Вы находитесь на странице: 1из 18

ANÁLISE DAS

DEMONSTRAÇÕES CONTABEIS.
AULA 05

Marcelo Daniel Araujo Ermel


CONVERSA INICIAL
Prezados, nessa aula iremos aprender sobre os dois tipos de
alavancagem mais comuns, a alavancagem operacional e financeira, e também
como as duas se comportam em conjunto. Especialmente no que tange a
exposição ao risco macroeconômico da firma. Ademais, na aula 1 nós
relembramos a Demonstração dos Fluxos de Caixa e a Demonstração do Valor
Adicionado, tanto sua capacidade informacional quanto sua estrutura. Na aula
de hoje iremos aprender como analisa-las!

CONTEXTUALIZANDO
Muitas empresas se veem em face de diversas decisões como, devo
automatizar o processo produtivo ou devo contratar mais trabalhadores? Uma
consequência automática (sem o interesse de fazer trocadilho) é o aumento da
chamada alavancagem operacional, ou seja, com uma máquina, os custos fixos
são maiores, pois, a depender do prazo, a companhia não consegue se
desfazer da máquina, ao menos considerando um preço adequado, enquanto ao
continuar com trabalhadores, em face de uma crise a companhia pode demiti-los
e assim diminuir seus custos de produção.

Outra questão é a alavancagem financeira, pois, ao contrair empréstimos,


a empresa utiliza capital de terceiros para financiar suas atividades e economiza
em impostos (Juros são dedutíveis do Imposto de Renda) e assim, aumenta a
rentabilidade dos acionistas, contudo, o pagamento de juros é obrigatório
independente se a empresa conseguiu vender seus produtos ou não, e assim,
aumenta o risco da empresa vir a falir!

Iremos estudar esses dois efeitos e o impacto de ambos na companhia,


inclusive dos dois em conjunto!

Ademais, agora que já relembramos a Demonstração dos Fluxos de Caixa


e a Demonstração do Valor Adicionado, iremos analisa-las e assim aprender que
tipo de informação podemos tirar desses demonstrativos.

Vamos em frente!

TEMA 1 – Alavancagem Operacional


Alavancagem Operacional ocorre quando uma companhia tem uma
estrutura de custos que permite aumentar o lucro de acordo com a quantidade
vendida, por exemplo. Vamos considerar que a companhia ABC possui a
seguinte estrutura de custos.

Estrutura de Custos ABC


Custos fixos 1000
Custos variável (un) 2

E a Companhia Concorrente possui a seguinte estrutura de custos

Estrutura de Custos Concorrente


Custos fixos 500
Custos variáveis (un) 4

Assim, vamos considerar que ambas empresas produziram 1000 unidades e


venderam todas a um preço de 6. Desconsiderando os impostos e outras
despesas, o lucro auferido por cada empresa é:

Lucro ABC Lucro Concorrente


Quantidade Produzida 1000 1000
Preço de Venda (Um) 6 6
Receita de Vendas 6000 6000
Custos Fixos Totais 1000 500
Custo Variável unitário 2 4
Custo Variável Total 2000 4000
Lucro 3000 1500

A receita de vendas é igual a multiplicação do preço (6) pela quantidade (1000),


ou seja, 6000 de receita para ambas as empresas. Quanto aos custos fixos,
como visto na estrutura de custos da ABC, ela possui 1000 de custos fixos,
enquanto a Concorrente possui 500 de custos fixos. Já o custo variável total é a
multiplicação do custo variável unitário, 2 para a ABC e 4 para a Concorrente
pela quantidade produzida, também 1000. Assim, o custo variável unitário total
é 2000 para a ABC e 4000 para a Concorrente. Assim, ao final, o lucro da ABC
é Receita de Vendas menos Custos Fixos Totais e Custo Variável Total, ou seja,

3
6000-1000-2000 que é igual a 3000. Para a concorrente, o lucro é 6000-500-
4000, que resulta em 1500.

Dessa forma, podemos ver que a diferença no lucro entre as duas vem de uma
troca entre a quantidade de custos fixos ou custos variáveis, podemos pensar
que a empresa ABC emprega um maior maquinário, enquanto a empresa
Concorrente escolhe por contratar mais funcionários em regime de
produtividade. Dessa forma, a ABC consegue alavancar seus lucros por ter
metade do custo variável unitário da empresa Concorrente. Desta feita,
permanecendo todo o resto constante, quanto maior a receita, maior o lucro para
a ABC, pois seus custos unitários variáveis são menores.

Assim, esse fenômeno é chamado de alavancagem operacional, entretanto, vale


a pena salientar também o lado negativo da alavancagem. Vamos considerar
que ambas as firmas só conseguiram produzir 150 unidades e vender pelo preço
de 6. Admitindo a mesma estrutura de custos, a nova aferição de lucro é a
seguinte:

Lucro ABC Lucro Concorrente


Quantidade Produzida 150 150
Preço de Venda (Um) 6 6
Receita de Vendas 900 900
Custos Fixos Totais 1000 500
Custo variável unitário 2 4
Custo variável Total 300 600
Lucro -400 -200

É possível verificar que a companhia ABC teve o dobro de prejuízo em relação


a companhia Concorrente. Isso se dá pois, com apenas 150 unidades
produzidas, a receita foi de 900 para ambas as companhias, entretanto, para a
ABC isso não é suficiente sequer para cobrir os custos fixos, de 1000. Enquanto
para a companhia Concorrente, dessa receita ainda sobra 400 após a dedução
dos custos fixos. Assim, somando o custo variável total, a empresa ABC acaba
com um prejuízo de 400 e a Concorrente com um prejuízo de apenas 200.

Isto posto, a depender das previsões de receita e produção, a empresa escolhe


por estar mais ou menos alavancada operacionalmente, entretanto, isso não é
4
uma decisão tomada corriqueiramente, em vista que um aumento de custos fixos
geralmente decorre de um grande investimento, como a construção de uma nova
fábrica, o aluguel de um novo armazém, e desta feita, é uma decisão a ser
tomada munido de todas as informações possíveis.

Uma pergunta natural a ser feita é, qual a quantidade produzida e vendida que
faz a ABC ter um lucro maior que a Concorrente? A partir de qual ponto essa
alavancagem operacional se faz eficiente.

Figura 1 – Lucro ABC e Lucro Concorrente em Função da Quantidade Produzida


e Vendida.

1500

1000

500

0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39
-500

-1000

-1500

-2000

Lucro Concorrente Lucro ABC

Caso tomemos a decisão de responder a essa questão com a força bruta,


podemos calcular o lucro de ambas as companhias a cada 10 unidades
produzidas e vendidas, se fizermos um gráfico desses resultados, a imagem que
teríamos seria a Figura 1 (Eixo Y – Lucro, Eixo X – Quantidade). Podemos
verificar que a curva do Lucro ABC (Laranja) é mais inclinada que a curva do
Lucro Concorrente (Azul), isso quer dizer que o efeito de uma unidade produzida
e vendida a mais é maior para a ABC do que para a Concorrente. Além disso,
respondendo à pergunta, podemos ver que a partir da unidade 250 (25x10), a
Curva Lucro ABC ultrapassa a Curva Lucro Concorrente. Assim, para qualquer
quantidade produzida e vendida acima de 250, o lucro da ABC será maior.
Enquanto para qualquer quantidade abaixo de 250, o lucro Concorrente será
maior (ou terá um menor prejuízo).

5
Outra informação importante a ser retirada é o ponto de equilíbrio, que consiste
na quantidade vendida/produzida que iguala o lucro a 0, ou seja, qual o mínimo
que a companhia deve produzir e vender para obter lucro. Ao examinar o gráfico,
vemos que as linhas cruzam o eixo X, no 25, ou seja, o mínimo que a companhia
ABC e a companhia Concorrente tem de vender e produzir são 250 unidades.

Uma maneira menos braçal de resolver essa questão é calcular o ponto que a
função lucro é igual a 0, entretanto, precisamos definir primeiro a função custos
e a função receita. Para a companhia ABC a função custos é:

𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠(𝑄) = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐹𝑖𝑥𝑜𝑠 + 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎𝑣𝑒𝑖𝑠 𝑥 𝑄

Assim, os custos da companhia ABC são:

𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠(𝑄) = 1000 + 2 𝑥 𝑄

Enquanto a função receitas é:

𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 (𝑄) = 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑥 𝑄

Para a companhia ABC:

𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 (𝑄) = 6 𝑥 𝑄

Assim, a função lucro é:

𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜(𝑄) = 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎(𝑄) − 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠(𝑄)

Assim, a função lucro da ABC é

𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜(𝑄) = 6 𝑥 𝑄 − (1000 + 2 𝑥 𝑄)

Aplicando o sinal

𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜(𝑄) = 6𝑄 − 1000 − 2𝑄

Igualando a função a 0

0 = 6𝑄 − 1000 − 2𝑄

Manipulando os termos

1000 = 6𝑄 − 2𝑄

Subtraindo os similares

6
1000 = 4𝑄

Fazendo a álgebra

1000
= 𝑄 = 250
4

Assim, chegamos a conclusão da mesma forma que utilizando o gráfico. Outra


forma útil de utilizar a matemática é para mensurar o nível de alavancagem
operacional, uma forma de verificar a alavancagem operacional da firma é
investigar o impacto de aumentos no lucro para um determinado aumento na
quantidade produzida/vendida.

Por exemplo, a companhia ABC, para um nível de 1000 mercadorias, o lucro é


3000, se aumentarmos a quantidade para 1500 temos um lucro de é de 5000.
Assim, temos que uma Variação de 500 mercadorias (1500-1000) leva uma
variação de lucro de 2000 (5000-3000), assim, o índice de alavancagem
operacional é de:

Δ𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 5000 − 3000 2000


= = =4
Δ𝑀𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜𝑟𝑖𝑎 1500 − 1000 500

A título de comparação, quando utilizarmos a companhia Concorrente, para um


nível de 1000 mercadorias o lucro é de 1500, enquanto para o nível de 1500
mercadorias, o lucro é de 2500. Assim, utilizando a mesma fórmula.

Δ𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 2500 − 1500 1000


= = =2
Δ𝑀𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜𝑟𝑖𝑎 1500 − 1000 500

Assim, como esperado, o índice de alavancagem operacional da firma


Concorrente é menor do que o índice de Alavancagem operacional da firma ABC.

TEMA 12 – Alavancagem Financeira


Um outro tipo de alavancagem consiste na alavancagem financeira. Essa
alavancagem existe em razão da dedução do pagamento de juros em relação ao

7
pagamento de impostos. Considere os seguintes cenários para a companhia
ABC.
Digamos que a companhia ABC não tenha nenhuma dívida, e necessitou de um
investimento de 5000 por parte dos acionistas para viabilizar suas atividades,
assim dado um lucro operacional de 1000 e uma alíquota de tributação de 30%,
a DRE da ABC seria a seguinte:

Lucro Operacional 1000


Despesa Financeira 0
Lucro Antes do Imposto de Renda 1000
IR (30%) 300
Lucro Líquido 700

Ou seja, o retorno dos acionistas é igual a 14% (700/5000, mais conhecido como
ROE). Outro cenário possível, seria a ABC contrair dívidas no valor de 2500,
estas que geram um pagamento de juros de 250 ao ano, assim, dado um lucro
operacional de 1000 e uma alíquota de tributação de 30%, a DRE da ABC seria
a seguinte:

Lucro Operacional 1000


Despesa Financeira 250
Lucro Antes do Imposto de Renda 750
IR (30%) 225
Lucro Líquido 525

Como a companhia financiou 2500 de suas atividades com capital de terceiros,


os acionistas tiveram que investir somente 2500, então, o retorno dos acionistas
nesse caso é de 21% 525/2500, ou seja, contrair dívidas com pagamento de
juros alavancou o retorno dos acionistas de 14% para 21%, entretanto, como é
de se esperar, a obrigação do pagamento de juros ocorre independente da
empresa ter lucro ou não, assim, imaginemos que a companhia teve um lucro
operacional de apenas 300. A tabela abaixo demonstra o retorno dos acionistas
nos dois cenários:

8
Lucro Operacional 300 300
Despesa Financeira 0 250
Lucro Antes do Imposto de Renda 300 50
IR (30%) 90 15
Lucro Líquido 210 35

Retorno dos acionistas 4,20% 1,40%

No cenário sem dívida, com um lucro operacional de 300, a firma ABC pagaria
90 de impostos e o acionista teria direito a 210 de lucro, caracterizando um
retorno de 210/5000, que é igual a 4,20%. Caso a companhia decida por contrair
a dívida para financiar 50% de suas atividades, com um lucro operacional de
300, 250 seriam destinados ao pagamento de juros, e dos 50 restantes, 15 iria
para o governo, restando assim ao acionista apenas 35, caracterizando um
retorno do acionista de 35/2500, que é 1,40%.

Desta feita, percebemos que a alavancagem financeira funciona da mesma


forma que a alavancagem operacional, maximizando o retorno do acionista em
bons momentos e destruindo o retorno do acionista em maus momentos.

TEMA 3 – Combinação da Alavancagem Financeira e Operacional


Apesar de terem sido expostas na nossa aula em tópicos separados,
normalmente a decisão entre alavancar operacionalmente e financeiramente é
conjunta na companhia, em vista que como esperado, uma soma de uma alta
alavancagem operacional com uma alta alavancagem financeira pode ter
consequências desastrosas para o acionista. Veremos no exemplo a seguir.

Utilizando a seguinte estrutura de custos:

Estrutura de Custos ABC


Custos fixos 1000
Custos variável (un) 2
E um preço de venda de 4 por unidade, nós temos a seguinte DRE (até o lucro
operacional).

Lucro ABC

9
Quantidade Produzida 1000
Preço de Venda (Um) 4
Receita de Vendas 4000
Custos Fixos Totais 1000
Custo Variável unitário 2
Custo Variável Total 2000
Lucro 1000

Caso a companhia possua a mesma alavancagem financeira da sessão anterior,


o resultado será de

Lucro Operacional 1000


Despesa Financeira 250
Lucro Antes do Imposto de Renda 750
IR (30%) 225
Lucro Líquido 525

Assim, como esperado, num momento de boom, ambas alavancagens


trabalham positivamente para o retorno do acionista, entretanto, em momentos
em que não se vende o esperado, consideremos a venda de apenas 200
unidades:

Lucro ABC
Quantidade Produzida 200
Preço de Venda (Um) 4
Receita de Vendas 800
Custos Fixos Totais 1000
Custo Variável unitário 2
Custo Variável Total 600
Lucro -800

E com a estrutura financeira:

Lucro Operacional -800


Despesa Financeira 250

10
Lucro Antes do Imposto de Renda -1050
IR (30%) 0
Lucro Líquido -1050

Enquanto para a firma com uma menor alavancagem operacional e sem


alavancagem financeira, seria:

Estrutura de Custos ABC – Menor alavancagem operacional


Custos fixos 500
Custos variável (un) 4

Lucro ABC
Quantidade Produzida 200
Preço de Venda (Um) 4
Receita de Vendas 800
Custos Fixos Totais 500
Custo Variável unitário 4
Custo Variável Total 800
Lucro -500

Lucro Operacional -500


Despesa Financeira 0
Lucro Antes do Imposto de Renda -500
IR (30%) 0
Lucro Líquido -500

E assim, concluímos que alavancagem deve ser uma decisão tomada com
muito cuidado, especialmente quanto a prospecção de resultados futuros, e
condições da economia.

TEMA 4 – Análise da demonstração dos fluxos de caixa


Como visto em aulas anteriores, a demonstração dos fluxos de caixa tem como
objetivo evidenciar as mudanças na conta caixa, dividindo os fluxos em
operacional, de investimento e de financiamento. Assim, como analistas estamos

11
interessados em saber a capacidade da geração de caixa da empresa, e
também, que atividade estão originando os fluxos de caixa.
Vamos para o exemplo da companhia ABC.

Fluxo de caixa
Caixa Gerado nas Operações (1) 300
Caixa líquido gerado nas operações 300

Caixa Líquido das atividades de Investimento (2) -200


Aquisição de Empresa 0
Aquisição de Imobilizado -200

Caixa Líquido das atividades de Financiamento (3) 226


Empréstimos Financeiros Tomados 390
Dividendos Pagos -100
Despesa de Juros -64

Caixa Gerado nas Atividades (1) + (2) + (3) 326

Nela, é possível verificar que a ABC gera caixa nas suas atividades, ou
seja, recebe mais do que paga na sua atividade principal. Esse fluxo de caixa
operacional é positivo em 300. Ademais, a ABC está investindo em ativos
imobilizados, ou seja, comprando máquinas, equipamentos, ou construindo
fábricas no valor de 200 e assim, para nós que estamos fora da empresa, parece
que a empresa está expandindo suas atividades. Ainda assim, quando olhamos
a atividade de financiamento, vemos que a empresa captou novos empréstimos
no valor de 390, pagou dividendos aos acionistas no valor de 100 e pagou juros
de empréstimos anteriores no valor de 64. Assim, mesmo que os 300 das
operações sejam suficientes para cobrir os 200 de investimento em imobilizado,
a ABC parece estar decida a acumular caixa, em razão da captação dos
empréstimos.
Além dessa análise individual da demonstração dos fluxos de caixa,
podemos também realizar a interação com outras demonstrações como o
Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício. Por exemplo:
A firma está gerando caixa adequadamente? Como a análise de valores
absolutos é sempre difícil, podemos fazer a divisão do caixa gerado
operacionalmente com o Ativo Total, e assim ter a medida de quanto caixa por
unidade de investimento no Ativo Total a empresa gerou.

12
Considerando um Ativo Total de 1000 para a ABC, a empresa teve uma geração
de
𝐹𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 300
= = 0,30
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 1000
Ou seja, a cada 1 real investido no Ativo Total, a companhia gerou 30
centavos de caixa no período.
Outra interação interessante é o valor investido em imobilizado sobre o
valor do imobilizado, vamos considerar um montante de 500 para o imobilizado,
assim, a empresa investiu em imobilizado (também chamado no mercado de
Capex, que vem do inglês Capital Expenditures, e significa investimentos em
capital fixo, ou propriamente dito, imobilizado).
Assim,
𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑒𝑚 𝐼𝑚𝑜𝑏𝑖𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑜 200
𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑒𝑚 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝐹𝑖𝑥𝑜 = = 500 = 0,4
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐼𝑚𝑜𝑏𝑖𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑜

A interpretação cabível é de que a ABC está realizando fortes


investimentos, em vista de que em apenas 1 ano investiu 40% do seu ativo
imobilizado.
Por último, na primeira aula vimos que alguns índices de pagamento de
juros são utilizados como covenants (cláusulas contratuais que limitam a
liberdade da firma em função do empréstimo de credores) que utilizavam o
EBITDA, contudo, de posse da DFC, podemos utilizar diretamente o fluxo de
caixa operacional para computar a cobertura de juros.
Assim, cobertura de juros também pode ser calculada da seguinte forma:
𝐹𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 300
𝐶𝑜𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝐽𝑢𝑟𝑜𝑠 = = = 4,68
𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎 𝑑𝑒 𝐽𝑢𝑟𝑜𝑠 64

Dessa forma, o fluxo de caixa operacional cobre a despesa com


pagamento de juros mais que 4 vezes e meia.
Por fim, muitos autores gostam de padronizar certo comportamento da
DFC relacionados ao ciclo de vida da empresa. Por exemplo: Firmas em estágio
de vidas iniciais teriam o Fluxo de Caixa Operacional negativo, o Fluxo de Caixa
de investimentos, negativo, o que significa que a empresa ainda não consegue
gerar caixa na sua operação, e que também está investimento em capital para
viabilizar/aumentar produção. Dessa forma, obviamente, o Fluxo de Caixa de
Financiamento deve ser positivo, ou com o dinheiro sendo oriundo de aportes de
sócios ou de empréstimos.

13
Já empresas em fase de expansão teriam o Fluxo de Caixa Operacional positivo,
o Fluxo de caixa de Investimento negativo, e o Fluxo de Caixa de Financiamento
Positivo. Assim, a situação é que apesar de já gerar caixa operacional positivo,
este não é suficiente para realizar o investimento, e assim se dá a necessidade
de aportes de capital.
As empresas em estágios mais maduros, teriam um Fluxo de Caixa Operacional
positivo e suficiente para cobrir as necessidades de investimento, e assim, o
Fluxo de Caixa do Investimento seria negativo, e o Fluxo de Caixa do
Financiamento seria negativo em razão do pagamento de dividendos aos
sócios/pagamento de dívidas.
Por último, as empresas em declínio teriam Fluxo de caixa Operacional Positivo
e um Fluxo de Caixa de Investimento negativo, em razão da venda de ativos que
eram utilizados na produção (e devido a isso, a empresa está debilitando suas
receitas futuras em razão de uma capacidade produtiva menor). Por último, o
Fluxo de Caixa de Financiamento é negativo em razão da incapacidade de
contrair novos empréstimos.
Apesar desse resumo, é importante entender cada item da Demonstração
do Fluxo de Caixa para verificar a real situação da companhia. Não existe
fórmula mágica.

TEMA 5 – Análise da Demonstração do Valor Adicionado


. A Demonstração do Valor Adicionado (DVA), como dito anteriormente, é
uma demonstração muito parecida com a DRE, que possui o objetivo de apurar
o lucro ou prejuízo da companhia em suas atividades, já a DVA, busca apurar a
riqueza criada e como ela foi distribuída, bem como se houve destruição de
riquezas.
Relembrando a estrutura da DVA da companhia ABC.
2015
RECEITAS 2200
1. Receitas 2000
1.2 Provisões para devedores duvidosos 200

2 INSUMOS 1100
CMV 1000
Energia 100

2-1 Valor Adicionado Bruto 1100


3 Depreciação 100
14
2-1+3 Valor adicionado líquido 1000

4 Valor adicionado recebido em transferência 100

2-1+3+4 Valor adicionado total a distribuir 1100

Distribuição
Pessoal 100
Impostos 50
Juros Passivos 100
Dividendos 150
Lucros retidos 700

Distribuição do valor adicionado 1100

Um índice útil a ser retirado da DVA é a proporção do CMV nos insumos


de produção. Podemos identificar que para a companhia ABC, o custo da
1000
mercadoria vendida representa = 91%, assim, é útil pensar que uma
1100

maneira relevante de diminuir os custos para a companhia ABC é diminuir os


custos referentes à produção/compra de mercadorias.
Quanto a distribuição de riqueza, podemos verificar que grupos estão a
receber uma maior proporção.
100
A remuneração de seus trabalhadores representa = 9% da riqueza
1100
50
distribuída. Enquanto os impostos são = 4,5%. O capital de terceiros é
1100
100 150
remunerado com = 9% da riqueza. Os acionistas receberam = 13,5%
1100 1100

aproximadamente. Por fim, é possível verificar que a maior parte da riqueza


700
(1100 = 63,5%) é retida para financiar novos projetos.

É relevante ter em mente que todas essas informações sobre distribuição


de riqueza da DVA devem ser usadas em comparação com as empresas do
mesmo setor a fim de se tirar conclusões. Entretanto, um alto índice de
distribuição de riqueza para o capital de terceiros pode indicar um alto
endividamento.

TROCANDO IDEIAS
Start-ups estão na moda, será que vocês conseguem sugerir como seria
o comportamento da DFC de uma empresa nesse estágio da vida?

15
NA PRÁTICA
Que tal verificar o grau de alavancagem financeira e operacional da
Guararapes e Lojas Renner, será que elas são diferentes? Afinal, trabalham num
mesmo setor. Além disso, como será o comportamento dos fluxos de caixa de
cada uma?
Solução:
Utilizando as informações do site da B3, vamos calcular primeiro a alavancagem
financeira e operacional da Guararapes Confecções S.A.
http://www.b3.com.br/pt_br/produtos-e-servicos/negociacao/renda-
variavel/empresas-listadas.htm
Em 2017, os custos dos bens e serviços vendidos da Guararapes Confecções
S/A foram de 2.338.408 (custos variáveis), enquanto a soma de suas despesas
foi de 2.713.885+778.510 (custos fixos, incluindo a remuneração da
administração para manter a comparabilidade entre a Renner e a Guararapes).

Enquanto para a companhia Renner, os custos de bens e serviços vendidos


foram de 3.284.517 (custos variáveis) e 3.718.203 de despesas operacionais
(custos fixos).

16
Assim, vemos que a proporção dos custos variáveis em relação a receita total
da Guararapes é:

2.338.408
= 36%
6.444.659
Enquanto a proporção dos custos fixos é:

3.492.395
= 54%
6.444.659
Já para a Lojas Renner, a proporção dos custos variáveis é:

3.284.517
= 39%
8.426.541
Enquanto os custos fixos é de:
3.718.203
= 44%.
8.426.541

E assim, podemos verificar que a Renner tem uma proporção maior de


custos variáveis em relação a receita, e a Guararapes tem uma proporção maior
de custos fixos. Assim, podemos dizer que a Guararapes é mais alavancada
operacionalmente, pois possui uma maior relevância de custos fixos em seu
processo produtivo.

Quanto a alavancagem financeira, a Guararapes tem 237.064 de


despesas financeiras, e 888.624 de Lucro Antes do Resultado Financeiro e dos
Tributos, assim, as despesas financeiras representam

237064
= 27%.
888624
Enquanto a Renner possui 102.792 de despesas financeiras e 1.423.821
de Lucro Antes do Resultado Financeiro e dos Tributos, assim, as despesas
financeiras representam

𝟏𝟎𝟐. 𝟕𝟗𝟐
= 𝟕%
𝟏. 𝟒𝟐𝟑. 𝟖𝟐𝟏
Assim, a Renner também demonstra ter uma alavancagem financeira
menor do que a Guararapes. Dessa forma, podemos concluir que a Guararapes

17
está mais exposta as variações macroeconômicas, tanto para o lado bom,
quanto para o lado ruim.

Percebam que utilizamos somente as despesas financeiras, mas, poderíamos


ter utilizado também o resultado financeiro, entretanto, o analista deve ficar
atento a grandes despesas financeiras e grandes receitas financeiras, pois,
grandes despesas financeiras significam um provável alto endividamento, e
grandes receitas financeiras para uma firma não financeira pode indicar que a
firma está engajando em negócios que não são sua especialidade, como
operações com derivativos e outros, como no caso SADIA.

FINALIZANDO
Na aula de hoje aprendemos em como podemos alavancar os resultados
da empresa, tanto utilizando uma maior quantidade de custos fixos, ou utilizando
dívidas que originam pagamentos de juros. Entretanto, vimos que essa
alavancagem também coloca a firma em situação ruim caso o ciclo de negócios
esteja em retração, ou seja, caso a economia não vá tão bem.
Ademais, aprendemos o ponto de equilíbrio e como podemos utiliza-lo
para fazer planejamentos em relação a proporção de custos fixos/custos
variáveis adotados e a que nível de vendas vale a pena um outro.
Analisando a DFC vimos como os sinais de cada um dos 3 fluxos podem
nos informar o ciclo de vida que a empresa se encontra, se está em crescimento,
se está em fase madura, etc.
Por ultimo, com a DVA, investigamos a origem e distribuição de riqueza
da firma. Quem é o interessado que está recebendo a maior parte da riqueza
gerada pela companhia.
Até a próxima aula!

REFERÊNCIAS

18

Вам также может понравиться