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UNIVERSIDADE DO ALGARVE
INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA
Instrumentação e Medidas
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Sebenta Teórica de Instrumentação e Medidas 2º Ano – Licenciatura
1. INTRODUÇÃO
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Sebenta Teórica de Instrumentação e Medidas 2º Ano – Licenciatura
3. O CANHÃO ELECTRÓNICO
O nome canhão deriva da analogia entre o movimento dos electrões emitidos pelo
canhão e o movimento de uma bala.
Os electrões são emitidos pelo cátodo termoiónico aquecido e passam através de um
pequeno túnel da grelha de controlo.
A intensidade do feixe é expressa pelo número de electrões emitidos pelo canhão e
controlada por uma tensão negativa na grelha de controlo.
Os electrões passam através do tubo da grelha de controlo e são de seguida acelerados
por uma alta tensão positiva aplicada ao ânodo de aceleração, sendo a focagem realizada pelo
ânodo de focagem.
Os túneis destes ânodos permitem a passagem dos electrões em direcção às placas de
deflexão e ao écran fluorescente.
Devido ao sinal negativo da carga dos electrões, existe entre eles uma força de
repulsão mútua. Por isso é necessário um mecanismo que compense essa força e obrigue os
electrões a deslocarem-se muito perto uns dos outros de forma a constituírem um feixe muito
estreio e bem definido.
O osciloscópio utiliza o método electrostático de focagem ( a TV utiliza métodos
Magnéticos).
Vamos considerar primeiro uma partícula individual num campo eléctrico, figura 1.2.
Figura 1.2
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Sebenta Teórica de Instrumentação e Medidas 2º Ano – Licenciatura
V
F = qE N = C m ; q elec. = −1,6 × 10 −19 C = e
Assim F = −eE , daí que o sinal negativo implica que a força actua em sentido
contrário ao campo eléctrico.
Figura 1.3.
As curvaturas das linhas do campo nas extremidades da placa são devido à repulsão
natural entre essas linhas. Quando se ligam pontos de igual potencial sobre cada uma das
linhas de campo, obtém-se as superfícies equipotenciais, figura 1.3.
Como a força sobre um electrão actua num sentido oposto à direcção do campo, então
essa força é normal à superfície equipotencial respectiva.
Figura 1.4.
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Sebenta Teórica de Instrumentação e Medidas 2º Ano – Licenciatura
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Sebenta Teórica de Instrumentação e Medidas 2º Ano – Licenciatura
F = m ⋅ a = − eE
eE
⇒ a = −
m
[
m/s 2
] em que m elec . = 9 ,1 × 10 − 31 kg
Vejamos agora este movimento, num sistema de eixos cartesianos, figura 1.6.
A expressão da deflexão vertical em função da distância horizontal percorrida pelo
electrão é:
eE y 2
y = − 2 x [m]
2v 0 x m
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4. AS LIGAÇÕES DO TRC
As ligações aos vários elementos situados dentro do envelope de vidro do TRC, são
feitas através da base do tubo, figura 1.7.
As tensões de deflexão são medidas em relação à terra, estando muito próximas delas
para proteger-se o utilizador de choques de alta tensão.
5. O ÉCRAN
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Sebenta Teórica de Instrumentação e Medidas 2º Ano – Licenciatura
O écran dispõe de uma quadrícula que permite medir com precisão a deflexão do feixe
electrónico, na vertical ou na horizontal. Esta quadrícula é colocada normalmente na face
exterior do écran no mesmo plano que o fósforo, pois evita erros de paralaxe.
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Sebenta Teórica de Instrumentação e Medidas 2º Ano – Licenciatura
Figura 1.8.
O feixe fica sujeito a duas forças, uma na direcção horizontal, que move o feixe
linearmente ao longo do écran da esquerda para a direita e outra na vertical, que move o feixe
de baixo para cima, de acordo com a amplitude e polaridade da tensão das placas de deflexão
vertical.
Se a tensão de dente de serra for conhecida pode-se calcular facilmente a frequência
do sinal aplicado às placas de deflexão vertical. Podendo, assim, usar-se o osciloscópio para
medir frequências, se a frequência da base de tempo for conhecida.
Modo automático: é o modo de operação em que a onda em dente de serra é repetida. Assim
um novo varrimento é iniciado imediatamente após o anterior Ter
terminado.
A frequência de oscilação é função da constante de tempo τ = RC . O
condensador C carrega e descarrega através da resistência.
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Sebenta Teórica de Instrumentação e Medidas 2º Ano – Licenciatura
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Sebenta Teórica de Instrumentação e Medidas 2º Ano – Licenciatura
Modo de disparo (Trigger): usa-se quando a onda a observar não é periódica ou o sendo
apenas se pretende observar uma parte, pois o circuito de
varrimento automático não permite obter no écran figuras
aceitáveis. Trata-se de fazer com que seja o sinal vertical a
disparar o inicio do impulso horizontal.
7. FIGURAS DE LISSAJOUS
Com o auxílio destas figuras pode-se calcular a frequência dum sinal sinusoidal
desconhecido. Basta para isso numa construção do tipo indicado, conhecer-se a frequência do
outro sinal.
8. AS PONTAS DE PROVA
A ponta de prova serve para ligar o osciloscópio ao circuito em estudo sem o alterar,
carregar ou perturbar.
A entrada vertical está ligada a um amplificador vertical que apresenta uma
impedância de entrada muito elevada (perto de 1 MΩ) e uma capacitância em paralelo de 12 a
47 pF. Para se fazer uma boa medição, deve Ter-se em conta a impedância deste amplificador.
Prova directa: é constituída por um cabo coaxial e a ponta de prova. Aqui à adição de uma
capacitância que pode adicionar até 50 pF à capacitância em paralelo, reduzindo a resposta em
frequência, mas que não altera as medições em baixa frequência.
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Sebenta Teórica de Instrumentação e Medidas 2º Ano – Licenciatura
1. INTRODUÇÃO
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Sebenta Teórica de Instrumentação e Medidas 2º Ano – Licenciatura
Variável Sensor
primário Transdutor Elementos de
física
entrada
Processamento Condicionador
dos dados de sinal Elementos
intermédios
Visualização e Elementos de
Interpretação saída
registo dos dados
Sensor primário: elemento de medida de uma variável física, eléctrica ou não eléctrica.
Transdutor: conversor de energia, converte um sinal não eléctrico num sinal eléctrico
analógico de nível baixo (ex.: termistor, entrada calor e saída corrente, ou termopar, entrada
diferença de temperatura e saída tensão)
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2. FUNDAMENTOS DA MEDIDA
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A exactidão tem a ver com a relação que se verifica entre o valor medido e o valor
verdadeiro convencionado para a grandeza, enquanto a precisão tem a ver com a relação que
se verifica entre os diferentes valores de um conjunto de medidas. Note-se que embora
exactidão implique repetibilidade (precisão), o inverso não é verdade.
Figura 2.1
a) Preciso não exacto b) Exacto
Erro da medida (Error) – este termo refere-se ao erro absoluto da medição, o qual é definido
como sendo a diferença algébrica entre o resultado da medição e o valor convencionalmente
verdadeiro da grandeza medida.
O quociente entre o erro absoluto e o valor convencionalmente verdadeiro da grandeza
medida designa-se por erro relativo (relative error). À componente do erro de medida que
varia de forma imprevisível quando se efectuam várias medições da mesma grandeza designa-
se por erro aleatório (random error); à componente do erro de medida que, em várias
medições, se mantém constante ou varia de forma previsível designa-se por erro sistemático
(systematic error).
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Sebenta Teórica de Instrumentação e Medidas 2º Ano – Licenciatura
Amplitude de medida (scale range) – módulo da diferença entre os dois limites do alcance
do instrumento de medida.
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O conceito de valor real de uma grandeza física tem, como se viu, uma importância
mínima, uma vez que, mesmo que exista como valor único, a sua determinação é impossível e
limitada. Mesmo o valor convencionalmente verdadeiro, já definido, e que passaremos a
considerá-lo como objectivo de uma medida, só pode ser conhecido com uma imprecisão
causada pelos diversos erros associados à medição. Existem genericamente três tipos de erros:
os grosseiros, os sistemáticos e os aleatórios.
Os erros grosseiros são geralmente humanos e devido a causas como leitura incorrecta
das indicações dos aparelhos de medida, aplicação incorrecta dos instrumentos de medida,
erro no registo dos valores medidos, erros nos cálculos efectuados sobre os valores
experimentais. Podem em si ser sistemáticos ou aleatórios, consoante conduzam a resultados
apresentando características comuns ou não.
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Os erros sistemáticos, que afectam uma medida realizada por um método apropriado,
são geralmente divididos em duas categorias: erros instrumentais e erros ambientais.
Erros instrumentais – são devidos a limitações dos aparelhos de medida tais como: desajuste
do zero da escala, incorrecção na graduação da escala, insuficiente largura de banda, efeito de
carga sobre o objecto de medida ou inexactidão. Os vários erros variam de instrumento para
instrumento. Estes erros podem ser evitados mediante as seguintes acções:
Erros ambientais – as causas destes erros são exteriores ao sistema de medida (conjunto
completo de instrumentos de medida e outros dispositivos montados para executar uma tarefa
de medida específica). De entre os principais factores que influenciam as medições são de
referir a temperatura, a humidade, a pressão atmosférica e os campos magnéticos e eléctricos
estranhos. Para evitar o efeito produzido pelos 3 primeiros factores, procura-se realizar os
ensaios em ambientes condicionados. No que respeita à influência provocada pelos campos, a
sua diminuição passa pela blindagem do sistema de medida, ou pelo menos, das suas partes
mais susceptíveis a este tipo de ruído.
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Sebenta Teórica de Instrumentação e Medidas 2º Ano – Licenciatura
Os valores medidos das várias grandezas, afectadas por erros, poderão necessitar ser
processados com vista à obtenção quer dos valores das grandezas medidas e sua inexactidão,
quer do valor e inexactidão de grandezas dependentes das que foram medidas.
A determinação da inexactidão do valor medido de uma qualquer grandeza é, em
particular no chamado domínio das medidas de alta precisão ou alta exactidão, um dos
problemas de mais difícil resolução, só ultrapassado por outro problema que consiste na
concepção de métodos, processos e instrumentos de medidas que possibilitem realizar
medidas cada vez mais exactas.
Para a inexactidão contribuem erros dos tipos sistemáticos e aleatórios. De um modo
geral, a dificuldade principal reside na estimação do valor dos erros do primeiro tipo, uma vez
que a influência dos do segundo tipo, já de si pequena, podem ser minimizados realizando um
grande número de medidas e em condições experimentais apropriadas.
A forma mais natural e normal de especificar a inexactidão de uma medida, consiste
na indicação do intervalo de valores, em torno do valor medido, dentro do qual deverá estar o
valor convencionalmente verdadeiro da grandeza medida. A forma de obter os limites desse
intervalo passa pela:
- determinação da precisão da medida
- estimação do valor dos erros sistemáticos que afectam a medida
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Sebenta Teórica de Instrumentação e Medidas 2º Ano – Licenciatura
Nos processos de medida usuais, os erros aleatórios seguem uma lei de distribuição
normal ou de Gauss. Como se sabe o valor médio, X , de uma população de n acontecimentos
n
xi
xi que verificam uma distribuição desse tipo, X = ∑ , constitui o valor mais provável
i =1 n
dessa distribuição, o que significa no presente contexto, que se se realizarem n medidas sobre
uma mesma grandeza mantida constante, o valor médio do conjunto de valores obtidos
constitui o valor mais provável dessa grandeza. Por outro lado o desvio padrão, σ, do
conjunto finito de n medidas, dado por:
n
∑ (x
i =1
i − X )2
σ=
n −1
expressa quantitativamente a dispersão dos valores obtidos em torno do valor médio,
constituindo uma medida de precisão global do processo de medida utilizado.
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Assim, num processo de medida em que só se consideram erros do tipo aleatório e que
seja caracterizado por um valor médio X , e um desvio padrão σ, o intervalo de valores que é
necessário especificar, de modo a que o valor verdadeiro da grandeza a medir esteja com uma
probabilidade de 99% no interior é de [X ± 2,58σ ]
dois
algarismos significativos 33 Ω.
x = F (v1 , v2 ,..., vn )
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n
∂F 1 n ∂2F 1 n ∂nF
∆x = ∑ ∆vi + ∑ 2 ∆v 2 i + ...... + ∑ n ∆v n i
i =1 ∂vi 2 i =1 ∂v i n! i =1 ∂v i
desprezando os termos de ordem superior (erros dos erros) e dividindo ambos os membros por
x, temos, no caso mais desfavorável:
∆x n
∂F vi ∆vi n
∂F vi
=∑ . ou εx = ∑ .ε vi
x i =1 ∂vi F vi i =1 ∂vi F
(exemplos)
O valor dos erros assim calculados corresponde à situação mais desfavorável, isto é,
àquela em que todas as grandezas envolvidas contribuem com o seu erro máximo. Sendo a
probabilidade de ocorrência desta situação extremamente baixa, natural será recorrer a
processos de cálculo que conduzam a um valor mais provável desse erro.
Um dos métodos mais praticados consiste na composição quadrática dos erros,
absolutos ou relativos, consoante os casos,
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Sebenta Teórica de Instrumentação e Medidas 2º Ano – Licenciatura
1. INTRODUÇÃO
Instrumento electrostático - interacção entre os campos eléctricos que têm como origem a
distribuição de cargas na superfície de um sistema de condutores, um dos quais é fixo.
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Posição estável do ponteiro é equivalente a dizer que existe equilíbrio entre os binários
actuante e de restituição, sendo α essa posição, temos:
T = Td ⇔ α = constante
Quando o sistema móvel é forçado a rodar de α1 para α2, outros binários intervêm:
Ta − binário de atrito
Tθ − binário de inércia
,assim: ∑T
k
k =0
∂ 2α ∂α
Tθ = θ ; Ta = A a ; Td = C mα
∂t 2 ∂t
∂ 2α ∂α
temos: θ 2
+ Aa + C mα = T (equação diferencial de uma equipagem
∂t ∂t
móvel)
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Sebenta Teórica de Instrumentação e Medidas 2º Ano – Licenciatura
É pelo facto de ser constante o erro absoluto das medidas obtidas com um instrumento
analógico que, se deve seleccionar alcances de medida tais que a indicação obtida seja o mais
próximo do final de escala, uma vez que, como se vê pelo exemplo, o erro relativo é dessa
forma minimizado.
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Sebenta Teórica de Instrumentação e Medidas 2º Ano – Licenciatura
Para além da graduação em divisões, que permite, uma vez conhecido o alcance de
medida, conhecer o valor da grandeza a medir que origina um determinado desvio do
ponteiro, as escalas dos instrumentos analógicos de medida possuem em geral marcações que
identificam algumas características do respectivo instrumento.
A seguir, de acordo com a figura 3.1, apresentam-se os símbolos para um voltímetro
electromagnético:
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Ti = 2R i lB n = A q i B n
Binário de restituição: Td = Cm α
Considerando que a corrente i é constante no tempo com intensidade I, o equilíbrio é
expresso por:
Ti = Td
n Aq B
(n A q B) I = C m α ⇔ α = ( )⋅ I
Cm
O factor entre parêntesis designa-se por sensibilidade à corrente, Si [rad/A], sendo o
seu inverso o coeficiente de deflexão. Assim :
1
T1 T∫1
α = Si ( i ) AV = Si I CC em que I CC = i(t )dt
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Sebenta Teórica de Instrumentação e Medidas 2º Ano – Licenciatura
sendo Igf a corrente de fim de escala do aparelho base, poderemos então calcular a corrente
para vários valores possíveis de fim de escala consoante o valor de RS.
RS + R g
I FSD = I gf , vários valores de RS teremos vários alcances de medida.
RS
O amperímetro possui então uma certa resistência interna Rg, determinada pela
resistência da bobina móvel. Dado que ela é atravessada por uma corrente, aparece uma
tensão aos seus terminais que é uma perturbação ao circuito.
Note-se que os amperímetros são colocados em série no ramo do circuito em que ela
circula, devendo a sua resistência interna ser baixa, devido à perturbação causada ao circuito.
Mas Rg não pode ser muito baixa, para que possa minimizar a inércia da equipagem móvel.
Porém a resistência interna valerá o equivalente ao paralelo de RS com Rg.
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RV + R g
U FSD = U gf
RV
Na medida de uma tensão, liga-se o voltímetro entre dois pontos do circuito, em
paralelo com este. Idealmente a corrente Ig que percorre o voltímetro deveria ser nula, para
que o circuito não fosse perturbado. Para tal, é necessário que a resistência interna seja
elevada, como Rg não o é, implica que RV o seja.
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Sebenta Teórica de Instrumentação e Medidas 2º Ano – Licenciatura
1º - Coloca-se AA’ em curto circuito, regula-se R até que ICC = Igf, isto é , o ponteiro
avance até ao zero de escala.
( )
E = R + Ri + R g I gf = R0 I gf
E
RX = − R0
IX
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6. INSTRUMENTOS ELECTRODINÂMICOS
∂WM
Ti =
∂α i1 ,i 2
1 1 1
No ar, meio livre, WM = L11i12 + L22 i2 2 + LM i1i2 .
2 2 2
Para o cálculo da derivada, só a última parcela da energia magnética contribui com um
valor não nulo, pois só o coeficiente de indução mútua depende de α. Então:
∂LM
Ti = ⋅ i1 ⋅ i2 = K T ⋅ i1 ⋅ i2
∂α
NOTA:
- Para que o meio seja linear, excluem-se os materiais ferromagnéticos. Assim, para
atingir os níveis de binários necessários, as correntes, e logo, as perdas são
superiores.
- Desde que a frequência do produto ( i1 ⋅ i2 ) seja superior à frequência da
Cm
equipagem móvel, ω 0 = , teremos no equilíbrio:
θ
Td = C mα = (Ti ) AV logo KT
α= ⋅ (i1 ⋅ i2 ) AV
Cm
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A extensão do alcance de medida não pode ser feita, como no caso dos aparelhos de
quadro móvel, recorrendo a resistências, pois o alcance seria nesse caso dependente da
frequência.
A solução mais praticada, consiste na construção de instrumentos em que o conjunto
bobina fixa/bobina móvel é duplicado. A ligação em série ou em paralelo das séries bobina
fixa/bobina móvel permite obter um amperímetro com dois alcances de medida na relação de
1 para 2.
A selecção do alcance de medida é feita à custa de cavilhas, como se pode ver pela
figura 3.8:
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Para se obter um voltímetro, figura 3.9, junta-se uma resistência adicional, Ra, ao
amperímetro electrodinâmico (bobina móvel em série com a fixa), cujo valor é superior a 1
kΩ.
u
A escala é também quadrática e a aproximação que conduz a i ≅ , condiciona
Ra
superiormente o valor da frequência de utilização deste tipo de voltímetro.
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a) b)
Figura 3.10 – Wattímetro electrodinâmico.
Potência instantânea: p = u ⋅ i
1
T T∫
A potência activa é o valor médio de p: P = (u ⋅ i ) AV = u (t ) ⋅ i (t )dt
KT u
Como α = ⋅ (i1 ⋅ i2 ) AV e i≅ , teremos:
Cm Ra
KT u KT
Esquema a): α = ⋅ iC ⋅ = [iC (u1 + u C )]AV
Cm Ra AV C m Ra
KT u KT
Esquema b): α = ⋅ i ⋅ C = [(iV + iC )uC ]AV
Cm Ra AV C m Ra
Se pudermos desprezar u1 em relação a uC e iV em relação a iC, obtemos para ambos os
casos:
KT KT
α= ⋅ (iC ⋅ u C ) AV = PC
C m Ra C m Ra
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Conclui-se, então que forçando a corrente na carga a percorrer uma das bobinas (fixa)
e se a corrente na outra bobina (móvel) for proporcional à tensão na carga, o desvio da bobina
móvel é, para frequências superiores a f0, proporcional à potência activa posta em jogo na
carga. Aos circuitos onde circulam aquelas correntes é usual chamar-se de circuito de corrente
e circuito de tensão do wattímetro.
Algumas considerações:
1 – A frequência da tensão e corrente na carga deve ser bastante superior à do sistema
móvel, f0.
2 – Reescrevendo as equações para as duas montagens:
KT KT 2
a) α = ⋅ (iC ⋅ u1 ) AV + ⋅ (iC ⋅ u C ) AV ⇔ P1 = P'+ PC onde P' = r1 I Cef
C m Ra C m Ra
KT KT U Cef 2
b) α = ⋅ (iC ⋅ u C ) AV + ⋅ (iV ⋅ u C ) AV ⇔ P2 = P ' '+ PC onde P' ' =
C m Ra C m Ra Ra + r2
2 U Cef 2
3 – Geralmente r1 I Cef < , donde a leitura feita pelo esquema da montagem a)
Ra + r2
conduz a um erro inferior.
4 – (Ra + r2) é conhecida com mais rigor que r1. Nos ensaios em que se conheça Uef é
pois preferível a montagem b), visto o erro ser constante em todos os ensaios.
5 – Como se constata pelas duas montagens, os circuitos de tensão e corrente do
wattímetro, possuem um ponto comum. A finalidade é de assegurar que ambas as bobinas
sejam praticamente equipotenciais de modo que o binário actuante não seja afectado pela
existência de binários resultantes de campos eléctricos na região do enrolamento. As
montagens da figura 3.11 são por este motivo incorrectas:
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2 U ef 1
U ef = R 2 + (ωL ) ⋅ I ef ⇔ I ef = ⋅
R 2
ωL
1+
R
2
ωL −3
Exemplo: Classe de precisão – 0,5 e < 10 ⋅ 0,5
R
Com R = 3 kΩ e L = 0,5 mH teremos f ≤ 3kHz para se poder desprezar a parte
indutiva.
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7. INSTRUMENTOS ELECTROMAGNÉTICOS
É constituído por uma bobina fixa circular cujo eixo coincide com o da equipagem
móvel, figura 3.12. Duas lâminas, uma fixa e outra móvel são responsáveis pelo binário
actuante, enquanto que uma mola garante o binário de restituição.
Uma corrente eléctrica ao percorrer a bobina produz um campo magnético,
magnetizando as lâminas de ferro, e por terem os pólos concordantes, produzem uma força de
repulsão responsável pela variação de α.
Assim, o binário actuante é de novo dado por:
∂WM 1
Ti = com WM = L ⋅ i 2
∂α i =cons tan te 2
1 ∂L 2 2 K 2
Ti = ⋅ i = K T ⋅ i ⇔ α = T I ef
2 ∂α C m
Amperímetro electromagnético:
Os campos de medida são obtidos à custa de enrolamentos múltiplos seleccionados à
vez .
Voltímetro electromagnético:
Colocam-se resistências adicionais em série com a bobina. Deve ser desprezável a
queda de tensão indutiva (tal como para o instrumento electrodinâmico).
Domínio de utilização:
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8. INSTRUMENTOS ELECTROSTÁTICOS
∂WE 1
Tu = com WE = C ⋅ u 2
∂α u =cons tan te 2
1 ∂C 2 2 K 2
Tu = ⋅ u = K T ⋅ u e Td = C m ⋅ α ⇔ α = T U ef
2 ∂α Cm
Domínio de utilização:
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1. INTRODUÇÃO
Assim, o método zero usa as chamadas “pontes de medida” que iremos estudar de
seguida.
De salientar que as pontes de medida são também utilizadas para medir grandezas pelo
método de deflexão, quando associadas a sensores , estes constituem um ou mais dos seus
braços. Utilizam-se também para linearização da saída de um transdutor.
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Sebenta Teórica de Instrumentação e Medidas 2º Ano – Licenciatura
U CD = 0 ⇔ U AC = U AD ∨ U CB = U DB
Por outro lado para que a corrente no galvanómetro seja nula, deve-se verificar:
I1 = I 3 ∨ I 2 = I 4
R1 ⋅ R 4 = R 2 ⋅ R 3
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ERROS:
- erros nas especificações das resistências da ponte (principal fonte de erro)
- sensibilidade insuficiente do detector de zero
- variações dos valores das resistências devido ao aquecimento provocado
pelas correntes que as atravessam
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Z1 ⋅ Z 4 = Z 2 ⋅ Z 3
Ou Y1 ⋅ Y4 = Y2 ⋅ Y3
A condição anterior é a condição de equilíbrio de uma ponte de corrente alternada.
Dado que se trata de valores complexos, a equação desdobra-se em duas, uma parte real e
outra imaginária, ou ainda:
Z1 ⋅ Z 4 = Z 2 ⋅ Z 3
θ 1 + θ 4 = θ 2 + θ 3
Na sua forma mais simples a ponte de corrente alternada pode usar-se para medir
indutâncias ou capacitâncias por comparação com indutâncias ou capacitâncias conhecidas,
respectivamente, figura 4.3 a) e b).
Os braços fraccionários são resistivos, R1e R2.
O braço padrão é constituído por um condensador ou bobina padrão, ambos inerentes
a uma resistência variável, necessária para equilibrar a ponte.
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Como se pretende medir um condensador, ou uma bobina, o efeito resistivo deve ser
pequeno, assim o 1º ajuste de equilíbrio deverá ser aquele que tende a equilibrar o termo
capacitivo, ou indutivo, isto é, verificar a equação (2). Para isso escolhemos R1 variável, pois
RS variável não influencia a parte imaginária.
Se usarmos auscultadores como detector, ajusta-se R1 de forma a reduzir ao mínimo o
som dos auscultadores. Este som não desaparece completamente, devido à outra condição de
equilíbrio (1). De seguida ajusta-se RS para som mínimo, depois R1, e assim sucessivamente,
até que se anule o som. Os ajustes R1 e RS devem ser alternados porque R1 intervêm
simultaneamente nas duas condições de equilíbrio.
Este processo de ajustar alternadamente dois parâmetros é típico da operação das
pontes de corrente alternada. O ajuste alternado provoca a convergência para o ponto de
equilíbrio.
Esta ponte mede uma indutância desconhecida em função de uma capacitância padrão.
Figura 4.4.
R2
R x = R3
Condição de equilíbrio: R1
L = R R C
x 2 3 1
50
Sebenta Teórica de Instrumentação e Medidas 2º Ano – Licenciatura
A ponte de Hay é usada para medir indutâncias de alto valor de Q. Difere da ponte
anterior porque o braço capacitivo é constituído por uma resistência em série com um
condensador. Para que este braço tenha um ângulo de fase próximo de (-90º), R1 deverá ter
valor baixo. Daí a conveniência desta ponte para medida de indutâncias de Q elevado. Figura
4.5.
ω 2 R 1 R 2 R 3 C1 2
R
x =
1 + ω 2 R 12 C12
L = R 2 R 3 C1
x 1 + ω 2 R 12 C12
Ambas as condições de equilíbrio contêm a frequência como uma variável, daí que o
equilíbrio desta ponte dependa da frequência e, em consequência, ela deve ser bem conhecida.
Na situação de equilíbrio, os ângulos de fase dos braços opostos devem igualar-se em
módulo.
2
1 1
- Para Q>10 temos que < é desprezável comparado com 1 e o Lx não depende da
Q 100
frequência.
- Se Q<10, tem que se Ter em conta o efeito da frequência nesta ponte, daí ser preferível o
uso da ponte de Maxwell, pois não depende da frequência.
Esta ponte usa-se para medir condensadores, sobretudo nos casos em que o ângulo de
fase está próximo dos (-90º), figura 4.6.
A condição de equilíbrio requer que as somas dos ângulos de fase dos braços opostos
sejam iguais.
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R = R1 = R 3 1
daí: f = e R 2 = 2R 4
C = C1 = C 3 2πRC
NOTA: Devido à sensibilidade à frequência, a ponte de Wien pode ser de equilíbrio difícil
(excepto no caso do sinal aplicado ser sinusoidal). A ponte não está equilibrada para qualquer
harmónico presente na tensão aplicada, e estes harmónicos podem por vezes provocar um
sinal no detector, escondendo o verdadeiro equilíbrio para a onda principal.
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1. INTRODUÇÃO
A corrente contínua possui vantagens que a tornam, em certos casos, o método ideal
de transmissão de energia. A corrente alternada, por outro lado, pode ser facilmente gerada e
convenientemente transformada para altos níveis de tensão e, como podem ser construídos
motores de corrente alternada bons e baratos, ela tornou-se a forma mais comum de energia
eléctrica.
Em relação à transmissão monofásica temos que a potência instantânea, e
considerando :
v = V máx . sen ω ⋅ t
i = I máx . sen (ω ⋅ t − φ ) em que φ é a fase inicial
p = v ⋅ i = V máx . I máx . sen ω ⋅ t ⋅ sen (ω ⋅ t − φ ) → potência instantâne a
I II
I→
→pulsa em torno do mesmo valor médio mas nunca é negativa, factor que contribui para a
potência activa.
II→
→tem valor médio nulo, factor que contribui para a potência reactiva.
Considerando que a potência activa é dada por P = Vef . I ef . cos φ [W] e a potência
reactiva é Q = Vef . I ef . sen φ [VAR], teremos que a potência instantânea em função do tempo é:
p = P (1 − cos 2ω ⋅ t ) − Q sen 2ω ⋅ t
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NOTA:
- P é definida como o valor médio da potência instantânea e significa a potência útil
que é transmitida e o seu valor depende do factor de potência.
- Q é por definição igual ao valor máximo (de piso) daquela componente da potência
que caminha para trás e para a frente na linha, resultando em média zero. Portanto incapaz de
realizar trabalho útil.
DEFINIÇÕES:
P = V ⋅ I cos φ
Q = V ⋅ I sen φ
S = P + jQ
sendo S a potência aparente [VA] e o factor de potência dado
por (cos φ).
V = Vef . e jα = Vef . ∠α
I = I ef .∠θ
I * = I ef .∠ − θ (conjugado)
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{
u ' = 2V ' ef . cos(ω t + α ) = Re 2V ' ef . e jα e jω t }
{
i = 2 I ef . cos(ω t + α − φ ) = Re 2 I ef . e j (α −φ ) e jω t }
U'
Z' = = Z ' e jφ = R'+ jX '
I
V ' ef . P
em que: Z'= ∧ cosφ = (1)
I ef . V ' ef . I ef .
Note-se que a impedância Z’, que é determinada directamente pelas leituras, difere da
impedância da carga Zx a medir, em virtude da tensão u ' ≠ u aos terminais de Zx.
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Outro esquema:
I = I ' − ( I 2 + IV )
I'
Y' = = Y ' e − jφ '
U
Assim, ter-se-à de forma análoga:
I ' ef . P
Y '= ∧ cosφ ' = (2)
Vef . Vef . I ' ef .
YX = Y ' − (Y2 + YV )
A correcção incidirá praticamente sobre a parte real de Y ' , visto que as admitâncias
1 1
Y2 = e YV = serem praticamente óhmicas puras.
R2 RV
Note-se que neste método de medida o papel do wattímetro consiste essencialmente
em obter informação acerca da desfasagem entre a tensão e a corrente, obtidas por (1) e (2).
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