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Diversificação
nas Plantas
Consultor Editorial:
PROF. DR. JOSÉ NEVES CANDEIAS
THEODORE DELEVORYAS
UNIVERSIDADE DE YALE
Tradução e adaptação dc
A Y L T H O N BRANDÃO JOLY
da Universidade de S. Paulo
Copyright
HOLT, RINBHART AND WINSTON. INC.
1966
Prefácio. 9
UM
Introdução, 15
DOIS
Algumas Tendências
Evolutivas nas Algas, 27
TRÊS
Plantas Aclorofiladas, 55
QUATRO
Origem e Evolução das
Plantas Vasculares
Terrestres, 75
CINCO
SEIS
11
12 DIVERSIFICAÇÃO NAS PLANTAS PREFÁCIO
13
nem tampouco a mesma que outros autores consideram importante
uma extensa consideração das bactérias, motivo pelo qual não sc
na evolução do reino vegetai. inclui aqui uma discussão dêste grupo.
Um tratamento evolucionário do reino das plantas torna-se mais
Grande parte dêste livro trata da evolução das Angiospcrmas
compreensivo quando os grupos estão identificados c o m o manifesta-
por constituírem, atualmente, a parte mais notável do nosso meio am-
ções diferentes de um certo plano básico de construção e de ciclo
biente vegetal, c por ser o grupo do qual a maioria dos estudantes tem
dc vida. Portanto, fêz-sc através do livro uma tentativa para salientar
algum conhecimento. Tendo cm vista especialmente aqueles que não
homologias entre os vários grupos e interpretar as mudanças cvolu-
continuarão a estudar Ciências Botânicas, considerou-sc mais longa-
cíonárias como modificações de um plano básico geral desses orga-
mente essa parte imediata do nosso meio ambiente do que os outros
nismos. As armadilhas deste método são evidentes e é necessário,
grupos, embora os problemas evolucionários destes possam ser tão
cm muitos casos, reconhecer similaridades de forma como conver-
fascinantes como aqueles das Angiospcrmas.
gência entre os grupos. A consideração da convergência c o m o um
resultado de resposta similar de grupos vegetais, independentes aos Espero que o aluno compreenda que as séries evolutivas, apre-
fatores do meio c outros» confere considerável interesse ao assunto de sentadas através deste livro, não devem ser tomadas como fatos de-
evolução nas plantas. monstrados. Estas séneã são, ao invés disso, conclusões lógicas sus-
tentadas por muitos botânicos, que se basearam em observações c In-
A maior ênfase deste livro está na forma e na evoíuç&o da terpretações disponíveis dos fatos. Informações adicionais sobre es-
forma vegetal, mais do que em grupos de plantas. Entretanto, a forma truturas vegetais, aliadas a uma reinterpretação de fatos conhecidos,
não pode ser discutida abstratamente neste níveí introdutório. No podem levar a hipóteses diferentes no futuro. Morfologia vegetai evo-
reino vegetal, para que se originem novas formas, é preciso que haja lutiva não é assunto encerrado; com o passar do tempo muitas idéias
alguma coisa da qual c)as possam evoluir; utilizam-se estruturas em novas poderão surgir. É perfeitamente possível — e eu sinceramente
plantas reais como exemplos. Os organismos a serem nomeados c des- espero — que os leitores venham a se sentir estimulados para
reavaliar alguns dos fatos e finalmente apresentar novas idéias, possi-
critos não o serão por seu próprio significado: Irão sc constituir apenas
velmente conducentes a um quadro mais preciso das mudanças no
em ilustrações de um tema evolucionário particular em consideração.
reino vegetal.
Inclucm-sc também, onde são aplicáveis, considerações sobre o
registro fóssil e a sua contribuição ao nosso conhecimento das mu- ÈSÍQ livro beneficiou-se grandemente das criticas e sugestões dc
danças ocorridas no tempo, no reino vegeta), A informação palco- algumas pessoas que leram o manuscrito. São elas: Professor Taylor
botânica adiciona o elemento importante do tempo, cuja apreciação é A. Stcevcs, da Universidade de Saskatchcwan; Professor Petcr M.
essencial em qualquer estudo evolucionário. Onde foi possível, re- Ray, da Universidade da Califórnia (Santa C r u s ) ; Professor Dominick
lacionou-se a discussão da forma com sua associação com uma deter- J. Paolillo, da Universidade de Illinois; Professor Arlel G. Locwy, do
Colégio Havcrford; Professor James D. Ebcrt, da Instituição Carnegic
minada função na planta» e considerou-se também o papel do meio
de Washington e Professor Howard A. Schneidcrman, da Universidade
ambiente cm moldar a forma da planta.
da Reserva Ocidental, Sou-lhes grato pela ajuda, Entretanto, a res-
O livro dc Snvijgc, Evolução, desta Série, ê valioso para ser usado ponsabilidade de (atos ou interpretações errôneas 6 exclusivamente
juntamente com este, porque trata do mecanismo real inerente à minha.
evolução da forma da planta. Diversificação nas Plantas dá ênfase
Meus agradecimentos a muitos autores c editores pela permis-
às particularidades adaptativas de várias formas de plantas; Evolução
são de reproduzir material ilustrativo,
explica as origens da variação na forma, a seleção natural e o processo
da adaptação, incluindo também discussões de evolução dc grupos mais T.D,
importantes c das interações de vários processos que sc desenvolvem N e w Havcn, Connccticut
mais lentamente. Outro livro desta Série, Vida dos Micróbios, contém Novembro de 196S
Introdução
* * V ^ " J Í S d :°Sr -
D C a
INTRODUÇÃO
o u t r o e s q u e m a ; a p a r t e principal d o l i v r o é p e r f e i t a m e n t e a d a p t á v e l
a c e r t o n ú m e r o d e sistemas d e c l a s s i f i c a ç ã o .
19
Divisão Bríófita iHryophyw). Plantas verdes makke)uiart% com alternância
de fases haplóíde e diplóíde. A fase haplóide, produtora de gametas,
O REINO VEGETAL é tipicamente a mais notável. Esta divisão inclui os musgos e as
hepáticas.
Divisão Algas azuis (Cytmophyta). Plantas unicelularcs simples, coloniais, Divisão Plantas vasculares {Tnwhcophyia). Plantas verdes altamente orga-
ou multicelulares, sem núcleo e c o m pizmento em corpos não orga- nizadas com tecido condutor especializado (lenho e líber) na fase
nizados. Os pigmentos principais são clorofila a, /?-caroteno, xan- diplóíde produtora de esporos.
tofilas e ficocianinas. N ã o há reprodução sexual ou células móveis. Subdivisão Psllopsida. Plantas em geral sem folhas, sem raízes, sim-
Divisão Euglcnofiias iEuzIenophyta). Organismos móveis, unicelularcs sim- plesmente construídas, com esporângios gerafmente terminais
ples ou coloniais. A motilidade é dada por flagelo*. Pigmentos nos eixos.
(clorofilas a t b, y?-carotcno) em corpos organizados chamados Subdivisão Lícopodíneas (Lycopsida). Plantas fplhosas com folhas sim-
plastos. Produto de reserva é carboídrato relacionado com ples, densamente dispostas. Os esporângios são produzidos
amido c gorduras. A reprodução sexual não foi demonstrada. no lado superior das folhas.
Divisão : Algas verdes (Chlorophyta). Plantas verdes unicelularcs coloniais
ou multicelulares geralmente c o m estrutura simples. Os principais Subdivisão Articuladas ou Cavalinhas iSphtnopiida). Plantas com fo-
pigmentos são clorofilas a e b. carotenos e xantofilas encontrados lhas e ramos geralmente dispostos em verticilos. Os espo-
dentro de plastos. O produto de reserva é geralmente amido. A re- rângios são formados em ramos férteis especializados e
produção c por m e i o sexuado ou assexuado. freqüentemente agregados em cones.
Divisão Algas douradas (Chrysophyta). Um grupo de plantas que apresenta Subdivisão Samambaias {Pteropsida). Folhas tipicamente grandes, fre-
paralelismo de forma c o m as algas verdes. Os pigmentos incluem qüentemente compostas com esporângios formados na super-
clorofila a (outras clorofilas podem estar presentes, mas não cloro- fície inferior. Caules alongados e horizontais ou ereios.
fila a ) , carotenos e xantofilas. O produto de reserva c geralmente
Subdivisão Plantas com semente iSpermopsida). Plantas vasculares
um óleo ou um carboídrato chamado leucosina.
apresentando sementes verdadeiras.
Divisão Algas pardas (Phaeophyla). Estruturalmente são as algas mais c o m -
plexas, indo desde filamentos simples até corpos massudos. Os pig- Classe Samambaias com sementes {Pterídospermophyta). Plantas
mentos incluem as clorofilas a c c. /?-carotcno e xantofilas. O com o hábito geral de samambaias, mas com sementes pro-
produto de reserva é ó l e o ou carboídrato. A m b o s os meios duzidas nas folhas.
de reprodução, assexuado ou sexuado, estão presentes. Classe Cicadofitas (Cycadophyta). Plantas geralmente com caules
Divisão Algas vermelhas (Khodophyta). A maioria das formas é multicc- lenhosos e folhas semelhantes as de samambaias. As semen-
lular; os corpos pigmentados contém clorofilas a c d, caroteno, uma tes são produzidas em folhas modificadas tipicamente dispos-
xantofila e um pigmento avermelhado, a ficoeritrina. Os sistemas tas em cone.
de reprodução presentes são tanto assexuado c o m o sexuado.
Divisão Dinoflagclados (Pyrrophy/a), Organismos unicelularcs, flagelados Classe Ginkgos (Glnkgophyia). Arvores com lenho abundante e
com principais pigmentos incluindo clorofilas a c c, /t-caroteno e folhas em forma de leque. Sementes nuas, produzidas cm
xantofilas. Células geralmente cobertas por um número de estru- pedúnculos alongados.
turas semelhantes a placas. Classe Coníferas (Coniferophyta). Arvores com folhas simples que
Divisão Bactérias (Schizomycophyta). Extremamente pequenos, unicelularcs variam desde aciculares, a achatadas e largas. Sementes tipi-
ou em cadeias filamentosas. Na maioria heterotróficas reproduzindo camente produzidas na superfície de escamas agregadas em
tipicamente por divisão celular. cones.
Divisão Mixbmicetos (Myxomycophyia). A fase vegetativa do ciclo de vida
Classe Gnctofíta (Gnetophyta). Pequeno grupo de plantas com
consistindo de massa nua de citoplasma em movimento. Es-
sementes nuas.
porângios especializados são formados no tempo da produção de
esporos. Classe Plantas com flores (Angiospermophyta). Flautas com flores,
e sementes tipicamente encerradas dentro de uma estrutura
chamada carpclo.
Divisão Ficomicetos (Phycomycophytà). Organismos sem clorofila, unicelu-
larcs ou mais comumente filamentosos, com falta de septação nos
filamentos. Reproduções assexuai c sexual presentes. A parte prin- A s c a t e g o r i a s d e plantas enumeradas acima incluem somente o s
cipal do ciclo de vida è geralmente no estado nuclear haplóide. -
grupos maiores. " R e i n o " , "Divisão", "Subdivisão c " C l a s s e " apa-
Divisão Ascomicetos (Ascomycophyia). Alguns unice/uíares, a maioria muí-
licelular, c o m septação nos filamentos. Esporos especiais desenvol- r e c e m em ordem descendente de m a g n i t u d e . A b a i x o de " C l a s s e "
vem-se dentro de sacos alongados que são produzidos depois do
processo de fusão sexual. está " O r d e m " , seguida p o r " F a m í l i a " , d e p o i s " G ê n e r o ' * e finalmente
Divisão Basídlomicetós (Basidlomycophyta). Fungos multicelulares c o m "Espécie". S e m p r e q u e possível neste l i v r o a s generalizações serão
esporos especiais nascidos no ápice de uma estrutura claviformc, baseadas n o s g r u p o s m a i o r e s , mas categorias m e n o r e s estão incluídas
formada algumas vezes depois dc uma fusão sexual.
nas discussões d e f o r m a nas plantas.
DIVERSIFICAÇÃO N A S P L A N T A S
INTRODUÇÃO
21
Um problema dc interesse tanto para os
IMEIRAS INDICAÇÕES
leigos como para os bioJogistas envolve
COMEÇO DO
GEOLÓGICAS DE primeiro aparecimento de vida vegetal na ERA PERÍODO ÉPOCA INTERVALO
0
(MILHÕES DE AMOS)
VIDA VEGETAL j c r r a > Com o passar d o tempo, cresce
1
mais e mais a indicação que sugere a existência de plantas na Terra Or- QtMTEfcNÀKIO PtclH&ccno
desde um tempo extremamente longo. Os paleobotânicos têm escava-
do restos de plantas com abundância cada v e z maior do período P r é - TERClÂRIO
3v
-cambriano; durante certo tempo a maioria dos paleontólogos julgava 50
não haver existido nenhum organismo vivo na Terra durante aquela
pane do tempo geológico. (Inclui-se aqui para referência uma ta- 100 CRETÁCEO 100
bela, a Fig. 1-1. pois numerosas referências serão feitas a vários pe- INFERIOR
biscoitos dágua, constituídos de depósitos de carbonato de cálcio 450r- " Tremanjagg sM.
450
concéntricamenic disposto ( F i g . I - 2 B ) . Sugere-se que algumas dessas ORDOVICÍANO MÉDIO
FmTÍ^ U n i <
? l u l a r e s
< o u
C e l u l a r e s ) plantas
U a n i m a S r C a l Í d a d e é
DF PTAWAI ° ' ' ^ ' questão pura-
D E
: CANTAS mente acadêmica. Muito provavelmente
nao eram nem um, nem outro; os primeiros o r g a n i s m o s ^ r ^ e
se duplicarem podem ter sido nada mais do que aglomerados comple-
xos de moléculas orgânicas, entre as quais se incluíam os ácidos nucléi-
cos. O metabolismo e a replicação provavelmente ocorreram pela
utilização de outros compostos no meio aquoso em volta desses "orga-
nismos" primitivos. Falando estritamente, então a primeira maneira
de nutrição deve ter sido heterotrófica. Esses seres semelhantes a
organismos, em razão da natureza das moléculas de ácidos nucléicos,
eram capazes de reproduzir, de maneira bastante consistente, tipos
similares de indivíduos. De tais formas, que podem ser consideradas
heterotróficas, evoluíram organismos ainda mais complexos com uma
célula mais elaborada e organizada, como base da estrutura. Alguns
destes unicelulares, com atividades metabólicas mais refinadas, talvez
pudessem utilizar substâncias químicas simples do seu meio ambiente
na síntese dos materiais necessários para o crescimento e a reprodução.
LEITURAS SUGERIDAS
5 A 3 Ê S J S | TSA « ! | S | § »
P P 7 5
; c t" E B jS . A . , "Micro-orgams-ns from lhe Gunflint Chert", Science, vo..
147, 1965, pp. 563-577 „ f Slructurally Preseryed Plante
J r ^ T E tf t^SXW. Science, vo». 1.9, .954.
0 c c u r r e n c e 0
T
í' ÍI r ,
? í s
í? f o s s c i s
semelhantes às azuis, provenientes de - l
cakedoniai deGunflint
(B
do Pre%cambriano do Ontário do sul. ( A ) Animikiea
'A?X: C'„ ? Enl
°spl*™roidcs amplas. X 1485. ( A s fotografias são
cortesia de E. S. Barghoorn.)
P
W^ G ,°'So 6
r i f i i „ of Life", ScienUfic American, vo.. . 9 , , .954. PP- 44-53.
Algumas Tendências
Evolutivas nas Algas
27
28 DIVERSIFICAÇÃO N A S P L A N T A S
A L G U M A S TENDÊNCIAS EVOLUTIVAS NAS ALGAS
29
A l g a s Unicelulares M ó v e i s
Fig. 2-1. Gloeocapsa, uma alga azul simples, uniccJular. As células indi-
viduais estão envoltas por bainhas de uma substância mucilaginosa. X 550.
Gjro*«.
FfS, Chlamydomonas, estrutura c ciclo de vida
Tk. , , „ „ , WorU. 1*3. ubHcado
P
n v u i r r i u .?
poXuSaíi 23%^ n r n
( N . do T.)
tam o mais complexo tipo de uma única célula-. A partir dessas constituem o resultado* Não há lambem evidência convincente de re-
células elaboradas derivaram os organismos superiores, mais comple- produção sexual entre as Buglenofitas,
xos na estrutura geral, mas c o m células individuais mais especiali- C o m o exemplos de unlcélulss que sé reproduzem Mfxuadamtn-
zadas (menos indiferenciadas) do que nos organismos unicelulares. te, podemos citar membros das algas verdes. A unicelular CWimt.v-
Cada célula individual em organismos multicelulares é geneticamente dôhtonas tem ambos os meios de reprodução, tanto sexuado somo
idêntica a todas as outras nos mesmos organismos; alguns dos p r o - assexuado ( F i g . 2 - 3 ) . A reprodução asscxual implica na divisão do
blemas relacionados com a maturação dessas células, de diferentes protoptasto em duas, quatro ou oito células (ilhas. Cada uma destas
tipos e c o m funções diferentes são discutidos em Interação de Siste- células desenvolve um par de flagelos anteriores* á libertada, e nada
mas no Desenvolvimento, nesta Série. O Capitulo Quatro deste livro para longe como um novo indivíduo. Em alguns casos não há desen-
contém um sumário dos caminhos prováveis seguidos pelas plantas volvimento de flagelos nas células filhas, e os produtos da divisão ds
multicelulares em sua derivação de unicélulas simples. célula originai permanecem imersos na matriz da parede da eéluln-mftc
que se tornou gelalínizada. Divisões posteriores das células (Ilhas po-
A habilidade de se reproduzir é um m e i o dem também ocorrer, produzindo uma colônia frouxamente agregada,
i!rr n/^r pelo qual um ser v i v o difere de um sistema C o m o esta condição da CMúntydomonas se parece com a configura-
Jãlreíà n não-vivo. A s plantas mais simples, mais ção típica da célula da algn verde Pabtteltoi o estágio imóvel, colo-
SISTEMAS DE primitivas, unicelulares, têm a capacidade nial de Chlojhydomonas é freqüentemente chamado de estágio pul-
REPRODUÇÃO i p j i mais indivíduos idênticos aos mtlóide. Mais tarde, presumivelmente sob condições mais favorá-
( e r o ( u z r
progenítores. M a s , mesmo dentro das plantas unicelulares, podemos veis, os flagelos se desenvolvem c os indivíduos nadam para longe.
ver uma seqüência evolutiva progressivamente mais complexa de sis-
temas reprodutivos. A Reprodução Sexual em ChtamydomonúB
Dentre as plantas de nossos dias, os membros das algas azuis A reprodução sexual em ÇMamydomonús envolve a divisão do
exibem um meio extremamente simples de reprodução. U m a célula protoplasto mítdticamctue, em células filhas que funcionam como cé-
de Ghtoxrtpsá % por exemplo, produz mais células idênticas a si pró- lulas sexuais ou wnietas. Dois gametas se fundem pelai vogioes flagela*
pria por meio de uma simples divisão. N ã o há núcleo organizado c res quando os protoplastos são libertados das paredes dos célula*/ para
os cromossomos não são evidentes, mas parece não haver dúvida de formar uma célula diplóíde de fusão, o n>m>. Sob condições favorá*
que há uma divisão igual de cromatina na célula, no t e m p o de sua veis, o conteúdo dó tigoto divide-se meiòticamcnte, produzindo qua-
dfvfisfto. A l é m do mais é também perfeitamente possível que a re- tro células móveis, cada uma com a metade do número dc cromosso-
plicação do ácido nucléico tenha ocorrido antes de a célula se divi- mos do tigoto, ou o mesmo número como nos progenítores e nos ga-
dir, c o m o nas células vegetais c o m núcleos mais altamente organiza- metas. Desta maneira o número usual vegetativo dc cromossomos é
dos. Em Glowxwpsa, mesmo depois que a célula se tenha d i v i d i d o restaurado.
para formar duas, as células filhas permanecem frouxamente Juntas A maioria das espécies de Chlamydomimús tem gametas somente
em üma bainha mucilaginosa. N ã o existem ligações citoplaamática* de um tipo estrutural; a fusão dessas células similares é chamada
entre as células filhas e, portanto, nós ainda podemos considerar o hvgamia. Algumas espécies têm gametas de dois tamanhos e são
organismo como unicelular. P e l o que até agora sabemos, Mo há
somenetocom
fito
ditas c o m o tendo um processo sexual heterógemo, Gametas móveis,
evidência de um processo sexual entre as algas azuis. pequenos, fundem com gametas móveis, maiores. Atente-se pare
de que os indivíduos acima mencionados i t o isògúlttOg
U m a simples divisão das células é também o tipo de reprodução
base na similaridade morfolõgtca. Em outras palavras. Mo há ma-
que caracteriza as Euglenofitas. Nestas formas unicelulares. a célula v e -
getaliva divide-se mltòtieamente, e dois indivíduos filhos similares
( * ) bas bartdes celulares ÜQs indivíduos qUe formsrsm ut iauVêltt ftftS
Embora uma planta como Ulothrix, mencionada aqui simples- Se levássemos mais adiante a seqüência evolucionária que conduz
mente como um exemplo de uma quantidade de tipos de algas verdes, a um tipo filamentoso de construção, viríamos a postular que um talo
seja muito diferente de uma planta simples como a Chlamydomonas, de alga semelhante a uma placa pode se formar por divisões celula-
e muito mais complexa na estrutura do seu corpo, é ainda possível res em dois planos. Exemplos dêste tipo dc estrutura são também
abundantes entre as algas. Uma forma muito comum é a alface-do-mar,
reconhecer afinidades entre elas. Em primeiro lugar, as células m ó -
Ulva, composta de uma lâmina de células fotossintéticas de apenas
veis, zoósporos c gametas de Ulothrix são quase indistinguíveis de
duas camadas de células em espessura. A alface-do-mar é de inte-
uma planta de Chlamydomonas, O tipo mais complexo de estrutura
resse por causa de seu característico ciclo dc vida. Algumas das célu-
de talo pode ser facilmente derivado da evolução a partir de um
las em uma planta haplóide dividem-se para produzir gametas mó-
tipo de indivíduo semelhante a Chlamydomonas, por uma série de
veis, haplóides. Estes se fundem em pares para produzir zigotos di-
estágios envolvendo, primeiro, uma frouxa agregação de uma fase
plóides. Em Ulva (Fig. 2-5A - C ) , a divisão dc redução não ocorre
imóvel, seguida de um alinhamento ainda frouxo, mais regular de
imediatamente depois da germinação do zigoto; ao invés disso, uma
uma forma filamentosa, c, finalmente, mesmo por um alinhamento mais
série de divisões mitóticas produz uma nova planta aparentemente
aproximado com células adjacentes realmente interligadas por cone-
idêntica à fase haplóide, mas que é inteiramente diplóide. A divisão
xões, ciíoplasmáticas dentro dc um filamento. Portanto em Ulothrix de redução ocorre em algumas das células da fase diplóide, produ-
não há simplesmente um contato físico entre as células adjacentes, zindo zoósporos móveis haplóides que germinam em novos indiví-
não há simplesmente uma colônia linear de células, há um todo duos haplóides. Em Uha, como também em muitas outras algas, há
filamentoso. Malgrado a impossibilidade de provar que esses foram uma alternância de Jma fase multicelular haplóide com uma fase
os eventos reais envolvidos na evolução da multicclularidadc, esta multicelular diplóide. Na discussão das plantas vasculares terrestres,
seqüência é lógica e corroborada por certo numero de exemplos entre no Capítulo Quatro, far-se-á um estudo mais significativo dessa alter-
as algas. nância e suas implicações.
As diferenças de estrutura entre Ulothrix e Chlamydomonas ser* Nem todas as plantas com estágios alternamos haplóide e diplói-
vem para ilustrar um princípio evolucionário freqüentemente obser- de têm duas fases aparentemente idênticas. Na maioria dos casos, o
vado nos reinos vegetal e animal. Embora Ulothrix seja obviamente estágio produtor dos gametas difere em estrutura do estágio que
mais complexo em construção, a reprodução sexual em Ulothrix é origina os esporos.
isógama, tipo considerado o mais primitivo. Em contraste, pelo menos Uma elaboração ulterior do hábito filamentoso nas algas é o
uma espécie de Chlamydomonas, enquanto retém uma forma de corpo" desenvolvimento de ramos (Fig. 2 - D ) . Encontra-se esta peculiarida-
DIVERSIFICAÇÃO NAS P L A N T A S A L G U M A S TENDÊNCIAS EVOLUTIVAS NAS ALGAS
42 43
a l g a V e r d e m 6 v e í s n á u m a
UMA SÉRIE * . * outra se-
c c v o l u c í o n 6 r i a
EVOLUCIONÁRIA ". M"e tende para um há-
I i f , /r/rr
r r ijT AR MÓVEL b l t o m u U i c e ,
. ™ tipo que aparentemen- u l a r u
Fig. 2*5. Ulva, uma alga verde laminar. ( A ) Hábito. ( B ) Corte através do
talo. ( C ) Divisão do conteúdo celular na produção de células reprodutoras.
(Redesenhada de G. M. Smith, Cryptogamic Botany, vol. 1, 1955, com per-
missão de McGraw-Hill, Inc.) ( D ) Fragmento de uma planta de Draparnaldia,
uma alga verde ramificada. (Redesenhada de W. H. Brown, The Plant Ktngdom,
1935, cortesia de Blaisdcll Publishing Company, uma divisão de Ginn and
Company.) ( E ) Fritschiclla, uma alga verde com hábito ramificado c com
forma tridimensional do talo carnoso. (Redesenhada de M. O. P. lyengar, cm
New Phyiologist, 31 : 331, 1932.)
mais células móveis dispostas em uma colônia esférica com flagelos NAS ALG^AS VERDES ° ° °' °-
estendendo-se para fora a partir da periferia. A última palavra nesta / v / i a Auv/y* v GKUCO i m e n t o relativo das fa-
d u ç ã o e n o d e s c n v o I v
série de agregados móveis de células é Volvox ( F i g . 2 - 7 ) , massa esféri- ses citológicas haplóide e diplóide. As algas verdes representam um
grupo portador de toda a variação de combinações de características.
ca, que algumas vezes tem milhares de células dispostas na periferia.
N ã o há uma única linha envolvendo uma progressiva elaboração de
Estas esferas são suficientemente grandes para serem vistas a olho nu.
estrutura do talo que coincida com uma reprodução sexual, progres-
Em Volvox há, na realidade, conexões citoplasmáticas entre células
sivamente mais avançada, e assim por diante. Formas unicelulares
adjacentes, de tal sorte que seria mais apropriado referir-se a estas
simples podem ser oógamas, enquanto que formas ramificadas com-
esferas como indivíduos multicelulares do que como colônias. Nem
plexas podem ser isógamas. A alternância de fases multicelulares
todas as células de um Volvox têm a mesma função; algumas são
pode estar presente ou ausente em formas com isogamia; similarmen-
puramente vegetativas, algumas produzem gametas masculinos m ó -
te, formas oógamas podem ter ou não fases regularmente alternantes
veis, outras produzem oosferas e ainda outras produzem novas colô-
haplóide e diplóide multicelulares. Não obstante, as tendências evo-
nias vegetativamentc.
lutivas individuais são discerníveis, e o fato de que em uma dada
alga nem todos os caracteres estão no mesmo estágio de evolução,
Conquanto este tipo de hábito multicelular possa ser vantajoso,
serve para acentuar o princípio de que nos organismos a evolução
em certos ambientes, há limitações óbvias com relação ao tamanho
de todas as partes não necessita da, e não progride com, a mesma
potencial e viabilidade como um possível precursor para as mais
velocidade.
altamente avançadas plantas terrestres. A seqüência evolucionária,
freqüentemente referida como a tendência volvocina (assim cha-
e cons
mada pelo gênero Volvox), é, entretanto, de considerável interesse, na Ti?\irt£\iri AQ *"" ' d e r á v é l interesse é o falo de que,
demonstração de um caminho seguido pelas algas verdes, através par a i f t A/SM• ntrrlnK O T t o d o s o s
^ P 0 8 d e m u i t a s d a s
de que das são formas extremamente bem sucedidas, porque -.Jhe Planl Kingdom, Englewood Çliffs, Nova Jérsei: Prentice-Hall, Inc.,
são capazes de existir em uma larga variante de habitais por toda a
CHAPMAN. V J., An Introduclioh lo lhe Sludy of Algae, Nova York: Cam-
Terra. Além do mais a grande diversidade entre as algas sugeriria bndge University Press, 1941.
que muitas formas entre estas plantas seriam capazes de se adaptar a , Seaweeds and their Uses, Londres: Methuen & Co., Ltd., 1950.
W. T., Nonvascular Planls: Form and Functions, Belmont, Califórnia-
DOYLE,
mudanças das condições do ambiente. Wadsworth Publishing Company, 1964.
SMITH, G. M., Crypiogamic Boiany, Nova York: McGraw-Hill, Inc., vol. 1.
1955.
Um grupo de botânicos utiliza algas em
ALGAS COMO yfâzs disciplinas experimentais por causa
ORGANISMOS da d ptabilidade
a a desses organismos na
EXPERIMENTAIS demonstração de certos princípios bioló-
gicos fundamentais.
Algumas das formas unicelulares, notavelmente o gênero imóvel
da alga verde, Chorella, são importantes no estudo dos processos
fotossintéticos. Estas algas são facilmente cultiváveis e, devido à sua
simplicidade, é relativamente fácil a extração de pigmentos ou produtos
intermediários da fotossíntese, durante o processo.
55
36 DIVERSIFICAÇÃO N A S PLANTAS
PLANTAS ACLOROFILADAS
fungos não pretende ser decisiva no primeiro capítulo — m e s m o os 37
mícologístas profissionais ( o s botânicos estudiosos de fungos) não
Os fungos que crescem sobre substratos nflo*vlvos são chamados to*
estão inteiramente de acordo em c o m o os fungos devam ser classi-
prójinis. A fonte de sua nutrição pode ser de coisas tão dlvefífls como
ficados. O sistema que aqui apresentamos, assim c o m o o sistema de um tronco em apodreclmento, uma fatia dc pio, madeira, ou um pe-
classificação para as algas, é apenas um dentre aqueles convenientes. d a ç o de celofane.
tam uma agregação desses filamentos fungais. As paredes das células sexuados c o m o assexuados (numerosos fungos, cujos processos sexuais
ou dos filamentos geralmente têm celulose, quitina ou ambas as subs- n ã o têm sido observados, estão grupados em uma categoria chamada
tâncias químicas. Em algum lugar no ciclo de vida d o s fungos p r o - Furtgl Imperfectí). A produção dc esporos é uma especialização extre-
duzem-sc os esporos. Os fungos tanto podem incluir formas unice- mamente bem sucedida dos fungos. A grande maioria dos fungos vive
lulares c o m o tipos de talo mais c o m p l e x o s . Os ciclos de v i d a de em um ambiente terrestre e os esporos silo distribuídos no ar. Os
muitos fungos apresentam um paralelismo com aqueles de certas esporos de fungos, extremamente pequenos e leves, são produzidos cm
algas, embora nem todos os fungos tenham ciclos de vida do tipo do quantidades incontáveis. C o m o resultado, o ar está simplesmente cheio
das algas. A l é m disso, c o m o acontece c o m certas algas e plantas ter** de esporos flutuantes de fungos possibilitados a reter sua viabilidade
resíres, muitos fungos têm (ases citològicas alternantes; plantas c o m por longos períodos de tempo e a germinar em grande variedade de
(2) Há aqui um evidente exagero do Autor. A única maneira de repro- ( 3 ) Isto só ocorre, entretanto, se este zoósporo não encontrar o substrato
favorável que permita seu desenvolvimento como um novo indivíduo filamen-
dução do líquen como um todo é a efetuada por soridlos, não mostrada na toso. ( N . d o T . )
figura. Nesta só há a reprodução característica do fungo. < N . do T . )
i órgão sexual feminino
órgão texual
masculino
Mxoal
feminino.
gamet«
feminino*
planta diplóide
65
adaptação desses organismos à terra resultaram em uma considerável
divergência do tipo de talo e da biologia das formas aquáticas. Nes- Onde os filamentos da* duas raças entram em contato ocorre a
tas formas terrestres os esporos móveis estão ausentes e há uma copulação que é evidente na forma de uma linha de esferas negras
grande dependência em esporos pequenos, leves, que são transporta- conspícuas, os zigotos de paredes espessas, através do meio da placa
dos pelo ar. Tão eficiente é este método de distribuição que é difícil ao longo da linha de contato.
manter condições estéreis no laboratórios, hospitais ou em casa. O
ar está literalmente cheio de esporos de fungos, que germinam com
pouca dificuldade quando as condições são favoráveis. Muitos desses
esporos são de ficomicetos.
s a s c o m c c l o s
rffifiuAj/^cmc ® ' caracterizam-se por filamen-
to ASCOMICETOS t o a d o s e m oposição aos filamentos ge-
s s e p t
típo de
c^ZSZZZ ,~
p r a d o » uma célula diplóide. Este indivíduo diplóide pode e n t l cS
e
aquela n a qual o s núcleos ^ £ a ü C 0 m a is longa
reados mas não fundidos. Embora esta fase seja P
70 DIVERSIFICAÇÃO NAS PLANTAS
PLANTAS ACLOROFILADAS
71
do que o estágio diplóide, é ainda uma parte relativamente pequena
do ciclo total de vida. aqui, há uma seqüência óbvia nos ciclos de vida das três divisões
de fungos: ficomicetos, ascomicetos e basidiomicetos. Os ficomicetos
são tipicamente haplóides durante todo o ciclo de vida (Altomyces e
Os basidiomicetos constituem um grupo he-
formas relacionadas são exceções), porque todo o corpo vegetativo
A ESTÓRIA tercgêneo extremamente bem sucedido de
e os esporos produzidos assexuadamente têm núcleos haplóides. So-
CITOLÓGICA NOS f g s . Estas formas têm filamentos septa-
u n 0
Embora deva se chamar a atenção para o fato de não haver cresce neste hospedeiro por algum tempo; depois produzem-se outros
prova de parentesco direto entre as divisões de fungos mencionadas tipos de esporos. Estes esporos do fungo, produzidos neste hospedeiro, j
U m a r e a ç a o e n t r e u m
BIOLOGIA DE '
fungo e outro tipo
ISSOCIAÇÕES ENTRE dC
" B ^ J * * eventualmente resulta e m LEITURAS SUGERIDAS
a s s c , a a o d e
FUNGOS E OUTROS T ° « P^asiüsmo, é afetada
ORGANISMOS a
> e v 0
do hospedeiro, como c a o t a n t o
AHMADJIAN, V.. "The Fungi of Lichéos", Seientific American, vol. 208, 1963,
PP- 122-132.
do parasita. Uma mutação em um hospe-
DIVERSIFICAÇÃO NAS PLANTAS
ALIXOPOULOS. C J-, IritrodiKXory Mpcohgy, Nova York: John Wiley & Sons
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SMTTH, G. M . . Crvptogamh Botany, Nova York: McGraw-Hül, Inc.» vo!. te
1955.
Origem e Evolução
das Plantas
Vasculares Terrestres
A inspeção das
AS ALGAS VERDES
características das
COMO POSSÍVEIS p ^ t a s vasculares
ANCESTRAIS t c r r e s t r e s parece
evidenciar que não há outro grupo de algas,
subsistente, que pudesse ser considerado
75
76 DIVERSIFICAÇÃO NAS PLANTAS
ORIGEM E EVOLUÇÃO DAS PLANTAS ^
P3S EVO,UCIONÁRIAS DO
magnitude das eta-
Frilschiella, Fig. 2-5 E ) , entre as algas verdes, que mostram a ten- FNFRFWTAnni PFTAS »» P™ « terra fir-
dência de construir um corpo taloso tridimensional. As plantas P^ÂTA* TFÁJ™Í\ se consideram os tipos de mo-
verdes terrestres têm um tipo de reprodução oógama, isto é, uma
PLANTAS TERRESTRES d i f i c a ç õ e s n e c c s s á r i a s , u m a p l a n t a q u e
79
Outro problema se relaciona com a sustentação. As algas sub-
mersas mantêm-se suspensas pelo meio aquoso envolvente. Um tipo
similar de planta, colocado na terra, seria simplesmente achatado
contra o solo. As plantas terrestres, portanto, tiveram necessidade
de desenvolver um tipo mais rígido de corpo.
£stes problemas primordiais devem ser levados em conta nas
tentativas para se demonstrar como as prováveis algas verdes ances-
trais, através de um longo período de tempo, modificaram-se em plan-
tas vasculares terrestres.
relação à origem das raízes nas plantas vasculares. Êle propôs que
um sistema absorvente e fixador, que era somente um sistema de
a planta verde com tipo de talo de alga que precedeu as plantas ter-
ramos ligeiramente modificado. De fato, conhecem-se dúzias de tais
restres foi um sistema tridimensional ramificado dicotômicamente ( F i g .
tipos de plantas terrestres primitivas, dos períodos Siluriano e Devo*
4-1 A ) . Na evolução das raízes, um dos sistemas de ramos laterais
niano ( p o r exemplo, Fig. 4 - 2 A ) . Nestas formas a planta consiste
eventualmente se curvou, penetrando o solo e se ramificando sub-
de um sistema caulinar horizontal, no qual alguns dos ramos parecem
terrâneamente ( F i g . 4 - 1 B ) . Em outras palavras, o sistema radicular
ter penetrado o solo, outros elevaram-se e se tornaram porções fo-
seria considerado homólogo com a parte do sistema de ramifica-
tossintéticas da planta. Em períodos geológicos posteriores, a raiz,
ção aéreo. Se esta hipótese fosse verdadeira, poder-se-ia esperar en-
em um ambiente muito diferente daquele do resto da planta, tornou-
contrar alguma evidência fóssil de que algumas plantas terrestres
-se consideravelmente mais especializada e progressivamente mais
primitivas não tiveram raízes verdadeiras, mas, ao contrário, tinham
diferenciada em sua estrutura, de tal forma que na maioria das plantas
ORIGEM E EVOLUÇÃO DAS PLANTAS
81
E m b r a a
A CUTÍCULA
° t o r ç ã o de água do
or
ne-a acessível às oart t *
85 da p l a n t a 8
atmosfera relativamente seca n a terra levaria '
r á p i d a eva r
da maior parte da água nas partes aéreas se n-"T P° »Ç8o
a , u m
de retê-la dentro das células durante períodos d ™* 8 meio
6 & m
A solução deste problema é uma peculiaridade" r ^ ? '
t Ô d a s as
porções aéreas das plantas vasculares na terra »
c a m a d a
de material ceroso, a cutlcula, que forma ' ,
á g ua nas superfície, Não é lic^Tc^'
mente um fino filme estendido sobre as estruturas epidérnSas «Lt
nas das plantas. Esta cuücula é extremamente eficiente em ajudar ã
reter água dentro dos órgãos expostos ao ar.
Quantidade considerável de água se perde pelas folhas através de
poros, chamados estômatos, que estão abertos para as trocas de ga-
ses para dentro e para fora das folhas. Tal evaporação de água, di-
retamente das folhas, influencia a retirada de água do solo pelas
raízes; quando a absorção de água se atrasa em relação à perda dc
água, os estômatos se fecham, prevenindo uma evaporação adicional.
Em tais períodos, a cutícula isola o resto da superfície da folha, sendo
restabelecido o equilíbrio de água no interior da planta. (As con-
seqüências da perda de vapor dágua das partes aéreas da planta são
examinadas em A Planta Viva, nesta Série.)
As cutículas são extremamente resistentes à decomposição e, mui-
tas vezes, quando todas as características estruturais de partes de
plantas fósseis estão quase obliteradas, a cutícula está intata e pode
ser estudada para dar informações sobre a epiderme de vários ór-
gãos de plantas. Esporos e grãos de pólen também têm uma subs-
tância externa similar à cutícula, que permite a preservação desses
corpos pequenos nos sedimentos e são estudados pelos paleobotânicos
F
'S-^-2- _Rhynia Gwynne-Vaughani. ( A ) Reconstrução da planta, x 0,8. Com
P
?rfS iJ :Í d0 mo ,rando
fuseu
x
de História Natural de Chicago. ( B ) Seção longitudinal
T e s t o m a
acompanhado de suas células-guarda.
( C ) Seção longitudinal da esteie com traqueldes andares, x 250.
240.
no ramo especial chamado palinologia.
Plantas com cutícula são geològicamente muito velhas e é pos-
sível fazerem-se certas sugestões sobre os ambientes em que elas exis-
tiram. Embora não se possa afirmar com certeza que, por ter MO
vasculares que hoje vive, as raízes têm um grupo de características
cutícula, uma planta deva ter sido terrestre, é perfeitamente seguro
que diferem marcadamente dos caules.
sugerir que, em algum tempo no ciclo de vida desta planta, as partes
As raízes foram, portanto, um desenvolvimento das plantas vas-
com cutícula devem ter sido expostas ao ar. Parecena mais prová-
culares terrestres que serviram a uma função dupla de fixar a planta
vel que os ancestrais das plantas terrestre, devam
ao solo e absorver do solo a água e os minerais dissolvidos que não
algum tempo na história evolutiva, uma posição ao longo
mais envolviam o corpo inteiro da planta.
DIVERSIFICAÇÃO NAS PLANTAS
ORIGEM E EVOLUÇÃO DAS PLANTAS
I marés, onde estiveram titemadamente em condições de secura c
de umidade. Estes simples feixes condutores aparecem nas mais antigas plantas
fósseis vasculares nas rochas do Siluriano e do Devoniano. Ás mais
*^fí*^^
SISTEMAS DE
Sabemos agora que uma planta terrestre
^ t recentemente evoluída tinha um sistema ra-
^icular que ancorava a planta ao solo e
primitivas células condutoras de água c dc minerais diferem pouco
das células comuns dc paredes finas no resto da planta. Sistemas
condutores mais complicados e elaborado» evoluíram durante idades
CONDUÇÃO s e r v j a gomo órgão absorvente, e uma cutí- geológicas posteriores. Detalhes relativos à evolução de sistemas con-
cula à prova de água, que cobria as partes aéreas para conservar dutores serão tratados mais adiante.
água. Se, entretanto, as partes aéreas se situassem a certa distância do Na época atual os sistemas condutores na maioria das plantas
solo. tinha que se desenvolver algum meio de lhes transportar a água vasculares são bastante complexos, e nas árvores o sistema condutor
e os sais dissolvidos. Um sistema condutor especializado tornou-se o é praticamente todo o volume das raízes, caule e ramos. Com siste-
meio de transporte de substância solúveis e da água, do sistema radi- mas condutores mais elaborados as plantas ganharam a habilidade dc
cular para todas as outras partes da planta. F o i a evolução de um crescer mais alto e ter as partes distais consideravelmente afastadas
tal sistema que permitiu às plantas terrestres atingirem grande ta- da origem da água. Concomitantemente. um sistema de sustentação
manho. Além disso, o sistema condutor foi o meio de transportar os mais rígido se desenvolveu.
alimentos fabricados nas partes verdes aéreas da planta para todas
as outras regiões não fotossintetizantes. A s p a r t e s a é r e a s d a s l a n l a s
kAiinANrA* nilF P terrestres po-
d e m se e s l e n d e r
É verdade que certas plantas terrestres ( p o r exemplo, hepáti- PPP ITVÁA A guardando alguma distãn-
cas e musgos) não têm sistemas condutores c o m o aqueles encontra- PERMITEM A c j a d o s o J o jjm sistema vascular transporta
dos entre as plantas terrestres superiores. Em praticamente todos os SOBREVIVÊNCIA DA a á g u a e m a I e r i a i s s o l u v e 5 s a t r a v é s d a ^ a n .
casos, entretanto, estas plantas são bastante pequenas e os materiais PLANTA TERRESTRE ^ ; radicular fixa a planta; c a
s s l e m a
não têm grandes distâncias a percorrer. A l é m disso, estas plantas cutícuia previne a perda excessiva de água da superfície exposta ao
ar. Devido ao fato de a fotossíntese ocorrer em células no interior
muito freqüentemente crescem em ambientes bastante úmidos, onde
da folha (a maioria das células epidérmicas não têm plastos), alguma
muita água pode ser absorvida através das superfícies das partes
provisão tinha que ser feita para a fácil passagem de gases através
aéreas da planta. Embora algumas destas plantas briófitas cresçam
da superfície da planta que permitisse a entrada de ar e com ele o
em regiões relativamente mais secas, elas em geral não crescem
dióxido de carbono. As plantas terrestres desenvolveram poros espe-
ativamente durante os períodos secos prolongados. Ao invés disso,
cializados chamados estômatos, que são encontrados nas folhas e
elas temam uma aparência encolhida e seca até que sejam umedeci-
caules dos sistemas aéreos. Através desses poros o dióxido de car-
das outra vez; em seguida elas começam o crescimento ativo, t o -
bono entra na folha e chega a um contato íntimo com as células fo-
mando uma aparência saudável com côr verde intensa. Em outras
tossintetizantes.
briófitas há algumas indicações de um sistema condutor nos eixos
Finalmente, embora as superfícies de caules e folhas estejam
principais das partes aéreas da planta. Este sistema condutor n ã o é
cobertas por uma cutícuia, é um fato familiar que muitas plantas vas-
exatamente homólogo com aquele das plantas vasculares porque as
culares, especialmente as lenhosas, aumentem em diâmetro à medida
células condutoras são bem diferentes em estrutura. Nas briófitas,
que se produzem internamente mais tecidos condutores; este aumento
estas células condutoras especializadas têm, entretanto, a mesma fun-
em volume dos tecido» condutores naturalmente resulta no apareci-
ção.
mento de pressões internas que eventualmente rompem os tecidos
exteriores e com eles a cutícuia. Ê neste estágio que as células da
Nas plantas vasculares o primeiro sistema condutor foi extrema-
cortiça são produzidas nas partes externas dos caules. Esta camada
r simples, consistindo, na maioria dos casos, de uma coluna só-
de cortiça torna-se a camada externa limitante. As células da cortiça
muito delgada, de células alongadas, no centro do eixo caulinar.
quando adultas não são vivas e tèm paredes grossas impermeáveis à
D I V E R S I F I C A Ç Ã O NAS PLANTAS
ORIOEM E EVOLUÇÃO DAS PLANTAS
85
água. A natureza impermeável das células da cortiça é facilmente
perceptível quando lembramos que as rolhas comuns de garrafas são tabelecer a fase haplóide. Outras algas têm, freqüentemente, ambas
feitas das camadas de cortiça de certas espécies dc carvalho. ai fases haplóide e diplóide igualmente desenvolvidas. Nestas for-
mai a planta haplóide produz somente gametas que se fundem para
Tornou-se óbvio agora que certo número de modificações estru-
turais se envolveram na evolução de um tipo de planta, como uma iniciar a fase diplóide. Durante a germinação, o zigoto produz, atra-
alga verde aquática, para um tipo como uma planta lenhosa. Estas vés de uma série dc divisões mitóticas, um corpo multicelular di-
modificações, ocorridas possivelmente através de um longo período plóide, que produz esporos quando adulto. Estes esporos são o re-
de tempo, permitem a sobrevivência das plantas terrestres num am- sultado de processos meióticos e são haplóides; pela germinação eles
biente mais agressivo e menos constante que o ambiente no qual se produzem outra vez uma fase sexual haplóide nova.
situa a maioria das algas. Os achados de fósseis têm fornecido evi- A alternância de fases das plantas terrestres é muito semelhan-
dências para algumas destas modificações, e os botânicos têm a pos- te ao do último tipo de ciclo de vida da alga. Em nenhuma planta
sibilidade de verificar suas hipóteses evolucionárias com evidências terrestre, entretanto, são as duas fases idênticas em estrutura como
definidas e incontestáveis. algumas algas que exibem este mesmo tipo de alternância.
As diferenças nos dois estágios das plantas terrestres têm sido a
Já mencionamos anteriormente o fato de fonte de consideráveis especulações entre muitos botânicos. Alguns
A ALTERNÂNCIA DE
as plantas terrestres terem uma alternância consideram esta diferença como o resultado de condições ambientais
FASES CITOLÓGICAS
de fases em seus ciclos de vida. Há uma dissimilares para cada fase, ambas sendo originalmente idênticas, re-
NAS PLANTAS
mudança rítmica de uma fase diplóide, que sultando em diferentes modificações estruturais. Outros sugerem que
VASCULARES
somente produz esporos, para uma fase ha- o tipo de alga ancestral que deu origem às plantas terrestres era um
TERRESTRES
plóide, isto é, a parte que se reproduz se- tipo com a fase haplóide apenas (exceto pelo zigoto diplóide), e
xualmente do ciclo de vida da planta. Em algumas plantas terrestres que a parte diplóide do ciclo de vida foi o resultado de um atraso
(por exemplo, nas samambaias), essas duas fases são perfeitamente no tempo da meiose, até depois da ocorrência de certo número de
distintas e tepresentadas por duas plantas verdes independentes. Em divisões mitóticas, iniciadas com a germinação do zigoto. Este atraso
outras plantas (por exemplo, plantas com flores) somente uma fase,
na meiose seria o responsável pela produção de uma fase diplóide
a fase diplóide, é conspícua. sendo a outra extremamente reduzida
multicelular antes da época da produção de esporos, ocasião em que
e não facilmente visível. Por outro lado, nas briófitas, a fase ha-
ocorreria a meiose nas células produtoras de esporos. Chama-se teoria
plóide sexual é a dominante, sendo a fase diplóide, produtora de
da alternância homóloga aquela que sugere a primitiva alternância
esporos, reduzida e na verdade dependente da fase haplóide. Esta
de duas fases, provavelmente idênticas, na alga ancestral. A teoria
alternância de fases, representadas ambas por mudanças cromossô-
que propõe uma origem posterior da fase diplóide chama-se teoria
micas e diferenças funcionais, é freqüentemente chamada alternância
antitética ou de interpolação (em outras palavras, uma nova fase, a
de gerações. Como ambas as fases são na realidade partes de um
diplóide, é "interpolada" no ciclo de vida haplóide).
mesmo ciclo de vida, talvez seja mais apropriado referirmo-nos a
esta alternância como de "fases" ou "estágios", ao invés de "gera-
ções". Conforme já se mencionou na seção an-
EVOLUÇÃO DO j praticamente todas as plantas vas-
t e r o r j e m
Nossa rápida revisão das algas mostrou que dentre elas há al-
ESPOROFITO |c u estágio esporofítico, diplóide, é a
a r e s 0
gumas formas que têm uma fase haplóide, praticamente na totalida- fase mais conspícua do ciclo de vida, e haplóide gametofítica é
de do ciclo de vida. Somente quando dois gametas se fundem há bem menos proeminente. De fato, a parte do ciclo de vida da plan-
uma fase diplóide, e esta consiste somente de uma única célula, o ta vascular, visível ao redor de nós, é o esporofito. Uma jabutica-
zigoto, que se divide mciòticamcnte durante a germinação para res- beira, uma planta de milho, um pinheiro, uma cavalinha ou um*
86 DIVERSIFICAÇÃO N A S P L A N T A S
ORIGEM E EVOLUÇÃO DAS PLANTAS
87
samambaia.' por exemplo, nos são evidentes pelo estágio csporo-
fítico. Todas estas plantas, como o leigo as conhece, são as partes lenhosas. Elas sc parecem com as células dos tecidos ao seu redor rxceto
produtoras de esporos dos ciclos de vida. Por ser o esporofito t i o pelos notáveis anéis de espessamentos nas faces internas de suas pa-
familiar a nó$ todos, e por ser a parte notável do ciclo de vida, sua redes finas, presumivelmente celulósicas (Fig. 4 - 2 C ) . Como os es-
evolução merecerá maiores detalhes e será exposta na seção de re- pessamentos são cm forma de anel, essas iraqueídcs são designadas
produção das plantas terrestres. por troqueldes anulares. Admite-sc que uma zona estreita de células
claras que envolve imediatamente o xrlema. represente a parte con-
Plantas Vasculares Simples dutora de alimento da esteie, ou o floema (veja Frontispício). Este
tipo muito simples de esteie cilíndrica com uma porção interna, só-
Se déssemos a alguém a tarefa de tentar imaginar o que consideraria lida, de xilema, é geralmente considerado pelos anatomistas vegetais
o tipo mais simples de planta vascular, que mais se assemelhasse a como o mais primitivo tipo de esteie.*
uma possível alga verde precursora, esse alguém poderia produzir a Nesta planta os esporànpos que terminam alguns dos ramos são
imagem de um eixo verde delgado, ramificado, provavelmente sem perfeitamente não-especializados. Dc fato. a mesma epiderme e cas-
apêndices ou um sistema de raízes. Foi justamente um tal tipo sim- ca externa são comuns a ambos, tanto ao eixo caulinar como ao es-
ples de planta que Lignier imaginou como representando a planta vas- porângio. Dentro do esporângio estão freqüentemente preservados
cular mais primitiva. Se esta idéia for correta, seria possível prová-la a numerosos esporos, quase sempre em grupos de quatro (tétrades).
partir da evidência fóssil. Nas rochas existem, na verdade, tais plan- Esta peculiaridade é indicação de que a parte da planta conhecida é
tas terrestres simples, conhecidas dos períodos Siluriano e Devonia- o esporofito e que a meiose ocorreu no esporângio de plantas di-
plóides.
no. Uma destas, o bem conhecido gênero Rhynia, descrito do D e v o -
niano de Aberdcenshire, Escócia, não é nada mais do que um eixo Rhynia é apenas uma de um grupo de plantas extremamente
nu, ramificado (Fig. 4 - 2 A ) . Não tem folhas, nem raízes e a ramifi- simples que existiram no período Siluriano e Dcvoniano. Sua estru-
cação é dicotômica. Parte do sistema caulinar é horizontal e tufos tura é realmente a mais simples conhecida de qualquer planta vas-
de extensões finas semelhantes a cabelo (não raízes) serviram para cular, com a exceção de certas plantas modernas — Lemnáccas, por
exemplo — que são simples, como resultado de extrema redução.
absorver água e minerais do solo. Os ramos aéreos estendiam-se
para cima e alguns deles terminavam por pequenos sacos intumes- Nos mesmos depósitos de fósseis que produziram os restos dc
cidos de esporos ou esporângio. Rhynia bá outras plantas vasculares, uma das quais, Asieroxylon,
(Fig. 4 - 3 ) , mostra um tipo de organização que é ainda relativamente
A ausência de folhas sugeriria que todo o sistema aéreo era simples, porém mais complexo do que aquele de Rhynia. De uma es-
fotossintético, Não há maneira de sabermos, presentemente, qual era trutura semelhante ao caule, horizontal, lisa, saíam ramos aéreos que
a côr da planta, mas a presença de estômatos na epiderme dos ramos foram cobertos por muitas e pequenas estruturas densamente dispos-
aéreos (Fig. 4 - 2 B ) parece ser uma boa indicação de que células pró- tas e semelhantes a folhas. Essas "folhas" aparentemente não eram
ximas da superfície do caule funcionavam na fotossíntese. vascularizadas, e por esta razão os botânicos hesitam cm chamá-las
de folhas verdadeiras. Dos eixos horizontais saíam outros ramos que
Um pequeno cilindro condutor, ou esteie, corre pelo centro do
penetravam o solo. Além disso, não havia raízes verdadeiras como nós
caule. Consiste de um feixe cilíndrico de células alongadas e delga-
as conhecemos hoje, mas, ao invés disso, eixos semelhantes a caule
das, de apenas algumas células em espessura (veja Frontispício). Es-
com a mesma função das raízes. Pesquisas recentes no gênero su-
tas células no próprio centro chamadas troqueldes são o lenho ou
gerem que esporângio* pequenos, reniformes, produziram-se ao longo
xilenta, e estão entre os mais simples tipos conhecidos de células do caule.
s
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Asteroxylonsen a
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ls e x cr
e c ênc ai s o u e m e
r-
dais ou espirais.
folhas e são a origem das suas nervuras. Cada folha tem um único
feixe de tecido vascular que se estende por todo seu comprimento,
o xilema de Lycopodium é mais avançado no sentido de que
as traqueídes têm consideravelmente mais material de espessamento
secundário de parede, com os espessamentos contínuos nos cantos e
4-5C).
conexões que lembram degraus ao longo das faces ( F i g . Tais
traqueídes com espessamentos secundários que lembram degraus são
chamados escaloriformes.
da esteie, x 18.
DIVERSIFICAÇÃO NAS PLANTAS
92 ORIGEM E EVOLUÇÃO DAS PLANTAS
93
I umbém estão bem documentados na história fóssil. Uma planta
como Rhynia pode outra vez ser usada como o ponto bás,co dc
partida. Devemos salientar uma vez mais que isto não sugere que a
própria Rhynia foi o verdadeiro ancestral. Foi somente um dos mui-
tos tipos de plantas vasculares que tinha o mesmo tipo de estrutura
simples, tipificada por um eixo axial verde, liso e ramificado dicotó-
micamente.
Também coexistiram durante o período Devoniano certas
plantas vasculares sem folhas que, ao invés de serem estritamente ra-
mificadas de maneira dicotômica, tinham freqüentemente eixos irmãos
desiguais, com um dos membros desenvolvendo-se mais robustamente
do que o outro. Este tipo de ramificação parecia ser, mais ou
menos, de um eixo "principal" com ramos "laterais" bem menos
desenvolvidos. Tal situação é freqüentemente referida como ultra-
passante, isto é, um membro da ramificação sobe acima do outro.'
11
podíneas possam ter sido longas, sua origem foi a mesma das folhas
de Lycopodium.
floema primários. ' i • ( A ) Seção transversal de um caule de milho ( Z M tíays) com mui-
t
Plantas Heterosporadas
arquegônio
gametofito feminino
parede do micrósporo
parede do nu-sásporo
gametofito masculino
células masculinas
m óveis (anterozo.des)
.4.n.
F l g Mauinella WMenoni <A) P a r U p l a n t a * ™ « g S J Z
(
quenas presas a um eixo ramificado. X 0.6. ° L , a f „ T de oarte de um cone.
nos ápices. X 0.6. Selaginella sp. Seção longitudinal ^ r .â n
O gametofito feminino de Selaginella é também consideravel- fenda eventualmente emerge. Como veremos no Capítulo Cinco, este
mente reduzido. Ele é um corpo multicelular haplóide que fica retido fenômeno aproxima-se bastante da formação de sementes. | seu sig-
dentro da parede do megásporo durante boa parte do seu desenvol- nificado será ainda examinado.
vimento, mas eventualmente rompe o envoltório do megásporo e parte A tendência para mudar de homosporia para heterosporia, a re-
do gametofito pode protrair através da fenda (Fig. 4-12A). A parte dução no número de megásporos em um esporângio e, finalmente, a
exposta do gametofito pode mesmo tornar-se verde, de tal sorte que extrema redução da geração gametofítica, foi elaborada além, em um
há alguma atividade fotossintetizante. Os arquegônios produzem-se gênero fóssil das licopodíneas arborescentes. O nome do gênero Le-
na parte do gametofito que se estende além da ruptura da parede do pidocarpon é destinado a estranhos corpos semelhantes a sementes
esporo. que se admitem tenham nascido em árvores do tipo geralmente cha-
Como nas samambaias, as células masculinas nadam através da mado Lepidodendron, uma planto importante durante os tempos do
água e entram os arquegônios onde as oosferas são fertilizadas. Ou- Carbonífero e do Permiano (Fig. 4-13). (Como no trabalho palco-
tra vez, é óbvio que há uma considerável dependência de água para botânico é freqüentemente difícil demonstrar a fixação de vários ór-
a fertilização, e as plantas de Selaginella têm limites impostos nos ha- gãos isolados, os nomes individuais são mantidos para cada um dos
bitais nos quais podem crescer. Para que a reprodução sexual ocorra, órgãos até que um dia a conexão orgânica possa ser provada.) Como
a água deve estar presente em algum estágio do ciclo de vida. em todas as licopodíneas, os esporângios de Upidocarpon enm pro-
Selaginella mostra um considerável avanço no seu ciclo de vi- duzidos no lado superior de esporofilos. Neste gênero também os espe-
da, mesmo que siga basicamente o mesmo esquema de todas as ou-
tras plantas vasculares. Como o esporofito é a fase do ciclo de vida
melhor adaptada para a sobrevivência em um ambiente terrestre, a
fase gametofítica está gradualmente sendo reduzida aos seus mínimos
essenciais — àquelas partes relacionadas primariamente com a pro-
dução de gametas. Além disso, as reservas de alimento originárias
do esporofito estão guardadas nos megásporos e este alimento é uti-
lizado pelo esporofito embrionário que se desenvolve a partir da oos-
fera fecundada dentro de um arquegônio. A fase fotossintética vege- Fig. 4-13. Lepidocarpon magnifi-
cum. Seção através de um esporân-
tativa está quase completamente suprimida, embora uma pequena gio, com as margens envolventes do
parcela de produção de alimento possa ser levada a efeito pelo me- esporofilo. contendo a parede do
megásporo com um gametofito
gagametofito. Em resumo, Selaginella é representativa de um número feminino. ( D e H. N. Andrews e E-
de plantas vasculares nas quais há heterosporia e nas quais a gera- PannelJ, Armais of lhe Missouri
Boianical Garden, 29 : 23, 1942.)
ção gametofítica foi extremamente reduzida.
Ocasionalmente em Selaginella ocorre um fenômeno significativo
em prenunciar eventos mais típicos nas plantas superiores. Às vezes
acontece que os megásporos não são eliminados, e sim retidos den-
tro do megasporângio. O esporângio pode fender-se quando maduro
e uma célula masculina, nadando através de uma película de água, ou
talvez esborrifado pela água da chuva dentro ou próximo do megas-
porângio, nada para a oosfera no arquegônio do megagametofito e
com ela se funde. O zigoto germina para produzir a nova planta es-
porofítica que se desenvolve dentro do esporângio, através de cuja
112 DIVERSIFICAÇÃO NAS PLANTAS
ORIGEM E EVOLUÇÃO DAS PLANTAS
113
rcfílos estavam agregados em cones, e produziam-se tanto micrósporos
ccmo megásporos. Os microsporângios eram grandes, cada um produ- ta vascular é ainda discernível. Um esporofito (a árvore grande) pro-
duzindo centenas, ou talvez milhares de pequenos esporos. Os megas- duziu muitos esporângios (os micro e megasporãngios de Lepido-
porfingios eram também grandes, mas cada esporângio produzia somen- carpon) que produziram esporos depois da divisão de redução (os
te um megasporocito funcional. Como resultado da meiose, quatro me- muitos micrósporos nos microsporângios e o único esporo funcional
gásporos eram formados, mas três deles abortavam. O único megás- e três abortados em cada megasporãngio). Pela germinação os espo-
poro funcional continuava em seguida a crescer consideravelmente. É ros produziram uma nova fase da planta, o gametofito (extremamente
realmente possível demonstrar que a meiose ocorreu no esporângio e reduzido no microgametofito, e retido no esporo no megagametofito).
que, dos quatro, somente um megásporo permaneceu funcional, por- Células masculinas fertilizaram as oosferas, e os zígõtos iniciaram as
que no megasporãngio se vêem freqüentemente os três megásporos novas fases esporofíticas.
abortados e enrugados ao lado do esporo grande e funcional.
Especialização Reprodutiva nas Plantas com Semente
Uma especialização maior ocorreu no esporofilo de Lepidocar-
pon, a folha sobre a qual se encontra o esporângio. Os bordos late- Podem se utilizar verdadeiras plantas com semente para continuar a
rais do esporofilo tornaram-se consideravelmente alongados, cobrindo história da extrema especialização no ciclo reprodutivo. Ginkgo (clas-
o esporângio de cada lado, mas deixando uma longa e estreita fenda se Ginkgophytà) serve como exemplo de uma situação bastante pri-
no ápice. O que temos é um esporângio, com um megásporo funcio- mitiva entre as plantas com semente, e o pinheiro (classe das coní-
nal que é quase completamente envolto por um sistema tegumentá- feras), como um exemplo de um estágio evolutivo posterior.
río, neste caso os bordos laterais do esporofilo. A árvore Ginkgo que vemos cultivada em parques e jardins ou
Teve-se conhecimento através dos fósseis que o gametofito se como uma árvore de rua" representa o estágio esporofíttco diplói-
desenvolveu no interior do megásporo e que produziu arquegônio. de. £ uma planta lenhosa com folhas peculiares em forma de venta-
Não conhecido, mas deduzido pelo que conhecemos das plantas atuais, rola, com nervuras dicotômicamente ramificadas (Fig. 4-14). A
é que os gametas masculinos, produzidos dentro do micrósporo em maioria das folhas nasce em ramos reduzidos que saem de ramos
um microgametofito extremamente reduzido (muito semelhante àque- alongados. São plantas decíduas, e uma árvore de Ginkgo no outono
e no inverno fica desprovida de folhas. Na primavera, formam-se no-
le de Selaginellà), eram libertados quando maduros, ocasião em que
vas folhas no ápice dos ramos curtos e em algumas arvores, aquelas
eles nadavam para dentro do megasporãngio e fertilizavam as oosferas
que são estritamente produtoras de pólen, produzem-se cones transpor-
em arquegônios que estavam expostos pela ruptura do megásporo
tando pólen (Fig. 4 - 1 4 A ) . Esses cones são eixos alongados que
(outra vez como a situação em Selaginellà, onde os esporos são re-
transportam apêndices dispostos helicoídalmente, cada um trazendo
tidos no megasporãngio). Isso teria sido facilmente possível, porque
um par de microsporângios ou sacos polínicos pendurados. Produ-
os esporofilos isolados de Lepidocarpon com os megasporãngios apa-
zem-se numerosos microsporocitos em cada um e, depois da meiose,
rentemente caíram da árvore como uma unidade, e a fertilização
numerosos micrósporos haplóides. Estes esporos, entretanto, não per-
poderia ter ocorrido no chão ou nos brejos nos quais essas árvores manecem uninucleados antes de serem eliminados, e uma divisão mi-
supostamente cresceram. A inteira unidade do megasporofilo de Le- tótica produz duas células dentro de cada um. Nesse estágio eles são
pidocarpon, portanto, funcionava como uma semente. Um embrião chamados de grãos polínicos e em realidade representam um estágio
foi presumivelmente produzido no megagametofito dentro de u'a primitivo no desenvolvimento do microgametofito. São eliminados dos
massa de tecido de reserva de alimento, a inteira estrutura sendo en- microsporângios fendidos, nesta condição binucleada.
volta pelo que é um análogo da cobertura de uma semente (as asas
do esporofilo envolvendo o esporângio). Produzem-se em outras árvores os eixos que transportam se-
mentes. São também formados por entre as folhas nos ramos curtos;
A despeito desta extrema especialização em Lepidocarpon (e
'em certas outras plantas do Paleozóico), o ciclo básico de uma plan- (6) O Autor refere-se aqui aos Estados Unidos da América, onde a planta
em questão é extensamente cultivada. (N. do T.)
ORIOEM E E V O L U Ç Ã O DAS P L A N T A S
115
DIVERSIFICAÇÃO NAS PI-ANTAS
Surw então no teto desta câmara em primeiro lugar a membrana do micrósporo ( 9 ) Aqui, evidentemente, há um engano do Autor. Ginkgo não se inclui
Gue atravessou, como uma estrutura resistente que é, facilitando a abertura da entre as sifonógamas, pois há llbertaçfio dos anterozóides que, nadando, chegam
passagem através do tecido em desagregação, para a delicada estrutura tubular ao arquegônio. Os gametas masculinos não são lançados diretamente no arque*
mi* o SCRUU
Í Aqui agora alarga-se bastante o tubo polínico que finalmente se gônio, pois não há na realidade o desenvolvimento de um tubo polfnico como
conhecemos nas coníferas, gnetfncas e angiospermas. Vejam*se, por exemplo,
rompe libertando os dois anterozóides. Estes que agora se encontram na câmara
arauegoníal nadam em um líquido, excretado pelo megagametofito e que enche as ilustrações de Wettstcin e Sirnsburgcr, entre outros (compare a nota 8 na
a pequena depressão, podendo assim chegar até os arquegônios. ( N . do T . ) página 113). ( N . do T . )
( 1 0 ) Em Ginkgo usualmente só há um integumento. ( N . do T . )
DIVERSIFICAÇÃO NAS P L A N T A S
ORIOEM E E V O L U Ç Ã O DAS P L A N T A S
119
lizada. Diferentemente de Ginkgo, a maioria dos pinheiros têm am
microsporotnos «ornas ^ ^ ^ J ^ S S
H CM
^rfieíTcT*•'* ^< DI8P08IÇÂ0 HE,ICOIDS
W
( F i g , 4 - 1 6 A ) . Cada m.crosporofdo tem no seu lado inferior dois sa-
cos alongados nos quais os microsporocitos sofrem meiose para pro-
duzir centenas de micrósporos (Fig. 4 - I 6 B ) . Como em Ginftg», o
núcleo do micrósporo se divide antes que o esporo seja libertado —
êle só é libertado no estágio binucleado. Os grãos de pólen do
pinheiro" e de algumas outras coníferas são inusitados por terem dois
F sacos ocos presos ao corpo do grão (Fig. 4-16E). Estes indubitavel-
mente aumentam sua flutuação nas correntes de ar. O pólen do pinhei-
ro é produzido em abundância excessiva, muito mais do que aquilo que.
eventualmente chegará ao óvulo. Esta situação é de se esperar entre
as plantas que são polinizadas pelo vento, porque não há meios de
assegurar o caminho que os grãos polínicos tomarão quando trans-
portados pelo ar.
Os megasporãngios no pinheiro são produzidos em pares no
lado superior de escamas lenhosas do cone de sementes. O conhecido
cone do pinheiro com as escamas lenhosas arranjadas helicoidalmen-
te sobre um eixo central, representa a parte transportadora de se-
mente do esporofito ( F i g . 4-16C, D ) . Os megasporãngios estão
envoltos por um integumento, com a micrópila deixada na ponta do
óvulo dirigida para o eixo do cone ( F i g . 4-16D). No interior do nu-
celo (megasporãngio) há um megasporocito; após a meiose desta
célula, são produzidos quatro megásporos haplóides, três dos quais
( I I ) O Autor refere-se aqui ao pinheiro do hemisfério norte do gênero
Pinas. No pinheiro do sul do Brasil, gênero Araucária, o micrósporo nao apre
senta os sacos aéreos que se descrevem. ( N . do T . )
da de um pinheiro.
( C ) e ( H ) R e s e n h a d a s d e C „ e r g BMny ^ S d
C o ^ t ó p e r m i s s ã o dc
Copyright 1922, 1925. 1932 por R . E . ™ « v - « ™ M . Coulter e C l .
Appleton-Cenlury-Crofts. ( E ) a ( G ) Redesenhadas « dR d v 4 n o i
perfeitamente diferente daquela do endosperma nas angiospermas. um extremo (onde somente um esporo grande e funcional é produ-
zido pelo megasporângio) são passos relacionados com a origem da
No pinheiro, as células masculinas não mostram nenhum traço da semente. Os estágios evolutivos que levaram ao desenvolvimento do
fase ancestral aquática no ciclo de vida das plantas com semente. hábito de semente, a partir de uma planta que não forma sementes,
Outra vez como cm Ginkgo, a água não toma parte no transporte do envolve o seguinte: 1) a evolução de heterosporia, ou esporos de
12
gameta masculino para a ooesfera. Ao invés disso, o microgame- dois tipos (talvez possa não ter havido uma verdadeira diferença,
tofíto é extremamente reduzido e o inteiro microgametofíto é trans- inicial em tamanho e estrutura entre um micrósporo maduro e um
portado para o megasporângio por algum outro meio; neste caso em megásporo maduro, mas certamente havia uma diferença funcional);
particular, por correntes de ar. Além disso, a fase esporofítica do 2) a redução, eventualmente a um só, do número de esporos em um
ciclo de vida é extremamente bem adaptada ao ambiente terrestre, megasporângio; 3) o desenvolvimento do megagametofito no inte-
e, enquanto geralmente só um embrião é produzido por um me- rior do megásporo; 4) a retenção do megásporo no interior do megas-
gagametofito, números muito elevados de gametofitos podem ser pro- porângio; 5) o recobrimento do esporângio por algum tipo dé siste-
duzidos pela fase esporofítica volumosa — o pinheiro. ma tegumentário (casca da semente).
É simples demonstrar que o tipo de ciclo de vida de uma coní-
A heterosporia entre as plantas vasculares é na realidade muito
fera não é nada mais do que uma modificação do ciclo de vida básico
antiga; apresentam-na um certo número de plantas do Devoniano.
de todas as plantas vasculares. Um pinheiro representa a fase es-
Mesmo nestas plantas, o número de megásporos por esporângio é me-
porofítica diplóide. Nele produzem-se esporângios (microsporângios
nor do que o número de micrósporos no microsporângio. Conhece-
em cones polínicos; megasporângios encerrados no interior de integu-
-se também redução mais acentuada no número de megásporos em
.... . Owr* v e z
o mesmo engano do Autor ao mencionar Ginkgo como plantas fósseis, assim como na atual Selaginella, onde quatro megás-
exemplo de planta sifonógama. Veja nota p. 115. poros por esporângio são freqüentes e onde, em alguns casos, há mes-
122 DIVERSIFICAÇÃO NAS PLANTAS
ORIGEM E EVOLUÇÃO D A S PLANTAS
123
mo menos do que isso. Certas plantas vasculares do Carbonífero e do
Permiano, incluindo membros tanto das licopodíneas como das ca-
valinhas, tinham esporângios apenas com um único megásporo fun-
cional em cada uma.
Em Selaginellà o megagametofito desenvolve-se quase inteira-
mente no interior da parede do esporo, embora haja uma ruptura da
membrana do esporo. Parece que nos megásporos fósseis, há pouco
mencionados, o desenvolvimento do gametofito ocorreu quase por
completo, senão inteiramente, no interior da membrana do megásporo.
A retenção do megásporo no interior do esporângio é uma pe-
culiaridade que deve preceder à semente. Já foi mencionado que em
Selaginellà os megásporos ocasionalmente são retidos no interior do
esporângio mesmo depois de êle haver se fendido, e que os gametas
masculinos nadam para o interior do esporângio e fertilizam a oosfe-
ra em arquegônios expostos pela ruptura da membrana do megás-
poro ainda no seu interior. Isto certamente não é uma característica
A | C D E P
típica de Selaginellà, mas há um interessante paralelismo de passos
aqui- precedendo o hábito de semente.
Nos megasporãngios fósseis mencionados (aqueles nas licopo- Hg. 4-17. Sementes fósseis ou estruturas semelhantes a sementes da era Pa-
leozóica. ( A ) Genomosperma Kidstoni. (B) G. lateití. (C) Salpingosioma
díneas e cavalinhas nos quais há somente um megásporo funcional
dasu. ( D ) Physostoma etegans. (E) Èurystoma angulare. (F) Siamnosioma
por esporângio), embora haja boa evidência de que megagametofitos Ituttonense. (Redesenhadas de H. N. Andrews, Stitntt. 142: 927, 1963 cem
a permissão de Science.)
se desenvolveram no interior dos megásporos, há a suposição menos
certa de que êlcs não houvessem sido já eliminados. Membranas
sobre o qual êle se encontra. Embora este seja um sistema tegumen-
isoladas de megásporos são encontradas em carvão fóssil, mas é con-
tário que funcionou de maneira protetora como o fazem os in-
cebível que o resto do esporângio tinha se decomposto, enquanto a
tegumentos das sementes verdadeiras, é em geral aceito que os iute-
grossa membrana cutinizada sobreviveu aos processos preservadores.
gumentos das sementes das plantas com semente originou-se de al-
Além do mais, muitos espécimes citados de esporofilos de Lepidocar-
guma outra maneira.
pon com esporos ainda no interior do esporângio são encontrados
Descobertas recentes em rochas de idade do Carbonífero Inferior
isolados, sugerindo que não simplesmente o megásporo, mas todo o
na Escócia lançaram .considerável luz no problema e revelam certos
esporofilo, como uma unidade, caiu da árvore.
corpos semelhantes a sementes em um estágio da evolução que justa-
Nas verdadeiras plantas com semente, entretanto, os esporos são mente precedeu àquele das bem estabelecidas sementes. Um destes cor-
sempre retidos no interior do nucelo. Em adição, os gametofitos pos semelhantes a sementes, Genomosperma Kidstoni, não é nada
estão completamente confinados no interior da membrana do megás- mais do que um delgado e alongado nucelo (megasporãngio) com
poro. modificações para receber pólen no ápice (Fig. 4-17A). Na base
O problema da evolução de integumento em torno do esporângio do esporângio, onde êle está preso a um delgado pedtincüíò, há oito
tem sido perturbador. Em Lepidocarpon, mencionado anteriormente, processos alongados digitiformes, que frouxamente envolvem o nu-
um sistema tegumentário de um certo tipo foi realizado pelo envol- celo, Eles realmente não podem ser chamados integumentos como
vimento do megasporãngio pelos dois bordos laterais do esporofilo, nós os conhecemos, porque o esporângio realmente não está cober-
to por eles. O pólen, além disso, chegava diretamente no nucelo,
DIVERSIFICAÇÃO NAS PLANTAS ORIOEM B BVOLUÇAO DAS PLANTAS
algo que não ocorre nas sementes típicas. Entretanto, nlo seria di-
fícil considerar os processos digitiformes como precursores dos ín-
tcgumentos. De fato, uma segunda espécie de Genomosperma, G.
latens, mostra uma fusão parcial desses oito processos na base, indi-
cativo de um estágio mais avançado na evolução do integumento
(Fig. 4-17B). Outros corpos parecidos com sementes, do mesmo
depósito ou de depósitos similares, mostram um integumento envol-
vente quase todo fundido, as partes componentes originais evi*
denciando-se somente como lobos no ápice da semente (Fig.
4-17C, E ) . Nos mais altamente desenvolvidos sistemas tegumentá-
rios não há vestígio dos ápices digitiformes (Fig. 4 - 1 7 F ) . Em muitas
sementes, portanto, o integumento pode ser interpretado como sendo
o produto da fusão de certo número de ramos delgados com nasci-
mento na base do nucelo e estendendo-se sobre êle.
/ £^ i pistilo maduro
FERTILIZAÇÃO
^
crósporos haplóides uninucleados (Fig. 4-19). Logo após à pro-
dução de micrósporos, a fase multicelular do microgametofito é ini-
ciada pela divisão mitótica do núcleo do micrósporo. Duas células
^ « « _ ® J"* 0 grãos de pólen
í ^ são formadas — uma célula vegetativa (célula do tubo) e uma célu-
la generativa. Neste estágio o pequeno corpo esporiforme é chamado
grão polínico e é então eliminado.
vJl! (nem
C o m o característica na mesma flor, embora não necessariamente
mesmo na mesma planta), são produzidos carpelos em
tétrade de micrósporo cujos interiores estão os óvulos (Fig. 4-18). Cada óvulo, natural-
mente, consiste de um nucelo (megasporãngio) com um sistema
tegumentário. Um esporocito no interior de cada nucelo sofre meiose
para produzir quatro megásporos haplóides (Fig. 4-19). O que
me
Sasporo MEIOSE acontece depois deste estágio varia consideravelmente entre as an-
giospermas. Tipicamente só um megásporo é funcional, abortando
aniera com as células-mãe
de micrósporos os outros três. Mais de um pode permanecer funcional em outras
plantas. Qualquer que seja a situação, entretanto, somente um me-
gagametofito é produzido.
ovário jovem
m plantinha
semente com
embrião
mente estas oito células se dispõem de tal maneira, que três estão
em cada uma das extremidades do saco embrionário e duas no meio.
Uma das três na direção do ápice da micrópila é a oosfera; as duas
medianas eventualmente se fundem para produzir uma célula de fu-
são ( F i g . 4 - 2 0 ) .
minino e o lugar onde o grão de pólen pousou no carpelo. O grão meiose dos esporocitos nos esporângios resulta na formação éSP-Qs
polínico, entretanto, germina e cresce através dos tecidos carpelares ros haplóides (micrósporos nas anteras; megásporos, em geral per-
na forma de um tubo alongado (Fig. 4-19). O crescimento do tubo manecendo somente um funcional, no nucelo). Os esporos ger-
está dirigido na direção dos óvulos e eventualmente um tubo polínico minam para produzir a fase gametofítica haplóide (em primeiro lu-
penetra a micrópila do óvulo. Enquanto o tubo está em crescimento, gar o grão de pólen binucleado, em segundo o tubo polínico com.
a célula generativa divide-se em duas células masculinas; é três o nú- três células quando maduro e, finalmente, oito células do gametofito
mero total de células em um microgametofíto (Fig. 4-19). feminino — o saco embrionário). Os gametas produzidos pela fase
As células masculinas são libertadas no ápice do tubo e uma gametofítica unem-se (uma célula masculina une-se com a oosfera)
delas se une à oosfera para formar o zigoto diplóide — o início da nova para produzir um zigoto diplóide — o início da nova fase esporofiúca.
130 DIVERSIFICAÇÃO NAS PLANTAS
LEITORAS SUGERIDAS
ANDREWS, H . N., "EarJy Seed Plante", Science, voJ. 142, 1963, pp. 925-937. A Evolução
BOLD, H. C , Morphology of Plants, Nova York: Harper & Row, Publishers
1957.
DELEVORYAS, T . , Morphology and Evolulion of Fóssil Plants, Nova York: Holl,
das Angiospermas
Rinehart and Winston, Inc., 1 9 6 2 .
FOSTER, À . S-, e GIFFORD, E. M . , Jr., Comparativo Morphology of Vascular
Plants, Sãõ Francisco: W. H. Frceman and Company, 1959.
SMITH. G . M . , Cryptogamlc Botany, Nova York: McGraw-Hill. Inc., vol. 2.
1955.
TIME, Inc., "The Pageant of Life". The World we Live in, 5* parte, 1955. pp.
88-106.
A origem do gru-
IN Dl CAÇÃO p0 no t e m p o é
GEOLÓGICA DAS a i n d a a | g 0 vaga.
ANGIOSPERMAS H á c e r to número
de informes dc plantas semelhantes a an-
giospermas antes do período Cretáceo (era
Mesozóica), mas as primeiras com certeza
apareceram neste período. Isto não «gnifica
que se devam ignorar referências de angiov
133
D I V E R S I F I C A Ç Ã O NAS PLANTAS
A E V O L U Ç Ã O DAS ANGIOSPERMAS 133
S l a e r u n t a u e É u m a
flllF P UMA ^ P * ' "Q angiosperma?",
Fig. 5-1. Impressão de
p o d e o p o r t u n a a a
uma planta Sanmlguella, ANGIOSPERMA? ** *°' '
semelhante a uma pal-
mas são comumente chamadas as "plantas
meira, do Triássico do
Colorado, x 0.3. com flor" e esperar-se-ía que a ocorrência de flores no grupo fosse
suficiente para distingui-las de todas as outras plantas. Algumas an-
giospermas, entretanto, não têm flores como geralmente se pensa
delas. Pode haver simplesmente um carpelo solitário, ou talvez fo-
mente um grupo de estames, sem nenhuma semelhança com o con-
ceito usual de flor. As lemnáceas, por exemplo, são plantas aquá-
ticas minúsculas nas quais a flor é dificilmente reconhecível. Por-
tanto, o critério da existência ou não existência de flores numa planta
vascular não pode servir como um meio de diferenciação de angios-
permas de outras plantas, até que se lenha decidido o que é uma flor.
Diz-se freqüentemente que a presença de um carpelo fechado
envolvendo os óvulos é uma característica única das angiospermas.
permas do Pré-cretáceo; significa simplesmente que há necessidade
Embora isto pareça ser um característico encontrado em praticamen-
de maior indicação para provar que as plantas em questão eram
te todas as plantas com flores, em alguns casos é difícil saber justa-
na realidade angiospermas.
mente quão "fechado" deve ser um carpelo para se qualificar como
O interesse de uma referência a tais plantas reside na idade dos
tal. Algumas angiospermas têm carpelos incompletamente fechados,
espécimes cm questão. De rochas do Triássico do Colorado têm
com óvulos na verdade expostos ao ar exterior. Os grãos polínicos
•ido coletadas impressões de folhas, lembrando aquelas das palmei-
de fato podem eventualmente ser transportados a uma posição no
ras (Fig. 5-1). Nada mais se conhece das plantas possuidoras dc tais
interior do carpelo e adjacente aos óvulos, fenômeno esse normal-
folhas. Não teria havido nenhuma hesitação, de qualquer natureza,
mente associado com as plantas ginospermas.
cm chamar esses restos fósseis de palmeiras se eles tivessem sido en-
Afirma-se geralmente que as angiospermas como um grupo têm
contrados em rochas do Cretáceo ou do Terciário. Sua idade muito
vasos no lenho e que outros grupos geralmente não os têm. Entretan-
maior, entretanto, tende a tornar os botânicos cautelosos em inter-
to, à medida que se realizam mais pesquisas anatômicas em algumas
pretá-los inequivocamente como angiospermas. Ainda que possa ser
das assim chamadas plantas vasculares "inferiores", maior evidência
estabelecido sem dúvida que as folhas são exatamente semelhantes
de vasos vem sendo trazida à luz. Cartas ginospermas (por exem-
aquelas de palmeiras, nada se conhece do sistema de reprodução da
plo, membros das Gnetophyta) também são conhecidas por possuí-
planta, que poderia simplesmente ter sido uma daquelas em estágio
rem vasos. E, como foi indicado anteriormente, algumas das pró-
evolutivo mais avançado em suas características vegetativas do que
prias angiospermas na verdade não têm vasos no lenho; algumas apa-
136 DIVERSIFICAÇÃO NAS PLANTAS
A E V O L U Ç Ã O DAS ANGIOSPERMAS J 37
É perfeitamente provável que as primeiras angiospermas fósseis tes baseiam-se primariamente nos estudos das plantas com flores
fossem diferentes das angiospermas contemporâneas. Elas poderiam modernas. Até que se disponham de mais fósseis este é o melhor
ter um carpelo fechado, por exemplo, mas talvez não existisse nada caminho.
semelhante a uma flor. Ou teriam flores, com folhas e lenho bem di- A Fig. 4-18 representa um diagrama do que pode ser conside-
rado uma flor típica e suas partes. Nem todas as flores, entretanto,
ferentes daqueles das angiospermas modernas. Com a compreensão
estão de acordo com este diagrama nos seus planos estruturais. A
de que nem todos os órgãos evoluem com a mesma velocidade, seria
maioria dos pesquisadores neste campo geralmente acredita que a
extremamente difícil decidir em que ponto da evolução a condição de
mais primitiva angiosperma tinha flores grandes, com um eixo floral
gjnosperma (que presumimos seja a condição ancestral de angios-
alongado transportando as partes florais em disposição helicoidal. A
perma) mudou para a condição de angiosperma. A dupla fecundação,
maioria dos botânicos acredita que a flor eqüivale morfològicamente
critério que parece ser quase universal entre as angiospermas, infeliz-
a um sistema de ramos encurtados, transportando apêndices, e é bem
mente talvez nunca possa ser reconhecido em material fóssil.
seguro admitirmos que uma flor que tenha muito em comum com
138 DIVERSIFICAÇÃO NAS PLANTAS
A E V O L U Ç Ã O DAS ANGIOSPERMAS
139
um ramo seria muito primitiva. O número de partes florais é indefi-
em flores polinizadas pelo vento, entretanto, é freqüentemente atestada
nido, mas bastante grande. As partes da flor são todas separadas umas
por feixes vasculares no eixo floral que parecem dirigh>se a alguma
das outras (isto é, não há fusão entre partes do mesmo tipo ou entre
parte floral não mais existente. Em outras palavras, perderam-se os
um tipo de parte de flor e outro). Há também um acordo geral em
estames ou pétalas, etc em questão, mas o sistema vascular que os
que as partes florais sejam homólogas às folhas; e flores, cujas partes
atingia ainda está presente em estado vestigial. Esta é. provavelmente,
se parecem com folhas, são geralmente consideradas como primitivas.
a evidência mais convincente de que as flores polinizadas pelo vento
Em outras palavras, encontram-se sépalas semelhantes a folhas, bem
foram alteradas de flores polinizadas por insetos. Flores com todas
como pétalas, estames e mesmo carpclos entre as famílias de angios-
as partes florais presentes (isto é, sépalas, pétalas, estames e car-
permas tidas como as mais especializadas. pelos) são consideradas como representando uma condição que pre-
cedeu àquela na qual algumas das partes florais estão ausentes.
Insetos Versus Potinização Pelo Vento
A polinização por insetos é também uma característica considerada Outras Modificações Florais
como sendo das flores mais primitivas (embora ela também apareça A evolução floral partiu de uma estrutura primitiva de flor ao lon-
em muitos tipos avançados). Este enunciado parece contradizer a go de um número de caminhos evolucionários diferentes, mas houve
afirmativa anterior de que a polinização por vento nas plantas com um número de tendências evolutivas que parece ter sido comum a
semente antecedeu a polinização por insetos entre as plantas com todas. Por exemplo, houve u'a marcada redução (encurtamento) do
flores. Nas angiospermas, entretanto, a polinização pelo vento pare- eixo floral ou receptáculo, de tal sorte que nas flores mais avançadas
ce haver sido derivada, e flores estruturalmente adaptadas para a po- êle é quase achatado, com menos aparência de caule no seu aspecto.
linização pelo vento foram alteradas de um tipo prévio de estrutura Houve também uma mudança gradual da disposição das partes, de
floral adequado para a polinização por insetos. Entre as plantas poli- um tipo helicóide para um mais cíclico; as partes da flor nasceram
nizadas pelo vento geralmente há um tipo de estrutura de lenho que em verticilos, com as sépalas, por exemplo, sendo de um nível, as
não é encontrada nos mais primitivos tipos de lenho de angiosperma. pétalas de um outro nível, e assim por diante.
Isto cm si não prova que a polinização pelo vento sucedeu à polini-
Simultaneamente com esta tendência para uma disposição cí-
zação por inseto, porque já se sugeriu que todos os órgãos ou partes
clica, veio a gradual redução no número de cada tipo de parte da
de uma planta não evoluem necessariamente com igual velocidade.
flor, e um número mais constante de partes nas flores de uma dada
É perfeitamente plausível que as flores polinizadas pelo vento
espécie. Por exemplo, uma flor de açucena quase sempre tem 6 ele-
sejam mais conservadoras do que outras partes da planta e represen-
mentos do períanto, coloridos; seis estames é o número comum, e
tativas de uma condição floral primitiva, enquanto que detalhes ana-
três carpelos (fundidos entre si) é a condição prevalente.
tômicos das partes vegetativas da planta tornaram-se mais especiali-
zados. Há um número adicional de tendências evolutivas, embora não
sejam comuns a todas as linhas dc evolução floral. Uma tendência é
Há evidência, entretanto, de que certas flores simples, poliniza- a evolução de flores primitivas com simetria radial para aquelas que
das pelo vento, representam uma condição derivada e reduzida de têm simetria bilateral. Geralmente a evolução de flores construídas
flores mais complexas c mais antigas, polinizadas por insetos. As flo- bilateralmente está associada com mecanismos mais especializados de
res polinizadas pelo vento freqüentemente não têm, seja estames ou polinização por insetos. Em flores radiais, um inseto pode se apro-
carpclos (estames e carpelos nascem em dois tipos de flores), e pos- ximar do centro da flor em número variado de direções; em flores bi-
sivelmente alguns dos envoltórios florais externos (sépalas e péta- lateralmente simétricas há quase sempre uma única posição na qual o
las), obviamente, pétalas de cores vivas que atraem insetos não ser- inseto polinizador em procura de néctar ou pólen pode atingir o centro
vem a nenhuma função adaptativa óbvia quando o vento é o agente da flor (Fig. 5-2). Partes internas da flor em flores bilateralmente
polinizador primário. A presença anterior de tais partes suprimidas simétricas dispõem-se de maneira tal que o inseto toca seja as anteras
A EVOLUÇÃO DAS ANGIOSPERMAS
141
rivado de flores com todas as suas partes separadas. Não somente po-
dem as sépalas fundirem-se com sépalas, pétalas com pétalas, e as-
sim por diante, mas pode haver fusão entre os tipos de partes flo-
rais (sépalas com pétalas, estames com pétalas).
A B
tem modificações para aumentar a chance de polinização cruzada, Certo número de angiospermas, entretanto, está com a polinização
isto e. a transferência de pólen de uma flor de uma planta para cruzada sempre garantida. Nestas há dois tipos de flores, uma trans-
o carpelo de uma flor de outra planta. Disposições mecânicas de portando estames e a outra transportando carpelos, mas eles estão
certas flores são tais que promovem a polinização cruzada. Uma tal em plantas separadas; flores que produzem exclusivamente pólen
modificação encontrada em algumas angiospermas é a produção estão em uma planta e as que produzem exclusivamente sementes es-
de estames e estiletes de diferentes comprimentos. Um exemplo pode tão em uma planta diversa. Aqui a polinização pode ser efetuada
ser uma espécie de planta que tenha flores de dois tipos: um com lon- somente se os grãos de pólen são transferidos de uma planta para
a outra.
gos estames e estiletes curtos, o outro com estames curtos e longos
estiletes (Fig. 5 - 7 ) . Um inseto à procura de néctar de uma flor do Uma modificação desusada em algumas angiospermas é aquela
primeiro tipo teria o pólen depositado no seu corpo em uma posição que favorece a polinização cruzada, mas permite a autopolinizaçio
mais posterior do que o teria em uma flor do último tipo. Ao visitar se o pólen proveniente de outra planta não está disponível, Nas plan-
várias plantas com essas flores, o pólen coletado em flores com es- tas de tulipa, por exemplo, os tubos dos grãos polínicos de outras
plantas crescem mais rapidamente no estilete de uma flor do que os
tames longos será esfregado contra cs estiletes longos; o pólen de flo-
grãos polínicos da mesma planta. Estes tubos atingem a proximidade
res com estames curtos, mais próximo da cabeça do inseto, seria es-
da oosfera mais cedo, e os gametas masculinos dos tubos polínicos
fregado principalmente contra os estiletes curtos. Desta maneira
que crescem mais rapidamente são os envolvidos na fertilização. Se
é difícil para o pólen de flores com estames longos ser depositado
nenhum grão polínico de outras flores está disponível, aqueles da
nos estiletes curtos da mesma ou de flores similares. Algumas espé-
mesma flor serão os que eventualmente produzirão as células mas-
cies de angiospermas com esta modificação estrutural têm um sistema
culinas.
ainda mais elaborado com estames e estiletes de três comprimentos.
Finalmente, o fenômeno da "auto-incompatibilidade" é uma ca-
Uma diferença temporal na maturação dos estames e carpelos racterística de certas angiospermas que garante a polinização cruzada.
dentro de uma flor é outra modificação que desencoraja a autopoli- Nestas plantas há uma barreira química que previne que grãos po-
nização e aumenta as chances para a polinização cruzada. Certas línicos de flores de uma planta germinem nos estigmas de outras
flores produzem estames que maturam antes dos carpelos, ou car- flores na mesma planta.
pelos que maturam antes dos estames. Desta maneira, o pólen eli- É bastante estranho terem algumas plantas sistemas que permi-
minado pelos estames de uma flor não pode crescer nos estigmas dos tem somente autopolinização. Embora os sistemas de polinizaçi cru-
carpelos na mesma flor, porque os últimos não estão em um estágio zada permitam maior variação genética e maior recombinaçào po-
receptivo de pólen. Inversamente, quando o estigma de um carpelo tencial de gens, algumas das quais seriam presumivelmente adapta-
de uma flor está na condição receptiva de pólen, o pólen da mesma tivas, há muitas vantagens nos sistemas de autopolinização. É per-
flor já foi eliminado, ou ainda não está pronto para ser eliminado. feitamente possível que nessas circunstâncias o conjunto genético seja
Muitas angiospermas têm flores separadas que transportam es- de uma combinação adequadamente seletiva para os indivíduos. Outra
tames e outras que transportam carpelos na mesma planta. Esta se- consideração é que, embora as vantagens das novas combinações ge-
paração de estames e carpelos é outra modificação floral que não néticas resultantes da polinização cruzada sejam sacrificadas, a de-
elimina necessariamente a autopolínízação, mas aumenta as chances pendência de alguma fonte exterior para transportar o pólen de uma
da polinização cruzada. planta para outra pode deixar muitas flores não polinizadas, enquanto
As modificações relacionadas acima destinam-se todas a pro- os sistemas de autopolinização quase sempre fornecem uma garantia
mover a polinização cruzada, mas é óbvio que em nenhum desses ca- de polinização. De fato, algumas flores que se autopolinizam são tão
sos está eliminada a autopolinização. É sempre possível para o pó- modificadas que a flor nunca se abre, mas permanece no estágio dc
len de uma planta atingir os estigmas de flores na mesma planta. botão.
152 DIVERSIFICAÇÃO NAS PLANTAS
A E V O L U Ç Ã O D A S ANGIOSPERMAS
15.1
Algumas angiospermas dispensaram com-
PROPAGAÇÃO pietamcntc, ou quase completamente, o pro- mudar outra vez o ambiente (os insetos podem ser eliminados), e a
VEGETATIVA c e aI.
s Essas plantas podem mesmo
s 0 s e x U
planta que se reproduz vegetativamente continuará a viver.
ter flores, algumas mesmo podem ser vistosamente coloridas, mas A história completa da evolução dos mecanismos de reprodu-
nelas não se formam sementes. Nestas plantas a propagação se faz ção, nas angiospermas, especialmente com referência aos sistemas de
por meios vcgccativos. As raízes, por exemplo, podem emitir ramos polinização, é uma das mais intrigantes. £ uma historia que envolve
a alguma distância do caule da planta, estabelecendo, portanto, novos uma relação muito próxima de modificação floral com a evolução do
vetor de pólen, juntamente com as mudanças do ambiente. Para ser
indivíduos. O brotamento subseqüente a partir dessas raízes espalha
adaptativamente bem sucedido, qualquer mutação na estrutura floral
as plantas por alguma distância a partir da original. Outras angios-
deve coincidir com a mudança correspondente na biologia do inseto» e
pcrmas que se reproduzem vegetativamente podem estabelecer novas
plantas pelo desenvolvimento de gemas que caem das folhas. ambas coletivamente devem ser ajustáveis ao ambiente que as cir*
cunda.
Há vantagens óbvias em um sistema de reprodução vegetativa.
Aqui não há necessidade de um agente externo para transferir o pó- De exames de fósseis podemos concluir
len para o estigma de um carpelo. A planta individual está com- u c a s r i m e i r a s , a n l a s
n A c A KI^MCOPDL A O 9 P P vnculares que apa-
pletamente equipada para iniciar uma nova progênie. Embora o DAS ANGIOSPERMAS e r a m na Terra no meio da era Paleozói-
reC
efeito benéfico da reprodução sexuaôa e as recombinações dos ca- HERBÁCEAS c a c rf a mrelativamente pequenas,
o r m a s
racteres genéticos que a acompanham estejam geralmente perdidas, herbáceas na estrutura e na aparência, com pouco desenvolvimento
muito freqüentemente pode ser encontrado em plantas que pare- de tecido vascular secundário. Formas posteriores que evoluíram
cem se reproduzir inteiramente por meios vegetativos, ocasiões em destes tipos primitivos tornaram-se progressivamente maiores, até
que o pólen pode crescer com sucesso no estigma de um carpelo, que tipos estruturais volumosos te encontravam durante o período
com a subseqüente fertilização c desenvolvimento do embrião. Essas Carbonífero. Formas arborescentes persistiram pelo resto do tempo
plantas que se reproduzem por meios tanto vegetativo c o m o sexuais, geológico e estão hoje presentes. Entretanto, havia tipos herbáceos
têm um meio muito garantido de reprodução ( v e g e t a t i v a ) c de recom- persistentes coexistindo com os gigantes arborescentes, e alguns dos
b/nação genética de freqüência suficiente, mesmo que seja de ocor- descendentes atuais desses membros herbáceos antigos são pouco mo-
rência rara, para torná-las bem sucedidamente adaptadas aos seus ni- dificados em relação a seus ancestrais. O gênero Lycopodium, por
chos. Mais do que exceção, é regra que estejam combinados dentro exemplo, é quase idêntico ao seu equivalente do Carbonífero, Ly*
de uma planta tanto meios sexuais como vegetativos de reprodução. copodites.
A história dos fósseis também nos conta que as primeiras an-
Entre certas plantas cultivadas pelo homem, a reprodução sexual
giospermas reconhecíveis na era Mcsozóíca eram árvores. Folhas e
pode estar ausente c elas são prolongadas por estacas de caule, esta-
pólen de gêneros aborescentes de angiospcrmas cram bastante abun-
cas de raízes, ou por algum outro meio. As bananeiras são exemplos
dantes, especialmente nas camadas a partir do Cretáceo. Estas angios-
de plantas que raramente produzem sementes viáveis. Estas plantas
permas arborescentes primitivas sugeririam que as formas a partir
cultivadas estariam pessimamente adaptadas ao seu ambiente se não das quais elas evoluíram devem ter lido arborescentes também.
fora o homem criar um conjunto tolerável de condições para elas. Pelo menos 6 perfeitamente provável que havia xilema e floema
Quando o ambiente muda por alguma razão ( p o r exemplo intervenção secundários nos caules dos progenitores das angiospermas. No tem-
de pestes de insetos), estas plantas correm perigo de extinção. O g e - po atual, por outro lado, há uma abundância de angiospcrmas her-
neticista botânico, entretanto, pode tirar vantagens dessas raras oca- báceas que compõem a maior parte da cobertura do solo atual na
siões de produção de sementes, e ter prontos novos tipos de linha- Terra. Gramíneas, ervas e seus semelhantes são plantas extremamen-
gens que estejam muito melhor adaptados ao novo ambiente. Ou pode te bem sucedidas que s l o talvez derivadas dc angiospermas arbores-
centes mais antigas.
DIVERSIFICAÇÃO N A S P L A N T A S
154
Se nós lermos corretamente a história evolutiva das plantas, con-
cluiremos que há atualmente dois tipos de plantas herbáceas: um é a
forma persistente, herbácea primitivamente; o outro é um tipo derivado.
Se as modernas angiospermas herbáceas são formas que vieram de
arvores, quais s i o os passos evolutivos relacionados e por que são
as plantas herbáceas tão bem sucedidas?
A origem dos tipos de caules herbáceos a partir de plantas le-
nhosas é um problema não completamente entendido. Existem opi-
niões que se enirechocam com relação à seqüência evolucionária ne-
cessária, sendo uma razão provável ter havido mais do que um caminho
evolucionário.
distúrbio.
ás plantas a sobrevivência nessas regiões. Além do mais, encontram-
As ervas são também habitantes invasores bem sucedidos nas -se muitas vezes os mesmos tipos de adaptações estruturais como
áreas com meios ambientes extremos. As ervas predominam nas lun- respostas a um dado tipo de ambiente, em plantas de famílias rtão-
dras, por exemplo, onde suas partes aéreas morrem anualmente. -relaclonadas. Daí as plantas que crescem em tal região, embora na
Embora a erva seja um invasor extremamente bem sucedido, ela Aparência muito similares, não serem na verdade relacionadas. Tal
ainda não é o tipo melhor sucedido de ang^gjerma cm todas as fenômeno, embora características similares estruturais sejam apttsen-
164 DIVERSIFICAÇÃO NAS PLANTAS
A EVOLUÇÃO DAS ANGIOSPERMAS
165
tadas por vários grupos de plantas independentemente, é chamado
evolução convergente. Estas plantas não-relacionadas podem se pa- pelo menos durante uma parte significatlle do ano, sto chamada*
recer uma com a outra tão pròximamentc que às vezes é difícil re- xerófitas; elas têm geralmente alguns meios de sobrevivência durante
conhecer a família sem uma cuidadosa observação de certas carac- o tempo em que há ou não água disponível, ou ela é escassa, mu os
terísticas. Um dos exemplo» mais freqüentemente citados é aquele da meios não são necessariamente os mesmos psra todas as plantas.
extrema semelhança entre membros da família dos cactos (Cactaceae) O tipo mais comum de modificação estrutural envolve uma ca-
e certos membros da família das eufórbias (Euphorblaceae — veja mada cuticular extremamente grossa na superfície das parte* aéreas.
Fig. 5-12). A única maneira rápida para distinguir estas famílias, Esta camada cerosa reduz a parda de água através da epiderme quan-
quando somente as características vegetativas estão presentes, é fazer d o os estômatos estão fechados Esfas xerófitas com cutículas espes-
uma incisão no caule de cada uma; um líquido Jeitoso brotará do re- sas, entretanto, ainda fotossintetizam e há ocasiões em que os estôma-
presentante das eufórbias. tos estão abertos. Os estômatos naturalmente são locais em potencial de
perda de água. As xerófitas melhor sucedidas têm os estômatos imer-
sos na superfície do órgão no qual eles se formam, freqüentemente
em cavidades, algumas vezes em sulcos (Fig. 5 - I 3 A ) ; a figura usada
não é a de uma angiosperma, mas serva pari demonstrar o princípio
em questão. Estas depressões servem como bolsas para capturar va-
por dágua, tornando menos pronunciado o gradiente de difusão en-
tre o interior do órgão e a atmosfera exterior. Como resultado, o ar,
com seu constituinte dióxido de carbono, pode ainda penetrar na
planta, enquanto a perda excessiva de vapor dágua é prevenida. O
mesmo princípio se aplica a muitas plantas não decíduas que crescem
em lugares onde há invernos frios. A perdi excessiva de água du-
rante os meses nos quais a água não está disponível para as plantas
é prevenida pelos estômatos mergulhados e a presença de pêlos nas
regiões estomatais ou sobre a inteira superfície da folha Esses pê-
los trançados servem também pata fornecer pequenas bôkás de vtpot
dágua, mantendo outra vez um baixo gradiente de difusão entre o
interior da planta e a atmosfera.
Muitas gramíneas têm estômatos somente no lado superior (ada-
x i a l ) das folhas, e eles estão dispostos dentro de sulcos longitudinais
( F i g . 5 - 1 3 B ) . Os sulcos servem para conservar o vapor dágua, mas
Fim. 5-12. Evolução convergente ilustrada por um membro da família Eufor- um meio ainda mais efetivo de manter as concentrações internas de
biácea (à esquerda) e um membro da família das Cactáceas (a direita). (Com
a permissão do Missouri Botânica! Garden.) água é pelo enrolamento da folha durante o (empo quente e seco.
A câmara formada no interior da superfície superior enrolada da
Xerófitas folha acumula o vapor dágua da sua superfície • mantém um baixo
gradiente de difusão entre o interior da folha e o ar envolvendo a
As plantas que crescem em regiões quentes e secas têm modificações
mesma.
estruturais características. Nessas plantas as mais importantes carac-
terísticas a serem consideradas são aquelas relacionadas com a con- Algumas xerófitas têm meios dc acumular a água necessária pa-
servação de água. Plantas que crescem em regiões tipicamente secas. ra os processos melabólicos durante os períodos secos desfavoráveis.
Plantas como os cactos suculentos retém grande» quantidades de água
DIVERSIFICAÇÃO NAS PLANTAS h E V O L U Ç Ã O D A S ANGIOSPERMA
carnosos do
A C C S S Í V E L D U R A M
PERÍODOS OCASIONAIS É ABSORVIDTN? * OS
N O S TECIDOS C O N S P L E U A M E N T E caí* * ° A R M A % N A D
A
CAPAZES DE COMPLETAR UM S Z I — *
Q U E N T E S E SECOS.
HIDRÓFITAS
NF JPMFNTÂ m e i O S
P °P g - d e
indiví- s e r a a r e m U m d a d o sair com uma cobertura de um certo número de tipos de sementes ou
frutos aderidos à roupa. Algumas dessas sementes ou frutos têm mui-
d u o p o d e s e r m u i t o
F FRIiTns bem sucedido e m seu
tos pêlos curtos, duros e recurvos, que se enrascam na roupa ou no
próprio nicho em um certo tempo, mas
pêlo dc animais (carrapichos do gênero Desmodium da família das
deve existir um meio de continuar a linha de descendência depois
leguminosas). Outros têm processos alongados, possivelmente com
da morte dele. É portanto essencial, para as sementes serem distribuí- pêlos duros voltados para trás (carrapichos da família dal compos-
das no tempo certo, nos lugares certos e em quantidades adequadas. tas — Fig. S-14B). Há muito mais tipos de sementes e frutos que
Dentro das angiospermas há uma grande variedade de mecanismos de aderem aos agentes de dispersão dos animais. Muitos dos mecanis-
dispersão de sementes. Um dado mecanismo de dispersão pode ser mos envolvem pêlos simples, embora outros tenham processos duros
encontrado em um certo número de famílias não-relacionadas, embora mais pronunciados, seja da semente ou da parede do fruto, Outros
certos meios de dispersão possam ser dependentes de alguma caracte- ainda envolvem uma modificação de folhas reduzidas, envolvendo o
rística estrutural peculiar inerente a uma família. fruto (Xanthium, um membro da família das compostas).
Alguns desses meios de distribuição de sementes dependem de O vento é agente importante no transporte de frutos e semen-
outros agentes para o transporte das mesmas. Muitos animais ser- tes. As paredes de frutos ou a cobertura das sementes estão tão mo-
vem como vetores de sementes e frutos a lugares bem distantes da dificadas nestas situações como para prover uma área superficial
planta mãe. Uma das mais comuns modificações em sementes e adicional para as correntes de vento. Os frutos da tipuana e de mui-
tas malpighiáceas* têm extensões da parede do fruto para forne-
frutos distribuídos por animais implica numa semente externa car-
cer um tipo de estrutura semelhante a uma hélice, que permite aos
nosa (um envoltório comestível do fruto) e uma semente interna,
frutos serem transportados a alguma distância pelo vento (compare
dura (um envoltório do fruto consideravelmente mais resistente).
outro exemplo na Fig. 5-I4A). As sementes do ipê têm extensões
Um animal comerá a semente ou o fruto, digerindo a cobertura ex- dos envoltórios das sementes que fornecem um mecanismo de flu-
terna mole, e a porção interna passará através de seu trato intestinal tuação nas correntes de ar. As sementes da falsa erva-de-rato, que
e a depositará em algum outro lugar. A semente da magnólia, por são estruturas marrons, pequenas e achatadas, têm um tufo de pêlos
exemplo, tem uma parte externa carnosa e brilhante, atraente para
pássaros, que comem essas sementes e eliminam as partes internas ( 4 ) Exemplos adotados da nossa flora, (N. do T . )
DIVERSIFICAÇÃO NAS PLANTAS
170
A E V O L U Ç Ã O DAS A N O , S P E R
0 M i ,
sedosos que transporta estas sementes por quilômetros, m e s m o c o m
uma leve brisa ( F i g . 5 - 1 5 ) . » Pequenos frutos de outras plantas ( p o r
exemplo, margaridinhas e dente-de-leão. ambos da família das c o m -
postas) são também plumosos com um tufo de estruturas seme-
lhantes a pêlos. Estes pequenos frutos, cada um contendo apenas
uma semente em seu interior, funcionam c o m o sementes, com ambos,
a casca do fruto e a casca da semente, rompendo-se no a t o da ger-
minação. Outras sementes transportadas pelo vento são relativamen-
te não modificadas de modo estrutural; são simplesmente estruturas
minúsculas, extremamente leves, e são transportadas a distâncias con-
A B L E I T U R A S SUGERIDAS
importante no transporte a longa distância. SAUSBVRY, F. B., Vascular Plàtas: Form and Functioii, BelflRdnt, Califórnia:
Wadsworth Pubiishíng Company, 1964.
Os exemplos citados acima são aqueles nos quais as plantas de- SAVAGE, J. M . , Evolutfon, Nova Y o r k : Holt, Rinehart and Wiástòn, Inc., nesta
Série, 1963.
pendem de outros agentes para a distribuição das sementes. Entre-
tanto, muitas plantas têm modificações estruturais adequadas para
atirar longe as sementes. Uma trepadeira herbácea, o "pepino ex-
plosivo" (Ecballium), tem um fruto carnoso, elipsóide, coberto de
espinhos, geralmente com 4 cavidades internas. Quando maduro, uma
suficiente pressão de turgor se desenvolve dentro do fruto que provoca
a abertura em uma das extremidades, atirando as sementes para fora
dás cavidades com uma força considerável, a uma distância razoável
Sumário
Paleoborinico
I7S
DIVERSIFICAÇÃO NAS PLANTAS
183
através do período Jurássico, após o o . . » i „-
sil. Parentes d o Ginkgo t a m b é ^ u ^ s u í "* ^
o n g e n s1 , 0
ou talvez mesmo antes (Fig. 6-3) Mesozóico,
Durante o Mesozóico, os Hccnódih* «.
diminuíram e m importânci ^ c a ^ * * * * *
de formas dos grupos, na parte fST TT^**™
e tão
; T ;. ™ m co
regra
^-^ZTZ Z
dernas f a c h a s ; algumas, entretanto, eram tipos não encontrados
hoje. A distnbutçao das samambaias durante a era Mesozóica era
consideravelmente mais significante do que no tempo presente.
O evento evolucionário mais importante ocorrido durante a era
Mesozóica foi o primeiro aparecimento das angiospermas. O exato
momento de seu aparecimento é ainda desconhecido, mas o período
Cretáceo é o tempo da sua rápida expansão. Plantas semelhantes a
angiospermas sob a forma de impressões que se parecem a folhas de
palmeiras são conhecidas desde o período Triássico. Outras peças
de indicação ainda não completamente autêntica consistem de grãos
de pólen, pedaços de madeira e impressões de folhas. Qualquer que
seja sua origem (são ainda desconhecidos o grupo ou grupos dos
quais elas surgiram), é certo que sua expansão foi espetacularmente
rápida. No início do Cretáceo os fósseis de angiospermas são pou-
cos, mas eles aumentam em número e em distribuição geográfica mais
tarde no Cretáceo, e pelo fim do período eles atingiram uma distri-
buição incrivelmente larga. De fato, pelo fim do Cretáceo as plantas
com flores tornaram-se o grupo dominante de plantas vasculares
na Terra.
nospermas, c * ^ -
portanca menor e, ^ i . . Parentes das
e x t i n g u i t a i a
^ r & "
s e
com sementes,
portância menorase,Cycadeoidaks,
pelo fun do Cretáceo
extingu«am-se.
um s^ ^
tinham desaparecido pouco antes. Ueopo-
mambaias com sementes tinham * ^
dics e cavalinhas são
vento do Terciário, e as samambaias eram me
haviam sido anteriormente g r u p c s de plantas pre-
Durante o ^7"»%^ ^ecLato. Houve uma
sentemente conhecidos unham f e i ^ P * as floras
considerável flutuação ckmaUca durante aq
Fig. 6-3. Folhas de uma ginkgófita do Jurássico (Ginkgo Hunoni), de York-
shire. Inglaterra. X 0.7.
DIVERSIFICAÇÃO NAS PLANTAS
184
LEITURAS SUGERIDAS
ANDREWS, H . N . , Jr., Ancient Plants and lhe World they Lived in, Ithaca, N o v a
Y o r k : Comsiock Publishing Associates, Inc., Divísion of CorneiI University
Press, 1 9 4 7 .
> Studies in Paleobotany, N o v a Y o r k : John Wiley & Sons, Inc., 1961. índice Remissivo
A R N O L D , C A . , An Introduction to Paleobotany, N o v a Y o r k : McGraw-Hill, Inc.,
1947.
DELEVORYAS, T-, Morphology and Evolution of Fóssil Plants, N o v a Y o r k : Holt,
Acetabularia, 52 estruturas cm forma de placa em,
Rinehart and Winston, Inc., 1 9 6 2 .
Achtya, 62
estrutura filamentosa em, 39-40, 41
Agregação, de unicélulas, 39
multicelulares móveis, 45
Água, distribuição de sementes pcl». reprodução nas, 35 e segs.
171-72 'tubulares, estruturas não sepiadas
Alburno, 158
em, 4 5
Algas,
azuis {vela Algas azuis) Algas vermelhas, 18, 48-9, 51, 176
como organismos experimentais, 52 alternâncias dc fases nas, 45-6
douradas [veja Algas douradas) ÁUomyccs, 63
estrutura filamentosa nas, 39 e segs. alternâncias de fases citológicas, 63
evidência antiga das, 20 Alternância de fases,
fosseis, 175, 176 em plantas terrestres, 77, 84, 85
multicelulares, 43 e segs. nas algas, 4 1 , 48, 51. 84-5
pardas {vela Algas pardas) teoria antitélica da, 85
potencial evolutivo das, 51-2 teoria homóloga da, 85
reprodução em, 34-8, 4 0 , 45-51
Alternância de gerações (veja Alter-
série evolutiva móvel, 43
terrestres, 52 nância de fnses)
Ambiente,
tubulares, não septadas, 45 influência nu estrutura da plunla,
unicelulares, 27 163 e segs.
unicelulares móveis, 29*32 Angiospcrma(s),
verdes (vela Algas verdes) anatomia do caule lenhoso, 154 c
vermelhas {vela Algas vermelhas) segs.
Algas azuis, 18, 2 0 , 2 7 , 176 com vasos, 103, 135
reprodução nas, 34 definição de, 135, 136
indicação geológica mais antiga,
Algas douradas, 18, 31, 4 6 , 176
133-34
filamentosas, 46 evolução de, 137 e segs.
série móvel, 46 expansão no tempo geológico de,
Algas pardas, 18. 4 6 - 7 , 176 137
reprodução sexual nas, 48 fóssil. 181-83
Algas verdes, 18, 2 3 , 30, 4 5 , 5 2 , 176 herbácea. 96.
15*70
como possíveis ancestrais das plan- como invasores, 162
tas terrestres, 5 1 , 7 5 - 6 , 84
ambiente. 160 5 segs- Chlamydomonas. 30, 39, 40, 46
M o r t e da origem da. 153 e wgg estágio patmelóidc de, 35
159, 160 reprodução em, 34-8 Era Paleozóica, 102, 112, 153, 175.
reprodução das» 124-29, 133-73 ym 52 83 como organismos experimentais,
tem vasos, 103, 135^36 72
Chlorophyia, fg Ervas {veja Angiospermas, herbá-
veia também Plantas com flore» ceas) fósseis. 176
Chrysophyta, 18 tmperfecíi, 57
Al /ttfkvprr/frop/fY/tí, )9 Especialização celular, 33
Cfcadofitas. 19 INTERAÇÃO com outras plantas. 57-8
Animais, Esporofito,
Cicadíneas, 181 evidências mais ANTIGAS de, 23
dhtribaiçào de fatiai tf « e m e n t o evolução do, 85-93
ftoeis, 183 reprodução NOS, 57. 58-9
petos, 168. 16» especialização do, 95 e segs.
SAPRÓFITAS, 57
Apogarm*. I0S Classificação, Estames, I 2 S , 126, 138-43, 146-50
categorias de, 19 Esteie, 86 semelhança com algas, 56, 57
ADOsporà. 104 semelhantes A algas (ve^r Ficomi-
Articuladas, 19
Coaifens, 19, 113 efeito das folhas na. 99 cetos)
fósseis, 179-83 evolução da, 96 e segs. sumário DE situação CÍROFÓGRCA, 70-)
ASCO. 66. 67, 69
reprodução nas, 117*21, 125 nas plantas vasculares mais sim- terrestres, 63 E segs.
Ascomicetos, 18, 66-71 ples, 86-92
Coniferophyta, 19 tipos de. 56, 57
eaoÊfmnçêo com outros fungo», 7> relação entre células vivas c não-
Corpo multicelular, 8 2 - 3 Fungos aquáticos, 58-63
«ruaçèo átológica. B -vivas na, 97-8
.origem do, 38-9 Fungos PARASITAS. 57. 71-2
Àjcomyeophym. 18 Estômatos, 81. 158
Cortiça, 83, 158, 159' em xerófitas, 165
Aseóspcros, 66, 69
Asiertjrréon. 86-90, 96-7 Cutícuia, 81-4, 159 Euglena, 30
AutopoJinàjçio. 150-5 j em xerófitas, 164-65 Ge minei (a, 39
Euglenofitas, 18, 29-30, 32
Cyanophyta, 18 reprodução nas, 34 Genomosperma Kidstoni, 123
Cycadèoidales, 181-83 Evolução convergente, 164 íotens. 124
Cycadophyta, 19 Ginkgo,
fóssil, 183
cttok>gia. 70 anierozóide em, células masculinas
Família das eufórbias, 164
comparação com outros fungos, 71 móveis, M7
2 71-2 Diatomáceas, 31 Fermcntos. 69
reprodução cm, 113-17
— Diciyuchus, 62 reprodução nos, 69
Jfeophytv, 18 Ginkgophyia. 19, 113
Dinoffageíados, f g , 176 Ferrugem do trigo, 71
neltitales {veia Cycadèoidales) Gloeocapsa, 27, 34
Dupla fertilização, 129, 136 Ficomicetos, 18
^Itor dágua, 20, 22, 176 Gnctophyta, 19
comparação com outros fungos,
I preto do pão, 64 69-70 Gonium, 43
rosa, 72 tendências evolutivas dos, 58 e segs. Ginospermas.
Bolores aquáticos, 59-62 Elementos anulares do xilema, 86-7,
Flagelo "enfeitado*', 31 importância decaindo de, 183
102
Briófitas, 19, 38, 82, 84, 131 Flagelos, 30 e segs. tecido de reserva em, 129
Elementos do xilema, 87, 90-2
fósseis, 176, 178 Floema, 87, 96-102 vasos nas, 103, 135-36
espirais, 88, 102
Bryophyta, 19 evolução dos, 102-3 primário, 100, 154
helicoidais, 88, 102 secundário, 100, 154, \SMO
na esteie, 96-102 Flores, Hábito arbóreo, 95-6, 153
pontuações areoladas nos, 102 agregação de, 142-45
gactos, família dos, 164, 165 primários, 100, 153 Hepátícas, Í9, 82
evolução de, 137-45
Cavalinhas, 19, 77, 102, 107, 122 secundários, 100, 153-60 fusão de parles em, 140 Heterogamia, 36, 48
fósseis, 122, 178, 180, 182-83 Flores compostas, 142, 144, 146, 169- Heterosporia, 107-13
Elementos escalariformes do xilema,
Carvão-de-pedra, 20 90, 102 -70 funcional, 109
Câmbio vascular, 100, 154-56 Elementos espiralados do xilema, 102 Folhas, Hidrófitas, 167
Elementos helicoidais do xilema, 88, especialização progressiva das, Homcsporia, 105-7, I I I
Carpelo, 122-23. 125, 127, 128, 138-
51 102 92-4 morfológica, 107
origem das, 87, 92
fechado, c o m o critério para angios- Endosperma,
permas, 135-36 nas angiospermas, 127
Frltschlella, 76
Caules. no pinheiro, 120 Frutos,
dispersão, 168 e segs. "Idade das cicadíneas", 181
subterrâneos, 160 Equisetum,
Fucus, 52 "Idade das samambaias", 180
Cenoura selvagem, vasos no, 103
Fungos, 56 e segs. Integumento, evolução do, 130; 131
grupo de flores da, 144 Era Mesozóica, 96, 133, 137, 153, função do, 114, 124
177, 181 associação com outros organismos,
56, 72-3 origem nas sementes, 124
e o ambiente, 160 c segs. Chlamydomonas, 30, 39, 40, 46
teorias da origem da, 153 e segs., estágio pnlmelóide de, 35 Era Paleozóica, 102, 112. 153, 175-
159; 160 83 como Organismos experimentais,
reprodução em, 34-8
72
reprodução das, 124-29, 133-73 fhlorelh, 32 Ervas {vela Angiospermas, herbá-
fósseis. 176
sem vasos, 103, 135-36 ceas)
Chlorophyta, 18 imperfecli, 57
vefa também Plantas com flôrts Especialização celular, 33
Çhrysophyta 1 8 interação com outras plantas, 57-8
Amíiospermophyta. 19 t
Esporofito,
Animais, Cicadofitas, 19 evidências mais antigas de. 23
evolução do, 85-93
Cicadíneas, 181 reprodução nos, 57. 58*9
distribuição de frutos e sementes especialização do, 95 e segs.
pelos, 168, 169 fósseis» 183 saprófitas, 57
Estames, 125, 126, 138-43. 146-50 semelhança com algas, 56, 57
Apogamia, 105 Classificação, Esteie, 86 semelhantes a algas (vela Ficomi-
Aposporia, 104 categorias de, 19 efeito das folhas na, 99 cetos)
Articuladas, 19 Coníferas, 19, 113 evolução da, 96 e segs. sumário de situação citológica, 70-1
Asco, 66. 67, 69 fósseis, 179-83 nas plantas vasculares mais sim- terrestres, 63 e segs.
reprodução nas, 117*21, 125 ples, 86-92
Ascomicelos, 18, 66-7 í tipos dc, 56, 57
relação entre células vivas c não-
comparação com outros fungos, 71 Coniferophyta, 19 Fungos aquáticos, 58-63
-vivas na, 97-8
situação citõlógica, 70 C o r p o multicelular, 82*3 Fungos parasitas. 57. 71-2
Estômatos, 81, 158
A scomycophy ía, 18 .origem d o . 38-9
em xerófitas, 165
Ascóspcros. 66, 69 Cortiça, 83, 158, 159
Euglena, 30
Asteroxylon, 86-90, 96-7 Cutícula, 81*4, 159
Euglenofitas, 18, 29-30, 32 Gemineila, 39
Aulopoiinizaçào, J50-5 i em xerófitas, 164-65
reprodução nas, 34 Genomospenna Kidstoni, 123
Cyanophyta, 18 latem. 124
Evolução convergente, 164
Cycadeoidales, 181-83 Ginkgo,
Cycadophyta, 19 fóssil, 183
Basidiomicetos, 18, 70-2
citofogia. 70 anterozóide cm, células masculinas
Família das eufórbias, 164
comparação com outros fungos, 71 móveis, 117
Diatomáceas, 31 Fermentos, 69
parasitismo, 71-2 reprodução em, 113-17
reprodução nos, 69
Basidiomycophyíu, 18 Dirtyuchus, 62 Ginkgophyta. 19, 113
Ferrugem do trigo, 71
Benneititales (veja Cycadeoidales) Dinoflagelados, 18, 176 Gloeocapsa, 27,34
Ficomicetos, 18
Biscoitos dágua, 20, 22, 176 Dupla fertilização, 129, 136 comparação com outros fungos, Gnetophyta, 19
Bolor preto do pão, 64 69-70 Gonium, 43
rosa, 72 tendências evolutivas dos, 58 e segs. Ginospermas,
Elementos anulares do xilema, 86-7, Flagelo "enfeitado", 31 importância decaindo de, 183
Bolores aquáticos, 59-62
102
Briófitas, 19, 38, 82, 84, 131 Flagelos, 30 e segs. tecido de reserva em, 129
Elementos do xilema, 87, 90-2 vasos nas, 103, 135-36
fósseis, 176, 178 espirais, 88, 102 Floema, 87, 96-102
Bryophyta, 19 evolução dos, 102-3 primário. (00, 154
helicoidais, 88, 102 secundário, 100, 154, 156-60
na esteie, 96-102 Flores, Hábito arbóreo, 95-6, 153
pontuações areoJadas nos, 102 agregação de, 142-45
Cactos, família dos, 164, 165 Hcpáticas. 19, 82
primários, 100, 153 evolução de, 137-45
Cavalinhas, 19, 77, 102, 107, 122 secundários, 100, 153-60 fusão de partes em, 140 Heierogaroia, 36, 48
fósseis, 122, 178, 180, 182-83 Elementos escalariformes do xilema, Flores compostas, 142, 144, 146, 169- Heterosporia, 107-13
Carvão-de-pedra, 20 90, 102 -70 funcional, 109
Câmbio vascular, 100, 154-56 Elementos espiralados do xilema, 102 Folhas, Hidrófitas, 167
Carpelo, 122-23, 125. 127, 128, 138- Elementos helicoidais do xilema, 88. especialização progressiva das, Homosporta, 105-7,111
51 102 92-4 morfológica, 107
fechado, como critério para angios- Endosper/na, origem das, 87, 92
permas, 135-36 nas angiospermas, 127 FritschieUq, 76
no pinheiro, 1*20 Frutos,
Cauels, Equisetum,
vasos no, 103
dispersão, 168 e segs.
File tis, 52
"Idade das cicadíneas", 181
'idade das samambaias"; 180
subterrâneos, 160 Era Mesozóica, 96, 133, 137, 153, Fungos, 56 e segs. Integumento, evolução do, 130, 131
Cenoura selvagem, 177, J81 associação com outros organismos, função do, 114, 124
grupo de flores da, 144 56, 72-3 origem nas sementes, 124
Inverno,
Período Cretáceo, 133, 137, 153, 183
« f e t o nas plantas lenhosas, 158
Período Devoniano, 77, 79, 83, 86, vento, 119, 127, 131, 138, 148,
ísogamia, 35, 110 149 Selaginella, fertilização no intcrioi
92, 95, 178, 179, 180 do esporângio, 110, 121-22
Período Mississipiano, 179 Polinização cruzada,
reprodução na, 110-12, 122
Período Penstlvaniano, 180 modificações promotoras, 149-51
Lacunas foliares, 99 vasos na, 103
PoiysJpho/iia, St
Lepidocarpon, 111*15, 122, 130 Período Permiano. 90, 95, 96, 111, Sementes,
Poinsetia,
180 dispersão das, 168 e segs.
Liagora, 48 grupos de flores de, 144
Período Pré-cambriano, 20, 24, 176 hábito, origem das, 121-24
Licopodíneas. 19, 89, 95, 102, 107, Período Siluriano, 77, 79, 83, 86, Pontuações areoladas, 102 Sistemas condutores (veja Plantai
109, 122, 132, 178-83 Pró-câmbio, 154, 157 vasculares)
178
Licopódios, 19, 77 Propagação vegetativa, 152, 153, Sistemas reprodutores,
fósseis, 122 Período Terciário, 96, 176-83
161-62 plantas vasculares, 104 c segs.
Paleozóico, 90-9 Período Triássico, 183 Protista, 16 Spermopsida, 19
Lignier, O., 78, 86 Phaeophyia, 18 Protopteridittm, 92 Sphenopxida, 19
Líquens, 57, 73 Phycomycophyta, 18 Psilopsida, 19, 102-5, 178
Lycopsida, 19 Pinheiros, Pteridospermophyta, 19
Lycopodium. 89-95, 153 reprodução nos, 117-21 Pieropsida. 19 "Tamanho e forma",
Pistilo, 124 (vefa também Carpelo) Pyrrophyta, 18 principio do, 97
Plantas, Tecido provascutar, 154
Mancha ocelar, características disdnguidoras das, 'Tendência volvocinn", 144
em chlamydomonas, 30-1 16, 17 Tracheophyia, 19
Raízes,
• em euglena, 30 mais antigas, 176
nas plantas vasculares, 81 Traços folhara, 90. 159
Mecanismos polinizadores, origem química das, 24, 25
origem das, 78-80 Traqueídes.
evolução dos, 145-53 Plantas com flores, 19 anulares, 87, 102
evolução das, 133-73 Reino vegetal, classificação do, 18,
Medula, 99 (9 escalariformes, 90, 102
polinização das (veja Polinização) helicoidais, 88, 102
Megáfilos, 92 Reprodução,
Plantas com sementes, 19, 96, 99, na esteie, 97-9
Megásporos, 167 nas algas, 34-8, 39, 45
100, 133-73
Micrófilos, 94 fósseis, 179 e segs. nos fungos, 56-63, 64, 71
Micrósporos, 107 origem das, 179 origem e evolução dos sistemas de,
Mixomketos, 18 reprodução nas, 113-24 34 Ulothrix, 40
MonocotiledÔneas, 100 Plantas vasculares, i'9, 38, 75 c segs. sexual, origem da, 35 Ulva, 41, 48
Musgos, 19 alternância de fases nas, 76, 84, 85 Rhizopus, 64*5 alternância de fases na» 41
Myxomycophyta, 18 fósseis, 77, 83, 178 Rhodophyta, 18
mais simples, 78, 86 e segs. Rhynia, 86-92, 96
origem e evolução das terrestres, Vasos, 103
75-132 nas angiospcrmas, 103, 135
Nemalion, 48 perda de água das, 81 nas ginospermas, 103, 135
Neurospora, 72 problemas ambientais e, 76-7 Saco embrionário, 127, 136 Vento,
Oogamia, 36-8, 76
sistemas condutores nas, 82-3, 96-9
sistemas reprodutivos, evolução
dos, 104 e segs.
Samambaias, 19, 77, 84, 92, 99, 104,
105, 132
fósseis, 178, 183
peo
l,
distribuição de sementes e frutos
169-70
veja também Polinização pelo ven-
generalizado, 104 reprodução nas, 104 to
sumário de, 130, 131 vasos nas, 103
Plantas vasculares terrestres, Vida vegetal, primeira evidência dc,
Palmeira/ registro palcobotânico, 77 Samambaias com sementes, 19, 180- 20, 176
fóssil, 134 Polinização, -83 Volvox, 44
Palmella, 35, 39 auto (veia Autopolinização) Saprófitas (veja Fungos saprófitas)
besouros, 145 Saprolegnia, 59-62
Parasitas (veja Fungos parasitas)
Parede celular, 30-3 cruzada (veia Polinização cruzada) Schizontyçophyta, 18 Xerófitas, 164-67, 173
Período Cambriano, 178 insetos, 131, 138, 145
mosca, 148
Período Carbonífero, 20,90, 96, 111, nas compostas» 146
153, 179, 180
nas orquídeas, 147
w^mSw IHA
Comput Univonilóriò de A J . , , . , .
B I B L I O T E C A
Autor: Delevor.yas. Theodore
Título: d i v e r s i f i c a ' ^ õãs Plantas.
NSReg. 5.581 531
Glass.
URCAMP
- BIBLIOTECA -
AUTOR: ^elevoryas, Theodore
N°:5.53l
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D È Í M É > R Y A S a o fascinante estudo
9 ^ » V j | J T X'í^^^^^^d.as principais linhas evolutivas do
• l^^^ ^^^w^^tlduzindo
L L ^ i r a M ^ d°*
de
e l li inngguuaaggeemm c l a r a e
e
maneira
n^^^^LP^^P^'''Ws^j^P r e e n s 1 n
P e m s e m r e
^ ^ ^ ^ ^ ^ c Í T Í ^ í d á ^ i f í c i l abordagem no tempo e
q u a n t o a l u a i d a e v o l u ç ã o d a s plantas.
O ^Autor, T H E O D O ^ E DELEVO-
R Y A S , é Professor do Departamento
d e B o t â n i c a d a Universidade d e Y a l e ,
de 1956.
•
Prefácio
11