) têm como entidade cional, explica que na maior par- grupo (preços de transferên-
como a Google, Apple, Face- prestadora a Google Ireland Ltd. te dos casos o que está em causa cia), bem como certas despesas,
book e Amazon (que passaram a é, no que toca às empresas com nomeadamente na área de in-
ser conhecidas pelo acrónimo n A faturação estimada para atividades em vários países, “a- vestigação e desenvolvimento”,
GAFA) conseguem evitar milha- 2011 no mercado português é de purar o imposto que correspon- entre outros aspetos.
res de milhões em impostos. ¤40 milhões. Assumindo que o de à atividade económica efetiva-
A Google está no centro deste lucro tributável será de 31% das mente desenvolvida no país”.
furacão que está a pôr a nu es- suas receitas, a Google teria de Além da legalidade, questiona- Para evitar erosão das
quemas de planeamento fiscal pagar impostos sobre ¤12 -se sobretudo a moralidade des- receitas fiscais, Governo
agressivos. Em Portugal, a mul- milhões. Ou seja, a fatura do te tipo de práticas que, na opi- português vai atuar nos
tinacional terá registado um vo- IRC seria muito superior aos nião de Nuno Sampaio Ribeiro, preços de transferência
lume de negócios próximo de cerca de ¤57,7 mil que a acarretam um “risco reputacio- das multinacionais
¤40 milhões em 2011, mas ofi- companhia desembolsou. nal que pode ser letal para as
cialmente gerou receitas de marcas”. O advogado considera
¤3,63 milhões e terá pago que se “trata de um erro estraté- Por exemplo, a atuação ao ní-
¤57,7 mil de IRC. Na prática, os gico que deixa as empresas ex- vel dos preços de transferência
clientes portugueses são fatura- tremamente vulneráveis”, ten- é crucial para “evitar a erosão
OUTROS CASOS
dos a partir da Irlanda, que fun- do em conta a cada vez maior de receitas fiscais portuguesas
ciona como a sede europeia. Os hostilidade da opinião pública e com o recurso a políticas de pre-
¤9,5 mil milhões apurados co- dos media face ao planeamento ços agressivas por parte de mul-
mo royalties no Velho Continen- Apple fiscal abusivo. tinacionais que estão em vários
te são depositados nas Bermu- É alvo de um intenso escrutínio mercados e que, assim, colocam
das, após uma escala na Holan- devido à suspeição de que Pressão da opinião pública o maior volume de custos em ju-
da. E, só depois, seguem para a recorre a regimes de nula ou risdições de tributação elevada,
Califórnia. baixa tributação para reduzir os Uma preocupação que terá leva- transferindo os lucros para paí-
A pressão por receitas e a noto- impostos. Fora do mercado do esta semana a subsidiária do ses em que a tributação é mais
riedade das companhias envolvi- norte-americano a Reino Unido da Starbucks, que baixa”, refere o governante. Em
das foram, em parte, o rastilho pa- multinacional faturou mais de também tem estado sob suspei- 2012 entrou em funcionamento
ra que a França, o Reino Unido e 32 mil milhões de dólares em ta de evasão fiscal, a anunciar a uma unidade de grandes contri-
a Alemanha avançassem com 2011 e pagou apenas 713 intensão de pagar mais impos- buintes da AT e o volume de cor-
Multinacionais tecnológicas como ofensivas fiscais contra os quatro milhões de impostos. tos em 2013 e 2014. É que, em reções efetuadas em matéria de
a Google, Apple, Facebook gigantes. Mas outras companhias
também estão a ser escrutinadas Facebook
15 anos de atividade naquele
país, a cadeia americana de ca-
preços de transferência atingiu
os ¤1650 milhões.
e Amazon estão a ser investigadas pelas autoridades de vários paí-
ses (ver caixa). Aliás, o planea-
Está debaixo de uma ‘ofensiva’
por parte das autoridades fiscais
fés (760 lojas) quase sempre in-
dicou prejuízos e apenas uma
Ana Sofia Santos
e João Ramos
por fuga aos impostos mento fiscal abusivo está no cen- do Reino Unido, onde declarou vez apresentou lucros taxáveis. assantos@expresso.impresa.pt
receitas de 33 milhões de
dólares, uma pequena parte dos
282 milhões que terá, de facto,
vendido naquele mercado e
terão sido registados na sede
europeia do website na Irlanda.
Amazon
Além de estar sob investigação
na Europa, a Amazon tem uma
disputa fiscal nos EUA no valor
de mil milhões relacionados
com preços de transferência.
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Expresso, 8 de dezembro de 2012 ECONOMIA 09
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10 ECONOMIA Expresso, 8 de dezembro de 2012
ESTADO
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Expresso, 8 de dezembro de 2012 ECONOMIA 11
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12 ECONOMIA Expresso, 8 de dezembro de 2012
SISTEMA FINANCEIRO
Imparidades e provisões Emparedada entre a recessão e o malparado, a banca, apesar de ajudada, está longe de estar a salvo
O
se no plano domésti- Os banqueiros sabem que o sector se esteve na agenda. nais, que têm muita dívida pública e se to e a fatura começou a chegar também
co e a confirmação mantém em tensão e estão preocupa- O Presidente da República terá abor- ela voltar a desvalorizar — o que aconte- para eles, ‘amarrados’ (sobretudo na ha-
esta semana da en- dos com o impacto recessivo do Orça- dado ainda os resultados da inspeção cerá se a recessão se arrastar — vai pe- bitação) a spreads e a juros baixos que
trada em recessão mento do Estado de 2013 na economia. do BdP a oito bancos do sistema sobre sar negativamente sobre as contas. lhes limitam os lucros nestas operações.
técnica da Zona Eu- Particulamente nas empresas, onde es- o reforço de provisões e as imparidades Mais, enquanto o enquadramento conti- Agora a palavra de ordem é voltar a
ro no terceiro trimes- tão atualmente os maiores problemas da construção e imobiliário (ver info- nuar recessivo, o nível de provisões vai ganhar dinheiro. É por isso fundamen-
tre deste ano são si- de crédito malparado: ¤10,5 mil mi- grafia e textos ao lado). Um sector rele- manter-se em alta. tal para a banca portuguesa ter uma
nais de que a bonan- lhões, o valor mais elevado desde 1997, vante da economia, a viver momentos Atualmente os níveis de imparidades rentabilidade positiva ou pelo menos
ça está longe de chegar. ano em que o Banco de Portugal (BdP) de extrema dificuldade. Entre os ban- dos bancos situam-se à volta dos 6% e próxima de zero, diz uma fonte do sec-
Se é certo que a necessidade de capi- começou a disponibilizar elementos so- cos sob análise, o Banif é o único que 7% e o crédito malparado nos ¤15,6 mil tor. E para que isso aconteça terão de
tal dos grandes bancos portugueses se bre esta matéria. não cumpre os rácios exigidos pelo milhões. Mas se a taxa de desemprego aumentar a margem financeira e as co-
reduziu substancialmente nos últimos Os presidentes dos oito maiores ban- BdP, porque o plano de capitalização continuar a subir, o malparado vai dis- missões. Já está a acontecer, mas irá
meses, graças aos aumentos de capital cos a operar em Portugal — CGD, BES, ainda está em aberto. parar e as provisões poderão ter de su- acentuar-se. Quem perde são os clien-
entretanto efetuados, os riscos não es- BPI, BCP, Santader Totta, Montepio, bir e muito. tes, que terão de pagar mais pelos servi-
tão afastados. Longe disso, a banca por- Crédito Agrícola e Banif — reuniram es- Risco mantém-se Para já, os créditos de cobrança duvi- ços. Os bancos com operações interna-
tuguesa vai continuar sob pressão. Um ta semana com o Presidente da Repúbli- dosa nos particulares situam-se nos cionais rentáveis e com potencial de
dos maiores riscos vem da economia: ca, Cavaco Silva, para lhe dar conta dos Outro dos fatores de risco que conti- ¤4,9 mil milhões, dos quais ¤2,1 mil mi- crescimento terão a vida mais facilita-
se a situação de recessão do país se pro- seus receios. Foi o Presidente que os nuam a pesar sobre a banca é a dívida lhões na habitação. Um valor que pode- da, já que o mercado doméstico vai con-
longar por muito tempo, a banca portu- chamou e foram ouvidos separadamen- pública, cujo desempenho está depen- rá disparar se o rendimento continuar tinuar deprimido.
guesa ficará mais fragilizada, já que se te. O financiamento da economia, no- dente da evolução da economia portu- a diminuir e o desemprego, atualmente acampos@expresso.impresa.pt
Solução para o
Banif em contagem
decrescente
Autoridades querem que
o aumento de capital esteja
concluído até ao final do ano, mas
BALANÇO
ainda há pontas soltas. Processo
arrasta-se há cinco meses
O processo de capitalização do Banif — Banif perde negócio e aumenta
o último dos bancos a ser apoiado pela imparidades
linha de ¤12 mil milhões disponibiliza- No terceiro trimestre, o Banif registou
da ao sistema financeiro português — um prejuízo de ¤254,4 milhões, contra
está em curso há, pelo menos, cinco me- lucros de ¤2,2 milhões em igual
ses. Tem havido avanços e recuos des- período de 2011. Para esta situação
de junho, mas a solução terá de estar contou essencialmente o exponencial
fechada até ao final do ano, a não ser aumento das provisões e imparidades,
que se abra uma exceção para o banco que dispararam 50,9% para ¤229,3
fundado por Horácio Roque. milhões. O produto bancário, que
O que tem travado o andamento deste reflete a atividade do grupo, caiu 57,2%
processo? Foram vários os problemas para ¤181,4 milhões, resultado da
encontrados no Banif, desde logo a ne- redução de 41% da margem financeira,
cessidade de se reestruturar para fazer justificada em parte pelo facto de ter
face à crise e de separar as águas entre saído do perímetro do grupo, no final
negócios financeiros e empresariais. de 2011, a Banif Corretora.
O grupo começou a ser reorganizado O agravamento do custo com
no início do ano mas, apesar do esforço os recursos de clientes, a redução
envolvido na construção de um plano do crédito durante este ano
de capitalização, não tem sido fácil en- e o aumento do incumprimento
contrar uma solução, até porque no são outros fatores negativos.
atual contexto é difícil aos acionistas fi-
nanciarem-se. A que se soma, tal como Construção penaliza Banif
acontece nos outros bancos, uma dete- A exposição ao sector da construção
rioração dos ativos. e promoção imobiliária vai obrigar o
Era dado como certo que o aumento Banif a registar mais provisões — ¤59
de capital — inicialmente de ¤500 mi- milhões até ao final do ano. No total
lhões, ¤350 milhões através da linha o Banif tem provisões de ¤86 milhões,
de crédito e ¤150 milhões via atuais e o que representa 4,8% da carteira.
novos acionistas — avançaria em setem-
bro. A 16 de outubro, Jorge Tomé, pre-
sidente do banco, afirmava à Lusa que
o processo estaria fechado até ao final
do mês. O que não aconteceu.
No início de dezembro a solução para
o Banif ainda não é conhecida, embora
o governador do Banco de Portugal
(BdP) tenha dito na semana passada
que o processo de capitalização do ban- Reestruturação do Banif levou já ao fecho de 35 balcões e a cerca de 300 rescisões amigáveis FOTO TIAGO MIRANDA
co estava em curso. Idêntica posição é
assumida pelo banco. vantagens em capitalizar o Banif com a juntamente com a sua irmã herdou a ças limitam-se a afirmar que o processo rá por o Estado injetar todo o capital,
Mas o desfecho parece estar depen- fusão devidamente registada. posição de controlo detida pelo seu pai, ainda se encontra no BdP. Fica assim com a garantia de que parte dele será
dente de uma decisão relativa à provi- Não foi este o único obstáculo, pois é Horácio Roque, dá sinais de que partici- por saber qual o montante máximo que tomada por investidores, num prazo de-
dência cautelar contra a fusão do Banif também necessário acordar a forma de pará no aumento de capital. “Agora, co- o Estado poderá injetar e se o banco finido. Mas, tendo em conta os resulta-
SGPS no Banif SA, sugerida pelas auto- entrada do Estado no banco, o montan- mo sempre, os acionistas de referência poderá passar para 2013 com um rácio dos do Banif (ver caixa) e o custo que a
ridades e aprovada pelos acionistas em te e a garantia de que os acionistas de do Banif estão comprometidos e empe- muito inferior ao exigido pelo regula- nacionalização do BPN tem tido para o
outubro. Terá sido a Lisop, empresa de referência acompanhariam o aumento nhados para que o plano de recapitali- dor (10%). O que acontecerá se o plano Estado, será sempre um desfecho politi-
construção e imobiliário detida por Jo- de capital. Caso contrário, a entrada do zação do banco seja um sucesso”, afir- não for aprovado. Nesta altura, as ne- camente sensível. O modelo de partici-
sé Manuel Zagallo, cliente do banco, a Estado poderia assemelhar-se a uma mou ao Expresso. cessidades de capital do Banif poderão pação do BES no plano de capitaliza-
atrapalhar as negociações entre o BdP, nacionalização. Este ponto parece es- O BdP e o Ministério das Finanças ascender a ¤1000 milhões. ção (tomada firme de ¤50 milhões)
as Finanças e o Banif. Isto porque há tar ultrapassado. Teresa Roque, que não prestam esclarecimentos. As Finan- Uma das soluções para o Banif passa- também não está fechado.
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Expresso, 8 de dezembro de 2012 ECONOMIA 13
CRONOLOGIA
Banco
BCP É um dos mais penalizados
de Portugal
O banco liderado por Nuno Amado
registou um prejuízo de ¤796,3 milhões
no terceiro trimestre, em parte devido
obriga
à necessidade de registar imparidades.
No total ascendem a ¤290 milhões,
ou seja, um valor que representa 3,1%
a aumentar
da carteira avaliada. Deste total,
o banco já assumiu ¤279 milhões.
A Moody’s baixou a notação dos
depósitos e divida sénior a longo prazo
provisões
de Ba3 para B1. 2013 será
um ano que o presidente do BCP
apelida de “não muito favorável”.
Estima-se que o banco continue a
registar prejuízos, a limpar as suas BPI é o banco menos penalizado
carteiras de crédito e a cortar custos, pelo malparado da construção.
o que implica a saída de 600 BCP, Banif e CGD são os mais
trabalhadores. O BCP tem um onerados. Reforço de provisões
empréstimo de ¤3000 milhões para não compromete rácios
pagar ao Estado.
A crise bateu forte na construção e na
BES Segundo em imparidades promoção imobiliária, o que afetou não
O banco presidido por Ricardo Salgado apenas as empresas do sector — muitas
teve um lucro de ¤90,4 milhões no não escaparam à falência —, como tam-
terceiro trimestre e já assumiu a maior bém a banca.
parte das provisões para o malparado, A exposição dos bancos a estes secto-
mas ainda tem de contabilizar ¤98 res implicou uma revisão em alta por
milhões até ao final do ano. O BES não parte do Banco de Portugal (BdP) quan-
pediu empréstimo ao Estado, to à necessidade de provisionamento.
capitalizou-se à custa dos acionistas. O BCP, o Montepio e o Banif são os
Deu o pontapé de saída na emissão de mais afetados, enquanto o Santander
dívida de longo prazo no montante de Totta e o BPI são os que têm uma me-
¤750 milhões. nor exposição (ver destaques).
Além das necessidades de reforço de
CGD Imparidades geram prejuízos imparidades decretadas pelo BdP, a
O banco público apresentou um agência de notação financeira Moody’s
prejuízo de ¤130 milhões no terceiro voltou a avaliar a banca e as notícias
trimestre contra um lucro de ¤12,9 não foram boas: desceu a notação de
milhões em igual período de 2011. Para risco do BCP e do Banif e manteve o da
isso concorreram mais de ¤1094 CGD, ainda que com perspetivas negati-
milhões de imparidades. Só no crédito vas. A agência norte-americana baseou-
ao sector da construção, as -se nas estimativas negativas para a eco-
necessidades de provisionamento nomia portuguesa e nos seus efeitos
ascendem a ¤138 milhões, o que nos três bancos.
representa 1,6%. Ao banco presidido Na última inspeção periódica do BdP
por José de Matos falta registar ¤44 a oito bancos, que representam mais
milhões de provisões até ao final do de 80% do sistema bancário em Portu-
ano. A Caixa emitiu, depois do BES, gal — CGD, BCP, BPI, ESFG (BES),
¤500 milhões de dívida sem garantia Caixa Económica Montepio Geral,
do Estado, seguindo o exemplo do BES.
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14 ECONOMIA Expresso, 8 de dezembro de 2012
ENTREVISTA
“As ruturas
sociais
não se
preveem no
computador”
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Expresso, 8 de dezembro de 2012 ECONOMIA 15
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16 ECONOMIA Expresso, 8 de dezembro de 2012
ECONOMIA DO MAR
Portugal vai ter quatro novos bou por disponibilizar antigos um novo investimento. Trata-se
projetos de investimento liga-
dos à economia do mar. Três na
indústria conserveira e um no
domínio da aquacultura.
O mais significativo, em ter-
mos de criação de postos de tra-
armazéns frigoríficos já desati-
vados, mediante o pagamento
de uma renda.
No projeto industrial de
Peniche serão criados 100
novos empregos, a juntar
lhões.
Descendo até ao Algarve, a no-
vidade é a instalação de um pro-
jeto de aquacultura em alto
mar, ao largo de Lagos, para
produzir bivalves. A meta esti-
1200
toneladas de mexilhão serão
Em maio esteve em cima da aos 400 já existentes na mada aponta para as 1200 tone- produzidas por ano no projeto
mesa a hipótese de deslocaliza- ladas de mexilhão por ano. de aquacultura anunciado para
ção da empresa de Portugal pa-
atual fábrica da ESIP Este projeto da Testa & Cu- Lagos
ra França. Uma das razões invo- nhas visa instalar uma estrutura
cadas era a de que necessitava atuais fábricas que detém em Le- marítima na área concessiona-
de se expandir mas não tinha hi- ça da Palmeira e em Peniche. O da, bem como adquirir uma pe-
póteses nas imediações das objetivo é dotar a empresa de quena embarcação que permita
atuais instalações. instalações mais modernas e acompanhar os trabalhos na es-
Após uma negociação difícil funcionais e conseguir ganhos trutura produtiva, além dos
que envolveu a autarquia de Pe- de produtividade, além de um transportes entre a produção e
niche, o Governo e a Docapesca melhor desempenho energético o porto de apoio.
acabou por se chegar a uma con- e ambiental. A empresa pretende investir Apesar da crise, a
clusão que agradou a todas as Ainda no domínio da transfor- ainda numa segunda embarca- indústria das conservas
partes. Peniche não perdeu o mação de pescado, a Artesanal- ção de apoio de maiores dimen- e do peixe congelado
seu principal empregador, o Go- pesca, que resultou da iniciativa sões e num centro de tratamen- continua a crescer,
verno não só segurou como empresarial de um agrupamen- to e expedição de bivalves. agora com três novos
atraiu ainda mais investimento to de produtores de Sesimbra, Vítor Andrade investimentos
estrangeiro e a Docapesca aca- prepara-se para avançar com vandrade@expresso.impresa.pt FOTO SÉRGIO GRANADEIRO
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Expresso, 8 de dezembro de 2012 ECONOMIA 17
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18 ECONOMIA Expresso, 8 de dezembro de 2012
ENTREVISTA
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Expresso, 8 de dezembro de 2012 ECONOMIA 19
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20 ECONOMIA Expresso, 8 de de
AGROALIMENTAR
Internacionalização Marca Portugal Foods apresentou-se no Médio Oriente com seis empresas. A Nutrigreen ganhou o primeiro prém
ra sabe ao que vem e, neste mercado em do em Abu Dhabi, podia importá-las da sas presentes no evento, oriundas de 50 Um dos empresários com quem o Ex-
Textos Vítor Andrade
concreto, em vez de paletes podem ven- Índia, que era mais vantajoso”. países, Portugal arrecadou quatro pré- presso falou em Abu Dhabi, notava que
Fotos Nuno Botelho
der-se contentores de uma assentada. A conversa prolongou-se por uns 15 ou mios de excelência e inovação. ali “o campeonato dos negócios” está
Mas o senhor Alhammadi chegou ao pé 20 minutos, não mais que isso. Tiraram- Outra das presenças que causaram sen- num patamar a que estamos pouco habi-
altavam poucos minutos de mim e disse-me que queria comprar a -se algumas dúvidas, trocaram-se contac- sação entre os árabes foi a do Clube de tuados. Mas porque, neste caso, se trata
F
para o encerramento da fei- minha empresa”. tos e “bem, parece que valeu a pena esta Produtores do Fundão. Juntaram-se pa- do sector alimentar o assunto é levado
ra internacional dedicada Nos primeiros cinco minutos de conver- presença no SIAL (Salon International ra ganhar dimensão e arriscaram pela “mesmo muito a sério”.
ao agroalimentar que já du- sa com Alhammadi, Lídia Santos ainda de l’Agroalimentaire)”, que teve lugar primeira vez naquela zona do planeta. Há duas coisas que abundam nos países
rava há três dias, em Abu tinha dúvidas sobre se aquilo era para le- em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Uni- Hélder Santos, gestor de vendas deste da Península Arábica (que na antiguidade
Dhabi, quando Mohamed var a sério ou não mas “a verdade é que dos, na semana passada. agrupamento, brilhou com os queijos e era terra de pastores): o petróleo e o deser-
Alhammadi, do Departa- ele trazia a lição bem estudada. Começou A administradora da Nutrigreen já este- compotas, mas sobretudo com as garra- to. Ou seja, são países com muito dinheiro
mento de Economia e De- por se apresentar, falando das suas liga- ve presente em vários salões internacio- fas de azeite com ouro à mistura. mas sem terra arável, o que significa que
senvolvimento, se acercou ções ao Governo e à família real, avançan- nais dedicados ao agroalimentar, onde não têm qualquer hipótese de produzir ali-
discretamente do pavilhão de Portugal do desde logo com a proposta de compra tem conseguido conquistar mercado por Qatar quer empresas do Fundão mentos. E esta é uma das suas grandes fra-
perguntando onde estava a representa- de 51% da Nutrigreen e que gostava de via da exportação dos seus produtos, mas gilidades. Estão completamente dependen-
ção da Nutrigreen. ver a empresa sediar-se em Abu Dhabi. nunca tinha sido confrontada com uma Já esta semana, sentado à secretária do tes de terceiros para se alimentarem.
Lídia Santos, administradora desta em- Eu disse que ali era difícil arranjar maté- proposta deste calibre. A este interesse seu escritório no Fundão, recebeu um te- Por isso mesmo, agora estão empenha-
presa portuguesa de Torres Novas que ria-prima, pois estávamos no meio do de- árabe pela empresa de Torres Novas não lefonema inesperado. Empresários do dos em contrariar essa inevitabilidade
aposta na transformação de fruta, aco- serto. Ao que ele respondeu com uma terá sido seguramente estranho o facto Qatar com quem tinha falado em Abu que a natureza lhes impôs e, por terem
lheu o visitante de última hora mas nem pergunta: ‘onde é que a Nutrigreen com- de, dois dias antes, logo na inauguração Dhabi propuseram-lhe comprar partici- poder económico, compram e cultivam
queria acreditar no que acabava de ouvir. pra mangas, por exemplo?’, e eu disse da feira, a Nutrigreen ter conquistado o pações em algumas das empresas da Bei- terras agrícolas em vários países do Medi-
“Uma coisa boa desta feira é que é só pa- que eram importadas do Brasil. Alham- primeiro prémio de inovação em 15 dis- ra Interior que fazem parte deste clube terrâneo, como Espanha e Itália, ou ain-
ra profissionais. Ou seja, quem nos procu- madi argumentou de imediato que, estan- tinções possíveis. Aliás, entre 800 empre- de produtores (ver texto ao lado). da na Polónia, nos Estados Unidos ou no
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ezembro de 2012 ECONOMIA 21
empresa” Foods:
ordem para
exportar
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22 ECONOMIA Expresso, 8 de dezembro de 2012
TURISMO BREVES
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Expresso, 8 de dezembro de 2012 ECONOMIA 23
INDÚSTRIA
BREVES
6
Seedcamp investe em
empresas portuguesas
CAPITAL O Seedcamp, o maior
fundo de investimento da Euro-
pa, decidiu investir em três em-
presas nacionais após a presença milhões de euros foi o lucro
destas no Seedcamp Lisbon, orga- da Teixeira Duarte nos
nizado pela Beta-i. As jovens em- primeiros nove meses.
presas CrowdProcess, Hole19 e A faturação subiu 7%, ficando
Qamine juntam-se assim às 80 nos ¤980 milhões
startups mais promissoras da Eu-
ropa. A Beta-i é uma associação
sem fins lucrativos, responsável
por lançar em Portugal eventos
como o TEDex e o Sandbox.
LONDRES É A CIDADE
EUROPEIA MAIS
ATRATIVA PARA OS
RETALHISTAS, DIZ A
IMOBILIÁRIA JONES LANG
LASALLE, QUE COLOCA
LISBOA NA 19ª POSIÇÃO,
EX AEQUO
COM VARSÓVIA
E DUSSELDORF
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24 ECONOMIA Expresso, 8 de dezembro de 2012
PRÉMIO
COMPETIÇÃO
Finalistas recebem
programas de MBA
Na República Checa, em equipa e de saberem como
Eslováquia e Grécia os se gere uma empresa. Obtém
melhores participantes da também novas experiências que
competição são premiados podem vir a utilizar na vida
com formação de topo real”, enfatiza Petr Budinsky.
Também na Grécia os partici-
pantes do Global Management
Challenge têm a oportunidade
de frequentar um MBA, mas
aqui a situação é um pouco dife-
rente da dos dois países já referi-
dos. “A bolsa é oferecida pela
Universidade de Economia e Ne-
gócios de Atenas para a frequên-
O Global Management Challen- cia do seu programa internacio-
ge é uma competição dirigida a nal de MBA”, revela Victoria Ma-
estudantes e quadros onde as herianaki, organizadora da com-
equipas têm de gerir uma em- petição na Grécia. Apenas um
presa, com vista a obter a maior elemento das equipas que che-
cotação das suas ações em bol- gam à final nacional neste país
sa. Para aprofundar conheci- receberá o prémio. “O MBA tem
mentos na área da gestão, na Re- pré-requisitos e é a universidade
pública Checa e na Eslováquia a fazer a seleção no elemento
os elementos da equipa que ven- junto das formações que che-
ce a final nacional desta prova gam à final nacional”, explica
terão a oportunidade de fre- Victoria Maherianaki.
quentar um MBA. Na Grécia
apenas um elemento das forma- Prémio de prestígio
ções que chegam à final recebe-
rá uma bolsa de estudo para in- Para os participantes gregos é im-
tegrar um programa de MBA. portante receber este prémio e
Petr Budinsky organiza o Glo- têm demonstrado grande interes-
bal Management Challenge na se nesta iniciativa. “Este progra-
República Checa e na Eslová- ma de MBA tem grande reputa-
quia. Na sua perspetiva o atual ção tanto dentro como fora da
mundo dos negócios em cons- Grécia”, acrescenta a organizado-
tante mudança requer flexibili- ra grega. Neste país a competi-
dade, criatividade e faro para a ção tem também vindo a ganhar
tomada de decisões, bem como notoriedade, tanto na comunida-
uma mão firme na seleção e im- de estudantil como empresarial.
plementação de soluções. Foi “É uma experiência valiosa pa-
por isso que a organização da ra os participantes e cultiva um
competição nestes dois países re- ambiente de excelência e compe-
solveu presentear os elementos tição, valores que são muito apre-
da equipa vencedora da sua fi- ciados no mundo dos negócios. O
nal nacional com a frequência Global Management Challenge
de um MBA. ignora fronteiras e dá a oportuni-
“Trata-se do programa de dade aos estudantes de encontra-
MBA da City University of Seat- rem e expressarem a sua verten-
tle que pode ser frequentado no te empreendedora”, salienta Vic-
ramo desta instituição de ensino toria Maherianaki. Acrescenta
em Praga e Bratislava. É sem dú- ainda que esta iniciativa portu-
vida um prémio de grande va- guesa inspira confiança a quem
lor, com dimensão internacio- nela participa e distingue as pes-
nal e que desenvolve conheci- soas com visão para os negócios.
mentos”, explica Petr Budinsky. Com 33 anos de existência o
Global Management Challenge
A prova no leste está atualmente presente em
mais de 40 países distribuídos
Tanto na República Checa co- pelos cinco continentes. Até ago-
mo na Eslováquia o Global Ma- ra cerca de meio milhão de pes-
nagement Challenge tem vindo soas já passaram por esta inicia-
a crescer. Para Petr Budinsky tiva de estratégia e gestão.
“os participantes têm a oportuni- Maribela Freitas
dade de aprender a trabalhar mfreitas.externo@impresa.pt
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Expresso, 8 de dezembro de 2012 ECONOMIA 25
ENERGIA SOLAR
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26 ECONOMIA Expresso, 8 de dezembro de 2012
MERCADOS
Bolsa de Lisboa em semana sim Zon e Sonaecom uma eventual fusão entre as
}
ao rubro com
duas operadoras geraria
ganhos de ¤417 milhões a ] 0,93% } 1,59%
Foi animada a semana na dividir entre ambas. A dar Athenas General
Bolsa de Lisboa e os
rumores de fusão ânimo à tese de que a união
BEL 20
Bélgica Grécia
resultados estão à vista: o está para breve está o facto de
PSI-20 esteve a subir cinco Alguns investidores parecem Isabel dos Santos ter entrado
1,83%
dias consecutivos. Contribuiu
para a subida a especulação
convencidos de que a fusão
entre a Sonaecom e a Zon está
recentemente na
administração da Zon. Mas os ] 0,75% } 1,59%
em torno da fusão entre a mais próxima do que nunca e envolvidos negam, sublinhando FT MIB Luxx General OMX HEL 25
Sonaecom e a Zon, que fez isso reflete-se na cotação das que não passa de especulação. Itália Luxemburgo Finlândia
disparar as ações das ações. Esta semana, na A verdade é que amiúde
operadoras. E ainda a quarta-feira, a Zon chegou a correm rumores que o enlace
valorização das empresas da subir mais de 10% e a está para breve. Ao Expresso
distribuição, com a notícia de Sonaecom a valorizar mais de fontes ligadas ao processo
que o Governo equaciona 6%. Tudo porque a Goldman dizem que as negociações estão
limitar as promoções. Sachs diz que as sinergias de a ser duras.
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8 de dezembro de 2012 Expresso bpiexpressoimobiliario.pt 27
E AINDA NO EXPRESSO
OPINIÃO PAUL DE GRAUWE MORAIS LEITÃO JOGOS DE MESA IDEALIZADOS
INTERNACIONALIZA-SE EM PORTUGAL ESTÃO A
O mais importante obstáculo
Escritório de advogados faz CRESCER. MESABOARDGAMES
à solução da crise do euro e das questão de permanecer
dívidas soberanas é a atitude distante do poder político
E TABLETIP GAMES SÃO DUAS
moralista e arrogante dos e de não depender do Estado. DAS EMPRESAS A CRIAR JOGOS
governos do Norte da Europa, Administradores Nuno Galvão PARA FAMÍLIAS.
diz Paul de Grauwe, o professor Teles (à direita) e João Soares A SCIENCE4YOU DEDICA-SE AOS
da Silva são contra uma BRINQUEDOS CIENTÍFICOS E35
da Universidade Católica de política agressiva de baixa de
Lovaina, na Bélgica E38 preços, que é “suicídio
coletivo”: o combate à crise
faz-se “partilhando o risco
com o cliente” e através da
internacionalização, para
Angola. Moçambique, Brasil
e Macau E36
IMOBILIÁRIO
Portugal
atrai
brasileiros
O imobiliário português de luxo está a preços de
saldo no Brasil na primeira mostra que decorre fora
da Europa. Os promotores nacionais estão otimistas
Texto Marisa Antunes
Foto António Pedro Ferreira
DISSERAM
Cerca de 1000 imóveis, a grande maio-
ria direcionados para o segmento médio-
-alto e alto, estão agora a ser comerciali- ‘‘Para os atuais padrões
zados no Rio de Janeiro. Os preços de brasileiros, os imóveis
apartamentos e moradias, algumas das portugueses estão muito
quais podem chegar aos cinco milhões
de euros, são considerados de “oportuni- baratos”
dade” para os atuais padrões da abasta- PAULO ELÍZIO DE SOUZA, Pres. Câmara. Port. de
da classe brasileira. A 1ª edição da Mos- Comércio e Indústria do Rio de Janeiro
tra de Imobiliário de Portugal (MIP
2012), que arrancou ontem e vai prolon-
gar-se até amanhã no Palácio de São Cle- ‘‘O ‘visto gold’ é uma
mente, sede do consulado de Portugal belíssima iniciativa, mas
no Rio de Janeiro, juntou alguns dos o valor do investimento
grandes promotores portugueses que
querem atrair um mercado recente mas exigido é muito alto... Em
com tendência crescente. Espanha basta 1/6 desse
As zonas mais centrais e cosmopolitas valor para conseguir a
de Lisboa e Porto são os locais com autorização de residência”
maior procura pelos brasileiros, mas
no MIP é possível encontrar quintas, GILBERTO JORDAN, CEO do grupo André Jordan
moradias ou apartamentos espalhados
de norte a sul de Portugal, como por
exemplo no Minho, Alentejo, Óbidos, ‘‘Queremos colocar
Troia ou Algarve. o mercado imobiliário
“Os brasileiros estão muito acostuma- português no radar dos
dos a comprar a sua 2ª ou 3ª habitação
nos Estados Unidos, em Miami, essencial-
brasileiros’’
mente, mas também em Nova Iorque. CARLOS BEIRÃO DA VEIGA, CEO da Herdade da
Comporta
Até agora nós não temos sabido vender
as belezas de Portugal, a nossa cultura, a
gastronomia, os nossos laços afetivos. E é
isso que nós queremos mostrar naquela ‘‘Temos já vários
que é a primeira mostra de imobiliário apartamentos vendidos
português fora da Europa”, resume ao a cidadãos brasileiros nos
Expresso Paulo Elízio de Souza, presiden- nossos empreendimentos
te da Câmara Portuguesa de Comércio e
Indústria do Rio de Janeiro. do Chiado e do Porto”
A difícil situação em que se encontra o JOAQUIM PAIVA CHAVES, CEO da Espart
mercado imobiliário português e, em con- As zonas centrais de Lisboa e do Porto têm grande procura junto dos investidores brasileiros
traponto, a favorável conjuntura sentida
atualmente no Brasil — com uma classe Gilberto Jordan, CEO do grupo André tuguês, mas tem um senão: “O valor do Herdade da Comporta. Para este respon- ta mostra tem um grande interesse estra-
média-alta e alta emergente — criaram Jordan, presente no MIP com o Belas investimento exigido é muito alto. Em sável, o ‘visto gold’ vai potenciar a procu- tégico para nós. Portugal é uma porta de
as condições ideais para esta aposta nos Clube de Campo, corrobora: “Em com- Espanha basta 1\/6 desse valor para con- ra brasileira até por questões fiscais. “É, entrada para o continente europeu e te-
cidadãos brasileiros e lusodescendentes. paração (e sem olhar às localizações), seguir a autorização de residência”. Re- sem dúvida, uma boa opção para quem mos vindo a assistir a um aumento da
“Os preços dos imóveis em Portugal es- as casas com equivalente padrão de qua- corde-se que, entre outras medidas, o queira mudar a sua morada fiscal e ter procura por parte dos cidadãos brasilei-
tão infinitamente mais baixos que aqui lidade às que temos em Portugal, cus- ‘visto gold’ ou a autorização de residên- acesso a um passaporte de entrada na Co- ros que querem uma 2ª habitação que se
no Brasil. O Brasil está muito caro”, subli- tam 4 ou 5 vezes mais no Brasil”. O ad- cia a não europeus é concedida a quem munidade Europeia”. poderá transformar, mais tarde, numa 1ª
nha Paulo Elízio, exemplificando: “Um ministrador da Planbelas lembra ainda adquira um bem imóvel de valor igual A procura por parte de compradores habitação. Temos já vários apartamentos
T3 no bairro do Leblon — e já nem vou que o ‘visto gold’, medida do Governo ou superior a ¤500 mil. brasileiros já começou a ser sentida nos vendidos no Chiado (Edifício Ivens 31) e
considerar os apartamentos de frente pa- português que entrou em vigor a 8 de Fundamental mesmo é não perder empreendimentos de luxo da Espart, hol- no Porto (Edifício Foz Diogo Botelho) e
ra o mar mas na 2ª quadra — não custa outubro para atrair o investimento es- mais tempo e “colocar o mercado imobi- ding para o sector imobiliário do grupo eles pesam já cerca de 15% na nossa car-
menos de cinco milhões de reais, ou seja, trangeiro, “é uma mais-valia” que vem liário português no radar dos brasilei- Espírito Santo, como confirmou Joa- teira de clientes”.
cerca de ¤2 milhões”. reforçar a atratividade do mercado por- ros”, diz Carlos Beirão da Veiga, CEO da quim Paiva Chaves, CEO da Espart. “Es- mvantunes@impresa.pt
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28 bpiexpressoimobiliario.pt Expresso 8 de dezembro de 2012
Évora Shopping
2
É o número de novos
espaços da ATL
Lisboa conta com dois
Urbanístico
Rui Rompante
Sócio da Pares Advogados
rr@paresadvogados.com
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8 de dezembro de 2012 Expresso bpiexpressoimobiliario.pt 29
EMPRESA
Um caso de Melom(ania)
Melom Projectos junta à atividade imobiliária
os serviços de arquitetura e engenharia Cresce a dobrar
Para muitos empreiteiros, enge- já, estão a funcionar quatro equi- A nova talhada do melão — o
nheiros civis e arquitetos afeta- pas (duas no Porto e duas em Lis- fruto que é imagem da insígnia
dos pela crise da construção no boa) representando esta nova — será mais fina, pelo menos à
sector imobiliário as alternati- área de negócio. O objetivo é ofe- primeira vista. “Prevemos que
vas são poucas e drásticas. A recer um serviço mais completo. a Melom Projectos poderá ter
emigração é uma delas. Outra, Porque todos os esforços são pou- um máximo de 80 franchisados
também difícil, é olhar para a cos para cativar consumidores ca- com volumes de negócios que
profissão e para o mercado com da vez mais exigentes na hora de andarão pelos 200 mil euros
uma nova mentalidade, mais gastar esse recurso escasso cha- cada unidade”, indica João
aberta às necessidades específi- mado dinheiro. Carvalho. Crescer é a palavra
cas do cliente em época de reces- de ordem na Melom. Desde
são. E perceber que é preciso O fecho do circuito janeiro a outubro de 2012
agarrar as pequenas obras, os ni- duplicaram, sensivelmente, o
chos de negócio, executar tare- “A Melom Projectos comple- número de obras realizadas
fas antes desprezadas pela sua menta a vocação executante da (734) e o volume da faturação
diminuta escala e valor. Este é, Melom e representa o fecho do (quase ¤2,5 milhões) em
pelo menos, o desafio da Me- circuito do imobiliário, criando relação a 2011 (início de
lom, marca portuguesa especia- as sinergias de desenvolvimento operações em fevereiro). Até
lizada nas áreas da reabilitação de todo o modelo de negócio”, ao final deste ano a empresa
de imóveis, que, percebendo a explica João Carvalho, diretor- estima chegar às 1000 obras
mudança estrutural em curso, -geral da empresa e ele próprio realizadas para um volume de
se colocou a favor do vento. arquiteto de formação. negócios de ¤3,3 milhões.
Em fevereiro do ano passado, A “lacuna” agora preenchida Às 55 unidades Melom tradicionais juntam-se agora quatro novas empresas Melom Projectos
iniciou operações através de diz respeito a variados serviços
uma rede nacional de franchisa- de arquitetura (estudos prévios, na Melom tradicional — benefi- com o chamado boca a boca. “U- têm de ir à procura do cliente”. considera o cofundador da Melom.
dos aptos a prestarem os mais di- licenciamento, loteamento, exte- ciam das vantagens associadas à ma revolução mental tremen- Na Melom, o reajustamento Uma vez tomada esta consciên-
versos serviços de construção ci- riores e interiores, design, ma- marca: visibilidade, um centro da!”, classifica João Carvalho. passa por uma “terapia de cho- cia, não faltará por onde compe-
vil (carpintaria, serralharia, pin- quetas, filmes 3D, entre outros), de atencimento para gerir e dis- “Nós temos aqui excelentes em- que” que inclui distribuir folhe- tir: “Há muitas pessoas que, não
tura, pavimentos, canalização, de engenharia civil (projetos de tribuir encomendas de trabalho, preiteiros com uma média de tos ou interagir com visitantes nu- podendo comprar casa nova, que-
entre outros). O número destas fundações, estruturas, segurança as ferramentas digitais (site, re- idades alta que sempre fizeram ma grande superfície comercial. rem melhorar as suas habitações,
unidades foi aumentando das 17 contra incêndio, medições acústi- des sociais, simulador online de de uma maneira e sempre cor- E nem os arquitetos estão a sal- seja para aumentarem a sua quali-
pioneiras até às atuais 55. E, des- cas), e de engenharia eletrotécni- orçamentos…), além de uma for- reu bem. E agora é-lhes dito pa- vo: “Em geral, os gabinetes de dade de vida, seja para valoriza-
de outubro, a empresa abriu ca e mecânica (projetos de eletri- te e cada vez mais indispensável ra fazerem completamente dife- projeto não olhavam para as re- ção tendo em vista uma posterior
uma nova frente de trabalho: a cidade, segurança contra intru- formação em marketing. rente! Porque hoje têm de lidar modelações com atenção por ser venda”. Sem esquecer o acrésci-
Melom Projectos vem juntar à re- são, AVAC), sem esquecer pare- Esta última disciplina tem si- com os clientes a irem à obra e uma área dominada por desig- mo de obras que se perspetiva
de já existente o contributo da ceres, vistorias e consultadoria. do, aliás, uma verdadeira prova a telefonarem a questionar tu- ners ou decoradores e também agora com a nova Lei do Arrenda-
atividade específica de arquite- Os franchisados da Melom Pro- de fogo para quem estava habi- do, têm de agarrar trabalhos não estão preparados para dialo- mento.
tos e engenheiros, também eles a jectos — que deverão ser arquite- tuado a ter romarias de clientes que antes desprezavam por te- garem com clientes mais exigen- Jorge A. Ferreira
braços com o desemprego. Para tos, obrigatoriedade inexistente para comprar imóveis quase só rem menos retorno em valor, e tes quanto a preços e prazos”, economia@expresso.impresa.pt
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30 bpiexpressoimobiliario.pt Expresso 8 de dezembro de 2012
ANÁLISE
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8 de dezembro de 2012 Expresso bpiexpressoimobiliario.pt 31
REUTILIZAÇÃO URBANA
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32 bpiexpressoimobiliario.pt Expresso 8 de dezembro de 2012
CASAS DO MUNDO
IRREVERÊNCIA No espaço
interior, o teto não engana,
revelando as reminiscências
da antiga igreja evangélica
edificada em 1928.
O volume manteve-se
essencialmente livre
de divisórias à exceção
de um mezanino — apelidado
de sala de relaxamento — e da
respetiva escada de acesso
que cumpre diversas funções
desde separador de espaços
a zona de arrumação.
FOTOS VINCENT VAN DEN HOVEN
ESCRITÓRIOS
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34 bpiexpressoimobiliario.pt Expresso 8 de dezembro de 2012
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Expresso, 8 de dezembro de 2012 ECONOMIA 35
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36 ECONOMIA Expresso, 8 de dezembro de 2012
ADVOGADOS
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Expresso, 8 de dezembro de 2012 ECONOMIA 37
PESSOAS
O português
36 anos ganização. Era desde o início
Lisboa
do ano diretor de recursos hu-
Casado
manos da OIT.
2 filhos
te do diretor-geral da Organi- tetura mais importantes na atua- Carlos Brazão tem vindo a assu- as leituras, as atividades entre ami- Técnico de Informática
zação Internacional do Traba- lidade. O arquiteto portuense mir posições de relevância cres- gos e o imenso privilégio de “ver a fa- Full-time/Venda
lho (OIT), Guy Ryder. Paulo Nuno Sampaio alcança assim cente na empresa. Esta última, mília firmar-se”. do Pinheiro
Bárcia tem 60 anos, é econo- uma distinção atribuída a pou- diz que a aceitou em nome da Cátia Mateus P8
mista de formação e integra a cos arquitetos portugueses. “amplitude geográfica e da multi- cmateus.externo@impresa.pt
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38 ECONOMIA Expresso, 8 de dezembro de 2012
OPINIÃO
Torre Imputação de custos ao consumidor e/ou eliminação de valor na experiência
de Marfim de consumo são modelos já testados, sem benefícios significativos para o sistema
Paul De Grauwe
Paul.DeGrauwe@econ.kuleuven.be
A questão das taxas
Não há inocentes
no drama do euro
dos cartões de pagamento
cia de busca de inovação no ato tros também devem ser uma
Não há países bons nha e os Países Baixos, acu- Bruno Horta Soares de gestão e um aparente descom- Vivemos tempos propensos fonte de aprendizagem.
e maus neste drama. mularam grandes exceden- prometimento em relação ao sis- à procura de soluções 3. Mais regulação não significa
A responsabilidade tes de exportações. Os ale- ma das regras de ouro tema como um todo. imediatistas que poderão necessariamente melhor regula-
é partilhada. O Norte
da Europa é igualmente
culpado. Queria despejar
o máximo de exportações
no Sul fornecendo crédito
mães e os holandeses fica-
ram muito contentes por
vender os seus produtos e
serviços aos pecadores da
Europa do Sul.
U de um bom auditor é co-
nhecer a teoria dos sis-
temas, pelo menos um
dos seus corolários: o todo é
mais do que a soma das partes.
Uma visão holística permite
compreender que a entrega de
valor ao consumidor acarreta
custos para o sistema e que esses
custos deverão ser suportados pe-
causar tensões e reações
adversas em sistemas que
se têm como equilibrados
ção. É importante que o reforço
de medidas regulatórias evite so-
luções adotadas noutros merca-
dos que não obtiveram os resul-
tados esperados por levarem as
em excesso Estas vendas foram finan- Este princípio dá ao auditor um los subsistemas envolvidos, sen- 2. O papel do consumidor pe- partes a privilegiar a conformi-
ciadas com crédito provi- instrumento precioso para que, do no modelo de afetação desses rante um cenário de mudança dade em detrimento da procura
a semana passada, denciado pela banca alemã perante a identificação de um custos que parece residir o “inci- não poderá ser do “elo mais fra- de valor para o sistema.
N o primeiro-minis-
tro holandês, o se-
nhor Rutte, decla-
rou com grande arrogância
que os países que não obede-
e holandesa.
À medida que as exporta-
ções cresciam de ano para
ano, os empréstimos dos
bancos do Norte ao Sul dis-
determinado “incidente”, tenha
uma visão holística sobre o siste-
ma que lhe permita recomen-
dar que não só se elimine o “inci-
dente”, mas que, de preferên-
dente” para os retalhistas.
É na análise estruturada do
problema que deverá ser encon-
trada a melhor solução, tendo
em consideração os seguintes
co”. No espírito da inovação dos
meios de pagamento sempre es-
teve a satisfação do consumidor
e a alteração a esse paradigma
deverá merecer uma reflexão
Estes são tempos propensos à
procura de soluções imediatis-
tas que poderão causar tensões
e reações adversas em sistemas
que se têm como equilibrados.
ceram às regras deviam pararam. Até ocorrer o cia, se resolva o problema que o aspetos: cuidada. Imputação de custos Como consumidor, continua-
abandonar a zona euro. Es- crash e alguns países do Sul originou. Este é o princípio que 1. A transparência é um fator ao consumidor e/ou eliminação rei a reconhecer empresas que
ta declaração tem implícita deixarem de poder pagar as apliquei ao analisar as notícias crítico para a confiança do siste- de valor na experiência de con- me consigam entregar valor
a ideia de que os Países Bai- suas dívidas. relacionadas com as taxas de ma. Questionar o modelo de ta- sumo são modelos já testados por via de soluções inovadoras
xos se portaram bem e de A reação dos virtuosos cartões de pagamento. xas e comissões, quer no valor noutros mercados, sem benefí- e nunca por via de substituição
que outros países, principal- bancos do Norte foi despe- Na qualidade de consumidor, quer na distribuição, deverá cios significativos para o siste- de benefícios.
mente no Sul da Europa, fo- jar os seus créditos nos sec- o cartão é, desde há muito, o sempre resultar do envolvimen- ma, apesar do prejuízo do con-
ram malcomportados. tores públicos dos respeti- meu meio de pagamento prefe- to e concertação de todos os in- sumidor. Os modelos e boas prá- Consultor em sistemas de informação,
Estes países, de acordo vos países. Estes emprésti- rencial e, até há pouco tempo, o tervenientes, diretos e de regu- ticas deverão ser sempre uma Professor Universitário e presidente
com Rutte, não seguiram as mos podem hoje ser encon- sistema não só parecia funcio- lação/supervisão. referência, mas os erros dos ou- do ISACA Lisbon Chapter
regras e devem ser castiga- trados nas folhas de balan- nar, como do ponto de vista do
dos. A saída da zona euro é ço do banco central holan- “subsistema consumidor” não
o castigo devido para tais dês e do Bundesbank (o ban- existiam “incidentes” reporta-
países. Esta visão é popular co central alemão). São os dos. Na verdade, por questões
não só na Holanda, mas em balanços Target2. Os gover- profissionais, a minha atenção
muitos outros Estados nor- nos do virtuoso Norte ten- estava sobretudo voltada para
te-europeus. tam agora com determina- novos meios de pagamento (por
O que eu acho perturba- ção recuperar o seu dinhei- exemplo, pagamentos móveis),
dor nesta ideia é não só a ro dos pecadores do Sul. meios esses que ao mesmo tem-
arrogância, mas também a De certa forma, os países po que procuram tirar o máxi-
atitude moralista. Exprime do Norte da Europa fizeram mo partido da inovação tecnoló-
o sentimento de que o Nor- como aqueles vendedores gica, mantêm o enfoque na satis-
te da Europa foi virtuoso, de automóveis que vendem fação do utilizador.
enquanto os outros peca- os carros e ao mesmo tem- Simplificando e aplicando uma
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Expresso, 8 de dezembro de 2012 ECONOMIA 39
Regresso à terra
Nas últimas duas décadas, os tonelagem e o número de pes- mercial tem registado um défi-
agricultores foram estimula- A adesão à moeda única cadores passou de 42 mil para ce crónico de 10% do PIB, ten-
dos a arrancar vinha, a plantar
vinha e a arrancar de novo. O
definiu um novo perfil
para a economia
16 mil em 2011.
No sector industrial as coisas
do atingido o astronómico
montante de ¤23 mil milhões
Bloco de Notas
mesmo para o olival. Foram portuguesa. Pagaram-nos não são muito mais animado- em 2008.
pagos, alguns, para não se- para produzirmos menos ras, embora com característi- A falência da economia portu- João Vieira Pereira
mear cereais. Tiveram limita- e financiaram-nos cas diferentes. O desinvesti- guesa reside nisto. Não era, jvpereira@expresso.impresa.pt
ções à produção de leite e de para comprarmos mais mento privado tem evoluído a nem é, possível manter este ní-
Massa Crítica outros bens alimentares com a uma taxa negativa de 2,6% ao vel de dependência do exte-
Luís Marques
aplicação das políticas de co-
tas. Resultado: muitos desisti-
ano, desde 2000. Pode dizer-
-se que, em larga medida, o sec-
rior. A Europa alimentou um
sonho que acabou em pesade-
Não somos
l.s.marques@sapo.pt ram de produzir, alguns, os es- tor privado tem vindo a desis- lo. Culpa de políticas euro- a Grécia,
pertos, aproveitaram e enri- tir do país. O foco foi colocado peias que protegem os podero-
queceram. nas infraestruturas (constru- sos, com tiques soviéticos à mas só
Salvo raras exceções (o to-
mate e o milho, por exemplo)
ção, obras públicas e imobiliá-
rio) e nas importações. É onde
mistura. Culpa de políticas in-
ternas que alimentaram a ilu-
quando
oi quase comovente ou-
produzimos hoje menos do
que produzíamos na altura ca de apoio ao abate de barcos
se ganha dinheiro e o capital
tem um especial faro para
são de uma economia baseada
nos serviços, no investimento
dá jeito
F vir Cavaco Silva defen-
der o regresso à agricul-
tura e à indústria, como
fez há duas semanas. Quase co-
em que Cavaco Silva era pri-
meiro-ministro. O rendimen-
to empresarial líquido caiu pa-
ra metade entre 1986 e 2011,
reduziu a nossa frota pesquei-
ra, os pescadores foram esti-
mulados a ficar em terra ou a
mudar de vida. Temos um país
aproveitar as oportunidades.
A adesão à moeda única defi-
niu um novo perfil para a eco-
nomia portuguesa. A política
público e nas importações.
A resolução de parte deste
problema, o desequilíbrio ex-
terno, está a ser conseguido à ortugal não é a Grécia.
movente, se esquecermos o pas-
sado. Se o fizermos é trágico.
Foi com ele que começaram as
políticas de desinvestimento na
agricultura, nas pescas e, de
como demonstra o economis-
ta Ricardo Arroja, num livri-
nho intitulado “As Contas Po-
liticamente Incorretas da Eco-
nomia Portuguesa”, que viva-
ligado ao mar, mas vivemos de
costas viradas para ele. Resul-
tado: importamos 60% do pes-
cado que comemos e em junho
deste ano o défice comercial
agrícola obedeceu aos interes-
ses da França e a industrial
aos interesses da Alemanha.
Produzimos menos no interior
e comprámos mais ao exte-
custa do brutal ajustamento
em curso. Trata-se de retirar
liquidez à economia, ou seja,
às famílias. A outra parte de-
pende daquilo a que comoven-
P Não é por tanto repetir
esta frase que acredita-
mos na veracidade da
mesma. Acreditamos porque
de facto somos muito diferen-
certa forma, até na indústria, mente recomendo e de onde de pescado era de ¤800 mi- rior. Pagaram-nos para produ- temente Cavaco Silva chamou tes. Portugal não mascarou as
tendo em conta o foco colocado retirei alguns dos números lhões. Desde os tempos em zirmos menos e financiaram- o regresso à agricultura, à pes- suas contas públicas com arti-
naquilo que mais tarde seria desta crónica. que Cavaco Silva era primeiro- -nos para comprarmos mais. ca e à indústria. À produção, manhas contabilísticas, não te-
chamada a “política do betão”. Nas pescas foi igual. A políti- -ministro pescamos metade da Resultado: a nossa balança co- em suma. Tão básico, não é? mos como desporto nacional a
fuga ao fisco e até queremos
(quase todos) pagar aquilo que
devemos. Quando recebemos
Temos memória o dinheiro da troika não foi pa-
ra os enganar ao não fazer na-
da do que tínhamos acordado.
Procedemos a cortes, refor-
mas, privatizámos empresas,
prio conseguiam multiplicar à de vida, um sufoco e uma falta de serão esmagados por um fi- aumentámos e muito os impos-
exaustão essa unidade, criando O problema cresce e o de ar. Mesmo que tenha passa- nal de carreira sombrio, uma en- tos e sofremos as consequên-
no mundo uma aparência de nosso em particular. Que do anos a ganhar 800. Se pas- trada na reforma sem apoios so- cias terríveis do ajustamento.
existência de crédito ilimitada. saudades eu vou ter do sou dois ou três no escalão dos ciais abundantes como já foram Ganhámos em troca mais um
Perante isso afirmei na altura euro. A memória é terrível, 1200, os mil são uma kitchenet- e já experimentaram (e nós te- ano de ajustamento, umas pal-
que o mal que parecia estar a mas a sua ausência é nada te ao pé da cozinha do mosteiro mos memória), sem pensões de madinhas nas costas, palavras
apoquentar todos (bolsas em de Alcobaça... reforma que lhes acudam até já doces e um muito bem. Os gre-
queda livre, bancos em falên- Ainda tive alguma esperança não terem memória... gos tiveram um perdão da dívi-
“Confusion cia, bancos com necessidade de que os responsáveis políticos, E a cumular tudo isto a situa- da no valor de 200 mil milhões,
de Confusiones” fortalecimento dos seus capi-
tais próprios na pior época para
particularmente os europeus,
encetassem uma política mone-
ção portuguesa, que não sei co-
mo poderá ser de grande espe-
já vão no terceiro pacote de aju-
da e agora vão ter uma redução
os atrair, etc.) tinha tido o seu tária expansionista à custa de rança nos próximos 10 ou 15 do custo dos empréstimos, 10
João Duque lado “bom” porque tinha permi- uma inflação futura significati- anos... Os sinais estão cada vez anos sem pagar juros e mais 15
jduque@iseg.utl.pt tido uma gigantesca antecipa- va, com efeitos postecipados, mais claros aí. para pagar a dívida.
ção do consumo futuro. Mas is- mas com vantagens psicológi- Os maiores bancos mundiais Ora bolas! Eu não quero ser
so criou-nos dependências e ví- cas ao nível do sofrimento dos dão sinais de crise e reduzem o de todo grego, mas algumas
cios. E o pior de tudo: nós te- pacientes... Mas para além do número dos seus colaborado- destas ajudas ajudavam-nos e
mos memórias. ano de 2010, onde se observa- res. Vacilarão no equilíbrio da muito.
Para qualquer ser humano ga- ram emissões massivas de dívi- solvabilidade das suas contas? A O princípio de igualdade que
nhar um euro não é igual a per- da pública dos Estados sobera- Europa definha a olhos vistos. A Passos Coelho disse ter sido
ecordo que, quando a der um euro. Quando subimos mos, as sensações que passámos. nos e que agora estão nas mãos Euro-Europa já entrou em re- uma vitória dele em Bruxelas é
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