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O leitor obterá uma visão
·de conjunto da história
~desiástica mediante uma
leitura cativante, e então
estará préQarado para apro,
~fundar seus estudos, bene,
ficiando,se inclusive da bi,
bliografia recomendada .
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Diane Moczar, Ph.D., é pro,
fessora de História na · No~
them Virgina Community
College, Estados Unidos~·
Em 2012 a Castela Editorial
publicou Sete mentiras sobre
a Igreja C&tólica, o primeiro
livro da autora editado no ·
Brasil.
Diane Moczar
Tradução:
Gabriel Galeffi Barreiro
1[..j1J Caste la
Copyright© 2005 Diane Moczar
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
M685d
Moczar, Diane.
Dez datas que todo católico deveria conhecer/ Diane Moczar ; tradução
Gabriel Galeffi Barreiro. - l. ed. - Rio de Janeiro: Castela, 2013.
il.
lntrodução ...................................................................................9
452 d.e. São Leão Magno impede a invasão dos hunos ........... 33
O edito
Após o edito
O arianismo bárbaro
O bispo e o rei
influenciado por sua irmã ariana. Sem saber exatamente o grau des-
sa influência, ele provavelmente desejava proceder com cautela e es-
tabelecer relações amigáveis. Acima de tudo, ele foi cauteloso ao evi-
tar o confronto com um jovem obstinado. Ele sabia que os bárbaros
com frequência se intimidavam com as autoridades espirituais, e que
as cenas e os sons da cerimônia católica, tal como o próprio clero, os
impressionavam profundamente. Em vez de exigir a conversão desse
governante demasiado jovem e ocupado, o bispo preferiu incutir em
sua mente alguns ideais simples, mas importantes.
Em primeiro lugar, o célebre chefe da Igreja de Reims expressa
sua satisfação com as notícias sobre a ascensão do jovem (ou seja,
a Igreja está disposta a apoiá-lo). Em segundo lugar, diz que a Pro-
vidência o elegera como rei, e que a Providência tinha um plano
para ele. (Clóvis deve ter se perguntado o que era a "Providência"
e qual seria o seu plano. Será que os bispos que ele devia consultar
lhe diriam?) Em terceiro, afirma que as coisas dariam certo caso ele
mantivesse boas relações com os bispos. (E supondo que ele não o fi-
zesse? Havia alguma ameaça sutil implícita? Será que o desconhecido
Deus desses fascinantes prelados iriam se vingar dele?) Por último,
o rei devia seguir não apenas os princípios do direito natural, mas
seguir o que só se pode chamar de moralidade cristã: um chamado a
um modo de comportamento que seria particularmente novo para
um franco, mas que devia apelar para qualquer idealismo que se
escondesse em sua alma de guerreiro.
Paris e Genoveva
Os mordomos do palácio
Pepino II
Carlos Martel
Pepino concebia o seu cargo de uma maneira que deve ter pa-
recido radical a seus contemporâneos. Os reis francos, assim como
os outros soberanos até então, haviam tratado as terras que gover-
navam como posses pessoais, usando-as para aumentar sua própria
riqueza e prestígio. Pepino, todavia, fora educado por monges cató-
licos e pensava de modo diferente. "A nós", ele declarou, "o Senhor
confiou o cuidado do governo." O conceito de que a tarefa de gover-
nar era uma obrigação sagrada, concedida por Deus a um homem
que devia agir como Seu administrador, implicava um conceito in-
teiramente novo de responsabilidade política. Ao adotar esse princí-
pio, Pepino se afastava do antigo domínio tribal e se aproximava da
monarquia católica.
800 d.C. - A coroação de Carlos Magno, pai da Cristandade 69
A revitalização do ensino
O milagre
O duque e o abade
1000 d.C.
Início da era mais gloriosa da Igreja
Abundância de graças
Os reis do Ocidente
parente seu como papa; ele certamente não o fez por motivos
políticos, e o clero genrn1nico havia concordado com ele.
São Leão, porém, diferentemente da maioria de seus predecesso-
res, recusou-se a ser papa até que fosse devidamente eleito pelo clero
e povo romanos, de acordo com o antigo costume. Certo relato diz
que durante uma visita a Abadia de Cluny, o prior Hildebrando
(futuro Papa Gregório VII), o teria aconselhado sobre a questão. A
insistência de Leão em ser eleito da forma romana tradicional deu
ímpeto ao movimento que, no final daquele século, veria as eleições
papais realizadas no Colégio dos Cardeais e liberta de qualquer con-
trole imperial. Devidamente eleito em Roma, em 1049, Leão iniciou
com todas as suas forças os trabalhos em favor da reforma - desta
vez não mais começando por baixo, com os monges e padres, mas
pelo topo, com os bispos. Após convocar um concílio em Roma que
condenou a simonia em termos claros, ele ampliou o combate para
outros locais. Com efeito, a maior parte de seu breve pontificado
seria empregada em viagens e na realização de concílios reformistas.
O primeiro destes ocorreu em Reims, no final de 1049, no dia
em que os franceses homenageavam o grande São Remígio, que ba-
tizara Clóvis. Leão apareceu, trazendo as relíquias do grande santo
em seus ombros. Em um momento histórico dramático, ele exigiu
que todos os bispos presentes jurassem na presença de São Remígio
que não mais comprariam cargos na Igreja. Houve grande espanto!
Havia bispos da Alemanha, França, Inglaterra, entre outros locais, e
eles foram pegos de surpresa. Alguns saíram apressados do concílio,
outros se confessaram e receberam o perdão do Santo Padre, junta-
mente com penitências a cumprir. Esse foi o começo da eliminação
do grande mal da simonia na Igreja. Leão, até o dia de sua morte,
em 1054, perseguiu os simoníacos por toda a Europa. Na época do
1000 d.C. - Início da era mais gloriosa da lgi-eja 105
fim de seu reinado, essa prática era muito menos comum que antes,
e após o pontificado de São Gregório Vll, duas décadas depois, a
simonia fora quase extinta.
Já a tentativa de reconciliação com a Igreja Grega levada a cabo
por Leão não obteve sucesso. Infelizmente, ele enviara a Constanti-
nopla um cardeal pouco diplomático, Humberto da Silva Cândida,
o qual, durante as negociações causou tamanha irritação aos gregos
que se considera a data de sua visita como a da formalização do
Cisma do Oriente, em 1054 - ano da morte do papa. Caso Leão
continuasse a intervir, talvez conseguisse reverter a situação; porém,
nunca saberemos a razão de ele, em outro trágico movimento daque-
le mesmo ano, ter liderado um exército contra os normandos no sul
da Itália. Os normandos eram descendentes dos vikings e haviam
cercado um território pontifício. Leão era ex-soldado e se dispôs a
defendê-lo. A sua tentativa falhou, ele foi capturado e morreu logo
após ser libertado.
Gregório, o controverso
maneira falsa, que, embora ele seja um santo canonizado, nunca teve
um culto popular. Quando li isso comecei a rezar a São Gregório,
sou devota dele.)
O ponto de controvérsia é este: teria ele ido longe demais ao
afirmar as prerrogativas do papado sobre a sociedade cristã, inclusi-
ve sobre autoridades seculares? Não nos propomos aqui a examinar
detalhadamente essa questão. Fazer justiça a São Gregório requer
estudar suas verdadeiras palavras na língua em que foram escritas ou
faladas, examinar precisamente o que elas significavam dentro do
discurso teológico da época e pesquisar as situações que as estimu-
laram. Essa é uma condição fundamental para se analisar qualquer
texto. Diversos papas da Idade Média têm sido mal compreendidos
pelos historiadores modernos, pois estes falham no seu dever, ou de
fato o ignoram.
Eis um exemplo de quão complicado isso pode ser: uma famosa
lista de princípios aparentemente redigidos por Gregório, conhecida
como Díctatus papae, pode ser interpretada como uma exaltação ex-
tremada do poder papal sobre reis,· imperadores e todos os católicos.
Mas o que era essa lista, afinal de contas? Um historiador sugeriu
que ela não foi nada mais que uma alocução que o papa planejava
dar aos cardeais. Se esse foi o caso, precisaríamos então saber se
ele realmente fez o discurso daquela forma - oradores não seguem
necessariamente suas anotações! Alguns escritos também atribuídos
a Gregório são de autenticidade duvidosa. Portanto, a tentativa de
descobrir exatamente o que ele disse não é tarefa fácil.
Analisemos os fatos. O confronto que obscureceu a maior parte
do seu pontificado foi a sua épica disputa com o imperador Hen-
rique IV a respeito da "investidura" de leigos sobre clérigos. É um
tema complexo, e Gregório, não obstante a intransigência com a
108 Dez datas c/ue todo católil'o clewria rnnhecer
O adversáTio imperial
O drama em Canossa
O último ato
A frieza
Subversão do pensamento
A rewlta seguinte
anseio por uma religião mais simples, fiel aos Evangelhos e que colo-
casse as pessoas em contato direto com Deus. Por fim, um corajoso
padre alemão, Martinho Lutero, revoltado com a venda de indul-
gências, indignou-se e protestou publicamente. Esse foi o começo de
uma grande renovação do cristianismo, inevitável e historicamente
necessária.
A maioria dos protestantes, evidentemente, tem aceitado
esse enredo, e até mesmo historiadores católicos aceitaram partes
dele, talvez intimidados com a difusão universal do mito nos li-
vros didáticos e nas universidades. No entanto, a verdade é bem
diferente.
Em 1991, a Oxford University Press publicou uma revisão do
assunto feita por Euan Cameron intitulada The European Reforma-
tion. É um excelente e erudito resumo sobre a Reforma, e inclui uma
investigação das pequenas seitas e das práticas religiosas do povo
comum. Contribui muito para desmantelar os elementos do mitc
reformista. A respeito da afirmação de que a corrupção no clero in-
flamou entre o povo um clamor generalizado por reforma, Cameron
diz o seguinte:
Resultados e consequências
O islã em marcha
afirmar que eles eram o poder máximo na Igreja: esse foi o problema
do conciliarismo.
Enquanto isso, os otomanos, comandados por líderes deter-
minados e habilidosos, perseguiam metodicamente o seu objetivo
de construir um grande império. Eles desenvolveram uma série de
inovações administrativas, uma delas chamada de "sistema janíza-
ro". Esse criativo esquema de treinamento de soldados fanáticos e
súditos servis envolvia o sequestro de meninos nas terras invadidas
pelos turcos e o transporte deles para as terras do sultão. Ali, eles
se transformavam em pequenos muçulmanos: eram submetidos à
circuncisão e a todos os rituais típicos e educados para serem total-
mente leais a seu mestre. A sua educação durava vários anos e se
lhes impunha um rigoroso treinamento físico, cujo objetivo final
era integrá-los na elite da infantaria e dos guarda-costas do sultão,
conhecidos como janízaros. Os que demonstrassem inclinações pa~a
a vida intelectual eram instruídos a fim de ser inseridos nos níveis
mais altos de administração do governo imperial. Os janízaros não
tinham permissão para ter propriedades ou se casar, pois deviam se
dedicar inteiramente ao sultão.
Preparados para posições de prestígio no exército e governo oto-
manos, e recompensados com grande riqueza por seus serviços, a
maioria dos janízaros com o tempo se esquecia das memórias de sua
terra natal e da língua de sua infância. Veremos um desses súditos,
entretanto, que não as esqueceria.
Em 1453, os turcos otomanos conseguiram tomar a inconquis.
tável cidade de Constantinopla. O sultão Maomé II não mantinha
segredos a respeito de seus planos futuros: "O império mundial deve
ser só um; uma fé e um rei." Mesmo sob tão grande perigo, a Europa
se mantinha inteiramente focada em si mesma e não deu atenção às
140 Dez datas que todo católico dewria conhecer
Mas, por fim, ele decidiu não esperar mais e agiu: apontou João
Corvino como comandante-chefe do exército húngaro. Para os
turcos, esse grande guerreiro deve ter parecido uma figura onipre-
sente. Ele recapturou fortes, libertou cidades sitiadas e neutralizou
vários ataques; certa vez, o inimigo fugiu em pânico à sua chegada.
Corvino seguiu para defender Belgrado.
De acordo com o historiador J. B. Bury: "O cerco durou três
semanas do mês de julho de 1456. Poucas vezes, nos combates en-
tre a Europa e os turcos otomanos, houve um feito tão brilhante
como a libertação de Belgrado por João Corvino e seu exército." O
exército que Corvino conseguiu reunir era pequeno e desprepara·
do. O Papa Calisto enviara um embaixador para tentar conseguir
apoio para a causa, e emitiu uma bula papal convocando a Cristan-
dade à oração, à penitência e ao jejum. Quando uma epidemia se
espalhou em Roma, ele recusou-se a fugir; disse ao embaixador que
muitos turcos haviam perecido em razão da mesma doença, e no
entanto o sultão não interrompera sua marcha.
Por fim, foi São João Capistrano, o grande pregador italiano,
que, ao viajar ao redor da Hungria, incentivou aqueles que o ou·
viram a pegar em armas contra os turcos. O próprio São João, em
um primeiro momento, desencorajou-se pela fria recepção aos seus
fervorosos apelos. Mas certo dia, enquanto rezava missa, teve a vi-
são de uma seta com as palavras "Não temas; triunfarás sobre os
turcos pela virtude de meu Nome e da Santa Cruz, que tu portas."
Ele falou dessas visões nos seus sermões, e a sua nova confiança
estimulava os homens a lutar. Vários voluntários afluíram para os
estandartes de Corvino e, ao romper o bloqueio dos navios n1rcos
com a pequena frota que havia reunido, o exército adentrou a cida-
de no dia 15 de julho.
142 Dez datas c/ue todo católico det1eria conhecer
Suleiman, o Magnífíco
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tenha visto a investida turca como favorável a suas ideias, uma vez
que ele ath-ogava o pacifismo com relação ao inimigo. Disse ele: "Lu-
tar contra os turcos é resistir ao Senhor, que pune nossos pecados
de forma tão dura.") J. B Bury escreve: ''A difusão da doutrina dos
reformistas parece ter sido uma das causas que afrouxou e enfraque-
ceu a resistência húngara contra os turcos otomanos."
Conforme o perigo se aproximava, Lutero mudou de posição e
começou a incentivar os príncipes a apoiar o imperador em uma cru-
zada - embora ele ainda afirmasse que os desastres da ofensiva oto-
mana pudessem de certo modo ser culpa dos papas e bispos. Mesmo
assim, a Hungria enfrentou o seu destino quase sozinha. O rei Luís,
com 19 anos, deixou a capital para combater um exército de cerca
de 100.000 homens com apenas 3.300 soldados. Quando alcançou a
planície de Mohács, onde a batalha teria início, o seu exército havia
aumentado para talvez 25.000 - ainda assim ultrapassado em uma
proporção de quatro para um. O resultado já era esperado: em 29
de agosto de 1526, as forças húngaras foram derrotadas e o rei Luís
II, morto. A maior parte do país caiu sob domínio turco por dois
séculos.
Em 1529, Suleiman se concentrou no próximo alvo: Viena, a
porta de entrada da Europa Ocidental. A cidade estava situada em
uma posição estratégica, não apenas por causa de suas muralhas,
mas também por causa da proteção oferecida pelo terreno aciden-
tado das florestas vienenses, cuja travessia por um grande exército
seria impossível. Se Suleiman conseguisse tomar essa cidade, o exér-
cito otomano poderia invadir o Ocidente quilômetros adentro sem
encontrar resistências significativas. Devido a um longo período de
chuvas, ele teve de adiar a aproximação de seu exército. Quando
iniciou o cerco da cidade, era final de verão e, no período em que
1571 d.C. -A Batalha de Lepanto: a vitória naval de Nossa Senhora 149
para crer que logo iriam consegui-la. Ainda havia muitos mouros
restantes na Espanha, e a combinação de revoltas internas com
ataques externos provavelmente causaria muitos danos. A Europa
reagiria dessa vez, a uma ameaça tão próxima? Estava claro que a
frota otomana estava a caminho, embora as noticias viajassem len-
tamente; em todo caso, se o papa estava consciente desta ameaça
geral, também estavam as cortes para as quais ele enviou os seus
diplomatas.
A gmnde batalha
O duque radical
A explosão
nosso pais são nossas vilas, nossos altares, nossos túmulos e tudo
o que nossos pais amaram antes de nós", disse ele. "Nosso país é a
nossa Fé, nossa terra, nosso rei. Mas qual é o país dos revolucioná-
rios? Vós me compreendeis?(. ..) eles o têm em suas cabeças; nós o
temos sob nossos pés." Quão bem colocada é essa distinção entre
idealismo filosófico e realismo!
A perseguição contra a Igreja prosseguiu, ao passo que a nova
"religião da razão" organizava encenações blasfemas, entre elas a
apresentação de uma cantora de ópera vestida de Deusa da Liber·
dade em um cenário erguido na nave da Catedral de Notre-Dame.
A perda de tesouros artísticos e relíquias de santos foi incalculável,
e a guilhotina raramente manteve-se em silêncio.
Dentro da Torre do Templo - o antigo castelo dos cava-
leiros templários em que a família estava aprisionada - Luís
XVI tentava criar uma aparência de normalidade para sua fa.
mília. Ele dava aulas regulares para as crianças e conduzia as
orações. Acima de tudo, insistia que seus inimigos fossem
perdoados. O governo ainda estava dividido sobre o que fazer
com o rei. Thomas Paine, o panfleteiro revolucionário, suge-
riu que o exilassem nos Estados Unidos, mas essa ideia não
satisfez os radicais jacobinos, que se tornavam cada vez mais
poderosos; eles queriam a morte de Luís. Na Convenção Na-
cional realizaram-se diversas votações sobre a questão e, em
uma delas, o voto decisivo pela execução foi dado por Felipe
de Orléans (agora um deputado que chamava a si mesmo de
"Felipe Igualdade"). Luís XVI escreveu seu testamento, con·
sagrou o seu país ao Sagrado Coração - tarde demais - e se·
guiu com bravura para a morte no dia 21 de janeiro de 1793.
O seu filho de 7 anos era agora rei Luis XVII.
176 Vez datas que todo i:atólico detieria conhecer
' ' participa aos meus ministros que, dado seguirem o exemplo
do rei de França na demora em executar o Meu mandato, tal
como a ele aconteceu, assim o seguirão na aflição."
Essas são as palavras de Nosso Senhor à Irmã Lúcia, no verão de
1931. Ele retornou ao assunto em agosto do mesmo ano: "Não quise-
ram atender ao meu pedido. Como o rei de França, se arrependerão
e por fim o farão, mas será tarde."
No limiar de um desastre
espiritual: Leão teve uma visão em que via Satanás pedindo a Deus
mais tempo para que pudesse desatrelar todo o seu poder sobre o
mundo e a Igreja, e viu Deus concedendo-lhe um período de cerca
de cem anos. Após essa visão, Leão XIII compôs duas orações a São
Miguel Arcanjo: uma delas é curta e devia ser recitada após a Missa,
a outra, uma forma mais longa de exorcismo. Conta-se que ele com·
preendeu que após o período deste formidável ataque se seguiria a
vitória de São Miguel e da Igreja.
Portanto, quando se iniciou o ano 1900, o papa não tinha ilu-
sões acerca do novo século - especialmente por causa da difusão do
modernismo ("o compêndio de todas as heresias", como o chamou o
Papa São Pio X). O Padre Alfred Loisy, um dos principais expoentes
do modernismo, escrevia as obras que difundiriam essa heresia nos
seminários, nas escolas e nas mentes dos católicos. Pode-se dizer que
o modernismo é o darwinismo aplicado à religião. Ele defende que
tudo aquilo em que se acreditava até então era provisório, pois os
dogmas "evoluem" constantemente. Cada nova geração, dizem os
modernistas, precisa descobrir e criar suas próprias noções teológi-
cas, pois as doutrinas definidas solenemente são simplórias e ana·
crônicas. Não é difícil ver o potencial que esse pensamento tem para
destruir a Fé. Nós ainda não nos livramos dele.
Fátima
Há muitas semelhancas
'
sinistras entre a Revolucão
'
'
Russa e o
seu protótipo francês: em ambos os casos, um indeciso líder de boa
vontade permitiu que os acontecimentos fugissem ao seu contro-
le; ambas progrediram de rebeliões moderadas para o extermínio e
1917 d.C. - As aparições de Fátima e o século XX 191
1. Gripe Espanhola.
194 Dez (latas que todo católico deveria conhecer
Nota biográfica
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