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DEMONSTRAÇÕES CONTABEIS.
AULA 04
CONTEXTUALIZANDO
Muitas vezes nos encontramos debatendo se uma empresa tem sua
lucratividade baseado em Margem ou Giro, e assim, nesta aula, vamos introduzir
os conceitos necessários para entender essa afirmação, ou seja, aprenderemos
a calcular e interpretar os tipos de margem mais comumente referenciados no
mercado, além de também conceituar e interpretar o conceito de giro.
Ademais, para tomar decisões de investimento precisamos entender a
rentabilidade do negócio, e assim, precisamos conceituar o que é rentabilidade,
o que é a remuneração de cada grupo interessado na empresa (Credores,
Acionista e Governo) como também o que é o capital investido por cada um. E
assim, teremos os três índices de rentabilidade, ROA, ROE e ROIC.
Por último, utilizaremos o conhecido modelo Du Pont para decompor a
rentabilidade dos acionistas no grau de alavancagem financeira e na
rentabilidade dos ativos, assim, podemos comparar e descobrir as fontes de
aumentos ou diminuições na rentabilidade empresarial. Posteriormente,
discutiremos a rentabilidade dos ativos decompondo em margem operacional e
giro dos ativos, atribuindo assim mudanças na rentabilidade ou a obtenção de
uma maior/menor margem ou a um giro maior/menor de ativos.
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Com um EBITDA de 38.000 e a receita líquida de 100.000, obtemos uma
margem EBITDA para a ABC, isso quer dizer que a cada 1 real de receita, a
companhia consegue transformar 38 centavos em EBITDA. Caso você considere
o EBITDA uma aproximação do fluxo de caixa operacional, isso quer dizer que
a companhia transforma cada 1 real de receita, 38 centavos em fluxo de caixa.
Entretanto, considerar o EBITDA uma aproximação para o fluxo de caixa
operacional tem seus prós e contras.
Além das comparações entre empresas, a conclusão acerca de aumentos
ou diminuições de margem dentro de uma mesma empresa em relação a
períodos diferentes possui a mesma interpretação, por exemplo, se a empresa
no ano de 2017 teve uma margem bruta de 30% e no ano seguinte essa margem
subiu para 35%, isso se deu em razão de um ganho de eficiência na gestão de
custos, ou por um aumento no preço cobrado dos clientes.
Dessa forma, veja que todos os índices de margem, de eficiência, são
aplicações da análise vertical a demonstração do resultado do exercício,
tomando como base a receita líquida. Ressaltamos aqui que indicadores podem
ser calculados de forma diferente e cabe ao analista, ao se encontrar com um
indicador calculado por terceiro, buscar saber a fórmula que foi utilizada para
entende-lo.
Outra medida comum de eficiência é o giro do ativo. O giro do ativo
consiste em quanta receita a firma conseguiu obter no uso de seus ativos totais,
lembrando que o conceito de ativo é tudo aquilo que é controlado pela empresa,
resultados de eventos passados e a companhia espera obter benefícios
econômicos futuros. Assim, o giro do ativo é calculado da seguinte forma:
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎
𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 = 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙
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de apenas 75.000, ou seja, uma vez e meia os ativos totais. Por essa razão, ao
avaliar empresas no mesmo setor, ou a mesma empresa ao longo do tempo,
quanto maior o giro, melhor.
Assim, com esses dois tipos de indicadores de eficiência somos capazes
de concluir que o ideal seria a empresa obter lucratividade tanto na margem,
quanto no giro, entretanto, sabemos que a realidade é diferente, e muitas vezes
a companhia deve optar por giro ou margem.
TEMA 2 – Índices de Rentabilidade: Retorno Sobre Investimento e Retorno
sobre o PL
Para muitas coisas na análise empresarial é necessária uma medida de
comparação, e para a rentabilidade não é diferente. Imagine a seguinte situação,
um funcionário de um banco de investimento oferece para você um investimento
que garante um retorno de R$ 2000,00. Você irá aceitar? Provavelmente sua
resposta será que depende – e depende mesmo de vários fatores – o primeiro é
qual o valor necessário para investir e garantir esse retorno? Qual o retorno de
investimentos de risco parecido? Dessa forma, para analisar o retorno de uma
companhia, primeiro precisamos definir investimento, e depois o que de fato é o
retorno do investimento, para assim podermos comparar o investimento na
empresa com investimento em ativos de risco similar.
Como fizemos em aulas anteriores, consideramos uma visão de que os
ativos representam o investimento realizado pela empresa, assim, podemos
considerar num primeiro momento o Total de Ativos como o investimento
realizado pela companhia. Dessa forma, precisamos agora definir o retorno
desse investimento.
Considere a seguinte DRE da companhia ABC:
DRE
Receita líquida R$100.000,00
Custo da Mercadoria Vendida R$60.000,00
Lucro Bruto R$40.000,00
Despesas Operacionais R$2.000,00
Depreciação R$2.000,00
Lucro Operacional (EBIT) R$36.000,00
Despesas Financeiras R$4.000,00
Lucro Antes dos Impostos R$32.000,00
Impostos (34%) R$12.160,00
Lucro Líquido R$19.840,00
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Primeiro vamos identificar padrões, a Receita líquida, o Custo da
Mercadoria Vendida, as Despesas Operacionais, e a depreciação são todos
fatores operacionais para a empresa atingir seu objetivo, certo? A partir do Lucro
Operacional, EBIT, nós temos que a empresa pagou 4 mil de despesas
financeiras, ou seja, os credores da empresa receberam 4 mil reais pelo
empréstimo de dinheiro realizado para a companhia, na parte seguinte, o
governo recebeu 12.160 por ter investido nas estruturas de uso geral para a
empresa poder funcionar, certo? E por último, os acionistas que investiram o
patrimônio líquido receberam 19.840.
Assim, a primeira parte da DRE, até o Lucro Operacional, pode ser vista
como a operação da companhia e a parte de baixo da DRE pode ser vista como
de que forma foi distribuído o capital entre o grupo de interessados nos seus
fluxos de caixa (Credores, Acionistas e Governo).
Dessa forma, já que estamos considerando o Total de Ativos como valor
investido na companhia, temos que pensar em qual desses valores é adequado
para representar o retorno do investimento. Ora, sabemos que o Total do Ativo
é igual ao patrimônio líquido somado ao passivo total, assim, temos que
considerar os valores que remuneraram ambos o passivo total, quanto o
patrimônio líquido. Sabemos que a remuneração do patrimônio líquido é o lucro
líquido, assim, o acionista espera dividendos somente do que for residual após
pagar todos os interessados e todos os custos. E também sabemos que o credor
(seja ele banco, debenturista) quando investe na empresa, tem seu retorno
assegurado em contrato por meio da aplicação da taxa cobrada prevista no
contrato de dívida, e isso é reconhecido contabilmente como despesa financeira.
Dessa forma, temos o nosso primeiro modo de medir retorno, somando o
lucro líquido as despesas financeiras, pois o Ativo Total é financiado por ambos.
Assim, Retorno sobre o Investimento é:
(𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 (𝐸𝐵𝐼𝑇))
𝑅𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝑆𝑜𝑏𝑟𝑒 𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜
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chamado de ROA, do inglês, Return on Assets, ou adaptando para o português,
Retorno sobre os Ativos.
Ainda sobre retornos, muitas vezes estamos interessados em computar
somente o retorno para o acionista, e não para os investidores como um todo.
Isto posto, sabemos que o valor investido pelo acionista é igual ao patrimônio
líquido, e que a remuneração desse capital é o lucro líquido, caso a ABC tenha
um patrimônio líquido de 45.000, o Retorno Sobre o PL é computado da seguinte
forma:
(19.840)
𝑅𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝑆𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑜 𝑃𝐿 = = 0,496
40.000
Isso significa que os acionistas obtiveram um retorno de 50% sobre o seu
investimento na companhia. O retorno Sobre o PL também é chamado de ROE
do inglês Return on Equity.
Alguns autores consideram o ativo total como denominador no cálculo do
retorno para o acionista, entretanto, isso é incorreto pois já vimos que o Ativo
Total é financiado tanto por meio do PL quanto por meio do passivo, e assim, ao
considerar ativo total, o analista está subestimando o retorno para o acionista.
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𝑅𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝑆𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑜 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝐸𝑚𝑝𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑜
(𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 + 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝑠 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠) (19.840 + 4.000)
= =
(Patrimônio Líquido + 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑂𝑛𝑒𝑟𝑜𝑠𝑜) (40.000 + 7.000)
= 0,507
Assim, o Retorno Sobre o Capital Empregado é de aproximadamente
50%. O Retorno Sobre o Capital Empregado também é chamado de ROIC.
Uma reflexão necessária sobre os indicadores de liquidez se põe no fato
de que ao utilizarmos para o cálculo o Lucro Operacional de 2018 e o Ativo Total
de 2018, estamos subestimando o indicador, em vista que boa parte do Lucro
Operacional do ano de 2018 já foi incorporado no Ativo Total de 2018 por meio
do Caixa, Clientes, e etc. E assim, a base de ativos é maior do que a que foi no
momento em que o lucro foi auferido. Assim, tenham em mente os períodos das
contas que foram utilizadas para o cálculo, entretanto, esse ajuste geralmente
retorna benefícios muito marginais a quem o pratica.
TEMA 4 – Análise pelo método Du Pont e Termômetro de Insolvência
O método Du Pont – que tem esse nome devido a sua criação pela
companhia Du Pont – consiste em analisar analiticamente os indicadores de
rentabilidade para identificar os motivos pelos quais a rentabilidade ficou maior
ou menor.
Por exemplo, vamos começar com o ROE (Retorno sobre o Patrimônio
Líquido). Considerando a DRE e o Balanço Patrimonial da companhia ABC
abaixo.
DRE
Receita líquida R$100.000,00
Custo da Mercadoria Vendida R$60.000,00
Lucro Bruto R$40.000,00
Despesas Operacionais R$2.000,00
Depreciação R$2.000,00
Lucro Operacional (EBIT) R$36.000,00
Despesas Financeiras R$4.000,00
Lucro Antes dos Impostos R$32.000,00
Impostos (34%) R$12.160,00
Lucro Líquido R$19.840,00
Balanço Patrimonial
AC 10000 PC 3300
Caixa 10000 Fornecedores 3000
Passivo Oneroso CP 300
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ANC 40000 PNC 6700
Imobilizado 40000 Passivo Oneroso 6700
PL 40000
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Que também é exatamente o encontrado no utilizando a divisão entre
lucro operacional e ativo total.
TEMA 5 – Mapa de Indicadores Du Pont
. O mapa abaixo resume o que foi dito na seção anterior.
TROCANDO IDEIAS
Alguns setores são conhecidos por trabalharem com menores margens e
um maior giro, você consegue identificar alguns?
NA PRÁTICA
Como dito no trocando ideias, alguns setores são conhecidos por uma
maior margem enquanto outros são conhecidos por um maior giro, isto posto,
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utilize as demonstrações contábeis da Lojas Renner S/A e do Magazine Luiza
para verificar a fonte da rentabilidade dos acionistas e dos ativos de ambas a
firmas.
Solução:
Utilizando os dados das demonstrações contábeis de ambas as companhias,
vamos primeiro decompor o ROE em ROA e GAF.
Começando com a Lojas Renner, para calcular o ROA precisamos de
(𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 (𝐸𝐵𝐼𝑇))
𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝑆𝑜𝑏𝑟𝑒 𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (𝑅𝑂𝐴) = assim, o lucro
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜
Com um ativo total de 7.547.658. Assim, o ROA da Renner para o Ano de 2017
1087238
foi de 7547658 = 0,14 ou 14%.
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Já o GAF foi de
𝐿𝐿 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 732679 7.547.658
𝐺𝐴𝐹 = ( )𝑥( )= 𝑥 = 1,57
𝐸𝐵𝐼𝑇 𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚𝑜𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 1087238 3.223.446
732679
𝑅𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝑆𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑜 𝑃𝐿 = = 0,22
3223446
E assim, vamos agora decompor o ROA da Renner em Giro do Ativo e Margem Operacional.
1087238
Utilizando a DRE, a Margem Operacional da Renner é de = 0,14605 e o Giro do
7444305
7444305
Ativo é de 7547658 = 0,9863, assim, o ROA pelo modelo Dupont é:
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𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 389.022
𝑅𝑂𝐸 = = = 0,1875
𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 2073977
Assim, ao decompor o ROA, temos:
887694
𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 = = 0,074
11984250
E o Giro do Ativo de:
11984250
𝐺𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 = = 1,61
7419513
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Assim, podemos inferir que o Retorno dos Ativos da Magazine Luiza advém
principalmente do Giro dos Ativos, já que possui um giro de 1,61 contra um giro
dos ativos da Renner de 0,98. Enquanto a Margem da Renner é
significativamente maior, de 0,14 contra 0,07 da Magazine Luiza. Quanto a
alavancagem, ambas as firmas possuem GAF’s muito similares.
FINALIZANDO
Prezados, nesta aula aprendemos medidas de eficiência no uso dos
ativos como as margens, tanto a margem bruta, quanto a operacional e a líquida,
para assim identificar onde empresas similares estão sendo eficientes ou
ineficientes. Ademais, conseguimos decompor o Retorno sobre o PL (ROE) –
que é basicamente o retorno dos acionistas – em sua alavancagem e o Retorno
do Ativo, para assim, conseguir identificar de onde vem a lucratividade da
companhia. Ainda assim, decompomos o Retorno do Ativo em Margem
Operacional e Giro do Ativo, com o objetivo de entender o quase ditado de “ou
se ganha na margem ou no giro” e exemplificamos isso analisando a Lojas
Renner e a Magazine Luiza.
REFERÊNCIAS
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